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CURSO & COLÉGIO GABARITO

ADRIANO MATOS MARTINS

A IMPORTÂNCIA DA SECAGEM DE CASCALHO

ARACAJU
2014
ADRIANO MATOS MARTINS

A IMPORTÂNCIA DA SECAGEM DE CASCALHO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso & Colégio Gabarito como um dos pré-
requisitos para obtenção do diploma de Técnico
em Eletromecânica.

ARACAJU
2014
ADRIANO MATOS MARTINS

PROCESSO DA SECAGEM DO CASCALHO

Trabalho de conclusão de curso


apresentada como exigência parcial para a
obtenção do diploma de Técnico em
Eletromecânica à Comissão Julgadora do
Curso & Colégio Gabarito.

Avaliado em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________________
Nome do (a) orientador (a)
Instituição

___________________________________________________________________________
Nome do componente
Instituição

___________________________________________________________________________
Nome do componente
Instituição
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus pela vida, a meus pais por acreditar em
mim e a minha família por estarem ao meu lado durante toda essa jornada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que, pela sua graça, que me capacitou a cumprir mais
essa etapa da minha vida e com seu imensurável amor sempre traz a existência os
meus sonhos.

Aos meus incondicionalmente pais, exemplos de caráter, que desde tenra


idade me incentivam em prosseguir no caminho da buscar pelo conhecimento.

A família, pelo apoio e compreensão nas horas de trabalhos e estudos,


em que não pude partilhar de sua companhia. Aos meus irmãos e sobrinhos por me
proporcionar momentos de ternura e afeto.

Ao meu orientador, pela dedicação, incentivo, paciência, profissionalismo


e amizade durante a realização deste trabalho.

Enfim, a todos que, de uma forma ou outra, estiveram presentes em


minha vida e foram, com certeza, essenciais para a execução e conclusão desta
dissertação.
Se o dinheiro for a sua esperança de
independência, você jamais a terá. A
única segurança verdadeira consiste
numa reserva de sabedoria, de
experiência e competência.

Henry Ford
RESUMO

O estudo mostra que o secador de cascalho é um tipo de centrífuga vertical,


desempenha papel fundamental na adequação dos resíduos às leis ambientais de
descarte, principalmente em plataformas offshore, é um equipamento de extrema
importância no processo de reaproveitamento do fluido de perfuração ainda presente
nos sólidos gerados pela perfuração e que já passaram por diversos equipamentos
de separação. Assim, visando futuramente a otimização ou mesmo reestruturação
desta etapa do processo de descarte de resíduos. De acordo com esse estudo o
presente levantamento com os pontos principais de sua estrutura e operação. Tal
procedimento traz um estudo, em diferentes pontos do processo de controle de
sólidos, através de pesquisas bibliográficas este estudo tem como objetivo de
investigar o comportamento dos mesmos e sua alteração ao longo do processo. A
secagem do cascalho é muitas vezes referida como uma limpeza secundária dos
sólidos, a secagem tornou-se então um procedimento padrão de sistemas fechados
de controle de sólidos.

Palavras-Chave: Controle de sólidos. Caracterização. Cascalho. Secador de


cascalho. Fluido de perfuração.
ABSTRACT

The study shows that the gravel dryer is a type of vertical centrifugal , plays a key
role in adaptation to environmental waste disposal laws , especially on offshore
platforms is a very important equipment in the process of reusing drilling fluid still
present in solids generated by drilling and who have gone through various separation
equipment . Then, in order to optimize future restructuring or even this step in the
waste disposal process. According to this, study the present survey with the main
points of its structure and operation. This procedure presents a study in different
parts of solids control process, through bibliographic research this study aims to
investigate the behavior of the same and its change throughout the process. Drying
of gravel is often referred to as a secondary cleaning of the solids, then drying has
become a standard closed system solids control procedure. With the aim of
investigating the behavior of the same and its change throughout the process. Drying
of gravel is often referred to as a secondary cleaning solids, then drying has become
a standard closed systems for solids control procedure.

Wordkey: Solids control. Characterization. Gravel. Gravel dryer. Drilling fluid.


LISTAS DE TABELAS E FIGURAS

Figura 1 – Sonda de Perfuração ............................................................................... 12

Figura 2 – Fluido de Perfuração de Poço de Petróleo............................................... 13

Tabela 1. Componentes de um Fluido de Perfuração................................................15

Figura 3 – Esquema de Controle de Sólidos ............................................................. 16

Figura 3.1 – Visão de Equipamentos no Controle de Sólidos ................................... 16

Figura 4 – Secador de “Cascalho”..............................................................................17

Figura 5 – Amostras de “Cascalho” Seco e molhado – (a)-Molhado-12% e (b)-Seco-


3%..............................................................................................................................21

Figura 6 – Funcionamento do Secador de “Cascalho...............................................21

Figura 7 – Tela de 20 Mesh Utilizada no Secador..................................................... 23

Figura 8 – Raspadores do Secador...........................................................................23


Figura 9 – Suporte da Tela .......................................................................................... 24

Figura 10 – Cone e Rotor do Secador ....................................................................... 25

Figura 11 – Kit Retorna 50ml......................................................................................26

Figura 12 – Equipamento na Perfuração para Separação de Sólidos.......................34


Figura 13 – Separação e Secagem do Cascalho.......................................................35
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10

2 PERFURAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS............................................11


2.1 Fluido de Petróleo................................................................................................13
2.2 Tipos de Fluidos de Petróleo................................................................................14
2.3 Controle de Sólidos na Perfuração de Poços de Petróleo...................................15
2.3.1 Secador de Cascalho........................................................................................17
2.3.2 Fluido Recuperado............................................................................................18
2.4 Legislação Ambiental Quanto ao Descarte de Sólidos de Perfuração................18

3 VISÃO DO SECADOR DO CASCALHO................................................................20


3.1 Detalhes do Secador de “cascalho”.....................................................................21
3.1.1 Funcionamento do Secador..............................................................................21
3.1.2 Telas..................................................................................................................22
3.1.3 Raspadores.......................................................................................................23
3.1.4 Suporte da Tela.................................................................................................24
3.1.5 Rotor..................................................................................................................24
3.1.6 Descarga...........................................................................................................25
3.2 Kit Retorta 50Ml....................................................................................................25

4 LIMPEZA E MANUTENÇÃO..................................................................................27

5 CRITÉRIOS AMBIENTAIS.....................................................................................29
5.1 Gerenciamento....................................................................................................29
5.2 Aspectos negativos..............................................................................................29
5.3 Aspectos positivos...............................................................................................30
5.4 Legislações pertinente das atividades de petróleo no Brasil...............................31

6 CONSIDERAÇÕES DO PROCESSO DE SECAGEM DO CASCALHO................34

7 CONCLUSÃO.........................................................................................................36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................37

ANEXO.......................................................................................................................38
10

1 INTRODUÇÃO

Desde o descobrimento do petróleo, essa fonte de riqueza e energia


provocou um enorme impacto no mundo e no meio ambiente, já que são investidos
milhões de dólares em técnicas de como explorá-lo. O petróleo é uma substância
oleosa de cheiro característico, geralmente menos denso do que a água e usado para
fazer diversos outros produtos.
A busca incessante das empresas petrolíferas pelo petróleo e gás trouxe
soluções inovadoras para a perfuração de poços e para o controle de sólidos
posteriormente. No processo de controle de sólidos a separação sólido-líquido é
necessária devido ao reaproveitamento do fluido de perfuração e disposição dos
“cascalhos” de acordo com as leis vigentes. Os fluidos de perfuração são
cuidadosamente formulados com o intuito de se obter um sistema coloidal bastante
estável com determinada viscosidade aparente, pois esse parâmetro é extremamente
importante para que o fluido desempenhe de maneira eficiente e eficaz suas funções,
principalmente a de carrear os “cascalhos” gerados no poço, durante a perfuração,
mantendo uma concentração de “cascalho” no interior do poço não muito elevada
(ASME, 2005 apud PEREIRA, 2010).
O objetivo deste trabalho é estudar uma parte de suma importância do
processo de controle de sólidos na perfuração de poços de petróleo que é o
equipamento “secador de cascalhos”, o qual é responsável por retirar grande parte de
fluido de perfuração dos sólidos provenientes da perfuração. Vale ressaltar que esse
secador que na verdade é uma centrífuga filtrante vertical não faz parte da eficiência
global do processo de controle de sólidos, mas sim é um “polidor” do processo. Para
melhor entender o tema foi feita uma análise de pesquisas bibliográficas e pesquisa
de campo realizada na Empresa NATIONAL OILWELL VARCO DO BRASIL,
compostas por partes específicas e importantes, onde será evidente a importância do
processo de secagem do cascalho.
11

2 PERFURAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO E GÁS

Segundo Thomas 2011, antigamente, as pessoas perfuravam o solo em


busca de água, seja ela para beber, lavar e irrigar, ao encontrar petróleo, por não obter
conhecimento, afirmavam que tal petróleo iria contaminar a água que conseguiram
com tanto sacrifício. No século XIX, as pessoas passaram a ser convencidas de que
o petróleo era necessário, foi a partir daí que a perfuração em busca de petróleo teve
início. O petróleo encontra-se na natureza ocupando os vazios de uma rocha porosa
chamada rocha reservatório. O poço de petróleo é o elo de ligação entre esta rocha e
a superfície. Porém, antes de se perfurar um poço de petróleo, várias ações devem
ser executadas. Inicialmente, um estudo sísmico é efetuado, visando pesquisar entre
as formações do subsolo aquelas com potencial para armazenar petróleo. Descobrir
a localização das rochas reservatório. Além disso, esta rocha deve estar recoberta em
uma formação impermeável que garanta o confinamento do petróleo na rocha
reservatório. (LIMA; SOUZA, 2002).

Feita esta análise e definidos os prováveis pontos a serem explorados,


deve ser feita uma análise de campo, nos locais definidos, a fim de se verificar a
viabilidade da perfuração, em função de possíveis acidentes naturais (rios,
montanhas, matas de preservação ambiental) ou não naturais (construções como
pontes, edifícios, etc.). Só então, inicia-se a elaboração do projeto do poço, projeto
este que poderá ser definido para um poço vertical, quando o objetivo está exatamente
na linha vertical do ponto escolhido na superfície, ou direcional, quando o ponto na
superfície deve ser deslocado do ponto ideal em função de algum acidente natural ou
não natural. (LIMA; SOUZA, 2002).

A perfuração é a segunda etapa na busca pelo petróleo, sendo ela


realizada através de uma sonda. Na perfuração rotativa, as rochas são perfuradas
pela ação de rotação e peso aplicados a uma broca existente na extremidade de uma
coluna de perfuração, a qual consiste basicamente de comandos (tubos de paredes
espessas) e tubos de perfuração (tubos de paredes finas). Os fragmentos de rocha
são removidos continuamente por um fluido de perfuração ou lama. O fluido é injetado
por bombas para o interior da coluna de perfuração através da cabeça de injeção, ou
swivel, e retorna à superfície através do espaço anular formado pelas paredes do poço
12

e a coluna de perfuração. Ao atingir determinada profundidade, a coluna é retirada do


poço e uma coluna de revestimento de aço, de diâmetro inferior ao da broca, é descida
no poço.

O anular entre os tubos do revestimento e as paredes do poço é cimentado


com finalidade de isolar as rochas atravessadas, permitindo então o avanço da
perfuração com segurança. Após a operação de cimentação, a coluna de perfuração
é novamente descida no poço, tendo na sua extremidade uma nova broca de diâmetro
menor do que a do revestimento para o prosseguimento da perfuração. Percebe-se
então que um poço é perfurado em diversas fases, caracterizadas pelos diferentes
diâmetros das brocas. A Figura 1 esquematiza os principais componentes de uma
sonda de perfuração.

FIGURA 1. SONDA DE PERFURAÇÃO. FONTE:


HTTP://GEOPOLITICADOPETROLEO.FILES.WORDPRESS.COM/2010/08/BROCAPERFURATRIZ-PERFURACAO-POCO-
PETROLEO.
13

2.1 Fluido de Perfuração

Os fluidos de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos,


produtos químicos e, por vezes, até gases. Do ponto de vista químico, eles podem
assumir aspectos de suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do
estado físico dos componentes (LIMA, 2001 apud LIMA; SOUZA, 2002).

Suas finalidades principais são: carrear os fragmentos das rochas


perfuradas até a superfície; manter esses fragmentos em suspensão nas paradas de
circulação de fluido no poço; resfriar a broca e lubrificar a coluna de sustentação;
sustentar hidraulicamente as paredes do poço; e conter os fluidos (óleo, gás ou água)
no reservatório. Para cumprir suas finalidades, o fluido necessita possuir a capacidade
de não reagir com as formações com as perfuradas. A Figura 2 ilustra um tipo de fluido
de perfuração de base não aquosa.

FIGURA 2. FLUIDO DE PERFURAÇÃO DE POÇO DE PETRÓLEO.


FONTE:HTTPS://WWW.PLANETSEED.COM/FILES/UPLOADEDIMAGES/SCIENCE/EARTH_WATCH/DRILLING_FLD.
14

2.2 Tipos de Fluidos de Perfuração

A classificação de um fluido de perfuração se dá em função do constituinte


principal da fase contínua ou dispersante, sendo a seguinte:

a) Fluidos de base aquosa: a água é a fase contínua, podendo ser doce ou


salgada. A principal função da água é prover o meio de dispersão para os materiais
coloidais. Estes principalmente argilas e polímeros, que controlam a viscosidade,
entre outros.
b) Fluidos de base não aquosa: a fase contínua é um composto não
aquoso, que pode conter até 45 % de água (emulsão inversa, na qual as gotas de
água ficam encapsuladas pelo óleo, tendo uma maior dificuldade de interagir com as
rochas ativas).
As principais características dos fluidos de base não aquosa, e que lhes
confere vantagens sobre os fluidos à base de aquosa, são: grau de inibição elevado
em relação às rochas ativas; baixíssima taxa de corrosão; propriedades controláveis
acima de 175 ◦C; grau de lubricidade elevado; amplo intervalo de variação de
densidade (de 0,89 a 2,4 g/l); baixíssima solubilidade de sais inorgânicos. Entretanto,
os fluidos à base de óleo têm algumas desvantagens, sendo as mais significativas:
maior grau de poluição e maior custo inicial. (LIMA; SOUZA, 2002).

c) Fluidos à base de ar: Os fluidos pneumáticos (a base de ar/gás) são


utilizados para perfurações em zonas esgotadas ou em áreas onde formações de
baixíssima pressão podem ser encontradas. Uma vantagem de fluidos pneumáticos é
o fato de alcançarem elevadas taxas de penetração e não poluírem o cascalho.
Com o uso deste tipo de fluido, os “cascalhos” são literalmente arrancados
da formação rochosa à frente da broca, como resultado do considerável diferencial de
pressão. (AMOCO, 1994 apud PEREIRA, 2010).

A Tabela 1 a seguir mostra os diversos componentes que compõem um


fluido de perfuração.
15

Tabela 1. Componentes de um fluido de perfuração.


Fonte: (Lima; Souza, 2002).

2.3 Controle de Sólidos na Perfuração de Poços de Petróleo e Gás

O resíduo gerado devido à perfuração de poços de petróleo é uma mistura


de fluido de perfuração e “cascalhos”, caracterizando, portanto, mistura sólido –
líquido que posteriormente deve ser separada. Assim, desse objetivo criou-se
sistemas modernos de separação em sondas de perfuração visando principalmente a
redução de sólidos no fluido com menor custo e o reaproveitamento do próprio fluido.
Contudo, necessita-se também de se adequar de acordo com a legislação ambiental,
os sólidos para o seu descarte.

Como a mistura de lama e sólidos é basicamente um sistema grosseiro de


partículas - fluido de diversas granulometria aplicamos a eles um tratamento primário
de controle através de peneiras, decantadores, hidrociclones e centrífugas.

Após o tratamento verificamos a eficiência do processo através da


quantidade de sólidos que permanecem no fluido tratado e quanto menor essa
quantidade maior a eficiência adquirida. O sistema de controle de sólidos (Figura 3) é
constituído, sequencialmente por peneiras vibratórias, tanque de decantação,
conjunto de hidrociclones (desareiadores e dessiltadores) e peneira vibratória
denominada por Mud Cleaner e centrífugas decantadoras, (PEREIRA, 2010).
16

FIGURA 3. ESQUEMA DE CONTROLE DE SÓLIDOS. FONTE: (RELATÓRIO DE VISITA À BAHIA. PANISSET, C.M, 2010).

FIGURA 3.1. VISÃO DE EQUIPAMENTOS NO CONTROLE DE SÓLIDOS. FONTE: (RELATÓRIO DE VISITA À BAHIA.
PANISSET, C.M, 2010).
17

2.3.1 Secador de Cascalho

Com a crescente restrição ambiental para o descarte de resíduos oriundos


da perfuração de poços de petróleo, houve grande necessidade de introduzir uma
alternativa técnica - econômica após a etapa de peneiramento. Tal alternativa é uma
centrífuga filtrante vertical que reduz o volume de líquido que está junto com o de
descarte sólido, o “Secador de cascalho”. No entanto, tal equipamento não influencia
na eficiência do processo de controle moderno de sólidos, pois trata-se de um
equipamento que, como dito anteriormente, visa a redução do volume de resíduos
gerados e a recuperação de boa parte da fração liquida que seria descartada com os
sólidos. O Secador de cascalho é ilustrado na Figura 4. O resíduo que se deseja tratar
(~12% de fluido em massa) é alimentado na porção superior do equipamento e cai em
um compartimento composto de um tronco cônico rotativo dotado de aletas
raspadoras. O resíduo adquire então um movimento rotativo – de 800 a 1200 rpm – e
é arremessado contra uma tela de 10 a 30 mesh, também em movimento rotativo, e
que impede a passagem dos sólidos mais grosseiros.

FIGURA 4. SECADOR DE “CASCALHO”. FONTE: (PEREIRA, 2010)


18

O fluido recuperado com grande porcentagem de sólidos é estocado em


um tanque de espera para posterior processamento em uma centrífuga decantadora.
A torta formada sobre a superfície interna da tela é raspada pelas aletas presas ao
cone rotativo, desta forma os sólidos são direcionados para a parte inferior do
equipamento. Esse procedimento ocorre pelo fato de que a tela e o cone giram com
uma pequena decalagem: o cone gira uma volta a mais a cada volta da tela. O
“cascalho” seco é transportado até um compartimento de armazenamento e
posteriormente segue para a disposição final de acordo com o tratamento proposto.
(DE SÁ, 2008).

Logo, como regra básica de funcionamento, deve-se deixar inicialmente o


sistema de secagem operando em loop até que a torta adequada seja formada.

2.3.2 Fluido Recuperado

O fluido recuperado no secador ainda contém um alto teor de sólidos (45%


em massa) e é então submetido, geralmente a uma centrífuga decantadora,
dimensionada e preparada para processar fluidos com grande quantidade de sólidos.
O overflow das centrífugas decantadoras que processam o fluido recuperado no
secador é direcionado para um tanque e depois para o sistema ativo de circulação
juntamente com o fluido recuperado no Mud Cleaner enquanto que o underflow
(sólidos separados) é levado para um compartimento de armazenamento para
posterior disposição final juntamente com os sólidos processados no “Secador de
cascalho”.
Todo o sistema de controle de sólidos descrito é de suma importância no
processo de perfuração de poços de petróleo, uma vez que a lama de perfuração pode
ser considerada como a “força vital do poço”, principalmente para poços de grande
profundidade. Portanto é bastante clara a necessidade de se recuperar de forma eficaz
e eficiente o fluido de perfuração. Além disso, o processo de controle de sólidos é
essencial na adequação dos resíduos de perfuração às leis ambientais vigentes e
cada vez mais restritas (MARQUES, 2008 apud PEREIRA, 2010).
2.4 Legislação Ambiental Quanto ao Descarte de Sólidos de Perfuração

No Brasil, quanto à competência legal para aprovação e verificação das


atividades offshore, cabe à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) a aprovação e supervisão das atividades de perfuração,
19

produção e processamento dos hidrocarbonetos produzidos; cabe à Marinha a


aprovação e supervisão das embarcações (navios de apoio e plataformas, tanto de
perfuração como de produção); e cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Renováveis (IBAMA) a aprovação da área em que a atividade será
desenvolvida, sob o ponto de vista de impacto no meio ambiente, e a aprovação do
Plano de Emergência Individual, requisito para o licenciamento ambiental (ANP,
2010).
O “cascalho” e o fluido de perfuração são os resíduos que caracterizam a
perfuração dos poços de petróleo e gás. A polêmica em torno da utilização e descarte
destes rejeitos tem os colocados em posição de destaque no debate internacional
sobre a preservação do ecossistema na etapa de exploração marítima de petróleo e
gás, o que vem exigindo uma legislação própria que regulamente a matéria no Brasil,
principalmente após a abertura do setor de petróleo no país em 1997. Nos Estados
Unidos e na Europa essa legislação já existe há alguns anos e é bastante exigente. A
Agência de Proteção Ambiental Americana (US EPA) estipulou que o teor de fluido
sintético presente nos “cascalhos” descartados em plataformas offshore não pode
ultrapassar 6,9% e o descarte de “cascalhos” contaminados com fluido a base de óleo
estão proibidos. (US EPA, 2000 apud PEREIRA, 2010). A Comissão Oslo/Paris
(OSPAR) na Convenção para Proteção do Ambiente Marinho do Nordeste do Atlântico
(2000) estabeleceu que o teor de fluido a base de óleo no “cascalho” descartado em
alto mar em território Europeu deve ser inferior a 1%.
20

3 VISÃO DO SECADOR DE “CASCALHO”

Quando se trata de resíduos de perfuração de poços de petróleo, fala-se


em fluido de perfuração aderidos ao “cascalho”, onde a quantidade dos mesmos é
função do diâmetro do poço, da eficiência do controle de sólidos, da capacidade do
fluido em tolerar sólidos entre outros. Segundo ASME (2005) apud PEREIRA (2010),
a Equação 3.1 é uma expressão simples que fornece a quantidade de “cascalho” com
fluido associado (“cascalho” molhado):

S = ε * HV/FS (3.1) Onde:

S = volume de “cascalho” molhado, em bbl.

ε = eficiência do controle de sólidos, expressa como uma fração.

HV= volume total do poço, em bbl.

FS = fração de sólidos na corrente de descarte.

A fração de sólidos na corrente de saída do poço varia entre 30 e 50% em


volume. O sistema de controle de sólidos, não importa quão bom ele seja, não é capaz
de separar completamente o fluido do “cascalho”. Da mesma forma, o sistema de
controle de sólidos não consegue retirar do sistema de circulação a totalidade de
“cascalho” provinda do poço. Isto significa que, com o tempo, os sólidos irão se
acumular no sistema de circulação. O “cascalho” proveniente das peneiras primárias
e do Mud Cleaner do sistema de controle de sólidos possui uma concentração de
fluido de 8 a 12% em massa. Essa concentração é significativamente alta em relação
ao mínimo permitido no Litoral dos Estados Unidos e da Europa, e cada vez mais em
outros lugares do mundo. A Figura 5 a seguir mostra amostras de cascalho molhado
e seco.
21

FIGURA 5. AMOSTRAS DE “CASCALHO” SECO E MOLHADO – (A)-MOLHADO-12% E (B)-SECO-3%. FONTE: (PEREIRA,


2010).

O fato de se criar essa técnica de controle de sólidos é devido a legislação


energética em vigor e daí nota-se o secador de “cascalho” como o único, e assim
protagonista, capaz de reduzir o teor de fluido aderido ao “cascalho” abaixo de 4%, e
garantindo o reaproveitamento do fluido que retorna ao processo.

3.1 Detalhes do Secador de “cascalho”

3.1.1 Funcionamento do Secador

FIGURA 6. FUNCIONAMENTO DO SECADOR DE “CASCALHO”. FONTE: SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS NA PERFURAÇÃO


DE POÇOS. RELATÓRIO INTERNO DA PETROBRÁS, 2008.
22

O Secador de “cascalho” é alimentado na porção superior e posteriormente


faz a separação sólido-líquido da lama de perfuração. A Figura 6 ilustra um breve
funcionamento do Secador.
Os sólidos retidos nas peneiras são transportados até o “Secador de
cascalho” através de diferentes sistemas que incluem alimentação por gravidade,
transferência por bomba a vácuo com funil rotativo, transporte pneumático, bombas
de deslocamento positivo e roscas transportadoras. O cascalho então, é direcionado
ao “Secador” com adição de fluido para facilitar seu transporte. No interior do
“Secador” a mistura é acelerada e lançada em direção à tela onde formará uma torta
que acaba retendo partículas muito mais finas do que a abertura da tela poderia reter
nominalmente.
A filtração é realizada pela torta e não pela tela, o líquido é coletado no
compartimento lateral e o sólido seco é descartado na parte inferior do equipamento.
Tal processo de separação pode ser otimizado pela mudança na vazão de “cascalho”
que é alimentado na centrífuga, pelo ajuste da distância entre os raspadores e a tela,
o que se faz movendo o cone na vertical, ou ainda alterando a abertura da tela, sendo
as mais comumente utilizadas de 10 ou 20 mesh.
Devido à alta força centrífuga criada pelo grande diâmetro do cone que gira
com elevada rotação, a separação sólido-líquido ocorre gradativamente conforme a
lama entra em contato com a superfície da tela de alta capacidade, produzindo um
descarte de sólidos seco e recuperando fluido de perfuração. A taxa de fluxo sobre a
tela é controlada pela diferença de velocidade entre o cone e a tela, sendo que os
raspadores giram uma volta a mais a cada volta da tela e cada 75 rotações dos
raspadores correspondem a 74 rotações do rotor, e também pela ação das aletas
raspadoras, as quais movem os sólidos na direção do local de descarte.
Os “cascalhos” são descarregados por gravidade na parte inferior do
equipamento e podem ser recolhidos logo após o secador ou levados até determinado
local por roscas transportadoras. O fluido que atravessa a tela é bombeado até uma
centrífuga decantadora e depois de processado retorna em seguida ao processo.
(PEREIRA, 2010).

3.1.2 Telas
As telas verticais permitem secagem eficiente e fácil deslocamento do
“cascalho”. Alguns exemplos de abertura de tela são: 0,010 (10 mesh) => 254μ;
23

0,015 (15 mesh) => 381μ; 0,020 (20 mesh) => 508μ; 0,030 (30 mesh) =>
762μ; A Figura 7 mostra um exemplo de tela de 20 mesh.(PEREIRA, 2010).

FIGURA 7. TELA DE 20 MESH UTILIZADA NO SECADOR. FONTE: (PEREIRA, 2010)

3.1.3 Raspadores
Os raspadores são fundamentais para o bom desempenho da máquina,
portanto, é importante sempre manter uma folga ótima entre a tela e os raspadores o
que controla a espessura da torta filtrante. Raspadores padrão são ajustáveis,
independentes e com revestimento de carbonato de tungstênio, reduzindo o desgaste;
são construídos em tamanho definido e vendidos em conjunto de oito peças.

O espaçamento ótimo entre a tela e os raspadores é de 0,015 in (~0,4 mm),


este valor foi determinado para diversas aplicações, no entanto, alguns materiais
podem exigir valores diferentes. Uma folga excessivamente pequena pode reduzir a
vida útil da tela, aumentar a sua degradação, elevar o teor de sólidos no fluido
recuperado e o teor de fluido no “cascalho” seco. Os raspadores têm a função de
manter a tela limpa e de direcionar os sólidos para a área de descarte. (Manual M-I
SWACO, 2001 apud PEREIRA, 2010). Mostra-se um exemplo de raspadores na
Figura 8.
24

FIGURA 8. RASPADORES DO SECADOR. FONTE: (PEREIRA, 2010).

3.1.4 Suporte da Tela

O suporte é feito de metal, tem uma vida útil longa e geralmente seu
desgaste não altera o funcionamento do Secador. A Figura 9 mostra um suporte de
Tela.

FIGURA 9. SUPORTE DA TELA. FONTE: (PEREIRA, 2010)

3.1.5 Rotor

É muito importante verificar a condição do rotor a cada mudança de tela.


Isto é necessário, pois o rotor é o membro de ligação entre o eixo de acionamento
externo e o suporte da tela, e é uma das partes que está sujeita a um desgaste
25

abrasivo. A forma do rotor, o seu funcionamento e o tratamento de sua superfície são


projetados para manter o mínimo de desgaste possível. Além disso, o desgaste
inerente que existe pode ser diminuído se as inspeções periódicas e os trabalhos de
manutenção necessários forem realizados antes que o rotor se desgaste a um ponto
onde há danos físicos ao equipamento. (Manual M-I SWACO, 2001 apud PEREIRA,
2010). A Figura 10 ilustra um exemplo do rotor mencionado.

FIGURA 10. CONE E ROTOR DO SECADOR. FONTE: (PEREIRA, 2010)

3.1.6 Descarga

O compartimento de descarga de sólidos vai do fundo do rotor ao fundo da


base da centrífuga. Uma inspeção diária nesta parte do equipamento deve ser
realizada a fim de se prevenir a formação de acúmulo de produto nessa área, tal fato
levaria a uma excessiva resistência de partes móveis, o que poderia acarretar em uma
sobrecarga da máquina e consequente desgaste no rotor. (PEREIRA, 2010).

3.2 Kit Retorta 50mL

A Retorta é usada para determinar a quantidade de líquidos e sólidos em


um fluido de perfuração. Em um teste de réplica, uma amostra de fluido medida é
colocado em um copo e aquecido até que os componentes líquidos sejam
vaporizados. Os vapores são passados através de um condensador e recolhidos em
26

uma proveta ou tubo de centrífuga que tem sido calibrado para registrar o volume dos
líquidos condensados em 20°C. O destilado é lido diretamente como porcentagem de
volume do volume original da amostra de sólidos. Sólidos suspensos e dissolvidos
são determinados subtraindo-se estes a partir de 100 por cento da amostra inicial.
Para fluidos de água doce, a quantidade relativa de barita e argila pode ser estimada.
Correções relativas à presença de sal devem ser feitas no cálculo de teor de sólidos
por volume. A Retorta Oil and Water fornece um método simples e diretas de campo
para determinação da porcentagem em volume de óleo e água em amostras de lama
de perfuração ou em amostras de núcleo da formação. A Retorta foi projetada para
ser especialmente útil na determinação do teor de óleo de lamas de emulsão. A Figura
11 ilustra um exemplo do Kit Retorta. (FANN, 2007).

35. FONTE:
HTTP://WWW.FANN.COM/DEFAULT.ASPX?PAGEID=269&NAVID=29&PRODID=FPN::JSW93SKG4
27

4 LIMPEZA E MANUTENÇÃO

O fluido recuperado no secador ainda contém um alto teor de sólidos (45%


em massa) e é então submetido, geralmente a uma centrífuga decantadora,
dimensionada e preparada para processar fluidos com grande quantidade de sólidos.
O overflow das 8 centrífugas decantadoras que processam o fluido recuperado no
secador é direcionado para um tanque e depois para o sistema ativo de circulação
juntamente com o fluido recuperado no Mud Cleaner enquanto que o underflow
(sólidos separados) é levado para um compartimento de armazenamento para
posterior disposição final juntamente com os sólidos processados no “Secador de
cascalho”. Todo o sistema de controle de sólidos descrito é de suma importância no
processo de perfuração de poços de petróleo, uma vez que a lama de perfuração pode
ser considerada como a “força vital do poço”, principalmente para poços de grande
profundidade. Portanto é bastante clara a necessidade de se recuperar de forma
eficaz e eficiente o fluido de perfuração. Além disso, o processo de controle de sólidos
é essencial na adequação dos resíduos de perfuração às leis ambientais vigentes e
cada vez mais restritas (PEREIRA, 2010).

4.1 Tratamento primário – Controle de sólidos e Limpeza

Os fragmentos das rochas que foram removidos com o auxílio do fluido de


perfuração retornam à superfície através do espaço anular formado pelas paredes do
poço e a coluna. O fluido de perfuração para ser reaproveitado na perfuração deve
passar por um separador de sólidos. Estes equipamentos em conjunto são capazes
de reter até 99% dos fragmentos das rochas cortados pela broca contidos no fluido,
denominados cascalhos de perfuração. Perfazendo um circuito típico de controle dos
sólidos, o fluido de perfuração ao sair do poço entra na peneira vibratória onde são
parcialmente separados do fluido os sólidos de granulometria maior e são descartados
geralmente em uma caçamba de 5 m³. O fluido que passa pelas telas das peneiras é
processado por um conjunto de dois a quatro hidrociclones de 8 a 20 polegadas. A
função de um hidrociclone é acelerar o processo natural de decantação de partículas
de um fluido, no caso basicamente a areia, o que os torna conhecidos como
desareiadores onde existe outra caçamba para receber o resíduo. Saindo deste
equipamento a lama passa ao dessiltador. Este nome vem do inglês silt, que
caracteriza uma partícula de tamanho maior que a argila e menor que a areia,
28

denominada silte. O dessiltador é um hidrociclone de 4 a 5 polegadas (dependendo


da vazão de fluido a ser processada pode haver de oito a doze dessiltadores), que irá
descartar as partículas sílticas em uma terceira caçamba. Saindo do dessiltador o
fluido pode ser direcionado a um mud cleaner, que trata-se de um dessiltador com
uma peneira para recuperar partículas que não foram retidas nos equipamentos
anteriores. Dependendo do caso, pode haver também uma centrífuga para retirar as
partículas menores que ainda não tenham sido descartadas pelos hidrociclones. A
partir daí, a lama volta a ser bombeada para o poço. Há também os desgaseificadores,
com a função de eliminar o gás do fluido de perfuração (THOMAS, 2001).
Dentre os equipamentos citados, a centrífuga é o que apresenta maior
eficiência na separação sólido-líquido, portanto, o resíduo descartado pela centrífuga
apresenta menor umidade e contaminação que os descartados nos demais
equipamentos.

De acordo com a NATIONAL OILWELL VARCO DO BRASIL, toda


manutenção deverá ser registrada, assim como deverá ter um plano de manutenção
para o sistema de secagem ou equipamentos do sistema. As ferramentas adequadas
para cada manutenção deverão estar disponíveis no local de trabalho. Cabe ao
operador do sistema disponibilizar e controlar as ferramentas para o exercício da
manutenção. Deverá ser mantido um registro do controle destas ferramentas.

Ao final da operação é necessário um mínimo de pessoas para efetuar o


trabalho de manutenção e limpeza. A equipe operacional para esta tarefa deve ser
formada pelo menos por duas pessoas, embarcadas no mínimo por três dias. A
intervenção em qualquer equipamento para manutenção ou limpeza deverá ser
conduzida com as ferramentas adequadas e EPI’s necessários para proteger o
trabalhador.
29

5 CRITÉRIOS AMBIENTAIS

5.1 Gerenciamento

É consenso, a nível internacional, que o potencial dos resíduos


provenientes das atividades industriais de causar danos à saúde e ao meio ambiente
pode ser minimizado quando um gerenciamento adequado é utilizado. O manuseio e
disposição final dos resíduos de forma efetiva e responsável são a chave de um
Sistema de Gerenciamento de Risco Ambiental na perfuração de poços de petróleo.
O eficiente gerenciamento dos resíduos pode reduzir ainda os custos operacionais e
potenciais responsabilidades futuras. O potencial de sensibilidade ecológica do local
onde as operações de perfuração estiverem ocorrendo é a chave para o sistema de
gerenciamento de resíduos a ser adotado. É necessária a obtenção de informações
geológicas, hidrológicas, climáticas e da biota local.

5.2 Aspectos negativos

Os impactos ambientais que podem advir da atividade de perfuração de um


poço de petróleo podem ser resumidos em: danos à fauna e flora devido à remoção
da vegetação no local onde será perfurado o poço; erosão provocada pela destruição
da vegetação; agressões ao meio ambiente causadas pelos resíduos dos fluidos de
perfuração, fragmentos das rochas (cascalhos) perfuradas dispostos em diques de
perfuração e/ou percolação de contaminantes para lençóis freáticos; e contaminação
dos lençóis freáticos e aquíferos subterrâneos, causada por perdas dos fluidos de
perfuração para as formações geológicas durante a perfuração. É o efeito provocado
por qualquer alteração causada pelas atividades humanas ao meio ambiente. Essas
ações podem ser negativas ou positivas, dependendo da intervenção desenvolvida.
Além disso, podem acontecer nas esferas ecológica, social e/ou econômica.
(SANCHEZ, 2006).

Os efeitos segundo Lima 2001 podem ser:


 Vazamentos de petróleo - A explosão de uma plataforma de perfuração
ou o vazamento de petroleiros têm efeitos extremamente devastadores. Vazamentos
por explosões, de plataformas e petroleiros transportando petróleo põem em risco
vidas e a renda, além de afetar o ecossistema de muitas formas. À medida que a
gosma negra se espalha pelo oceano e praias arenosas, plantas, animais e pássaros
30

marinhos morrem. Desde 1969, as precauções aumentaram muito, mas a ameaça


permanece.

 Riscos Químicos - O bombeamento de petróleo do fundo do oceano


pode permitir a entrada de chumbo, mercúrio e outros elementos tóxicos ou químicos,
como arsênico e benzeno, na água. Segundo o Mineral Management Service, a
maioria dessas descargas não significa o suficiente para causar preocupações com
as regulamentações estaduais e federais, mas estão presentes na água e muitos se
preocupam com elas. Também dizem que o mercúrio não será absorvido pelo tecido
dos peixes, mas ainda são vistos avisos sobre o mercúrio publicado para a pesca em
determinadas áreas. O político americano, o republicano John Peterson, diz: "A
melhor pesca do Golfo é onde se encontram as plataformas de petróleo". Os fluidos
de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, por
vezes, até gases. Do ponto de vista químico, eles podem assumir aspectos de
suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos
componentes (Lima, 2001).

 Problemas de Saúde - O laboratório Metametrix fez exames de sangue


que encontraram uma mistura de substâncias químicas tóxicas relacionadas à
produção de petróleo.

 Fechamento de Negócios Locais - Muitos negócios dependem do


comércio nas áreas afetadas por vazamentos de petróleo. Pescadores, restaurantes,
empresas de abastecimento, operadoras de locação de barcos e hotéis à beira-mar
são apenas alguns deles. Muitos foram forçados a fechar ou enfrentar as nítidas
quedas nos negócios. Isto também se soma aos números de desemprego.

5.3 Aspectos positivos


Antes de se perfurar um poço de petróleo, várias ações devem ser
executadas. Deve haver uma análise que garanta o confinamento do petróleo na
rocha reservatório. Feita esta análise e definidos os prováveis pontos a serem
explorados, deve ser feita uma análise de campo, nos locais definidos, a fim de se
verificar a viabilidade da perfuração, em função de possíveis acidentes naturais (rios,
montanhas, matas de preservação ambiental) ou não naturais (construções como
pontes, edifícios, etc.). Só então, inicia-se a elaboração do projeto do poço.
31

Cumpridas as etapas acima, estará definido o local exato da perfuração,


além de qual equipamento (sonda de perfuração) deverá ser utilizado, em função da
profundidade do poço para alcançar a rocha reservatório. Inicia-se a fase da
construção da base da sonda.

Durante a perfuração, os usos de ferramentas como LWD, responsáveis


por medições, sendo as mais comuns: raios gama, resistividade, porosidade,
densidade e nêutron-densidade são largamente utilizados. Com o auxílio de tais
dados, tem-se um controle e uma maior monitoração do comportamento do poço.
Monitoração essa essencial ao bom andamento de todo o processo de
perfuração.

5.4 Legislações pertinente das atividades de petróleo no Brasil

A Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, é a


primeira a mencionar a necessidade de licenciamento ambiental para os
empreendimentos utilizadores dos recursos naturais efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes de causar degradação ambiental. Considera ainda, a Avaliação
de Impacto Ambiental e o Zoneamento Ambiental como alguns de seus instrumentos.

A Resolução CONAMA nº 01/86 estabelece as definições, as


responsabilidades, os critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementação
da Avaliação de Impacto Ambiental na Política Nacional de Meio Ambiente. Nesta
resolução foram definidos termos técnicos e procedimentos comumente utilizados no
licenciamento ambiental. Em consonância com o disposto nas Resoluções CONAMA
nº 001/86 e nº 009/87 e no sentido de garantir a ampla participação dos interessados
no processo de licenciamento ambiental, realizam-se Audiências Públicas para
discussão do EIA/RIMA solicitado para a atividade. Nos casos de áreas de maior
sensibilidade ambiental, o órgão licenciador pode considerar necessária a realização
de mais de uma audiência pública nas comunidades afetadas.

A Constituição Federal, promulgada em 05.10.1988, em seu Capítulo VI,


do Meio Ambiente, Artigo 225, define a exigência, na forma da lei, de Estudo Prévio
de Impacto Ambiental para instalações de obras ou atividades potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio ambiente.
32

O Decreto Lei nº 99.274/90, que regulamenta a Lei nº 6.938/81, define as


atribuições do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA no que tange ao
licenciamento ambiental e à necessidade de regulamentações específicas em seus
procedimentos.
Neste sentido, a Resolução CONAMA nº 23/94, calcada nas prerrogativas
dos instrumentos legais superiores, dispõe sobre a regulamentação específica do
licenciamento ambiental das atividades de perfuração e produção de hidrocarbonetos,
considerando-os bastantes distintos do licenciamento ambiental usual. A partir desta
normativa, são solicitados Relatório de Controle Ambiental - RCA para atividade de
perfuração, Estudo de Viabilidade Ambiental - EVA para os testes de longa duração,
Relatório de Avaliação Ambiental - RAA para produção em campos nos quais já houve
produção e Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental -
EIA/RIMA para campos onde ainda não houve atividade de produção. Tais Estudos
são considerados instrumentos de Avaliação de Impacto conforme preconiza a
Política Nacional de Meio Ambiente. A Resolução CONAMA nº 237/97 regulamenta
diversos aspectos do licenciamento ambiental, incluindo a competência do órgão
federal e dos estaduais e municipais sobre o licenciamento. Adicionalmente,
considera as atividades de exploração e produção de petróleo e gás como
potencialmente poluidoras ou causadoras de significativa degradação ambiental.
A Lei nº 9.966/00, que foi decretada após um vultoso derramamento de óleo
na Baía da Guanabara, dispõe sobre a elaboração de Planos de Ação de Emergência
(individual, local, estadual e nacional) com vistas a promover ações efetivas de
combate a acidentes que envolvam óleo. Por fim, recentemente foi aprovada a
Resolução CONAMA nº 350/04, normatizando o licenciamento ambiental da atividade
de aquisição de dados sísmicos marítimos, exigindo a elaboração de EIA/RIMA para
atividades que ocorrerem em áreas de sensibilidade ambiental, ou seja, em
profundidades inferiores a 50 metros, e a realização de audiências públicas em áreas
onde a atividade pesqueira artesanal seja expressiva.
Segundo a NATIONAL OILWELL VARCO DO BRASIL, não há qualquer
impedimento dos equipamentos de controle de sólidos serem armazenados
diretamente no solo, tendo em vista que em sondas terrestres os mesmos ficam
expostos no tempo e armazenados desta forma, no entanto, contenções deverão
existir para evitar a contaminação do solo quando os equipamentos estiverem em
33

operação. Roscas transportadoras poderão ser empilhadas umas sobre as outras,


obedecendo o número máximo de três por empilhamento.
Para toda atividade de secagem de cascalho deverá ser realizado um
levantamento dos aspectos e impactos e perigos e riscos. Este levantamento deverá
apresentar todos os pontos significativos das atividades e controles existentes. O
sistema de secadora de cascalho é um equipamento destinado a minimizar o teor de
fluido no cascalho para descarte. Qualquer funcionamento inadequado do sistema
pode apresentar falha neste serviço. Todas a s questões ambientais devem ser
seguidas, bem como os funcionários serem conscientizados sobre estes aspectos.
Situações de derrames devem ser registradas e uma análise da sua causa, realizada.
Os resíduos devem ser destinados de acordo com sua classificação. Trapos com óleo,
resto de fluido, EPI’s usados devem ser descartados obedecendo as normas ou
sistema de resíduo da plataforma e os procedimentos internos da Petrobras.

Todo funcionário da NATIONAL OILWELL VARCO DO BRASIL, tem o


direito legal de interromper o trabalho na ocorrência de riscos ambientais e de saúde
e segurança que os coloquem em situação de grave e iminente risco. Importante
mencionar que qualquer situação deverá ser comunicada ao superior imediato para
que as devidas ações sejam tomadas.
34

6 CONSIDERAÇÕES DO PROCESSO DE SECAGEM DO CASCALHO

Diante da exposição do conteúdo no corpo deste trabalho podemos


entender como funciona cada parte das máquinas e equipamentos que fazem parte
do processo de secagem do cascalho. Cada um deles tem funções fundamentais para
que esse processo seja eficaz no cuidado do meio ambiente e segurança para quem
trabalha com perfuração de petróleo. De acordo com os capítulos 3, 4 e 5. Foram
descritos de forma abrangente e objetiva sobre a importância da secagem de cascalho
antes de serem descartados no solo. O que nos leva a compreender a preocupação e
seriedade da empresa concessionária da Petrobras NATIONAL OILWELL VARCO DO
BRASIL em pesquisa de campo, em desempenhar uma atividade com segurança não
só para o meio ambiente, mas para seus colaboradores diretos e indiretos. Com a
secagem de cascalho, percebe-se que o nível de contaminação é muito menor do que
se fosse diretamente descartado sem esse tratamento, por isso é de fundamental
importância deixar claro esse processo.

FIGURA 12. EQUIPAMENTO NA PERFURAÇÃO PARA SEPARAÇÃO DE SÓLIDOS. FONTE: NATIONAL OILWELL VARCO
DO BRASIL 2014.
35

FIGURA 13. SEPARAÇÃO E SECAGEM DO CASCALHO. FONTE: NATIONAL OILWELL VARCO DO BRASIL 2014.
36

7 CONCLUSÃO

Quando se fala na exploração de petróleo não se deixa de lado a geração


de resíduos, chamados de “cascalhos”, contaminados ou revestidos com fluido de
perfuração. Há então a necessidade do estudo de como descartar esses resíduos em
meio terrestre ou marinho e posteriormente adequar novamente o fluido de perfuração
recuperado para que ele possa ser reutilizado reduzindo então gastos e impacto
ambiental. Consequentemente, quando se menciona resíduos as leis são criadas e
aplicadas para conter violação do meio ambiente. Aparelhos como, peneiras
vibratórias, hidrociclones e centrífugas são usadas no controle dos sólidos obtendo
também o reaproveitamento do fluido de perfuração. Através da análise de
bibliografias e pesquisa de campo, foram obtidos valores de concentrações de base
orgânica e base aquosa dos sólidos na alimentação e efluentes do “secador de
cascalho”. Esse equipamento chamado de “secador de cascalho” o qual consiste em
uma centrífuga filtrante vertical é de suma importância na adequação dos resíduos
para o descarte em plataformas de acordo com leis ambientais. As variáveis principais
para a operação do secador também foram estudadas e mencionadas no trabalho.

Através dessa exposição e compreensão, o objetivo do trabalho foi


alcançado, pois verificou-se as principais características do “Secador de Cascalho”,
tais como; sua importância no controle de sólidos, a sua eficiência individual e suas
peças de composição. Notou-se que o “Secador” é capaz de reduzir em mais de 80%
o teor de fluido no “cascalho” adequando-o para descarte segundo lei vigente,
deixando clara a sua importância na área de perfuração. O equipamento Retorta
também foi estudado na análise da lama de perfuração e ficou bem claro o seu
funcionamento. Assim, o presente trabalho foi de suma importância para o
enriquecimento dos meus conhecimentos e expor aos meus orientadores será de
muita valia. Me sinto muito satisfeito com essa experiência profissional que dividirei
com meus colegas profissionais de áreas diferentes.
37

REFERÈNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDERSON, Prado. Perfuração de poços de petróleo. Disponível em


<http://www.petroleoetc.com.br/fique-sabendo/perfuracao> acesso em: 16 de agos.
2014.

DE SÁ, M. H. C.; Separação de Sólidos na Perfuração de Poços. Relatório Interno


da Petrobras, 2008.

DUARTE, RICARDO G. Avaliação da Interação Folhelho-Fluido de Perfuração


para Estudos de Estabilidade de Poços. Junho 2004. Dissertação de mestrado,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia
Civil, <http://www.fann.com/default.aspx>JSW93SK G, acessado em 05 out.2014.

IBAMA,Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.


Diretrizes Ambientais e Procedimentos. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/
licenciamento/. Acesso em: 07 out. 2014.

LIMA, V. L.; SOUZA, P. J.; Avaliação das Técnicas de Disposição de Rejeitos da


Perfuração Terrestre de Poços de Petróleo. Departamento de Hidráulica e
Saneamento, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002, 38p.

PEREIRA; M. S.; Caracterização de “Cascalho” e Lama de perfuração ao longo


do processo de controle de sólidos em sondas de perfuração de petróleo e gás,
2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Departamento de
Engenharia Química, Universidade Federal de Uberlândia.

THOMAS, E. J.; Fundamentos de Engenharia do Petróleo. Petrobras. Editora


INTERCIÊNCIA. RIO DE JANEIRO 2001.

VARCO;Oilwell National do Brasil. Manual de Engenharia Petrolífera. Disponível


em>https://www.nov.com>Acesso em 07 de out.2014.
38

ANEXO I

QUESTIONÁRIO

Pesquisa de campo realizada na empresa Varco Internacional do Brasil


Equipamentos e Serviços Ltda. Situada a Rua Paulo Henrique Machado Pimentel, nº
02 – DIA – Bairro – Inácio Barbosa – Aracaju – SE. Tel./Fax: (79) 3046-1950 – inscrita
no CNPJ sob nº 55.658.090/0001-02. Questionário aplicado dia 18 de setembro de
2014. Com o objetivo de destacar a importância da secagem de cascalho.

01. O que significa a perfuração de petróleo para as empresas desse ramo de


negócio?

R - A perfuração é a segunda etapa na busca pelo petróleo, sendo ela realizada


através de uma sonda. Na perfuração rotativa, as rochas são perfuradas pela ação de
rotação e peso aplicados a uma broca existente na extremidade de uma coluna de
perfuração, a qual consiste basicamente de comandos (tubos de paredes espessas)
e tubos de perfuração (tubos de paredes finas). Os fragmentos de rocha são
removidos continuamente por um fluido de perfuração ou lama. O fluido é injetado por
bombas para o interior da coluna de perfuração através da cabeça de injeção, ou
swivel, e retorna à superfície através do espaço anular formado pelas paredes do poço
e a coluna de perfuração. Ao atingir determinada profundidade, a coluna é retirada do
poço e uma coluna de revestimento de aço, de diâmetro inferior ao da broca, é descida
no poço.

02. O que são fluidos de perfuração?

R - Os fluidos de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos


químicos e, por vezes, até gases. Do ponto de vista químico, eles podem assumir
aspectos de suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico
dos componentes.

03. Qual a importância dos fluidos?

R - Suas finalidades principais são: carrear os fragmentos das rochas perfuradas até
a superfície; manter esses fragmentos em suspensão nas paradas de circulação de
39

fluido no poço; resfriar a broca e lubrificar a coluna de sustentação; sustentar


hidraulicamente as paredes do poço; e conter os fluidos (óleo, gás ou água) no
reservatório. Para cumprir suas finalidades, o fluido necessita possuir a capacidade
de não reagir com as formações com as perfuradas.

04. Quais são os tipos de fluidos?

R - Os fluidos se classificam em:


a) Fluidos de base aquosa: a água é a fase contínua, podendo ser doce ou
salgada. A principal função da água é prover o meio de dispersão para os materiais
coloidais.
b) Estes principalmente argilas e polímeros, que controlam a viscosidade,
entre outros.

c) Fluidos de base não aquosa: a fase contínua é um composto não


aquoso, que pode conter até 45 % de água (emulsão inversa, na qual as gotas de
água ficam encapsuladas pelo óleo, tendo uma maior dificuldade de interagir com as
rochas ativas).
d) Fluidos à base de ar: Os fluidos pneumáticos (a base de ar/gás) são
utilizados para perfurações em zonas esgotadas ou em áreas onde formações de
baixíssima pressão podem ser encontradas. Uma vantagem de fluidos pneumáticos é
o fato de alcançarem elevadas taxas de penetração e não poluírem o cascalho. Com
o uso deste tipo de fluido, os “cascalhos” são literalmente arrancados da formação
rochosa à frente da broca, como resultado do considerável diferencial de pressão.

04. Existem diferenças entre os tipos de fluidos?

R - As principais características dos fluidos de base não aquosa, e que lhes confere
vantagens sobre os fluidos à base de aquosa, são: grau de inibição elevado em
relação às rochas ativas; baixíssima taxa de corrosão; propriedades controláveis
acima de 175 ◦C; grau de lubricidade elevado; amplo intervalo de variação de
densidade (de 0,89 a 2,4 g/l); baixíssima solubilidade de sais inorgânicos. Entretanto,
os fluidos à base de óleo têm algumas desvantagens, sendo as mais significativas:
maior grau de poluição e maior custo inicial.
40

05. Qual a função do secador de cascalho?

R - Com a crescente restrição ambiental para o descarte de resíduos oriundos da


perfuração de poços de petróleo, houve grande necessidade de introduzir uma
alternativa técnica - econômica após a etapa de peneiramento. Tal alternativa é uma
centrífuga filtrante vertical que reduz o volume de líquido que está junto com o de
descarte sólido, o “Secador de cascalho”. No entanto, tal equipamento não influencia
na eficiência do processo de controle moderno de sólidos, pois trata-se de um
equipamento que, como dito anteriormente, visa a redução do volume de resíduos
gerados e a recuperação de boa parte da fração liquida que seria descartada com os
sólidos.

06. O que acontece com o fluido recuperado?

R - O fluido recuperado com grande porcentagem de sólidos é estocado em um tanque


de espera para posterior processamento em uma centrífuga decantadora. A torta
formada sobre a superfície interna da tela é raspada pelas aletas presas ao cone
rotativo, desta forma os sólidos são direcionados para a parte inferior do equipamento.
Esse procedimento ocorre pelo fato de que a tela e o cone giram com uma pequena
decalagem: o cone gira uma volta a mais a cada volta da tela. O

“cascalho” seco é transportado até um compartimento de armazenamento e


posteriormente segue para a disposição final de acordo com o tratamento proposto.

07. Por que é importante fazer o tratamento do fluido?

R - Todo o sistema de controle de sólidos descrito é de suma importância no processo


de perfuração de poços de petróleo, uma vez que a lama de perfuração pode ser
considerada como a “força vital do poço”, principalmente para poços de grande
profundidade. Portanto é bastante clara a necessidade de se recuperar de forma
eficaz e eficiente o fluido de perfuração. Além disso, o processo de controle de sólidos
é essencial na adequação dos resíduos de perfuração às leis ambientais vigentes e
cada vez mais restritas.

08. Quais são as leis que regem esse processo ambiental de secagem de cascalho?
41

R - No Brasil, quanto à competência legal para aprovação e verificação das atividades


offshore, cabe à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
a aprovação e supervisão das atividades de perfuração, produção e processamento
dos hidrocarbonetos produzidos; cabe à Marinha a aprovação e supervisão das
embarcações (navios de apoio e plataformas, tanto de perfuração como de produção);
e cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA)
a aprovação da área em que a atividade será desenvolvida, sob o ponto de vista de
impacto no meio ambiente, e a aprovação do Plano de Emergência Individual,
requisito para o licenciamento ambiental (ANP, 2010).

09. Como é o processo de tratamento do fluido de perfuração?

R – Esse processo é feito da seguinte forma:

a) O Secador de “cascalho” é alimentado na porção superior e


posteriormente faz a separação sólido-líquido da lama de perfuração.
b) Os sólidos retidos nas peneiras são transportados até o “Secador de
cascalho” através de diferentes sistemas que incluem alimentação por gravidade,
transferência por bomba a vácuo com funil rotativo, transporte pneumático, bombas
de deslocamento positivo e roscas transportadoras. O cascalho então, é direcionado
ao “Secador” com adição de fluido para facilitar seu transporte. No interior do
“Secador” a mistura é acelerada e lançada em direção à tela onde formará uma torta
que acaba retendo partículas muito mais finas do que a abertura da tela poderia reter
nominalmente.
c) A filtração é realizada pela torta e não pela tela, o líquido é coletado no
compartimento lateral e o sólido seco é descartado na parte inferior do equipamento.
Tal processo de separação pode ser otimizado pela mudança na vazão de “cascalho”
que é alimentado na centrífuga, pelo ajuste da distância entre os raspadores e a tela,
o que se faz movendo o cone na vertical, ou ainda alterando a abertura da tela, sendo
as mais comumente utilizadas de 10 ou 20 mesh.
d) Devido à alta força centrífuga criada pelo grande diâmetro do cone que
gira com elevada rotação, a separação sólido-líquido ocorre gradativamente conforme
a lama entra em contato com a superfície da tela de alta capacidade, produzindo um
descarte de sólidos seco e recuperando fluido de perfuração. Os “cascalhos” são
42

descarregados por gravidade na parte inferior do equipamento e podem ser recolhidos


logo após o secador ou levados até determinado local por roscas transportadoras. O
fluido que atravessa a tela é bombeado até uma centrífuga decantadora e depois de
processado retorna em seguida ao processo.

10. Como é feita a limpeza e manutenção desses fluidos?

R - Os fragmentos das rochas que foram removidos com o auxílio do fluido de


perfuração retornam à superfície através do espaço anular formado pelas paredes do
poço e a coluna. O fluido de perfuração para ser reaproveitado na perfuração deve
passar por um separador de sólidos. Estes equipamentos em conjunto são capazes
de reter até 99% dos fragmentos das rochas cortados pela broca contidos no fluido,
denominados cascalhos de perfuração. Perfazendo um circuito típico de controle dos
sólidos, o fluido de perfuração ao sair do poço entra na peneira vibratória onde são
parcialmente separados do fluido os sólidos de granulometria maior e são descartados
geralmente em uma caçamba de 5 m³. O fluido que passa pelas telas das peneiras é
processado por um conjunto de dois a quatro hidrociclones de 8 a 20 polegadas.

Para toda atividade de secagem de cascalho deverá ser realizado um levantamento


dos aspectos e impactos e perigos e riscos. Este levantamento deverá apresentar
todos os pontos significativos das atividades e controles existentes. O sistema de
secadora de cascalho é um equipamento destinado a minimizar o teor de fluido no
cascalho para descarte. Qualquer funcionamento inadequado do sistema pode
apresentar falha neste serviço. Todas a s questões ambientais devem ser seguidas,
bem como os funcionários serem conscientizados sobre estes aspectos. Situações de
derrames devem ser registradas e uma análise da sua causa, realizada. Os resíduos
devem ser destinados de acordo com sua classificação. Trapos com óleo, resto de
fluido, EPI’s usados devem ser descartados obedecendo as normas ou sistema de
resíduo da plataforma e os procedimentos internos da Petrobras.

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