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Sarita Leonel
Aloísio Costa Sampaio
ABACATE:
ASPECTOS TÉCNICOS DA PRODUÇÃO
L583a Leonel, Sarita
Abacate : aspectos técnicos da produção / Sarita
Leonel, Aloísio Costa Sampaio. – São Paulo :
Universidade Estadual Paulista : Cultura Acadêmica
Editora, 2008
239 p.
ISBN 978-85-98605-44-9
Reitor
Marcos Macari
Vice-Reitor
Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Chefe de Gabinete
Kléber Tomás Resende
Pró-Reitora de Graduação
Sheila Zambello de Pinho
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Marilza Vieira Cunha Rudge
Pró-Reitor de Pesquisa
José Arana Varela
Pró-Reitoria de Administração
Pró-Reitor
Julio Cezar Durigan
Secretaria Geral
Secretária Geral
Maria Dalva Silva Pagotto
COMISSÃO EXECUTIVA
APOIO TÉCNICO
Cecilia Specian
Ivonette de Mattos
José Welington Gonçalves Vieira
PROJETO GRÁFICO
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Abacateiro comercial
Segundo Maranca (1993), deve-se a Willians (1976), a classifica-
ção das variedades de abacateiro existentes em três raças, como ele as
chamou e continuam sendo assim conhecidas. O abacateiro apresenta
três raças comerciais: a Mexicana (Persea americana var. drymifolia),
Antilhana (P. americana var. Americana) e Guatemalteca (P. nubi-
gena var. Guatemalensis). Essa classificação é atualmente bem aceita,
embora todos também podem se referir ao abacateiro apenas como P.
americana Mill. Cultivares de abacate são em geral, híbridos entre as
espécies ou raças mexicana, antilhana ou guatemalense (Quadro 1).
Maranca (1993), salienta que a chave para diferenciar as três raças leva
em consideração o aroma emitido pelas folhas e outros caracteres do
abacateiro, como época de maturação dessas três raças.
A) As folhas, quando esfregadas, exalam cheiro de anis.
1. Árvore relativamente resistente ao frio; maturação dos frutos
em 6 a 8 meses depois do florescimento, dependendo do clima.
Fruto pequeno com casca fina, suave, lisa. Semente relativa-
mente grande.................................................. Raça Mexicana.
AA) As folhas, quando esfregadas, não exalam cheiro de anis.
2. Árvore menos resistente ao frio; maturação dos frutos em 10
a 15 meses depois do florescimento. Fruto de tamanho médio
a grande. Casca grossa e dura, superfície geralmente áspera.
20 • ABACATE
..................................................................................................
Raça guatemalteca.
3. Árvores ainda menos resistente ao frio; maturação dos frutos
em 6 a 8 meses depois do florescimento. Fruto de tamanho
médio a grande. Casca grossa, mas suave e com superfície li-
sa...............................................................................................
Raça antilhana.
QUADRO 01 – Outras características utilizadas para diferenciar
as três raças de abacateiro:
Antilhana Guate- Mexicana
malense
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.todafruta.com.br/todafruta/noticias_su.asp?menu=257
acesso em 15/03/2007.
ECOFISIOLOGIA DO ABACATEIRO
1 – INTRODUÇÃO
O abacateiro pertence à família Lauraceae, que compreende cerca
de 50 gêneros, sendo Persea o subgênero do abacate, com várias es-
pécies se aproximando do abacateiro comercial, este pertencente a
três espécies e variedades hortícolas que caracterizam as três raças: a)
Mexicana – Persea americana var. drymifolia; b) Antilhana – Persea
americana var. americana e c) Guatemalense ou Guatemalteca – Per-
sea nubigena var. guatemalensis.
As variedades comerciais são em geral híbridas dessas três espé-
cies. Essa diversidade genética confere ao abacateiro condições de
adaptação às mais variadas situações de clima e solo que superam as
de muitas outras frutíferas. Sob este aspecto, segundo Donadio (1992),
vale destacar a grande resistência ao frio que tem a raça mexicana,
enquanto a antilhana é considerada de boa adaptação à região tropical,
e a guatemalense é tida como intermediária. Quanto ao solo destaca-se
a maior adaptação da raça antilhana aos solos salinos, o que tem pos-
sibilitado o seu plantio comercial em áreas com estas características,
mediante o uso de porta-enxertos da raça ou de seus híbridos.
2.1 – Solo
O solo, através de suas características físicas, químicas e biológi-
cas, deve fornecer suporte adequado ao abacateiro, influindo direta-
1
Engenheiros Agrônomos. Pesquisadores da EPAMIG-CTSM. duartefilho@epamig.br
2
UNESP. Faculdade de Ciências Agronômicas. Departamento de Produção Vegetal. Setor Horticultura.
sarinel@fca.unesp.br
3
Engenheiro Agrônomo. SAA/CATI. Casa da Agricultura de São Manuel. ca.saomanuel@cati.sp.gov.br
26 • ABACATE
mente sobre o seu crescimento e produtividade. São importantes no
solo: a disponibilidade de água, de ar e de nutrientes. A água e o ar
dependem das condições físicas, e os nutrientes, das condições quími-
cas e biológicas.
Na seleção dos solos, devem ser observadas com prioridade as
condições físicas, que são difíceis de serem mudadas. As melhorias
químicas podem ser obtidas mais facilmente, através de calagem e
adubações.
Do ponto de vista das condições físicas, segundo Donadio (1992)
o abacateiro é uma das frutíferas mais exigentes em matéria de solo,
devendo estes terem boa drenagem e profundidade. Desta forma, solos
mistos, areno-argilosos e profundos são os mais indicados, devido à
sensibilidade desta espécie à asfixia, de maior ocorrência em solos
argilosos ou rasos com camada impermeável. Afora essas considera-
ções, são características importantes do solo a acidez (pH) e o nível
de umidade e salinidade, em relação aos quais o abacateiro é muito
sensível e exigente.
O índice de salinidade, medido pela condutividade elétrica, de até
2 mm hos/cm é considerado normal para a cultura, enquanto que aque-
les acima de 3 mm hos/cm pode causar problemas à planta, tais como
queima da ponta e bordos das folhas e queda da produção (Donadio,
1992).
Em muitas partes do mundo, o crescimento e a produtividade do
abacateiro são bastante prejudicados em solos com deficiência de oxi-
gênio resultantes da má drenagem dos solos, da compactação ou de
inundações na zona radicular (Schaffer, 2006). A privação total (ano-
xia) ou parcial (hipoxia) do oxigênio no solo provoca no abacateiro:
redução do desenvolvimento tanto do sistema radicular quanto da parte
aérea, murcha moderada a severa do caule e das folhas, abscisão de
folha e necroses nas raízes (Schaffer, Whiley, 2002).
O desenvolvimento vegetativo e reprodutivo do abacateiro e de
muitas outras plantas é diretamente proporcional à disponibilidade de
água no solo. Segundo Larcher (2000) a primeira e mais sensível res-
posta ao déficit hídrico é a diminuição da turgescência e, associada a
esse evento, a diminuição do processo de crescimento (particularmente
o crescimento em extensão). Essa resposta e muitas outras foram ob-
servadas no abacateiro por Chartzoulakis et al. (2002), que avaliando
ECOFISIOLOGIA DO ABACATEIRO • 27
o efeito do estresse hídrico sobre dois cultivares de abacateiro ‘Fuerte’
e ‘Hass’, observaram que o diâmetro do tronco de ‘Fuerte’ e ‘Hass’ foi
reduzido em 34 e 39%, respectivamente, após seis meses sob condições
de estresse. Além disso, esses mesmos cultivares apresentaram uma
redução significativa de 57 e 69% na área foliar total e de 63 e 80% na
massa seca total das plantas, respectivamente. Foi observado, também,
que plantas sob condições de estresse apresentaram folhas de tamanho
inferior e com menor peso específico e uma redução da biomassa das
raízes fibrosas em ambos cultivares, entretanto, com maior expressão
em ‘Hass’.
A faixa de pH ideal está entre 5 e 7. Solos com pH mais baixo de-
vem ser corrigidos via calagem, já solos com pH mais alto podem pro-
vocar deficiência de microelementos, especialmente de ferro, bastante
demandado pelo abacateiro (Donadio, 1992; Maranca, 1980).
De acordo com o relato de koller et al. (2002), deve ser tomado um
cuidado especial com o uso de solos compactados, com teor de argila
superior a 70%, mal drenados, ou em locais planos, onde na época das
chuvas o lençol freático aflora a menos de 2 m de profundidade, porque
essas condições de mau arejamento são propícias ao aparecimento da
doença gomose (Phytophthora cinnamomi). A doença se manifesta no
sistema radicular, causando o apodrecimento das radicelas, da casca
de raízes grossas e do tronco das árvores da região do colo, sendo o
controle difícil e caro. O mais aconselhável é o plantio em solos pro-
fundos, porosos e bem drenados.
2.2 – Clima
O abacateiro possui ampla capacidade de adaptação às condições
mais variadas de clima. Em que pese à variabilidade genética e sua
interação com o ambiente, os principais parâmetros climáticos que
exercem influência sobre o abacateiro são:
Temperatura
A temperatura do ar atua no processo de evapotranspiração, devido
ao fato de que a radiação solar absorvida pela atmosfera e o calor
emitido pela superfície cultivada elevam a temperatura do ar. O ar
aquecido próximo às plantas transfere energia para a cultura na forma
de fluxo de calor sensível, aumentando as taxas evapotranspiratórias.
28 • ABACATE
Além disso, a temperatura interfere na atividade fotossintética das
plantas, por que este fenômeno envolve reações bioquímicas, cujos
catalisadores, as enzimas, são dependentes da temperatura para expres-
sar sua atividade máxima (Larcher, 2000).
A temperatura, juntamente com a luminosidade, exerce forte in-
fluência no desenvolvimento reprodutivo do abacateiro, afetando prin-
cipalmente o florescimento em todas as suas fases, desde o processo
de dicogamia, verificada nesta espécie, até o processo da polinização e
da germinação do grão de pólen (Davenport, 1986, Sedgley e Annells,
1981; Donadio 1992).
Segundo Davenport (1986) temperaturas durante o dia de 20ºC
e a noite entre 5-15ºC promovem a indução floral do abacateiro. En-
tretanto, essa resposta é variável conforme o cultivar, em função da
sua descendência, segundo Wolfe et al. (1942), que observou que
abacateiros da raça antilhana não suportam temperaturas inferiores a
-4,4ºC e são injuriadas consideravelmente a -2,8ºC, enquanto a maio-
ria dos cultivares guatemalenses não suportam temperaturas abaixo
de 6,1ºC, e alguns cultivares mexicanos, muito resistentes, suportam
temperaturas inferiores a -7,7ºC.
A temperatura do solo exerce, também, influência sobre o desen-
volvimento do abacateiro e, da mesma forma, é variável conforme a
raça. Yusof et al. (1969) observaram que abacateiros jovens da raça
mexicana submetidos a três temperaturas de solo (21, 27 e 32ºC), apre-
sentaram diferenças significativas nos seguintes parâmetros: massa
fresca do sistema radicular, massa seca do caule e total e na altura
e circunferência do caule. Foi observado também que as diferentes
temperaturas influenciaram no status nutricional das folhas, pela maior
ou menor absorção de macro e microelementos.
De acordo com o relato de Bergh & Lahav (1996) um dos objetivos
do melhoramento genético do abacateiro é a seleção de cultivares tole-
rantes ao frio, visando à exploração econômica em regiões sujeitas a
geadas. Estudos já comprovaram que existe uma grande variabilidade
genética em relação à tolerância ao frio entre as raças e entre cultivares
dentro das raças.
Platt (1975) estabeleceu os limites de tolerância ao frio sob
condições da Califórnia/EUA para o cultivar Fuerte que foi de -2,8ºC.
Toohill & Alexander (1979) ponderaram que a fixação de limites exa-
ECOFISIOLOGIA DO ABACATEIRO • 29
tos de tolerância ao frio é de difícil demarcação, visto que os danos
causados a um cultivar são influenciados pelo grau e duração do frio e
pelas condições fisiológicas da planta no momento da ocorrência das
baixas temperaturas.
Em trabalho de pesquisa realizado por Soares et al. (2002), em
Capão Bonito/SP, avaliando a tolerância ao frio de diferentes cultivares
de abacateiro foi concluído que os cultivares Fuerte, Jumbo, Ermor e
Solano mostraram menor grau de injúria na copa. O cultivar Ermor foi
o mais afetado pelas baixas temperaturas em relação à queda de fru-
tos. Os autores indicaram os cultivares Fuerte e Solano para a região,
devido ao baixo nível combinado de danos apresentados (injúrias e
queda de frutos).
Radiação solar
A radiação solar absorvida pela cultura do abacateiro interfere no
ciclo vegetativo e no período de desenvolvimento do fruto, sendo de
grande importância para o crescimento, floração e frutificação, daí a
importância do manejo cultural, principalmente, em plantios muito
adensados. Em decorrência do hábito de crescimento vigoroso da
árvore, existe, geralmente, uma porcentagem relativamente alta de
folhas sombreadas, em comparação com folhas ensolaradas. Dessa
forma, grande parte das folhas localizadas no interior da copa recebe
baixos níveis de luz, diminuindo a disponibilidade de carboidratos
provocando, consequentemente, reduções no crescimento e produção.
Uma maior penetração da luz na copa, como resultado da realização
da poda, pode provocar um aumento significativo na produção, au-
mento no calibre dos frutos e melhora a execução das outras práticas
no pomar (Mena, 2005).
Umidade Relativa do Ar
A umidade do ar durante o ciclo do abacateiro é muito importante,
por favorecer o surgimento de doenças fúngicas. Quando altos valores de
umidade relativa estão associados a temperaturas elevadas, ocorre uma
maior incidência dessas doenças, tais como oídio e antracnose, provo-
cando danos econômicos, podendo, inclusive, inviabilizar a produção
comercial de frutos. Segundo Donadio (1992) as variedades antilhanas
são mais adaptadas a locais com alta umidade, ou seja, acima de 70%.
30 • ABACATE
Altitude
A altitude está geralmente associada à temperatura, exercendo,
desta forma, bastante influência sobre o ciclo produtivo do abacateiro
pela alteração da época de maturação das diferentes variedades de
abacateiro. No Estado de São Paulo, por exemplo, uma variedade pode
ser colhida com até três meses de diferença, se for plantada no norte
ou sul do estado, devido tanto ás variações de temperatura quanto a
esse parâmetro e a latitude.
Sentelhas et al. (1995), com base neste parâmetro e na latitude,
temperatura média do ar e a necessidade de graus-dia de cada vari-
edade (maturação precoce, meia-estação e tardia) determinaram as
zonas climáticas de maturação para os três grupos de variedades de
abacateiro no estado de São Paulo (Tabelas 1, 2 e 3). A determinação
das zonas de maturação é um parâmetro técnico de relevância para os
produtores de abacate, pois com base nele, poderão ser determinadas
às épocas de colheita, bem como poderá melhorar a sazonalidade da
oferta do produto no mercado, o que muito provavelmente acarretará
em melhores preços de venda para o produto.
ECOFISIOLOGIA DO ABACATEIRO • 31
Tabela 1 - Duração média estimada do subperíodo “florescimento
– maturação” (DFM), em dias, para variedades de abacateiro de matu-
ração precoce, em função da latitude e da altitude, no Estado de São
Paulo.
Alt. Latitude (graus)
(m) 20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0 24,5 25,0
50 97 102 106 110 114 119 123 127 132 136 140
100 106 111 115 119 123 128 132 136 141 145 149
150 115 120 124 128 133 137 141 145 150 154 158
200 124 129 133 137 142 146 150 154 159 163 167
250 133 138 142 146 151 155 159 163 168 172 176
300 142 147 151 155 160 164 168 172 177 181 185
350 151 156 160 164 169 173 177 181 186 190 194
400 160 165 169 173 178 182 186 190 195 199 203
450 169 174 178 182 187 191 195 199 204 208 212
500 178 183 187 191 196 200 204 208 213 217 221
550 187 192 196 200 205 209 213 217 222 226 230
600 96 201 205 209 214 218 222 226 231 235 239
650 205 210 214 218 323 227 231 235 240 244 248
700 214 219 223 227 232 236 240 244 249 253 257
750 223 228 232 236 241 245 249 253 258 262 266
800 232 237 241 245 250 254 258 262 267 271 275
850 241 246 250 254 259 263 267 271 276 280 284
900 250 255 259 263 268 272 276 280 285 289 293
950 259 264 268 272 277 281 285 289 294 298 302
1000 268 273 277 281 286 290 294 298 303 307 311
1050 277 282 286 290 295 299 303 307 312 316 320
1100 286 291 295 299 304 308 312 316 321 325 329
Fonte: Sentelhas et al. (1995)
Ventos
A presença de ventos constantes e fortes é prejudicial ao abacateiro
tanto do ponto de vista fitossanitário quanto fisiológico. O vento em
velocidade superior a 10 Km h-1 é prejudicial, favorecendo o surgi-
32 • ABACATE
mento de doenças e ácaros. Na fisiologia, a presença de ventos acelera
a evaportranspiração das plantas, aumentando o consumo de água e
em muitos casos, limitando a produção.
I – INTRODUÇÃO
1
Eng. Agrônoma, Mestranda pelo Departamento de Produção Vegetal-Horticultura, Faculdade de Ciências
Agronômicas/FCA/UNESP – Cx. P. 237 – CEP 18610-307 - Botucatu, SP – pitchagro@yahoo.com.br.
2
Docente do Departamento de Ciências Biológicas, FC/UNESP – Cx. P. 473 – CEP 17033-360 - Bauru, SP e
do Curso de Pós-graduação em Horticultura/FCA/UNESP – Botucatu, SP - aloísio@fc.unesp.br
38 • ABACATE
II – CARACTERÍSTICAS ALMEJADAS NAS VARIEDADES
Fortuna
É um híbrido antilhano, do grupo floral A, muito comum no Estado
de São Paulo, especialmente na região de Mogi-Mirim, aconselhado
pelo IAC (1972). Possui fruto grande e bonito, de formato piriforme,
pesando de 600 a 800 g (Donadio, 1987). O período de colheita varia
Principais variedades • 41
de maio a agosto, no entanto a Ceagesp (2007) cita que essa variação
é de fevereiro a junho e que a polpa do fruto é amarela sem fibras
e a casca é verde lisa, com espessura média. Como inconvenientes
possui sabor aguado, baixo conteúdo de óleo, que faz a fruta menos
conservável, pouca resistência à podridão do pé (Phytophtora spp) e
rápido envelhecimento. Apesar disso tem uma boa comerciabilidade,
alto rendimento (25 caixas/planta) e boa resistência à ferrugem (Ma-
ranca, 1980).
Sabendo da dificuldade de se conservar o fruto desse híbrido, Ger-
mano et al. (1996) estudaram o uso de dose de radiações gama do
Cobalto-60 e observaram que houve um prolongamento dos dias de
vida de prateleira quando os frutos foram irradiados com 75 e 100 Gy
e depois mantidos em condição ambientes.
Segundo Campos (1984) esse híbrido tem ótima aceitação no mer-
cado interno e boa produtividade, boa resistência às doenças e ao trans-
porte e alto rendimento de polpa. Tango et al. (2004) caracterizaram
frutos de variedades de abacateiro e observaram para esse híbrido um
alto rendimento de polpa (75,7%); 12,5% de caroço; 11,8% de casca e
24,3% de caroço e casca. Em relação à porcentagem de óleo apresentou
um valor baixo (5,9%) e um alto valor de umidade (87,2), não sendo
viável para extração de óleo.
Ouro verde
É um híbrido antilhano-guatemalense, do grupo floral A, que tem
ótima aceitação no mercado interno e boa resistência ao transporte
(Campos, 1984). O seu período de colheita varia de julho a setembro
(Donadio, 1987).
Possui fruto elíptico, pesando 500-700 g, alto rendimento de polpa
e média porcentagem de óleo (Donadio, 1987). Tango et al. (2004)
citam um alto rendimento de polpa (73,7%); 12,7% de caroço; 13,6%
de casca e 26,3% de caroço e casca. Em relação à porcentagem de óleo
apresentou alto valor (19,9%) e uma umidade de 70,4%, sendo estas
características viáveis para extração de óleo. A composição em ácidos
graxos foi de: palmítico - 18,3%, palmitoléico – 6,8%, esteárico: 0,5%,
oléico – 60,6% e linoléico – 13,2%.
Soares et al. (2002) estudando tolerância de cultivares a baixa tem-
peratura (-2,8ºC), em Capão Bonito, observaram que essa variedade
apresentou 65% de injúrias na copa.
44 • ABACATE
Dourado
É um híbrido antilhano-guatemalense, do grupo floral A, originário
de Arapongas-PR, que apresenta fruto orbicular, pesando 580 g, com
médio rendimento de polpa e média porcentagem de óleo. O período
de colheita ocorre de outubro a dezembro (Donadio, 1987). Segundo
Carvalho et al. (1983) as características mais marcantes desse híbrido
são a polpa de coloração amarelo forte, a relativa tolerância às baixas
temperaturas e a produção concentrada nos meses de outubro-novem-
bro, no norte do Paraná.
Carvalho et al. (1983) estudando algumas características físicas e
químicas dos frutos do abacateiro ‘Margarida’ e ‘Dourado’, no Norte
do Paraná observaram para o híbrido Dourado que o peso médio do
fruto foi de 580,34 g, no qual a polpa pesou 420,75 g (72,5%), o caroço
97,04 g (16,7%) e a casca 62,55 g (10,8%), ou seja, observou-se um
alto rendimento de polpa, diferente do que foi relatado por Donadio
(1987). A composição química da planta constituiu-se de 77,7% de
umidade; 1,70% de cinzas totais; 1,40% de proteína bruta e 16,10%
de extrato etéreo.
Margarida
É um híbrido antilhano guatemalense, do grupo floral B, originário
de Arapongas-PR. Segundo Carvalho et al. (1983) esse híbrido tem se
destacado pela tolerância às baixas temperaturas e pela época de matu-
ração tardia que, nas condições do Norte Paranaense, ocorre nos meses
de novembro e de dezembro. Soares et al. (2002) estudando tolerância
de cultivares às baixas temperaturas, observaram que essa variedade
apresentou 40% de injúrias na copa e 30% de queda dos frutos.
Possui fruto obvocado, pesando 750 g, com médio rendimento de
polpa e baixa porcentagem de óleo (Donadio, 1987). A casca é verde
rugosa, espessa e a polpa amarela sem fibras (Ceagesp, 2007). Car-
valho et al. (1983) observaram que o peso médio do fruto foi de 750,2
g, na qual a polpa pesou 572,36 g (76,3%), o caroço 119,46 g(15,9%) e
a casca 58,36 g (7,8%). A composição química da planta constituiu-se
de 76,3% de umidade, 1,30% de cinzas totais, 1,20% de proteína bruta
e 12,60% de extrato etéreo.
Principais variedades • 45
Reis
É um híbrido antilhano-guatemalense, do grupo floral B, cujo
período de colheita varia de agosto a setembro. Possui fruto piriforme,
com pescoço, pesando 700-800 g, com alto rendimento de polpa e
baixa porcentagem de óleo (Donadio, 1987).
Soares et al. (2002) estudando tolerância de cultivares à baixa tem-
peratura, observaram que essa variedade apresentou 40% de injúrias
na copa e 20% de queda dos frutos.
Campinas
É um híbrido antilhano-guatemalense, do grupo floral B, que pos-
sui fruto elíptico, pesando 600-700 g, alto rendimento de polpa e média
porcentagem de óleo. O período de colheita pode variar de setembro
a outubro (Donadio, 1987).
Soares et al. (2002), estudando tolerância de cultivares à baixa
temperatura, observaram que essa variedade apresentou 25% de in-
júrias na copa, porém elevada taxa de queda de frutos (80%).
Geada
É uma variedade da raça antilhana, do grupo floral B, cujos frutos
46 • ABACATE
são piriforme-elípticos, pesando 600-750 g, com alto rendimento de
polpa e baixa porcentagem de óleo. O período de colheita ocorre de
janeiro a fevereiro (Donadio, 1987), porém a Ceagesp (2007), cita esse
período como sendo de novembro a abril e comenta que o fruto tem a
polpa amarela com poucas fibras e a casca verde lisa, com espessura
fina.
Soares et al. (2002) estudando tolerância de cultivares às baixas
temperaturas, observaram que essa variedade apresentou quase 100%
de injúria na copa, devido ser da raça antilhana, ou seja, não suportar
baixas temperaturas.
Ryan
É um híbrido mexicano-guatemalense, pertencente ao grupo floral
B, de produção tardia. Apresenta má aceitação no mercado interno,
estando voltado mais para o mercado externo. Tem ótima produtivi-
dade; boa resistência às doenças e ao transporte; médio rendimento de
polpa e alta porcentagem de óleo (Campos, 1984).
Gómez Lopes (2002), caracterizando frutos de variedades de aba-
cate, na Venezuela, observou para o fruto peso de 146,46 g, altura de
8,48 cm e diâmetro de 5,92 cm. Apresentou 64,85% de polpa, 22,41%
de caroço e 12,74% de casca.
Breda
É um híbrido antilhano-guatemalense, do grupo floral A, que pos-
sui fruto de tamanho médio (400-600 g), elíptico, com casca lisa fina
e polpa amarela sem fibras. A época de produção é tardia, variando
de junho a dezembro. Apresenta um alto valor comercial, porém a
produção é alternante (Ceagesp, 2007).
Soares et al. (2002) observaram que essa variedade apresentou
100% de injúrias na copa, mostrando que esse híbrido apresenta mais
características da raça antilhana, do que guatemalense.
Principais variedades • 47
Pollock
Originou-se da Flórida/EUA e começou a propagar-se comercial-
mente no início do século, sendo ainda hoje uma das melhores varie-
dades antilhanas. O fruto é alongado, piriforme, grande, pesando de 0,5
a mais de 1 kg; é verde brilhante, com superfície lisa, polpa amarela,
semente grande, algumas vezes solta na cavidade. O conteúdo de óleo
na polpa é baixo, tendo cerca de 5% (Maranca, 1980).
Bleinroth (1978), Fersini (1975), Montenegro (1956) e Tango et
al. (1969/70) estudaram a caracterização de frutos e observaram que
os frutos pesaram 530,70 g, 890-1000 g, 775,2 g e 719,7 g, respectiva-
mente. Os mesmos autores também encontraram baixa porcentagem
de óleo, porém os valores variaram um pouco, na qual Fersini (1975)
observou 6,10%, Medina et al. (1978): 7,54%, Lucchesi e Montenegro
(1975): 7,90 e Tango et al. (1969/70): 13,40%. Os últimos autores em
2004 encontraram para essa variedade um valor mais baixo, quando
comparado às outras variedades (5,3%) e o valor mais alto de umidade
(87,9%), tornando-se inviável para extração de óleo. A composição em
ácidos graxos foi de: palmítico - 22%, palmitoléico – 8,6%, esteárico:
0,4%, oléico – 57,7% e linoléico – 13,1%.
Na Flórida é a variedade de maior precocidade de maturação
48 • ABACATE
(metade de julho a fins de setembro). No estado de São Paulo é uma
das cultivares mais importantes, pois amadurece em janeiro e feve-
reiro, com produções constantes.
A fruta resiste à refrigeração discretamente a 5,5ºC. Soares et al.
(2002) estudando tolerância de cultivares à baixa temperatura, obser-
varam que essa variedade apresentou 100% de injúrias na copa, sendo
pouco resistente.
Esta variedade confirmou sua elevada produtividade em pesqui-
sas realizadas na Venezuela (Maranca, 1980). Campos (1984), dis-
corda, citando que essa variedade tem pequena produtividade, ótima
aceitação no mercado interno, ótima resistência às doenças, regular
resistência ao transporte e alto rendimento de polpa. Bleinroth (1978),
Montenegro (1956) e Tango et al. (1969/70) obtiveram alto rendimento
de polpa, respectivamente: 80,4%, 80,9% e 78,7%. Tango et al. (2004)
também encontraram um alto rendimento de polpa, porém um pouco
mais baixo que os outros autores (73,1%); 12,8% de caroço; 14,1% de
casca e 26,9% de caroço e casca.
Waldin
É uma variedade antilhana, originária da Flórida, do grupo floral
A, que se pode alternar no plantio com a Pollock, coincidindo aproxi-
madamente o período de floração. No estado de São Paulo amadurece
em fevereiro-março e até em abril, com produtividade elevada e cons-
tante, sendo necessário às vezes fazer o raleamento para que os frutos
não fiquem pequenos demais e com defeitos. A fruta não resiste bem
à refrigeração (Maranca, 1980).
Tem fruto ovalado, mais curto e arredondado que ‘Pollock’, ca-
racteristicamente achatado de um lado na parte terminal, de tamanho
médio a grande, pesando 400 a 800 g; com casca suave, verde clara
a cinzenta amarelada, polpa amarela de bom aroma, semente média
a grande, quase presa à cavidade, conteúdo de óleo de 5 a 10% (Ma-
ranca, 1980). Gómez Lopes (2000), caracterizando frutos de varie-
dades de abacate, na Venezuela, observou para o fruto peso de 176,28
g, altura de 8,56 cm e diâmetro de 6,30 cm. Apresentou 63,63% de
polpa, 25,93% de caroço e 10,44% de casca. Em relação ao teor de
óleo, Medina et al. (1978) observaram um valor de 10,05%; Lucchesi
e Montenegro (1975): 10,0% e Tango et al. (1969/70): 6,9%. Tango et
Principais variedades • 49
al. (2004) também encontraram valor nesse intervalo (9,6%) e 81,7%
de umidade. A composição em ácidos graxos foi de: palmítico - 29%,
palmitoléico – 8,2%, esteárico: 0,4%, oléico – 47,0% e linoléico –
14,3%. Em relação à porcentagem de polpa, apresentou médio ren-
dimento (61,4%); 25,1% de caroço; 13,5% de semente e 38,6% de
casca e semente.
Simmonds
É uma velha variedade antilhana, do grupo floral A, originada da
Flórida. Possui o fruto grande, com formato elíptico e com casca verde
amarelada, lisa, atrativa, com polpa de excelente qualidade e produção
abundante, sem alternância anual (Maranca, 1980).
Segundo Campos (1984) tem boa aceitação no mercado interno,
boa produtividade, boa resistência às doenças, regular resistência ao
transporte, alto rendimento de polpa e baixa porcentagem de óleo. Ou-
tros autores também encontraram baixa porcentagem de óleo, porém
os valores variaram um pouco, no qual Medina et al. (1978) obser-
varam 3,86%, Lucchesi e Montenegro (1975): 6,60%, e Tango et al.
(1969/70): 10,20%.
Bleinroth (1978) observou que os frutos dessa variedade apresen-
taram peso médio de 400,40 g; 66,30% de polpa e 24,48% de caroço;
no entanto Tango et al. (1969/70) encontrou 551 g, 69,30% e 15%,
respectivamente. Em 2004, Tango et al. encontraram valores seme-
lhantes, nos quais observaram 71,8% de polpa; 14,7% de caroço;
13,5% de casca e 28,2% de casca e semente. Em relação à porcentagem
de óleo, apresentou um valor baixo (7,2%) e um alto valor de umidade
(84,0%), não sendo está característica viável para extração de óleo. A
composição em ácidos graxos foi de: palmítico – 26,3%, palmitoléico
– 10,3%, esteárico: 0,5%, oléico – 47,1% e linoléico – 14,0%.
Soares et al. (2002) estudando tolerância de cultivares à baixa tem-
peratura, observaram que essa variedade apresentou 100% de injúrias
na copa, mostrando a baixa resistência às baixas temperaturas.
Linda
É uma variedade guatemalense do grupo floral B, comum na zona
entre Limeira e Ribeirão Preto, assim com na de Valinhos, no estado
de São Paulo, amadurecendo de julho a agosto, com elevada produ-
50 • ABACATE
tividade. A fruta é de qualidade boa a excelente, com casca purpúrea
quando madura, de tamanho grande, com peso de 700-800 g, semente
pequena; a forma elíptica, a casca dura e lenhosa, a polpa sem fibra
(Maranca, 1980). Alguns autores, estudando o peso dos frutos, en-
contraram valores bem próximos ao intervalo acima, onde Bleinroth
(1978) verificou frutos pesando 853,50 g, Fersini (1975): 890-1000 g,
Montenegro (1956) e Tango et al. (1969/70): 641 g.
Segundo Campos (1984), essa variedade tem boa aceitação no
mercado interno, regular resistência às doenças, ótima resistência ao
transporte, alto rendimento de polpa e porcentagem de óleo. Bleinroth
(1978) e Montenegro (1956) observaram 73,3% de polpa, e Tango et al.
(1969/70): 65%. Em relação à proporção de caroço, Bleinroth (1978) e
Montenegro (1956) observaram valor de 13% e Tango et al. (1969/70):
25%. Tango et al. (2004) relataram que frutos apresentaram 69,6% de
polpa; 15,7% de caroço; 14,7% de casca e 30,4% de casca e semente.
Fersini (1975), observou frutos com 12,20% de óleo, Medina et al.
(1978): 7,54%, Lucchesi e Montenegro (1975): 12,30 e Tango et al.
(1969/70): 15,20%. Em 2004, Tango et al. (2004) encontraram 7,7% de
lipídeos e 86,2% de umidade, ou seja, inviável para extração de óleo. A
composição em ácidos graxos foi de: palmítico – 18,9%, palmitoléico
– 7,1%, esteárico: 0,4%, oléico – 58,8% e linoléico – 12,9%.
Wagner
É uma variedade guatemalense do grupo floral A, comum nas zo-
nas de maior altitude do estado de São Paulo, onde frutifica de agosto
a setembro. Apresenta porte alto, boa produtividade, fruto pequeno
arredondado, de polpa amarela, com bom aroma, casca corrugada de
cor verde, peso de 450 g, que permanece na árvore por muito tempo
(Maranca, 1980). Bleinroth (1978) encontrou frutos pesando 312,2 g;
Fersini (1975): 220-340 g, Montenegro (1956): 400,3 g e Tango et al.
(1969/70): 344 g.
Segundo Campos (1984) essa variedade tem má aceitação no mer-
cado interno, má resistência às doenças, ótima resistência ao trans-
porte, baixo rendimento de polpa e alta porcentagem de óleo. Blein-
roth (1978) observou frutos com rendimento de polpa de 59,55%,
Montenegro (1956): 67,44% e Tango et al. (1969/70): 62,70. Tango
et al. (2004) observaram 65,2% de polpa, 24,5% de caroço, 10,3% de
Principais variedades • 51
casca e 34,8% de caroço e casca. Em relação ao teor de óleo Fersini
(1975) observou 16,0%, Medina et al. (1978): 20,80%, Lucchesi e
Montenegro (1975): 18,70 e Tango et al. (1969/70): 24,80%. Tango
et al. (2004) encontraram nos frutos 20,6% de óleo e 71,6% de umi-
dade, sendo viáveis para a extração de óleo. A composição em ácidos
graxos foi de: palmítico - 23,2%, palmitoléico – 7,8%, oléico – 58,9%
e linoléico – 10,1%.
Prince
É uma variedade guatemalense, do grupo floral B, com fruto médio
de boa qualidade. A árvore é vigorosa, de boa e constante produtivi-
dade e apresenta a maior precocidade entre as variedades desta raça,
começando a amadurecer em julho. Prospera bem na região entre Ri-
beirão Preto e Limeira, no estado de São Paulo, em zonas frescas e
ventiladas, relativamente mais altas, sendo uma das mais importantes
no estado (Maranca, 1980).
Segundo Campos (1984), essa variedade tem boa aceitação no
mercado interno, regular resistência às doenças, ótima resistência ao
transporte, alto rendimento de polpa e porcentagem de óleo. Bleinroth
(1978) e Montenegro (1956) encontraram 74% de rendimento de polpa
e Tango et al. (1969/70): 69,30. Bleinroth (1978) encontrou como
peso dos frutos 825,9 g, Montenegro (1956): 669,16 g e Tango et al.
(1969/70): 551 g.
Collinson
É um híbrido guatemalense-antilhano do grupo floral A, aconse-
lhado pelo IAC (1972) e seguramente uma das melhores variedades
(Maranca, 1980). Amadurece no estado de São Paulo, em maio e junho.
O fruto é grande, com 600 g, ovalado, de casca lisa e coriácea, verde
brilhante (Maranca, 1980). Bleinroth (1978) observou frutos pesando
612,10 g, Fersini (1975): 560 g, Medina et al. (1978): 600 g, Monte-
negro (1956): 628,50 g e Tango et al. (1969/70): 458,3 g. È a única
variedade conhecida que não produz pólen, devendo ser plantada com
árvores dos grupos A e B. A produtividade é boa e constante, com polpa
de ótima qualidade, mas de difícil conservação (Maranca, 1980).
Em relação ao rendimento da polpa os autores encontraram eleva-
do rendimento, na qual Bleinroth (1978) encontrou 71,8%, Medina et
52 • ABACATE
al. (1978): 78%, Montenegro (1956): 78,5% e Tango et al. (1969/70):
66,3%. Tango et al. (2004) obtiveram 73,0% de polpa, 16,8% de caroço,
10,2% de casca e 27% de casca e semente. Com relação ao teor de óleo,
os autores encontraram média porcentagem de óleo, no qual Lucchesi
e Montenegro (1975) encontraram 13,00% e Tango et al. (1969/70):
11,50%. Tango et al. (2004) encontraram alta porcentagem de óleo
(21,2%) e 67,9% de umidade, sendo viável para a extração de óleo. A
composição em ácidos graxos foram: palmítico - 20,6%, palmitoléico
– 2,9%, esteárico: 0,7%, oléico – 63,1% e linoléico – 11,8%.
Fuchs
É também conhecida como Fuchsia, sendo difundida em São
Paulo. Pertence ao grupo floral A e tem fruto grande de 500 g ou 1
kg, em formato de pêra, com casca coriácea, fina, lisa, verde brilhante
(Maranca, 1980) e polpa amarela, com fibras. O período de colheita
varia de janeiro a março (Ceagesp, 2007).
Lula
É uma variedade criada na Flórida/EUA cerca de meio século
atrás, de uma semente de variedade guatemalense fertilizada por pólen
desconhecido. No estado de São Paulo proporciona alta produtivi-
dade, com maturação de maio a junho. É variedade do grupo floral A.
O freqüente odor de anis nas folhas, faz pensar que se trate de uma
variedade mexicana. O fruto é piriforme, geralmente com pescoço,
de médio tamanho, pesando de 400 a 700 g, casca lisa ou levemente
granulada, de cor verde clara, bonita. Polpa excelente, semente grande,
presa à cavidade; conteúdo de óleo de 6 a 15% (Maranca, 1980). Ou-
tros autores também encontraram esse intervalo, entre os quais Hulme
(1971) observou 13,6% de óleo e Medina et al. (1978) 16,6%.
A fruta se presta bem para refrigeração. O inconveniente desta
variedade é a susceptibilidade à verrugose das folhas e frutos (Maran-
ca, 1980). Gómez Lopes (2002) caracterizou frutos de variedades de
abacate, na Venezuela e observou que o peso dos frutos foi de 336,84
g, com altura de 13,16 cm e diâmetro de 7,88 cm. Apresentou um ren-
dimento de polpa de 55,68%, 31,77% de caroço e 12,54% de casca.
Principais variedades • 53
Puebla
É uma variedade mexicana, do grupo floral A, que amadure em
janeiro-fevereiro, com fruto médio de boa qualidade, ovalado, pesando
150 a 350 g, polpa amarela de bom aroma. Pode desenvolver-se em
zonas mais frescas dos estados sulinos (Maranca, 1980). Fersini (1975)
observou alta porcentagem de óleo (19,5%) e Medina et al. (1978) mé-
dia (10,8-11,9%). Gómez Lopes (2000), caracterizando frutos de va-
riedades de abacate, na Venezuela, observou que o fruto pesou 106,96
g, com altura de 7,90 cm e diâmetro de 4,72 cm. Apresentou 63,23%
de polpa, 26,00% de caroço e 10,78% de casca.
Gottfried
É outra variedade mexicana, do grupo floral A, cujo amadureci-
mento vai de dezembro a fevereiro. Possui fruto de casca purpúrea,
polpa amarela, fruto grande, com peso variando de 250 a 500 g (Ma-
ranca, 1980).
Booth 8
É uma variedade originária da Flórida/EUA em 1920, difundida
em muitos países latino-americanos com sucesso. Apresenta árvore
vigorosa de porte aberto, com enorme produtividade. A alternância
da produção é freqüente, como conseqüência da excessiva carga. Os
frutos aparecem em grupos; são oblongo-ovalados, pequenos a médios,
pesando desde 250 até 800 g; casca mais ou menos verde, um pouco
áspera, espessa e de consistência lenhosa; polpa creme claro, semente
de médio tamanho, presa a cavidade; teor em óleo de 6 a 12%. A
fruta resiste moderadamente à refrigeração. Nascida de uma semente
de variedade guatemalense, provavelmente polinizada por variedade
antilhana, é do grupo floral B (Maranca, 1980).
Itzamna
É uma variedade guatemalense, do grupo floral B, hoje pouco di-
fundida no Brasil, ao contrário de muitos outros países do continente.
No estado de São Paulo, amadurece em agosto-outubro, isto é, mais
tarde que as outras variedades guatemalenses, sendo considerada como
uma das variedades mais tardias, com fruto de excelente qualidade.
Tais características poderiam fazê-la merecedora de maior difusão,
54 • ABACATE
futuramente no país; porém deve-se observar seu comportamento em
relação às doenças, fator que limitou sua extensão em países onde foi
cultivada em condições ecológicas não ideais (Maranca, 1980).
Segundo Tango et al. (2004) encontraram baixo rendimento de
polpa (58,3%), 19,7% de caroço, 22,0% de casca e 41,7% de caroço
e casca. Apesar disso apresentou alta porcentagem de óleo (20,7%)
e 69,2% de umidade, sendo viável para a extração de óleo. A com-
posição em ácidos graxos foi de: palmítico – 24,2%, palmitoléico –
5,8%, esteárico: 0,4%, oléico – 47,3% e linoléico – 21,2%. Tango et
al. (1969/70) e Medina et al. (1978) encontraram valores menores,
14,5% e 7,4%, respectivamente.
Princesa
É uma variedade antilhana, do grupo floral A, difundida na zona
de Limeira, juntamente com ‘Linda’ e ‘Simmonds’, amadurecendo em
março, com produtividade constante (Maranca, 1980).
Taylor
É considerada uma das melhores variedades guatemalenses, do
grupo A, de boa produtividade, com fruto pequeno. Amadurece em
agosto. Seu comportamento deve ser estudado em cada região, para
polinização da variedade Linda, que começa sua floração um pouco
mais tarde, prolongando-se quinze dias ou mais depois de terminada
a das outras variedades do grupo A. O fruto é piriforme, um pouco
ovalado, pesando de 350 a 500 g, com casca verde escura granulada,
polpa amarela, semente média, presa à cavidade, médio conteúdo de
óleo, de 12 a 17%. Hulme (1971) e Lucchesi e Montenegro (1975) ob-
servaram o mesmo (12%). O sabor e o aroma são excelentes (Maranca,
1980). Fersini (1975) observou frutos pesando 350-500 g, Medina et
al. (1978): 370 g, Montenegro (1956): 370,3 g. Em relação ao rendi-
mento da polpa, observou valor médio, na qual, Medina et al. (1978)
e Montenegro (1956) encontraram 66,2% de polpa. A árvore produz já
nos primeiros anos de plantio, mas a carga não é sempre constante. A
preferência desta variedade é para clima mais ameno, cujo fruto resiste
bem à conservação refrigerada. Sua difusão ficou um pouco limitada
devido a se adaptar em ambientes mais frios (Maranca, 1980).
Principais variedades • 55
2 – Variedades para exportação
Fuerte
É um híbrido guatemalense-mexicano, exigente em clima mais
ameno e localização com altitude elevada. É aconselhado oficialmente
no estado de São Paulo, com fruto de polpa manteigosa excelente e
aromática. O inconveniente, que está limitando sua área de difusão é
a produção alternada, com anos de carga reduzida. Apesar de ser do
grupo floral B, a plantação alternada com outras variedades pode ser
freqüentemente dispensada, em condições climáticas normais, pois
esta variedade consegue freqüentemente autopolinizar-se. É também
a variedade mais difundida em Israel (Maranca, 1980).
A casca é flexível, elástica, de cor verde, sem brilho. A polpa não
possui fibras, mas é firme. A semente tem tamanho pequeno a médio,
cônica e aderente à polpa. O fruto é facilmente descascável e resistente
ao transporte. Registra-se nesta variedade a tendência à produção de
frutos sem sementes, pequenos, de pouco ou nenhum valor comercial
(Donadio, 1995).
Hass
É um híbrido guatemalense-mexicano, com acentuada predo-
minância da primeira. Surgiu na Califórnia/EUA na década de 20. É
mais suscetível ao frio que a Fuerte, principalmente na época de flo-
ração. É sensível a baixa umidade, sobretudo onde há ventos quentes
e secos, que dessecam as flores e folhas jovens, fazendo-as cair. Pro-
duz flores em grande quantidade, tendendo muitas vezes à excessiva
frutificação, com reflexo negativo no seu tamanho médio. É em geral,
muito produtiva e apresenta a interessante característica de reter fruto
na planta mesmo depois de atingida a maturação comercial, por isso
pode ser colhida durante longo tempo (Donadio, 1995).
O fruto é oval-piriforme, de casca grossa e rugosa, resiste bem
ao transporte. Tem cor verde, que escurece na maturação, chegando
ao violáceo-escuro. É facilmente descascável, pesa de 180 a 300 g
e tem uma polpa de excelente qualidade, sem fibras. O teor de óleo
é de 20% em média, indo de 18 a 22%, embora seja colhido com o
mínimo de 8 a 10%, para fins de exportação, na África do Sul e nos
Estados Unidos (Donadio, 1995). Tango et al. (2004) verificaram em
seu experimento alta porcentagem de óleo (31,1%) e 57,2% de umi-
dade, podendo ser feita à extração de óleo. A composição em ácidos
graxos foi de: palmítico – 24,5%, palmitoléico – 13,3%, esteárico:
0,3%, oléico – 47,7% e linoléico – 14,2%.
A semente é pequena, esférica e aderente à polpa. Em Bauru/SP
esta variedade é colhida para exportação de junho a setembro. Mais
tarde, portanto, que a Fuerte. Guill e Gazit (1991) indicam como po-
linizador mais eficiente, nas condições de Israel, a variedade Ettinger
58 • ABACATE
plantada até 18 m de distância, que resultou na produção de 17 a 20 t/
ha. Esta caiu para 8-10 t/ha com o plantio do polinizador a 50 m, e a
menos de 5 t/ha com outros polinizadores.
Segundo Campos (1984) essa variedade tem má aceitação no mer-
cado interno, ótima produtividade, boa resistência às doenças, ótima
resistência ao transporte e alto rendimento de polpa. Tango et al. (2004)
também observaram alto rendimento de polpa (67,5%), 19% de caroço,
13,5% de casca e 32,5% de caroço e casca.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GAZIT, S. Pollination and fruit set of avocado. Proc. First Int. Tro-
pical Fruit Short Course: The Avocado, Flórida, p. 92-95, 1976.
1
Engenheira Agrônoma. Mestranda em Horticultura pela UNESP/FCA/Botucatu
2
Docente do Departamento de Ciências Biológicas, FC/UNESP – Cx. P. 473 – CEP 17033-360 - Bauru, SP
e do Curso de Pós-graduação em Horticultura/FCA/UNESP – Botucatu, SP - aloísio@fc.unesp.br
66 • ABACATE
2. Propagação do Abacateiro por Enxertia
A propagação do abacateiro por enxertia é o método empregado
comercialmente pelos viveiristas. Este método consiste basicamente
na obtenção dos porta-enxertos através de sementes e na posterior
enxertia dos cultivares copa. A seguir, são descritas as etapas para a
obtenção da muda de abacateiro por enxertia.
2.2. Semeadura
O método da semeadura consiste na utilização de sacos plásticos
medindo 20 cm de diâmetro por 40 cm de altura ou também, pode
ser realizada no campo plantando os porta enxertos no espaçamento
de 1,00 x 0,30 m. Neste caso, as sementes devem ser semeadas em
canteiros de areia em condições semelhantes às utilizadas para forma-
ção de mudas em sacos plásticos e, após a germinação das sementes,
as plantas são transplantadas para o viveiro. Este tipo de plantio não é
aconselhável por ser difícil de retirar a planta do chão para posterior-
propagação do abacateiro • 67
mente colocá-las em jacazinhos ou embalagens semelhantes, neces-
sitando de um maior tempo de aclimatação, pois o corte das raízes
realizado durante o arranquio da muda causa um traumatismo muito
grande e, pode existir contaminação das raízes com o fungo causador
da podridão das raízes (Zaccaro, 2003).
Tempo de
imersão Concentração AIB (mg L-1)
0 500 1000 2000 4000
5 segundos 22,5 A d 47,5 A a 37,5 A b 32,5 A c 30,0 A c
24 horas 27,5 A a 0,0 B b 0,0 B b 0,0 B b 0,0 B b
C.V. (%) 17,24
(1) Médias seguidas de mesma letra maiúscula, na coluna,e minús-
cula, na linha, não diferem significativamente entre si, ao nível de 5%
de probabilidade, pelo teste de Scott-Knott.
4. Micropropagação do Abacateiro
A micropropagação através da proliferação de ápices caulinares
e gemas axilares são os processos mais utilizados para multiplicação
“in vitro” de plantas, por ser um método de propagação vegetativa que
apresenta grande estabilidade genética (Amato, 1977; Krikorian, 1991
citados por Biasi et al., 1994).
Em abacateiro este método foi utilizado visando a propagação ve-
getativa de porta enxertos necessária para a manutenção de caracterís-
72 • ABACATE
ticas importantes como a resistência à salinidade e à podridão de raiz.
No entanto, os resultados apesar de promissores, ainda não permitem
a utilização do processo em escala comercial (Biasi, et al., 1994).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sarita Leonel1
Jaime Duarte Filho2
Ronaldo Simões Grossi3
1 – Planejamento do pomar
Para a instalação e condução de pomares de abacateiro, vários
aspectos devem ser considerados visando o sucesso do empreendi-
mento, uma vez que a cultura, de caráter perene, uma vez instalada,
deverá permanecer na área por vários anos. Os abacateiros começam
a produzir comercialmente aos 4 anos de idade e a produção comercial
com retorno econômico começa a partir do 8º – 10º ano. Além disso,
é importante salientar que quanto mais favoráveis forem as condições
para o crescimento e desenvolvimento das plantas, melhor e mais
rápido será o retorno financeiro do empreendimento.
Somado a isso, um estudo e posterior planejamento econômico
do capital a ser investido, que envolve os custos para a instalação e
manutenção da cultura são muito importantes e devem ser feitos ini-
cialmente. O mercado consumidor do produto deve ser identificado e
caracterizado no tocante às suas principais necessidades e demandas.
A definição do mercado consumidor do abacate é de fundamental im-
portância, uma vez que os principais cultivares aceitos no mercado
internacional de exportação, não são bem aceitos no mercado interno.
A preferência de consumo dos brasileiros é para um abacate como
fruta de sobremesa e utilizado no preparo de sucos e vitaminas com
casca verde, tamanho grande, com peso médio dos frutos entre 400
– 700 g. Internacionalmente, o abacate é mais consumido como um
legume, no preparo de saladas ou pratos salgados como o guacamole.
Na Europa e Estados Unidos principalmente, a preferência é por frutos
pequenos, com peso entre 200 – 400 g, alto teor de óleo e casca roxa,
características encontradas nos cultivares Fuerte e Hass.
1
UNESP. Faculdade de Ciências Agronômicas. Departamento de Produção Vegetal. Setor Horticultura.
sarinel@fca.unesp.br
2
Engo Agro. Pesquisador EPAMIG-CTSM. duartefilho@epamig.br
3
Engenheiro Agrônomo. SAA/CATI. Casa da Agricultura de São Manuel. ca.saomanuel@cati.sp.gov.br
76 • ABACATE
2 - Escolha do local de plantio
O local de plantio deve ser escolhido cuidadosamente. Inicial-
mente o local escolhido deve ter clima e solo favoráveis para a cul-
tura. Outro aspecto a ser considerado é a topografia do terreno, que
preferencialmente deve ser plana, com declividades entre 3 a 10%. A
facilidade de boas estradas de acesso à propriedade, visando não só o
manejo da cultura, mas principalmente o escoamento da produção, são
itens importantes no planejamento do pomar. Se o destino final for
à exportação dos frutos, a proximidade de portos ou aeroportos, que
permita a rápida remessa do produto, é muito desejável.
5 – Sistemas de plantio
6 – Época de plantio
O plantio deve preferencialmente ser realizado na primavera, nos
meses de outubro e novembro no estado de São Paulo, porém sempre
condicionado à disponibilidade de água. As mudas de abacateiro nor-
malmente são comercializadas na forma de torrão, pois as de raízes
nuas normalmente não sobrevivem, pois o sistema radicular é delicado
e sujeito à dessecação. A muda deve ser colocada um pouco acima
do nível do terreno para compensar o acamamento da terra na cova,
antes de chegar terra no torrão. A bacia de irrigação feita ao redor da
muda, aliada a colocação de palha de capim seco é importante para a
conservação da umidade.
7 – Espaçamento
O espaçamento a ser adotado deve levar em consideração vários
fatores, dentre eles: o sistema de crescimento lateral ou vertical dos
cultivares escolhidos, a profundidade e a fertilidade do solo, a topogra-
fia da área, o trânsito de máquinas e equipamentos, o tamanho do
pomar e principalmente, os objetivos comerciais que condicionarão
a longevidade dos pomares. Em pomares pequenos, onde não serão
utilizados máquinas e implementos grandes, os espaçamentos podem
ser menores. Atualmente existe uma tendência para o adensamento
dos cultivos, mesmo em grandes áreas, com o manejo da copa através
da poda, visando maiores produtividades.
O plantio em quadrado é sempre o mais preferido para o aba-
cateiro, pela facilidade nos tratos culturais e colheita (Ramos, 1982).
Nesse sistema, os espaçamentos podem variar de 7,5 x 7,5; 8,0 x 8,0
a até 10,0 x 10,0 m entre linhas e entre plantas, respectivamente, para
pomares onde não será realizado o adensamento de plantio. Quando
planejamento e instalaÇÃo • 79
a área necessitar da instalação de curvas de nível, o plantio retangular
promove normalmente uma melhor distribuição dos talhões.
No sistema de plantio adensado, com a utilização da poda, é pos-
sível utilizar espaçamentos menores de 5 x 8 m até 7 x 9 m (Koller,
2002). Em propriedades comerciais na região de Botucatu/SP os
produtores cultivam abacate para mesa, dos cultivares Breda, Mar-
garida, Fortuna e Quintal, no espaçamento de 5 x 6 m. Os produtores
preconizam o adensamento para aproveitamento do espaço e o cresci-
mento das plantas é controlado através das podas.
REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS
Considerações iniciais
A técnica da irrigação pode ser definida como sendo a aplicação
artificial de água ao solo, em quantidades adequadas, visando propor-
cionar a umidade necessária ao desenvolvimento normal das plantas
nele cultivadas, a fim de suprir a falta ou a má distribuição das chuvas.
Dessa forma, o objetivo que se pretende com a irrigação é satisfazer as
necessidades hídricas das culturas, aplicando a água uniformemente
e de forma eficiente, ou seja, que a maior quantidade de água apli-
cada seja armazenada na zona radicular à disposição da cultura. Este
objetivo deve ser alcançado sem alterar a fertilidade do solo e com
mínima interferência sobre os demais fatores necessários à produção
cultural.
Os fatores necessários para prover as culturas de água necessária
para máxima produtividade são principalmente: energia, água, mão-
de-obra e as estruturas de transporte da água, devendo existir uma
completa inter-relação entre eles de tal forma que se um deles não se
encontrar bem ajustado, o conjunto ficará comprometido, prejudicando
o objetivo a ser alcançado que é a máxima eficiência de utilização do
sistema, juntamente com a máxima produtividade.
A irrigação no Brasil depende de fatores climáticos. No semi-árido
do Nordeste é uma técnica absolutamente necessária para a realização
de uma agricultura racional, pois os níveis de chuva são insuficientes
para suprir a demanda hídrica das culturas. Nas regiões sul, sudeste
e centro-oeste, pode ser considerada como técnica complementar de
compensação da irregularidade das chuvas.
O insumo água é tão importante quanto qualquer outro, mas pouco
se tem feito quanto ao seu uso racional. A partir daí, nos deparamos
com as técnicas de manejo da irrigação. Conhecendo-se as caracterís-
1
Engenheiro Agrícola, Mestrando em Irrigação e Drenagem, DA / FCA / UNESP, Botucatu - SP, pacheco@
fca.unesp.br
2
ESALQ/USP. Departamento de Engenharia Rural/Irrigação; frizzone@carpa.ciagri.usp.br
82 • ABACATE
ticas físico-hídricas do solo, o clima, a cultura e os princípios de fun-
cionamento dos equipamentos de irrigação, pode-se propor um uso
racional da água e conseqüentemente, sem danos ao meio ambiente.
Custo da água
No processo de toda de decisão sobre a forma de manejo do re-
curso hídrico, é importante considerar o custo da água. Quando a água
é um recurso escasso e caro (em termos de outros recursos que devem
ser sacrificados para aumentar a sua disponibilidade), é justificável
fazer investimento no seu uso. O custo da água é definido em termos
de outros recursos que devem ser sacrificados para aumentar sua dis-
ponibilidade. Este custo é definido pelos economistas como preço de
sombra ou custo de oportunidade, o qual nem sempre é expresso em
termos de valor monetário (preço), mas em espécie. Por exemplo, se
numa região árida é necessário a retirada de uma fonte de abasteci-
mento 2,5 milhões de metros cúbicos de água para produzir 5 toneladas
de abacate, o custo de 1 milhão de metros cúbicos de água é igual a
500 kg de abacate, porque no caso em que a água não estivesse di-
sponível, sacrificaria a produção de 500 kg de abacate por m³ de água
deficiente (FRIZZONE, 1993).
88 • ABACATE
Eficiência econômica da irrigação na cultura do abacateiro
Uma produção eficiente e rentável deve constituir o principal obje-
tivo econômico da empresa agrícola. Para isto, os recursos disponíveis
devem ser utilizados racionalmente no processo de produção, de forma
a se obterem os mais altos níveis de produtividade econômica. Na
atividade de irrigação, a água é o recurso natural sobre o qual se tem
maior interesse em exercer controle, no sentido de alterar seu padrão
de disponibilidade espacial e temporal, adequando-o à demanda da
cultura do abacateiro. A eficiência do uso da água pode ser avaliada
em função da produção e/ou receitas obtidas pela quantidade de água
aplicada, conforme exemplificado pela Tabela 03.
A produção da cultura do abacateiro em reposta à água aplicada
depende de muitos fatores, tais como quantidade e freqüência de ir-
rigação, método de aplicação de água, estádio de desenvolvimento da
cultura, variabilidade do solo, condições climáticas, etc. Neste item
serão utilizadas como base as considerações apresentadas por Friz-
zone, (1993) sobre funções de respostas de culturas à irrigação, por
ser uma das maiores referências quanto à avaliação do desempenho
das culturas quanto à lâmina irrigada e, por conseguinte, à eficiência
econômica da irrigação.
Viabilidade econômica • 89
Tabela 03 – Eficiência do uso da água para as principais espécies
de frutas irrigadas.
Produtividade Física Eficiência Física Eficiência Econô-
Cultura (t/ha/ano) (kg/m³) mica (US$/m³)
Abacate 10,00 1,79 0,54
Abacaxi 30,00 7,49 1,50
Acerola 15,00 3,25 0,97
Banana 40,00 3,40 1,06
Goiaba 20,00 4,34 2,71
Graviola 10,00 2,17 2,06
Limão 20,00 4,34 2,93
Manga 20,00 5,00 3,00
Tangerina 20,00 4,34 1,30
Uva 40,00 8,13 6,10
Fonte: Adaptado de FRUPEX, (1994) e Banco de Dados do Laboratório de
Hidráulica e Irrigação da Universidade Federal do Ceará apud Salzburg,
(1998).
C A B = C0 + ( C W x W ) (01)
C FA = ( F R C X C si ) (06)
94 • ABACATE
em que: Csi é o preço de aquisição do sistema de irrigação (US$.
ha-1); FRC é o fator de recuperação do capital obtido por:
[ ][ ]
VU VU -1
F R C = ( j x 1 0 0 ) x (( j x 1 0 0 ) + 1 )
-1
x ( ( jx1 0 0 ) + 1 ) - 1
-1 -1
(07)
em que: j é a taxa anual de juros (%); VU é a vida útil do projeto
(anos); O custo CVA foi dado por:
C VA = C e + C m + M o (08)
(11)
em que: Tr é o tempo de funcionamento da irrigação no período de
tarifa de energia reduzida (h.dia-1); Rt é a redução na tarifa de energia
(%); Cec é o custo da energia consumida (US$.kW-1).
E to ( ta n q u e ) = kp x E v (12)
(13)
E T = K c x E to (14)
(15)
(16)
(17)
P + I +- D S - E T +- Q Z +- A z = 0 (18)
Métodos de irrigação
Vários são os fatores que afetam o desenvolvimento das plantas,
onde se ressalta a água, que em excesso ou escassez, contribui para a
diminuição dos rendimentos das culturas, sendo assim, o seu manejo
racional, um imperativo na maximização da produção agrícola. A
seleção do método de irrigação tem a finalidade de estabelecer a via-
bilidade técnica e econômica, maximizando a eficiência e minimizando
os custos de investimento e operação, e ao mesmo tempo, mantendo
as condições favoráveis ao desenvolvimento das culturas. Entre os
Viabilidade econômica • 103
critérios mais utilizados, destacam-se: a topografia, características do
solo, quantidade e qualidade da água, clima, cultura e considerações
econômicas. DONADIO (1995) salienta que todos os sistemas de irri-
gação possuem vantagens e desvantagens, incluindo-se os tradicionais
sistemas de irrigação por sulco, até a aspersão e gotejamento e reque-
rem aplicação criteriosa e acompanhamento rigoroso. Destaca-se o uso
de aspersão na Califórnia, aspersão subcopa em Israel e o gotejamento
que é muito utilizado e indicado para a cultura, sendo bastante difun-
dido em Israel, Califórnia e África do Sul. O gotejamento tem como
grande vantagem, a economia de água, além de permitir o uso de águas
salinas e permitir a fertirrigação. No dimensionamento de um projeto
de irrigação, é imprescindível dispor de informações relacionadas com
as variáveis climáticas, com o solo e com a cultura. Relacionada com
o solo, uma das principais características é a velocidade de infiltração,
pois reflete a capacidade do solo em conduzir a água.
Neste texto, não será detalhado os princípios básicos de funciona-
mento de cada sistema de irrigação utilizado na cultura do abacateiro,
portanto, serão apresentadas apenas as vantagens e limitações dos
sistemas de irrigação por aspersão e localizada, que são mais empre-
gados na cultura do abacateiro. A adoção de um sistema ou outro de-
pende das características locais da propriedade, principalmente com
relação ao tipo de solo (velocidade de infiltração), da disponibilidade
hídrica e dos recursos financeiros disponíveis.
O sistema de irrigação por aspersão, apresenta suas vantagens
derivadas principalmente de dois aspectos fundamentais: 1) o con-
trole da irrigação só está limitado pelas condições atmosféricas e 2) a
uniformidade de aplicação da água é independente das características
hidrofísicas do solo. Dessa forma, as principais vantagens do sistema
são: a) uma vez que a dose de rega é dependente do tempo de aplicação,
o sistema pode se adaptar tanto a pequenas quanto a grandes doses;
b) não há necessidade de sistematização do terreno, adaptando-se a
topografias onduladas, permitindo preservar a fertilidade natural do
solo; c) adapta-se perfeitamente à rotação de culturas e cultivos consor-
ciados entre abacate e outra culturas. Neste caso, o dimensionamento
deve ser feito para o cultivo mais exigente em termos de necessidade
de água; para cultivos de menor exigência hídrica, o manejo é feito
unicamente com o controle do tempo de aplicação; d) permite a apli-
104 • ABACATE
cação de fertilizantes e tratamentos fitossanitários como também é
muito eficiente contra o efeito de geadas nos cultivos; e) é o método
mais eficiente para a lixiviação de sais por originar um movimento
de água no solo em subsaturação, obrigando-a a circular pelos poros
menores e, portanto, mais em contato com a solução do solo. As prin-
cipais limitações de uso do sistema são as seguintes: a) é possível a
aspersão propiciar a queda de flores da planta, caso atinja a copa; b)
pode causar problemas de sanidade na parte aérea da planta quando se
utiliza água salina ou residual para a irrigação; c) é fortemente afetada
pela ação dos ventos; d) maior custo de implantação e manutenção ao
ser comparado com os sistemas de irrigação por superfície.
A irrigação localizada desponta como uma das contribuições mais
promissoras para o desenvolvimento da fruticultura irrigada no Bra-
sil. Mais especificamente no Nordeste, onde a competição futura por
água e energia elétrica, principalmente no vale do São Francisco, ten-
derá a priorizar o emprego de sistemas de irrigação mais eficientes,
criando, assim, possibilidades de aumento das áreas irrigadas nessa
região (NASCIMENTO et al.,1999). São sistemas com elevado grau de
automação, capazes de aplicar produtos químicos dissolvidos na água
de irrigação (fertirrigação). Ao mesmo tempo são exigentes de água
com boa qualidade e um eficiente sistema de filtragem para reduzir a
possibilidade de obstrução dos emissores.
De uma maneira geral, o sistema de irrigação localizada apresenta
como vantagens: a) maior eficiência no uso da água; b) maior produ-
tividade, pois como a irrigação é diária, há maior uniformidade da umi-
dade do solo e com isso, maior desenvolvimento da cultura; c) maior
eficiência de adubação; d) maior eficiência de controle fitossanitário; e)
não interfere nos tratos culturais; f) pode ser adotado para qualquer tipo
de solo e qualquer topografia; g) pode ser usado com água salina ou em
solos salinos; h) maior economia de mão-de-obra. Porém este sistema
apresenta como limitações principais o entupimento dos emissores e
a distribuição do sistema radicular da planta é mais concentrado. De
acordo com KELLER & KARMELLI (1975), torna-se necessária a
realização periódica de avaliações do sistema de irrigação, pois apesar
das inúmeras vantagens apresentadas, existem problemas na irriga-
ção localizada, dentre os quais destaca-se a obstrução dos emissores.
Esta obstrução é causada por material orgânico em suspensão, por
Viabilidade econômica • 105
deposição química e por partículas minerais, características hidráuli-
cas, topografia do terreno, pressão de operação, tamanho dos tubos,
espaçamento entre emissores, variabilidade de vazão dos emissores e
filtragem da água não adequada.
A irrigação localizada aplica-se a água apenas em parte da área
ocupada pela cultura do abacate, atingindo principalmente o volume de
solo explorado pelas raízes. Os sistemas mais utilizados são os de gote-
jamento e de microaspersão, ambos constituindo-se de sistemas fixos
de irrigação. A irrigação por microaspersão, tem sido intensamente uti-
lizada nas plantações de abacate, onde a área superficial molhada por
um emissor é maior do que por gotejamento. A água aplicada é asper-
gida em círculos completos ou na forma de setores circulares irrigados,
com um raio de alcance, que varia de 0,80 a 3,50 m. Como o sistema
radicular do abacate é do tipo axial, com ramificações secundárias,
onde aproximadamente 80% do volume radicular se concentra a 1,0 m
de profundidade (KOLLER, 1984), aconselha-se que as plantas adultas
sejam molhadas em 50% da sua área total ou, no mínimo, na área de
projeção da copa. Procurar, também aplicar a água numa faixa molhada
na direção da linha das plantas; no caso do espaçamento de 5,0 m entre
plantas na linha (por exemplo) de um microaspersor por planta, deve
o raio de molhamento ficar em torno de 2,5 metros.
A irrigação por gotejamento consiste na aplicação freqüente de
pequenas quantidades de água, procurando-se umedecer somente a
região explorada pelas raízes da planta. Com isso, ocorre uma diminu-
ição da evaporação da água da superfície do solo, uma menor infesta-
ção de plantas daninhas permitindo-se a redução do gasto de água, por
não irrigar áreas não cultivadas, principalmente quando a planta ainda
tem um porte pequeno. Por outro lado, o periódico fornecimento de
água garante a manutenção de seu elevado potencial no solo, reduzindo
os efeitos negativos da concentração de sais na área de absorção do
sistema radicular, fator muito importante em regiões onde pode ocorrer
uma elevada concentração de sais na água disponível.
O sistema de irrigação por gotejamento pode alcançar cerca de
95% do aproveitamento da água em zonas tropicais, mas não é reco-
mendado para os solos arenosos, pois nestes o bulbo molhado não é
suficiente para um bom suprimento de água para as plantas. Então, para
a irrigação em solos arenosos, tem sido recomendado utilizar o sistema
106 • ABACATE
de microaspersão em substituição ao sistema de gotejamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FAO. Perspective on food and water. In: Water and sustainable de-
velopment international conference, 6 p., Paris, 1998.
1. INTRODUÇÃO
A fertilização dos pomares necessita ser orientada devidamente,
pois representa uma prática cultural muito importante. Sua racionali-
dade, com base, principalmente, na disponibilidade mineral do solo
e na exportação de nutrientes através das colheitas, é procedimento
essencial na obtenção de safras compensadoras (Campos, 1985).
As reais exigências das plantas, o desempenho dos diferentes cul-
tivares em face da reação e da riqueza do solo, a diagnose foliar, são
outros tantos pontos importantes a considerar na condução da nutrição
do abacateiro. Infelizmente, nossa literatura mostra poucas informa-
ções seguras a respeito.
Através das raízes, as plantas absorvem muitos elementos minerais
existentes no solo, os quais após metabolizados entram na composição
dos tecidos.
Dentre os elementos absorvidos, apenas 13 são indispensáveis,
porque na ausência deles a planta não completa o ciclo de vida, desde
a germinação da semente, crescimento e reprodução. Os 13 nutrientes
indispensáveis são conhecidos como essenciais, porque exercem fun-
ções vitais (Koller, 2002).
Os nutrientes essenciais são divididos em duas categorias, os ma-
cro e micronutrientes, respectivamente, em função das quantidades,
maiores ou menores, que as plantas deles necessitam. Segundo Epstein
(1975), são considerados como macronutrientes o N (nitrogênio), P
(fósforo), K (potássio), Ca (cálcio), Mg (magnésio) e S (enxofre). São
considerados micronutrientes o B (boro), Cl (cloro), Cu (cobre), Fe
(ferro), Mn (manganês), Mo (molibdênio) e Zn (zinco).
O carbono (C), oxigênio (O) e o hidrogênio (H) também são ele-
mentos essenciais às plantas, porem é muito abundante no ar e/ou na
água, de onde as plantas os obtém em quantidades suficientes.
Em geral, os solos considerados férteis, com boas propriedades
físicas e químicas, contêm os nutrientes essenciais em quantidades
e proporções adequadas, principalmente quando o teor de matéria
1
Engenheiro Agrônomo, mestrando em Horticultura pela Faculdade de Ciências Agronômica, UNESP,
Botucatu-SP. e-mail: frsilva@fca.unesp.br.
114 • ABACATE
orgânica for superior a 2%. Contudo, solos que foram cultivados du-
rante vários anos, ou mal utilizados e erodidos, frequentemente se apre-
sentam deficientes de um ou de vários nutrientes essenciais. Alguns
solos, mesmo sendo virgens, também podem apresentar deficiências
de nutrientes minerais, devido ao processo de sua origem e formação.
Nesses casos, as raízes dos abacateiros encontrarão dificuldades em
absorver um ou vários nutrientes em quantidades e proporções adequa-
das para um satisfatório crescimento e frutificação, sendo conveniente
para o fruticultor corrigir as deficiências do solo através de adubações
e/ou calagens.
Para fazer adubações racionais é necessário antes saber se, nas
condições de solo e clima onde está localizado o pomar, os abacateiros
conseguem absorver nutrientes minerais em quantidades e proporções
adequadas às suas necessidades (Koller, 2002).
Existem vários métodos de avaliar necessidades de adubação, tais
como: analise do solo, analise foliar, exportação de nutrientes pelas
colheitas, sintomas visuais de deficiência de nutrientes e experimentos
de adubação.
2. NUTRIÇÃO
A planta do abacateiro absorve do ar, água e solo os elementos que
necessita para crescer e frutificar. São eles o carbono, o oxigênio e o
hidrogênio, considerados nutrientes elementares retirados essencial-
mente da água e do ar; eles representam cerca de 90% de seu peso. O
nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, magnésio e cálcio, considerados
macronutrientes, e ferro, boro, zinco, cobre, manganês e molibdênio,
considerados micronutrientes, são retirados do solo (Campos, 1985).
De acordo com Marchal e Bertin (1980) o abacateiro é considerado
a fruteira que mais exporta, através da colheita. Segundo Montenegro
(1973), Hiroce et al. (1977), Avilan et al. (1978), Silva et al. (1980) e
Marchael e Bertin (1980), a importância dos macronutrientes exportados
resulta na seguinte ordem de grandeza: K>N>P>S>Mg>Ca. Quanto aos
micronutrientes, a ordem de importância é: Fe>B>Zn>Cu>Mn>Mo.
nutrição e adubação • 115
3. ADUBAÇÃO
de solo da área.
Com relação à calagem, recomenda-se aplicar calcário para elevar
a saturação por bases a 60% e o teor de magnésio a um mínimo de 9
mmolc.dm-3. Para a adubação de plantio, recomenda-se aplicar de 15
a 20 litros de esterco de curral, ou 4 litros de esterco de galinha por
cova, em mistura com 250 g de P2O5, no mínimo 30 dias antes do
plantio do pomar. Utilizar também 3 vezes 20 g de N por planta, aos
30, 90 e 150 dias após o pegamento das mudas.
Na adubação de formação, aplicar os adubos de acordo com a
análise de solo, dividindo as doses em três períodos, no inicio, meio e
final da estação das chuvas, ao redor da planta e na projeção das copas
(Figura 1). As doses recomendadas estão na tabela 3.
Projeção da Copa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Esterco de
bovinos 18/1 1,92 1,01 1,62 65,3
Esterco de
galinha 10/1 3,04 4,70 1,89 55,3
Esterco de
suínos 10/1 2,54 4,93 2,35 78,0
Esterco de
eqüinos - 1,80 1,00 1,40 70,5
Esterco de
ovinos - 2,80 1,70 2,0 65,4
Fonte: Kiehl (1985) adaptado.
*dog kg-1 equivale a 1% no Sistema Internacional de Unidades.
Considerações Finais
Sistema de produção agrícola que vem crescendo a cada ano, ne-
cessitando ainda de maiores estudos, que possam esclarecer dúvidas
de produtores e consumidores, a produção orgânica não constitui tarefa
fácil e simples. Do ponto de vista técnico e científico, os desafios que
a agricultura orgânica impõe são imensos. Neste sentido, é necessária
muita pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias adequadas e
operacionais para aumentar a produtividade das culturas em manejo
orgânico.
Devido aos estudos e pesquisas com adubação orgânica levarem
alguns anos para serem executados, somado ao fato de que a apli-
cação dos resultados obtidos possam ter uma aplicação limitada às
condições edáficas locais, com possibilidades de utilização em regiões
seme-lhantes, praticamente não existem resultados de pesquisa com
adubação orgânica na cultura do abacateiro.
Contudo, à medida que crescem as necessidades e exigências dos
mercados mundiais, para o consumo e aquisição de produtos oriun-
adubaÇÃO ORGÂNICA • 133
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Botucatu, 2005.
Sarita Leonel1
Carlos Renato Alves Ragoso2
Jaime Duarte Filho3
Introdução
O abacateiro, originário do México e América Central, foi intro-
duzido no Brasil no século XVI no Rio de Janeiro, com mudas e se-
mentes oriundas da Guiana Francesa, de onde se expandiu para todo
o país, devido ao sucesso de sua aclimatização, sendo a maioria das
plantas Guatemalenses ou híbridos Guatemalenses.
O abacate é uma fruta tropical rica em proteínas e vitaminas lipos-
solúveis A, D e B, com quantidade variável de óleo na polpa, utilizado
na indústria farmacêutica e de cosméticos e na obtenção de óleos co-
merciais substituindo o óleo de oliva.
A realização de tratos culturais necessários para uma boa produção
é medida indispensável na condução da cultura do abacateiro. Um
dos tratos culturais importantes é o manejo das plantas invasoras. O
pomar de abacateiro, no tocante a este manejo, pode ser conduzido de
diferentes maneiras. Segundo Wildner (2004), nas propriedades de
produção frutícola, o período de adoção de novas tecnologias passou
por várias adaptações: a) inicialmente o solo era mantido no limpo
apenas na projeção da copa e ou na linha de plantio, através de capinas
ou herbicidas; b) solo mantido coberto através do manejo mecânico
(ceifa) ou químico da vegetação espontânea das entrelinhas e c) solo
das entrelinhas mantido coberto pelo cultivo de adubos verdes. A
adoção de cada uma dessas tecnologias dependerá de fatores técnicos
e econômicos a serem definidos pelo próprio produtor e também, pela
assistência técnica disponível ou contratada.
1
UNESP. Faculdade de Ciências Agronômicas. Departamento de Produção Vegetal. Setor Horticultura. sari-
nel@fca.unesp.br
2
Engenheiro Agrônomo. Doutor em Horticultura. UNESP. FCA/Botucatu. JR RAGOSO LTDA. jrragoso@
uol.com.br
3
Engo Agro. Pesquisador EPAMIG-CTSM. duartefilho@epamig.br
138 • ABACATE
Adubação verde
A adubação verde consiste na prática de se incorporar ao solo
massa vegetal não decomposta de plantas cultivadas no local ou im-
portadas, com a finalidade de preservar e/ou restaurar a produtividade
das terras agricultáveis (Von Osterrhot., 2002).
Segundo estudos científicos e evidências práticas, os adubos verdes
desempenham ações em diferentes aspectos da fertilidade do solo, tais
como: proteção do solo contra os impactos das chuvas e também da in-
cidência direta dos raios solares; rompimento de camadas adensadas e
compactadas ao longo do tempo; aumento do teor de matéria orgânica
do solo; incremento da capacidade de infiltração e retenção de água no
solo; arrasto de bases a camadas mais profundas do solo; diminuição
da toxicidade do Al e Mn devido ao aumento de complexificação e
elevação do pH; promoção do resgate e da reciclagem de nutrientes
de fácil lixiviação; extração e mobilização de nutrientes das camadas
mais profundas do solo e subsolo, tais como Ca, Mg, K, P e micro-
nutrientes; extração do fósforo fixado; fixação do N atmosférico de
maneira simbiótica pelas leguminosas; inibição da germinação e do
crescimento de plantas invasoras seja por efeitos alelopáticos ou pela
ASPECTOS TÉCNICOS DA PRODUÇÃO • 141
• Tolerância ao sombreamento;
• Não se comportar como invasora, causando problemas à cul-
tura principal;
• Produzir sementes nas condições edafoclimáticas do local;
• Boa capacidade de rebrote após o manejo, caso seja uma cul-
tura perene;
• Ter potencial para outros usos dentro da propriedade.
incorporação ao solo.
Colheita de sementes: aproximadamente aos 180 dias depois da
semeadura, as plantas poderão ser arrancadas manualmente ou ceifa-
das para posterior operação de batedura ou trilhagem após seca das
vagens e sementes.
Produtividade normal: fitomassa seca de 5 a 8 t/ha e 1,2 a 1,8 t/
ha de sementes segundo Ambrosano et al. (2000).
Cultivar: IAC-697.
Época de semeadura: adubação verde: outubro a fevereiro; se-
mentes: outubro a março.
Espaçamento e densidade de semeadura: 50 cm entre as linhas
146 • ABACATE
Figura 06 – Uso de cobertura morta com capim seco (Foto: Márcia Regina
Antunes Maciel).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1
Embrapa Semi-Árido, BR 428, km 152, Zona Rural, C.P. 23, CEP 56302-970, Petrolina, PE.
UNESP, Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, C.P. 510,
2
2. SISTEMA DE PODAS
O abacateiro, pela origem na América Central e México, tem o
hábito de planta de floresta úmida, o que influencia a tendência ao
crescimento vegetativo vigoroso. Este vigor vegetativo resulta nos dois
maiores problemas para os produtores: o primeiro está relacionado ao
porte das plantas que acaba fechando o pomar depois de quatro a cinco
anos de plantio (condução), dificultando os tratos culturais, com as
pulverizações e a colheita mais difíceis e caras. O segundo problema
está relacionado à competição do crescimento vegetativo com os frutos
pelos fotoassimilados, nutrientes e água. O fluxo vegetativo que ocorre
logo após a floração origina uma grande demanda de carboidratos nos
quarenta dias seguintes (Whiley e Schaffer, 1994, citado por Penter e
Stassen, 1998). Esta demanda reduz as fontes e compromete a fruti-
ficação efetiva (principalmente nos cultivares mais vigorosos). Esta
situação fica mais evidente com a emissão de um outro fluxo vegetativo
(verão), que ocorre quando o fruto tem de 10 a 40% do seu peso final;
a competição promovida por esta brotação pode causar de 45-60% de
queda dos frutos (Wolstenholme et al., 1990). O clima e as condições
de solo, incluindo a nutrição, tendem a estimular o crescimento vi-
goroso do abacateiro e a copa do abacateiro pode aumentar de 50 a
100% por ano (Köhne, 1988); o autor ainda reporta que o nível de N
nas folhas do abacateiro deve ser inferior a 1,8%, como meio prático
de controlar o crescimento vegetativo excessivo da planta.
Assim, pelos fatores mencionados, o rendimento do abacate em
áreas mais quentes, como é o caso da região nordeste, está abaixo de
10 t ha-1, porque esta condição climática estimula a brotação vegetativa
mais vigorosa.
A necessidade de poda de um cultivo está relacionada não só à
fenologia como a ecofisiologia do cultivo. Segundo Wolstenholme
(2002), o hábito natural do abacateiro é de formar uma copa frondosa
que permite a captação de um máximo de luz disponível. Na busca de
luz, a planta vai produzir ramos longos, de crescimento vigoroso. Este
156 • ABACATE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Introdução
Muitas doenças podem atacar o abacateiro, destacando-se as
causadas por fungos, porém existe uma virose que é relativamente
importante, outras doenças como as causadas por microplasma e vírus
que tem sido relatadas, mas ainda com disseminação pequena.
As principais doenças que ocorrem são: gomose, antracnose, oídio,
verrugose, cercospora, podridão dos frutos, murcha, podridão radicu-
lar, cancro do tronco, fumagina e mancha das folhas. Estas doenças
podem ocorrer com maior ou menor intensidade, dependendo das
condições ambientais.
Gomose
Essa doença tem como agente causador o fungo Phytophtora cin-
namomi Rand, que destrói as raízes e causa a morte da árvore. A planta
atacada exibe uma exsudação branca cristalina na casca do tronco,
próximo as fendas enegrecidas. O ataque do fungo à raiz produz ne-
crose progressiva em plantas de todas as idades, pode eliminar boa
parte das raízes e causar lesão no tronco, ao nível do solo e acima
deste.
Os sintomas externos da doença podem ser assim descritos: depau-
peramento progressivo da planta; perda de cor das folhas; produção
de folhas menores e de frutos pouco desenvolvidos; ramos secos e
desfolhação; queda de produção, morte da planta. Esse fungo se de-
senvolve em solos úmidos e mal drenados, por mudas de viveiros
infectados e por sementes e não se conhece porta enxerto resistente.
A única medida passível de resultado é evitar os solos pesados e mal
drenados e o plantio acima do nível do solo, além da aquisição de
mudas de qualidade, remoção de restos culturais, cuidado com balanço
nutricional, evitando-se níveis elevados de N, pH alcalino e deficiência
1
Mestre em Agronomia. Aluna de doutorado do PPGA/Horticultura/UNESP/Botucatu. ariane_salata@yahoo.
com.br
2
Docente do Depto de Ciências Biológicas da UNESP/FC/Bauru e do Curso de Pós-graduação em Horticul-
tura/FCA/UNESP/Botucatu. – aloísio@fc.unesp.br
168 • ABACATE
de Ca e P.
Como medida curativa, devem remover-se os tecidos afetados e
proteger as regiões com pasta à base de fungicida cúprico. Tem sido
recomendado o uso de fosetyl e metalaxyl como tratamento foliar e
do tronco. Recentemente, foi desenvolvido um tipo de controle com
aplicação de ácido fosfórico injetável (Figura 1), cujo custo, entretanto
é muito alto, porém é um método muito eficiente.
Figura 2. Vista geral das mudas enxertadas de Hass sobre Dusa, na Fazenda
Jaguacy, Bauru (SP), provenientes da África do Sul. (FOTO: Aloísio Costa
Sampaio)
Antracnose
O agente causal é o Colletrotrichum gloeosporioides Penz. Essa
doença causa danos aos frutos, sendo também atacados os ramos e as
folhas.
Os sintomas mais evidentes são manchas escuras circulares na
casca, além de manchas claras irregulares e purulentas nas folhas que
depois adquirem um tom marron. Nos ramos as manchas são esbran-
quiçadas, nos frutos são arredondadas e de cor escura.
Em condições favoráveis ao patógeno, pode ser observada, sobre
as lesões do fruto, a formação de uma massa gelatinosa, que contém
os conídios do agente. Esta massa constitui fonte de inóculo podendo
ser dispersa para outras partes da planta ou outras plantas nas pro-
ximidades.
O controle é feito com calda bordalesa ou fungicidas à base de
170 • ABACATE
cobre, e também por essa doença ser favorecida por altos níveis de
umidade, a aeração na copa pode ajudar no seu controle. Também o
uso de aspersores foliares utilizando iodo ou extratos de cebola deram
bons resultados no controle dessa doença em frutos de abacate.
Após a colheita, deve ser feita imersão em solução com fungicida
registrado para a cultura durante dois minutos, pois essa doença ataca
desde a frutificação até a pós-colheita.
Oídio
O agente causal é o fungo Oidium perseae, que ataca de prefe-
rência as flores e folhas. Quando o ataque se dá nas flores reduz a
polinização e provoca queda dos frutos.
Os sintomas nas folhas são reconhecidos pelas manchas arredon-
dadas, cloróticas, com pequenas áreas pardas na face superior e man-
chas escuras mal definidas na inferior. Em folhas novas, verifica-se
na superfície inferior mancha com leve massa branca, constituindo as
frutificações do fungo.
As condições que favorecem essa doença são a umidade elevada
(70-80%) e a temperatura de 20ºC, sendo seu desenvolvimento afetado
por chuvas constantes.
O controle é feito com enxofre pó molhável, calda sulfocálcica ou
fungicida recomendado para a cultura.
Verrugose
É uma das principais doenças do abacateiro, atacando folhas e
frutos. As variedades pertencentes à raça antilhana são mais resistentes.
O agente causal é o fungo Sphaceloma persea, Jenkins, que ataca de
preferência folhas e frutos quando novos.
Os sintomas surgem no limbo ou na nervura. As manchas são de
cor parda e quando em grande número, deformam e causam rompi-
mento do limbo foliar, daí constituir doença importante nos viveiros,
por afetar o desenvolvimento inicial da planta. Os frutos são atacados
quando novos e as lesões que se formam durante o desenvolvimento
resultam em cicatrizes de cor parda que se distribuem no sentido lon-
gitudinal.
A disseminação do patógeno é realizada pela água das chuvas e
pelo vento. Temperatura baixa e a umidade elevada favorecem a espo-
DoenÇAS do abacateiro • 171
Cercosporiose
Tem como agente causal o Cercospora purpurea CKE, cujo fungo
causa danos aos frutos, às folhas e aos ramos.
Os frutos atacados caem, principalmente quando a infecção atinge
a região do pedúnculo. As lesões são circulares, pequenas, ligeira-
mente deprimidas. Nas folhas, são como pontos marrons, com 2 mm
de diâmetro, que quando aglutinados apresentam aspectos típicos. A
doença incide nas variedades mais tardias, e o cultivar Wagner parece
ser o mais suscetível.
Condições favoráveis, iniciam-se gradativamente na primeira
metade do período chuvoso, com pico em junho e julho, que é quando
inicia a queda das folhas. Permanece na cultura por infecções foliares.
Sua disseminação se dá pelo vento.
Controle é o mesmo da verrugose e além do uso de cultivares
resistentes.
Murcha
Tem como agente causal o Verticillium alboatrum, que causa a
murcha de ramos e folhas. Estas se escurecem e caem facilmente das
folhas.
A doença ocorre quando há ferimentos nas raízes, solo úmido,
mas não encharcado e em solos nos quais anteriormente se cultivaram
plantas hospedeiras. As variedades guatemalenses são mais sensíveis
ao fungo.
O controle é feito pela poda dos ramos afetados, a aeração do solo
e a aplicação de fungicidas cúpricos. Se tiver muito afetada, a árvore
deve ser erradicada e o local desinfetado para o replantio.
Podridão do tronco
Tem como agente causal Nectaria galligena que é favorecida
pela alta umidade.
Os sintomas são: manchas negras e oleosas que aparecem no tron-
co eliminando um exsudado branco de cheiro característico.
É possível controlar essa doença no seu início com o pincelamento
do tronco com cal e sulfato de cobre, após a limpeza e a raspagem da
área que também pode ser pintada com tinta de vinil.
seca dos ponteiros que pode ser em toda a planta ou em alguns dos
lados, correspondendo ao lado do sistema radicular afetado. Nas raízes
aparece podridão e coloração branca logo abaixo da casca.
Facilmente encontrado em restos de troncos, raízes mortas ou ma-
téria orgânica devido a sua capacidade saprofítica. Com alta umidade
pode observar-se cordões miceliais negros sobre as raízes ou sobre a
matéria orgânica próxima a planta afetada.
O controle recomendado é evitar o plantio em áreas recém desbrava-
dos ou em regiões muito ricas em matéria orgânica, amontoar e queimar
restos de cultura e raízes presentes no solo, eliminar plantas doentes e seus
sistemas radiculares, evitar o plantio em solos úmidos, evitar ferimentos
nas plantas principalmente nas raízes e utilizar porta-enxertos resistentes.
Fumagina
Agente causal Capnodium sp, pode ocorrer em ramos, folhas e
frutos, mas não é uma doença muito comum no abacateiro. Controle
com cúpricos.
Outras doenças
Das doenças causadas por outros microorganismo que não os fun-
gos, o sum blotch é a principal, ocorrendo em vários países. É causada
por um vírus que se transmite até pela semente.
Os sintomas típicos são: manchas cloróticas nas folhas, frutos e
ramos que debilitam a planta. A sun blotch pode ser transmitida pelo
pólen, embora em pequena proporção, de 1 a 3%.
Novas doenças foram estudadas, como um cancro bacteriano, uma
doença de stem pitting, o black streak, de causa ignorada, e outras
viroses de etiologia desconhecida, porém potencialmente perigosas
para a cultura do abacateiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
so em 16 de março de 2007.
1- Introdução
A cultura do abacateiro é uma atividade agrícola de grande po-
tencial de exploração em climas subtropicais, tropicais, semi-árido, e
com excelente adaptação ao solo de cerrado. Entretanto um dos fatores
determinantes da produção do abacateiro esta relacionado à pragas e
doenças, que constituem componentes importantes do manejo desta
cultura
Praga, segundo Houaiss (2001) é qualquer forma de vida animal
que possa destruir aquilo que o ser humano considera um bem seu.
O conceito agronômico para pragas, é baseado em danos causados
por insetos a uma cultura com perdas econômicas.
O ataque de pragas assim como surgimento de doenças no cultivo
de abacateiro é favorecido por fatores ambientais tais como: clima
(temperatura e precipitações pluviométricas) e características físicas
do solo. A forma de manejo do solo e os tratos culturais do abacateiro
podem exercer influência no controle de pragas e doenças.
As principais pragas na cultura do abacate no Brasil são: lagarta
do fruto ou chamada de broca do fruto, lagarta das folhas, coleobrocas
e cochonilhas. Em outros países há registro de ataques de ácaros e
tripes em abacateiro.
1.1 - Ácaros
A literatura brasileira não cita ataque de ácaros em abacateiro,
mas em outros paises, como no México, existem referencias aos da-
nos provocados por espécies de ácaros vermelhos. Koller (2002) cita
as espécies Olioninchus punicae e Paratetraninchus yorthersi. Estas
espécies atacam as folhas raspando as aberturas estomatais, afetando
a transpiração e fotossíntese, sendo que em ataques severos as folhas
podem apresentar coloração marrom roxo, levando a um grande des-
folhamento da planta.
1
Bióloga /SEDUC/MT, MSc em Agricultura Tropical, Doutoranda em Horticultura-FCA - UNESP
176 • ABACATE
1.2- Besouros
Sternocolaspis quatuordecimcostata
1.3- Cochonilhas
Donadio (1995) descreve varias espécies como pragas do aba-
cateiro as quais são: Aspidiotus destructor, Protopulvinaria longival-
vata, Protopulvinaria pyriformis, Saissetia hmisphaeria. Chysonpha-
lus dictyospermi, Aspidiotus spp. e Dysmicoccus alazan. Tanto Gallo
eti al. (2002) e koller (2002), destacam somente as duas primeiras
espécies que merecem atenção. Referenciam como pragas que atacam
as folhas, sendo que a primeira pode atacar também os frutos.
Descrição: São insetos desprovidos de carapaça, de forma acha-
tada, piriforme, estriada. Coloração vermelho-acastanhada, medindo
aproximadamente 3 mm de comprimento. Vivem na página inferior
da folha, em colônias.
Danos: Constante sucção da seiva e inoculação de substâncias
tóxicas. Devido a eliminação de excrementos açucarados, atraem as
178 • ABACATE
1.4- Coleobrocas
São besouros que geralmente atacam ramos e troncos do aba-
cateiro, além dos frutos. Segundo Donadio (2002), os besouros podem
apresentar coloração preta, castanha ou cinza. Entre as espécies pra-
gas de importância econômica no Brasil destacam-se Apate terebrans,
Acanthoderes jaspidea e Heeillipus cratagraphus.
A espécie Apate terebrans apresenta coloração preta, com élitros
finamente pontuados. Medem aproximadamente 25 mm de compri-
mento e têm antenas pequenas. Suas larvas são esbranquiçadas, do
tipo escarabeiforme. Abrem galerias nos ramos e troncos do abacateiro,
dentro das quais vivem os adultos.
Acanthoderes jaspidea
São besouros de coloração cinza-escura com pontos e manchas
marrons sobre o élitro. Medem aproximadamente 25 mm de compri-
mento, com antenas longas. A fêmea deposita um ovo no ramo e em
seguida, faz uma incisão anelar logo abaixo em direção ao tronco,
cortando totalmente a casca e boa parte do lenho. Após alguns dias,
o galho serrilhado seca, condições indispensáveis às larvas que só se
desenvolvem em madeiras secas, que caem facilmente ao solo. Nele
as larvas se desenvolvem ate chegar ao adulto. As larvas são esbran-
quiçadas, ápodas.
Principais pragas • 179
Heillipus cratagraphus
É um curculionídeo, no estágio adulto mede 17 mm de compri-
mento, de coloração castanho-escura. Com habito de fazer perfurações
nas cascas dos galhos e tronco, coloca seus ovos, um em cada orifício.
As larvas se desenvolvem abaixo da casca denunciando sua presença
pela serragem expelida e por um liquido branco que escorre dos ori-
fícios. Suas larvas são de coloração creme e cabeça escura, não têm
patas, podendo atingir 16 mm de comprimento.
Controle: A população A. jaspidea pode ser controlada pelo re-
colhimento sistemático e queima dos ramos serrados à medida que
caem no chão.
As outras duas espécies também podem ser controladas através
da poda (bem abaixo da região atacada)dos ramos secos e queima do
material podado.
Segundo Simão (1998) e Koller (2002), o controle pode ser feito
através de pulverização de inseticida fosforado e fosfina em pasta nos
orifícios feitos pela broca. O segundo autor alerta que o uso freqüente
e indiscriminado de inseticidas além de ser caro pode provocar o dese-
quilíbrio biológico, favorecendo o aparecimento de outras pragas, não
condenando o uso, mas o indicando apenas em casos em casos espe-
ciais e no momento propício em que ocorre a postura, ocasião em que
as coleobrocas são vulneráveis.
Este inseto tem sido relatado como uma das pragas mais impor-
tantes na cultura do abacateiro, trazendo sérios prejuízos tanto a nível
internacional como nacional. Em diversas regiões de São Paulo e
Paraná nos últimos anos, a cultura do abacate vem sofrendo crescentes
e severos ataques da broca, Stenoma catenifer (Wals.) causando sérios
prejuízos ( Medina, 1978; Hohmann & Meneguim,1993).
Stenoma catenifer é a principal praga do abacateiro (Persea ameri-
cana Mill.) na região Neotropical, sendo registrada desde o México até
o norte da Argentina. No Brasil, ocorre nas principais regiões produ-
toras, incluindo o Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo
(Medina 1978).
O ataque desta praga ocorre desde o estagio inicial de desenvolvi-
180 • ABACATE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS
Temperatura
A utilização da temperatura ideal de armazenamento para cada
produto é indiscutível, porém mo Brasil a refrigeração é restrita a
poucas culturas, principalmente para frutíferas “in natura” ou produtos
processados.
A baixa temperatura associada à alta umidade é o principal método
de conservação pós-colheita empregado no abacate, cuja temperatura
ideal e o tempo de armazenamento é dependente do cultivar, como ob-
servado na Tabela 1 descrita por Gayet et al. (1995). Perda de umidade
excessiva pode ocasionar maior incidência de distúrbios fisiológicos,
assim como maior conteúdo de PPO solúvel (CUTTING e BOWER,
1987).
e CHITARRA, 2005).
Outro aspecto de importância para a qualidade do fruto de abacate
é a manutenção da firmeza, o qual proporciona maior resistência ao
transporte e aumenta a vida de prateleira. Pesis et al. (1994) trans-
portaram frutos de 2ºC para 17ºC e observaram melhor manutenção
da firmeza no tratamento com baixos níveis de O2. Dori et al. (1995)
trabalhando com anaerobiose nos aspectos do amadurecimento do
abacate observaram que a aplicação de nitrogênio (97%) retardou o
amolecimento do fruto e diminui a atividade de poligalacturonase em
30%, além de reduzir levemente a atividade de endoglucanase.
Awad e Young (1979) relataram a importância desta enzima respon-
sável pela degradação da parede celular de frutos de abacate durante o
amadurecimento. Enquanto, Rose et al. (1998) sugeriram que o rompi-
mento de associações não covalente entre xiloglucano e microfibrilas
de celulose poderia também resultar em mudança na firmeza, bem
como, aumento na acessibilidade do substrato, para o ataque enzimáti-
co, pelas hidrolases da parede celular.
Truter e Eksteen (1987) observaram que o tratamento no dia
seguinte após a colheita, com 25% de CO2, por três dias, não apresen-
tou antracnose, diminuiu a injúria por frio em 25%, escurecimento da
polpa em 15% e o escurecimento vascular em 2%. Truter et al. (1991)
observaram diminuição ao redor de 10% a descoloração de polpa do
abacate e 60% de anomalias vasculares nos frutos tratados com atmos-
fera modificada e “choque” de CO2.
O potencial de escurecimento da polpa de abacate é principalmente
em função da enzima polifenoloxidase (KAHN, 1975). Bower et al.
(1990) estudaram o efeito do armazenamento em atmosfera contro-
lada, “choque” com CO2 e condição ambiente na atividade de poli-
fenoloxidase em abacates ‘Fuerte’ e observaram menor atividade no
tratamento com “choque” com CO2. Truter et al. (1991) observaram
menor atividade de polifenoloxidase e conteúdo de ABA em frutos
amadurecidos com “choque” com CO2, no qual sugerem que estes
frutos podem ter sido sujeitos a menos estresse pós-colheita que outros
frutos não tratados.
206 • ABACATE
Cálcio
Tem sido relatado em muitos estudos que este nutriente está en-
volvido em numerosas desordens fisiológicas e outros resultados su-
gerem que o cálcio tem importante papel na susceptibilidade, de frutos
armazenados, ao chilling.
Chaplin e Scott (1980) observaram que quanto mais se aproxima
ao pedúnculo do fruto, menor a presença de injúria por frio. Sub-
seqüentes investigações revelaram que a concentração de cálcio no
mesocarpo não é uniforme, mas é invariavelmente menor na base do
fruto do que próximo ao pedúnculo. Ainda relataram que a aplicação
de cálcio na maior concentração apresentou pontuação no índice de
chilling de 0,94 contra 4,69 em escala que variava de 0-5 pontos.
Rensburg e Engelbrecht (1985) trabalhando com o efeito de di-
versas fontes de cálcio nos componentes de escurecimento do abacate
observaram que a aplicação de produtos a base deste nutriente supri-
miu a respiração e a polifenoloxidação. Eaks (1985) observou que
a concentração acima de 0,1 M foi o suficiente para reduzir a taxa
respiratória e a produção de etileno em frutos de abacate dos cultivares
‘Hass’ e ‘Fuerte’.
Tratamentos pré-colheita com variadas fontes de cálcio em aba-
cate ‘Fuerte’ reduziram a perda de peso em aproximadamente 4%,
diminuíram a porcentagem de danos por frio em 65%, e aumentaram
a firmeza do fruto e a vida de prateleira em dois dias (LÓPEZ e BON-
TEMPS, 1996).
Irradiação
O emprego da irradiação no Brasil mostra-se muito promissor
e de suma importância, através de sua contribuição na conservação,
reduzindo as perdas pós-colheita e a possibilidade de melhorar a oferta
de alimentos (LIMA et al., 2001).
A irradiação associada aos procedimentos pós-colheita normal-
mente empregados, em baixas doses, têm mostrado ser um excelente
método para prolongar a vida comercial de frutas, retardando os
processos de amadurecimento e a senescêcia, bem como, reduzindo
significativamente o apodrecimento causado por fungos e bactérias
pÓS - colheita • 207
1-MCP (1-metilciclopropeno)
Segundo Kluge et al. (2002), no Brasil, a comercialização do aba-
cate, a varejo, ocorre sem refrigeração, o que torna a aplicação de tec-
nologias de conservação em temperatura ambiente bastante desejável,
pois, a ampliação do período entre a colheita e o amadurecimento pode
proporcionar o transporte a longas distâncias e aumento no período
de comercialização.
Embora, o 1-MCP seja um gás, ele tem sido formulado em pó,
o qual libera o ingrediente ativo quando misturado a uma solução
básica ou água. O 1-MCP se liga fortemente ao sítio de ligação do
etileno, evitando que sua ligação e ação procedam (KLUGE et al.,
2002). Segundo Sisler e Serek (1997) este material não é tóxico, não
apresenta cheiro e é efetivo quando as plantas são tratadas em baixas
208 • ABACATE
concentrações.
Jeong et al. (2002) observaram que frutos de abacate do tratamen-
to controle amoleceram e completaram o amolecimento rapidamente
quando comparados com os tratados com 1-MCP e observaram que
quanto maior o tempo de exposição ao produto, melhor era a ma-
nutenção da firmeza, conseqüentemente, diminuindo a perda de massa.
Este produto dobrou de 6 para 12 dias o início do pico climatérico e
a máxima produção de etileno foi menos da metade da apresentada
pelos frutos controle, além de menor taxa respiratória. O mesmo trata-
mento auxiliou na manutenção da coloração verde da casca quando
comparadas com o controle, quando os frutos estavam completamente
amadurecidos.
Os mesmo autores observaram que não houve aumento na ativi-
dade da poligalacturonase durante o amadurecimento do fruto, en-
quanto que a testemunha apresentou acentuado aumento na atividade.
A celulase também teve sua atividade reduzida após a aplicação de
1-metilciclopropeno. Segundo Awad e Young (1979) estas duas enzi-
mas poderiam ser as principais responsáveis pelo amolecimento dos
frutos.
Kluge et al. (2002) observaram os mesmos resultados, retendo a
coloração da casca e polpa e proporcionando maior firmeza da polpa
e menor incidência de podridão dos frutos. Frutos não tratados inicia-
ram o amadurecimento após quatro dias a 24ºC, enquanto nos frutos
tratados o amadurecimento iniciou-se após sete dias.
A resposta ideal dos dois autores foi encontrada em dosagens dife-
rentes, portanto, assim como para os outros métodos, há necessidade
de experimentos com diferentes cultivares para obter resultados mais
precisos. Além disso, a viabilidade da aplicação deste produto em larga
escala ainda é pouco relatada.
Cera
A utilização desta técnica é comum na comercialização de diversas
frutíferas, sendo principalmente para exportação.
A aplicação de ceras é um método que começou a ser estudado na
década de 80, apesar de se mostrar eficiente, tem como principal limi-
tação o custo e o possível efeito residual nos frutos. As ceras aumentam
o período de conservação de frutas e hortaliças, através da diminuição
pÓS - colheita • 209
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
3. Colesterol - “O vilão”
Segundo os Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabo-
logia (1999), os Lipídios são um grupo heterogêneo de compostos
relacionados direta ou indiretamente com ácidos graxos, que possuem
a propriedade de ser relativamente insolúveis em água e solúveis em
solventes apolares. Os seguintes lípidios são importantes para o ser
humano: ácidos graxos, triglicérides (TG) e fosfolípides. O colesterol
(lipídeo) é um álcool monoídrico não saturado da classe dos esteróides.
Os ácidos graxos são constituídos por cadeias de carbono hidrocar-
boxiladas, podendo apresentar-se como saturados e insaturados, como
exemplos de ácidos graxos saturados temos, os ácidos láurico, palmíti-
co, mirístico e esteárico e, de insaturados, os ácidos oléico, linoléico e
os do grupo ômega-3. Grob (1989) relata que os mesmos têm função
energética e participam da síntese de lipoproteínas e prostaglandinas.
Os TG são formados pela esterificação do glicerol por três moléculas
de ácidos graxos, sendo usado de imediato ou armazenado para pos-
terior utilização. Naveh (2002), diz que os fosfolípidios são formados
por glicerol, ácido graxo, base nitrogenada e fósforo. O colesterol pode
se apresentar sob a forma livre ou esterificada (ésteres de colesterol),
não sendo encontrado nos vegetais. Juntamente com os fosfolipídios,
possui função estrutural, formando a dupla camada que constitui as
membranas celulares e a camada única que reveste as lipoproteínas,
sendo precursor de ácidos biliares, hormônios esteróides e vitamina D.
Os lipídeos são transportados no organismo sob a forma de partículas
denominadas lipoproteínas, formadas por uma capa hidrofílica cons-
tituída por fosfolipídios, colesterol livre e proteínas, envolvendo um
núcleo hidrofóbico que contém TG e colesterol esterificado. As proteí-
nas são denominadas apolipoproteínas ou apoproteínas, que além da
sua função estrutural, interagem com receptores da membrana celular
e/ou atuam como co-fatores enzimáticos (Kuust, 1989).
De acordo com Costa et al (1997), o colesterol é encontrado so-
mente em alimentos de origem animal, portanto, para reduzir a in-
gestão, deve-se restringir o consumo de leite integral e seus derivados
(queijos amarelos, manteiga, creme de leite), biscoitos amanteigados,
“croissants”, folhados e sorvetes cremosos, além de carnes vermelhas
gordurosas, carne de porco, “bacon”, embutidos em geral (lingüiça,
salsicha, frios), vísceras (como fígado, coração, língua) e alguns ani-
224 • ABACATE
mais marinhos.
Dos ácidos graxos monoinsaturados, pertencentes à série ômega-9,
cujo precursor é o ácido oléico, as principais fontes dietéticas são
o óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e as oleaginosas
(castanha, nozes, amêndoas). Segundo Jialal (1992), entre os principais
efeitos dos ácidos graxos monoinsaturados, incluem-se o de diminuir
o colesterol total e o LDL-colesterol, ser antitrombótico e inibir a
agregação plaquetária.
O ácido oléico é o mais comum dos ácidos graxos monoinsaturados
e se encontra na maioria das gorduras animais, bem como em azeito-
nas, sementes e nozes. O ácido linoléico é o expoente mais importante
da série (ω-6) e está presente de forma abundante nos óleos vegetais
como girassol, cártamo, milho etc. O ácido α-linoléico, representante
da família ω-3, é encontrado em quantidades apreciáveis em sementes
oleaginosas como canola, soja e linhaça (DOLORES, 2003).
No óleo de oliva, predomina o ácido oléico (ω-9), além do alto
teor de α-tocoferol, isômero ativo da vitamina E. O fato de a estrutura
molecular do ac. oléico ter somente uma dupla ligação, justamente na
presença da vitamina E, confere ao óleo de oliva maior proteção contra
a peroxidação lipídica. Essa é uma das vantagens do óleo de oliva que
estimula sua utilização na terapia nutricional (WAITZBERG, 2002).
O óleo de abacate é constituído de 60 a 84% de ácidos graxos in-
saturados e se destaca pelo alto teor de ácido oléico (TANGO, 2004). O
teor de óleo na polpa varia segundo os diferentes cultivares e dentro de
uma mesma variedade pode sofrer variações com a altitude, insolação,
queda pluviométrica e umidade relativa do ar (LUCCHESI, 1975). As-
sim como Tijero (1974) cita que o conteúdo de óleo no abacate varia
com o grau de maturação do fruto, o teor de óleo na polpa do abacate
eleva-se progressivamente, desde o inicio da formação do fruto até
sua maturação.
O significado nutricional da presença de ácidos graxos trans as-
sume importante papel, uma vez que interferem no metabolismo dos
ácidos graxos essenciais, possuem propriedades físicas, químicas e me-
tabólicas comparáveis à dos ácidos graxos saturados e muitas questões
relacionadas à absorção, catabolismo e incorporação nas membranas
celulares ainda não foram completamente elucidadas. Ainda segundo
Matvienko (2002), na natureza, os ácidos graxos apresentam-se pre-
abacate como fonte terapÊUTICA • 225
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MORENO, J.J.; et al. Olive oil decreases both oxidative stress and
the production of arachidonic acid metabolites by the prostaglandin
G/H Synthase Pathway in Rat Macrophages. Journal of Nutrition,
Barcelona, n.131, p. 2145-2149, 2001.