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A ÉTICA PÓS-MODERNA NA VISÃO CRÍTICA DE ZYGMUNT BAUMAN

O mundo que vivemos é chamado de pós-moderno, pois somos afetados por todos
os ângulos pela mídia capitalista. O fim último da ética na modernidade era
estabelecer um princípio normatizador para orientar as condutas sociais. Esta
investida do mercado, acaba por legitimar a cultura do individualismo em detrimento
de uma ética mais ampla, que outrora servia de parâmetros para as ações
individuais em favor do bem coletivo. Está afirmação é confirmada por BAUMAN
(1997, p. 6) quando este diz que:
[...] no resultado da idade moderna, que atinge sua fase autocrítica, muitas
vezes autodenigrante e de muitos modos autodesmantelante [...] muitos
caminhos seguidos por teorias éticas [...] começaram a parecer mais
semelhantes a uma alameda cega; ao mesmo tempo abriu a possibilidade
de uma compreensão radicalmente nova dos fenômeno morais.

Bauman afirma que as abordagens de questões éticas não podem ser feitas sem
levar em consideração, os conceitos éticos existentes na modernidade. Contudo,
devem ser rejeitados os modos tipicamente modernos de lidar com questões
referente à moral. Desta forma evidencia-se que as questões no âmbito da moral,
devem ser respondidas com regulamentação normativa e coercitiva na prática da
política, com fundamentos filosóficos absolutos, universais e com fundamentações
na teoria.

Com esta postura sistemática exigida por Bauman, as questões na dimensão dos
direitos humanos, da justiça social, de ações que visem a paz e a autoafirmação do
indivíduo, bem como a conduta individual e o bem-estar coletivo, não foram
desconsideradas em nada a sua atualidade, no que se refere a ética implícita nestes
pontos. Mas precisam ser vistos e observados com um olhar atento e diferenciado.

No período moderno de nossa história a sociedade pautava suas posturas em


normas universais simples, onde cada indivíduo era levado a refletir suas ações,
antes mesmo de as execute-las. Sendo assim, fazia-se pouca distinção entre os
padrões normativos vigentes, o que facilitava agir visando o bem comum. Os
padrões a se observar eram referentes a questões de utilidade, verdade, beleza,
propriedade. Neste ponto fica de fácil compreensão que a moral era entendida como
aspecto do pensar, de como se deve agir e os sentimentos relativos ao homem.
Bauman afirma o nosso pensamento ao afirmar que; “Se veio a distinguir a “moral”
como o aspecto do pensar, sentir e agir do homem relativo a descriminação entre
certo e errado, foi obra de modo geral da idade moderna”. (1997, p.8)

Não podemos deixar de mencionar a grande influência religiosa da igreja na


modernidade, referente as condutas éticas da sociedade. O ideal cristão ensinava a
colocar as expectativas em um bem futuro e afirmava que os sofrimentos eram
passageiros. Para tanto deviam colocar em prática os princípios cristãos. Percebe-se
que a vontade neste período se afirmava no direito de escolher, segundo os
princípios cristãos onde as ações individuais eram direcionadas para bem comum ou
do contrário agir de forma errada desrespeitando os mandamentos revelados.
Bauman (1997, p. 8) reflete desta forma quando afirma:

A totalidade de modos e meios, em todos os seus aspectos era como se


fosse vivida como se fosse avalizada por poderes que nenhuma vontade ou
capricho humano podiam desafiar; a vida em seu conjunto era produto da
criação de Deus, monitorada pela providencia divina.

O pensamento ético moderno, buscou juntar forças com a pratica legislativa da


modernidade apoiando-se na universalidade e na fundamentação teóricapara lutar
contra as práticas radicais de cunho religioso da época. Eis o que Bauman afirma
sobre estes dois conceitos modernos.

Na prática dos legisladores, universalidade significou o domínio sem


exceção de um conjunto de leis no território sobre o qual se estendia sua
soberania. Os filósofos definiram a universalidade como aquele traço das
prescrições éticas que compelia toda criatura humana, a reconhece-lo como
direito e aceita-lo em consequência como obrigatório.

Na prática dos legisladores as fundamentações significavam os poderes


coercitivos do estado que tornavam a obediência às regras expectativa
sensata; [...]. Para os filósofos as regras seriam bem fundadas quando as
pessoas, de que se esperavam segui-las, criam de que podiam ser
convencidas de que por uma razão ou outra segui-las era a coisa certa a
fazer.

No terreno da universalidade, as duas práticas supracitadas, apesar de não se


verem ligadas por nenhum fator interno ou externo, cooperam uma com as outra. Ne
sentido, a ação do legislador, numa tentativa de uniformização compensaram o
“fundamento epistemológico”, onde os filósofos construíram os postulados de
natureza universalmente humana. Do outro lado da moeda, os filósofos contribuíram
com os legisladores, pois acabaram por naturalizar o modo com que estes,
administravam o estado, visando definir o sentido e os rumos da vida dos homens
por meio da política.

No campo das fundamentações, tanto os filósofos, quanto os legisladores,


esperavam que os cidadãos, universalizassem suas ações por meio de indagações
do tipo, porque agir assim e não de tal modo, na expectativa de que escolheriam
fazer o bem (ou seja agir moralmente), tendo em vista as consequências negativas
acarretadas pelo mal. Neste sentido, mais uma vez as duas formas de pensar a
fundamentação teórica da ética, caminha juntas mesmo sem se harmonizarem.

Sendo assim, podemos afirmar que a crença dos filósofos e legisladores modernos
era que conseguiriam construir um código ético onde a ambivalência e a aporética
fosse extinta. Contudo este nunca foi encontrado. Mas o caminho para tanto não
está longe do fim.

Ambivalência: Dois aspectos de valores contrários.Aporética: Dificuldade de ordem racional.


Segundo o pensamento da pós-modernidade essa tentativa de criar tal código de
ética universal é impossível, pois os duradouros e incansáveis esforços modernos,
neste sentido, foram em vão, tendo em vista que os meios pelos quais se
trabalhavam, as pretensões almejadas, foram rapidamente superadas pelo advento
da cultura do progresso pessoal, implantada pelo capitalismo.

Bauman pauta seus esforços na busca por respostas a essa crítica pós-moderna,
sobre as modernas ambições acima citadas. Nesta perspectiva, Ele sugere alguns
postulados, detectados e contemplados ao longo da perspectiva moderna de
universalização racional e fundamentalista da ética. Eis as marcas encontradas por
ele na modernidade, elas apontam que, “as asserções: ‘Os seres humanos são
essencialmente bons, e apenas precisam de ajuda para agir segundo sua natureza’
e a afirmação, ‘Os seres humanos são essencialmente maus e devem ser
prevenidos de agir segundo seus impulsos’ são ambas errôneas; “fenômenos morais
são intrinsecamente não racionais”; “a moralidade é incuravelmente aporética”; “a
moralidade não é universalizável”; “desde a perspectiva da ordem racional, destina-
se a moralidade a permanecer irracional”; “dado os impactos ambíguo dos esforços
societários no campo da legislação ética, deve-se reter a responsabilidade moral –
sendo para o Outro antes de poder ser com o Outro – é a primeira realidade do eu,
ponto de partida antes que produto da sociedade”; “contrariamente à opinião popular
e ao cálido triunfalismo do ‘tudo vai’de certos escritores pós-modernistas, a
perspectiva pós moderna acerca de fenômenos morais não revela o relativismo da
moralidade”.

No que se refere “as asserções: ‘Os seres humanos são essencialmente bons, e
apenas precisam de ajuda para agir segundo sua natureza. Pode-se afirmar que os
humanos são moralmente ambivalentes, pois a ambivalência está intrinsecamente
fundida em seu ser. Todos as formas (regras) de organização social que o homem
se propõe geram ambivalência, porem ele doa o melhor de si, com a intenção de
purgar o pecado original que é a própria ambivalência.

A segunda afirmação, ‘Os seres humanos são essencialmente maus e devem ser
prevenidos de agir segundo seus impulsos’ são ambas errôneas. Esta se
caracteriza como esforços vãos, devido a ineficiência e por vezes acabam
potencializando o mal que deveriam evitar. Entende aqui, que não é possível
assegurar a conduta moral, mesmo quando existe um contexto que possibilita
planejar as ações dos homens, nem quando há motivos bem fundamentados das
ações humanas.Sobre o tema abordado Bauman (1997, p.16) salienta que:

Precisamos aprender a viver sem essas garantias e conscientes de que


nuca se oferecerão essas garantias – de que uma sociedade perfeita, assim
como um ser humano perfeito, não é perspectiva viável, ao passo de que
tentativa de provar o contrário acabam sendo mais crueldade que
humanidade e certamente menor moralidade.
Na segunda ponderação de Bauman, aponta que os “Fenômenos morais são
intrinsecamente ‘não racionais’”. Com isso ele afirma que os fenômenos só podem
ser tidos como morais, se sua origem for anterior à intencionalidade e aos cálculos
de perdas e ganhos que possa advir de determinadas situações, estes não se
enquadram ao esquema de fins e meios. Ele acrescenta que nãose explica,no que
refere à utilidade,o serviço concedido, ou que seja convidado a ceder ao sujeito
moral, a uma classe ou a uma causa. Usando as palavras de Bauman (1997, p.17)
podemos concluir que os fenômenos morais não são racionais:

[...] age como pressuposto de que em cada situação de vida pode-se e


deve-se decretar uma escolha como boa em oposições a numerosas outras,
e assim agir em todas as situações pode ser racional, visto que os agentes
também são racionais como devem ser. Mas esta pressuposição omite o
que é propriamente moral na moralidade. Muda-se os problemas morais do
campo da autonomia moral para o campo da heteronomia amparada pelo
poder.

No que se refere à moralidade é incuravelmente aporética, Bauman afirma que


poucas escolhas no campo da moral, são boas sem ambiguidade. O filosofo salienta
que uma grande parte das escolhas são feitas sob o impulso contraditório (o cuidado
excessivo com o outro tolhe-lhe a liberdade). Desta forma o eu moral ao agir em
determinado contexto ambivalente acaba por cair na incerteza (se o que ele está
fazendo é certo ou não). Diante deste cenário, encontra uma situação sem
ambiguidade fica no plano da utopia e como estimulo para um eu moral, mas não
como algo realizável como prática ética. Usando as palavras de Bauman (1997,
p.17), podemos concluir da seguinte forma: “Pode-se [...] reconhecer o eu moral por
sua incerteza se tudo que devia ser feito foi feito”.

Quando Bauman fala que a moralidade não é universalizável, Ele não está se
referindo de um relativismo moral, isto é, que cada povo e cultura tem seu próprio
modo de se organizar moralmente e que por isso a moral não é universalizável. Sua
intenção aqui é apontar que não existe nenhuma possibilidade de universalização da
moral tal como pretendiam fazer no modernismo, onde eles para equiparar as raças
impunham arbitrariamente suas culturas em detrimento de toda a história e a cultura
dos povos por eles dominados. Gerando com isso um povo orientado por normas
éticas heterônomas, ou seja, que leva o indivíduo a cumprir a lei simplesmente para
não ser punido. Neste sentido afirma Bauman que:

“Assim, seu efeito global não é tanto a ‘universalização da moralidade’


como o silenciamento do impulso moral e a canalização de capacidades
morais para alvos socialmente planejados que podem incluir e incluem
propósitos morais e incluem propósitos imorais”.

No refere a moralidade Bauman afirma que, “desde a perspectiva da ordem racional,


destina-se a moralidade a permanecer irracional”. Mesmo as sociedades formais
com padrões comportamento previamente estabelecidos, a autonomia infreada do
eu moral produz situações vergonhosas. De certa forma os impulsos morais
precisam ser domados, explorados, aproveitados e se possível, proscritos. Bauman
confirma este pensamento ao afirmar que “a administração social da moralidade
constitui operação complexa e delicada que só pode precipitar mais ambivalência do
que consegue eliminar”.

Ao refletir sobre as ações do eu moral perante outrem, Bauman postula que, “dado
os impactos ambíguo dos esforços societários no campo da legislação ética, deve-se
reter a responsabilidade moral – sendo para o Outro antes de poder ser com o Outro
– é a primeira realidade do eu, ponto de partida antes que produto da sociedade”.
Nesta perspectiva o eu põem-se diante do outro como um eu singular e subjetivo, só
então, ele busca uma postura ativa para com o outro. Dadas as situações fica
evidente que ser para o outro antes de ser para si mesmo é forçoso e contrário ao
estado de natureza do homem. Em síntese existente no itinerário do eu moral para o
eu social.

Quando Bauman reflete sobre a questão, “contrariamente à opinião popular e ao


cálido triunfalismo do ‘tudo vai’ de certos escritores pós-modernistas, a perspectiva
pós-moderna acerca de fenômenos morais não revela o relativismo da moralidade”.
A sociedade moderna ao invés de se lamentar por nada poder fazer no que diz
respeito aos múltiplos e cristalizados códigos éticos, elas acabam por fazer o que
Zygmunt chama de “paroquialismo moral”, isto é, uma tentativa comunitária de
promover a ética universal. Neste sentido Bauman afirma que essa prática, expõem:

[...] a essencial incongruidade entre qualquer código ético amparado pelo


poder, de um lado, e a condição infinitamente complexa do eu moral, de
outro, e expondo a falsidade da pretensão da sociedade de ser o autor
ultimo e o único guardião confiável da moralidade [...]. São os códigos éticos
que sofrem a praga do relativismo, não passando essa praga de reflexo [...]
de paroquialismo tribal de poderes institucionais que usurpam autoridade
ética.

A moral em sentido amplo, pode ser pensado como a humanidade, mas nunca como
resultado final da globalização e dos poderes políticos que pretendem determinar as
condutas éticas. Mas,na intensãode fazer o eu moral emergir, sem pretender fugir da
contradição posta na responsabilidade o deixar por conta do seu destino.

(Sociedade liquida – modernidade liquida)

Bauman postula a impossibilidade de criar um código ético. Segundo ele é o que se


entende por condição moral do eu, que possibilita na visão pós-moderna tornar a
vida moral mais simples.

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