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O PATRIOTISMO DE QUE PRECISAMOS: Uma proposta Cristã acerca de

nosso papel enquanto brasileiros


Diego Oliveira Montenegro
Mestrando em Geografia no programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade
Federal do Amazonas e Graduado em Geografia pela Universidade do Estado do Amazonas.

SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................................................... 1
Os tipos de patriotismo .................................................................................................................. 1
A fonte dos valores do patriota cósmico ....................................................................................... 2
Valores fixos e o caos do progressismo ....................................................................................... 3
Patriotismo, revolução e restauração ............................................................................................ 5
Conclusão...................................................................................................................................... 5
Referências ................................................................................................................................... 6

Introdução
Às vésperas de sabermos quem será nosso próximo chefe de estado e
governo de 2019 a 2022, ambos os lados da disputa eleitoral não veem outra
solução senão apelar ao senso de patriotismo do povo. Ambos os lados cobram
do eleitorado que passem a pensar mais no Brasil do que em seus próprios
ideais. Até quem não tinha um discurso nacional ou patriótico agora passa a
adotá-lo. Quem já o possuía passa a dar mais ênfase a esse aspecto.
Certamente nós, os cristãos, em meio a tudo isso nos sentimos envolvidos pelo
sentimento patriótico de querer o que é melhor para a nação da qual fazemos
parte. De certa forma, estar envolvido por esse clima de sentimento nacional não
é nada além do esperado, afinal, o cristão não deixa sua nacionalidade terrena
quando se converte, mas assume essa como sua segunda nacionalidade, abaixo
da primária, que é a celestial.
O problema aqui não é o ser ou não ser patriota, mas sim definir - em meio
aos discursos políticos - o que é de fato pensar no Brasil (a nação, o país, o todo)
e o que é pensar em ideais (grupos, setores, partes). Quem define o que é o
Patriotismo certo? Os candidatos? Eu particularmente acho que não. Para não
ficar apenas no que eu acho passo a me valer de dois grandes filósofos cristãos,
- G.K. Chesterton e C.S. Lewis -, que certamente podem nos ajudar nessa
questão. Sendo assim, aspiramos responder qual o tipo de patriotismo que
realmente nós enquanto brasileiros necessitamos. Além disso, esse texto propõe
uma visão cristã acerca de nosso papel civil enquanto brasileiros.

Os tipos de patriotismo
Lendo o livro “Ortodoxia” de G.K. Chesterton me deparei com uma visão
interessante acerca do patriotismo e julgo que seja uma visão útil para o
momento que estamos passamos. Essa visão é identificada pelo referido autor
como “Patriotismo Cósmico”. Todavia essa não é a visão mais privilegiada pelas
pessoas, antes, há dois tipos de patriotismo mais comuns e ambos estão
equivocados. Chesterton afirma que a briga entre os diferentes idealistas da
pátria está sempre situada entre os pessimistas e os otimistas, isto é, entre os
que afirmam amar seu país por meio das críticas que fazem a ele e os que
demonstram seu “amor” apenas fazendo elogios e defendendo o status quo. O
referido autor afirma que
A questão não é que este mundo é triste demais para ser amado ou alegre
demais para não o ser; a questão é que, quando se ama alguma coisa, a sua
alegria é a razão para amá-la, e a sua tristeza é a razão para amá-la ainda
mais.

Desta maneira, apenas criticar o mundo, ou nosso país, não faz de você
um patriota e, elogiá-lo, tampouco o fará sê-lo. Chesterton afirma que a fórmula
do patriotismo cósmico é a perfeita coerência entre otimismo e pessimismo. Para
o patriota cósmico “otimismo e pessimismo são igualmente argumentos” para o
seu patriotismo. Ele ama o seu país e planeta não apesar dos problemas ou só
por causa dos prazeres, antes, os prazeres e os problemas são igualmente
razões alvo da sua atenção.
Essa visão de amor quase incondicional pelo mundo serve inclusive para
combater certo instinto covarde de fuga da batalha. Chesterton afirma que negar-
se à luta em favor do mundo é inconcebível ao verdadeiro patriota:
O mundo não é uma pensão em Brighton, que temos de abandonar por ser
péssima. É a fortaleza de nossa família, com a bandeira tremulando no
torreão, e quanto pior ela for tanto menos razão para a deixarmos.

Segundo o autor, o verdadeiro patriotismo não é uma atitude de quem


percebe a situação ao seu redor, mas de quem sabe o que quer ativamente
construir ao seu redor. O patriota se faz provado quando mostra pró-atividade na
produção do mundo que ama, não quando apenas deseja esse mundo amado:
Se concedermos que essa devoção primária a um local ou coisa é fonte de
energia criativa, podemos prosseguir com um fato muito peculiar. Vamos
reiterar por um instante que o único otimismo certo é uma espécie de
patriotismo universal.

A ausência desse espírito ativo do patriota cósmico tende a produzir


pessoas cada vez mais pessimistas para com a sua nação e, por isso mesmo,
sua própria ação passa a ser uma espécie de sabotagem contra os princípios
que diz querer ver florescer. O antipatriota não só deseja o mal da nação, mas
acaba – ainda que não perceba – militando pelo mal da nação quando usa “a
liberdade que a vida confere aos conselheiros de sua nação para aliciar e afastar
as pessoas da bandeira dela”. Em suma, o patriota cósmico ama sua pátria na
medida em que mostra isso. Seu patriotismo não tem a ver com discurso, com
críticas ou exaltação, mas com atitude, com valores.

A fonte dos valores do patriota cósmico


Até aqui temos alguns princípios para tentar pensar mais corretamente o
patriotismo, mas a nossa pergunta inicial ainda não foi respondida: Quem decide
o que é bom para nação? Quais os valores que o patriota cósmico aplicará na
sua ação patriótica? Aqui parece se revelar o grande cheque mate de
Chesterton. Ele afirma que a fonte e o padrão a partir do qual se deve pensar e
agir em prol da nação não está nela mesma. Pelo contrário, a fonte de valores e
de modelo a ser aplicado em nosso mundo está em outro mundo, no caso, em
um mundo superior, anterior à queda, no Éden, no paraíso, ou no novo céu e na
nova terra que virá, a nova Jerusalém. Em suma, precisamos ser patriotas não
apenas em usar as cores da bandeira, mas no agir pela redenção da moral
nacional. Nosso patriotismo consiste em trazer para esse mundo algo superior.
Se o modelo de nação do patriota está em outro mundo, ele não deve encontrar
nada no estado atual de sua nação que seja satisfatória, logo, suas razões para
agir como um patriota também provêm do alto, do plano superior. Nota-se que:
O homem mais capaz de destruir o lugar que ama é exatamente aquele que
o ama por uma razão. O homem que vai melhorar o lugar é aquele que o ama
sem uma razão. Se um homem ama alguma característica do Brasil (o que
parece improvável), ele pode acabar defendendo aquela característica até
mesmo contra o Brasil. Mas se ele simplesmente ama o Brasil em si, pode
acabar arrasando o lugar para transformá-lo numa Nova Jerusalém”
(adaptação minha).

Essa é a diferença final entre os verdadeiros e falsos patriotas: Os


verdadeiros amam seu país DE FATO e por isso agem em favor da sua reforma.
Os falsos dizem amá-lo enquanto uma ideia, uma utopia a ser alcançada e é em
favor dessa utopia que agem. Ou Seja, os falsos patriotas “não amam o Brasil,
mas sim um Brasil teórico”.
Só valores transcendentes podem nos guiar ao verdadeiro patriotismo. A
queda e a mancha do pecado – uma verdade empírica e irrefutável – não pode
ser ignorada. A desordem em processo no nosso mundo não gerará ordem
alguma, ao contrário do que afirmam certos cientistas pós-modernos. Só a ordem
que antecede e supera a desordem pode pôr o mundo nos trilhos. Em suma:
precisamos gostar do mundo, até mesmo para mudá-lo. Acrescentamos
agora que precisamos gostar de outro mundo (real ou imaginário) para ter
algo definido em que possamos transformar este mundo.

Os falsos patriotas, por outro lado, continuam a querer nos convencer de


que suas vãs ideias e filosofias trarão – a partir do mundo quebrado – redenção.
Homens que fazem parte do processo de queda continuam a prometer salvação.
Não voltemos nossos ouvidos a eles e sim ao que é Eterno.

Valores fixos e o caos do progressismo


A imutabilidade dos valores celestes é a segurança de que precisamos,
ao contrário dos “valores” transitórios e incertos dos falsos patriotas ditos
progressistas, os quais “recorrem simplesmente ao relógio: falam como se a
passagem pelo tempo trouxesse alguma superioridade”. Na verdade, sabemos
que:
Enquanto a visão do céu estiver sempre mudando, a visão da terra será
exatamente a mesma. Nenhum ideal continuará por um tempo longo o
suficiente para ser concretizado, mesmo que seja de modo parcial. O jovem
moderno nunca mudará o ambiente; ele sempre mudará a mente. Essa,
portanto, é a nossa primeira exigência envolvendo o ideal para o qual se
direciona o progresso: ele deve ser fixo.

Se os valores morais pelos quais guiamos nossas ações não forem fixos,
todo o sistema moral desse mundo passa a estar condenado ao caos.
Precisamos definir bem o que significa progresso pois isso pode definir o rumo
a ser tomado. Eu, particularmente entendo que
Progresso deveria significar que estamos sempre mudando o mundo para
adaptá-lo à visão. (Mas) Progresso realmente significa (neste exato
momento) que estamos sempre mudando a visão. Deveria significar que
agimos com lentidão, mas com certeza, na implantação da justiça e
misericórdia entre os homens; (mas) realmente significa que rapidamente
pomos em dúvida a conveniência da justiça e misericórdia.

Essas duas visões acerca do progresso podem ser mais influentes em


nossas vidas do que imaginamos. Se nossos ideais não forem eternos, se eles
não forem fixos, como poderemos assegurar que coisas boas sejam mantidas e
que as coisas más serão sempre más? Como poderemos defender o bem sem
um padrão eterno? O bem não decorre de uma dita evolução, caso contrário, o
mal também poderia variar entre os estágios evolutivos. Desta forma, coisas que
consideramos ruins, podem ser toleradas com a desculpa de serem próprias do
presente estágio da evolução. Por exemplo:
Suponhamos que eu diga ao patrão que explora empregados: “A escravidão
era adequada num dado estágio da evolução”. E suponhamos que ele me
responda: “E o trabalho exaustivo é adequado neste estágio da evolução”.
Como posso eu responder-lhe se não houver um padrão eterno? ... Assim,
podemos dizer que um ideal permanente é tão necessário para o inovador
como para o conservador.

Definitivamente não aceitamos essa visão de que o progresso vem do


nada. Não aceitamos essa ideia de que não há uma moral objetiva. Rejeitamos,
portanto, filosofias como o historicismo que afirmam que tudo se desenvolve na
história e é meramente reflexo de um dado tempo, não tendo assim valor
transcendente. Sustentamos a transcendência dos valores não só para a defesa
do que cremos, mas para atacar a desordem.
Por não aceitar essa visão caótica do mundo é que resolvemos participar
ativamente da vida em sociedade que temos em nossas pátrias. A ideia de
esperar que o tempo traga progresso é na verdade apenas uma desculpa para
a preguiça, pois
está claro que não se pode estimular nenhuma atividade política dizendo que
o progresso é natural e inevitável; isso não é uma razão para ser ativo, mas
é antes uma razão para ser preguiçoso. Se estamos fadados a melhorar, não
precisamos nos preocupar com isso. A doutrina pura do progresso é a melhor
de todas as razões para não ser progressista.

Sendo assim, nós, os verdadeiros patriotas nos posicionamos como


verdadeiros agentes da transformação em nosso mundo pois não cremos que o
tempo trará o progresso, mas que a ação sim.
Patriotismo, revolução e restauração
Claro que sabemos que o Estado é laico, e não, não queremos
favorecimento do Estado. Quando falo em ação transformadora por meio de
valores transcendentes não estou fazendo alusão à quebra da laicidade e nem
tampouco de teocracia. O que faremos na verdade é usar a liberdade que a
laicidade nos dá para impulsionar a reforma desse mundo, afinal:
reforma é uma metáfora para homens racionais e determinados: significa que
vemos determinada coisa fora de forma e queremos colocá-la em forma. E
sabemos qual é a forma.

Também não estou dizendo aqui que tenho uma esperança real de que
esse mundo se torne o céu, são os ideólogos fazem isso. Sei que a redenção
virá na consumação desse mundo. Sei que a perfeição virá no outro mundo,
contudo, se somos luz nas trevas e sal nesse mundo, deve haver uma forma de
agirmos a partir das possibilidades que temos aqui afim de vivermos como
cidadãos do céu. Nesse sentido faz bem lembrar o que diz C.S. Lewis sobre o
cristianismo puro e simples:
O cristianismo concorda com o dualismo em que o universo está em guerra,
mas discorda que seja uma guerra entre forças independentes. Considera-a
antes uma guerra civil, uma rebelião, e afirma que vivemos na parte do
universo ocupada pelos rebeldes. Um território ocupado pelo inimigo - assim
é este mundo.

Se o mundo está em guerra, se está ocupado por rebeldes, nós, os


verdadeiros patriotas, não temos outra missão a não ser promover a reintegração
de posse. Isto é, temos de preparar esse mundo para que seja devolvido ao que
o criou. Lewis diz ainda que
O cristianismo é a história de como o rei por direito desembarcou disfarçado
em sua terra e nos chama a tomar parte numa grande campanha de
sabotagem. Quando você vai à igreja, na verdade vai receber os códigos
secretos mandados pelos nossos amigos: não é por outro motivo que o
inimigo fica tão ansioso para nos impedir de frequentá-la.

É isto: Estamos aqui infiltrados para sabotar os esquemas dos inimigos


que tomaram esse mundo e que propagam a ideias erradas sobre a sua posse
e autoria. Sabemos que: “No mundo superior o inferno uma vez se rebelou contra
o céu”, contudo vemos que “neste mundo o céu está se rebelando contra o
inferno”. Fica claro que “no coração dos homens Deus foi posto sob os pés de
Satã” e é por isso que para nós:
sempre pode haver uma revolução, pois a revolução é uma restauração. Em
qualquer momento você pode desferir um golpe em favor da perfeição que
homem nenhum viu desde Adão.

Em suma, é justamente essa vida que agora temos que nos dá as


condições de caminhar em direção à vida futura. É justamente essa pátria que
ora pertencemos que nos aperfeiçoa e ensina sobre a pátria vindoura. É nossa
atuação no fronte de batalha nessa existência que garantirá o descanso e o
galardão na vida futura.
Conclusão
Em resumo, o patriotismo que o Brasil precisa é o verdadeiro patriotismo.
Aquele que não ama uma ideia de Brasil criada a partir de ideias caídas, mas
que age em favor do país antes que este lhe dê razão para isso. Além disso, o
patriotismo que precisamos é o patriotismo que entende que amar este mundo
não basta, e parar aí é até pecado. O verdadeiro patriota é aquele que ama esse
mundo com base em valores eternos, em valores de um mundo superior em que
não há pecado. Esses valores são revelados com clareza inigualável na pessoa
do nosso Salvador, Jesus Cristo e nas Santas Escrituras que dão testemunho
dEle.
Somado a isso, entendemos que o verdadeiro patriotismo que nosso país
precisa é um patriotismo que leve ao progresso, mas não àquele progresso cujas
ideias são mutantes e cujo alvo está em movimento, mas o progresso que tem
um foco, um objetivo e uma estrada clara a trilhar. Um progresso que não muda
a mente, mas luta para mudar o mundo de acordo com os valores Eternos. Por
fim, o verdadeiro patriotismo é o que nos leva à ação. Esse é um patriotismo
frutífero, não de mero discurso. Ele nos leva a assumir nosso papel na guerra
que está ocorrendo nesse mundo. Ele nos faz entender que, apesar do lá no
plano cósmico os rebeldes são os falsos patriotas, aqui, na presente existência,
nós é que estamos em rebeldia. Nós estamos em uma missão de sabotagem
contra esse sistema que breve cairá para a retomada de posse pelo Rei dos
Reis.
Esse é o propósito do verdadeiro patriota. Por amar inerentemente sua
nação com base nos valores Eternos do Criador, ele age em favor do mundo
provocando uma reforma, que aqui é considerada uma sabotagem, uma
revolução, mas que na verdade trata-se da restauração do mundo. Fecho
concordando com o que diz Chesterton:
“Quanto mais transcendente for o seu patriotismo, tanto mais práticas serão suas
políticas”.
Que Deus abençoe o Brasil!

Referências
CHESTERTON, G. K. Ortodoxia. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

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