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ESTRUTURA

Uma discussão (epistemo)lógica do termo

Faculdade de Direito do Largo de São Francisco


Universidade de São Paulo

Tomás E. Domschke Tomic


1. Introdução
O texto que segue é fruto do estímulo de um amigo da Faculdade de
Direito do Largo de São Francisco que me desafiou a tornar inteligíveis
discussões que eu insistentemente colocava à baila em conversas pelos
aconchegantes e inspiradores corredores da Nossa Faculdade. O tema geral é a
estrutura, e valerá uma breve menção de como cheguei a ele.
É uma estória simples e curta que, não por isto, deverá faltar com um
efeito entusiasmante. Foi em uma aula de Direito Constitucional no primeiro
semestre de nossos estudos jurídicos, quando se valeu do termo estrutura
jurídica do Estado, que me perdi da aula em reflexões que me levaram a um
problema: por que não poderia ele dizer forma jurídica do Estado. E, assim, a
pergunta: no que estrutura se diferencia de forma.
Saí da aula envolvido pela questão, cercado pelo retorno á confusão dos
termos nas sucessivas tentativas de diferenciá-las e recorri ao nosso ilustre
colega de turma, o professor de filosofia Fernando Dias Andrade, dividindo com
ele minhas angústias. Como bom professor, aliviou-as momentaneamente, sem
extingui-las por completo me oferecendo uma breve história de cada um dos
termos, e me sugeriu a leitura do livro resultante dos trabalhos de doutoramento
de Umberto Eco, A Estrutura Ausente. Dele, passei a demais trabalhos, como os de
Claude Lévi-Strauss e de Thomas Kuhn, e aventurei-me a exploração de usos
diversos do termo, como o coloquial, o arquitetônico e o médico, nos estudos
anatômicos.
Foi assim que começou.
Das leituras extraia matéria sobre a qual poderia trabalhar
reflexivamente. E das reflexões extraia as provocações que ora me levavam a
diálogos fluentes, ora me levava a debates calorosos com meus colegas da
Faculdade. Desses debates surgiu o estímulo de tentar fazer claro o que até agora
entendo por estrutura.
Como foi a confusão entre os termos estrutura e forma que me levou ao
debate, será constante o esforço de delimitar seus traços congruentes e
divergentes.
2. Estrutura
O primeiro ponto que merece ser enfatizado é que, se tomado
minuciosamente, o termo estrutura é polissêmico. Há traços semânticos comuns
e as cargas semânticas distintas relacionam-se mutuamente e compõem o que
podemos chamar de estrutura lato sensu, mas hão de ser distinguidos stricto
sensu. Dentre as variações possíveis serão nomeadas e, em maior ou menos
profundidade, analisadas apenas três: estrutura como resultado da aplicação do
critério da permanência ao longo do tempo e do espaço, como modelo resultante
de operações de simplificação que visam refletir unitariamente um conjunto
heterogêneo de fenômenos e como forma teórica que busca centrar foco nas
relações parte todo, dotada (a forma), portanto, de certo dinamismo interno.
Veremos que as noções que preenchem de significado o termo estrutura
nos encaminha a uma campo próximo às noções clássicas de essência e natureza.
Desde já deve-se ter em mente a acepção clássica dos termos. Para tal, as
seguintes definições, de modo a evitar qualquer desvio. Essência é aquilo sem o
que aquilo o que é não pode ser. Natureza é a atividade sempre presente quando
da observação de determinado objeto. Assim, veremos que, sob o critério da
permanência, quando dizemos que algo é estrutural, dizemos que lhe é natural. A
estrutura será assim as formas da natureza de algo.

2.1. Estrutura e permanência: natureza


A acepção de estrutura como aquilo o que permanece é decorrente de
uma abordagem evolucionista - não necessariamente o evolucionismo
darwiniano, mas em sentido amplo, como ocorrência natural decorrente da
passagem do tempo. A abordagem evolucionista à qual me refiro é a que está
presente já nos primeiros esforços de dizer a história e, neste sentido, poderia,
também ser chamada de uma abordagem historicista. Não o farei, pois é a noção
de evolução que nos interessa aqui. A que está contida em evolução é uma noção
vinculada à contida em movimento, à passagem do tempo e às permanências e
mudanças ocorridas com isto. Diz-se da evolução histórica que é composta por
uma tensão interna encerrada na oposição entre a irremediável passagem do
tempo - já encontrada na máxima de Heráclito que diz que um homem não se
banha duas vezes num mesmo rio porque o rio não é o mesmo e porque o
homem tampouco o é – e a permanência de todas as coisas, a irremediável
humanidade de nós – já presente na pretensão dar contornos à Lógica, uma
scientia abstrata e imutável, permanente, por Parmênides, que dita um
fundamento para a construção lógica do pensamento o que é é, o que não é não é,
distinguindo-se aquilo o que é daquilo que não é, e sendo o ser imutável, imóvel,
estático (a noção de movimento e não-movimento aqui não é a newtoniana de
uma alteração de uma massa no espaço, mas a anterior, de mudança de estado),
permanente.
A evolução localiza-se no coração deste problema, que é uma decorrência
da apreensão da distinção que fundamenta a noção de estrutura: há aquilo que,
sob o movimento evolutivo permanece e aquilo que não permanece. Chamamos
aquilo que permanece de estrutural, e, por oposição, aquilo que não permanece
de não-estrutural. Valerá um pequeno parêntesis nesse ponto para mencionar a
dialética, que é produto do esforço de apreender os modos através do qual a
evolução ocorre socialmente. Ela deverá ser um método lógico de abordagem da
histórica, pois aborda os aspectos socais aos pares e, assim, consegue compor a
complexa trama de tensões sociais que impulsionam mudanças na ordem social.
Isto, no entanto, é assunto para outras páginas e outras linhas.
Partir-se-á, então, de que estrutura, neste campo semântico, é aquilo o
que, ao longo de um certo período evolutivo, se faz permanente ou recorrente.
Assim, dir-se-á que aquilo que sobrevive ao movimento dialético da história é
estrutural ao período observado. Forma e estrutura podem aqui aludir a um
mesmo referente, ou ao menos pretendê-la, mas seus significados serão
distintos, mesmo então. Poderá haver formas sociais estruturais e formas sociais
não-estruturais. Disto notamos uma distinção semântica (sutil, mas nítida) entre
os termos. Por outro lado, da afirmação de algo ser estrutural (ou de uma
estrutura) conclui-se haver certa forma, pois estrutura remete a algo dotado de
contornos, uma vez que se distingue do resto sob o critério da permanência – há
aquilo o que permanece e aquilo o que não permanece. Ou seja, toda estrutura é
dotada de forma, mas nem toda forma é estrutural. Desta afirmação, no entanto,
pode-se extrair uma falsa contradição, que será mais bem resolvido no
subcapítulo 2.2., falso porque decorre da aplicação de dois valores semânticos
distintos do termo estrutura.
Estrutura, com o valor semântico cá proposto (2.1.), tem uma carga
ontológica. Isto é evidente, pois, sob o critério da permanência, sabemos que algo
compõe a Estrutura pela prova do tempo, o teste de permanência. Já aqui
percebemos a confusão entre estrutura e natureza, sendo esta uma atividade, ou
seja, um aspecto externo, manifesto, sensivelmente apreensível da vida humana.

2.2. Estrutura e simplificação/ redução: modelo


Tudo o que é inteligível é dotado de forma. Se tomarmos o método
estruturalista como um método de simplificação que nos permite tratar
fenômenos diversos como o mesmo, teremos a estrutura como modelo. Os
termos forma e estrutura aproximam-se mais nesse novo campo semântico, mas
ainda não se confundem por completo. E é aqui que se resolve a falsa contradição
de 2.1.. Quando realizamos uma operação estruturalista de simplificação
trabalhamos com formas teóricas imediatamente inexistentes, pois elas são
simplificações, ou seja, destacam-se aspectos considerados relevante para os fins
dos estudos empreendidos e desprezam-se outros, de menor importância. Neste
sentido, a ideia de estrutura aproxima-se (mas ainda não confunde-se, porque
ainda oscila entre o interno e o externo) da de essência classicamente aplicada –
essência como aqueles traços que são necessários para que aquilo que é seja o
que é. Esta necessidade é uma escolha, o que não a invalida. Ela decorre da
escolha d’o que se observa, que num limite, é aquilo o que podemos apreender.
Enveredar-se nestes caminhos seria, no fundo, fazer uma metalógica, uma
metaciência, um esforço metaepistemológico. Em outras palavras, um esforço de
reflexão daquilo que não é diretamente tratado pela razão, mas que tange outras
forças da inteligência como, por exemplo, a intuição.
A pesar de toda estrutura ser dotada de forma, nem toda forma será
necessariamente uma estrutura se acreditarmos que o que é é naturalmente
dotado de forma, seja ela apreensível ou não por nós. Esta hipótese, aceitemo-la
ou não, deve ser suficiente para distinguir estrutura de forma. No entanto
reconhecemos que a distinção é mais frágil aqui do que em 2.1., pois se
rejeitarmos esta hipótese, seremos levados a pensar que toda a forma que
apreendemos das coisas são estruturas, ou seja, são simplificações do eu
realmente é e, portanto, estrutura e forma teriam, no fundo, a mesma carga
semântica, uma vez que a própria noção de forma seria, no fundo, uma ilusão, ou
algo próximo a isto.
Trabalharemos tendo aceita a distinção entre forma e estrutura, até
porque ela não é fundamental para a reflexão que aqui pretendemos realizar.
Tendo a hipótese em conta, consideraremos a possibilidade de distinção e
deixamos esta questão em aberto. Trataremos forma como os contornos
necessários para a inteligência pelas culturas – e, especialmente, línguas – greco-
latinas, e estrutura como o resultado das operações de simplificação que nos
permitem tratar o distinto como o mesmo, ou seja, fenômenos heterogêneos
como um fenômeno homogêneo.

2.3. Estrutura e a relação parte-todo: importância


Inserindo-se a relação parte-todo no campo semântico da estrutura,
fazemo-la tocar a noção clássica de essência. Inserimo-nos cá no objeto enfocado
e estrutura ganha uma valor compositivo, ou seja, é estrutural aquilo que compõe
um cosmo que o abrange. São estruturais as partes que compõem o todo. O todo é
a estrutura, dotada de partes divisíveis. Assim, se algo é estrutural, isto será,
também essencial, uma vez que, se retirado de sua posição interna ao objeto,
alterará o todo por isto composto. Aqui devemos fazer menção a uma noção
semiológica de significado como localização em um sistema semântico. O
significado de uma palavra não é um fantasma que sobre ela flutua, mas uma
rede de relações de semelhança e oposição que nos permitem saber do valor
semântico que guarda. O significado é a posição que um termo assume em um
sistema linguístico. Assim, qualquer alteração localizada do significado (no
significado de uma só palavra) altera também a disposição dos demais valores
semânticos que compõem o mesmo sistema. Não é possível alterar o significado
de uma palavra sem que ao mesmo tempo altere-se toda a rede de relações
semânticas que o sustenta (o significado de cada palavra).
Será estrutural, então, algo de tenha importância e que componha as
relações tensas internas aos sistemas linguísticos que conferem a eles a
estabilidade necessária para o seu uso como ferramenta e meio material de
comunicação. Algum traço de sentido idiossincrático para uma pessoa,
decorrente de sua experiência individual, não terá valor socialmente estrutural
se não houver ressonância em demais membros de seu nicho social. Alguém que,
por razões particulares, faça compor-se o campo nocional de livro com alguma
carga decorrente do sofrimento gerado por alguma experiência traumática de
sua infância terá, por exemplo, um valor semântico que é socialmente irrelevante
e, portanto, não será estrutural, pois a dissociação do termo livro com a carga
traumática da experiência individual desse sujeito será, antes, um livramento do
que uma revolução, mesmo que a nível de sua experiência individual isto possa
ser sentido como tal. Serão estruturais se aqueles traços de sentido forem
divididos por uma quantidade tal de membros da sociedade, que as façam ter
alguma importância social e revelem alguma característica marcante que nos
permitam falar de uma comunidade social agrupada pelo valor semântico
conferido a um determinado termo. Nota-se, assim, a relação de uma parte com
um todo ao qual pertence como critério de uso para estrutura.

3. Conclusão
Mesmo que haja, em alguns pontos, a confusão entre estrutura, forma,
natureza, e essência, o objetivo de tê-los enfatizado é de, tendo-os bem
delimitados, mais facilmente manusear os conceitos que muitas vezes precisam
ser empregados conjuntamente. O esforço de apontas seus pontos de confusão é,
ao mesmo tempo, o esforço de tornar evidentes seus traços semânticos
distintivos.
A tripartição apresentada tem a razão de apontar três pilares semânticos
de estrutura (permanência, modelo e importância), permeados pela relação com
os termos clássicos de essência e natureza, que devem ser levados em
consideração para o emprego do termo. Assim, sua utilização é um
balanceamento constante entre os pilares expostos. O que se pretendeu cá fazer
foi a edificação semântica do termo estrutura através do enriquecimento de sua
significação, e não a divisão do termo como se fossem termos distintos. Não há
três estruturas, mas três pilares de um só edifício.
O tamanho das partes 2.1., 2.2., 2.3., decresceu em número de linhas e
palavras não por uma decrescente relevância das partes, mas meramente por se
ter pretendido inicialmente um esforço de introdução no campo de discussão e
seguintes aperfeiçoamentos. Assim, as três partes são, no fundo uma, dividida em
três para que fique explícitas as ênfases consideradas necessárias para uma boa
compreensão e um decorrente bom emprego do termo estrutura.
O emprego médico do termo enfatiza principalmente o último traço
semântico apresentado. Assim, quando Popper e Schafner escrvem “Liver:
structure and function” (Fígado: estrutura e função, tradução livre, como todas as
entre parêntesis nesse parágrafo) eles pretendem estudar as partes que o
compõem e localizar o seu papel no bom funcionamento do organismo do corpo
humano. A parte I, “Normal Structure and Function” (Estrutura e Função
Normais), tem como uma de suas subparte uma intitulada “Methods of Study of
Structure” (Métodos de Estudo da Estrutura), composta por sua vez de três
tópicos: “Gross Inspection” (Inspeção Geral), “Microscopic Study” (Estudo
Microscópico), “Cytochemical Analysis” (Análise citoquímica) e “Chemical
Analysis” (Análise Química). Fica evidente que, para o estudo estrutural dos
órgão do corpo humano há a abordagem do órgão inserido no funcionamento
geral do corpo, a parte inserida em um todo que a abrange, e a da composição
química e citológica do próprio órgão, as partes que compõem o próprio órgão
como um todo. No livro cada uma dessas abordagens é acompanhada pela
análise funcional do corpo, do órgão e de suas partes, que é uma prática típica da
ciência médica, ou ainda das chamadas ciências naturais, mais amplamente.
O emprego arquitetônico tem uma dupla ênfase, aos primeiro e terceiro
traços, estrutura sob o critério da permanência, e estrutura na relação parte-
todo. O que se diz de estrutura em arquitetura faz referência às partes do edifício
indispensáveis para a edificação da construção, ou seja, aquilo que é necessário
para que o edifício mantenha-se em pé. Uma parede de gesso que divide um
espaço em dois, portanto, não é estrutural. Já a viga de concreto que contribui na
sustentação de um andar ou o pilar que sustenta a viga o são. Assim, critério da
permanência e a relação parte-todo se fazem presentes.
Tanto o emprego médico quanto o arquitetônico, no entanto, em seu uso
corrente, diferenciam-se entre si e da aplicação no universo das chamadas
ciências humanas, ou, ainda, ciências do espírito. Mas valerá um esforço de
aproximação entre elas todas, uma vez que a distinção é, nesse caso, mais óbvia.
A pesar de numa primeira análise diferenciarem-se quanto ao objeto e, por isto,
aos meios de apreensão e enformação de seu conteúdo, todas as áreas trabalham
com modelos que devem permitir a mais fácil e completa significação de seus
contornos e formas teóricas. Em última análise, sempre a observação e a
experiência surtem como teste determinante dos modelos. Mesmo para os
idealistas, sempre haverá o desafio da experiência. Para estes, inclusive, a
transformação do experimentável, do palpável, pela ideia é uma das grandes
vitórias. Não teriam sido possíveis as construções barrocas ou qualquer outra
construção das modernas civilizações ocidentais ou mesmo das antigas, gregas e
romanas, sem o conhecimento da abstrata geometria. Tal como não teria sido
possível o aperfeiçoamento da medicina sem a formulação teórica de modelos
estruturais que permitissem pensar em termos lógicos e abstratos o
funcionamento do organismo corporal humano. E o mesmo vale para as ciências
do espírito. Num limite, todas elas seriam ciências do espírito. Seria bobagem
pensar em qualquer ciência que não fosse, por ser ciência, do espírito. Fazemos
estas distinções e classificações pelo objeto que pretendem explorar. Mas dizer
que, por isto, as ciências humanas não podem ser tidas como ciência, mas
metaciência é ignorar a espontaneidade da própria vida humana. Não foi o
humano que criou o humano. Talvez possamos dizer que o humano se tenha
aperfeiçoado, se tenha afinado e elevado a condições que n’outras épocas teriam
sido inimagináveis. Mas certamente não se criou a si mesmo (com o perdão do
pleonasmo). O teste final das ciências do espírito vale-se também da experiência.
Não é menos importante a sabedoria de um antropólogo ancião do que a de um
pedreiro ou um pescador, cada um a suas artes e ofícios. Não é menos necessário
que a ciência jurídica tenha efeitos práticos do que que uma casa se sustente
edificada. Por isto, podemos, valendo-nos das analogias apresentadas, buscar
raízes (não em termos históricos, mas racionais, de conhecimento) comuns às
ciências que hoje se distinguem – e que, talvez, desde tempos remotos assim as
tenham sido, mas que, por intuição, e mesmo respeitando uma tradição da
epistemologia, devem apresentar traços comuns – , até mesmo para melhor
diferenciá-las, conhecê-las e desenvolvê-las.
4. Claude Lévi-Strauss
“Só é estrutura o arranjo que corresponde a duas condições: a de ser um sistema
regido por uma coesão interna; e a de que essa coesão, inacessível ao observador
de um sistema isolado, se revele no estudo das transformações, graças ás quais
se encontram propriedades similares em sistemas aparentemente diferentes.”i

5. Umberto Eco
“Uma estrutura é um modelo construído segundo certas operações
simplificadores que me permitem uniformar fenômenos diferentes com base
num único ponto de vista.”ii
“A estrutura é um modelo por mim elaborado para poder nomear de maneira
homogênea coisas diferentes.”iii
“O código é o modelo de uma série de convenções comunicacionais que se
postula existente como tal, para explicar a possibilidade de comunicação de
certas mensagens.”iv
“Concluindo: um código é uma estrutura elaborada sob forma de modelo e
postulada como regra subjacente a uma série de mensagens concretas e
individuais que a ela se adequam e só em relação a ela se tornam comunicativas.
Todo código pode ser comparado com outros códigos mediante elaboração de
um código comum, mais esquelético e abrangente.”v
“A função de um método estrutural consiste justamente em permitir a resolução
de diferentes níveis culturais em séries paralelas homólogas. Função, portanto,
puramente operacional, com vistas a uma generalização do discurso.”vi
“Percebemos, assim, que se a ‘estrutura’ se limita a ser um determinado sistema
de relações orgânicas oú tout se tient, então a instância estruturalista impregna
toda a história da Filosofia, pelo menos desde a noção aristotélica de substância
(e, na Poética, desde a ideia de organismo dramático como ‘grande animal’),
através das várias formas de organicismo biologístico, passando naturalmente
pelas várias teorias medievais da forma, até às filosofias oitocentistas do
organismo”
“Admitamos (...) que a ‘estrutura’ seja um conjunto, as partes desse conjunto e as
relações dessas partes entre si; que seja um sistema em que tudo está conexo, o
todo conexo e o sistema das conexões; e eis que logo surgem dois aspectos da
noção de ‘estrutura’: a estrutura é um objeto estruturado ou é o conjunto de
relações que estruturam o objeto mas podem ser dele abstraídas?”

6. Thomas Kuhn

7. Estrutura e Forma/ Estrutura e Essência/ Estrutura e


Natureza
Estrutura é aquilo que é necessário para a sua permanência de modo a
que se mantenha sendo o que é.
Aristóteles: a morfé, o eidos e a ousia. “A morfé está definida na Física: é o
schema, a forma física externa do objeto, a que os escolásticos chamarão de
terminatio”; “O eidos é a ideia. Não está ‘fora’ do objeto, como em Platão, onde é
mais real do que a coisa concreta (...), compõe-se, portanto, com a matéria e dará
lugar ao sinolo, à substância e, portanto, à ousia.”; “Mas o eidos não está fora da
ousia. É o seu ato. A tal ponto está ligado ao objeto a que dá vida, que o eidos não
devém, não se gera. Existe apenas com e na substância: é a estrutura inteligível
de uma substância.” E “’estrutura’ como substância [aspecto ontológico do eidos]
versus ‘estrutura’ como rede de relações, complexo de relações, ordem que pode
manter-se constante até no variar dos termos entre os quais se move [aspecto
epistemológico do eidos].”vii  duas oscilações: Objeto/Modelo e Realidade
Ontológica/Modelo Operacional.

i C. Lévi-Strauss, Elogio dell’antropologia, 1960


ii U. Eco, A Estrutura Ausente, 7. Ed. São Paulo, Perspectiva, 2001
iii U. Eco, A Estrutura Ausente, 7. Ed. São Paulo, Perspectiva, 2001
iv U. Eco, A Estrutura Ausente, 7. Ed. São Paulo, Perspectiva, 2001
v U. Eco, A Estrutura Ausente, 7. Ed. São Paulo, Perspectiva, 2001
vi U. Eco, A Estrutura Ausente, 7. Ed. São Paulo, Perspectiva, 2001
vii U. Eco, A Estrutura Ausente, 7. Ed. São Paulo, Perspectiva, 2001, p.255, 256, 257

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