l ytn ':
fjr ' J
Impedido
de entrar no
Posto de
Saúde 9
prefeito está
consultando
na Prefeitura
O gabinete do prefeito de
Monsenhor Gil, Antônio
Noronha Filho foi transformado
num verdadeiro consultório.
Impedido de usar na Unidade
Mista de Saúde do Münidpio
mantida pelo Governo do
Estado, o prefeito atende em seu
gabinete nos dias de quarta,
quinta, sexta e sábado.
"Diariamente são atendidas
uma média de vinte pessoas",
esclarece o prefeito Antônio
Noronha Filho, acrescentando
que costuma receitar remédios
caseiros para seus pacientes,
tendo em vista o fato de serem
adquiridos facilmente em suas
casas fazendo o mesmo efeito
que os vendidos a altos preços
nas farmácias.
Monsenhor Gil
entra na
era espacial
Será Inaugurada hoje,
a antena parabólica em Monsenhor Gfl.
M nascimento da fíova República e
Ê a cidade entrando na era espacial",
como diz o prefeito Antônio Noronha Filho.
Agora a população
terá soas opções: Globo e Bandeirantes.
Ano I N0 1 Setembro de 1985
UM jofiNl ■ serviço da comunidade de Monsenhor Gil
A População de Monsenhor Gil foi às ruas para saldar a volta da democ racia
Monsenhor Gil
comemorou
o fim da
ditadura militar
Noronha participa de reunião da Associação
dos Moradores. No dia 15 de janeiro de
1985, era eleito presidente da
República o advogado Tancredo
de Almeida Neves. A data
representava um marco da
história desse País: a queda de
um regime militar que se
manteve no poder durante 21
anos, e não queria sair.
Mas o povo já não se
enganava. Milhões foram às
ruas pedir as Diretas e depois
apoiar a candidatura Tancredo
Neves, contra Paulo Maluf, hoje
acusado de estar implicado no
caso das "pedras preciosas" do
ex-ministro. No Goléeio
Eleitoral, Tancredo obteve uma
esmagadora vitória, com uma
vantagem de 300 votos sobre seu
opositor.
Após a eleição de Tancredo
e José Samey o povo brasileiro
foi às ruas comemorar o
sepultar definitivamente o
regime ditatorial do Golpe de
1964. Monsenhor Gil não ficou
de fora, e saudou o nascimento
; democracia.
Muitos foguetes, música e
um churrasco para toda a
Ceitroo ile
ae MM
Pastoal kmm
Verooeiro
N.o Sf/O/lí
B BLIOTECA
f.
<f>
população trouxeram alegria ao
rosto das pessoas, já
desacostumadas a festejar a
eleição de um presidente. Ora,
como podíamos comemorar a
"eleição" de um ditador. Gom
Tancredo-Sarney, o povo
comemorava a eleição de civis,
da oposição e comprometidos
com o povo.
A manifestação do povo de
Monsenhor Gil, com apoio da
Prefeitura, foi uma das mais .
movimentadas no Estado. Isso
porque a opção por Tancredo-
Sarney foi feita aqui muita antes
que se cogitasse numa vitória
tão grande contra o PDS, que
mais uma vez foi derrotado
pelas forças populares.
A festa no Centro de
Convivência, o churrasco, a
passeata, a alegria do povo
saudaram o início de uma Nova
República. E Monsenhor Gil
está alerta contra os inimigos da
democracia, da liberdade, dos
direitos e interesses do povo
brasileiro. Não foi somente a
festa, a vigília precisa ser
mantida, para evitar que os
inimigos do povo voltem' a
ameaçar o Pais.
NOVA AÇÃO
Págfaiiis4e 5

RESULTADO DO IV SALÃO DE HUMOR DO PIAUÍ

Um time de primeira, formado por Albert Piauí,
Kenard Kruel, e Joíé Elias Aría Leio, foi convocado
pelo técnico Jeaualdo Cavalcanti Barroa (Secretário da
Cultura, Desportoa e Turismo) para faxer de Teresina a
Capital do Humor Brasileiro. Jogando bem, com diblea a
magníficos nas dificuldades, e uma resistência física de S
super-beróis o pessoal foi fundo. O resultado nflo poderia
deixar de ser outro. Foi o maior evento cultural já
realizado no Estado.
Participaram humoristas do pais inteiro, com cerca
1te
de 530 trabalhos nas modalidades cartum, caricatura e Qm
charge. Uma Comissáo de Pré-seleçâo, formada por
Albert Piauí, Arnaldo Albuquerque e A. Tito Filho,
raptaram 100 para a exposição. Dai, Millor Fernandes,
Chico Caruso, Lailson, Cláudio Oliveira e Marco
I
Antônio nào deram bobeira, investidos na camisa da
Comissão Julgadora foram lá e conferiram. Trís
primeiros lugares 11 milhão de cruzeiros para cada um letrts
mençfes honrosas.
|
A Imprensa entrou em campo, tanto para divulgar ' *LBERT pirtf'
como para premiar. Numa seleção formada por Cláudio 3
Barras, Kenard Kruel, Ednaldo Cicero, Luiz Brandio, O
Francisco Alves Barbosa, conferiram o Prêmio
Imprensa. Três Primeiros lugares (500 mil cruzeiros, 1
para cada um I. 1
OS
Quem não pMe ir ao Estádio (Theatro 4 de Setembro.
Praça Pedro li e Centro Artesanall nem por isso deve
jogar nedra na lua ou correr doido varrido. Nova Açáo,
num fato inédito, ganhou a concorrência da Globo e,
com exclusividade, mostra aoui os trabalhos premiados
no IV Salio de Humor do Piaui. Graças as imagens
gentilmente cedidas por Aureliano Muller e a boa 1°. Lugar Charge - Dodó Macedo (Teresina - Piaui) Júri Oficial
Mintade do prefeito de Monsenhor Gil, AntOnio
Noronha Pessoa. (Kenard Kruel, comentarista especial-
mente contratado pelo Nova Açáo).
I
-1

Mençáo Honrosa:
J
Júri Oficial ?O0Of
POEMA EM
Menção
Honrosa: Charge
UNHA RETA
(538]
NUNCA CONHECI quem tivesse levado porrada.
Márcio i Nevyman (SP) Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
Júri Oficial Io. Lugar Caricatura Márcia Braga E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
(Salvador • Bahia) "u tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Júri Oficial
Indesculpàvelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
-f*9 Eu, .que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
£u, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem
Io. Lugar Cartum - Orlando e Nagao (Sfio Paulo) pagar,
Júri Oficial £u, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
?ara fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Mençáo Honrosa: Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Cartum • Nery Gon- Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
çalves da Rocha Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
(Curitiba-Paraná».
Arre, estou farto de 'semideuses!
Júri Oficial Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
1°. Lugar Charge. Paulo Moura (Teresina - Piaui) E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Prêmio Imprensa Eu, que tenho sido vil, literalmente vii,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

1*. Lugar Cartum - Érico (Sáo Luis - Maranhão Prêmio Imprensa Fernando Pessoa
NOVA AÇÃO Hgfaa*

OS OBJETIVOS DA
ADMINISTRAÇÃO DO PREFErTO
ANTÔNIO NORONHA FILHO
1 - Criar novos mecanismoc população em tomo de projetos
que exigem a participação
correto de agentes químicos com
•ociais qne aumentem o universo fertilizantes e inseticidas.
de conhecimentoa e estimulem a comunitária. Discutir a e • Introduzir novas culturas e
urbanização como um valor métodos para se obter culturas
organizaçio da populaçio
imposto resultado da denominação durante todo o ano. Estimular a
cap«cit»j>do-a a tuna participacio
econômica e cultural das cidades produção em bases cooperativas.
ativa no processo de
desenvolvimento. sobre o interior. Motivar a
comunidade para redi suas e.l - SOJA
2 -Criar mecanismos
aspirações de migração para as Feijão com irrigação
econAmicos e políticos que tornem
cidades. Estabelecer padrões de batatas.
viáveis á realização e o uso dos
qualidade de vida que permitam a e.2 - Vegetais'durante todo o
conhecimentos obtidos pela
comparação entre vida rural e ano com irrigação novas espécies
populaçio.
urbana. de vegetais.
S - Adquirir experiências e
MimtAir estas experiência» em b.3 - Divulgar e promover e.3 • Frutas para produzir
projeto através de programas de doces: manga, banana, mamão,
outros municípios e outros
rádio, material impresso e outras caju, goiaba, buriti, laranjas, etc.
Estadas do Brasil.
formas de comunicação. Outras frutas: ata, abacate,
ESPECÍFICOS maramjâ, limão, tangerina,
COMPONENTE SAÚDE guabiraba, pequi (rico em dleo e
1 - Implementar um programa Centro de Convivência inlegrando a vitamina A) pitomba, etc.
As atividades básicas deste e.4 - Técnicas para o uso do
educacional incluindo as áreas de
componente serão dirigidas babaçu, uma das maiores riquezas
«aáde, agricultura, estrutura social
sempre para os serviços de nível da região.
e econAmico, educaçio e cultura.
primário, sem esquecer os niveis f - Introduzir novos animais
Efetivar um trabalho de
secundários e terciârios. domésticos estimular o uso de leite
participaçáo comunitária na
a - Criar uma unidade de saúde e queijo.
identificaçáo e solução dos
nas sede do município para ser g - Introduzir sistemas de
problemas locais.
usada como centro treinador de irrigação e conservação de água
2 - Estabelecer um componente
agentes de saúde e que também baseado era recursos naturais bem
de saúde que possa desenvolver
atenda a população. como o uso de pequenas bombas.
aoBes para as unidades básicas «le
b. Identificação, seleção e Investimento em sistema de
saúde pata as pessoas da
treinamento de agentes naturais de irrigação que seria repassado para
comunidade dentro de um
saúde das comunidades - pessoas a comunidade pagar com a
conceito de medicina integral,
que de alguma forma já exerçam produção e assim beneficiando um
principalmente os niveis primário
ações de saúde com rezadeiras, grande número de pessoas.
e secundário, sem esquecer o nível
parteiras leigas, meizinhas etc. Oi h - Criar cooperativas de
terciário.
agentes de saúde serão treinados comercialização com o propósito
3 - Estabelecer um componente
no uso correto de um certo de evitar intermediários e
agro-sAcio-econAnüco dentro de
numero de remédios e na conseguindo melhores preços.
uma filosofia associativa, Trator abre estradas para Zona Rural. identificação de casos que i • Organizar e criar uma fonte
capacitando-o de recursos
1°. PASSO organizações e instituições da necessitam cuidados nos niveis de turismo para venda de bebidas,
materiais qne possam aumentar o
comunidade. secundários e terciârios. comidas e artesanato. Tudo em
nível de produção da comunidade.
Instalação física de uma c • Estabelecer locais para base cooperativista.
4 - Estabelecer um componente
unidade funcional na sede do 3'. PASSO atendimentos de pequenas
educacional baseado na educaçio
município. farmácias na zona rural. Estes COMPONENTE CULTURAL
comunitária carente com as
.Neste passo as estratégicas poderão ser cuidados pelos
necessidades locais, capaz de
2». PASSO necessárias para se alcançar os agentes de saúde e receberem a) Valorizar as atividades de
preparar a população para assnmii
objetivos dos componentes visitas regulares de médicos e lazer tradicionais e espontâneas da
suas próprias potencialidades.
Estudo extensivo das educação, saúde, enfermeiras de Monsenhor Gil. As comunidade.
— Sensibilizar o sistema
características e peculiaridades do agro-sócio-econAmico e cultural farmácias funcionaram em bases b) Valorizar as antigas e
educacional existente, que são os
meio ambiente e social. são definidos. cooperativas.^ introduzir as novas atividades
professores e as escolas da d - Como o município não tem
comunidade, para a importância Estimular a discussão e a culturais, tais como:
organização da população na COMPONENTE ambulância, o carro do
da educação comunitária.
identificação de problemas e EDUCACIONAL componente saúde poderá ser Grupos folclóricos
— Criar e implementar os
soluçAes. usado para transportar as pessoas Grupos de estudo e discussão
grupos de discussão e outras
O método que será usado é: a) Educação formal que necessitarão de hospitalização Grupos de música
atividades para questionar as
a| O estudo da comunidade em Teresina. Jogos e esportes
necessidades e interesses da
usando instrumentos formais e a.l - Junto com os professores e - Treinar os agentes de saúde Criação de um jornal local
população.
informais para identificar: locais elaborar alterações e a população local em cuidados Grupos de mulheres
— Divulgar as idéias concretas
— Características especiais curriculares no primeiro grau, higiênicos e hábitos nutricionais, Festas religiosas e. tradicionais
resultantes das experiências do
(geografia, populacionais, valorizando a vida comunitária, orientando a população na higiene Grupos de discussão religiosas
projeto no campo da educação
hitòricas, culturais e sociais) eliminando e contendo dentária e ensinar novas formas de Comunidade Ecleslal de Base
comunitária entre a população
— Necessidades sentidas como rubanizante a ideologia dos cuidados das crianças, como leite (CEBS)
do Estado e do Pais. de cabra e o uso do leite do cAco
também as que não foram programas educacionais na direção c • Estimular a preservação
5 • Estabelecer e implementar halMbfÚ.
percebidas ainda. rural. através da documentação coletas e
um componente cultural, baseado
— Aspirações e expectativas. a.2 - Expandir a capacidade memórias da história e cultura da
pia participação comunitária,
— Recursos físicos e materiais física das escolas para que possa COMPONENTE comunidade.
congregando as atividades de
( e técnicos} atender a toda a comunidade. AGRO-SÒCIO-ECONÔMICO A realização deste projeto é
recreação, desenvolvimento,
— Recursos humanos (grupos b) Educação informal baseado na realidade local e
artístico, religião, comunicação e
sociais, grupos formais a - Implementar a formação de necessita a participação popular. É
outras áreas. Criar atrações
organizados, lineares, valores b.l - Cursos com treinamentos grupos cooperativos tais como: inconveniente especifica detalhes
culturais no município,
individuais. práticos, de acordo com as cooperativa de agricultores, sobre datas e prioridades para os
especialmente para a juventude,
— Instituiçftes e organizações necessidades especificas de cada cooperativa de artéxões, etc. subprojetos e outras atividades
como uma alternativa das atraçAes
(religiosas, educacionais, sub-projeto nas áreas de cada a • Adquirir um trator do especificas.
da capital.
empresariais, recreativas, componente. Cursos de projeto para alugar a grupos de Um plano operacional anual
governamentais e outras) qualificação profissional tais pequenos agricultores ou para as será elaborado durante o projeto
METODOLOGIA
— Riquezas culturais (crenças, como: agricultura, construções, cooperativas a preço de custo, com os detalhes necessários e
costumes, valores, artes, folclore, mecânicos, etc. Cursos de objetivando a produção e o especificações das atividades de
Primeiramente deve-se
etc) aifabetizaçâo de adultos. consumo. acordo com os estágios dos vários
enfatizar que este projeto é
— Deficiências culturais b.2 - Estabelecer comitês de b - Criar hortas comunitárias componentes.
caracterizado pelo inter
(marginalizações) educação comunitária, grupos de expermentais especialmente para Será também estabelecido um
dependência dinâmica entre os
— Outras possibilidades e discussão, associação de mulherer os agricultores sem terra. sistema de avaliação que possa
componentes educação, saúde,
deficiências locais. grupos de jovens, associação de c - Introduzir novas técnicas medir o impacto produzido pelo
agro-sócio-econAmico e cultural.
c) Contatos com famílias. moradores e outras. Mobilizar a agrícolas, e treinando no uso projeto.
Os passos que seguem:
NOVA AÇÃO
Implantado
projeto de
caprinocultura
Foi implantado em Monsenhor
Gil uiu projeto de caprinocultura na
localidade Curralinho beneficiando 13
familias que receberam cada uma 5
matrizes na Aaaodaçio doe
Moradores de Monsenhor Gil. Em
contrapartida todas estas familias
construíram aprúcoe.
Depois de dois anos cada uma
dessas familias vai pagar 5 cabras
para a Associação dos Moradores
para què sejam distribuídas com
outras familias. '
Esse projeto de caprinocultura
tem por objetivo o aumento da renda
da população e estimulo ao consumo
de leite de cabra para as crianças,
que, segundo explicou o prefeito
Antônio Noronha Filho, pediatra e
professor da UFPI, é tâo bom quanto
o leite de vaca.
Cepro vai
estudar
nossa
história A Fundação Centro
de Pesquisas Econômicas e Sociais do
Estado do Piauí (Cepro) vai fazer um
estudo sobre a história de Monsenhor
Gil, solicitado pelo prefeito Antônio
Noronha Filho. Historiadores da
Cepro irão entrevistar diversas
pessoas da comunidade,
principalmente as mais idosas.
Criado em 6 de dezembro de 1963,
pela Lei Estadual n0. 2.533, o
município de Monsenhor Gil tem
uma história que gira em torno da
vida religiosa do Monsenhor Gil,
natural da cidade. Filho de família
abastada, com 25 anos ordenou-se
sacerdote em Roma, na Itália. Em
1880, retornou ao Brasil, onde foi
sagrado cônego.
Com o falecimento do pai, o
Monsenhor herdou, além de outros
bens, a fazenda Lajes. Através de
leilões, donativos e auxílios do
Governo, construiu a Igreja do
Minino Deus, considerada, na época,
verdadeiro monumento.
Decorridos alguns anos.
Monsenhor Gil doou á Igreja, com o
nome de Natal, a fazenda Lajes e
todo o seu patrimônio, inclusive a
casa onde residiam seus pais, hoje
casa paroquial.
Depois da doação, várias familias,
atraídas pela gratuidade da posse da
terra, aU se insularam e construíram
casas e estabelecimentos comerciais.
Surgiu assim o povoado Natal.
Em 1884, Monsenhor Gil
conseguiu, junto ás autoridades, a
elevação do povoado á categoria de
Vila, Freguesia e Paróquia,
desmembrando-se das paróquias
vizinhas.
EVENTOS
Entre os principais eventos de
Monsenhor está a Festa da Colheita,
realizada em julho, numa promoção
da Prefeitura Municipal e a Festa do
Menino Deus de Natal, Padroeiro da
Cidade, realizada no período de 22 a
31 de dezembro, cora a participação
das cidades vizinhas.
ENQWÍIb Í950 ^ ES&.
ACHOflUEeflA'
NAHORMKX
ÍMÍLíIARE&VDíTP-
CAIXA DE FÓSFORO
Graziane Fonseca
Com o presente texto iniciamos uma
série de artigos que sé propõe a fazer
comentários, analises, críticas e
proposições sobre a situação
sócio-econômica da cidade, do município
e da região de Monsenhor Gil.
Falar sobre a situação
sócio-econômica de um lugar significa,
antes de tudo, falar a respeito das
condições de vida do seu povo, da
maneira como, o povo vive, das coisas que
cada cidadão e cada familia faz para
obter o seu sustento e continuar vivo,
trabalhando e produzindo
conjuntamente..
O povo de Monsenhor Gil, quando
foi contado pela última vez (Cen^o do
IBGE em 1980), era formado por quase
dez mil pessoas, entre homens, mulheres,
crianças e adultos. Destes dez mil
habitantes 20% (aproximadamente dois
mil) residem na cidade e o restante mora
no interior, na zona rural. Se a maior
parte do povo de Monsenhor Gil reside
no meio rural é claro que obtém o seu
sustento trabalhando na terra, na
agricultura e criando animais; e, além
disso, a maior parte do povo que mora
na cidade também trabalha ou tem
ligações diretas com o meio rural e com
as atividades agrícolas. Desta forma,
pode-se afirmar que as condições de vida
do povo de Monsenhor 6'ú estão
intimamente relacionadas com o cultivo
da terra; isto e: as condições
sòcio-econômicas de Monsenhor Gil são
determinadas, em primeiro lugar, pela
sua produção agropecuária. Chi seja: pela
quantidade desta produção, pela
maneira como o seu povo faz esta
produção e pela maneira como esta
produção é distribuída entre os
participantes do processo produtivo.
Levando em conta as situações que
envolvem a maior parte dos produtores
rurais de Monsenhor Gil encontramos
vários pontos em comum que
representam a nossa PRODUÇÃO
AGROPECUÀRIX:
Io) A produção é feita em unidades
familiares, com cada família (pai, mãe e
filhos) fazendo suas roças, seus pomares e
criando seus animais, vacas, cabras,
porcas, galinhas etc.
2o) A produção é, quase sempre,
muito modesta, reduzida, não bastando
muitas vezes para alimentar a família. (Ê
raro encontrar alguém que faça 30 linhas
de roça por ano...) Além disso a
produção é pouco diversificada pois os
produtores não se dedicam ao cultivo de
frutas, verduras, hortaliças e matérias-
prima para as indústrias.
3o) A organização econômica dos
empreendimentos apresenta muitas
falhas, especialmente pelo fato dos
produtores não terem controle sobre os
seus negócios, suas receitas e despesas;
falta uma contabilidade que registre a
cada dia o trabalho feito, as diárias
pagas, os gastos com alimentação dos
trabalhadores, com sementes, com cercas
e com outros instrumentos e instalações.
4o) A maneira como se usa a terra é
das mais nocivas que existe; todo ano se
faz uma roça nova, em lotai diferente,
trazendo sérios prejuízos para a mata,
que passa muitos anos para se formar
outra vez, e, também, para a terra, que
fica cheia de buracos, grotas e erosões.
5o) As técnicas empregadas são as
mais simples e primitivas: no cultivo da
t .'rra o fogo, a foice, a enxada e as mãos
nuas são os principais instrumentos. O
arado, uma invenção que já tem quatro
mil anos de existência, ainda não é
utilizado aqui. A criação de animais nem
deveria ser chamada assim; pois o que se
constata é que as pessoas apenas têm ou
possuem animais, com a quase total
ausência daqueles cuidados que
caracterizariam uma CRIAÇÀO.
6o) Na venda dos produtos que
sobram (quando sobram) das
necessidades de consumo das famílias dos
produtores o que se vê é cada produtor
vender o seu produto a uma extensa rede
de intermediários e agiotas dando a eles,
de graça, aquela parcela que %ria o seu
lucro. Desta forma o dinheiro obtido não
Página?
^èdjOvK
é suficiente para que adquiram aqueles
produtos que eles não têm èondições de
produzir.
7o) Durante o trabalho nas roças e no
criatório as familias de produtores agem
isoladamente; até mesmo a troca de dias
de serviço, que era uma prática usual,
vem sendo cada diz mais esquecida. Os
produtores cooperam muito pouco. Até
mesmo o Sindicato Rural não passa de
um acanhado prestador de pequenos
serviços.
Existem ainda inúmeros pontos que
caracterizam a produção agropecuária de
Monsenhor Gil; cada leitor e cada
produtor pode pensar sobre aqueles que
lhe dizem respeito. Entretanto, quando
uma comunidade está inquieta na busca
de solução para os seus problemas, não
basta que se conheçam tais problemas; é
preciso, acima de tudo, que sejam
retirados os obstáculos que impedem que
as suas condições de vida melhorem.
Ora, se as condições de vida do povo são
ruins por conta da situação da sua
produção, não resta outro caminho a não
ser elevar o nível desta produção.
Assim sendo, o que é que se pode
fazer para aumentar a produção?
Uma das maneiras de se aumentar
a produção é trabalhar mais. Em vez de
se trabalhar apenas no período da manhã
trabalha-se à tarde também; em vez de se
trabalhar sozinho trabalha-se com mais
um, dois, três, quatro companheiros.
Contudo, para se produzir mais, a
grande jogada é trabalhar melhor. Para
trabalhar melhor é preciso:
Io) Que as pessoas sejam sabidas,
instruídas, curiosas... é preciso inventar.
É preciso que estudem, façam
experiências e procurem aprender as
experiências de outras pessoas.
2o) Que as pessoas sejam ORGA-
NIZADAS, que saibam aproveitar todo o
seu tempo e os seus recursos. É preciso
que as pessoas sejam capazes de
cooperar umas com as outras. E, por fim;
3o) Que se utilizem métodos e
técnicas adequados ao nível de instrução
e ao nível de organização do povo. A
experiência de outros povos tem
demonstrado que é um erro pretender
aumentar a produção unicamente com o
emprego de altas tecnologias. Tudo bem,
a tecnologia tem as suas vantagens; mas
ela só surte efeito quando utilizada por
gente instruída/educada e, sobretudo,
por pessoas organizadas em grupo.
CONCLUSÃO: Para que o povo de
Monsenhor Gil melhore a sua situação
sócio-econômica e ^s suas condições de
vida é necessário que este povo se instrua,
se eduque, se capacite e, também, se
organize de maneira civilizada, com
respeito e justiça.
 Projeto Vale do Pamaíba beneficia
agricultores em Monsenhor Gü
O Projeto Vale do
Pamaíba, coordenado pela
Secretaria de Planejamento do
Estado, iniciou suas atividades
no munidpio de Monsenhor Gil
em 1982. um ano após sua
implantação no Estado. A
exemplo dos demais munidpios
cfue compõem sua área de
atuação- 28 munidpios-, o
Projeto Vale do Pamaíba
desenvolve ações em Monsenhor
Gil, no sentido de apoiar os
pequenos agricultores com a
distribuição de terras e a
implantação de obras de
infra-estrutura capaz de
melhorar suas condições de
trabalho e oferecer maior
bem-estar às suas famílias.
Com base nesta estratégia de
atuação, o Projeto Vale do
Pamaíba adquiriu e distribuiu
6.277 hectares de terras a 147
famílias de pequenos produtores
sem terra, que passaram a ser
Fundec
ajuda
Associação
dos
Moradores
A Associação dos Moradora) de
Monsenhor Gil mantém convêiiio
com o Banco do Brasil, atravé* do
Fundo de Desenvolvimento de
Programas Cooperativas ou
Comunilários de Infra-Estrutura
Rural (Fundeei que consta ae 12
obras.
Os benefícios a serem oferecidos
pelo Fundec em Monsenhor Gil sio
os seguintes: construção do Núcleo de
Comercialização, de um armazém
comunitário; centro comur.itário,
matadouro público. Através do
Fundec a Associação dos Moradores
de Monsenhor Gil vai adquirir uma
máquina de beneficiumento de arroz
e mandioca. Serão construídos escolas
nos povoados Lagoa Nova, Bacuri,
Grotâo, Laranja, que vai ganhar
também um poço tubular. Será
fornecido também verba para
aquisição de uma ambulância.
Os recursos do Fundec sio
aplicados em atividades que
estimulam o artesanato e a indústria
doméstica, no apoio á produção e á
comercialização de produtos
agropecuários e na Iviabilizaçâo de
obras de infra-estrutura, tais como
abastecimento de água, redes de
esgoto, irrigaçio, coqstruçio de
estradas vicinais e eletriíicaçio.
Atento aos problemas sociais que
a população bra«leira e
principalmente «nordestina enfrenta,
o Fundec vem dedicando especial
atençio á saúde, á educação e a
empreendimentos que contribuam
para o crescimento da oferta de
empregos.
Campo Aerícola do PDRI Vale do Pamaíba em Monsenhor Gil
A luta pela reforma
tributária
Noronha e a delegação de prefeitos do Piauí em Brasília
O coordenador estadual da Frente
Nacional Municipalista, prefeito de
Monsenhor Gil, AntAnio Noronha
Filho, disse que a reforma tributária
tio sonhada pelos prefeitos e
governadores de todo o Estado sairá
brevemente.
No dia 18 de junho último,
AntAnio Noronha e o presidente da
APPM, Valmir Cruz, chefiaram uma
delegaçio de prefeitos que
pretendiam acompanhar a votação da
emenda constitucional do deputado
Aírton Sandovai, propondo uma
icionna tributária urgente. Essa
emenda nflo foi colocada em votação
em conseqüência de fun' acordo entre
as lideranças dos partidos, mas o
presidente José Sarney prometeu aos
proprietários de lotes que
medem, em média, 40 ha. cada.
As propriedades distribuídas
pelo Projeto Vale do Pamaíba
localizam-se nos imóveis Bom
Lugar, Lagoa Nova e Bolívia.
As ações complementares dé
apoio à produção são realizadas
na forma de assistência técnica
prestada pela Emater-Pi,
custeada pelo Projeto, que
implantou um escritório local
com técnicos agrícolas e
extensionistas sociais.
OBRAS DE
INFRA-ESTRUTURA
O Projeto Vale do Pamaíba
construiu na ãrea beneficiada,
03 sistemas de abastecimento
d'água, equipados com
moto-bomba, chafariz e
lavanderia. Implantou ainda,
21,6 km de estradas vicinais;
administradores municipais que a
reforma tributária virá em breve.
Pela primeira ves o Palácio do
Planalto abriu soas portas para um
número tio-grande de prefeitos, de
uma só vez. Eram mais de 2 mil
prefeitos e" vereadores de todo o Pais.
chefiados pelo.presidente da Frente
Nacional Municipalista, Crestes
Qnérda.
liberou recursos destinados à
melhoria habitacional e à
compra antecipada da
produção. Está previsto, ainda
neste ano, a construção de uma
escola, além de um nüeleo de
integração rural.
Todas estas iniciativas estão
voltadas para apoiar o pequeno
agricultor, njsponsâvel por8Ò%
da produção agrícola do Estado.
O Projeto Vale do Pamaíba, que
até o final do próximo ano,
distribuirá um total de 200 mil
hectares a 5.000 famílias de
produtores, é considerado por
um dos seus financiadores - o
Banco Mundial - como o melhor
projeto de desenvolvimento
rural implantado no Brasil. Seus
objetivos e metas vem sendo
alcançados ao longo dos seus 4
anos de execução, com o
aumento da produção agrícola e
a melhoria das condições de
vida de milhares de famílias no
meio rural piauiense
Congresso
da CUT
no Socopo
Reforma Agrária,
Assembléia Nacional
Constituinte, Projeto Nordeste e
a nova estrutura sindical serão
os temas que os trabalhadores
rurais e urbanos discutirão nos
dias 14 e 15 de seteínbro,
quando será realizado o I
Congresso da Central Ünica dos
Trabalhadores (CUT). O local
do Congresso é no Socopo.
Criada no ano passado no I
Congresso Estadual das Classes
Trabalhadoras, a CUT - Piauí
pretende traçar um plano de
ação para que os trabalhadores
piauienses Mrticipem
ativamente da discussão sobre o
Plano de Reforma Agrária do
governo, o anteprojeto
governamental de negociação
coletiva e do direito de greve.
Serão discutidos ainda os
conflitos de terras, reajustes
trimestrais, direito de
sintUcalização para funcionários
públicos e reposição salarial
para os professores da
Universidade Federal do Piauí.