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FICHA
PORTUGUÊS – 11º ANO de LEITURA
Sequência 3 – Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett
ACTO I
Ano lectivo: 2009-2010 Docente: Cristina Pimentel
ACTO I, CENA I
1) A escolha destes dois versos do episódio de Inês de Castro para iniciar a obra,
funciona como indício de desgraça relativamente ao sentimento amoroso da
personagem. À semelhança de Inês de Castro, D. Madalena oscilará entre a
efémera alegria e a cegueira exacerbada, na medida em que não se poderá furtar
a um Destino já traçado.
2) Quanto aos hábitos de leitura de D. Madalena, esses dois versos indicam a estirpe
elevada à qual D. Madalena pertence, pois dedica-se à literatura culta, cujo acesso
era confinado apenas a uma minoria.
3) Vocábulos que sugerem o estado de espírito de D. Madalena: «engano»; «morrer»;
«terrores»; «desgraça».
4) A abundância de reticências e exclamações, a existência de interjeições,
repetições, frases curtas, elípticas, suspensas, de construção anafórica e
predomínio da função emotiva, remetem para o estado de tristeza, meditação e
desalento de D. Madalena.
ACTO I, CENA II
5) Na fala 3, Telmo caracteriza Manuel de Sousa Coutinho como sendo um homem
culto, provindo de uma família igualmente dedicada às Letras, nomeadamente o
seu pai, que escrevia.
6) Na fala 11 temos a metáfora e a enumeração; ambas reforçam o afecto que Telmo
nutre por Maria e a sua dificuldade em caracterizá-la apenas com uma só palavra.
7) Exemplos, na fala 12, de caracterização directa de personagem: «o escudeiro
valido; o familiar quase parente; o amigo velho e provado de teus amos». A
caracterização directa consiste em usar determinado atributo directamente para
caracterizar alguém, ou a si próprio.
8) Telmo anuncia acontecimentos futuros. Os seus presságios, nesta cena: «Terá …»
(põe em dúvida a morte de D. João – fala 15); « (…) tenho cá uma coisa que me
diz que antes de muito, se há-de ver quem é que quer mais à nossa menina nesta
casa.» (fala 29); «”Vivo ou morto” – rezava ela / “vivo ou morto…” / Não me
esqueceu uma letra daquelas palavras: e eu sei que homem era meu amo para as
escrever em vão: - “vivo ou morto, Madalena, hei-de ver-vos pelo menos ainda uma
vez neste mundo”» (fala 55); «Mas não se ia sem aparecer também ao seu aio
velho.» (fala 61).
9) A pontuação, as repetições de palavras existentes nos diálogos são marcas de
oralidade, tentam reproduzir a coloquialidade do discurso e adequar-se / reflectir o
ACTO I, CENA V
21) As facetas da personalidade de Maria que estão evidentes na fala 8 são a
maturidade, a noção de responsabilidade, a sensibilidade, a solidariedade.
22) A notícia trazida por Jorge, na fala 17, contribui para o desenvolvimento do conflito
dramático uma vez que a intenção dos governadores espanhóis ao pedir asilo a
Manuel de Sousa Coutinho vai implicar que este incendeie o seu palácio como
recusa em albergá-los, implicando a mudança para o palácio de D. João, onde vai
desenrolar-se a Catástrofe final.
ACTO I, CENA XI
29) Qualquer homem pode ser fiel aos seus princípios, combatendo a intolerância,
ainda que tal implique o desprendimento dos seus bens materiais ou da sua vida,
os quais nada valem perante a nobreza de tais actos.
7) Madalena exige a Telmo que não fique em casa naquele dia, aparentemente
preocupada em relação ao bem-estar da filha; contudo, as pausas / reticências
remetem para a crença na fatalidade daquele dia aziago (azarento, funesto) e que
Telmo teima em reforçar com os seus presságios, cismas e permanente fidelidade
ao seu primeiro amo.
11) O Romeiro intitula-se «Ninguém» pela desilusão, ao constatar que não era mais
esperado por nenhum dos seus familiares, tendo estes reorganizado a sua vida (a
sua casa já não lhe pertencia, nem a sua esposa).