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INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
O papel decisivo da “dupla revolução” foi amplificado pelo debate intelectual da época.
A discussão girava em torno do caráter exemplar desses eventos, com as opiniões divididas na
avaliação de que se tratava ou não de desdobramentos irreversíveis da história. As divergências
na atribuição de significado à “nova sociedade” consolidaram três correntes intelectuais e
políticas: conservadores, liberais e radicais.
A sociologia nasce, portanto, como uma reflexão acerca dos contornos da nova
configuração histórica – daí sua preocupação permanente em distinguir e contrapor a sociedade
moderna às sociedades tradicionais. E num ambiente marcado pela competição entre as visões de
mundo do conservadorismo, do liberalismo e do socialismo – daí seu esforço constante para se
distinguir dessas correntes, apresentando-se como uma alternativa, científica ou mesmo crítica,
em relação a tais modelos explicativos.
O esforço para construir uma identidade própria por meio da superação das disciplinas
rivais não se deu apenas pela absorção de temáticas alheias, recuperadas como partes específicas
do saber sociológico, se prendeu, sobretudo, à pretensão de atingir um padrão de cientificidade
na explicação da vida social equivalente àquele alcançado pelas ciências naturais.
A sociologia concebe-se, assim, não apenas como a disciplina central no campo das
“ciências humanas”, mas como um saber comparável, em termos de explicação e previsão, às
próprias ciências naturais. Essa posição, no entanto, será contrabalançada, paulatinamente, pela
compreensão de que as determinações das possibilidades futuras da sociedade não podem ser
preditas a partir dos modelos do passado, o que levou a sociologia a situar-se, muitas vezes, como
uma perspectiva crítica perante as relações sociais vigentes.
Nas últimas décadas do século XVIII surgiram, na Europa, dois fenômenos decisivos para
a configuração do mundo moderno: a concentração da produção de bens na “fábrica”, base do
sistema econômico fabril, e a comunidade política de “cidadãos”, livres e com direitos iguais,
vinculados ao Estado-nação.
Hoje, tendo em vista os desdobramentos dessa matriz econômica e política, bem como o
seu alcance mundial, tornou-se consenso considerar tais transformações equiparáveis a marcos
históricos como a invenção da agricultura, da metalurgia, da escrita ou da cidade.
Primeiro, a produção deixou de ser uma atividade individual, realizada na própria casa
do trabalhador segundo o ritmo ditado por sua habilidade e capacidade física. Tudo isso,
em intervalos de tempo que lhe permitia dedicar-se a outras tarefas, como a criação de
animais e o cultivo da terra.
O fator que mais abalou as maneiras tradicionais de viver foi a crescente urbanização.
A concentração das fábricas em cidades manufatureiras, devido às facilidades de
escoamento da produção, assim como o incremento de atividades administrativas,
educacionais, dos serviços em geral, incentivou uma maciça transferência populacional.
As cidades inglesas tornaram-se, em breve, as maiores da Europa, um surto de
crescimento intensificado pela redução das taxas de mortalidade, que deram início ao
ininterrupto aumento populacional característico do mundo moderno.