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De que trata a linguística, afinal?

Marcelo Dascal e Borges Neto


A linguística, em uma primeira definição, poderia ser definida como o estudo cientifico
da linguagem humana. Porém isso não responderia completamente à pergunta "de que trata a
linguística?", pois existem diversas formas de abordar metodologicamente o objeto de estudo,
nesse caso a língua. E, apesar de a metodologia escolhida não modificar exatamente o objeto
estudo, ela vai modificar a forma como esse objeto vai ser analisado e a proposta de explicação
para o fenômeno estudado vai ser diferente também.
Historicamente falando, a linguagem foi abordada como objeto de estudo de diversas
formas, originando diversas teorias "linguistas". Isso deve por que, como em toda ciência, esses
estudiosos fizeram um recorte parcial do fenômeno analisado atribuindo-lhes explicações que
lhe parecessem mais coerentes, propriedades e vai estabelecer relações elas; com isso o objeto
deixa de ser um objeto observacional e passa a ser um objeto teórico. Por exemplo, limitando
o nosso objeto observável a linguagem, a Gramatica gerativa vai focar no enunciado em si, em
suas estruturas (forma); para John Austin, teremos o enfoque nos atos de fala assertivo
(função); e a Semântica Argumentativa veria o enunciado afirmativo como uma negação
polêmica (função). Mesmo objeto analisado, formas diferentes de analise, resultados
diferentes.
Temos um problema resultante disso, pois a definição do objeto teórico cria um mundo
particular da teoria, que é povoado pelos fenômenos e pelas entidades teóricas, que não se
confunde com o mundo observável. Isso gera um questionamento a respeito da natureza das
entidades. Seriam elas reais ou são apenas conceitos úteis sem nenhuma realidade?
Tradicionalmente, essas questões constituem o problema ontologico. Que tem sua
origem e respostas na filosofia medieval. As repostas encontradas tratam de descobrir a que na
realidade os nomes comuns, se esses nomes realmente nomeavam algo real, e foram três as
respostas achadas: a nominalista, para eles os termos/as palavras não correspondiam a nada no
mundo, era só nomes; a conceptualista, que admitiam a existências dos conceitos das coisas na
mente humana, que corresponderia a algo real, mas a existência desses conceitos está restrita à
mente das pessoas; a platônica, que acreditam que os conceitos existem, um objeto real só
existe por que participa de um desses conceitos. Para eles, o conceito vai existir mesmo sem
possuir uma manifestação física ou sem ser percebido por uma mente. Atualmente, temos as
ideias de Bloomfield, no tratante aos termos teóricos da linguística, no campo nominalista,
Sapir no conceptualista e Karl Popper no platonista.
Para Popper, nós vivemos em três mundos diferentes e relacionados entre si, o primeiro
mundo é o das coisas reais, físicas; o segundo corresponde à psicologia humana; e o terceiro é
o mundo das ideias, uma vez criados pela mente humana elas passam a ter uma existência
independente de qualquer coisa, de si por si.
As formas como o estudo da língua foram abordadas antes do século XIX foram: através
da lógica filosófica grega, as gramaticas de caráter normativo de prescritivo, as gramaticas
gerais, e o estudo da origem e evolução das línguas. No século XIX, começasse a pensar em
fazer linguística por meio da ciência e para isso era preciso criar leis de acordo com a
regularidade dos fenômenos e isso foi possível através da comparação entre as línguas e o seu
desenvolvimento. No século XX, porém, há uma insistência em delimitar um objeto que fosse
homogêneo, para isso, Saussure vai priorizar o formal e estabelecer dicotomias para validar a
totalidade do seu sistema, a langue. Chomsky também busca essa homogeneidade, ele busca
isso na noção de estrutura. Para Chomsky, é muito importante as estruturas que estão na mente
das pessoas, por isso ele valorizará a questão da aquisição da linguagem. Já para Labov, o
importante é o sistema comunicativo usado nas interações sociais e as variações linguísticas
causadas por esse sistema.
Resumindo, há três tendências no estudo da linguagem, são elas: a sistêmica, que se
aproxima do gerativismo; a "psicologizante", um pouco mais funcionalista; e a
"sociologizante", que se relaciona à sociolinguística.

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