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ENXERGANDO A MÃO DE D’US - PARASHAT VAIESHEV E CHANUKÁ 5779 (30 de

novembro de 2018)

Avraham estava passando pelo inferno do Holocausto. Ele estava no Campo de Concentração de
Bergen-Belsen, em uma parte para onde também eram enviados prisioneiros de guerra. Por isso,
junto com os judeus, também havia alguns soldados russos.

Avraham havia passado muitos anos de sofrimentos e privações. Os prisioneiros praticamente não
recebiam comida, faziam trabalho escravo pesado desde a madrugada e eram duramente castigados
por qualquer motivo banal. Não havia mais esperanças e o cheiro de morte pairava no ar.

Porém, certo dia, algo diferente aconteceu. No fim da tarde, os guardas nazistas mandaram todos os
prisioneiros fazerem uma fila. Sobre uma mesa eles colocaram uma grande caixa cheia de pães. Eles
explicaram que os aliados estavam rapidamente se aproximando e que a guerra estava chegando ao
fim.

Por isso, eles estavam dispostos a dar aos prisioneiros pão e comida todos os dias se, em troca, eles
dissessem aos aliados que haviam sido bem tratados.

Os judeus estavam tão desesperados de fome que já não pensavam mais. Eles estavam dispostos a
qualquer coisa por um pouco mais de comida.

Avraham esperava ansioso na fila. Porém, uma preocupação começou a invadir seu coração. Havia
muitas pessoas e parecia que não havia pães suficientes. Ele começou a tremer e a suar frio com a
possibilidade de ficar sem pão.

Para o seu alívio, quando chegou a sua vez, ele recebeu o último pão da caixa. Mas, ao contrário do
que ele pensava, a caixa vazia foi retirada da mesa e uma nova caixa, cheia de pães, foi colocada.
Haveria pão para todos.

Avraham percebeu que a desatenção dos guardas na troca das caixas seria uma oportunidade para
que ele pegasse mais um pão. Se os nazistas percebessem, certamente ele seria morto, mas sua fome
era tanta que por mais um pão valia a pena o risco. Ele entrou novamente na fila, estendeu a mão e
conseguiu receber mais um pão.

Avraham não cabia em si de felicidade. Ele até tremia de emoção e ansiedade.


Enquanto caminhava feliz em direção ao seu barracão, sentiu uma mão no seu ombro e escutou uma
voz dizendo “Eu vi o que você fez!”.

Avraham gelou, achou que era o seu fim. Porém, quando olhou para trás, viu que não era um guarda
nazista, e sim um prisioneiro russo, que exigia que ele lhe desse o pão a mais que havia pegado.

Mas Avraham não quis dar. O russo era tão prisioneiro quanto ele, não daria a ninguém aquele pão,
que ele havia arriscado a vida para conseguir.

Porém, o soldado russo chamou outro russo e, juntos, bateram em Avraham. Ferido, ele caiu no chão
e achou que morreria. Percebeu então que os russos haviam roubado seus dois pães. Com os olhos
cheios de lágrimas, ele olhou para o céu e disse:
- D’us, Você já teve tantas oportunidades para me matar nestes anos, por que não me matou? E se
não me matou até agora, por que vai me matar desta maneira, na véspera da minha libertação? Por
que???

Avraham desmaiou. Acordou no dia seguinte, com o sol no rosto. Algo estranho estava acontecendo.
Nunca acordava com a luz do sol, pois os nazistas faziam questão de despertar os judeus antes do
amanhecer, para que começassem cedo seu trabalho escravo.

O silêncio no Campo de Concentração também era estranho. Com dificuldade e muitas dores,
Avraham conseguiu se levantar. Ele percebeu que na torre de vigilância não havia guardas. Também
os carros e caminhões dos nazistas tinham sumido. Era um milagre, os nazistas tinham fugido, eles
estavam livres.

Porém, para a sua tristeza, em todos os barracões nos quais ele entrava, se deparava com a mesma
cena terrível: todos mortos.

Avraham então entendeu a enorme bondade que D’us havia feito com ele. Os nazistas, em um último
ato de crueldade, antes de fugirem diante do avanço aliado, haviam distribuído aos prisioneiros pães
envenenados.

Avraham teria comido e morrido. Porém, quando o russo roubou seus pães, salvou sua vida. Naquele
momento Avraham recebeu a resposta do seu questionamento e entendeu que tudo o que D’us faz é
para o nosso bem.

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Nesta semana lemos a Parashat Vaieshev (literalmente “E se assentou”), que conta a história de
Yossef, o filho de Yaacov, que passou por muitos altos e baixos na vida. Ele foi vendido como
escravo ao Egito por seus próprios irmãos.

No Egito, ele subiu na vida trabalhando na casa de Potifar, um dos ministros do Faraó. Porém,
falsamente acusado de ter atacado a esposa do Potifar, Yossef foi mandado para a prisão, onde ficou
12 anos.

Por que D’us permitiu que Yossef, um grande Tzadik, passasse por tantas injustiças?
Por que D’us não o protegeu e não o salvou das mãos daqueles que quiseram fazer mal a ele?

Sempre a Parashat Vaieshev é lida na época de uma festa judaica Chanuká, a próxima Festa do
calendário judaico, que começa no domingo de noite (02 de dezembro).

Chanuká é a data na qual nos recordamos a grande bondade de ELOHIM, que nos salvou da mão dos
gregos, o maior império da época.

Qual é a conexão entre a Parashat Vaieshev e Chanuká?

Além disso, nas duas festas instituídas pelos nossos sábios, Purim e Chanuká, uma reza,
chamada “Al Hanissim” foi acrescentada na Amidá.
Porém, há algumas diferenças entre o Al Hanissim recitado em Purim e o recitado em
Chanuká. Por exemplo, em Chanuká falamos “Veatá Berachamecha Harabim Amadta
Lachem Beet Tzaratam” (E
Você, em Sua grande misericórdia, se levantou por eles no momento de sofrimento). Porém, em
Purim este trecho não é mencionado. Por que está diferença?

O Rav Chaim Kanievsky shlita responde esta pergunta mencionando uma impressionante história
trazida no Talmud (Sucá 56b), sobre uma mulher judia chamada Miriam bat Bilga, da família dos
Cohanim, que se surpreendeu com a música e com a cultura grega. Mas o que mais a surpreendeu foi
ver que os gregos faziam o que queriam.

Eles fizeram decretos proibindo os judeus de cumprirem as Mitzvót e condenavam à morte aqueles
que cumpriam o Shabat, estudavam Torá ou faziam Brit Milá, e ninguém podia impedi-los.

Após ver tantas injustiças acontecendo, Miriam bat Bilga se revoltou contra D’us, traiu seu povo e se
casou com um oficial grego.

Quando os gregos finalmente conseguiram conquistar o Beit HaMikdash, ela entrou calçando suas
sandálias, um grande desrespeito com a santidade do Templo, já que todos deviam tirar o sapato
antes de entrar lá.
Ela se dirigiu ao Mizbeach, o altar onde eram oferecidos os Korbanót (sacrifícios) e chutou o altar.
Ela então olhou com desprezo para o Mizbeach e disse: “Lukus, Lukus (que em grego significa
“lobo”), até quando você vai acabar com o dinheiro do povo judeu e não vai se levantar para protegê-
lo no momento de sofrimento e necessidade?”.

Por que Miriam bat Bilga comparou o altar de sacrifícios a um lobo?

Pois da mesma forma que o lobo consome as ovelhas e não traz nenhum benefício, assim também o
altar “consumia” os Korbanót sem trazer nenhum benefício ao povo judeu quando eles mais
precisavam.

Qual foi o problema de Miriam bat Bilga?

Ela não teve a paciência para esperar.


O fato de ela estar inconformada com os sofrimentos do povo judeu e a aparente injustiça com os
Tzadikim é compreensível. Porém, se ela tivesse confiado em D’us, teria visto um milagre
gigantesco acontecendo, quando 13 Chashmonaim, que eram Cohanim (sacerdotes), se levantaram
contra a dominação grega.

O milagre não foi apenas a quantidade de pessoas que conseguiram derrotar o maior exército da
época, bem equipado e bem treinado. Eles eram Cohanim, pessoas que não participavam do exército,
que não sabiam nem mesmo segurar uma arma.

Estes 13 homens saíram para a guerra e venceram. Com qual mérito eles venceram?

O mérito dos Korbanót que haviam sido oferecidos no Mizbeach. D’us estava apenas aguardando o
momento certo para usar aqueles méritos em prol do povo judeu.

Quando D’us abençoou Avraham, Ele disse:


“Farei seus descendentes como a areia da praia” (Bereshit 32:13).

Por que D’us comparou o povo judeu à areia da praia, que aparentemente é algo sem valor?

Pois desde a criação do mundo, e a cada instante, grandes ondas se formam no mar. Elas se
propagam em direção à terra com força e velocidade.

Poderosas ondas, com mais de 10 metros de altura, assustadoras, vão ameaçadoramente em direção
aos edifícios. Parece que vão destruir tudo, nada pode deter estas poderosas ondas.

Porém, o que ocorre na prática?

As ondas “morrem na praia”. Elas vão perdendo a força lentamente, até que chegam mansas e sem
força.

Mas quem conseguiu frear a força descomunal destas ondas?

Aqueles pequenos e insignificantes grãos de areia. Esta era a Brachá que D’us estava dando ao povo
judeu. Muitos impérios iriam se levantar contra o povo judeu, tentando destruí-lo. Porém, mesmo
sendo impérios poderosos, que conquistam o mundo inteiro, não poderiam vencer o povo judeu. Os
grandes impérios que tentaram nos exterminar estão nos museus e nos livros de história, mas nós
continuamos aqui.

Porém, atualmente, que não temos mais os Korbanót, qual é o mérito que nos protege?

Explica o Rav Shlomo Levinstein shlita que alguém que fez Teshuvá e precisou abrir mão de muitos
prazeres, e algumas vezes precisou até mesmo se afastar dos antigos amigos, oferece para D’us
Korbanót todos os dias.

Alguém que se dedica a estudar Torá o dia inteiro, mesmo recebendo um salário que mal sustenta sua
família, também está oferecendo Korbanót.

Uma mulher que gostou muito de uma roupa, mas que não compra porque não é suficientemente
recatada, mesmo que as amigas se vestem desta maneira, está oferecendo Korbanót. Estes são os
Korbanót dos nossos dias.

D’us vê todos os nossos Korbanót e eles são guardados, para o nosso benefício e para o benefício de
todo o povo judeu.

É isto o que nos ensina David HaMelech:

“Feliz é a pessoa que não andou no caminho dos Reshaim” (Tehilim 1:1).

Por que está escrito “que não andou”, e não “que não anda”? Pois no momento em que fazemos as
escolhas corretas, quando oferecemos nossos “Korbanót”, nem sempre vemos os resultados
imediatamente.

Muitas vezes, somente muitos anos depois, quando as escolhas corretas fazem a diferença em nossas
vidas, então olhamos para trás e agradeceremos pela força de não termos ido no caminho dos
Reshaim.
Em Chanuká dizem “Amadta Lachem Beet Tzaratam”, pois esta é a resposta da pergunta de Miriam
bat Bilga. É o reconhecimento de que cada Korban fez diferença, só foi necessário um pouco de
paciência para enxergar.

Esta também é a conexão com a Parashat Vaieshev. Yossef passou por muitas dificuldades, mas
terminou se tornando o vice rei do Egito e salvou toda a sua família de uma terrível fome.

D’us estava apenas semeando as bondades futuras ao povo judeu. Yossef, o Tzadik, confiava em
D’us e sempre teve a paciência para esperar os bons frutos.

Que em Chanuká possamos resgatar a nossa Emuná completa em D’us e ajudar a trazer mais luz para
o mundo inteiro.

SHABAT SHALOM
R’ Efraim Birbojm

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