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Ou se tudo me esquece. B
Na água adormecida. F
Fernando Pessoa, Poesia do Eu (edição de Richard Zenith), Porto, Assírio & Alvim, 2014, pp. 204-205
Análise do poema:
O poeta usa o lago como ponto de partida (fingimento poético, criação de poesia, em
que poeta sai de si E utiliza certos recursos para demonstrar o que sentiu
anteriormente), realiza uma introspeção (faz uma análise íntima e reflexiva sobre si
próprio), realça a tensão/ a dualidade existente entre o sentir e o pensar e compara o
lago à sua vida, uma vez que, como a água, também a vida de Pessoa se encontra
estagnada. Assim, através de todos estes tópicos, o sujeito poético chega à “dor de
pensar”, sentimento que o afronta e conduz para a nostalgia da infância
Análise estilística:
Este poema é constituído por três estrofes com quatro versos cada uma (quadras).
Cada verso possui oito sílabas métricas, isto é, são versos octossílabos. As rimas
presentes no poema são cruzadas, como se pode verificar no seguinte esquema
rimático: ABAB/CDCD/EFEF. “Contemplo o lago mudo A/ Que uma brisa estremece. B/
Não sei se penso em tudo A/ Ou se tudo me esquece. B.