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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

IBL
Nº 70017347121
2006/CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO.


EXCESSO DE PENHORA CARACTERIZADO.
Caso em que restou flagrante o excesso de penhora.
Por outro lado, a constrição deve recair sobre os bens
dados em garantia, cujo valor é suficiente – inclusive
superior – para a garantia da dívida.
Observância, ademais, ao princípio de menor
gravosidade da execução.
APELO PROVIDO.

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL

Nº 70017347121 COMARCA DE ESPUMOSO

DARLAN ALBERTO CANSI APELANTE

BANCO DO BRASIL S/A APELADO

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Desembargadores integrantes da Décima
Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em
dar provimento ao apelo.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes
Senhores DES. SEJALMO SEBASTIÃO DE PAULA NERY (PRESIDENTE)
E DES.ª JUDITH DOS SANTOS MOTTECY.
Porto Alegre, 12 de abril de 2007.

DES.ª ISABEL DE BORBA LUCAS,


Relatora.

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IBL
Nº 70017347121
2006/CÍVEL

R E L AT Ó R I O
DES.ª ISABEL DE BORBA LUCAS (RELATORA)
DARLAN ALBERTO CANSI interpõe apelação da
sentença (fls. 39-46) que julgou parcialmente procedentes os embargos
opostos à execução que lhe foi ajuizada por BANCO DO BRASIL S/A, tão-
só para reduzir a multa contratual para o índice de 2%. O embargante foi
condenado ao pagamento de 95% das custas processuais, fixada a verba
honorária em 10% sobre o valor (R$ 9.876,35) atribuído à causa, cuja
exigibilidade foi suspensa por litigar ao abrigo da gratuidade. Já o
embargado foi dispensado do pagamento da verba sucumbencial por ter
decaído de parte mínima do pedido.
Em suas razões (fls. 66-75), sustenta, inicialmente,
haver excesso de penhora, porquanto o alegado débito importa em R$
9.876,35, valor absolutamente inferior ao bem penhorado, um caminhão
avaliado em R$ 130.000,00. Alega, ademais, que na cláusula IX do contrato
exeqüendo ficou consignado que os bens alienados fiduciariamente
deveriam ser levados à penhora para garantir eventual execução e não,
como ocorreu in casu, incidir sobre outros bens, aludindo ao posicionamento
do Superior Tribunal de Justiça nesse sentido e, ainda, ao § 2º do artigo 655
do Código de Processo Civil.
Entende, ademais, aplicáveis à espécie os princípios da
menor gravosidade da execução, este esculpido no artigo 620 do Código de
Processo Civil, e da proporcionalidade, que “é o limite de ônus imposto ao
sacrifício de um direito em detrimento de outro dentro do estritamente
necessário”.
Oferecidas contra-razões, subiram os autos, sendo
inicialmente distribuídos ao eminente Desembargador Orlando Heemann
Júnior, integrante da Colenda 12ª Câmara Cível desta Corte, que, na sessão
realizada no dia 15 de fevereiro deste ano, declinou da competência para
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uma das Câmaras integrantes do 7º Grupo Cível, vindo, então, redistribuídos


à signatária.
Foram cumpridas as formalidades do artigo 551 do Código de
Processo Civil.
É o relatório.

VOTOS
DES.ª ISABEL DE BORBA LUCAS (RELATORA)
Procede a inconformidade.
A estimativa feita pelo oficial de justiça quando da penhora do
caminhão (fl. 24), indica que o valor do bem constrito (R$ 130.000,00)
supera em muito o quantum exeqüendo.
O montante buscado pelo exeqüente é de R$ 9.876,35,
segundo consta da peça inicial do feito executivo.
Não ignoro que o digno Juiz sentenciante, que detém
conhecimento privilegiado, referiu haver outros feitos executivos contra o
recorrente na Comarca de origem.
Entretanto, não se pode olvidar que, quando da propositura do
feito, vigia o § 2º do artigo 455 do Código de Processo Civil, verbis:
“Na execução de crédito pignoratício, anticrético ou
hipotecário, a penhora, independentemente de nomeação,
recairá sobre a coisa dada em garantia”.

Embora, na atual redação do citado artigo, a obrigatoriedade


tenha sido afastada, verbis:
§ 1o Na execução de crédito com garantia hipotecária,
pignoratícia ou anticrética, a penhora recairá,
preferencialmente, sobre a coisa dada em garantia; se
a coisa pertencer a terceiro garantidor, será também
esse intimado da penhora.
(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006),
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não vislumbro fundamento para nomeação à penhora de outro bem senão


daqueles que foram objeto do contrato exeqüendo, cujo valor é suficiente –
inclusive superior – para a garantia da dívida.
Por outro lado, é de ser levado em consideração que a
execução deve ocorrer pelo modo menos gravoso ao executado (artigo 620
do CPC), afigurando-se, pois, razoável a redução da penhora aos bens
oferecidos pelo apelante.

Nesse sentido, mutatis mutandis:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL.


EXECUÇÃO. PENHORA. EXCESSO.
CARACTERIZAÇÃO. REDUÇÃO. PRELIMINARES
REJEITADAS.
A determinação judicial que a avaliação seria feita
após a efetivação das penhoras, acabou, como
conseqüência, por indeferir o pedido da executada,
não se podendo negar o caráter decisório do
despacho recorrido. Ainda que suspensa a execução
em decorrência da oposição dos embargos, nada
impede que o juízo decida acerca de incidentes da
execução decorrentes da penhora, principalmente
quando o pedido foi feito antes de opostos os
embargos.
Mesmo que o momento oportuno para a alegação de
excesso de penhora seja após a avaliação dos bens
constritos judicialmente (art. 685, inciso I, do CPC),
indicando a estimativa feita pelo oficial de justiça que o
valor dos bens penhorados supera em muito o
quantum do crédito exeqüendo, afigura-se razoável a
redução da penhora ao imóvel oferecido pela
executada. Execução que deve ser feita do modo
menos gravoso ao devedor. Exegese do art. 620 do
CPC. Eventual alienação ou oneração de bens feita
pelos executados, que venha a acarretar estado de
insolvência será nula, em fraude de execução (art.
593, CPC), pois já citados no feito executivo. Notitia
criminis trazida aos autos pela agravada que não
desnatura o caráter de onerosidade excessiva da
penhora efetivada na execução. Redução da penhora
que se determina.

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AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO”. (Agravo de


Instrumento Nº 70008467367, Nona Câmara Cível,
TJRS, Rel. Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, J.
em 26/05/2004)

EM FACE DO EXPOSTO, dou provimento ao apelo para julgar


procedentes os embargos opostos à execução diante do excesso de
penhora ora reconhecido.
Por conseqüência, vão invertidos os encargos sucumbenciais.
É o voto.

IV

DES.ª JUDITH DOS SANTOS MOTTECY (REVISORA) - De acordo.


DES. SEJALMO SEBASTIÃO DE PAULA NERY (PRESIDENTE) - De
acordo.

DES. SEJALMO SEBASTIÃO DE PAULA NERY - Presidente - Apelação


Cível nº 70017347121, Comarca de Espumoso: "DERAM PROVIMENTO AO
APELO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau: JOSE FRANCISCO DIAS DA COSTA LYRA

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