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SUMÁRIO
Introdução...................................................................................................................................... 1
Os tipos de patriotismo .................................................................................................................. 1
A fonte dos valores do patriota cósmico ....................................................................................... 2
Valores fixos e o caos do progressismo ....................................................................................... 3
Patriotismo, revolução e restauração ............................................................................................ 5
Conclusão...................................................................................................................................... 5
Referências ................................................................................................................................... 6
Introdução
Às vésperas de sabermos quem será nosso próximo chefe de estado e
governo de 2019 a 2022, ambos os lados da disputa eleitoral não veem outra
solução senão apelar ao senso de patriotismo do povo. Ambos os lados cobram
do eleitorado que passem a pensar mais no Brasil do que em seus próprios
ideais. Até quem não tinha um discurso nacional ou patriótico agora passa a
adotá-lo. Quem já o possuía passa a dar mais ênfase a esse aspecto.
Certamente nós, os cristãos, em meio a tudo isso nos sentimos envolvidos pelo
sentimento patriótico de querer o que é melhor para a nação da qual fazemos
parte. De certa forma, estar envolvido por esse clima de sentimento nacional não
é nada além do esperado, afinal, o cristão não deixa sua nacionalidade terrena
quando se converte, mas assume essa como sua segunda nacionalidade, abaixo
da primária, que é a celestial.
O problema aqui não é o ser ou não ser patriota, mas sim definir - em meio
aos discursos políticos - o que é de fato pensar no Brasil (a nação, o país, o todo)
e o que é pensar em ideais (grupos, setores, partes). Quem define o que é o
Patriotismo certo? Os candidatos? Eu particularmente acho que não. Para não
ficar apenas no que eu acho passo a me valer de dois grandes filósofos cristãos,
- G.K. Chesterton e C.S. Lewis -, que certamente podem nos ajudar nessa
questão. Sendo assim, aspiramos responder qual o tipo de patriotismo que
realmente nós enquanto brasileiros necessitamos. Além disso, esse texto propõe
uma visão cristã acerca de nosso papel civil enquanto brasileiros.
Os tipos de patriotismo
Lendo o livro “Ortodoxia” de G.K. Chesterton me deparei com uma visão
interessante acerca do patriotismo e julgo que seja uma visão útil para o
momento que estamos passamos. Essa visão é identificada pelo referido autor
como “Patriotismo Cósmico”. Todavia essa não é a visão mais privilegiada pelas
pessoas, antes, há dois tipos de patriotismo mais comuns e ambos estão
equivocados. Chesterton afirma que a briga entre os diferentes idealistas da
pátria está sempre situada entre os pessimistas e os otimistas, isto é, entre os
que afirmam amar seu país por meio das críticas que fazem a ele e os que
demonstram seu “amor” apenas fazendo elogios e defendendo o status quo. O
referido autor afirma que
A questão não é que este mundo é triste demais para ser amado ou alegre
demais para não o ser; a questão é que, quando se ama alguma coisa, a sua
alegria é a razão para amá-la, e a sua tristeza é a razão para amá-la ainda
mais.
Desta maneira, apenas criticar o mundo, ou nosso país, não faz de você
um patriota e, elogiá-lo, tampouco o fará sê-lo. Chesterton afirma que a fórmula
do patriotismo cósmico é a perfeita coerência entre otimismo e pessimismo. Para
o patriota cósmico “otimismo e pessimismo são igualmente argumentos” para o
seu patriotismo. Ele ama o seu país e planeta não apesar dos problemas ou só
por causa dos prazeres, antes, os prazeres e os problemas são igualmente
razões alvo da sua atenção.
Essa visão de amor quase incondicional pelo mundo serve inclusive para
combater certo instinto covarde de fuga da batalha. Chesterton afirma que negar-
se à luta em favor do mundo é inconcebível ao verdadeiro patriota:
O mundo não é uma pensão em Brighton, que temos de abandonar por ser
péssima. É a fortaleza de nossa família, com a bandeira tremulando no
torreão, e quanto pior ela for tanto menos razão para a deixarmos.
Se os valores morais pelos quais guiamos nossas ações não forem fixos,
todo o sistema moral desse mundo passa a estar condenado ao caos.
Precisamos definir bem o que significa progresso pois isso pode definir o rumo
a ser tomado. Eu, particularmente entendo que
Progresso deveria significar que estamos sempre mudando o mundo para
adaptá-lo à visão. (Mas) Progresso realmente significa (neste exato
momento) que estamos sempre mudando a visão. Deveria significar que
agimos com lentidão, mas com certeza, na implantação da justiça e
misericórdia entre os homens; (mas) realmente significa que rapidamente
pomos em dúvida a conveniência da justiça e misericórdia.
Também não estou dizendo aqui que tenho uma esperança real de que
esse mundo se torne o céu, são os ideólogos fazem isso. Sei que a redenção
virá na consumação desse mundo. Sei que a perfeição virá no outro mundo,
contudo, se somos luz nas trevas e sal nesse mundo, deve haver uma forma de
agirmos a partir das possibilidades que temos aqui afim de vivermos como
cidadãos do céu. Nesse sentido faz bem lembrar o que diz C.S. Lewis sobre o
cristianismo puro e simples:
O cristianismo concorda com o dualismo em que o universo está em guerra,
mas discorda que seja uma guerra entre forças independentes. Considera-a
antes uma guerra civil, uma rebelião, e afirma que vivemos na parte do
universo ocupada pelos rebeldes. Um território ocupado pelo inimigo - assim
é este mundo.
Referências
CHESTERTON, G. K. Ortodoxia. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005.