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1.

INTRODUÇÃO

Há muitos anos o Brasil Central já era apontado como região propícia, sob
o aspecto climático, para a expansão do cultivo do algodoeiro anual, na época
restrito praticamente ao sudeste (ORTOLANI; SILVA, 1965). O cultivo efetivo nos
cerrados se iniciou com o algodão substituindo a soja em solos corrigidos, mas
que, anteriormente, eram desprezados devido à acidez e à baixa fertilidade
naturais. (PERSEGIL. 2009)

O trabalho desenvolvido por Sarruge et al (1963), com alimentação mineral


do algodoeiro constatou que o crescimento inicial dessa planta é bastante lento,
sendo intensificadas sete semanas após a semeadura. Os mesmos autores
verificaram que a absorção dos macronutrientes é pequena até o florescimento,
aumentando significativamente após esta fase, sendo que do aparecimento das
maçãs até a maturidade ocorre a absorção de 75% da quantidade de nutrientes
para completar o ciclo. (PERSEGIL. 2009)

Os estudos de Furlani Junior et al. (2001) propiciaram a obtenção dos


seguintes resultados: 1). A ordem de absorção de nutrientes para o cultivar de
algodão IAC 22 foi N > K> Ca > Mg > P > S. 2). (PERSEGIL. 2009)

O objetivo desse trabalho é realizar a melhor forma de adubação para a


cultura do algodoeiro, junto com analises dos adubos, e de analise de solo. A
recomendação feita através de cálculos e observando a necessidade de cada
nutriente exportado pela cultura.

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2. REVISÃO LITERARIA

2.1. Algodão

Dentre as plantas que compõem o grupo das fibras, o algodoeiro é a que


produz a fibra vegetal mais utilizada pelo homem. Pode-se dizer que o algodão é
uma das mais antigas fibras vegetais cultivadas; representando cerca de 97% do
total das fibras naturais consumidas e 90% das produzidas no Brasil (IEL, 2000).

É uma cultura que exige investimentos específicos; os fatores responsáveis


pelo aumento considerável do risco dessa atividade são os elevados custos de
produção, as incertezas de mercado e a acirrada competição com outros países
produtores, cujas lavouras são altamente técnificadas e/ou subsidiadas (LUZ,
2007).

O algodão é cultivado em mais de 60 países. Os dois maiores produtores


são China e Estados Unidos que, juntos, produzem 43% da produção mundial.
Contudo, em termos de investimento e mercado de consumo global, o Brasil e a
China são considerados, pelos dirigentes industriais, como as últimas fronteiras
com grande potencial de consumo; o Brasil é um país muito promissor em termos
de consumo de têxteis, principalmente e fios de algodão, e o segundo maior
mercado do mundo na categoria de consumo de índigo (IEL, 2000).

O Brasil é, atualmente, o 5º produtor mundial, com 5,7% do total de 26,6


milhões de toneladas da última safra. China, Índia, Estados Unidos e Paquistão
estão à frente, somando participação de 72,7%. Quanto ao consumo, o Brasil
figura na 6ª posição mundial, com 3,6% das 26,4 milhões de toneladas, também
na safra 2006-07 (FIESP, 2008).

A inserção do Brasil no comércio internacional mudou de perfil, em


passado recente. Com as informações dos últimos 10 anos, constata-se que o
País passou de importador líquido a exportador, já em 2001 (FIESP, 2008).

O algodoeiro herbáceo é um dos fitossistemas de maior complexidade que


a natureza criou, tendo hábito de crescimento indeterminado (OOSTERHUIS,
1999 citado por Beltrão e Souza, 2001), ajusta-se aos mais diversos ambientes de
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clima e solo, sendo atualmente cultivado em 33 milhões de hectares,
produtividade de 575 kg fibra.ha-1 (COTTON, 2001).

Considerando que a quantidade de nutrientes exportados da lavoura pela


fibra e semente é relativamente pequena, comparada a outras culturas de
importância econômica, o algodoeiro não seria considerado uma planta esgotante
do solo. Contudo, nos casos em que é adotada a prática de arrancar e queimar a
soqueira, como medida de controle de doenças e pragas, em cultivo
convencional, ocorre perda de parte dos nutrientes que poderiam retornar ao solo.
Este método de destruição dos restos culturais associado ao revolvimento
intensivo do solo durante seu preparo faz com que as recomendações de
adubação sejam superiores ao que é retirado pela fibra e semente para
compensar as perdas e evitar o empobrecimento gradual do solo.( ARAUJO,
2003)

O fruto é um dreno de elevada atividade, consumindo mais de 150 mg.dia-


1 de assimilados (HEARN & CONSTABLE, 1984 citado por Beltrão & Souza,
2001) sendo que para formar 100 g de frutos, o algodoeiro consome 138,5 g de
açúcares para crescer, 26,5 g de açúcares para manutenção e 15,4 g de
aminoácidos (MUTSAERS, 1976 citado por Beltrão & Souza, 2001).

O surgimento dos botões florais e a formação das flores são função do


crescimento vegetativo, devido ao aparecimento sucessivo de ramos frutíferos e
de pontos florais nos ramos existentes. É fator fundamental para o bom
rendimento do algodoeiro, o balanço entre o crescimento vegetativo e frutífero,
que é afetado pelas condições de ambiente, umidade e fertilidade do solo
(MAUNEY, 1961 citado por Beltrão & Souza, 2001).

O algodoeiro sofre impasses sérios em solos com problemas físicos,


naturais ou induzidos (mau uso) com zonas compactadas, pois a limitação no teor
de oxigênio do solo acarreta, “por si, sérios problemas no metabolismo das
plantas, além de interagir com outros fatores, como o crescimento da densidade
aparente do solo (TAYLOR & GARDNER, 1963 citado por Beltrão & Souza,
2001). Nos solos com drenagem interna, impedida por camada impermeável ou

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por lençol d’água superficial, a fase gasosa fica quase ausente e, assim, não
suporta a cultura do algodão, deve-se preferir solos de drenagem média a rápida
(VERDADE, 1965 citado por Beltrão & Souza, 2001).

O algodoreiro é muito sensível à presença do alumínio e exigente em


cálcio, sendo esse último fundamental para o desenvolvimento de suas raízes
que, sob condições químicas e físicas favoráveis, podem atingir mais de 2 metros
de profundidade com cerca da metade concentrada nos primeiros 60 cm.
( ROSOLEM, 2001)

A planta é moderadamente exigente em nutrientes e o solo deve ser bem


adubado para boas colheitas. A grande demanda de nutrientes pelo algodoeiro
ocorre a partir da época do aparecimento dos primeiros botões florais até a
formação dos primeiros capulhos, reduzindo-se proporcionalmente durante o
período de maturação.( ROSOLEM, 2001)

Um dos momentos críticos da cultura do algodão é a colheita, que requer


tempo seco e com sol para não prejudicar a qualidade das fibras e das sementes,
pois com umidade excessiva no ambiente a produção e sua qualidade ficam
comprometidas (STEWART, 1986 citado por Beltrão & Souza, 2001).

A planta do algodoeiro herbáceo é singular entre as mais de 300.000


espécies de plantas superiores conhecidas (...) tem vocação múltipla, produzindo
fibra, óleo e proteínas em quantidades elevadas e rentáveis, sendo uma das dez
culturas mais importantes do mundo, produzindo matéria prima, só de fibra, para
vestir quase metade da humanidade (BELTRÃO & SOUZA, 2001).

2.2. Calagem e adubação

O algodoeiro herbáceo é uma cultura exigente em nutrientes e requer um


ambiente envolvendo solo e clima propícios para seu pleno crescimento e
desenvolvimento, elementos fundamentais para a produção, que devem ser
harmonicamente selecionados para uma competição equilibrada de assimilados,
com o máximo de migração para as partes da planta relacionadas com a

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produção econômica da planta do algodoeiro, as fibras e as sementes, ou seja,
com o algodão em caroço (MEDEIROS, 2006).

O conhecimento da disponibilidade de nutrientes e da presença de


elementos tóxicos às plantas, através da análise química, é essencial para o
diagnóstico e para o eficiente manejo da fertilidade do solo. O sucesso das ações
definidas com base nos resultados de análise do solo depende de uma correta
amostragem, pois os valores analíticos determinados expressam o nível de
fertilidade da amostra e, portanto, não corrigem erros cometidos no processo de
obtenção da mesma (STAUT & KURIHARA, 2001).

O manejo da fertilidade do solo, envolvendo correção da acidez e


adubação, é um fator determinante da produtividade do algodoeiro (SILVA, 1999;
STAUT & ATHAYDE, 1999, citado por CARVALHO, 2004), porém deve ser feito
de maneira criteriosa, visando a máxima eficiência econômica e o equilíbrio com o
meio ambiente. O uso inadequado e excessivo de fertilizantes pode causar
desequilíbrios nutricionais que resultam em aumento da incidência de doenças e
pragas, afetam negativamente a produção e contaminam o meio ambiente,
prejudicando toda a sociedade. Uma adubação equilibrada deve levar em
consideração os resultados da análise de solos e de folhas, além do
conhecimento do histórico da área e da exigência nutricional da cultura. Para isso
é necessário que existam recomendações de adubação atualizadas, baseadas
em resultados experimentais. (CARVALHO, 2004)

Sugere-se, para cada hectare, retirar dez amostras em manchas


homogêneas a 0 cm - 20 cm de profundidade; em seguida, mistura-se e se
coloca-se o equivalente a 500 g em um recipiente, identificando-a com o nome da
propriedade e do proprietário, município, gleba, cultura anterior e cultura a ser
implantada e correções anteriores, encaminhando-a a um laboratório de solo
(MEDEIROS, 2006). Quanto à época de amostragem, é conveniente retirar
amostras com bastante antecedência do plantio, uma vez que a recomendação
de adubação e calagem depende dos resultados da análise do solo. (ARAÚJO et
al, 2003).

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A análise foliar é uma ferramenta essencial para a avaliação do estado
nutricional do algodoeiro que deve ser considerada como complementar à análise
do solo e nunca como substituta. Quando usada em conjunto com os resultados
de análise do solo e o histórico de uso da área, permite acompanhar o equilíbrio
nutricional das culturas, tendo-se a recomendação de adubação mais consistente.
(ARAUJO, 2003)

A época correta de amostragem é no período do florescimento, 80 a 90


dias após a emergência. Deve-se coletar a 5ª folha totalmente formada a partir do
ápice da haste principal, num total de 30 folhas por área homogênea.
Recomenda-se evitar folhas que apresentem danos causados por pragas e
doenças sintomas de doenças. Após a coleta, as folhas devem ser colocadas em
sacos de papel, identificadas e enviadas ao laboratório, se possível no mesmo
dia. (ARAUJO, 2003)

2.2.1. Correção da acidez

A calagem é prática usual na correção da acidez do solo. Porém, como os


materiais corretivos utilizados são pouco solúveis e os produtos da reação do
calcário têm mobilidade limitada, a ação da calagem normalmente fica restrita às
camadas superficiais do solo (Ritchey et al., 1982; Caires et al., 1998, citado por
ROSOLEM et al. 2003)

O manejo de solos ácidos com resíduos vegetais é uma importante


estratégia para diminuir a acidez, pois compostos orgânicos hidrossolúveis de
baixo peso molecular, liberados no período inicial da decomposição, colaboram
para a neutralização da acidez (Franchini et al., 1999). De acordo com Hunter et
al. (1995), a baixa fertilidade de um solo ácido pode ser corrigida tanto pela
calagem quanto pela adição do adubo verde, especialmente em solos de cargas
dependentes do pH.( ROSOLEM et al. 2003)

Segundo Araújo et al (2003), são vários os métodos usados para cálculos


da necessidade de calcário, sendo a mais usada para a cultura do algodão aquele
baseado na CTC e SATURAÇÃO DE BASES, o qual aplica a seguinte fórmula:

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NC (t/ha) = CTC*(V2-V1)/100

sendo:

NC = necessidade de calcário em t/há

CTC (cmolc/dm3) = capacidade de troca cátions do solo a pH 7,0 (Ca2+ +


Mg2+ + K+ + H+ +Al3+)

V2 = porcentagem de saturação por bases recomendada para a cultura


(Algodão: 60-70%)

V1 = porcentagem de saturação por bases atual do solo, calculada pela


fórmula: 100 * SB/CTC

SB = soma de bases trocáveis (Ca2++ Mg2++ K+, em cmolc/dm3).

As doses obtidas pelos diferentes critérios citados referem-se a calcário


com PRNT de 100%. Quando o PRNT do calcário disponível for diferente de
100%, deve-se corrigir a dose recomendada, utilizando-se a fórmula (STAUT &
KURIHARA, 2001):

Dose a ser aplicada (t.ha-1) = (dose recomendada * 100)/PRNT do calcário

Pesquisas recentes no MT têm indicado que a calagem para atingir valores


de saturação por bases (V%) entre 50 e 60%, além da neutralização do alumínio
trocável até 30 cm de profundidade, tem sido adequada para atingir boas
produtividades de algodão (acima de 300 @ ha).(Guia de adudação)

O calcário precisa ser incorporado com, no mínimo, dois meses de


antecedência ao plantio do algodoeiro. O ideal seria aplicar metade da dose
recomendada antes da primeira gradagem e da aração e o restante antes da
segunda gradagem. Quando não for possível a aplicação antecipada, seria
conveniente utilizar corretivos de menor granulometria ou mesmo calcinados. A
mistura com gesso aumenta a velocidade de percolação de bases e a correção da
acidez em profundidade sendo, no entanto, inadequada em solos pobres em
potássio. O efeito residual da calagem, no geral, é inversamente proporcional à
sua velocidade de ação, o que está ligado intimamente ao seu grau de finura. De
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qualquer modo, deve-se periodicamente proceder a nova análise química,
visando sempre manter a saturação por bases na faixa de 60 a 70%.(SILVA, et al;
1995)

A correção da acidez e dos teores tóxicos de Al na subsuperfície pode ser


feita com gesso agrícola. O seu uso é recomendado quando na camada
subsuperficial (20-40) a saturação por alumínio for superior a 20% e/ou a
saturação de cálcio for menor que 60% da CTC efetiva. De modo geral, a
quantidade de gesso (QG) a ser aplicada no solo pode ser calculada pela fórmula
(ARAÚJO et al, 2003):

QG (kg/ha) = 50 * %argila

Ou ainda:

Solos arenosos (< 15% de argila) Até 700 kg/ha

Solos de textura média (15 - 35% de Até 1.200 kg/ha


argila)

Solos argilosos (35 - 60% argila) Até 2.200 kg/ha

Solos muito argilosos (> 60% argila) Até 3.200 kg/há

Para o algodoeiro, sugere-se a observação das seguintes condições


destacadas por Medeiros et al. (2002) (citado por ARAÚJO et al, 2003):

I) Em solos argilosos, porém com baixos teores de potássio, a gessagem


pode ser efetuada desde que seja feita adubação com potássio.

II) Em solos argilosos com teores médios ou altos de potássio, o gesso


pode ser usado sem restrições.

III) A quantidade de gesso a ser aplicada não deve ultrapassar 1.500 kg/ha.

IV) O gesso pode ser usado como fonte de enxofre e nesse caso a
quantidade deve ser calculada para fornecer 20 a 30 kg/ha desse nutriente.

2.2.2. Adubação

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Para se fazer uma adubação equilibrada, é muito importante conhecer a
quantidade total de nutrientes extraídos, exportados (fibra e sementes) e quanto
retornou ao solo através dos restos culturais. Os teores de nutrientes no solo
devem ser manejados de modo a se construir sua fertilidade até os níveis
considerados altos ou adequados. Desse ponto em diante, a adubação deve
objetivar manter a fertilidade e o nível da produtividade alcançada (ARAÚJO et al,
2003).

A absorção de nutrientes pelo algodoeiro depende da variedade e das


condições pluviométricas ou de irrigação da região. G. arboreum é menos
exigente que G. hirsutum; os híbridossão mais exigentes que as variedades; as
variedades precoces e compactas são mais eficientes no uso dos nutrientes que
as variedades tardias. (SILVA, et al; 1995)

Malavolta (1987), citado por SILVERTOOTH (1992), estima que para uma
produção de 2.500 kg de algodão em caroço por hectare (G. hirsutum) a planta
extrai do solo, também por hectare, 156 kg de N, 36 kg de P 2O5, 151 kg de K2O,
40 kg de MgO, 168 kg de CaO, 64 kg de S, 2.960 g de Fe, 250 g de Mn, 116 g de
Zn, 120 g de Cu e 320 g de B.

2.2.2.1. Nitrogênio

O nitrogênio é o nutriente que o algodoeiro retira do solo em maior


proporção. Quando em doses adequadas estimula o crescimento e o
florescimento, regulariza o ciclo da planta, aumenta a produtividade e melhor o
comprimento e a resistência da fibra.

A resposta da cultura ao nitrogênio está estreitamente ligada à presença de


potássio no solo. Em solos bem supridos de potássio, observaram-se aumentos
médios significativos de 7, 4 e 3%, respectivamente, para peso de capulho, de
sementes e porcentagem de fibras (SILVA et al., 1974, citado por STAUT &
KURIHARA, 2001).

O cálculo para a recomendação de adubação nitrogenada pode ser feito


pela fórmula do Boletim Cerrados:

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Dose de N (kg/ha) = (RNC – SNS).f

Onde:

RNC – requerimento de N da cultura para determinada produtividade;

SNS – capacidade de suprimento de N do solo;

f = fator de eficiência do uso de N pela cultura que, em área bem


manejada, com sistema radicular profundo, pode ser considerado 1,33 (eficiência
de 75% no uso de N).

Ou então pode-se usar recomendações tabeladas com relação à


expectativa de rendimento, também pelo Boletim Cerrados.

Tabela 2. Em função da expectativa de rendimento da interpretação da


analise de solos para a cultura do algodão.

Expectativa de Nitrogênio na Nitrogênio na cobertura


rendimento semeadura

t.ha-1 Kg.ha-1 Kg.ha-1

3 15 40

4 25 70

5 25 100

6 25 130

Fonte: Adaptado de Souza & Lobato.

Aplicar 30 dias após a emergência, depois do desbaste.

Para doses superiores a 40 kg.ha-1, parcelar em duas vezes (30 e 50 dias


após a emergência) especialmente em solos com teor de argila menor que 15%.

Quantidade de N recomendadas podem ser reduzidas em 40% quando o


algodão for cultivado em área com baixo potencial de resposta a N, como por
exemplo áreas cultivadas com soja nos últimos 3 anos ou mais.

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Dosagens devem ser aumentadas em 20% em áreas com alto potencial de
resposta (Cerrados recém incorporados ao sistema de produção ou primeiros
anos de plantio direto)

2.2.2.2. Fósforo

O fósforo se concentra principalmente nas flores e frutos, sendo


considerado o principal responsável pela boa polinização e frutificação das
plantas. Tem função de proporcionar bom desenvolvimento do sistema radicular,
estimulando a formação e o crescimento das raízes, especialmente das
secundárias, que tem importante função na absorção de água e nutrientes
(STAUT & KURIHARA, 2001).

Esse nutriente é requerido em maiores proporções nos estádios iniciais. A


absorção máxima desse nutriente ocorre entre os 30 e 50 dias após a
emergência, com o pique de absorção se concentrando aos 40 dias, daí em
diante e até os 120 dias é absorvido em proporções moderadas, reduzindo-se a
exigência da planta somente depois dos 130 dias de ciclo (STAUT & KURIHARA,
2001).

A adubação com P assume a particularidade de aplicar uma quantidade


várias vezes maior do que aquela exigida pelas plantas, pois, antes de mais nada,
torna-se necessário satisfazer a exigência do solo, saturando os componentes
responsáveis pela fixação do P (NETO et al, 2001 citado por BAIACK, 2006).

Os solos da região do cerrado são naturalmente pobres em fósforo,


tornando-se oportuno fazer correções visando atingir níveis adequados ao
desenvolvimento das culturas. Há duas alternativas para a adubação corretiva: a
adubação corretiva total e a correção gradual. A adubação corretiva total é feita
de uma só vez com posterior manutenção do nível de fertilidade alcançado; neste
caso, o fertilizante deve ser aplicado a lanço e incorporado à camada arável,
visando corrigir maior volume de solo possibilitando, dessa maneira, maior
absorção de água e nutrientes pelas raízes. Esta prática permite melhor
desenvolvimento do sistema radicular logo no primeiro ano, porém a eficiência
diminui nos anos seguintes (CARVALHO et al., 2006).
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Quando não houver possibilidade financeira de se fazer a correção de uma
só vez, a opção é utilizar a adubação corretiva gradual. Essa prática consiste em
aplicar, no sulco de semeadura ou a lanço, uma quantidade de fósforo maior que
a indicada para a adubação de manutenção, de modo que, após alguns anos, se
alcance a disponibilidade de fósforo desejada no solo (CARVALHO et al., 2006).

Tabela 3. Rendimento potencial e interpretação da análise de solo para o P


extraído pelo método de Mehlich-1, de acordo com o teor de argila, para
recomendação de adubação fosfatada em sistema de sequeiro com culturas
anuais no cerrado.

Teor de Teor de P no solo


argila
Muito baixo Baixo Médio Adequado Alto

(%) mg dm³

≤ 15 ≤ 6,0 6,1 – 12,0 12,1 – 18,0 18,1 – 25,0 > 25,0

16 – 35 ≤ 5,0 5,1 – 10,0 10,1 – 15,0 15,1 – 20,0 > 20,0

36 – 60 ≤ 3,0 3,1 – 5,0 5,1 – 8,0 8,1 – 12,0 > 12,0

> 60 ≤ 2,0 2,1 – 3,0 3,1 – 4,0 4,1 – 6,0 > 6,0

Fonte: Adaptado de Sousa et al. (1987ª) e Alvarez V. et al. (1997) citado


por Sousa et al. (2002).

Tabela 4. Recomendação de adubação fosfatada corretiva total, de acordo


com a disponibilidade de fósforo e com o teor de argila do solo, em sistema de
sequeiro no cerrado.

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Teor de argila Adubação corretiva total

P Muito Baixo P Baixo P Médio

(%) _________________ kg/ha de P2O5______________________

≤ 152 60 30 15

16 – 35 100 50 25

36 – 60 200 100 50

> 60 280 140 70

1 Classes de disponibilidade de P no solo conforme a Tabela 1. 2 Para esta


classe textural, teor de (argila + silte) ≤ 15. Fonte: Adapatado de Sousa et al.
(2002).

Quando os teores de P no solo atingem níveis adequados ou altos


recomenda-se a adubação de manutenção, com base na quantidade do nutriente
extraído pela cultura e na expectativa de produtividade (CARVALHO et al., 2006).

Tabela 5. Recomendação da adubação de manutenção para culturas


anuais de acordo com a disponibilidade de fósforo para o cerrado.

Sistema

Disponibilidade de P no solo Sequeiro Irrigado

_______ P2O5 (kg ha-1 ano-1)________

Adequada 60-100 80-120

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Alta 30-50 40-60

Fonte: Adaptado de Sousa et al. (1987ª) citado por Sousa et al. (2002).

Outra forma de calcular a dose de fósforo de manutenção é pelo método de


Costa & Oliveira (1998).

Tabela 6. Níveis de interpretação de fósforo na análise de solo.

P (Mehlich 1)

Níveis Argilosoa Arenosob

mg.dm-3

Baixo <3,0 <5,0

Médio 3,1-8.0 5,1-11,0

Alto >8,0 >11,0


a
Para solo com teor de argila superior a 350 g.kg-1

b
Para solo com teor de argila inferior a 350 g.kg-1

Fonte: Adaptado de Costa & Oliveira (1998) citado por Staut & Kurihara
(2001).

Com os níveis fornecidos anteriormente, faz-se uma correlação com a


tabela seguinte:

Tabela 7. Doses de fósforo usadas na adubação de manutenção.

Fósforo

Níveis Argiloso (a) Arenoso (b)

kg/ha de P2O5

Baixo 90 60

Médio 60 40

Alto 30 20

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a Para solo com teor de argila superior a 350 g.kg-1

b Para solo com teor de argila inferior a 350 g.kg-1

Fonte: Adaptado de Costa & Oliveira (1998) citado por Staut & Kurihara
(2001).

Como fonte de fósforo, podem ser utilizados os adubos solúveis em água


(superfosfatos e fosfatos de amônio) ou em ácido cítrico (termofosfatos e fosfato
natural reativo). A escolha por uma destas fontes deve levar em consideração a
necessidade de outros nutrientes e a relação custo benefício, tendo em vista o
preço do produto e a diferença na qualidade da aplicação (STAUT & KURIHARA,
2001).

2.2.2.3. Potássio

De modo geral, recomenda-se que seja feita uma adubação corretiva para
atingir níveis adequados (Tabela 4) e adubações de manutenção para restituir a
quantidade exportada pela cultura (SOUZA e LOBATO, 2002). A adubação
corretiva pode ser feita de uma só vez, a lanço, ou anualmente, aplicando-se uma
quantidade maior do que a da adubação de manutenção até alcançar os teores
adequados no solo.

Quando os teores no solo atingem níveis adequados, é recomendada a


adubação de manutenção, considerando-se a quantidade de nutrientes extraídos
e exportados pela cultura, a expectativa de produtividade e os fatores que afetam
a eficiência de uso dos fertilizantes.

Considerando que o teor de K no solo esteja adequado (Tabela 3), a


Embrapa Cerrados (SOUZA e LOBATO, 2002) recomenda, para a adubação
potássica do algodoeiro, 40 a 100 kg ha-1 de K2O, dependendo da expectativa de
rendimento. A recomendação para Minas Gerais (RIBEIRO et al., 1999) é de no
máximo 130 kg ha-1 de K2O, quando a disponibilidade de K no solo é baixa,
considerando uma produtividade esperada de 2.500 kg ha-1. No Estado de São
Paulo, a recomendação máxima é de 120 kg ha-1 de K2O em solos com teores

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muito baixos de K e CTC maior que 6,0 cmolcdm-3, quando se espera
produtividades acima de 2.400 kg ha-1 (SILVA e RAIJ, 1996).

Tabela 8. Interpretação da análise do solo e recomendações de adubação


corretiva de K para culturas anuais conforme a disponibilidade do nutriente em
solos de Cerrado.

Teor Interpretação Corretiva Corretiva Gradual


de K Total

------ -------------kg de K2O/ha-----------


mg/kg------

CTC a pH 7,0 < do que 4,0 cmolc/dm3

≤15 Baixo 50 70

16 a 30 Médio 25 60

31 a 40 Adequado1 0 0

>40 Alto2 0 0

CTC a pH 7,0 ≥ do que 4,0 cmolc/dm3

≤25 Baixo 100 80

26 a 50 Médio 59 60

51 a 80 Adequado1 0 0

> 80 Alto2 0 0
1
Para solos c/ teores de potássio dentro dessa classe, recomenda-se uma
adubação de manutenção de acordo com a expectativa de produção.

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2
Para solos com teores de K dentro dessa classe, recomenda-se 50% da
adubação de manutenção ou da extração de K esperada ou estimada com base
na última safra.

Fonte: Adaptado de Sousa & Lobato (1996) citado por Vilela et al. (2002)

A adubação com potássio normalmente é recomendada para ser feita no


sulco, porém também pode ser feita a lanço, antes do plantio, sendo que em solos
com baixa fertilidade a aplicação no sulco pode ser mais viável economicamente.
Contudo, a aplicação de altas doses de potássio no sulco de plantio deve ser
evitada devido ao efeito salino pelo aumento do potencial osmótico e, em alguns
casos, para diminuir as perdas por lixiviação, principalmente nos solos com baixa
capacidade de troca. Por isso, as doses elevadas devem ser reduzidas no plantio,
e o restante da aplicação pode ser feito em cobertura e a lanço, no período de
maior exigência da cultura. Outro aspecto que deve ser considerado é o de que a
adubação tardia em cobertura a lanço em solos argilosos pode não ser eficiente.
(CARVALHO; 2004)

Silva et al. (1984) observaram, em experimentos conduzidos no Estado de


São Paulo, que quando não há deficiência de potássio, o modo de aplicação é
indiferente. Porém, em solos deficientes as melhores respostas foram obtidas
com o parcelamento, aplicando-se 1/3 ou 1/2 no plantio e o restante em cobertura
junto com a adubação nitrogenada. (CARVALHO; 2004)

2.2.2.4. Cálcio, Magnésio, Enxofre e micronutrientes

O cálcio tem papel importante no metabolismo do nitrogênio e no poder


germinativo das sementes. Elemento constitutivo da estrutura vegetal a qual
empresta solidez. Apesar de ser um nutriente bastante exigido pelo algodoeiro, o
terceiro nutriente em exigência, a deficiência de cálcio não é muito comum,
mesmo em solos ácidos ou arenosos (STAUT & KURIHARA, 2001).

O magnésio é pouco exigido pelas plantas. Considerando que a


disponibilidade de magnésio é satisfatória na maioria dos solos, a deficiência
desse nutriente não é muito comum. O algodoeiro absorve cerca de 75% da

17
quantidade total removida a partir do florescimento, sendo que 65%
aproximadamente é absorvido após a formação das maçãs (STAUT &
KURIHARA, 2001).

A principal fonte de magnésio é o calcário dolomítico. Contudo, em áreas


sem limitações por problemas relacionados à acidez do solo, o nutriente pode ser
suprido na forma de óxido ou pela aplicação de termofosfatos (STAUT &
KURIHARA, 2001).

O algodoeiro requer um suprimento contínuo de enxofre e em solos de


baixa fertilidade responde bem à aplicação desse nutriente. O máximo de
absorção ocorre em torno de 50 dias após a emergência, quando se concentra o
aparecimento de botões florais das plantas (STAUT & KURIHARA, 2001). O
suprimento de S normalmente é feito mediante as adubações nitrogenadas, com
sulfato de amônio (230 g de S.kg-1), e fosfatada, com superfosfato simples (110 g
de S.kg-1) (BORGES, 2007).

O boro é um dos mais importantes micronutrientes exigidos pela cultura do


algodoeiro. É essencial para a formação dos tecidos meristemáticos (STAUT &
KURIHARA, 2001). A adubação adequada regulariza o ciclo e o tamanho das
plantas, aumenta o peso médio dos capulhos e das sementes e melhoram certas
qualidades da fibra, como o comprimento e a maturidade (ROSOLEM, 2005).

Tabela 11. Doses de boro recomendadas para aplicação no plantio, em


função das análise de solo e foliar.

Classe de Boro Dose de B


disponibilidade Solo (a) Folha (b) recomendada

mg.dm-3 mg.kg-1 Kg.ha-1

Muito baixa <0,2 <20 1,0-1,2

Baixa 0,2-0,4 20-35 0,8-1,0

Média 0,4-0,6 35-50 0,5-0,8

Alta >0,6 >50 0

18
a
Extração por água quente e determinação pelo método colorimétrico com
azometina

b
Amostra da 5a folha, coletada na floração; extração por digestão via seca
e determinação com azometina H. Fonte: Silva & Carvalho (1994) citado por Staut
& Kurihara (2001).

O manganês apresenta deficiência quando o solo originalmente apresenta


baixo conteúdo deste nutriente ou após adição de quantidades muito elevadas de
corretivos de acidez do solo. Como a disponibilidade de manganês é bastante
relacionada com pH do solo, em condição de alta acidez pode se tornar tóxico
(STAUT & KURIHARA, 2001). Em geral, os solos do cerrado são bem supridos de
manganês (LOPES; COX, 1977 citado por GALRÃO, 2002).

O zinco pode apresentar problemas com o uso de elevadas doses de


calcário, e a utilização de solos neutros a alcalinos e a prática da calagem em
solos ácidos têm sido relacionadas como influentes fatores de disponibilidade do
micronutriente. Em solos ácidos corrigidos por calagem e adubação mineral, a
omissão do micronutriente chegou a deprimir em 28% a produção (STAU &
KURIHARA, 2001).

2.3. Adubos relacionados com a produtividade

Pesquisas recentes em Mato Grosso têm indicado que a calagem para


obter valores de saturação por bases (V%) entre 50% e 60%, além da
neutralização do alumínio trocável até 30 cm de profundidade, tem sido adequada
para atingir boas produtividades de algodão (acima de 300 @/ha);

Aplicações tardias de nitrogênio em cobertura (80 ou 100 dias após a


emergência) podem ter apenas efeito visual e prolongar o ciclo, sem proporcionar
aumento de produtividade;

Observando-se a curva de acúmulo de fósforo ao longo do ciclo do


algodoeiro, podemos considerar que, em solos tropicais, o uso de fontes de
fósforo com solubilidade total e gradual é prático e altamente vantajoso;

19
Aplicações de doses elevadas de potássio no sulco de semeadura (acima
de 60 kg/ha de K2O) devem ser evitadas, pois danificam a semente por salinidade
e aumentam a perda desse nutriente por lixiviação;

Dados da Fundação MT (2001) sugerem aplicação de 70 kg/ha de enxofre


para a obtenção de altas produtividades de algodão;

No Brasil, doses de boro acima de 2 kg/ha aplicadas no sulco de


semeadura têm apresentado problemas. Aplicações de boro no solo, por meio da
adubação de semeadura e complemento junto ao nitrogênio em cobertura,
proporcionam melhor produtividade do que a aplicação de boro foliar. Ainda, em
solos pobres em matéria orgânica, arenosos e em regiões com períodos de chuva
intensa, a fonte de boro mais indicada é a ulexita (8% B) que, por causa de sua
menor solubilidade, reduz perdas por lixiviação e mantém o suprimento na
floração.

3. MATERIAIS E METODOS

A metodologia para se executar o trabalho foi utilizar materiais encontrados


na internet, materiais disponibilizados em sala de aula, também foram
consultados livros que continham o assunto de interesse, essas ferramentas
propiciaram a elaboração dos cálculos de adubação, calagem, gessagem sendo
de suma importância para conclusão para o trabalho.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Época de plantio e de colheita com o ciclo da cultura

Para aplicação de calcário, será efetuada três meses antes da semeadura.


E o gesso aplicado um mês antes da semeadura, sendo nos dias 05/09/2009 e
05/11/2009 respectivamente.

A semeadura será efetuada com semeadora-adubadora no dia 05/12/2009


com a cultivar Nuopal, com emergência de 8 a 9 plantas por metro. Na
semeadura, será aplicadas as doses de fósforo no sulco, usando superfosfato
20
triplo (46 % de P2O5), e as doses de potássio, usado o cloreto de potássio, que
possui 60% de K2O, e nitrogênio, usado o sulfato de amônio, que possui 21% de
N, e junto da adubação de semeadura será aplicado boro . Em 15/01/2010 e
05/02/2010, será realizada a adubação de cobertura, aplicando-se as dose de
nitrogênio, fornecido como uréia. A colheita foi realizada em 16/07/2009.

4.2. CÁLCULOS

Para os cálculos da adubação, iremos utilizar a amostra abaixo.

Quadro 1. Amostra química do solo.

p p
H H P K K Ca+Mg Ca Mg Al H H+Al M.O
Amostra

H2 O CaCl2 mg/dm3 g/dm3


Cmol/dm³ g/dm³

0,00-0,20 5,00 4,20 1,00 50,00 0,13 2,45 1,52 0,93 1,20 3,76 4,96 20,14

0
0,20-0,40 4,80 4,00 1,30 32,00 1,83 1,20 0,63 1,60 2,76 4,36 5,37
,08

Zn Cu Fe Mn B S SB CTC V
Amostra
mg/dm3 cmolc/dm3 %

0,00-0,20 2,9 0,5 188,0 105,4 0,2 7,2 2,58 7,54 34,17

0,20-0,40 1,5 0,4 182,0 98,9 0,1 9,8 1,91 6,27 30,46

Areia Silte Argila


Amostra
g/kg

0,00-0,20 710,00 75,00 215,00

0,20-0,40 710,00 100,00 190,00

21
4.2.1. Correção da acidez

4.2.1.1. Calagem

NC (t/ha) = CTC*(V2-V1)/100

sendo:

NC = necessidade de calcário em t/ha

CTC (cmolc/dm3) = capacidade de troca cátions do solo a pH 7,0 (Ca2+ +


Mg2+ + K+ + H+ +Al3+)

V2 = porcentagem de saturação por bases recomendada para a cultura


(Algodão: 60-70%)

V1 = porcentagem de saturação por bases atual do solo, calculada pela


fórmula: 100 * SB/CTC

SB = soma de bases trocáveis (Ca2++ Mg2++ K+, em cmolc/dm3).

NC (t/ha) = 7,54*(70-34,17)/100 = 2,70 t/ha

Dose a ser aplicada (t.ha-1) = (dose recomendada * 100)/PRNT do calcário

Sendo:

PRNT do calcário: 86%

DA (t/ha) = (2,70*100)/86 = 3,14 t/ha

4.2.1.2. Gessagem

Como a saturação por alumínio é maior que 20% (ARAUJO et al.) há a


necessidade para o uso do gesso, na profundidade de 0,20 a 0,40m.

Saturação por alumínio (m) = (Al/CTCefetiva)*100

Sendo:

22
Al: concentração de alumínio na amostra em cmol/dm3;

CTCefetiva: SB+Al

m = (1,60/3,51)*100 = 45,58%

QG (kg/ha) = 50 * % argila

Sendo:

QG: quantidade de gesso em kg/ha;

%argila: porcentagem de argila na amostra.

QG (kg/ha) = 50 * 19,0 = 950 kg/ha

4.2.2 Nitrogênio

Para o cálculo da recomendação do nitrogênio, será feito com base na


expectativa de produção.

Tabela 2. Em função da expectativa de rendimento da interpretação da


analise de solos para a cultura do algodão.

Expectativa de Nitrogênio na Nitrogênio na cobertura


rendimento semeadura

t.ha-1 Kg.ha-1 Kg.ha-1

3 15 40

4 25 70

5 25 100

6 25 130

Fonte: Adaptado de Souza & Lobato.

A produção desejada será de 4 toneladas por hectare, correlacionando


com a tabela, para a semeadura teremos de aplicar 25 kg.ha -1 de N, e mais 70
kg.ha-1 na cobertura entre os 40 e 50 dias após germinação.

4.2.3. Fósforo
23
Pela tabela a seguir, obtêm-se a interpretação dos níveis de fósforo do
solo.

Tabela 3. Rendimento potencial e interpretação da análise de solo para o P


extraído pelo método de Mehlich-1, de acordo com o teor de argila, para
recomendação de adubação fosfatada em sistema de sequeiro com culturas
anuais no cerrado.

Teor de Teor de P no solo


argila
Muito Baixo Baixo Médio Adequado Alto

(%) __________________________mg dm-3 ____________________________

≤ 15 ≤ 6,0 6,1 – 12,0 12,1 – 18,0 18,1 – 25,0 > 25,0

16 – 35 ≤ 5,0 5,1 – 10,0 10,1 – 15,1 – 20,0 > 20,0


15,0

36 – 60 ≤ 3,0 3,1 – 5,0 5,1 – 8,0 8,1 – 12,0 > 12,0

> 60 ≤ 2,0 2,1 – 3,0 3,1 – 4,0 4,1 – 6,0 > 6,0

Fonte: Adaptado de Sousa et al. (1987ª) e Alvarez V. et al. (1997) citado


por Sousa et al. (2002).

O teor de P na amostra superficial é de 1,00 mg.dm-3, e o teor de argila é


de 21,5%, assim cruzando os dados obtemos um nível muito baixo de P no solo,
necessitando então de uma adubação corretiva.

Tabela 4. Recomendação de adubação fosfatada corretiva total, de acordo


com a disponibilidade de fósforo e com o teor de argila do solo, em sistema de
sequeiro no cerrado.

24
Teor de argila Adubação corretiva total1

P Muito Baixo P Baixo P Médio

(%) ________________kg/ha de P2O5 _________________

≤ 152 60 30 15

16 – 35 100 50 25

36 – 60 200 100 50

> 60 280 140 70

1
Classes de disponibilidade de P no solo conforme a Tabela 1. 2 Para esta
classe textural, teor de (argila + silte) ≤ 15.

Fonte: Adapatado de Sousa et al. (2002).

O nível de P muito baixo e o teor de argila mais silte ente 10 e 35, a dose
de P necessária é de 100 kg.ha-1 de P2O5. Essa adubação terá custo muito
elevado, então será parcelada em cinco anos, ou seja, 20 kg.ha -1 por ano,
somado com a adubação de manutenção.

Para a adubação de manutenção será usado o método de Costa & Oliveira


(1998).

Tabela 6. Níveis de interpretação de fósforo na análise de solo.

P (Mehlich 1)

Níveis Argiloso (a) Arenoso (b)

mg.dm-3

Baixo <3,0 <5,0

Médio 3,1-8.0 5,1-11,0

Alto >8,0 >11,0

a Para solo com teor de argila superior a 350 g.kg-1

b Para solo com teor de argila inferior a 350 g.kg-1


25
Fonte: Adaptado de Costa & Oliveira (1998) citado por Staut & Kurihara
(2001).

Tabela 7. Doses de fósforo usadas na adubação de manutenção.

Fósforo

Níveis Argilosoa Arenosob

kg/ha de P2O5

Baixo 90 60

Médio 60 40

Alto 30 20
a
Para solo com teor de argila superior a 350 g.kg-1

b
Para solo com teor de argila inferior a 350 g.kg-1

Fonte: Adaptado de Costa & Oliveira (1998) citado por Staut & Kurihara
(2001).

O nível de fósforo será considerado baixo, e para solo arenoso a adubação


de manutenção será de 60 kg/ha de P2O5, somada com a adubação corretiva
teremos uma dose de 80 kg/ha de fósforo.

4.2.4. Potássio

Primeiramente será obtido a interpretação do teor de K no solo da amostra.


A CTC a pH 7,0 é maior do que 4,0 cmolc/dm3, e o teor de K é de 50 mg/dm 3 que
corresponde a 50 mg/kg. Assim, de acordo com a tabela 8, a amostra apresenta
um teor de K médio, necessitando de uma adubação corretiva. Optando pela
corretiva gradual em seis anos, haverá um acréscimo de 10 kg.ha-1 por ano à
adubação de manutenção.

26
Tabela 8. Interpretação da análise do solo e recomendações de adubação
corretiva de K para culturas anuais conforme a disponibilidade do nutriente em
solos de Cerrado.

Teor de K Interpretação Corretiva Total Corretiva Gradual

-----mg/kg------ ------------kg de K2O/ha-----------

CTC a pH 7,0 < do que 4,0 cmolc/dm3

≤15 Baixo 50 70

16 a 30 Médio 25 60

31 a 40 Adequado1 0 0

> 40 Alto2 0 0

CTC a pH 7,0 ≥ do que 4,0 cmolc/dm3

≤25 Baixo 100 80

26 a 50 Médio 59 60

51 a 80 Adequado1 0 0

> 80 Alto2 0 0
1
Para solos c/ teores de potássio dentro dessa classe, recomenda-se uma
adubação de manutenção de acordo com a expectativa de produção.

2
Para solos com teores de K dentro dessa classe, recomenda-se 50% da
adubação de manutenção ou da extração de K esperada ou estimada com base
na última safra.

Fonte: Adaptado de Sousa & Lobato (1996) citado por Vilela et al. (2002)

Para a adubação de manutenção será usada outra metodologia, indicado


por Costa & Oliveira (1998) indicada na tabela 9.

Tabela 9. Níveis de interpretação de potássio (K) na análise de solo.


27
K+ trocável

Níveis Argilosoa Arenosob

cmolcdm-3

Baixo <0,15 <0,12

Médio 0,16-0,40 0,13-0,24

Alto >0,40 >0,24


a
Para solo com teor de argila superior a 350 g.kg-1

b
Para solo com teor de argila inferior a 350 g.kg-1

Fonte: Adaptado de Costa & Oliveira (1998) citado por Staut & Kurihara
(2001).

A amostra de solo apresenta 71% de fração areia, sendo classificado como


solo arenoso, o teor de K sendo 0,13 cmolc.dm-3, dá-se um nível médio. Com
esse nível obtido seguimos para a tabela 10, que com base nesse nível e na
textura do solo indicará uma recomendação de adubação de K.

Tabela 10. Doses de potássio usadas na adubação de manutenção.

K+ trocável

Níveis Argilosoa Arenosob

K2O (kg.ha-1)

Baixo 80 60

Médio 60 30

Alto 40 30
a
Para solo com teor de argila superior a 350 g.kg-1

b
Para solo com teor de argila inferior a 350 g.kg-1
28
Fonte: Adaptado de Costa & Oliveira (1998) citado por Staut & Kurihara
(2001).

A dose de K2O para manutenção recomendada é de 30 kg/ha, somando-se


com a adubação de correção, tem-se 40 kg.ha-1 por ano.

4.2.5. Boro

As doses de boro serão calculadas de acordo com o método de Silva &


Carvalho (1994), de acordo com a disponibilidade de B no solo.

Tabela 11. Doses de boro recomendadas para aplicação no plantio, em


função das análise de solo e foliar.

Classe de Boro Dose de B


disponibilidade Soloa Folhab recomendada

mg.dm-3 mg.kg-1 Kg.ha-1

Muito baixa <0,2 <20 1,0-1,2

Baixa 0,2-0,4 20-35 0,8-1,0

Média 0,4-0,6 35-50 0,5-0,8

Alta >0,6 >50 0

a Extração por água quente e determinação pelo método colorimétrico com


azometina H.

bAmostra da 5a folha, coletada na floração; extração por digestão via seca


e determinação com azometina H.

Fonte: Silva & Carvalho (1994) citado por Staut & Kurihara (2001).

A amostra uma disponibilidade baixa, a dose de B a ser aplicada será de


0,8 kg/há.

4.3.Custos da adubação

Tabela 6. Quantidade de insumos a utilizar

Produto % de % de % de Quantidade Preço(R$/ton Total(R$


29
N P2 O5 K 2O (Kg/100ha) ) )

Sulfato de 21 0 0 12.000 500 6.000,00


amônio

Uréia 45 0 0 15.500,00 900,00 13.950,0


0

Supertripl 0 41 0 17.800,00 650,00 11.570,0


o 0

Cloreto de 0 0 60 6.600 1400,00 9.240,00


potássio

Total 40.760,0
0

Tabela 7. Quantidade de Gesso e Calcário

Produto Quantidade(ton) Preço(R$/ton) Total(R$)

Gesso Agrícola 95 105,00 9.975,00

Calcário 300 100,00 30.000,00

Total 39.975,00

Tabela 8. Quantidade e preço dos micros

Produto Quantidade(Kg/100ha) Preço(R$/Kg) Total(R$)

Colemanita 450 35,00 15.750,00

Total 15.750,00

Tabela 9. Custo total de gastos na adubação

Operação Total

Macronutrientes 40.760,00
30
Micronutrientes 15.750,00

Gesso e Calcário 39.975,00

Total 96.485,00
Geral

4.4 Rentabilidade da Cultura

Levando em conta a produtividade esperada obtida através de revisão


literária o cultivo de 100 hectares de algodão herbaceo produzindo 260@/há irá
gerar um lucro bruto de R$ 988.000,00(novecentos e oitenta e oito mil reais),
sendo que o preço da arroba de algodão esteja aproximadamente R$ 38,00(trinta
e oito reais). Os gastos com a adubação alcançaram a casa de R$
96.485,00(noventa e seis, quatrocentos e oitenta e cinco reais).

5. CONCLUSÕES

Para a recomendação de calcário, será feita uma aplicação 3 meses antes


da semeadura de 3 t/ha do calcário calcítico Calpar.

A recomendação para neutralização do Al, será aplicado gesso agrícola ou


fosfogesso na dose de 950 kg/ha.

Para a adubação de plantio:

Para o nitrogênio que precisa de 25 kg.ha-1 será usado o sulfato de amônio,


que possui 21% de N, necessitando então de 120 kg.ha-1 de sulfato de amônio
aplicado no plantio.

Para o fósforo que precisa de 80 kg.ha-1 será usado o Superfostato Triplo,


que possui 46% de P2O5, necessitando então de 178 kg.ha-1 de Superfosfato
Triplo.

31
Para o potássio que precisa de 40 kg.ha-1, será usado o cloreto de
potássio, que possui 60% de K2O, necessitando então de 66 kg.ha-1 de KCl.

Junto a adubação de plantio será adicionado uma fonte de boro, já que há


necessidade de 0,8 kg.ha-1 desse nutriente, a fonte usada será usada a
colemanita (17% de B) que têm sido utilizadas em solos arenosos, visando
contornar possíveis problemas de lixiviação de boro (ROSOLEM, 2005). A dose
de colemanita será de 4,5 kg.ha-1.

Na adubação de cobertura para nitrogênio, na dose de 70 kg.ha-1 de N,


será usada uréia, que possui 45% de N, sendo aplicada numa dose de 155 kg.ha-1
de uréia, parcelada em duas aplicações, umas aos 30 dias após a emergência e
outra aos 50 dias após a emergência.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

32
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