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Iáacov encontrou HaShem numa escadaria para o céu em Beit-

El?

A caminho de Haran, Iáacov pára em um lugar, mais tarde


chamado Beit-El, e vê em um sonho, malachim - anjos subindo e
descendo uma escadaria (não uma escada) até os céus, ou seja,
até perder de vista. Na narrativa, Iáacov percebe HaShem de pé
ao lado dele e HaShem fala com ele. Examinado de perto, este
relato contém diversas dificuldades literárias que sugerem aos
pesquisadores e acadêmicos, que se trata de um texto composto
de duas narrativas, de tradições distintas.

Início: Um resumo da história

Como ele viaja para fora da terra de Kena’an, Iáacov, pousa em


um local aleatório e desconhecido (Bereshit 28: 10-22).

[Note que, o artigo definido na palavra ‫ בַּ ָּמקוֺ ם‬é traduzido corretamente quando apresentado como

" um lugar", isto é, um desconhecido anteriormente, e não " o lugar”. ]

Ele põe a cabeça sobre uma pedra e sonha com uma escadaria
(novamente, não uma escada!) alcançando o céu (i.e. até perder
de vista) com Malachim "anjos" de Elohim - ascendendo e
descendo (vrs. 10-12).

Então Iáacov percebe HaShem de pé ao lado dele. HaShem se


apresenta a Iáacov e se dirige a ele, assim como a Avraham e
Itzhak, com uma promessa de que ele e seus descendentes
possuiriam a terra de Kena’an, que eles seriam numerosos o
suficiente para povoar seu comprimento e largura. Além disso,
diz que eles serão, como resultado, provocadores de um
sentimento de inveja, da parte de todos os povos (vs. 13-14).

HaShem conclui assegurando a Iáacov de que seu cuidado


providencial ao longo da longa jornada à frente estaria presente,
prometendo não rescindi-lo (mesmo que porventura ele
merecesse) até que ele o trouxesse de volta para casa em
segurança (v. 15).

Iáacov desperta do seu sono e manifesta sua surpresa por


HaShem estar presente ali. Então ele medrosamente percebe
que aparentemente encontrou por acaso, uma entrada para a
morada celestial do Elohim e que a escadaria em seu sonho
deveria, talvez, ser um tipo de portal capaz de levar diretamente
para lá (vv. 16-17).

Acordando de madrugada, Iáacov consagra a pedra sobre a qual


sua cabeça jazia, como um monumento e nomeia o local - que o
leitor é dito até então tem sido chamado de Luz - "Beit-El": a
Casa de Elohim (vv. 18-19). Finalmente, Iáacov jura que, se
Elohim de fato cuidar dele durante toda a sua peregrinação e
cuidar de sua viagem, provendo segurança até chegar em casa,
como prometido, HaShem será seu Elohim; e além disso, que o
local onde ele se encontra se tornará o templo de Elohim e que
ele oferecerá o dízimo de qualquer recompensa que receber (v.
20-22).

Problemas narrativos
Tal como acontece com muitas narrativas da Torá, quando lidas
de forma corrida e desatenta, parecem harmoniosas e coerentes.
Só que esta breve história, examinada de perto, é cercada de
dificuldades literárias que a tornam bastante ininteligível
até. Muitos destes problemas foram antecipados pelos
comentadores tradicionais; outros surgiram no exame crítico
moderno, nas Universidades.

1. As palavras ‫ נִ צָּ ב עָּ לָּ יו‬no v. 13 significam “estar perto dele


(dito em relação a Iáacov)” e não, como se supõe, “em pé
sobre ele (sobre a escadaria)”. Surge a questão: Qual é então a
relação precisa entre os “mensageiros de Elohim” na escadaria e
o próprio HaShem, que é o único personagem com quem Iáacov
interage? Se o próprio HaShem faz toda a conversa, qual é o
papel dos “Malachim” neste relato?

2. Os Malachim de Elohim na escadaria estão certamente no


sonho ou visão; a pedra sobre a qual Iáacov deita a cabeça é
certamente real. HaShem também é parte do sonho ou está se
dirigindo a Iáacov enquanto está acordado, numa visão?

3. Se HaShem está se dirigindo a Iáacov em seu sonho, a


referência ao “solo sobre o qual você está deitado” no verso 13 é
peculiar. Pois, embora seja verdade que se sonha quando se está
dormindo, raramente se adormece “no sonho” de alguém, e o
próprio Iáacov não é um personagem do sonho! Iáacov está
sonhando que ele está dormindo, e que está sonhando?

4. Além disso, se HaShem está falando com Iáacov em seu


sonho, por que Iáacov responde (vs. 20-22) quando está
totalmente desperto? Metade do intercâmbio entre HaShem e
Iáacov faz parte do sonho, e a outra metade não?

5. HaShem outorga a Iáacov (e seus descendentes) a terra


sobre a qual ele está deitado. Em outros lugares, toda a terra de
Kena’an é prometida - não o local específico onde a promessa é
proferida. Como os descendentes de Iáacov se espalham para o
oeste, leste, norte e sul se o território prometido a eles consiste
apenas no local onde Iáacov descansou por uma única noite?

6. Quando Iáacov acorda, ele declara: "HaShem está presente


neste lugar, e eu não sabia" (v. 16), uma percepção de que ele
deriva a concepção de que HaShem, tinha estado ao lado dele e
falado com ele. Ele então faz outra afirmação: “Isto não é outro
lugar, senão a morada de Elohim, e esta é a porta de entrada
para os céus” (v. 17), que ele deduziu de seu sonho. Cada uma
dessas reações parece perfeitamente clara em seus próprios
termos, mas elas não são as mesmas, e nenhuma delas se refere
ou está implícita na outra. Qual é a conexão entre os dois? E por
que o segundo, dos dois, começa com a palavra ‫" וַּיִ ָּירא‬ele foi
acometido de medo"? Não deveria ter sido dito primeiro, alço
sobre o medo de Iáacov pelo que ele experimentou, e só então
de cada uma das reações verbais que ele despertou?

7. O voto de Iáacov consiste em dois eventos distintos:


primeiro, que HaShem será seu Elohim, o que significa que ele
aceita pautar-se exclusivamente pelos ensinos de HaShem;
segundo, que o ponto em que, como revelado em seu sonho, se
fornece acesso único “aos céus”, se tornaria uma “morada
divina” para a qual ele traria seus dízimos como uma oferta. As
duas atividades estão longe de ser idênticas e também não são
complementares. Além disso, por que, quando, na véspera do
retorno de Iáacov a Kena’an, Elohim aparece para ele e o lembra
deste voto (Gn 31:13), somente a consagração do pilar e o nome
do lugar Bet- El é mencionado, sem referência alguma às
garantias de HaShem e à correspondente promessa de lealdade
de Iáacov?

8. O neder de Iáacov (“voto”) consiste em uma promessa: “Se


Elohim está comigo, se ele me proteger… então HaShem será
meu Elohim” (vv. 20b-21). Mas um evento generalizado, como
uma promessa de aceitar uma deidade particular como seu
próprio Elohim, se certas condições forem satisfeitas, ao invés do
compromisso de servir a divindade de uma maneira específica,
como em outras partes da Bíblia Hebraica, não se qualifica como
um ‫< נ ֶֶדר‬Neder> Voto.

9. Por que o voto de Iáacov, que começa na terceira pessoa


(“Se Elohim estiver comigo, se ele me proteger” etc.), de repente
muda para a segunda pessoa (“e de tudo o que você me der, vou
separar um dízimo para você ”)?

10. E finalmente, qual é o propósito do relato? É uma etiologia?


Ou seja, creditar a Iáacov o ato de ter estabelecido, ou pelo
menos previsto o eventual estabelecimento de, Beit-El como um
local de adoração, como parece tão claro a partir da história do
sonho e da consagração das pedras? Ou seria um relato de como
HaShem comunicou a Iáacov a promessa de terra e progênie que
ele havia feito a Avraham? Ambos são importantes para a
narrativa da Torá, mas por que ambos parecem estar
acontecendo ao mesmo tempo? Mais importante até, por que os
versos que expressam um dos dois conceitos, ignoram
completamente os versos que expressam o outro?
Resolvendo as inconsistências

Qualquer número de resoluções ad hoc para cada uma dessas


inconsistências foi sugerido, algumas mais persuasivas e outras
mais improváveis. Em última análise, no entanto, cada um, por
mais convincente que seja, representaria um pedido
especial. Cada um seria essencialmente uma questão de
“desculpar” o caráter ilógico da narrativa bíblica, caso a caso,
com base em teorias especialmente criadas para o problema em
questão.

Uma única explicação, que se propõe a explicar todas ou a


maioria das dificuldades seria certamente preferível. Tal
explicação sugere que aqui, tal como em muitos outros lugares
na Torá: o texto é composto por duas narrativas originalmente
independentes que foram entrelaçadas quando a Torá foi
compilada a partir das fontes, ou documentos, dos quais ela é
composta. Quando estas são separadas e cada uma é lida por
conta própria, as inconsistências, duplicações e descontinuidades
são resolvidas de imediato.

Aqui, então, é proposta uma solução documental para os


problemas listados acima. Bereshit 28: 10–23 consiste em duas
narrativas independentes. Uma delas é uma seção de uma
Tradição específica, que usava o nome HaShem, para se referir a
Divindade (J) e a outra é a corrente tradicional, que usava o
nome Elohim (E). Vamos analisar o caso, um de cada vez.
O relato do ponto de vista da Tradição que fez uso do Nome
HaShem (J): Promessa de HaShem para Iáacov e seus
descendentes

A história da Tradição que fez uso do Nome HaShem (J) consiste


no que agora são versos 10, 13, 14, 15, 16aβb-b, 17aα2, 20b-21 -
na seguinte ordem:

‫ַּויֵּצֵּ א ַּיעֲקֺ ב ִמ ְּבאֵּ ר‬ Iáacov deixou Beer-Sheva e partiu em


‫ָּשבַּ ע ַּויֵּלֶ ְך חָּ ָּרנָּה ו ְִּהנֵּה‬ direção a Haran. E lá estava HaShem,
‫ֺאמר‬ ַּ ‫הוה נִ צָּ ב עָּ לָּ יו וַּי‬-‫י‬ parado ao lado dele. Ele disse: “Eu sou
‫ֹלהֵּ י‬-‫הוה א‬-‫אֲ נִ י י‬ HaShem, o Elohim de seu pai Avraham e
‫ֹלהי‬ֵּ -‫אַּ ְּב ָּרהָּ ם אָּ ִביָך וֵּא‬ o Elohim de Itzhak: a {terra que você
‫יִצְּ חָּ ק הָּ אָּ ֶרץ אֲ ֶשר‬ vê} Eu vou dar a você e aos seus
‫אַּ ָּתה {רֺאֶ ה} ְּלָך‬ filhos. Os teus descendentes serão como
‫ּולז ְַּּרעֶ ָך וְּהָּ יָּה‬ ְּ ‫אֶ ְּת ֶננָּה‬ o pó da terra; você se espalhará para o
‫ז ְַּּרעֲָך ַּכ ֲעפַּ ר הָּ אָּ ֶרץ‬ oeste e para o leste, para o norte e para
‫ּופָּ ַּרצְּ ָּת י ָָּּמה ו ֵָּּק ְּד ָּמה‬ o sul. Todas as famílias da terra se
‫וְּצָּ פֺ נָּה ָּונֶגְּ בָּ ה וְּנִ ְּב ְּרכּו‬ abençoarão com você e seus
‫ְּבָך כָּל ִמ ְּש ְּפחֺ ת‬ descendentes. E eu vou estar com você:
‫ּובז ְַּּרעֶ ָך ו ְִּהנֵּה‬ ְּ ‫הָּ אֲ ָּד ָּמה‬
eu vou protegê-lo onde quer que você
‫ּוש ַּמ ְּר ִתיָך‬ ְּ ‫ָּ ָֽאנֺכִ י ִע ָּמְך‬
vá e vou trazê-lo de volta a esta terra. Eu
‫ְּבכֺל אֲ ֶשר ֵּתלֵּ ְך‬
não vou deixar você até que eu tenha
‫וַּהֲ ִש ֺב ִתיָך אֶ ל הָּ אֲ ָּד ָּמה‬
feito o que eu prometi a você. "Ele
‫הַּ ז ֺאת כִ י ל ֺא אֶ עז ְָּּבָך‬
‫יתי‬
ִ ‫ש‬ ֺ ִ ָּ‫עַּ ד אֲ ֶשר ִאם ע‬ disse:" Certamente HaShem está
‫אֵּ ת אֲ ֶשר ִדבַּ ְּר ִתי לָּ ְך‬ presente neste lugar, e eu não sabia
‫הוה‬-‫ֺאמראָּ כֵּן יֵּש י‬ ֶ ‫וַּי‬ disso! "Ele disse:" Se {HaShem} está
‫בַּ ָּמקֹום הַּ זֶ ה ו ָּ ְָּֽאנֺכִ י ל ֺא‬ comigo, e se ele me protege nesta
‫ֺאמר ִאם י ְִּהיֶה‬ ַּ ‫י ָָּּד ְּע ִתי וַּי‬ jornada que estou fazendo, e se me der
‫ּוש ָּמ ַּרנִ י‬ ְּ ‫הוה} ִע ָּמ ִדי‬-‫{י‬ pão para comer e roupas para vestir, e
‫ בַּ ֶד ֶרְך הַּ זֶ ה אֲ ֶשר ָּ ָֽאנֺכִ י‬se eu voltar em segurança para a casa
‫ הֹולֵּ ְך ְּונ ַָּּתן ִלי לֶ חֶ ם‬de meu pai, então HaShem será meu
‫ לֶ אכֺל ּובֶ גֶד ִל ְּלבֺש‬Elohim.
‫ְּש ְּב ִתי ְּב ָּשלֹום אֶ ל‬ ַּ ‫ו‬
‫הוה‬-‫בֵּ ית אָּ ִבי וְּהָּ יָּה י‬
‫ֹלהים‬
ִ -‫ִלי לֵּ א‬

Esta é a continuação direta da porção imediatamente anterior do


fio narrativo da corrente tradicional que usa HaShem (J) para se
referir a Divindade (Bereshit 27: 1-44), segundo a qual, Iáacov
enganou seu pai cego para que ele o Abençoasse com a bênção
de Essav.

Esta continuação conta como Iáacov, ao partir devido a ira de


Essav, encontra HaShem face a face, que se apresenta como o
Elohim de Avraham e Itzhak. HaShem confirma a promessa de
terra e progênie que ele fez para Avraham e Itzhak, e continua a
assegurar a Iáacov seus cuidados ao longo de sua jornada e
garantir seu retorno seguro.

Iáacov corretamente entende as palavras de HaShem como


significando: Eu já sou o Elohim de Avraham e Itzhak; aqui está o
que eu vou fazer para ser seu Elohim, o Elohim de Iáacov. Iáacov
responde a isso declarando que, se tudo isso acontecer, HaShem
se tornará seu Elohim também. HaShem estará então em posição
de cumprir a promessa a Avraham em sua totalidade,
assegurando que os numerosos descendentes de Iáacov se
espalhem por toda a terra prometida.
O evento relacionado por esta corrente tradicional (J) não está
relacionado a Bet-el ou a qualquer local específico.

Isso acontece em algum lugar não especificado na estrada para


Haran, e é certamente o caso de que aqui também toda a terra
de Kena’na foi prometida, ao invés de um pequeno ponto nela,
sendo este o objeto da promessa de HASHEM.

Reconstruindo HaShem no v. 20

Esta reconstrução de HaShem no lugar de “Elohim”, no v. 20, não


está relacionada com a divisão da fonte tradicional, segundo
pesquisadores; mas, é uma questão de dar sentido ao
versículo. Se Iáacov está familiarizado com o nome HaShem (o
que é claramente o caso, já que HaShem apenas disse a ele “Eu
sou HaShem” (v. 13), por que, na frase inicial de seu voto (v. 20b)
ele o chamaria "Elohim", e só então vai chamá-lo de HaShem na
cláusula do resultado (v. 21b)?

Por razões puramente linguísticas e lógicas, Iáacov não poderia


ter dito “se Elohim está comigo…, então HaShem será meu
Elohim”; esta frase é tão sem sentido quanto “Se o CEO da
empresa me der o aumento que prometeu, então os bancos
serão meu CEO! ”Iáacov certamente disse“ se HaShem estiver
comigo…, então HaShem será meu Elohim”.

E uma vez que a substituição da palavra Elohim por HaShem na


cláusula não pode ser explicada como o trabalho intencional e
harmonioso de um redator, isso parece indicar um ato
inadvertido dos escribas. Pode ter ocorrido antes que os
documentos fossem combinados, no momento de sua
combinação, ou algum tempo depois, e pode estar ligado ao fato
de que a palavra imediatamente anterior, Ihieh (‫)יהיה‬, é quase
idêntica ao Tetragrama, pois é um dos Nomes da Divindade.

De qualquer forma, não tem nada a ver com a separação das


fontes.

A revelação nesta fonte tradicional (J) mostra que HaShem não


surge à noite e não requer que Iáacov durma. As palavras ‫שכֵּב‬ ֺ
ָּ‫“ עָּ לֶ יה‬sobre as quais você está deitado” no verso 13 devem ser
uma substituição, feita pelo compilador quando as duas histórias
foram combinadas na redação final.

Para chegar ao texto original da tradição que se refere a


Divindade como HaShem (J), temos apenas que considerar a
formulação da tradição desta mesma promessa que HaShem
expressa a Avraham (Bereshit 13: 14-15):

‫ָּשא נָּא עֵּ ינֶיָך ְּּוראֵּ ה ִמן‬ Levante seus olhos e olhe de onde
‫הַּ ָּמקֹום אֲ ֶשר אַּ ָּתה ָּשם‬ você está, para o norte e para o
‫צָּ פֺ נָּה ָּונֶגְּ בָּ ה ו ֵָּּק ְּד ָּמה‬ sul, para o leste e oeste, pois eu
‫י אֶ ת כָּל ָּהאָּ ֶרץ‬.‫ָּוי ָָּּמה‬ dou toda a terra que você vê para
‫אֲ ֶשראַ ָּתה רֹאֶ ה ְּלָך‬ você e sua descendência para
‫ּולז ְַּּרעֲָך עַּ ד עֹולָּ ם‬ ְּ ‫אֶ ְּת ֶננָּה‬ sempre.

É lógico que, sendo da mesma fonte tradicional, a intenção ali


também foi a de Deus ter prometido a Iáacov "a terra que você
vê". Podemos, portanto, restaurar as palavras que finalmente se
tornaram verso 13b como "a terra que você verá que eu darei a
você e à sua descendência ”.

Não um Neder (Voto)

Como mencionado antes, a declaração de Iáacov de que HaShem


será seu Elohim não se qualifica como um “voto” (neder). Os
votos na Bíblia Hebraica consistem em obrigações “específicas”
que alguém toma sobre si mesmo: fazer alguma coisa, tipo uma
Oferta para a divindade, ou abster-se de fazer uma determinada
ação. Assim, enquanto a afirmação de Iáacov de que se HaShem
o proteger ao longo de sua jornada, só “então HaShem será meu
Elohim” (versos 20b-21) deve ser parte do texto da tradição J, e o
neder (verso 20a), se referiria apenas a promessa de fazer de
Beit-El um lugar de adoração e oferecer dízimos (22).

O Texto da tradição que se refere a Divindade como Elohim (E):


A Escadaria e o Pilar

A história da tradição E consiste no que agora são versos 11, 12,


16aa, 17, 18, 19, 20a, 22 - na sua ordem da seguinte forma:

‫וַּיִ ְּפגַּע בַּ ָּמקֹום ַּויָּלֶ ן ָּשם‬


‫כִ י בָּ א ַּה ֶש ֶמש וַּיִ ַּקח‬ Ele se deparou com um lugar e parou ali
‫ָּשם‬ָּ ‫ֵּמאַּ ְּבנֵּי הַּ ָּמקֹום ַּוי‬ durante a noite, pois o sol se pôs.
‫ֺתיו וַּיִ ְּשכַּב‬
ָּ ‫ְּמ ַּראֲ ש‬ Tomando uma das pedras do lugar, ele
‫בַּ ָּמקֹום הַּ הּוא ַּויַּחֲ ֹלם‬ colocou debaixo da cabeça e deitou
‫ו ְִּהנֵּה סֻ לָּ ם מֻ צָּ ב אַּ ְּרצָּ ה‬ naquele lugar. Ele teve um sonho; uma
‫וְּר ֺאשֹו ַּמגִ יעַּ ַּה ָּש ָּמי ְָּּמה‬ escadaria estava no chão e seu topo
‫ֹלהים‬ ִ -‫ו ְִּהנֵּה ַּמ ְּלאֲ כֵּי א‬ alcançava os céus, e Malachim de
‫יקץ‬ ַּ ִ‫עֺ ִלים וְּיֺ ְּר ִדים בֹו וַּי‬ Elohim subiam e desciam sobre
‫ַּיעֲקֺ ב ִמ ְּשנָּתֹו וַּיִ ָּירא‬ ela. Iáacov acordou de seu sono.
‫נֹורא‬ ָּ ‫ֺאמר ַּמה‬ ַּ ‫וַּי‬ Acometido pelo medo, ele disse: “Quão
‫הַּ ָּמקֹום הַּ זֶ ה אֵּ ין זֶה כִ י‬
temível é este lugar! Esta não é outro
‫ֹלהים ְּוזֶה‬ ִ -‫בֵּ ית א‬-‫ִאם‬
lugar, senão a morada do Elohim, e esta
‫ַּשעַּ ר ַּה ָּש ָּמיִם ַּוי ְַּּשכֵּם‬
é a porta de entrada para os céus!
‫ַּיעֲקֺ ב בַּ ב ֶֺקר וַּיִ ַּקח אֶ ת‬
”Iáacov levantou-se cedo de manhã,
‫הָּ אֶ בֶ ן אֲ ֶשר ָּשם‬
‫ָּשם אֺ ָּתּה‬ ֶ ‫ֺתיו ַּוי‬ָּ ‫ְּמ ַּראֲ ש‬ pegou a pedra que havia colocado
‫ַּמצֵּ בָּ ה וַּיִ צֺק ֶש ֶמן עַּ ל‬ debaixo de sua cabeça e a colocou
‫ֺאשּה וַּיִ ְּק ָּרא אֶ ת ֵּשם‬ ָּ ‫ר‬ como um pilar e derramou óleo no topo
‫אֵּ ל‬-‫הַּ ָּמקֹום הַּ הּוא בֵּ ית‬ dela. Ele nomeou esse local de Bet-el;
‫וְּאּולָּ ם לּוז ֵּשם הָּ ִעיר‬ anteriormente o nome da cidade tinha
‫שנָּה וַּיִ ַּדר ַּיעֲקֺ ב‬ ֺ ‫לָּ ִרא‬ sido Luz. Então, Iáacov fez um voto
}‫נ ֶֶדר לֵּ אמֺר {הָּ אֶ בֶ ן‬ dizendo: “{esta pedra}, que estabeleci
‫הַּ ז ֺאת אֲ ֶשר ַּש ְּמ ִתי‬ como coluna, será morada para Elohim
-‫ַּמצֵּ בָּ ה י ְִּהיֶה בֵּ ית א‬ e de tudo quanto me deres, darei um
‫ֹלהים ְּוכֺל אֲ ֶשר ִת ֶתן ִלי‬ ִ décimo para vós.
.‫עַּ ֵּשר אֲ עַּ ְּש ֶרנּו לָּ ְך‬

Perceba que, o relato de “E” começa ao anoitecer e termina ao


amanhecer. Iáacov vê os seres divinos em um sonho, a partir do
qual ele acorda imediatamente, no meio da noite, articulando
em voz alta o significado do que viu. Ele então adormece; e
somente após levantar cedo de manhã ele se compromete a
transformar o que ele sonhou em uma realidade: para
transformar o terreno em Beit-El, ou seja, em um ponto em que
sua descendência iria “subir” e “descer” em peregrinações de
culto.

A narrativa de “E” é o que acadêmicos chamam de “hieros logos”


ou seja, um conto fundamental de um local sagrado. A palavra
“lugar” aparece cinco vezes ali e outros termos de localização -
“casa”, “cidade”, “terra / terra” e “céus” - também. Nele, Iáacov
deita-se durante a noite em um local anteriormente
insignificante, apenas para revelar a ele - em verdadeira forma
de Elohim, em um sonho - que ele de fato encontrou a entrada
para os céus.

Imediatamente percebendo a incrível santidade do local, ele


apropriadamente o nomeia de Beit-El – Casa de Elohim, e foi o
narrador que informa, como se fosse entre parênteses, ao leitor
que se trata do local que era anteriormente conhecido como
Luz. Iáacov então promete que eventualmente ali se surgiria a
Casa de Elohim, ficando claro que Beit-El, relacionada com o
Reino do Norte - conhecido como Israel - ao longo de sua
existência, era o local correto de culto.

Assim, este epônimo patriarcal do povo israelita (Iáacov será


finalmente nomeado Israel, conforme a tradição “E” e em outros
lugares) é creditado como tendo estabelecido o centro sagrado
mais sagrado no “reino de Israel”, e tendo feito isso com a força
de uma revelação concedida ao próprio “Israel”. Revelação dada
a ele, por Malachim do Elohim de Israel.

A narrativa da tradição “E” de Beit-El funciona, deste modo,


predominantemente no nível histórico, bem como etiológico,
embora também tenha um papel no relato da vida de Iáacov.
Em contraste com a Tradição “J”, no entanto, a Tradição “E” do
relato, não serve para expressar o favor dado por HaShem a
Iáacov e seus descendentes, mas sim, o compromisso solene
feito por Iáacov, implicitamente em nome de seus descendentes,
ao Elohim.

A Tradição “E”, como é de se esperar, ao longo do relato de Beit-


El, apresenta a divindade referida como “Elohim” ou “le-Elohim”,
enquanto a narrativa da Tradição de HaShem (J) – faz a emenda
no verso 20 parte a; algo requerido por outros motivos, usando
HaShem, e assumindo que todos os personagens da história
estavam totalmente familiarizados com o nome divino desde o
começo!

História da tradição “E” no Contexto

O conto de promessas da tradição “J” está ligado, clara e


diretamente, ao incidente anterior em sua narrativa "biográfica".
Só que o mesmo não pode ser dito da tradição “E”.

O que teria precedido, as repentinas e abruptas palavras de


abertura do texto: ‫ בַ מָּ קֹום וַיִּ ְפגַע‬que Literalmente diria: "Ele “se
deparou/se pegou” num lugar... ”(v. 11)? Não temos como saber,
já que antes deste ponto, o fio narrativo da tradição “E” na Torá
foi visto pela última vez, só no final de sua narrativa de Avraham
na Akedah. Nada do que a tradição “E” poderia ter relatado
sobre ITzhak, ou sobre Iáacov e Essav até este evento, foi
preservado na Torá. Deste ponto em diante, no entanto, a
narrativa da tradição “E” é muito mais fluída.
Tecendo as Duas Histórias

Se corretamente separados, cada um dos dois textos é uma


narrativa eminentemente legível, coerente e internamente
consistente. Cada um parece ter sido preservado virtualmente
em sua totalidade e, na maior parte, transmitido inalterado.

As duas narrativas foram tecidas juntas da mesma maneira que


narrativas compostas, breves e longas, foram combinadas em
toda a Torá. A intervenção do compilador, aqui como em outros
lugares, foi mantida a um mínimo; ele foi confinado a uma
pequena mudança harmonística (no verso 13) e a adição de
um Váv (verso 22). Adicionalmente, aquilo que é considerado
por acadêmicos, como um erro do escriba, penetrou apenas no
que era originalmente a história da tradição “J” (no verso 20).

Divisão Crítica da Fonte

Esta seria então, a versão compilada, com textos da tradição “J”


em azul, e da tradição “E” em verde, e as contribuições do
compilador - além do meticuloso entrelaçamento em si,
colocado em em negrito:

‫ [יא] וַּיִ ְּפגַּע‬:‫[בראשית כח] [י] ַּויֵּצֵּ א ַּיעֲקֺ ב ִמ ְּבאֵּ ר ָּשבַּ ע ַּויֵּלֶ ְך חָּ ָּרנָּה‬
‫ֺתיו‬ ָּ ‫בָּ א הַּ ֶש ֶמש וַּיִ ַּקח ֵּמאַּ ְּבנֵּי הַּ ָּמקֹום ַּו ָּי ֶֺשם ְּמ ַּראֲ ש‬-‫בַּ ָּמקֹום ַּויָּלֶ ן ָּשם כִ י‬
ַּ‫ [יב] ַּויַּחֲ ֹלם ו ְִּהנֵּה סֻ לָּ ם מֻ צָּ ב אַּ ְּרצָּ ה וְּר ֺאשֹו ַּמגִ יע‬: ‫וַּיִ ְּשכַּב בַּ ָּמקֹום ַּההּוא‬
‫ [יג] ו ְִּהנֵּה ה 'נִ צָּ ב עָּ לָּ יו‬:‫ֹלהים עֺ ִלים וְּיֺ ְּר ִדים בֹו‬ ִ -‫הַּ ָּש ָּמי ְָּּמה ו ְִּהנֵּה ַּמ ְּלאֲ כֵּי א‬
‫ֹלהֵּ י יִצְּ חָּ ק הָּ אָּ ֶרץ אֲ ֶשר‬-‫ֹלהֵּ י א‬-‫אמר אֲ נִ י ה' אַּ ְּב ָּר ָּהם אָּ ִביָך וֵּא‬ ַּ ֺ ‫וַּי‬
‫ [יד] וְּהָּ יָּה ז ְַּּרעֲָך ַּכ ֲעפַּ ר‬:‫ּולז ְַּּרעֶ ָך‬ְּ ‫שכֵּב עָּ לֶ יהָּ ְּלָך אֶ ְּת ֶננָּה‬ ֺ ‫ ֶ ה‬Aleph ֺ ø ‫אַּ ָּתה‬
‫ ִמ ְּש ְּפחֺ ת הָּ אֲ ָּד ָּמה‬-‫הָּ אָּ ֶרץ ּופָּ ַּרצְּ ָּת י ָָּּמה ו ֵָּּק ְּד ָּמה וְּצָּ פֺ נָּה ָּונֶגְּ בָּ ה וְּנִ ְּב ְּרכּו ְּבָך כָּל‬
-‫ ֵּתלֵּ ְך וַּהֲ ִשב ִֺתיָך אֶ ל‬-‫ּוש ַּמ ְּר ִתיָך ְּבכֺל אֲ ֶשר‬ ְּ ‫ [טו] ו ְִּהנֵּה ָּ ָֽאנֺכִ י ִע ָּמְך‬:‫ּובז ְַּּרעֶ ָך‬ ְּ
‫ ִדבַּ ְּר ִתי‬-‫יתי אֵּ ת אֲ ֶשר‬ ִ ‫ש‬ֺ ִ ָּ‫ע‬-‫הָּ אֲ ָּד ָּמה הַּ ז ֺאת כִ י ל ֺא אֶ עז ְָּּבָך עַּ ד אֲ ֶשר ִאם‬
‫ֺאמר אָּ כֵּן יֵּש ה בַּ ָּמקֹום הַּ זֶ ה ו ָּ ְָּֽאנֺכִ י ל ֺא‬ ֶ ‫יקץ ַּי ֲעקֺ ב ִמ ְּשנָּתֹו ַּוי‬ ַּ ִ‫ [טז] וַּי‬: ‫לָּ ְך‬
‫ [יז] וַּיִ ָּירא‬:‫י ָָּּד ְּע ִתי‬
]16[
‫ֺאמר‬
ֶ ‫ַּוי‬ ‫ֺאמר‬
ַּ ‫וַּי‬
‫ֹלהים ְּוזֶה ַּשעַּ ר‬ ִ -‫בֵּ ית א‬-‫נֹורא הַּ ָּמקֹום הַּ זֶ ה אֵּ ין זֶה כִ י ִאם‬ ָּ -‫ַּמה‬
‫ֺתיו‬ ָּ ‫ ָֺּשם ְּמ ַּראֲ ש‬-‫ ָּהאֶ בֶ ן אֲ ֶשר‬-‫ [יח] ַּוי ְַּּשכֵּם ַּיעֲקֺ ב בַּ ב ֶֺקר וַּיִ ַּקח אֶ ת‬: ‫הַּ ָּש ָּמיִם‬
‫הַּ ָּמקֹום‬-‫ ֵּשם‬-‫ [יט] וַּיִ ְּק ָּרא אֶ ת‬: ‫ֺאשּה‬ ָּ ‫ר‬-‫ָּשם אֺ ָּתּה ַּמצֵּ בָּ ה וַּיִ צֺק ֶש ֶמן עַּ ל‬ֶ ‫ַּוי‬
‫ [כ] וַּיִ ַּדר ַּיעֲקֺ ב נ ֶֶדר‬:‫שנָּה‬ ֺ ‫הָּ ִעיר לָּ ִרא‬-‫אֵּ ל וְּאּולָּ ם לּוז ֵּשם‬-‫הַּ הּוא בֵּ ית‬
‫ּוש ָּמ ַּרנִ י בַּ ֶד ֶרְך הַּ זֶ ה אֲ ֶשר ָּ ָֽאנֺכִ י‬
ְּ ‫ֹלהים> {ה '} ִע ָּמ ִדי‬ ִ -‫י ְִּהיֶה <א‬-‫לֵּ אמֺר ִאם‬
‫ְּש ְּב ִתי ְּב ָּשלֹום אֶ ל־בֵּ ית אָּ ִבי‬ ַּ ‫ [כא] ו‬: ‫ ִלי לֶ חֶ ם לֶ אכֺל ּובֶ גֶד ִל ְּלבֺש‬-‫הֹולֵּ ְך ְּונ ַָּּתן‬
‫ר־ש ְּמ ִתי ַּמצֵּ בָּ ה י ְִּהיֶה בֵּ ית‬ ַּ ‫ [כב] וְּהָּ אֶ בֶ ן הַּ ז ֺאת אֲ ֶש‬:‫א־ֹלהים‬ ִ ֵּ‫ְּו הָּ יָּה ה ִ'לי ל‬
:‫ן־לי עַּ ֵּשר אֲ עַּ ְּש ֶרנּו לָּ ְך‬
ִ ‫־ֹלהים ְּוכֺל אֲ ֶשר ִת ֶת‬ ִ ‫א‬
Gn 28 10 Iáacov saiu de Beer-Sheva e partiu em direção a
Haran. 11 Ele chegou a um lugar e parou ali durante a noite, pois
o sol se pôs. Tomando uma das pedras do lugar, ele colocou
debaixo da cabeça e deitou naquele lugar. 12 Ele teve um
sonho; uma escadaria estava no chão e seu topo alcançava os
céus, e Malachim de Elohim subiam e desceram sobre ela.13 E
havia HaShem ao lado dele. Ele disse: “Eu sou HaShem , o Elohim
de seu pai Abraão e o Elohim de Isaac: a terra em que você vê
o solo sobre o qual você está deitado, eu darei a você e à sua
descendência. 14 Os teus descendentes serão como o pó da
terra; você se espalhará para o oeste e para o leste, para o norte
e para o sul. Todas as famílias da terra se abençoarão com você e
seus descendentes. 15 E eu estarei contigo: Eu te protegerei onde
quer que vás e te trarei de volta a esta terra. Não te deixarei até
que tenha feito o que te prometi. 16 Iáacov despertou de seu
sono. Ele disse: “Certamente HaShem está presente neste lugar,
e eu não sabia disso! ” 17 Acometido pelo medo

ele disse: Ele disse :

“Quão temível é este lugar! Este não é outro senão a morada de


Elohim, e esta é a porta de entrada para os céus. ” 18 Iáacov
levantou-se de madrugada, pegou a pedra que havia colocado
debaixo de sua cabeça e a colocou como um pilar e derramou
óleo no topo. 19 Ele nomeou aquele lugar de Bet-el;
anteriormente o nome da cidade tinha sido Luz. 20 Iáacov fez
então um voto, dizendo: “Se Elohim estiver comigo, e se Ele me
proteger nesta jornada que estou fazendo, e me der pão para
comer e roupas para vestir, 21 e se eu voltar em segurança para a
casa de meu pai , então, HaShem será o meu Elohim. 22 E esta
pedra, que eu estabeleci como coluna, será uma morada para o
Elohim, e de tudo quanto me deres, eu separarei um décimo
para ti.

Entendendo o compilador

O que levou o compilador da Torá a ver essas duas narrativas


como pertencentes ao mesmo momento na vida de Iáacov e,
portanto, combiná-las em um único texto?

Ele tinha alguma evidência de que o sonho de Iáacov em Betel


ocorreu quando ele estava a caminho de Kena’an para o leste?
Talvez o fato tenha sido mencionado oralmente, e por isso está
faltando na tradição “E” na Torá canônica. Ou talvez o
compilador acreditasse estar implícito no relato da tradição “E”
dos eventos e precipitando a partida de Iáacov da casa de Laban,
na qual um mensageiro de Elohim lhe aparece, mais uma vez em
um sonho (Bereshit 31: 11-13), e diz: “Eu sou o Elohim de
Betel, onde você ungiu um pilar e onde você fez um voto a Mim”
- embora de fato, esta declaração indicaria apenas que o
episódio de Beit-El precedeu a jornada de Iáacov, não
necessariamente que teve lugar durante a viagem em si ou no
seu início.

O compilador também pode ter sido influenciado pela frase


‫ בַּ ָּמקֹום הַּ זֶ ה‬na exclamação de Iáacov “Certamente HaShem está
presente neste lugar ” conforme a tradição “J” (verso 16), como
a palavra ‫ ָּמקֹום‬aparece tão proeminentemente na narrativa da
tradição “E” sobre Beit-El.

A história de Beit-El em Bereshit 35

A explicação mais simples pode ser que o compilador se baseou


no que aparece mais tarde na narrativa. Em Bereshit 35, lemos
que Iáacov visita Betel quando volta de sua longa permanência
no exterior, “construiu um altar e nomeou o local “El-bet-el”,
pois era ali que Elohim se revelara a ele quando fugia de seu
irmão.

Se este relato pertence a tradição “J”, então o compilador da


Torá pode tê-la tomado como uma declaração explícita de que o
encontro com HaShem, do qual lemos na seção “J” de Bereshit
28, ocorreu em Betel, embora seja teoricamente possível que se
refira para outro evento da tradição “J” do qual não temos
conhecimento. Se esta passagem pertencer a tradição “E”, então
é inequivocamente explícito. Mas se as palavras que conectam a
visita anterior de Iáacov a Betel com a fuga do irmão são a
própria, da criação harmoniosa do compilador, estamos de volta
ao ponto em que começamos!

Duas histórias: não duas versões de uma história

As evidências acima sugerem que os dois textos dos quais nossa


passagem é composta não são duas versões da mesma história
ou duas recensões de um único texto original, mas duas histórias
distintas, relatando eventos inteiramente diferentes.

Somente o compilador da Torá que, no processo de entrelaçar os


documentos da Torá em toda a extensão em um único texto,
determinou que a história da tradição “J” do encontro de Iáacov
com HaShem a caminho da história de Hara e da tradição “E” do
sonho e juramento de Iáacov em Betel, devem se referir a um
única evento - porque eles relataram ter ocorrido no mesmo
local e no mesmo momento da vida de Iáacov.

O leitor crítico, no entanto, deve aceitar a integridade literária e


a autonomia de cada autor, concedendo-lhe a licença para
contar seu próprio relato independente da pré-história de Israel
– seja se corresponde a outros relatos desse tipo ou não.
Baseado nos estudos do Professor Baruch Schwartz,
Universidade Hebraica de Jerusalém

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