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HISTÓRIA DA QUÍMICA

Olga Bagatin, Fernanda Ibanez Simplício, Silvana Maria de Oliveira Santin e Ourides Santin Filho

A rotação de luz polarizada é uma propriedade física importante apresentada por moléculas quirais. Ela serve, por exemplo,
para diferenciar pares de enantiômeros entre si, o que não é possível a partir de medidas clássicas de laboratório tais como
ponto de fusão e ebulição, densidade, índice de refração, solubilidade e outros. Este artigo faz uma abordagem acerca do
trabalho de Louis Pasteur sobre a rotação de luz polarizada por cristais e propõe um experimento simples que permite
visualizar de modo qualitativo a rotação da luz polarizada por uma solução de substância quiral, comparando-se o resultado
com aquele obtido em água e em solução de substância aquiral.


atividade óptica, luz polarizada, Louis Pasteur

Recebido em 17/11/03; aceito em 16/2/05

U
34 m entendimento mais significa- de arranjo espacial das moléculas e leitor a consulta dos excelentes tra-
tivo dos aspectos que envol- suas conseqüências. balhos sobre o assunto publicados
vem a Química Orgânica pas- É interessante notar que cada uma em um número dos Cadernos Temá-
sa, necessariamente, pela noção de das moléculas de um par de enantiô- ticos de Química Nova na Escola, em
isomeria óptica e por conceitos como meros pode exercer efeitos comple- especial aquele sobre fármacos e
isômeros ópticos, atividade óptica, luz tamente diferentes em um organismo quiralidade (Coelho, 2001), e ainda o
polarizada e outros. A importância vivo. Um exemplo trabalho de Lima
fundamental que substâncias optica- interessante é dado A importância fundamental (1997) bem como a
mente ativas assumem na constitui- pelo aspartame. que substâncias obra de Romero
ção e funcionamento dos seres vivos Uma de suas formas opticamente ativas (1998).
é explicitada, por exemplo, nos me- enantioméricas tem assumem na constituição e Pelo exposto aci-
canismos de ação enzimática (tipo sabor adocicado [a funcionamento dos seres ma, percebe-se que
chave-fechadura). Diversos outros forma (S,S)-aspar- vivos é explicitada, por é fundamental a ca-
exemplos podem ser colhidos no tame], enquanto seu exemplo, nos mecanismos racterização e sepa-
estudo de fármacos (Barreiro, 2001). enantiômero [a for- de ação enzimática ração de pares enan-
Existe uma série de substâncias ma (R,R)-aspartame] tioméricos. Entretan-
de mesma fórmula molecular, mas cu- tem sabor amargo (ver Esquema 1). to, métodos clássicos, tais como
jos arranjos espaciais dos átomos Também muitos medicamentos têm ponto de fusão, ponto de ebulição,
são tais que suas estruturas são rela- como princípio ativo apenas uma das solubilidade, índice de refração e
cionadas entre si como a imagem formas enantioméricas, cuja substitui- outras, não permitem sua diferencia-
uma da outra refletida num espelho, ção por aquela que é sua imagem ção e separação pois, para cada um
não sendo sobreponíveis. Estas duas especular pode levar ao desapare- dos enantiômeros individuais, estas
estruturas espaciais são conhecidas cimento da atividade biológica ou propriedades são idênticas. Por outro
como pares enantioméricos e cada mesmo trazer conseqüências dano- lado, cada enantiômero tem a pro-
uma delas é um enantiômero. Estas sas ao organismo. priedade de girar o plano da luz
espécies são isômeros entre si e, A discussão sobre as causas polarizada em direções opostas.
mais especificamente, são classifica- moleculares da rotação da luz polari- O uso de luz polarizada para estu-
das como estereoisômeros. É o cam- zada não será feita aqui, nem o deta- dar substâncias opticamente ativas e
po da Estereoquímica que se ocupa lhamento sobre a estereoquímica de enantiômeros iniciou-se com Jean
de estudar as diversas possibilidades compostos. Neste caso sugere-se ao Baptiste Biot e Louis Pasteur, cujos
trabalhos, em especial os deste últi-
Esta seção contempla a história da Química como parte da história da ciência, buscando ressaltar como o conhecimento mo, serão mais bem detalhados.
científico é construído. A polarização da luz foi observada

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colatado. No labo-
ratório de análise, o
produto passa pri-
meiro pela remoção
de gorduras. Depois
removem-se os co-
rantes e outros pos-
síveis componentes
Esquema 1. que podem afetar a
análise com luz
primeiramente por Malus em 1808 e líquido, mas é decorrente da estrutura polarizada, tais como flavorizantes,
por Huygens, ao estudar o compor- molecular em si; isto é, algumas mo- fibras e outros. Posteriormente proce-
tamento atípico da luz que atraves- léculas exibem atividade óptica. de-se à identificação dos açúcares
sava cristais de espato da Islândia O aparelho inventado por Biot para contidos na amostra (glicose, saca-
(uma das formas cristalinas do observar esses fenômenos, chamado rose ou outros) e, por fim, os mesmos
CaCO3). Em 1812, Jean Baptiste Biot de polarímetro (Figura 1), foi aperfei- são quantificados no sacarímetro. Um
observou que, quando luz polarizada çoado por Ventzke em 1842, que moderno polarímetro está mostrado
atravessava um cristal de quartzo adaptou um prisma de Nicol ao mes- na Figura 2: nota-se que a disposição
convenientemente cortado, seu plano mo, separando o feixe de luz em dois dos componentes ópticos não mu-
de polarização era rotacionado em componentes com polarizações per- dou muito desde os tempos de Biot.
um ângulo proporcional à espessura pendiculares entre si, aproveitando
do cristal. Ele observou também que somente um dos feixes de luz. Por fim, O trabalho de Pasteur
para alguns cristais a rotação ocorria Mitscherlich introduziu o uso de luz O tártaro, ou tartarato ácido de po-
para a direita e para outros a rotação monocromática nas observações. tássio, era há muito conhecido pelos
era para a esquerda. Interessado no O desenvolvimento técnico e co- vinicultores, pois, com a fermentação
fenômeno, Biot estudou-o mais a fun- mercial dos polarímetros ocorreu de do vinho, ele surge como um depósito
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do e percebeu efeitos similares quan- modo simultâneo na França e na Ale- no fundo dos tonéis. Também das
do a luz polarizada atravessava certos manha. O instrumento mostrou ser uvas conhecia-se o ácido tartárico, na
líquidos, como a terebintina e alguns um excelente aliado na análise de sua forma dextro-rotatória. Por volta
óleos naturais (extrato de limão e açúcares, em especial quando, em de 1820, Charles Kestner, fabricante
louro). Mas, o mais surpreendente é 1860, o governo da Prússia resolveu de produtos químicos, descobriu uma
que o mesmo efeito foi observado em taxar e controlar a qualidade do açú- forma de ácido tartárico que não
soluções alcoólicas de cânfora, de car refinado. Essa taxação foi rapida- causava rotação no plano da luz pola-
alguns açúcares e de ácido tartárico. mente adotada por outros países, rizada. Gay-Lussac chamou-a de
O que se constata nesses casos é elevando a importância estratégica da ácido racêmico (do latim racemus:
que não são apenas cristais ou lí- boa qualidade das análises. Foi Biot cacho de uva). Biot descobriu que
quidos puros que causam rotação da que construiu o primeiro polarímetro seus sais eram inativos sob luz pola-
luz, mas também soluções de algu- especializado na análise de açúcares, rizada.
mas moléculas, o que indica que o o sacarímetro. Basicamente ele é um Neste ponto entra o significativo
fenômeno não se deve à estrutura polarímetro comum, com escala indi- trabalho de Pasteur (Figura 3). Louis
cristalina ou a um arranjo especial do cando valores já corrigidos para Pasteur (1822-1895), foi aluno de Biot
percentual em massa de sacarose. e por ele foi incentivado a estudar
Aplicações modernas do
sacarímetro incluem espe-
cialmente a análise de ali-
mentos. As indústrias têm
que oferecer aos órgãos de
saúde pública, laudos técni-
cos da composição dos ali-
mentos que pretendem co-
locar no mercado. Amostras
destes são enviadas a labo-
ratórios credenciados que
procedem a diversas análi-
ses, entre elas de compo-
Figura 1: O polarímetro de Biot, utilizado
para observar rotação da luz polarizada sição e quantidade de açú-
por moléculas quirais. Cortesia Ècole cares no alimento. Conside- Figura 2: Um polarímetro moderno. Compare com o
Polytechnique; Paris. remos o caso de um acho- aparelho de Biot (Figura 1). Cortesia Quimis do Brasil.

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dextro, concentrando a solução com níveis.
o outro enantiômero (ácido l-tartá- Pasteur viu assimetria dextrógira e
rico). O segundo método decorreu da levógira em organismos vivos, pois
preparação de diversos tartaratos, estes produziam (nas uvas) e consu-
tanto de metais quanto de bases or- miam (nos fungos) apenas uma das
gânicas. Pasteur observou que a formas enantioméricas. Ademais, se-
solubilidade das formas dextro e levo res humanos e animais são assimé-
de tartarato de sódio, amônio e anilina tricos em seus órgãos internos e Pas-
eram idênticas, mas muito diferentes teur projetou essa assimetria para
no caso dos sais preparados com toda a natureza, incluindo as forças
bases orgânicas opticamente ativas, que atuavam no Universo. Ele argu-
tais como asparagina, quinina, quini- mentou que, mesmo sendo redonda,
dina, brucina, cinconidina e estri- a Terra não é superponível à sua
quinina. Suas solubilidades eram tão imagem especular, pois esta giraria
diferentes que serviram de base para em sentido contrário com relação ao
sua separação. O que de fato ocorre Sol. Tal idéia levou-o a projetar um
pode ser resumido no que segue: mecanismo para inverter a direção de
iluminação solar ao longo do dia
ácido d-tartárico + l-cinconidina →
sobre as plantas, no intuito de verificar
d-tartarato de l-cinconidina (sal dl)
se as mesmas produziriam a forma
Figura 3: Louis Pasteur. Cortesia Edgar
oposta de substância opticamente
Fahs Smith Collection. ácido l-tartárico + l-cinconidina →
ativa. Felizmente Pasterur abandonou
l-tartarato de l-cinconidina (sal ll)
materiais usando luz polarizada, en- esse estranho experimento para se
tre os quais o ácido tartárico e seus Conforme dito anteriormente, os dedicar mais intensamente ao seu
sais, facilmente obteníveis em alto dois ácidos, enantiômeros entre si, importante trabalho em Microbiologia,
36 grau de pureza na época. Pasteur são idênticos em muitas de suas sendo responsável por uma das
percebeu que, enquanto os cristais propriedades físicas e não podem ser maiores, senão a maior, revolução na
de sais de ácido tartárico produzidos separados pelos métodos clássicos, área de saúde pública: Pasteur
pela uva eram todos iguais, aqueles enquanto que os dois sais formados, descobriu que os micróbios são
provenientes do ácido racêmico eram chamados de diastereoisômeros, têm causadores de sérias doenças que já
de dois tipos diferentes. Pacientemen- propriedades físicas diferentes, co- tinham levado à morte centenas de
te, separou os cristais com o auxílio mo, por exemplo, sua solubilidade em milhares de pessoas no mundo todo.
de uma pinça e uma lupa e preparou água, podendo ser separados por Foi a partir do seu trabalho que se
soluções de cada um deles em sepa- recristalização. desenvolveram estudos da causa,
rado. Pasteur notou então que uma Os experimentos com os tartara- controle, prevenção e imunização
das soluções rotacionava a luz polari- tos claramente sugeriam uma estreita contra micróbios patogênicos, abrin-
zada num sentido e a outra o fazia correlação entre configuração mole- do as portas para a cura de inúmeras
em sentido contrário, e que a mistura cular, atividade óptica e estrutura doenças.
de soluções com iguais quantidades cristalina. Entretanto, A rotação da luz
dos diferentes cristais era inativa sob uma clara explicação Os experimentos feitos por polarizada pode ser
luz polarizada. Em 1848, Pasteur para essa proprie- Pasteur com os tartaratos facilmente observa-
demonstrou que o ácido tartárico dex- dade, manifestada claramente sugeriam uma da em soluções de
tro-rotatório (ácido d-tartárico) obtido por algumas subs- estreita correlação entre açúcares, particu-
pela separação dos cristais da tâncias, somente se- configuração molecular, larmente sacarose e
mistura racêmica era o mesmo que ria dada pelos traba- atividade óptica e estrutura dextrose, disponíveis
aquele já conhecido a partir de uvas lhos de van´t Hoff e cristalina. A explicação para no mercado com su-
(Pasteur, 1848). Le Bel (Coelho, isso só viria mais tarde ficiente grau de pure-
Pasteur continuou seus estudos 2001). pelos trabalhos de van´t za. Nos experimen-
com tartaratos e seus ácidos por mais O fato de existi- Hoff e Le Bel tos propostos abaixo
seis anos e desenvolveu dois outros rem compostos em pode-se usar peque-
métodos para resolver (separar) pares enantioméricos, distintos em nas lâmpadas adaptadas a um
isômeros opticamente ativos (Pasteur, rotacionar a luz polarizada em dire- soquete, ou ainda o retro-projetor ou
1861). Primeiro, ele descobriu que ções opostas, levou Pasteur a lidar mesmo uma pequena lanterna. Luz
quando o fungo Penicillium glaucum com a idéia de assimetria em toda a monocromática pode ser obtida com
crescia em solução nutriente conten- Natureza, em função dos dois tipos o uso de folhas de celofane coloridas.
do ácido racêmico, a solução torna- de cristais dos tartaratos, que se apre- Alternativamente pode-se usar uma
va-se gradativamente levo-rotatória. sentam como imagens especulares pequena caneta-laser, desde que se
O fungo consumia apenas a forma um do outro, sem serem sobrepo- tomem os devidos cuidados a fim de

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evitar incidência direta do feixe sobre perpendiculares ao eixo da proveta e
o olho. Em todos os casos recomen- ao feixe de luz. Eles devem ser presos
da-se o uso de um difusor sobre a com o uso das garras fixando-se seu
fonte de luz, que pode ser um lenço anel, mas permitindo sua livre rota-
de papel. ção. Use inicialmente uma fonte de
luz monocromática. Prepare soluções
Material e reagentes de açúcar em água e de glicerina em
• Suporte universal água (comece com cerca de 50% em
• Garras massa).
• Erlenmeyer de 200 mL
• Sacarose e dextrose Procedimento
• Glicerina (obtida em farmácias) Com a proveta inicialmente vazia
• Água destilada e a lâmpada acesa, mantenha o filtro
• Pequena balança inferior em posição fixa e gire o filtro
• Fonte de luz monocromática superior em torno de seu eixo perpen-
(pequenas lâmpadas coloridas, dicular. Observe. Ajuste o polarizador
de potência entre 20 W e 40 W, superior para que o brilho observado
adaptadas em soquetes e pron- seja máximo. A seguir, acrescente
tas para serem usadas em cor- água destilada. Observe se ocorre
rente elétrica). As lâmpadas algum efeito. Substitua por solução
podem ser substituídas por uma de glicerina e depois por solução de
caneta-laser. Recomenda-se, sacarose. Lave a proveta com água
entretanto o devido cuidado de, destilada entre cada solução. Em
em hipótese alguma, permitir todos os casos, gire o filtro superior
que o feixe direto do laser incida e observe o que acontece. Procure
sobre o olho humano. observar em especial se o ângulo de
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• Proveta de 100 mL com base rotação necessário para manter o Figura 4: Arranjo experimental para obser-
de vidro (se possível com fundo brilho máximo depende da substân- vação da polarização da luz por soluções.
bem plano), ou com base plás- cia em estudo. A fonte de luz pode ser uma lanterna
tica removível. A proveta pode pequena, uma lâmpada colorida, uma
ser substituída por um tubo de Resultados e discussão caneta-laser ou ainda o retroprojetor.
vidro ou mesmo de plástico (tipo A luz emitida pela fonte luminosa
cano de PVC) de dimensões não é polarizada. Ao passar pelo pri- gulo é encontrado mediante rotação
similares, fechado em uma das meiro filtro, ela sofre polarização em do filtro superior.
extremidades por uma placa de uma direção privilegiada, paralela ao É importante salientar que o ân-
vidro colada com cola de silico- eixo óptico do filtro (sugere-se que gulo de rotação provocado pela solu-
ne, certificando-se de que não seja perguntado ao professor de Fí- ção depende de uma série de fatores,
haja vazamentos. sica como determinar a direção do sendo os mais importantes:
• Dois filtros polarizadores, de eixo óptico de cada filtro). Com a pro- • poder rotatório óptico, inerente
diâmetro superior ao da proveta. veta vazia, a luz atravessa o ar e, co- a cada substância quiral, que é
Tais filtros podem ser encontra- mo este é opticamente isotrópico, a função de seus grupamentos
dos em lojas de materiais foto- direção de polarização da luz não atômicos e do arranjo espacial
gráficos. Neste trabalho foram varia. O feixe alcança então o segun- destes;
usados filtros com diâmetro de do filtro e este, com eixo óptico para- • temperatura;
55 mm. Os filtros giram em torno lelo ao primeiro, permite a passagem • concentração das substâncias
de um anel fixo, tornando fácil da radiação. O observador percebe, usadas;
sua utilização no experimento. então, brilho máximo. • espessura da amostra percor-
• Como fonte de luz branca su- O mesmo resultado (e pelas mes- rida pela luz;
gere-se o uso de um retroproje- mas razões) é obtido no caso da • Comprimento de onda (cor) da
tor, coberto com cartolina preta, água e da solução de glicerina. luz utilizada.
com fundo circular de diâmetro Por fim, com a solução de açúcar, A influência de cada um dos fa-
conveniente, ou mesmo uma o brilho se reduz. A condição de brilho tores acima mencionados pode ser
lanterna. máximo é restaurada quando se gira verificada facilmente, seguindo as su-
o filtro superior de um ângulo conve- gestões de experimentos dadas a
Montagem niente. Isto ocorre porque a solução seguir.
Monte o arranjo óptico conforme de açúcar, por conter moléculas qui- 1. Prepare soluções de mesma
mostrado na Figura 4, mantendo os rais, tem a propriedade de girar o concentração em quantidade de ma-
filtros polarizadores inferior e superior plano de polarização da luz. Esse ân- téria de sacarose e dextrose. Utilize o

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mesmo volume de cada uma delas
na proveta e verifique aproximada-
mente o ângulo de desvio da luz
polarizada em cada caso.
2. Prepare soluções de um dos
açúcares em diferentes temperaturas
(mantenha uma diferença de cerca
de 40 °C entre elas. Cuidado com o
aquecimento!). Compare os resulta-
dos obtidos.
3. Prepare soluções de diversas
concentrações (por exemplo, 10%,
30% e 50% m/m de açúcar em água).
Verifique em cada caso o efeito da
concentração sobre o ângulo de
rotação da luz.
4. Verifique o desvio da luz para
um volume de 20 mL de uma das
soluções e vá acrescentando alíquo-
tas de 20 mL na proveta, medindo o
desvio em cada caso.
5. Para uma única solução, subs- Figura 5: Cores observadas após a luz branca polarizada atravessar solução de sacarose
titua a lâmpada por outra, de outra 50% m/m, vistas pelo topo do arranjo experimental. Em cada caso, o polarizador supe-
cor, e verifique o desvio da luz. Alter- rior foi girado segundo certo ângulo.
nativamente, pode ser usada uma
lanterna ou o retroprojetor. Ambos obtidos usando-se uma solução de Olga Bagatin, licenciada em Química pela Faculdade
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são fontes de luz branca (ou quase), sacarose 50% m/m e o retroprojetor. de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas e es-
constituídas por radiação de diversos Para atenuar um pouco a luz, um pecialista em Química e suas Aplicações pela
Universidade Estadual de Maringá (UEM), é
comprimentos de onda (cores). lenço de papel foi colocado abaixo professora do Colégio Estadual Pinheiros do Paraná,
Neste caso o efeito observado é do polarizador inferior, sobre o vidro em Curitiba - PR. Fernanda Ibanez Simplício,,
bastante interessante. Como a luz é do aparelho. bacharel em Química e mestre em Química (Formu-
uma mistura de diversas cores, cada Para finalizar, sugere-se que o pro- lação de Fármacos) pela UEM, é doutoranda em
Química (Desenvolvimento de Fármacos) na Uni-
uma delas vai sofrer rotação segundo fessor de Química discuta a influência camp. Silvana Maria de Oliveira Santin (smoliveira@
um ângulo diferente. Girando-se de cada um dos fatores acima sobre uem.br), bacharel em Química Industrial pela
então o polarizador superior (anali- a rotação da luz polarizada. A inter- Unaerp, mestre em Química Orgânica pela USP e
sador), é possível observar diversas venção do professor de Física tam- doutora em Ciências (Química Orgânica) pela
UFSCar, é docente do Departamento de Química
cores, pois o ângulo de rotação de- bém é muito bem-vinda, para explicar
da UEM (DQI-UEM). Ourides Santin Filho
pende do comprimento de onda. As fundamentos da radiação e do (osantin@uem.br), bacharel em Química, mestre em
fotos na Figura 5 mostram o efeito espectro eletromagnético, bem como Química e doutor em Ciências (Físico-Química) pela
observado. Estes resultados foram processos de polarização da luz. USP, é docente do DQI-UEM.

Referências bibliográficas n. 3, p. 23-32, 2001. ROMERO, J.R. Fundamentos de


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2001 (disponível no endereço: http:// Reprints, n. 14, 1861. SOLOMONS, T.W.G. Química
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caderno_quimica_de_farmacos) peuvent exister entre la forme cristalline, Janeiro: Editora LTC, 2001. v. 1.
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Nova na Escola (Química de Fármacos), 459, 1848. 1996.

Abstract: Rotation of Polarized Light by Quiral Molecules: A Historical Approach with Classroom Work Proposal – The rotation of polarized light is an important physical property presented by quiral
molecules. It serves, for instance, to differentiate couples of enantiomers one from the other, which is not possible from classical laboratory measurements, since all the physical properties of these
substances are equal. This paper deals with the work of Louis Pasteur on the rotation of polarized light by crystals and proposes a simple experiment that allows visualizing the rotation of polarized
light by a quiral-substance solution in a qualitative way, comparing the result with the one obtained in water or in an aquiral substance solution.
Keywords: quiral molecules, polarized light, Louis Pasteur

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