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Rio de Janeiro
2015
Maj Inf ALEXANDRE PACHECO DE SOUZA
Rio de Janeiro
2015
S729u Souza, Alexandre Pacheco de
CDD 355.4
Maj Inf ALEXANDRE PACHECO DE SOUZA
COMISSÃO AVALIADORA
___________________________________________________
SERGIO AVELAR TINOCO – TC Cav – Presidente
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
___________________________________________________
LUCIANO CORREA SIMÕES – Cel Inf – Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
___________________________________________________
ANSELMO DE OLIVEIRA RODRIGUES – Maj Inf – Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
À minha esposa, meus filhos e meus
pais, fontes de inspiração e exemplo.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais por todo carinho e dedicação com que conduziram minha criação e
educação.
Aos meus filhos Giovanna e Alexandre que são a verdadeira motivação de todas as
minhas realizações.
The incalculable loss of human life that the world has witnessed two World Wars led
mankind to seek a way to prevent these horrors to return to occur. The United
Nations (UN) emerged in 1945 as a materialization of this desire for a universal and
lasting peace. To fulfill its mission of preservation of world peace the UN has, since
1948, conducting peacekeeping operations in order to provide conditions for the
parties to a conflict may rediscover the ways of peace. However, the changes in the
world, become obsolete model adopted by the organization, and very efficient during
the Cold War, such a model was not able to work out that historical context. In the
face of asymmetric threats involving no more state actors, but diffuse groups of
different interests that perpetrated the suffering of civilians and groups considered
vulnerable, such as women and children, the UN reassessed its position against
these challenges, including on the use of force in peacekeeping operations. This
process led to the emergence of the concept of maintenance of robust peacekeeping
operations, which has the distinction of predicting greater permissiveness regarding
the use of force to achieve the mandate and for the protection of civilians. This study
sought to highlight the parameters for the use of force by the military contingents of
peacekeeping operations under a robust mandate, following the trend seen over the
years until the first job of an intervention brigade with a robust mandate in Republic
Democratic Republic of Congo.
1 INTRODUÇÃO
Ao término da II Guerra Mundial (II GM) foi criada a Organização das Nações
Unidas (ONU), em 24 de outubro de 1945, para suplantar o fracasso da Liga das
Nações na missão de assegurar a paz mundial.
A ONU estruturou-se com as finalidades de promover a manutenção da paz
mundial, a garantia dos direitos humanos, o desenvolvimento socioeconômico das
Nações, dentre outras, conforme disposto no preâmbulo de seu documento
originário, a Carta das Nações Unidas:
Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações
vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa
vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos
direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano,
na igualdade de direito dos homens e das mulheres, assim como das
nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a
justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes
do direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso
social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade ampla.
(ONU, 1945)
Inicialmente composta por 51 Estados-membros, atualmente conta com 193 e
26 programas, fundos e agências. Seus principais órgãos são a Assembleia Geral, o
Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Direitos
Humanos, o Secretariado e o Tribunal Internacional de Justiça.
Seu órgão responsável por manter a segurança e a paz mundial é o Conselho
de Segurança, conforme o artigo 24, 1. da Carta das Nações Unidas que estabelece:
A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus
Membros conferem ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade
na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordam em que
no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade o
Conselho de Segurança aja em nome deles. (ONU, 1945)
2 METODOLOGIA
Este capítulo tem o objetivo de definir o tipo de pesquisa realizada, bem como
os meios empregados para a coleta de dados, além do instrumento utilizado para o
tratamento dos dados adquiridos.
A carta das Nações Unidas é seu documento magno, nela estão definidos os
parâmetros basilares para o funcionamento da organização. Sua estrutura, conforme
o artigo 7 da referida carta, conta com seis órgãos principais a Assembleia Geral, o
Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, a
Corte Internacional de Justiça e o Secretariado, além de órgãos subsidiários,
comissões técnicas, programas e fundos, departamentos e escritórios (figura 1).
Como parâmetro interno e para permitir o entendimento entre seus membros,
que possuem diferentes nacionalidades, a ONU adotou seis idiomas oficiais: o
árabe, o chinês, o espanhol, o francês, o inglês e o russo.
Dentre seus órgãos principais, é o Conselho de Segurança que está
diretamente ligado aos propósitos de manter a paz e a segurança internacionais.
O Conselho pode atuar contra atores mundiais que ameacem violar a paz ou
já o tenham feito por intermédio de embargos, suspensão de relações diplomáticas e
outras medidas, podendo inclusive fazer uso de força militar para garantir o
cumprimento de suas determinações.
As ações militares podem ocorrer com o consentimento dos Estados
soberanos envolvidos ou das partes em conflito caso ocorra entre atores
intraestatais, caracterizando-se as operações de manutenção da paz que procuram
manter um ambiente favorável as negociações entre os envolvidos e as ações de
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efetivas ferramentas das Nações Unidas disponíveis para dar suporte ao país
anfitrião a navegar o difícil caminho do conflito para a paz.” 1
• imparcialidade
O General Santos Cruz (2015) entende que o princípio do não uso da força
precisava ser revisto:
“Isso precisa ser revisto. Isso não é principio. Uso da forca em auto defesa é
um direito natural universal. Qualquer cidadão, civil, militar, em qualquer
lugar, em qualquer situação, tem direito de se defender, independente de
qualquer outra consideração. Não há necessidade de ter isso como principio
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estabelecimento de um cessar fogo para garantir que nenhum dos lados o violasse e
para manter as condições favoráveis às negociações de paz.
Esse tipo de missão era tipicamente estabelecida em decorrência de conflitos
entre Nações, que deveriam ter para a sua implantação o consentimento de ambas
as partes envolvidas, a imparcialidade por parte das tropas das Nações Unidas e o
mínimo uso da força que nessas situações limitava-se a autodefesa e a defesa do
mandato.
Outra característica marcante desse tipo de operação é a predominância do
componente militar, caracterizando as chamadas Operações Tradicionais, cuja
finalidade maior era evitar a perpetração das hostilidades entre os Estados em
conflito, e criar condições para a negociação de um armistício ou acordo de paz que
colocaria um fim definitivo ao conflito retornando a uma situação de paz duradoura.
Dessa forma as operações tradicionais possuíam mandatos voltados à
prevenção das hostilidades entre Estados, limitando o emprego das forças militares
sob égide da ONU como tropa interposta, sem interferir nas ações realizadas pelas
partes em conflito contra as populações, refugiados ou minorias étnicas. O uso da
força era autorizado, via de regra, apenas para a autodefesa contra agressão direta
aos integrantes da missão.
A ONU se depara, dessa forma, com uma nova natureza de conflito onde não
mais ocorrem tensões entre Estados, mas tensões internas em um mesmo Estado.
As consequências desses conflitos afetam a infraestrutura do Estado,
comprometendo sua capacidade de atendimento às necessidades básicas de sua
população, deslocamentos de grande efetivos humanos fugindo das regiões
deflagradas dentro do país, e, por vezes, para outros países, na situação de
refugiados.
As questões raciais, étnicas e as diferenças culturais existentes acirram os
conflitos dificultando as negociações para alcançar um acordo consensual entre os
grupos envolvidos, e, diante da incapacidade das forças de segurança locais em
prover a segurança aos diversos grupos antagônicos, permite a ocorrência de
violações aos direitos humanos.
Esse cenário caótico de múltiplos desafios impõe ao Conselho de Segurança
das Nações Unidas uma maior complexidade no planejamento e condução das
Operações de Paz, pois, diferente das missões tradicionais, onde ocorria a
predominância do componente militar para fazer face a um determinado conflito, as
novas situações demandam outros componentes, que irão garantir às operações a
flexibilidade necessária para responder às variadas situações existentes.
Diante da mudança nos desafios apresentados, as operações de paz não
mais se pautaram apenas no componente militar, pois além da manutenção de um
ambiente seguro e estável, se fazia necessário atuar em outros campos, como as
questões relativas aos direitos humanos, reestruturação do campo político do país,
participando do processo, inclusive, com a organização e monitoramento de
eleições, restabelecimento da estrutura mínima para o atendimento das
necessidades básicas da população local, promoção do desarmamento dos
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Cabe ressaltar que as operações robustas não podem ser confundidas com
operações de imposição da paz. Sua diferença repousa primeiramente na existência
do consentimento das partes presentes no conflito ou apenas das principais partes
envolvidas, uma vez que o consentimento em todos os níveis pode ser muito difícil
de conseguir, devido à complexidade dos conflitos e da multiplicidade de atores
envolvidos.
Outra diferença reside no uso da força. Nas operações robustas a força é
empregada no nível tático, para atender a um cenário pós-conflito, limitada no tempo
e espaço conforme o mandato específico.
A imposição da paz utiliza a força no nível estratégico ou internacional, de
forma mais ampla, e pauta-se no consentimento do Conselho de Segurança das
Nações Unidas, independente do consentimento das partes envolvidas no conflito.
O Projeto do DPKO / DFS de nota doutrinária sobre manutenção da paz
robusta, estabelece que:
Manutenção da paz robusta não é a imposição da paz. Manutenção da paz
robusta é distinta da imposição da paz onde o uso da força é a nível
estratégico e perseguido muitas vezes sem o consentimento do país de
acolhimento e / ou partes principais para o conflito. A ameaça e o uso da
força na manutenção da paz robusta é no nível tático, limitado no tempo e
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Aponta ainda a necessidade das tropas sob a égide das Nações Unidas
possuírem em seus mandatos a liberdade de agir na defesa dos civis vítimas dos
conflitos, para que não se repita erros como ocorrido em Ruanda na ocasião do
desastre humanitário de 1994.
Além disso, as forças de paz das Nações Unidas - soldados ou policiais -
que são testemunhas de violência contra os civis presume-se que devam
ser autorizadas a impedi-la, dentro de suas possibilidades, em apoio dos
princípios básicos das Nações Unidas. No entanto, as operações dadas um
mandato amplo e explícito para a proteção civil deve ser dado os recursos
específicos necessários para levar a cabo o seu mandato. (ONU, 2000 –
tradução própria)
processo político, proteger civis sob ameaça iminente de ataque físico, e/ou
assistência às autoridades nacionais na manutenção da lei e da ordem. Por
proativamente o uso da força em defesa de seus mandatos, essas
Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas têm conseguido
melhorar a situação de segurança e criar um ambiente propício para a
consolidação da paz a longo prazo nos países onde eles são implantados.
(ONU, 2008-tradução própria)
São indicadas no New Horizon ações a serem realizadas pelo DPKO relativas
ao tema Operações de Manutenção da Paz Robustas, desenvolvendo ainda mais
essa abordagem no âmbito das operações de manutenção da paz, são elas:
Na abordagem robusta para a manutenção da paz, DPKO e DFS irá:
• Elaboração de um projeto de nota de orientação estratégica para a
discussão com os Estados-Membros antes do final de 2009.
• Desenvolver orientações para os planejadores de missão para situações
em que um robusto pode ser necessária abordagem de manutenção da paz.
• Definir, com os Estados-Membros, a logística, treinamento e equipamentos
requisitos para as Operações Robustas.
• Explorar com as opções dos Estados-Membros para gerir e minimizar
ressalvas. (ONU, 2009-tradução própria)
6.1 ANTECEDENTES
Acho que sempre existe liberdade para o uso da forca. E mais que isso,
existe obrigação de usa-la quando necessário. Qual o motivo de uma
missão ter um componente militar com todos os equipamentos e
armamentos disponíveis? Para o uso, se necessário. E essa “liberdade” tem
limites em qualquer situação. A percepção da população ‘e condicionada
aos resultados que se obtém usando a forca ou não. Para a população
afetada, a analise teórica, se existe ou não liberdade para o uso da força,
não interessa. Interessa o resultado e o beneficio real em termos de
proteção contra a violência física. (SANTOS CRUZ, 2015)
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
SANTOS CRUZ, Carlos Alberto dos. Pesquisa TCC ECEME Maj Pacheco
[mensagem pessoal]. Mensagem recebida por pachecoeb@gmail.com em 20 de out.
2015.