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FORMULÁRIO ÚNICO DE PROPOSTA (FUP)
PROJETO

Lucas Barbosa Pavéglio

1 Título do Projeto
YOU'LL BELIEVE GOD IS A WOMAN: Pressupostos em torno do videoclipe de Ariana
Grande

2 Orientações para elaboração do Projeto

Folha: tamanho A4;
Margens: superior: 3,0 cm; inferior: 2,0 cm; esquerda: 3,0 cm; direita: 2,0 cm;
Fonte: Times New Roman ou Arial; Tamanho de letra: 12;
Espaçamento: 1,5 cm; exceto resumo: 1,0 cm;
Alinhamento: Justificado; Recuo: 1,5 cm;

3 Apresentação do Projeto

Resumo
A presente pesquisa visa analisar a obra videográfica de Ariana Grande God is
Woman (Deus é Mulher), fazendo então uma leitura multimodal, bem como levando
em conta aspectos do feminismo e empoderamento feminino muito presentes no
videoclipe que é então o tema que gira em torno dessa obra. Outras questões
teóricas relacionadas é a teoria de comunicação dada por Jakobson analisando seus
principais aspectos e como se moldam essas funções com o videoclipe. A teoria
Bakhtiniana também é levada em conta com alguns estudos da enunciação e
discurso que será relacionado com o objeto de análise. Mas principalmente verificar
como o videoclipe conversa com o mundo a partir de suas expressões culturais e
sociais.

Palavras-chave: God is Woman. Ariana. Feminismo. Discurso.

1. Introdução/Justificativa
Cantora, atriz, compositora e apresentadora, Ariana Grande, nos trouxe no
ano de 2018 um videoclipe icônico, single do seu mais novo álbum de estúdio
Sweetener, single esse intitulado God is Woman, dirigido por Dave Meyers.
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O videoclipe veio para questionar a história contada pelos homens através do
tempo, onde o homem é o centro do Universo e a mulher em segundo plano. É uma
obra de arte visual grandiosa, fazendo muitas referências às obras de artes e mitos
da cultura mundial. Ariana por meio deste traz a mulher como centro do universo,
criadora, mãe, dona do saber e o poder sobre tudo e todos. Utilizando de diversas
metáforas imagéticas, Ari quebra barreiras dentro do cenário pop atual, encantando
seus fãs, levantando questões polêmicas e incomodando àqueles que se sentem
ameaçados ideologicamente.
Apontado como blasfêmia por uns e um ato revolucionário por outros, o clipe
de God is Woman está disponível nas plataformas para nos mostrar uma visão
completamente diferente de tudo que já vimos anteriormente no mercado
fonográfico. Com a carreira consolidada e aclamada pela mídia e Arianators, o
Cristal do Pop nos propõe essa imersão em um mundo na perspectiva feminina de
criação e dominação.
Com suporte teórico, essa pesquisa busca mostrar a imagem da mulher
apresentada por ela em seu videoclipe. Vamos a partir de uma outra visão poder
expor como Ariana se consolidou e criou sua imagem na cultura pop, alcançando
uma visibilidade enorme e atingindo as mais diversas massas, conquistando desse
modo um espaço no hall da fama, por ser diferente de tudo que já se viu, criativa e
revolucionária.
Nessa pesquisa foram utilizados como fundamentação teórica alguns estudos
dos estudos de Bakhtin sobre enunciação e discurso, a teoria da comunicação de
Jakobson e também estudos sobre o feminismo e questões de gênero de um modo
bem simples apenas para a nossa compreensão para poder fazer algumas
considerações sobre o assunto.

2. Objetivos
1.2.1. Geral
A pesquisa tem como objetivo geral analisar o videoclipe God is Woman de
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Ariana Grande afim de identificar a comunicação com o meio social que ele faz e
trazer a sua importância para dentro do movimento feminista.
1.2.2. Específicos
- Verificar como o videoclipe conversa com o mundo a partir de suas expressões
culturais e sociais;
- Analisar o objeto de análise como resposta para a sociedade e como se dá essa
resposta;
- Identificar o canal, o código, a mensagem e o referente que se fazem presentes na
comunicação do videoclipe.

3. Revisão de literatura
A análise do videoclipe God is Woman de Ariana Grande tem muitos
significados e muitas revelações em seu enredo. Por seu próprio nome já podemos
ter uma noção “Deus é Mulher”, isso poderia ser interpretado de diversas formas,
como uma crítica à Igreja, mas também diante do cenário atual onde muito é falado
sobre empoderamento feminino, temos então o feminismo, que é um conjunto de
movimentos políticos, sociais, culturais, ideológicos e filosóficos que tem em comum
um único objetivo que são os direitos iguais, uma vivência humana por meio do
empoderamento feminino e da libertação de padrões patriarcais que se baseam nas
normas de gênero.
Muitos movimentos e também grandes mulheres empoderadas com o passar
dos tempos tentavam conquistar espaço numa sociedade que sempre foi e ainda é
muito machista. Mesmo com muito avanço presenciamos diversas situações em que
a mulher é rebaixada ao nível do homem, seja perante a sociedade, em suas casa,
no mercado de trabalho, no dia a dia, em todos os lugares algum ato machista
ocorre. Em virtude disso muitos são os grupos que se mobilizam por conta dessas
condições tristes que vivenciamos, são grupos em apoio a mulher, grupos de
proteção à violência contra as mulheres, e também os mais fortes de resistência que
batalham por uma sociedade igualitária onde a mulher tenha seu espaço e mesmas
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condições e tratamentos que os homens.
É interessante refletirmos que essa questão de sexo e a mulher sendo inferior
ao homem é algo que parece ser tão do passado, mas está muito presente nos dias
de hoje.
Sobre a questão de sexo Acker, Barry e Essevald, citados por De Marco et ái
(1993:31), confirmam que:
“a pesquisa feminista deve possuir como base a compreensão de que
sexo é o centro de uma construção social da realidade e, chamam
atenção para o fato de que deve ser um processo aberto e crítico,
onde todas as ferramentas intelectuais que nós herdamos de uma
tradição intelectual dominada por homens sejam colocadas em
questão, incluindo as ideias sobre a natureza básica dos seres
humanos, a natureza da vida social, a visão mundial tomada como
certa ciência tradicional, quais os conceitos e questões que podem
ajudar a iluminar nossa condição de parceria, e como nós poderemos
passar a desenvolver tal conhecimento".

Entender o sexo como uma construção social é a peça chave do conceito de

feminismo, que é o de gênero, defendido por Harding citado por Castro e Bronfman
(1993) como sendo "uma construção social sistemática do masculino e do feminino
que está pouco (ou nada) determinado pela biologia (pelo sexo), presente em todas
as sociedades, e que permeia todas as dimensões da vida social e privada". (p.378)
Desse modo podemos compreender brevemente o que o feminismo defende
e suas lutas por igualdade de gênero.
Partindo para um campo de análise diferente do que diz respeito aos gêneros
e feminismo, as teorias de enunciado e discurso também são de suma importância
para a realização dessa pesquisa. Com base nos estudos bakhtinianos por
MENDONÇA (2012), nos propõe que o enunciado (neste caso o enunciado do objeto
de análise) sempre refrata a realidade, no sentido de que levará em consideração as
ideologias, as visões de mundo que vem do social e que nada está neutro. Deste
modo ele destaca “o enunciado é ação sobre o mundo porque é resultado de
compreensão responsiva de um sujeito” (p. 112). No texto pode-se procurar tais
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ideologias, visto que os discursos não são neutros, eles provém de algum lugar.
Sendo assim, o enunciado é uma resposta do social, em questão as questões dos
homens e mulheres/feminismo.
O enunciado se produz no diálogo com outros enunciados possíveis do
interlocutor, imediato ou não. Esse diálogo, além de produzir uma imagem do outro
no discurso do eu, interfere no discurso por vir, sendo um elo da corrente discursiva
“O enunciado é uma ação sobre o discurso do outro que é interlocutor – na memória
de futuro” (p. 112). Partindo dessa reflexão de MENDONÇA, podemos analisar como
o tema do videoclipe que trata dessas relações machistas e de patriarcado são
marcas históricas e mesmo com o passar de muitos séculos e milênios inclusive
ainda se faz presente esse discurso de o homem sendo o membro principal da
sociedade e a mulher sempre em segundo plano. Esse discurso mesmo sendo
antigo ele se faz presente hoje em dia e com esse estudo podemos fazer essas
reflexões acerca do assunto. Com esses estudos de enunciados e discurso pode-se
também analisar se o clipe busca quebrar algum padrão e pensar que o pensar o
texto é pensar o mundo.
Poder analisar então como esse enunciado é uma resposta ao que está
circulando na sociedade e a resposta desse enunciado e como age quando posto
em circulação como Bakhtin visa que o receptor não é apenas um agente passivo,
então desse modo vamos verificar como se dá a resposta desse receptor ao que já é
a resposta do social.
Com a teoria da comunicação apresentada por Jacbson para estabelecer as
funções da linguagem tomou por referência três funções básicas da língua propostas
por Karl Buhler - função expressiva; função conativa; função de representação -, e
também os fatores constitutivos do ato de comunicação verbal. Como fatores
constitutivos, o linguista apresenta: 1) remetente (codificador); 2) mensagem; 3)
destinatário (decodificador); 4) contexto (ao qual se faz 222 Paula Gaida Winch e
Silvana Schwab Nascimento referência durante a comunicação e deve ser de
possível compreensão ao destinatário); 5) código (deve ser parcial ou totalmente
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comum ao remetente e ao destinatário); e, 6) contato (canal físico a partir do qual se
estabelece a comunicação; envolve também uma conexão psicológica entre
remetente e destinatário). Conforme explica Jakobson, “cada um desses seis fatores
determina uma diferente função da linguagem” (JAKOBON, 2010, p. 157).
Uma das funções da linguagem temos a função conativa que tem sua atenção
centrada no destinatário. Essa função “encontra sua expressão gramatical mais pura
no vocativo e no imperativo” (JAKOBON, 2010, p. 159). Assim podemos pensar
nessa análise de como o remetente faz uso da linguagem com função conotativa
diretamente para o seu destinatário. Essa função e as outras num conjunto tem
como objetivo traduzir a realidade para o seu destinatário.

4. Metodologia
A pesquisa será feita a partir da análise semiótica do videoclipe, trazendo
referências do meio social, da história e também associando essas relações também
com a teoria da comunicação, também por meio dos estudos bakhtinianos em
relação aos enunciados e aos discursos, também nos estudos que diz respeito aos
movimentos feministas e como a sociedade do espetáculo vê isso.
A análise da linguagem vai partir de uma leitura multimodal (som, imagem,
palavra) afim de analisar o signo não verbal (o videoclipe) constitutivo do corpus
selecionado. Sendo assim a metodologia deste projeto será bibliográfica, com base
nos estudos e discussões levantadas nas aulas de Estudos da Signifiação II:
Enunciação e Discursos, e nas demais teorias.

5. Resultados Esperados
O esperado com essa pesquisa identificar os elemntos presentes no
videoclipe que remetem essas referências onde a mulher se põe como centro do
universo e inverte os papéis nas grandes histórias contadas pelos homens. Também
é esperado que consiga realizar fazer uma conversa entre análise e os textos
teóricos para que assim justifique as pesquisas levantadas.
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Tendo então a análise e a conversação teórica o trabalho se dá por completo
dentro dos objetivos propostos da pesquisa, legitimando a sua proposta com
fundamentação teórica e uma análise relevante dos fatos que são apresentados pelo
objeto de estudo.

6. Referências
CASTRO, Roberto P. ; BRONFMAN, Mário P. Teoria feminista y sociologia medica:
bases para una discusión . Cad Saúde Púb. , v. 9, n. 3, p. 378, 1993;
De MARCO, Rosana; CAMPBELL, Jacquelyn ; WUEST, J udith . Feminist critique:
searching for meaning in research. Adv. Nurs. Sci. , v. 1 6, n. 2, p.31, 1993;
GRANDE, Ariana. God is Woman. Republic Records, a Division of UMG Recordings, Inc. 2018
(4:01) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kHLHSlExFis. Acesso em 16 de
setembro de 2018.
JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. 22.ed. Tradução de Izidoro Blikstein;
José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 2010.
MENDONÇA, M. C. Desafios metodológicos para os estudos bakhtinianos do
discurso. IN: GRUPO DE ESTUDOS DOS GÊNEROS DO DISCURSO
(GEGe/UFSCar). Palavras e contrapalavras: enfrentando questões da metodologia
bakhtiniana. São Carlos: Pedro & João Editores, 2012, p. 107-117.