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Administração

da Produção
Material Teórico
Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Giovana Gavioli Ribeiro da Silva

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Planejamento, Programação e Controle
da Produção – II

• PPCP – Planejamento, Programação e Controle da Produção


• Gerenciamento da Demanda
• Características da Demanda
• MRP – Material Requirements Planning
• Metodologia do MRP

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender os conceitos de demanda, sazonalidade, árvore de
produto, necessidades brutas e líquidas e como eles se relacionam
com o cálculo das necessidades de materiais.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

PPCP – Planejamento, Programação


e Controle da Produção
Planejar e Controlar são essenciais para qualquer atividade empresarial. Com a
produção, não é diferente e é o foco do Planejamento, Programação e Controle da
Produção, o PPCP. Ele consiste na reunião dos meios de produção (matéria-prima,
mão de obra e equipamentos), elaborando planos que possibilitarão a fabricação de
produtos e serviços, resultado da ação dos Sistemas Produtivos.

É o PPCP que servirá como um guia na execução e controle da produção, assim


como impactará os demais processos da Empresa.

Você Sabia? Importante!

O PPCP influencia e é influenciado nas operações de todos os demais departamentos


da Empresa?
Veja alguns exemplos dessa relação:
• Engenharia Industrial: atua junto ao PPCP no controle do funcionamento das
máquinas e equipamentos;
• Suprimentos: recebe do PPCP a necessidade de materiais e matérias-primas que
devem ser obtidos no Mercado fornecedor e estocados, definindo sua quantidade,
qualidade e prazo para recebimento, conforme a programação da produção;
• Recursos Humanos: recebe do PPCP a atividade de mão de obra, estabelecendo a
quantidade de pessoas que devem trabalhar no processo de produção, assim como
especificando qualidades essenciais a serem procuradas no recrutamento, seleção e
treinamento de pessoal;
• Financeiro: baseia-se nos cálculos financeiros fornecidos pelo PPCP para determinar
os níveis ótimos de estoques de matérias primas e produtos acabados;
• Almoxarifado: é responsável pelo recebimento dos dados de controle dos estoques
de materiais utilizados na produção;
• Vendas e Marketing: fornecem ao PPCP as bases de previsão de vendas assim como
promoções, projetos especiais, além do prazo de entrega dos pedidos;
• Alta direção: participa do planejamento global da Empresa.

A finalidade do PPCP é aumentar a eficiência e a eficácia do processo produtivo


da Empresa. Isso é conseguido com a atuação do planejamento sobre os meios de
produção, garantindo sua eficiência, ao mesmo tempo em que cuida para que os
objetivos estratégicos da Empresa sejam alcançados, efetivando a sua eficácia.

O planejamento estará concluído quando forem respondidas as indagações


presentes na Tabela 1.

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Tabela 1 – Planejamento, Programação e Controle da Produção
Perguntas Definições
O que produzir? Determinando o produto a ser feito ou serviço a ser prestado
Quanto produzir? Quantificando a produção
Com que produzir? Definindo o material a ser usado
Como produzir? Determinando o processo (modo de fazer)
Onde produzir? Especificando equipamentos
Com quem produzir? Quantificando mão de obra
Quando produzir? Estipulando prazo de execução
Fonte: adaptado de Martins e Laugeni (2015)

O controle da produção fornece uma ligação entre o que foi planejado e a


execução das atividades operacionais, identificando os desvios, sua magnitude e
fornecendo subsídios para que os responsáveis pelas ações corretivas possam agir.

Veja exemplos do feedback fornecidos pelo controle da produção:


• Em processos contínuos, ou de produção em massa, o feedback das informações
deve ser rápido, com coleta de dados em tempo real e acompanhamento
online, pois, em pouco tempo, dada à alta velocidade produtiva, os desvios
serão grandes;
• Já nos processos por projeto, o feedback das informações produtivas podem
ser semanais ou maiores, visto que o ritmo de alterações nas tarefas produtivas
é menor. Nos processos repetitivos, como a produção em lote, a frequência
de coleta de informações deve ser compatível com a velocidade de produção
dos lotes.

Segundo Corrêa et al. (2001), o PPCP deve ser capaz de planejar as necessidades
futuras de capacidade produtiva da organização, os materiais a serem comprados
para que a produção aconteça, os níveis adequados de estoques e em quais pontos
da produção eles devem ser alocados, programar as atividades produtivas, dentro
do arranjo específico, alocando os recursos a serem utilizados em cada momento
certo e de acordo com sua prioridade, receber e fornecer informações corretas
acerca do andamento de pedidos e recursos e cumprir compromissos de entrega.

Em qualquer operação, é necessário considerar que os recursos não são infinitos.


Por isso, a produção e o PPCP possuem limitações:
1. Limitação de custo: os produtos e serviços devem ser produzidos dentro
de custos determinados;
2. Limitações de qualidade: os produtos e serviços devem estar em
conformidade aos dados limites de tolerância projetados;
3. Limitação de tempo: os produtos e serviços devem ser produzidos dentro
de um intervalo de tempo;
4. Limitação de capacidade: os produtos e serviços devem ser produzidos
dentro dos limites de capacidade projetados para a operação.

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UNIDADE Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

Vamos começar a entender quais os principais fatores que afetam a programação,


o planejamento e o controle, iniciando pela demanda, que é a informação base do
processo produtivo.

Gerenciamento da Demanda
As Empresas possuem diversos tipos de produtos e serviços, sendo difícil uma
previsão exata da demanda devido ao grau de variáveis. A demanda pode ser afetada
por fatores econômicos, legais, climáticos e comportamento do consumidor, entre
outros diversos aspectos.

Como decisão estratégica, os Departamentos de Compras, Marketing, Vendas,


Comercial, Logística e Produção, de forma conjunta, podem aplicar metodologias
de cálculo que mesclem técnicas quantitativas e qualitativas a fim de entender o
comportamento da demanda e tornar o impacto das variáveis menos imprevisível.

Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002), embora a maioria das operações


tentem planejar variações da previsão de demanda, uma demanda estável e
uniforme pode permitir que uma Organização reduza custos e melhore o serviço,
a capacidade pode ser mais bem utilizada e o lucro potencial pode ser melhorado.

Muitas organizações reconheceram esses benefícios e tentam “administrar a


demanda” de várias formas. O objetivo é transferir a demanda dos períodos de pico
para períodos tranquilos. Isso normalmente está além da responsabilidade imediata
dos Gerentes de Produção, sendo responsabilidade das funções de marketing
e/ou vendas. Gerenciar a demanda é responsabilidade do Gestor, planejando,
organizando, direcionando e controlando.

O PPCP visa a conciliar demanda e fornecimento; portanto, a natureza das


decisões tomadas para programar, planejar e controlar uma operação produtiva
dependerá tanto da natureza da demanda como da natureza do fornecimento e as
suas incertezas.

A incerteza em fornecimento pode acontecer por diversos fatores, sejam eles de


recursos naturais e climáticos, como falta de água, sejam problemas de safra, até
problemas administrativos como falta de qualidade da matéria-prima, insolvência
do fornecedor, pressões de fornecedores exclusivos entre diversos outros fatores.
Isso impacta a produção e, como consequência, pode gerar atrasos e insatisfação
nos clientes.

Contratos de fornecimento, relações próximas da Empresa com seus fornecedores


e alternativas na compra de materiais são algumas das ações que podem contribuir
para a redução dessa incerteza.

A incerteza da demanda, como já vimos, acontece por diversos fatores, como


sazonalidade dos produtos e serviços, distribuição de renda da população, hábitos e
costumes entre outros, que devem ser incorporados na previsão feita pela Empresa.

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De qualquer forma, ao menos parte da demanda é controlável.

Em uma escola, no curto prazo, a demanda é razoavelmente previsível. Uma vez que as aulas
Explor

estão fixadas e o período começou, um professor sabe quantos alunos tem em sala de aula,
podendo planejar quantas apostilas são necessárias, por exemplo. Porém, em longo prazo,
o Diretor pode não saber exatamente quantos novos alunos entrarão na Escola, tendo,
portanto, que prever sua demanda para determinar os recursos com os quais compromissos
devem ser assumidos com antecedência.
Já em outras operações, a demanda é imprevisível mesmo no curto prazo. Por exemplo,
um restaurante de fast food, dentro de um Shopping, não sabe quantas pessoas chegarão,
quando chegarão e o que irão pedir. Nesse caso, a demanda pode subir rapidamente. Deve
haver um forte planejamento e controle para casos como esse.

Baseado nisso, faz-se necessário conhecer características da demanda que


influenciam o PPCP.

Características da Demanda
Na área produtiva, duas classificações da demanda são importantes para a
operação:
1. Demanda dependente: algumas operações podem prever e fazer provisões
antecipadas porque tem pedidos futuros firmes de consumidores. Por
exemplo: a demanda de uma fabricante de pneus depende da montadora
de veículos;
2. Demanda independente: para algumas operações, podem ser feitas
previsões, frequentemente com base no histórico de vendas. Elas não têm
nenhuma certeza na qual se possa confiar. Por exemplo: loja revendedora
de pneus.

A fabricante de pneus pode levantar no mercado quantos carros foram


produzidos em determinado período ou mesmo qual a programação de produção
da montadora. Essa será a base de previsão de demanda para a fabricação de
pneus, que são de demanda dependente.

Já a loja revendedora de pneus pode prever a duração e a frequência de troca,


mas ela pode variar dependendo do uso de cada consumidor; portanto, a incerteza
é maior e por isso sua demanda pode ser classificada como independente.

Demanda dependente é, portanto, a demanda que é relativamente previsível


devido à sua dependência em alguns fatores conhecidos. O planejamento e o
controle de demanda dependente concentra-se nas consequências da demanda
dentro da operação (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).

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UNIDADE Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

Algumas operações não têm outra escolha que não tomar decisões sobre como
suprirão a demanda sem ter qualquer previsão dos pedidos dos consumidores.

A demanda independente é a demanda baseada em previsões. O PPCP faz “a


melhor avaliação” da demanda futura, tenta prever os recursos e tenta responder
rapidamente se a demanda real não corresponder à prevista.

Importante! Importante!

Outra forma de exemplificar a diferença entre os conceitos de demanda dependente e


independente é dizer que o produto de demanda independente é aquele que o cliente
compra; já os de demanda dependente, “dependem” da venda do primeiro.

A árvore de produto, também conhecida como Bill of Material (BOM) é


utilizada para ilustrar os itens de demanda dependente e independente em um
processo produtivo.

Veja um exemplo na Figura 1.

Cadeira

Assento Estr. Metálica Encosto Parafusos


(1) (1) (1) (1)

Figura 1 – Exemplo de árvore de produto


Fonte: Acervo do conteudista

A cadeira, nesse exemplo da Figura 1, é o item de demanda independente,


também chamado de “item-pai”. É necessário que o consumidor a compre para
que os demais elementos que a compõem (um assento, uma estrutura metálica, um
encosto e oito parafusos), também sejam comprados; portanto, esses últimos são a
demanda dependente, também chamados de “itens-filhos”.

Assim, a produção os classifica da seguinte forma:

- Item de demanda independente: cadeira;

- Itens de demanda dependente: assento, estrutura metálica, encosto e parafuso.

Essa classificação e quantidades formarão a base do planejamento das


necessidades de materiais, parte do PPCP, também conhecido como MRP.

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MRP – Material Requirements Planning
O Planejamento das Necessidades de Materiais ou MRP (Material Requirements
Planning), também conhecido como MRP I, teve sua origem nos anos 1960 e
permitia a previsão dos materiais de determinado tipo, bem como em que momento
eles eram necessários na produção. É caracterizado como um sistema que ajuda
as Empresas a fazerem os cálculos de volume de produção e tempo de entrega,
compilando informações em um só lugar.

No início da década de 1960, o cálculo era realizado de forma manual e, com a


evolução dos Sistemas de Informação, passou a ser feito por programas de computador,
primeiramente em Excel e, posteriormente, em softwares especializados.

A maioria das Empresas produz diversos produtos ou presta diversos serviços e


muitas vezes utiliza grande número de peças e componentes. Controlar todos eles
levando em conta os estoques disponíveis, as entregas previstas, as compras em
andamento, seus respectivos prazos de entrega e as perspectivas de atrasos é uma
tarefa sem igual.

Martins e Laugeni (2015) afirmam que seria praticamente impossível gerir todo
esse conjunto de informações sem o auxílio do computador.

Durante os anos 1980 e 1990, o Sistema e o conceito do MRP evoluiu para


integrar outras partes da Empresa. Essa versão ampliada do MRP é conhecida,
atualmente, como Planejamento dos Recursos de Manufatura (Manufacturing
Resource Planning) ou MRPII, como se pode ver na Figura 2.

O que? M M
Quanto? R R
Sistema de Quando? P P
apoio às II
decisões de:

Como
(Recursos produtivos)

Figura 2 – Abrangência do MRP I e MRP II


Fonte: Corrêa, 2001

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UNIDADE Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

Metodologia do MRP
Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002), o MRP precisa de algumas
informações para ser realizado.

Veja a Figura 3.

Programa mestre
de produção
Carteira Previsão
de pedidos de vendas

Planejamento das
Lista Registros
necessidades
de materiais de estoque
de materiais

Ordens Ordens
de compra de trabalho

Figura 3 – Desenho esquemático do MRP


Fonte: Slack; Chambers; Johnston, 2002

De posse dessas informações, o MRP é programado de acordo com o calendário


de entrega e as necessidades de produção, que podem ser divididas em necessidades
brutas ou líquidas:
• Necessidades brutas: produtos acabados ou materiais já disponíveis em estoque;
• Necessidades líquidas: quantidade a ser fabricada ou adquirida de cada item.

Para ilustrar o cálculo das necessidades brutas e líquidas e o funcionamento do


MRP, vamos pegar o nosso exemplo de árvore de produto da Figura 1, a cadeira.

Pensemos em uma demanda trimestral de 1.000 unidades em que 600 unidades


são para a semana 6 e 400 unidades são para a semana 12. Ao verificarmos nosso
estoque, encontramos a seguinte disponibilidade:

Tabela 2 – Cadeira e componentes – Necessidade bruta e líquida


Componentes Necessidade Bruta Estoque Disponível Necessidade Líquida
Cadeira 1000 100 900
Assento 1000 50 850
Estrutura Metálica 1000 100 800
Encosto 1000 150 750
Parafuso 8000 250 6.950
Fonte: elaborada pela autora

Pela árvore de produto, verificamos que, para cada cadeira, precisamos de 1 as-
sento, 1 estrutura metálica, 1 encosto e 8 parafusos. A necessidade bruta, portan-
to, será de 1.000 unidades de cadeiras (600 na semana 6 e 400 na semana 12), de
1.000 assentos, estruturas metálicas e encostos e de 8.000 parafusos (8 * 1.000).

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Após a última produção, que aconteceu na semana 2, a Empresa permaneceu
com estoque disponível de cadeiras prontas e materiais, conforme a coluna 3 –
Estoque Disponível.

A necessidade líquida será, portanto, a quantidade de itens a serem adquiridos/


fabricados para atender a demanda. De cadeiras, por exemplo, e conforme a
Tabela 2, vamos precisar fabricar 900 unidades e não 1.000, pois a Empresa já
possui 100 em estoque.

A partir dessa necessidade líquida de fabricação do item de demanda independente,


ou item-pai, as demais necessidades são programadas e elas servem como ponto
de partida para aquisição dos materiais dos fornecedores.

De assentos, são necessários 850, pois a Empresa já possui 50 em estoque,


ficando com 900 para a fabricação de cadeiras.

De estruturas metálicas, a Empresa precisa comprar 800 unidades; já de encostos,


750 unidades. Para os parafusos, a Empresa precisa efetuar uma requisição ao
fornecedor de 6.950 unidades que, somadas ao estoque, totalizam 7.200 unidades,
que é a quantidade necessária para fabricar 900 cadeiras (900 * 8 = 7.200).

Importante! Importante!

Caso a Empresa não tenha material em estoque, a necessidade líquida é igual à necessi-
dade bruta.

Além da árvore de produto e da identificação das necessidades brutas e líquidas, ou-


tras informações também são importantes antes que a Empresa possa efetuar o MRP.

No nosso exemplo, sabemos que, uma vez que os componentes estejam


disponíveis, a fabricação leva uma semana. Os tempos de espera para a aquisição
dos componentes – Assento, Estrutura Metálica, Encosto – são de uma semana, e
para o componente Parafuso é de três semanas.

Na Tabela MRP, para cada um dos itens (Cadeira, Assento, Estrutura Metálica,
Encosto e Parafuso) as quantidades necessárias são iguais às Necessidades Líquidas.
Para início, assumimos que estamos na semana 1. Vamos começar analisando o
MRP do item independente, a Cadeira.

Tabela 3 – MRP – Cadeira


Item: Cadeira
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Necessidades brutas 600 400
Estoque disponível 100 100 100 100 600 400
Recebimentos programados 500 400
Necessidades líquidas 500 400
Liberação de ordem 500 400
Fonte: elaborada pela autora

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UNIDADE Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

Inicialmente, a Tabela é preenchida com a quantidade de demanda necessária


(no nosso caso, 600 unidades na semana 6 e 400 unidades na semana 12) e com a
quantidade disponível em estoque (100 unidades na semana 2). Realizamos, então,
o cálculo das necessidades líquidas, sendo:

Necessidades Líquidas = Necessidades Brutas – Estoques Disponíveis –


Recebimentos Programados
• Para a semana 6: Necessidades Líquidas = 600 – 100 – 0 = 500 unidades na
semana 6;
• Para a semana 12: Necessidades Líquidas = 400 – 0 – 0 = 400 unidades na
semana 12.

Como a montagem final é realizada em uma semana, necessariamente o início


dessa montagem deverá ser a semana anterior. Portanto, deveremos emitir a
Ordem de Produção uma semana antes da entrega do produto. No nosso caso,
nas semanas 5 e 11.

Com a liberação da ordem de fabricação e o consequente início da montagem na


semana 5 e na semana 11, é necessário que todos os materiais estejam disponíveis
na Empresa para isso; portanto, temos de realizar uma nova Tabela para cada
material utilizado. Essa prática se chama “explosão” da necessidade de materiais.
Vamos pegar como exemplo um dos itens de demanda dependente, o Assento.

Veja a Tabela .

Tabela 4 – MRP – Assento


Item: Assento (Utilização 1 unidade por cadeira)
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Necessidades brutas 500 400
Estoque disponível 50 50 50 500 400
Recebimentos programados 450 400
Necessidades líquidas 450 400
Liberação de ordem 450 400
Fonte: elaborada pela autora

Percebe-se que a necessidade bruta do item de demanda dependente é dada pela


necessidade líquida do item de demanda independente. Como temos a necessidade
líquida de 900 cadeiras, o assento assumirá essa necessidade, dentro do seu MRP,
como sendo a necessidade bruta de sua programação de fabricação. Como já
existem 50 assentos em estoque, a Empresa deverá solicitar ao fornecedor dois
pedidos de compra, um de 450 e outro de 400.

O momento de fabricação do item independente também determina o momento


da solicitação do pedido ao fornecedor. Como o assento demora uma semana para
ser entregue, o pedido deve ser emitido nas semanas 4 e 10, para que chegue a
tempo das semanas 5 e 11, levando mais uma semana no processo de fabricação,
para entrega nas semanas 6 e 12.

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Vamos para outro exemplo, agora para o item Encosto.

Veja a Tabela 5.

Tabela 5 – MRP – Encosto


Item: Encosto (Utilização 1 Unidade por Cadeira)
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Necessidades brutas 500 400
Estoque disponível 150 150 150 500 400
Recebimentos programados 350 400
Necessidades líquidas 350 400
Liberação de ordem 350 400
Fonte: elaborada pela autora

Assim como no item assento, o item encosto possui uma necessidade bruta igual
à necessidade líquida do item cadeira, sendo 500 na semana 5 e 400 na semana
11 (900 unidades), haja vista que eles devem estar disponíveis 1 semana antes da
entrega para a produção, que deve ocorrer nas semanas 6 e 12.

Como existem 150 encostos em estoque, a necessidade líquida de encostos


será de 350 e 400 unidades nas semanas de fabricação, 5 e 11. O pedido ao
fornecedor, portanto, deve ser liberado 1 semana antes, já que há um lead time (ou
tempo de entrega) de 1 semana. São solicitadas 350 unidades na semana 4 e 400
unidades na semana 10.

A linha de recebimentos programados serve para registrar quaisquer pedidos que te-
nham sido efetuados ao fornecedor e que estejam prestes a chegar à Empresa. Vamos
ver um exemplo do uso dessa linha para o item de demanda dependente, Parafusos.

Como o tempo de entrega desse item é maior (3 semanas) em comparação aos


demais componentes da cadeira (1 semana), a Empresa pode emitir ou programar
reposições junto ao seu fornecedor de parafusos, até mesmo trabalhando com esto-
ques de segurança, para evitar o desabastecimento por incertezas no fornecimento.

No nosso exemplo, vamos considerar que existia um pedido do fornecedor de


metade da demanda usual (4.000 unidades), que está com programação de entrega
na semana 3.

Veja como fica a Tabela 6 do MRP do item Parafuso.

Tabela 6. MRP – Parafuso


Item: Parafusos (Utilização 8 Unidades por Cadeira)
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Necessidades brutas 4000 3200
Estoque disponível 250 4250 4250 250 250 250 250 250 3200 3200
Recebimentos programados 4000 2950
Necessidades líquidas 4000 3200
Liberação de ordem 2950
Fonte: elaborada pela autora

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UNIDADE Planejamento, Programação e Controle da Produção – II

As necessidades brutas são consideradas para a necessidade líquida de cadeiras,


ou seja, são 7.200 parafusos para a fabricação de 900 cadeiras. Para entrega nas
semanas 6 e 12, esse material deve estar disponível nas semanas 5 e 11.

O estoque de parafusos começa na semana 2 e se soma ao pedido programado


para entrega na semana 3 (4.000 unidades), ficando a Empresa com 4.250
unidades; mais que suficiente para a produção da semana 5.

Os parafusos possuem prazo de entrega de 3 semanas; portanto, é necessário


emitir um pedido ao fornecedor na semana 7, para 2.950 unidades de parafusos,
que chegarão na semana 10 e se somarão aos 250 já em estoque, totalizando os
3.200 necessários na semana 11.

Percebemos, pela análise da Tabela 6, que a Empresa possui um período


de estoque excedente de parafusos e que pode gerar custos para a Empresa.
Logicamente, é uma situação hipotética, mas se expandirmos isso para uma
Empresa que fabrica diversos produtos com diversos componentes, os valores
podem ser significativos.

É essencial entender que esse planejamento seria realmente impossível de ser re-
alizado manualmente, concordando com a afirmação de Martins e Laugeni (2015).

O uso do MRP e de softwares próprios de programação de produção é essencial


para reduzir erros, otimizar o gerenciamento e aproveitar ao máximo os recursos
de produção.

Importante! Importante!

• O foco do Planejamento, Programação e Controle da Produção – o PPCP consiste


na reunião dos meios de produção (matéria-prima, mão de obra e equipamentos),
elaborando planos que possibilitarão a fabricação de produtos e serviços, resultado da
ação dos Sistemas Produtivos;
• O PPCP atua na eficiência e na eficácia do processo produtivo. Enquanto o planejamento
dos meios de produção traz mais eficiência, ele garante que os objetivos estratégicos da
Organização sejam atingidos, aumentando também a sua eficácia;
• O PPCP possui também algumas limitações de custo, qualidade, tempo e capacidade;
• A informação base do PPCP é a demanda, que pode ser afetada por fatores econômicos,
legais, climáticos e comportamento do consumidor, entre outros diversos aspectos;
• A Empresa deve mesclar técnicas quantitativas e qualitativas para realizar a sua previsão
de demanda e utilizar o PPCP para reduzir as incertezas da demanda e do fornecimento;
• As incertezas de fornecimento podem ocorrer por fatores de recursos naturais e climáticos,
problemas administrativos, insolvência do fornecedor e pressões de fornecedores
exclusivos, entre diversos outros;
• As incertezas da demanda ocorrem pela sazonalidade dos produtos e serviços, distribuição
de renda da população, hábitos e costumes entre outros, que devem ser incorporados na
previsão feita pela Empresa;
• A demanda pode ser classificada em dependente e independente;

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Importante! Importante!

• Demanda dependente ocorre em produtos que “dependem” de outros para serem


vendidos e cuja previsão tem como base a venda de produtos de demanda independente;
• Demanda independente ocorre para produtos adquiridos pelo consumidor e cuja previsão
tem base em dados históricos;
• A Árvore de Produto ou Bill of Material (BOM) representa graficamente a relação entre os
itens de demanda dependente e independente de determinado produto;
• A árvore de produto e as informações de demanda e fornecimento servirão de base para a
realização do PPCP por meio do MRP – Material Requirements Planning;
• O MRP I teve origem na década de 1960 é realiza os cálculos de volume de produção
e tempo de entrega, compilando as informações em um mesmo lugar e de forma
automática;
• O MRP II surgiu durante os anos de 1980 e 1990 e com a evolução da Tecnologia de Infor-
mação, integrando outras partes da Empresa e entendido como material resource planning,
abrangendo não somente o que, quanto e como produzir, mas também determinando quais
recursos produtivos participam desse processo;
• O MRP se baseia na informação da necessidade de fabricação ou aquisição de materiais,
divididas entre necessidades brutas e líquidas;
• As necessidades brutas são caracterizadas por produtos acabados ou materiais já
disponíveis em estoque; já as necessidades líquidas representam a quantidade a ser
fabricada ou adquirida de cada item;
• O uso do PPCP e do MRP é essencial para reduzir erros, otimizar o gerenciamento e
aproveitar ao máximo os recursos de produção.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Como usar o PPCP para melhorar sua produção
https://endeavor.org.br/ppcp/

 Livros
Técnicas de Planejamento, Programação e Controle da Produção e Introdução à Programação Linear
BEZERRA, Cícero Aparecido, Técnicas de planejamento, programação e controle
da produção e introdução à programação linear. Curitiba: InterSaberes, 2014
(e-book). Cap. 2. p. 55-75;
Administração da Produção
MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção.
São Paulo: Saraiva, 2015. Cap. 11 – MRP/MRP II.

 Vídeos
PCP05: Seleção das Técnicas de Previsão de Demanda
https://youtu.be/6nWZqAAqbug

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Referências
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, Programação e
Controle da Produção MRP II/ERP. São Paulo: Atlas, 2001.

MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção.


São Paulo: Saraiva, 2015.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart, JOHNSTON, Robert. Administração da


Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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