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MONTES CLAROS/MG
MAIO/2016
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MONTES CLAROS/MG
MAIO/2016
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Banca Examinadora
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO
1 DA RESPONSABILIDADE CIVIL
De outro modo, Gonçalves (2012) diz que do ato que gera a lesão, vem
consigo, em seu bojo como fato social, o problema da responsabilidade. Assim, esta
se destina a restabelecer a harmonia que foi violada pelo dano que constituiu a fonte
geradora da responsabilidade civil, sendo cabível a esta realizar a indenização.
Quanto à responsabilidade civil, Venosa (2013) relata que, a princípio,
busca-se restaurar o equilíbrio patrimonial e moral violados, funcionando como
objetivo no ordenamento moderno. Além disso, busca expandir cada vez mais o
dever de indenizar, para diminuir gradativamente os prejuízos irressarcidos. Na
definição de Pinto (2014), esta responsabilidade e a conduta que resulta em ato
ilícito estão em conexão, constituindo-se um dever de indenizar o indivíduo após a
lesão.
Por decorrer de uma conduta voluntária, Gonçalves (2012) vê a
responsabilidade civil como violadora do dever jurídico, pois surge da prática de um
ato jurídico, que pode ser lícito ou ilícito. O ato jurídico possui espécie de “fato
jurídico”, que são situações do cotidiano consideradas relevantes pelo direito. Os
que não repercutem em algo no âmbito jurídico são considerados como meros fatos,
dos quais o direito não pretende se ocupar por não se constituírem fatos jurídicos.
Para uma caracterização, Venosa (2013) faz menção a alguns requisitos
que configuram também o dever de indenizar, a ação ou omissão voluntária, a
relação de causalidade ou nexo causal, o dano e a culpa – que em alguns
momentos podem ser dispensados, possuindo a noção de culpa presumida. Por ser
caracterizado como prejuízo causado a outrem, se desdobra para ser econômico ou
moral. Em casos de dano patrimonial, este deve ser reparado, para restaurar o
equilíbrio do patrimônio danificado.
Segundo Cavalieri Filho (2012, p. 76), "o dano é sem dúvida, o grande
vilão da responsabilidade civil. Não haveria que se falar em indenização, nem em
ressarcimento, se não houvesse o dano". Portanto, a responsabilidade civil é
entendida como um dever que nasce a partir de um dano causado, sendo
necessário repará-lo. Deste modo, deve-se observar sempre o resultado do dano,
existindo, conjuntamente com este, o nexo de causalidade entre conduta e o dano
causado.
Assim, a ideia de ressarcimento tem por objetivo garantir uma relação
jurídica equilibrada. A função exercida pela responsabilidade civil é unicamente a de
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Nos danos morais trazidos por Ulhoa (2012), classificados também como
danos extrapatrimoniais, Rosenvald (2013, p. 65) pontua que "quando cogitamos do
fundamento da responsabilidade civil, remete-se às razões jurídicas pelas quais
alguém será responsabilizado por um dano, patrimonial ou extrapatrimonial". Para
ele, o ressarcimento tem por finalidade neutralizar as consequências do ilícito,
assim, enquanto a responsabilidade permite a imputação de um fato danoso, o
ressarcimento estabelece o montante e o modo de compensação àquele ofendido.
A responsabilidade civil mantém um equilíbrio entre as relações pessoais,
isto pode ser observado quanto à sua função, tendo como objetivo a reparação,
prevenção de danos e a punição do indivíduo, regida pelo ordenamento jurídico, ou
mais especificamente o atual Código Civil, demonstrando situações que fazem jus
ao uso da responsabilidade.
Sempre se disse que o ato ilícito é uma das fontes da obrigação, mas
nunca a lei indicou qual seria essa obrigação. Agora o Código diz –
aquele que comete ato ilícito fica obrigado a indenizar. A
responsabilidade civil opera a partir do ato ilícito, com o nascimento
da obrigação de indenizar, que tem por finalidade tornar indemne o
lesado, colocar a vítima na situação em que estaria sem a ocorrência
do fato danoso.
803) complementa informando que, “desse modo, será ilícita a conduta de qualquer
sujeito que importar o desrespeito a direito titularizado por outrem”.
Sobre a ação ou omissão do agente, Stolze e Pamplona Filho (2012,
p.78) informam:
[...] que o ato ilícito, tal como o lícito, é também uma manifestação de
vontade, uma conduta humana voluntária, só que contrária à ordem
jurídica. Observa que, todavia, enquanto os atos jurídicos podem se
restringir a meras declarações de vontade, como, por exemplo,
prometer fazer ou contratar etc., o ato ilícito é sempre uma conduta
voluntária. Se é ato, nunca o ato ilícito consistirá numa simples
declaração de vontade. Importa dizer que ninguém pratica ato ilícito
simplesmente porque promete a outrem causar-lhe um prejuízo.
Por conseguinte, Gonçalves (2014) aduz que, o ato ilícito é ato consciente
e voluntário do indivíduo que viola um dever jurídico e que não havendo consciência
do ato que se pratica não poderá se constituir em ato ilícito.
Em relação ao dano, o autor acima citado (2014), fala na existência de
uma corrente que não considera o dano como elemento integrante do conceito de
ato ilícito, contrariando grande parte da doutrina que sempre o identificou designada
pela lesão a um bem jurídico, sendo este elemento inseparável do ato ilícito, sem o
qual não existiria.
Para Dantas; Gomes e Coelho apud Gonçalves (2014, p. 318):
O ato ilícito possui dois embasamentos ditos, os quais são abordados por
Diniz (2014), que é o da infração de um dever preexistente e a imputação do
resultado à consciência do agente. Entretanto, para se caracterizar como tal é
necessário haver uma ação ou omissão voluntária, violando esta norma jurídica
protetora de interesses alheios ou um direito subjetivo individual, tendo ciência da
ilicitude do ato praticado, agindo com dolo – se houve a intenção de lesão –, ou
culpa – se tem ciência dos prejuízos que advêm do seu ato –, assumindo o risco de
estar provocando o fato danoso.
De acordo com Tartuce, (2014, p. 235) o ato ilícito:
Por sua vez, Tartuce (2014) argumenta que deve-se ater ao ilícito civil,
sendo de fundamental importância abarcar os casos em que a conduta do agente irá
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ofender. Para ele, o ato ilícito esta relacionado à conduta humana, ferindo direitos
subjetivos privados que estão em desacordo com o ordenamento.
Os atos ilícitos, de acordo com Gonçalves (2012, p. 32), se dividem em:
“ato jurídico em sentido estrito (ou meramente lícito), negócio jurídico e ato-fato
jurídico”. Ainda de acordo com o autor (2012, p. 32):
Para Gonçalves (2012, p. 33), o ato ilícito é considerado como fonte das
obrigações:
2 O PODER FAMILIAR
nenhum poder sobre ele, devido ao entendimento que o poder familiar deriva da
filiação e não de um vínculo biológico.
Segundo Gonçalves (2012), tanto a titularidade quanto o exercício do
poder familiar pelos cônjuges, consolidou-se com base na Constituição Federal de
1988, art. 226, §5°, deliberando que os direitos e deveres relativos à sociedade
conjugal são realizados em posição de igualdade pelo homem e pela mulher.
Stolze e Pamplona Filho (2013) entendem que, através do princípio da
isonomia, não há superioridade ou prevalência do homem em detrimento da mulher,
não levando em conta o estado civil de quem desempenha a autoridade parental.
Para Gonçalves (2012), os filhos tidos fora do casamento e que forem
reconhecidos ficarão sob o poder de ambos os pais. Quando ambos se configurarem
titulares, a guarda observará qual deles revelará ter melhores condições para
exercê-la. O juiz escolherá o tutor à criança para acompanhá-la até que seja
alcançada a maioridade, quando esta tiver somente a mãe e esta for desconhecida
ou incapaz.
Em relação aos direitos decorrentes do poder familiar, Ulhoa (2012, p.
423) pontua que “ao poder familiar correspondem direitos titulados pelos pais em
relação aos filhos, tais como o de dirigir-lhes a criação e educação, impor obediência
e respeito, tê-los em sua companhia e guarda”.
Deste modo, a titularidade é o poder conferido aos pais com a finalidade
única de proteção do filho, sendo levado em consideração perigos que possam
existir, bem como sua preparação para a vida.
Os bens dos filhos menores – enquanto estes estiverem sob o poder
familiar –, ficam sob a administração dos genitores, o que é estabelecido no artigo
1.689 do Código Civil. Além do usufruto e administração, para Ulhoa (2012) compete
aos pais a conservação dos bens enquanto o filho for absolutamente incapaz. A
declaração de suas vontades é feita pelos pais, sua opinião é irrelevante e caso
dado negócio jurídico relacionado à administração dos bens for considerado
pertinente, poderão os pais adotá-lo.
Ainda a respeito da administração dos bens, Gonçalves (2012, p. 368)
reitera:
Para Gonçalves (2012, p. 373), é adequado dizer que “o pai ou a mãe que
contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde o poder familiar sobre
os filhos do relacionamento anterior”. Complementando, Gonçalves (2012) menciona
que, apesar da existência da norma, pode-se observar que o pai ou a mãe,
contraindo novas núpcias ou união estável e levando-se em conta que somente
detém o poder familiar sobre o menor quem o registrou, em novo relacionamento
não caberia ao cônjuge o exercício deste poder por não haver nenhuma ligação
entre eles.
A suspensão do poder familiar na doutrina se difere das causas de
extinção, não podendo ser confundidas, pois são expressamente diferenciadas e
cada uma possui na lei suas hipóteses descritas em artigos distintos.
Para Lôbo (2011), enquanto a extinção do poder familiar se dá pela
perda, a suspensão – a qual não deve ser confundida –, impede o exercício do
poder familiar durante um lapso de tempo. Para Diniz (2013), a suspensão constitui
em sanção aplicada aos pais, por infração aos deveres a eles inerentes, ainda que
ao pai faltoso, não sirvam como pena.
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Lôbo (2011, p.307), evidencia dois tipos de suspensão, sendo elas a total
ou parcial. De acordo com o autor:
2.3 Emancipação
3.2 Imputabilidade
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[...] a propósito, que não se deve ter em vista, nesse caso, a aptidão
para procriar, mas o desenvolvimento intelectual e o poder de
adaptação às condições da vida social. O Código de 2002 também
considera que o ser humano, até atingir essa idade, não tem
discernimento suficiente para dirigir sua vida e seus negócios e, por
essa razão, deve ser representado na vida jurídica por seus pais,
tutores ou curadores.
[...] não tem curador nomeado, mas vive em companhia do pai, este
responde pelo ato do filho, não com base no art. 932, I, do Código
Civil, mas sim no art. 186, pois decorre de omissão culposa na
vigilância de pessoa privada de discernimento, não a fazendo
internar ou não obstando ao ato danoso. E, se o amental não está
sob o poder de ninguém, responderão seus próprios bens pela
reparação, pois “a reparação do dano causado por pessoas nessas
condições se há de resolver fora dos quadros da culpa”. Seria, neste
caso, uma hipótese de responsabilidade objetiva.
I, quando o filho completa 16 anos, irá permanecer ou será excluída. Venosa (2013,
p. 75) afirma:
O caso acima narrado pela Abdalla (2011)2 é um recurso que foi negado
em primeiro grau, uma vez que o filho tinha sido emancipado voluntariamente. Trata-
se de uma tentativa de homicídio, que teve como resultado lesões corporais,
posteriormente, o autor entrou pedindo ressarcimento cível e acionando a
responsabilidade dos pais perante o menor. Contudo, os Ministros que estavam
juntos ao Min. Eduardo Ribeiro concordaram com este através de votação pelo
reconhecimento – em partes –, do recurso, objetivando reformar a parte que nega a
indenização à parte autora, bem como a que exclui a responsabilidade dos pais do
menor. Assim, neste caso, depreende-se que os Ministros concordaram que a
emancipação voluntária do filho não retira dos pais o dever da responsabilidade.
Cavalieri (2012, p. 210), cita o Enunciado n° 41 da Jornada de Direito Civil
promovida pelo Centro de Estudos do Conselho da Justiça Federal (Brasília,
plausível que por seus atos os pais continuem a responder, visto que a indignidade
do filho no recebimento da outorga não anula ou reverte à concessão feita.
Portanto, apesar da existência de correntes contrarias, a majoritária
entende que aos pais não é permitido emancipar voluntariamente sua prole com o
objetivo de afastar de si as responsabilidades, essa responsabilidade dos genitores
é objetiva, mesmo os filhos sendo considerados como deliquentes ou rebeldes,
respondendo eles de forma subsidiaria e mitigada.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCI AS
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