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Ouro Branco
2010
CLAUDIO LOPES
MARCO TÚLIO ORLANDI CAMPOS
WALLACE BELIZÁRIO DE FREITAS
Ouro Branco
2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 Considerações iniciais ...................................................................................................... 1
1.2 Objetivo ............................................................................................................................ 3
2. METODOLOGIA ................................................................................................................... 4
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 33
para gestão da qualidade; e, a OHSAS 18001, que trata da Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho.
A ISO/IEC 17025, que trata dos requisitos gerais para competência de laboratórios de
ensaio e calibração, é amplamente empregada nas indústrias, mas pouco tem sido realizado no
sentido da acreditação dos laboratórios das universidades.
Acreditar, do léxico significa: “Crer, dar crédito a...”, ou seja, ter confiança na verdade
de alguma coisa. Em sentido mais específico, a acreditação é o reconhecimento formal dado
por um organismo de acreditação, atestando que um laboratório, organismo de certificação ou
inspeção, atende requisitos pré-definidos demonstrando ter competência para realizar suas
atividades, gerando confiança.
(...) é uma ferramenta estabelecida em escala internacional para gerar confiança na
atuação de organizações que executam atividades de avaliação da conformidade.
(INMETRO, 2010)
O Brasil possui um Sistema Nacional do Meio Ambiente, o SISNAMA, instituído pela
Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274, de 06 de junho de
1990, ele é constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos
e complementares.
Dentre os órgãos do estado de Minas Gerais que integram o SISNAMA está a Fundação
Estadual do Meio Ambiente (FEAM), que tem por missão:
“Contribuir para a gestão ambiental do Estado por meio do licenciamento,
fiscalização e monitoramento dos empreendimentos industriais, minerários e de
infra-estrutura (saneamento, projetos urbanísticos, rodovias, geração de energia e
postos de combustíveis), incluindo ações de pesquisa, educação e extensão
ambiental.” (FEAM, 2010).
Tamanha importância da acreditação fez com que a FEAM, exigisse que todo
laboratório que fornece dados de ensaio e análises ambientais fosse homologado com base
nos requisitos da ABNT ISO/IEC 17025:2005. Diante dessa situação, surge em 2005, através
do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), a Deliberação Normativa nº 89, de 15
de setembro de 2005. Nessa deliberação, o 1º parágrafo do artigo 5, concede o prazo de 3
anos para que todo laboratório que emite laudos para a FEAM seja obrigatoriamente
acreditado junto ao Inmetro para a ABNT ISO/IEC 17025:2001. Em Outubro de 2008, a
Deliberação Normativa (DN) do COPAM Nº 120 de 08 de agosto de 2008, determina que à
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1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho é avaliar as possibilidades de se implementar um sistema de
gestão da qualidade em um laboratório de análise química no campus da UFSJ/CAP baseado
nos requisitos da ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 e avaliar a possibilidade de acreditação
desse laboratório nos termos do sistema da qualidade estabelecido pela Norma.
Para tanto, no decorrer deste trabalho, pretende-se apresentar os fundamentos teóricos,
conceituais e metodológicos que serviram de base para um estudo sistemático da ABNT NBR
ISO/IEC 17025:2005. Em seguida, será feita uma exposição analítica e interpretativa das
principais seções da Norma considerando o desafio da acreditação nos padrões propostos por
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2. METODOLOGIA
Segundo Gil, há três grupos de pesquisa quanto aos objetivos. São eles: exploratórios,
descritivos e explicativos. Para avaliar as possibilidades de se implementar um sistema de
gestão da qualidade em um laboratório de análise química no campus da UFSJ/CAP, baseada
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, bem como, a possível acreditação deste sistema da
qualidade, utilizou-se a pesquisa exploratória. Pois GIL (2002, p.41) assim a descreve:
Estas pesquisas tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se
dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou
a descoberta de intuições.
Além da classificação quanto aos objetivos, há de se fazê-la quanto aos procedimentos
técnicos utilizados. Neste sentido, GIL (2002, p.43) definiu dois grupos: “aqueles que se
valem das chamadas fontes de ‘papel’ e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No
primeiro grupo estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.”. Portanto, no que
concerne aos procedimentos e técnicas utilizados para a consecução deste trabalho, utilizou-se
tanto a pesquisa bibliográfica como a documental, que permitiram conhecer e interpretar a
Norma avaliando as possibilidades no contexto do objetivo pretendido.
Por fim, a gestão da qualidade está ligada, essencialmente, a princípios administrativos,
sendo a administração uma ciência dita social por tratar de agrupamentos humanos,
integrando pessoas, estrutura e recursos.
Como procedimento metodológico de investigação comumente usado nas ciências
sociais, o método comparativo permitiu avaliar, em diversos aspectos, a aplicação da Norma
em meio industrial e a possível aplicação em um laboratório de instituição pública de ensino
superior, segundo SCHNEIDER e SCHIMITT:
A comparação enquanto momento da atividade cognitiva, pode ser considerada
como inerente ao processo da construção do conhecimento nas ciências sociais. É
lançando mão de um tipo de raciocínio comparativo que podemos descobrir
regularidades, perceber deslocamentos e transformações, construir modelos e
tipologias, identificando continuidades e descontinuidades, semelhanças e
diferenças, e explicitando as determinações mais gerais que regem os fenômenos
sociais. (1998, p. 49)
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o ‘ambiental’ deveria ser parte intrínseca da educação como um todo e não uma modalidade
ou uma de suas dimensões.
Diante da crescente busca por uma eficiente gestão da qualidade, o presente trabalho
estuda as possibilidades de acreditação de um laboratório de ensino em análise e ensaio
químico de acordo com a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, no qual as atividades terão um
padrão internacional reconhecido no país. A universidade estará apta a atender a uma
demanda industrial, mais do que local, uma vez que, a quantidade de laboratórios acreditados
pelo INMETRO a executar essas atividades ainda é baixa. Com isso, a instituição poderá
angariar fundos que podem ser aplicados à otimização do próprio laboratório.
3.1 A ISO
A ISO (International Organization for Standardization), Organização Internacional
para a Normalização é uma rede de institutos nacionais constituída de 157 países, na base de
um membro por país, com uma Secretaria central em Genebra, na Suíça, que coordena todo o
sistema.
A sigla ISO é de caráter mundial e não se altera independente da língua local. A idéia da
denominação ISO provém da palavra grega isos que significa igual, daí a determinação da
nomenclatura fixa ISO.
Em 1906 surge a IEC (International Electrotechnical Commission), comissão
internacional de eletrotécnica. Trata-se de uma organização mundial, integrada por
Organismos Nacionais de Normalização, contando com um representante por país, atuando
especificamente na normalização internacional no campo da eletricidade. É a primeira grande
organização formulada para a normalização. Trata-se de uma organização não-governamental,
sem fins lucrativos. A IEC abriu as portas para a formação de outras instituições de
normalização. Diante a significância da IEC, a ISO desenvolve normas em todos os setores
industriais, exceto nos relacionados à engenharia elétrica e eletrônica.
Em 1946, delegados de 25 países se encontraram em Londres decididos a criar uma
organização internacional nova, cuja atividade deveria “facilitar a coordenação e a unificação
internacional de padrões industriais”, desenvolver normas de fabricação, comércio e
comunicações. Com este intuito surge uma nova organização denominada ISO, que começa
oficialmente a operar em 23 de fevereiro 1947. A ISO é uma organização internacional
especializada, não governamental, cujos membros são entidades normativas de âmbito
nacional provenientes dos países participantes.
A ISO possui varias outras parcerias e acordos políticos, tais como:
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3.2 O INMETRO
No período do primeiro Império, diversas tentativas foram feitas no sentido de
uniformização das unidades de medida brasileiras. Em 26 de junho de 1862, Dom Pedro II
promulga a Lei Imperial nº 1157 e assim oficializa em todo o território nacional, o sistema
métrico decimal francês. Assim, o Brasil foi uma das primeiras nações a adotar o novo
sistema, que seria utilizado em todo o mundo.
O crescimento industrial no século seguinte tornou necessária a criação no país de
instrumentos mais eficazes de controle que viessem a impulsionar e proteger produtores e
consumidores.
Em 1962 é criado o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), este implanta a
Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, atualmente IPEM, e institui o Sistema
Internacional de Unidades (SI) em todo o território nacional. Logo, verificou-se que era
necessário acompanhar a evolução mundial na sua corrida tecnológica, aperfeiçoamento,
exatidão, e no atendimento às exigências do consumidor, a qualidade. Então, em 1973 nasce
o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), tendo
como missão institucional o fortalecimento das empresas nacionais, aumentando a sua
produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de
produtos e serviços.
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mesma, em alguns casos, com observações originadas de uma análise comparativa entre a
aplicação da Norma em meio industrial e sua possível aplicação em um laboratório de ensaio
químico da instituição de ensino UFSJ. Por questões legais, o conteúdo da Norma não foi
reproduzido, limitando o desenvolvimento do trabalho às análises interpretativas e
observações que servirão de guia facilitador para futuros trabalhos a esse respeito.
Para o caso do laboratório executar atividades fora do seu local de origem (instalações
temporárias ou móveis), ele deve assegurar que as atividades de ensaio irão manter os padrões
e procedimentos executados na sede. A realização de atividades fora do laboratório (entenda-
se realização de ensaios), a principio não esta prevista nesta acreditação. No entanto a
atividade de coleta/amostragem, quando na prestação de serviços, a universidade poderá ser
responsável por executá-la junto à organização que venha a solicitar os serviços da
universidade. Trata-se de uma fase da atividade de ensaio que é realizada fora dos
estabelecimentos do laboratório. Uma boa bibliografia de referência para amostragem
formulada pela CETESB é o Guia de Coleta e Preservação de Amostra. Este guia pode
auxiliar na elaboração da uma metodologia de amostragem.
No caso de um laboratório ser parte de uma empresa maior que executa atividades além
das laboratoriais, item 4.1.4, é necessário que se definam as responsabilidades do pessoal-
chave da empresa, pessoas diretamente ou indiretamente envolvidas nas atividades do
laboratório de ensaio, o objetivo desta definição é evitar que essas pessoas venham interferir
na qualidade e na credibilidade dos serviços. Entende-se como definição das
responsabilidades uma descrição que defina as atividades que o funcionário pode executar na
empresa e/ou laboratório. Este processo deve ser feito para todos que direta ou indiretamente
estão envolvidos nas atividades cobertas pelo escopo. Para auxiliar esta definição a empresa
pode consultar o site do Ministério do Trabalho na seção da Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO) que ordena as várias categorias ocupacionais.
A definição de responsabilidades também irá minimizar a ocorrência dos conflitos de
interesse, muito comum em instituições privadas. Ciente desta prática a Norma estabelece que
se tenha o máximo controle sobre estes conflitos.
Além de definir as responsabilidades do pessoal envolvido, deve-se buscar formas de
demonstrar que a empresa é imparcial, de modo que os departamentos de interesses
divergentes, não influam nas atividades do laboratório, em outras palavras, os interesses do
laboratório devem ser atendidos. Por exemplo, se o laboratório deseja adquirir um reagente de
padrão especifico, o setor financeiro deve garantir recursos para esta aquisição, assim como o
setor de compras deve efetuar a compra como especificado, sem alteração de marca,
qualidade, ou seja, deve comprar como especificado pelo laboratório. (Este assunto será
enfatizado quando avaliarmos o item 4.6 da Norma).
O requisito 4.1.5 estabelece orientações a laboratórios postulantes à acreditação, dentre
elas:
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a) sobre as responsabilidades
É necessário que a organização defina os envolvidos diretamente no processo de
implementação do sistema de gestão da organização. Este pessoal deve ser definido por meio
de ata, ou outro registro válido para a instituição, como os responsáveis por detectar não-
conformidades na operação e na documentação, assim como estabelecer programas ou outros
meios para evitar e mitigar e/ou minimizar estas não-conformidades. A eles deve ser dado
todo apoio e recursos para o desempenho de suas tarefas.
É necessário que, dentre os funcionários, se definam os coordenadores da operação de
implantação e manutenção do sistema. Estes serão os responsáveis por gerenciar e coordenar
o sistema. Com isso define-se então um gerente da qualidade. Este, independente de outros
deveres e responsabilidades, deverá assegurar a implementação do sistema de gestão e ainda
deverá ser concedido a este o acesso ao mais alto nível gerencial, onde se decide sobre as
políticas e/ou recursos do laboratório;
b) sobre as influências
As pressões ou influencias indevidas podem provir de diversas fontes, inclusive dentro
da própria instituição. Por exemplo: pressão de um setor que exige mais agilidade do
laboratório, pressão de um chefe que quer mais eficácia na produção (realização de ensaios),
etc. A pressão também pode vir de fora, por um cliente exigindo mais agilidade, contestando
dados, contestando procedimentos utilizados, contestando capacidade técnica e de várias
outras formas; além, é claro, da pior delas que é a pressão ilegal na tentativa de fraude. Todas
podem afetar a qualidade e a confiabilidade dos trabalhos e os meios de provar que elas não
ocorrem devem ser executados e comprovados.
Alguns meios para se reduzir as possibilidade de tais pressões podem ser, mas não se
limitam: definir em tabela os prazos mínimos para execução de cada tarefa e informar os
setores diretamente responsáveis por agendar trabalhos sobre tal; conscientizar os setores
envolvidos diretamente sobre estes prazos para que os mesmos possam repassar aos clientes
quando necessário. Outra forma de evitar as influências se dá pelo estabelecimento de
metodologias de segurança da informação, onde irá se assegurar que os funcionários
envolvidos nas atividades de ensaio não tenham contato direto com o cliente, por exemplo,
identificando o cliente ou suas amostras pela ordem de serviço ou por outro controle. É muito
importante neste processo que se dê autoridade à gerência do laboratório. A alta direção deve
deixar claro à instituição a autoridade do setor.
Da mesma forma, as pressões recairão sobre uma instituição pública, e neste caso, os
mesmos critérios de segurança deverão ser adotados, com as devidas adequações. A
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universidade deve se adequar a estas condições que por se tratar de uma parte sensível na
implantação do sistema de gestão. Como se faz em uma empresa particular, será necessário
que um representante maior, na escala pública, informe a todos envolvidos direta ou
indiretamente nas atividades de ensaio do laboratório sobre a importância do atendimento a
tais solicitações oriundas do laboratório, assim como, a definição do gerente da qualidade e da
importância dele.
É muito importante que se dê atenção especial a esta condição, pois novas atribuições
deverão ocorrer para assegurar um "gerente" da qualidade assim como um gerente técnico.
Neste último, a dificuldade pode ser menor, pois a gerência técnica como o próprio nome diz,
deverá ser composta por uma pessoa tecnicamente qualificada, o que se presume não faltar em
uma universidade.
c) sobre a proteção a integridade da informação
É de fundamental importância que se estabeleçam meios de se garantir a privacidade
dos dados dos clientes assim como assegurar que os mesmos não sofram alterações não
planejadas. Esta exigência não é exclusiva da Norma e sim um requisito legal. Há várias
formas de se assegurar tal exigência, entretanto segurança eletrônica tem se mostrado muitas
vezes ineficiente, uma vez que até bancos, que investem altos valores, ainda sofrem com ela.
Mas esta observação não invalida a adoção de dados eletrônicos. O atendimento também pode
ser feito via impressão, após o término dos trabalhos e posterior arquivamento com acesso
restrito ao mesmo. Isso geraria gastos e potencial impacto ambiental. A adoção de softwares
específicos, com acessos por senha talvez seja a mais eficiente delas, no entanto é uma
decisão exclusiva da organização.
O envio da correspondência pode ser feito via e-mail acordado na ordem de serviço. É
importante frisar que todo processo deve ser documentado assim como a metodologia de se
documentar. Parece redundante, porém, não é (a metodologia para documentação e
normatizada pelo item 4.3 da Norma).
Para assegurar a segurança dos dados, seria necessária a criação de um setor ou
departamento onde se poderiam arquivar os documentos particulares ou da mesma forma o
uso de um software com acesso restrito. O acesso a este local deverá ser restrito.
d) sobre a ordem
Por meio de um organograma pode-se mostrar a instituição, a distribuição do poder na
organização e o mesmo deve ser feito dentro do laboratório. A simples figura não é suficiente
para informar sobre as relações, sendo necessário, por exemplo, estabelecer as
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ser um pouco mais complicada. Para que isso não comprometa o sistema, será necessário que
se estabeleça claramente quem são os subordinados e os nomes da alta administração, a fim
de que esta autoridade possa se comprometer e gerar segurança à implementação e de certa
forma mostrar aos demais funcionários que essa é a política da instituição como exige o item
4.2.3. É certo que, a alta diretoria da organização, composta por reitor, vice e outros, também
deverão figurar nesta hierarquia, uma vez que, estando inserido em uma entidade maior, o
sistema de gestão irá implicar em mudança nas atividades em outros setores. Devido a essa
influência a presença desta direção maior deve ser evidenciada.
sistema. Este documento pode ser elaborado em planilha de dados, sendo um dos principais
documentos do sistema, a eficiência do sistema (no que se refere à documentação) esta
relacionado diretamente a eficiência deste documento. Com isso, o sistema fica assegurado a
se manter íntegro, com documentação atualizada. A disposição da documentaçãotambém deve
ser bem definida. Deve-se assegurar que o uso de documentação se dará pela edição mais
recente em detrimento às edições já revisadas ou obsoletas que devem ser identificadas como
tal. Assim como a documentação do sistema, é importante que a legislação municipal,
estadual e federal aplicável esteja à disposição na sua edição mais recente.
O(s) procedimento (s) adotado(s), como exigido em 4.3.2.2, deve(m) conter, mas não
se limitar:
− Identificação;
− Data de emissão;
− Controle de revisão;
− Responsável pela elaboração;
− Validação;
− Paginação e número total de páginas;
As alterações dos documentos, estabelecidas em 4.3.3, devem ser regulamentadas:
como, quando e quem poderá alterar a documentação do sistema. Tal alteração poderá ser
feita manualmente, por meio de emendas, ou não, de acordo com o que se estabeleça nas
políticas de revisão do sistema. Qualquer alteração a um documento deve ser feita por pessoal
autorizado e registrada, re-analisada e aprovada ou reprovada. É importante destacar as
alterações promovidas.
Deve-se ter metodologia de análise de pedido do cliente e seus contratos para garantir
que o laboratório tenha condições de atender o solicitado. Nesta análise considera-se a maior
quantidade de quesitos possível, por exemplo, prazos, recursos físicos, recurso de pessoal, de
informações, etc.
4.1.4 Requisitos relativos à análise critica de pedidos, propostas e contratos (item 4.4 da
Norma)
Esta análise deve ser seguida de registros das discussões e do conversado com o cliente
assim como o registro detalhado das atividades oriundas e possíveis dados para análises
posteriores. No entanto para atividades rotineiras esta análise pode ser menor ou se limitar à
de contrato. Alterações devem ser previamente informadas ao cliente e se necessário todo
processo de análise pode se repetir.
No caso de subcontratações o mesmo procedimento deverá ser observado.
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4.1.9 Requisitos relativos ao controle dos trabalhos de ensaio não-conforme (item 4.9 da
Norma)
O laboratório deve ter uma política e procedimento(s) para a resolução de não-
conformidades no trabalho ou no que foi acordado com o cliente nas análises durante a
execução dos trabalhos. Eles devem assegurar que:
− Seja designado quem irá gerenciar a atividade não-conforme e quem terá autoridade
à dar continuidade ou cancelar o serviço;
− Se avalie a importância da atividade no processo como todo;
− Se efetive uma correção imediata à não-conformidade;
− Quando necessário se informe o cliente.
A não-conformidade das atividades pode provir de diversas fontes, principalmente da
calibração de equipamentos, eficiência da matéria prima, pessoal, etc. Podem ocorrer em
qualquer fase do processo e a elas devem ser dada atenção especial para que não voltem a
ocorrer. Deve-se executar o(s) procedimento(s) de ação corretiva onde se julgar a
possibilidade de reincidência de uma nãoconformidade.
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− Arquivar;
− Armazenar e proteger a acessos impróprios;
− Manter e dispor os registros técnicos da qualidade;
− Descartar;
A lista mestra é uma grande aliada ao controle de registros e pode auxiliar
principalmente nos arquivamentos, localização e identificação. Quanto mais rica de dados ela
for, mais eficiente será, assim como os registros serão. Dependendo da amplitude deste
documento, pode-se elaborar uma metodologia para manuseio do mesmo, definindo inclusive
quem pode fazer o uso dele e quando usá-lo.
É importante que no procedimento de registros se estabeleçam metodologias para
efetuar cópias de segurança dos documentos eletrônico e que se garantam que os mesmos não
sofrerão alterações não autorizadas. Isso pode ser feito de várias maneiras, uma delas pode ser
o arquivamento tanto impresso quanto digital, ou ainda, na possibilidade de aquisição de
softwares que permitam a proteção eficiente por senhas, etc.
Da mesma forma, deve-se proceder ao arquivamento dos registros técnicos dos ensaios.
A intenção é que a informação armazenada sirva de futuras consultas para que, quando
necessário, possa-se repetir o ambiente original de uma determinada atividade realizada. Para
isso, o registro deve ser o mais completo possível, deverá conter neste registro, embora não se
limitar a:
− Identificação dos responsáveis pela amostragem, realização de ensaio, e conferencia;
− Formulários;
− Contratos;
− Folhas de trabalho;
− Folhas de conferencia;
− Papéis e notas de trabalho com observações;
− Dados e cálculos (que devem ser especificados a que atividade pertencem);
− Gráficos de controle;
− Relatórios de ensaio;
− Certificados de calibração, externos e internos;
− Realimentação de clientes, etc.
É importante que as alterações em registros sejam acompanhadas da assinatura de quem
a fez e que se preserve o dado revisado de forma legível, isso deve ser feito em todo tipo de
registro que venha a sofrer estas alterações ou emendas, (item 4.13.2).
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laboratórios acreditados na ABNT ISO/IEC 17025:2005 resolve as exigências para tal, desde
que, esta calibração esteja no escopo da acreditação do laboratório contratado.
A verificação de alguns equipamentos devem ser realizadas periodicamente,
diariamente ou mesmo antes de cada atividade. Esta verificação é diferenciada da calibração
periódica realizada por um laboratório externo. Ela deve ser regulamentada e estabelecida em
cronograma por procedimentos internos e os possíveis equipamentos/insumos/padrões
auxiliares para a execução dela devem ser de qualidade assegurada como estabelece o item
5.6.3.3. e 5.6.3.2 que ainda estabelece:
Os padrões de referência devem ser calibrados por uma entidade da qual possa prover
rastreabilidade, em outras palavras, deve se utilizar padrões rastreados a LNM (Laboratório
nacional de metrologia), Inmetro. O uso deles tais padrões se limita necessariamente à
verificações em equipamentos passíveis de tal como previsto em seus manuais e estabelecido
pelo sistema de gestão do laboratório. Devem ser calibrados periodicamente. Esta escolha de
padrão especifico deve ser enfatizada em um processo licitatório, pois há inúmeros padrões no
mercado, no entanto, a precisão dos mesmo varia inclusive com o preço sendo muitas vezes
necessário a importação dos mesmos o que encarece em demasia a compra e propõe desafio
extra para os setores públicos na aquisição de um produto vendido no exterior Entretanto esta
preocupação é maior para laboratórios de calibração.
O manuseio, transporte, uso e armazenamento dos padrões e materiais de referência,
destacado no 5.6.3.4, devem ser feitos com cuidado e por pessoal treinado, sendo seguidos
procedimentos para tais ações garantindo dessa forma uma proteção à contaminações e
deterioração.
Caso o cliente queira adicionar ou mudar algo no momento da amostragem, isso deve
ser documentado e registrado no relatório final que contenham os resultados de ensaio.(item
5.7.2)
Tudo que for pertinente no momento da amostragem deve ser anotado na ficha de
coleta, ou em caderneta auxiliar do operador, para que ao confeccionar o relatório final seja
descrito qualquer interferente nos resultados(como exigido por 5.7.3). Todas estas
informações devem ser arquivadas por tempo a ser determinado pelo laboratório e
regulamentada em seus procedimentos de registro.
correção por meio de uma ou mais ações corretivas, para que dessa forma as fontes de não-
conformidade sejam eliminadas e a integridade das atividades seja mantida.
Entretanto as solicitações do cliente devem ser satisfeitas podendo ele não exigir a
necessidade da acreditação ao parâmetro. Este tipo de solicitações ou observações do cliente
devem ser registradas e constar no relatório final.
O envio dos resultados assim como o meio devem ser acordados com o cliente, como
autoriza o item 5.7.10. Devem também apresentar conformidade com a política do sistema de
gestão para esta atividade, sendo que, em todos os casos, se dê a devida atenção à integridade
do cliente no que se refere às informações contidas no relatório
É proibida a inserção de emendas no relatório final (item 5.10.9). O relatório não pode
ser alterado em sua forma. Na necessidade das emendas deve-se proceder uma impressão,
para o caso de documentos impressos, com a alteração registrada fazendo menção de se tratar
de um documento revisado. A possibilidade de elaboração de um documento suplemente que
acrescente as informações complementares é também válida para tal necessidade, este
também documento deverá conter as informações de identificação do relatório a que pertence.
A reimpressão revisada e registrada, em todos os casos, se mostra mais eficiente.
5. CONCLUSÃO
Ao se pesquisar e analisar a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, bibliografias e
documentos relacionados, buscou-se avaliar as possibilidades de se implementar um sistema
de gestão da qualidade em um laboratório de análise química do CAP/UFSJ, e de uma
possível acreditação deste.
Constatou-se que a possibilidade de implementação desta Norma em um laboratório de
entidade pública, como também a possível acreditação deste laboratório, é assegurada pela
Lei de Nº 9933, de 20 de dezembro de 1999, através do INMETRO, mediante autorização do
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.Analisou-se os
requisitos da Norma a fim de se buscar semelhanças e diferenças para o atendimento dela em
um setor público. Verificou-se que as maiores dificuldades para o setor estariam ligadas às
compras, no que se refere aos processos licitatórios e suas burocracias, e ainda, no
compromisso da alta direção na proliferação da idéia à instituição e na disponibilização dos
recursos.
O INMETRO não diferencia a organização pública da organização privada no processo
de implementação da Norma, em outras palavras, nenhuma particularidade é oferecida à
organização pelo fato da mesma ser pública. Portanto cabe à universidade a responsabilidade
se adequar e estabelecer metodologia própria que atenda à Norma.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR ISO 17025: Requisitos
gerais para competência de laboratório de ensaio e calibração. Rio de Janeiro, 2005. 20 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Interpretação NBR ISO 14001
(1996), julho 2001: CB-38/SC-01/Grupo de Interpretação. Rio de Janeiro, 2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR ISO 9001: Sistemas de
gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas da
gestão ambiental - Especificação com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CERTIFICAÇÃO. NP EN ISO 14001:1999 GUIA
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BRUGGER, Paula. Educação ou adestramento ambiental. 3 ed. Florianópolis: Arcos, 2004.
83p.
CAJAZEIRA, Jose Emanuel Reis. ISO 14001 – Manual de implementação. 2 ed. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1998. 117p.
35
SCHNEIDER, Sergio; SCHIMITT, Cláudia Job. O uso do método comparativo nas Ciências
Sociais. Cadernos de Sociologia. Porto Alegre, v. 9, p. 49-87, 1998. Disponível em:
<http://www6.ufrgs.br/pgdr/arquivos/373.pdf> Acesso em: 19 Set. 2010.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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de Janeiro: INMETRO, 1998.
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<http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/>
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