Sei sulla pagina 1di 14

Uma Discussão Interpretativista sobre o Desenvolvimento de Competências: A

Abordagem Fenomenológica de Sandberg e a Sociológico-Simbólica de Gherardi

Resumo

A discussão epistemológica nos estudos organizacionais sobre os paradigmas funcionalista,


interpretativista, estruturalista radical e humanista radical (BURREL; MORGAN, 1979)
implica em formas de perceber as organizações e os métodos de pesquisa para estudá-las.
Apesar do tema competências não ser novo nos estudos organizacionais, a predominância de
pesquisas sob o paradigma funcionalista nesta área, possibilita a oportunidade do
desenvolvimento de estudos que abordem outras formas de pesquisar competências, como,
por exemplo, utilizando as lentes do paradigma interpretativista. A partir desta discussão
epistemológica sobre o conceito de competências, surgem basicamente duas vertentes sobre o
tema. Uma delas de cunho positivista que coloca que as competências são atributos que as
pessoas possuem e são orientadas para o desempenho. A outra vertente dos estudos de
competências é chamada de escola francesa em que a principal característica desta abordagem
é entender que a competência não é uma lista de atributos individuais, mas é a manifestação
de desempenho na ação, ou seja, as pessoas não são competentes, mas tornam-se competentes
em dada situação. Com base nesta segunda abordagem que o presente ensaio tem como
objetivo discutir o desenvolvimento de competências à luz da abordagem fenomenológica de
Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) e sociológico-simbólica de Gherardi (1999).
Sandberg (2000) critica abordagens de competência que são da corrente racionalista, isto se
dá ao fato de que nesta perspectiva a competência é orientada apenas para o trabalho, ou seja,
existe, a priori, um conjunto de competências previamente estabelecidas para o
desenvolvimento do trabalho. Para o autor estas listas de competência são muito genéricas e
não atendem a todas a situações que o trabalho demanda. A abordagem do desenvolvimento
de competências adotado por Gherardi (1999) toma como referência para discussão do
simbólico as práticas adotadas por grupos de trabalho. A autora coloca que utilizar uma
abordagem simbólica significa conceber que a organização é produto da interpretação das
práticas realizadas pelos seus membros. A partir dos posicionamentos de Sandberg e Gherardi
a idéia é entender as aproximações e distanciamentos destas abordagens sobre
desenvolvimento de competências dentro do paradigma interpretativista. Como reflexões o
ensaio apresenta que no paradigma interpretativista existem diferenças epistemológicas dentro
do mesmo paradigma e que estas diferenças são oportunidades para o desenvolvimento de
pesquisas empíricas futuras neste campo.

Palavras-chave: Desenvolvimento de competências; Interpretativismo; Fenomenologia;


Sociologia simbólica; Epistemologia.

1
1. Introdução

O tema competências não é novo nos estudos organizacionais, contudo, a


predominância de pesquisas sob o paradigma funcionalista nesta área, possibilita a
oportunidade do desenvolvimento de estudos que abordem outras formas de pesquisar
competências, como, por exemplo, utilizando as lentes do paradigma interpretativista
(BITENCOURT, 2004; GRAHAM;TABELL, 2006).
A partir desta discussão epistemológica do conceito de competências, surgem
basicamente duas vertentes sobre o tema, uma delas de cunho positivista que coloca as
competências como atributos que as pessoas possuem e são orientadas para o desempenho
(MCCLELLAND, 1973; BOYATZIS, 1982). Esta abordagem enfoca conhecimentos,
habilidades e atitudes (CHA) e é conhecida como escola americana dos estudos sobre
competência (PERRY, 2006; RUAS, 2001).
A outra vertente dos estudos de competências é chamada de escola francesa, a
principal característica desta abordagem é entender que a competência não é uma lista de
atributos individuais, mas é a manifestação de desempenho na ação, ou seja, as pessoas não
são competentes, mas tornam-se competentes em dada situação (ZARIFIAN, 2001; BOTERF,
2003).
É utilizando como referência a escola francesa que os estudos de competências sob o
paradigma interpretativista encontram espaço e tomam como base elementos como a
construção coletiva de significados, o sentido do trabalho e o uso da linguagem (RUTH, 2006;
GHERARDI, 1999; SANDBERG, 2000).
Diante do crescimento dos estudos sob o paradigma interpretativista sobre
competências e das próprias possibilidades de realizar pesquisas dentro deste próprio
paradigma, o principal objetivo deste ensaio é discutir o desenvolvimento de competências à
luz da abordagem fenomenográfica de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) e
simbólica de Gherardi (1999). A idéia é entender as aproximações e distanciamentos destas
abordagens sobre desenvolvimento de competências dentro do paradigma interpretativista.
O ensaio está dividido em cinco partes além da introdução. A primeira delas tem como
objetivo fazer uma breve apresentação sobre o paradigma interpretativista nas teorias
organizacionais para situar o leitor dos pressupostos que norteiam a discussão deste trabalho.
A segunda parte traz a apresentação da abordagem fenomenológica no desenvolvimento de
competências com base nos trabalhos de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006). Em
seguida é apresentada a abordagem simbólica de competências de Gherardi (1999). Na parte
quatro é feita uma discussão das aproximações e distanciamentos das abordagens de Sandberg
e Gherardi com o intuito de aprofundar o entendimento das possibilidades de estudo do
desenvolvimento de competências no paradigma interpretativista. Por fim são realizadas
algumas considerações finais e sugestões de futuras pesquisas utilizando as abordagens
teóricas discutidas.

2. O Paradigma Interpretativista nas Teorias Organizacionais

A discussão epistemológica nos estudos organizacionais sobre os paradigmas


funcionalista, interpretativista, estruturalista radical e humanista radical (BURREL;
MORGAN, 1979) implica em formas de perceber as organizações e os métodos de pesquisa
para estudá-las. Gioia e Pitre (1990, p.585) dizem que um paradigma “é uma perspectiva
geral ou forma de pensar que reflete fundamentalmente crenças e pressupostos sobre a
natureza das organizações”.
O paradigma interpretativista cresce nos estudos organizacionais deste 1970 como
uma opção a hegemonia funcionalista que vem dominado as pesquisas na área de

2
administração durante muitos anos. O ponto central da crítica do interpretativismo em relação
ao funcionalismo é o objetivismo exagerado que em alguns momentos torna o funcionalismo
limitante. Para os funcionalistas as organizações são objetos tangíveis, concretos e objetivos,
já para os interpretativistas, as organizações são processos que ocorrem a partir das interações
entre as pessoas para interpretar ou dar sentido as coisas, ou seja, é uma construção subjetiva
(VERGARA; CALDAS, 2007).
O principal ponto do paradigma interpretativista é que o mundo social não deve ser
entendido como o mundo natural (físico), ou seja, no mundo social são os significados
atribuídos pelas pessoas para objetos e situações que recebem importância. Assim, são as
interpretações dadas que recebem maior valor (HATCH; YANOW, 2003).
Ao tomar como base esta premissa, no paradigma interpretativista a realidade não é
dada a priori, mas construída a partir das interações dos indivíduos que entendem a realidade
tomando como base as interpretações feitas das situações vividas (HATCH; YANOW, 2003).
O paradigma interpretativista pode ser considerado um grande guarda-chuva como
colocam Burrell e Morgan (1979) no seu trabalho no qual os autores apresentam
possibilidades epistemológicas de como entender as organizações. Dentro deste paradigma
são encontrados a abordagem fenomenológica, hermenêutica e o solipsismo.

2.1. Solipsismo, fenomenologia e hermenêutica

O solipsismo é a perspectiva mais extrema no trabalho de Burrell e Morgan, no


solipsismo o mundo é uma criação da mente humana, ou seja, não há nada que não seja uma
percepção da mente ou do corpo (VERGARA; CALDAS, 2007).
A fenomenologia possui várias abordagens a partir do trabalho de Edmund Husserl,
contudo, duas correntes se destacam nesta abordagem, o transcendentalismo e o
existencialismo. No transcendentalismo a transcendência é vista como um potencial para a
libertação do cotidiano, já no existencialismo o ser é visto como real e constitutivo
(VERGARA; CALDAS, 2007).
Na hermenêutica, a preocupação é compreender e interpretar os produtos da mente
humana. São estes produtos que constroem o mundo social e cultural. As duas escolas de
pensamento que mais orientam os pressupostos metodológicos do paradigma interpretativista
são a etnomedologia e o interacionismo simbólico (VERGARA; CALDAS, 2007).

2.2. Etnometodologia e interacionismo simbólico

Tanto a etnometodologia quanto o interacionismo simbólico possuem raízes na


escola de Chicago do início do século XX em que a sociologia não é mais vista como o estudo
de uma realidade dada a priori, em que estruturas estáveis orientam o comportamento humano
em sociedade, pelo contrário, o comportamento humano é uma construção coletiva a partir
das interações sociais que influenciam as estruturas assim como são influenciadas por elas
(COULON, 2005).
A etnometodologia tem como sua principal referência e iniciador do movimento o
sociólogo Harold Garfinkel que elabora suas idéias a partir de elementos encontrados no
interacionismo simbólico a partir da obra de Parsons e na fenomenologia de Husserl e Schutz.
Sua obra mais famosa é Studies in Ethnomethodology publicada em 1967 (COULON, 2005).
Ao buscar realizar uma síntese sobre a etnometodologia o autor (2005, p. 34) aponta que

No lugar de formular a hipótese de que os atores seguem as regras, o


interesse da Etnometodologia consiste em colocar em dia os métodos
empregados pelos atores para “atualizar” ditas regras. Isto as faz

3
observáveis e descritivas. As atividades prátícas dos membros, em
suas atividades concretas, revelam as regras e os procedimentos. Dito
isto de outra forma, a atenta observação e análise dos processos
levados a cabo nas ações permitiriam colocar em dia os procedimentos
empregados pelos atores para interpretar constantemente a realidade
social para inventar a vida em uma bricolagem permanente.

Coulon (2005) baseado no significado da palavra etnometodologia complementa ao


dizer que o fazer científico nesta perspectiva é o resultado do conhecimento prático, assim,
não há um recorte epistemológico entre prático e o conhecimento erudito. Nota-se que a
etnometodologia se trata de uma abordagem metodológica que tem como foco do seu
processo investigativo das práticas cotidianas de um determinado grupo em que o
conhecimento é, justamente, este fazer prático e que o seu acesso só se dá por meio do
compartilhamento deste saber socialmente construído e situado.
O termo interacionismo simbólico foi atribuído por Herbert Blumer (1986) seguidor
de George Mead a quem Blumer considera o principal idealizador do movimento.
Tal terminologia de acordo com Blumer surgiu para destingir a vida humana em grupo
(interacionismo simbólico) e a conduta humana (estudos de Mead). Blumer (1986), ainda cita
como outros autores importantes para o movimento, além de Mead, John Dewey, W. I.
Thomas, Robert E. Park, William James, Charles Horton Cooley, Florian Znaniecki, James
Mark Baldwin, Robert Redfield e Louis Wirth.
No entendimento do autor, apesar das diferenças entre os estudiosos citados, existe
algo comum em suas pesquisas que justamente como eles viam e estudavam a vida humana
em grupo. O conceito de interacionismo simbólico foi construído em meio esta similaridade.
Blumer (1986) coloca que o movimento do interacionismo simbólico está alicerçado
em três premissas:
- Os seres humanos agem em relação as coisas baseando-se no significado que estas
coisas têm para eles. Elas incluem tudo que os seres humanos podem notar como objetos
físicos, outros seres humanos, categorias de seres humanos como amigos ou inimigos,
instituições, ideais, atividades dos outros e situações que os indivíduos encontram no seu
cotidiano;
- O significado das coisas é derivado ou surge da interação social que um membro tem
com o outro;
- Os significados das coisas são apropriados e modificados por um processo
interpretativo usado pela pessoa para lidar com as coisas que ele defronta.

2.3. Interpretação organizacional

No contexto organizacional a interpretação é entendida como as leituras que os


membros da organização fazem dos eventos que ocorrem no ambiente interno e externo que
ganham um sentido que é compartilhado. A interpretação está relacionada a criação de sentido
(DAFT; WEICK, 2007).
Daft e Weick (2007, p. 239) definem a interpretação como “o processo de tradução
desses eventos, de desenvolvimento de modelos para compreendê-los, de desvendamento de
sentido e de montagem de esquemas conceituais entre os gestores-chave”. Os autores
complementam dizendo que a interpretação organizacional é definida como

o processo de traduzir eventos e de desenvolver um entendimento


compartilhado e esquemas conceituais entre os membros da

4
administração superior. A interpretação dá sentido aos dados, mas isso
ocorre antes da aprendizagem e da ação da organização.

Daft e Weick (2007) colocam que apesar das interpretações serem realizadas no nível
individual, as organizações também possuem memória em relação as interpretações, isto
porque nas organizações são construídos modelos mentais compartilhados que fazem com que
a organização permaneça com as interpretações e significações assumidas mesmo com a
mudança de membros da organização ao longo do tempo.
A partir destas considerações iniciais sobre o paradigma interpretativista, os próximos
tópicos deste trabalho vão apresentar como o tema desenvolvimento de competências é
abordado sob duas lentes dentro do paradigma, a primeira com um enfoque fenomenológico
dos trabalhos de Sandberg e o segundo com um aprofundamento nas questões sociológica-
simbólica que é apresentada por Gherardi. É importante ressaltar que as duas abordagens
adotadas neste texto fazem parte de uma mesma corrente de pensamento sobre o tema
desenvolvimento de competências, contudo, é relevante uma discussão mais aprofundada
dentro do paradigma interpretativista para contribuir com a evolução dos debates teóricos e
formas práticas de pesquisa na área.

3. Desenvolvimento de Competências em uma Perspectiva Fenomenológica à Luz de


Sandberg

São poucos os estudos sobre competências que utilizam o paradigma interpretativista


como base para pesquisa, entretanto, Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) utilizam
esta abordagem e trazem contribuições de como realizar estudos na área sob o paradigma
interpretativista em uma perspectiva fenomenológica.
O foco dos trabalhos do autor aqui apresentado está em compreender como se
constitui a competência no trabalho, ou seja, a competência humana no trabalho para
Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) não envolve necessariamente acumulo de
conhecimentos e habilidades, mas aqueles que as pessoas utilizam para realizar o seu trabalho.
A premissa está em entender competência de maneira que o trabalho e o sentido do trabalho
sejam tratados como um ente.
Sandberg (2000) critica abordagens de competência que são da corrente racionalista,
isto se dá ao fato de que nesta perspectiva a competência é orientada apenas para o trabalho,
ou seja, existe, a priori, um conjunto de competências previamente estabelecidas para o
desenvolvimento do trabalho. Para o autor estas listas de competência são muito genéricas e
não atendem a todas a situações que o trabalho demanda.
Sandberg e Dall´Alba (2006) colocam que as competências devem ser entendidas
como um processo circular no qual não é a adição de novas partes (conhecimentos,
habilidades) que vão compor a competência, mas qual o entendimento do trabalho que surge a
partir de em um pré-entendimento, este, por sua vez, é oriundo da ação social que está
inserida em um contexto que remete a uma cultura onde todos estão envolvidos. Na
abordagem racionalista, ao contrário, as competências são entendidas independentemente do
contexto no qual elas são demandadas.

3.1. O conceito de competência para Sandberg

Sandberg (2000) desenvolve sua proposta sobre o conceito de competência a partir do


que o autor entende ser equivocado na abordagem racionalista, ou seja, entender trabalhador e
trabalho como entes separados. O autor defende que as competências têm haver com a
experiência vivida, na qual trabalho e trabalhador formam um ente.

5
Assim, no entendimento de Sandberg (2000, p. 11) o conceito é que

Competência é vista como constituída pelos significados que o


trabalho tem para o trabalhador na sua experiência sobre ele. A
mudança no ponto de partida – que o trabalhador e o trabalho como
duas entidades separadas para trabalhadores com experiência vivida
no trabalho – fornece uma alternativa de entender a competência
humana no trabalho.

No conceito apresentado pelo autor, é o sentido do trabalho para o trabalhador que


orienta a competência humana no trabalho, portanto, a competência deve ser entendida como
situacional e situada, em outras palavras, as pessoas são competentes em determinados
contextos e situações, o que não possibilita dizer que poderão repetir a mesma competência
em outro tempo e espaço.

3.2. Contexto e pré-entendimento

A idéia de que a competência é orientada pela ação do sentido que o trabalho tem para
o trabalhador com um caráter de unicidade, implica dizer que a construção deste sentido pelo
indivíduo é resultado do contexto no qual ele está inserido e seus pré-entendimentos sobre o
que é o trabalho (SANDBERG, 2000; SANDBERG; DALL´ALBA, 2006).
Sandberg (2000) destaca que não se pode entender competência independentemente do
contexto, para o autor cada contexto exige uma competência, isto se dá em virtude da
dimensão tácita que o contexto possui em que envolve o que o autor chama de consciência
prática.
A consciência prática consiste de todas as coisas com as quais os atores sabem
tacitamente sobre como proceder em contextos da vida social sem serem capazes de apontar
estes procedimentos de forma discursiva (SANDBERG, 2000). Esta idéia de consciência
prática sugere que as formas com as quais as pessoas experimentam o trabalho é mais
importante do que os atributos em si.
Além do contexto, o pré-entendimento (SANDBERG; DALL´ALBA, 2006) também
possui significativa importância na compreensão das competências. A competência é
desenvolvida circularmente com a presença do entendimento do trabalho e por meio da
transformação deste entendimento, ou seja, as idéias de círculo e transformação de
entendimento implicam em uma noção dinâmica de como se desenvolvem as competências.
Entretanto, para ocorrer este processo é fundamental a reflexão sobre o pré-entendimento para
desenvolver o entendimento (competência) no trabalho.
Sandberg e Dall´Alba (2006) colocam que a reflexão não costuma ser um estado
comum no desempenho em relação ao trabalho, isto porque o condicionamento para a
realização de determinada tarefa conduz o trabalhador a execução automática de suas
atividades e tarefas que são corriqueiras, contudo, a necessidade de alteração de uma atividade
ou a resolução de problemas levam as pessoas a reflexão sobre o trabalho, neste momento é
que surge a necessidade do desenvolvimento de uma competência a partir de um pré-
entendimento baseado na experiência vivida. O diálogo somado a reflexão são fundamentais
no desenvolvimento das competências.
O pré-entendimento é a base que orienta a reflexão e a forma com a qual as pessoas
atribuem significado e sentido ao trabalho. Ele é constituído a partir de um contexto que
envolve as ações sociais.
A metodologia que orienta os trabalhos de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba
(2006) é a fenomenografia.

6
3.3. O método fenomenográfico

O método fenomenográfico é baseado na estrutura de significados da experiência


vivida pelas pessoas, o significado é um aspecto da realidade das pessoas estudadas. Este
método foi desenvolvido originalmente na Suécia por um grupo de pesquisa educacional na
década de 1970 para descrever qualitativamente formas diferentes nos quais aspectos da
realidade são experenciados. Os principais autores deste método são Marton, Dahlgren,
Svensson e Säljo (SANDBERG, 2000).
O principal objetivo da fenomenografia é compreender os significados atribuídos pelas
pessoas a partir da experiência vivida. Sandberg (2000) ao realizar uma pesquisa com
engenheiros de motores da Volvo utilizou como técnicas a observação participante e
entrevistas, esta interação entre pesquisador e pesquisados tinha como intenção criar uma
comunidade de interpretação.
Na abordagem fenomenográfica o termo concepção é o que se refere à experiência
vivida das pessoas e a maneira com a qual elas criam sentido em seus mundos (SANDBERG,
2000).

4. Desenvolvimento de Competências em uma Perspectiva Sociológico-Simbólica à Luz


de Gherardi

A perspectiva sociológica simbólica no desenvolvimento de competências, assim


como a fenomenológica, busca discutir o tema a partir de fenômenos subjetivos que envolvem
o conceito de competências, entretanto, o seu foco está em entender o tema sob um
posicionamento com ênfase nos grupos de trabalho, ou seja, entender o desenvolvimento de
competências e seus significados para os grupos e não necessariamente com foco nos
indivíduos. A principal premissa desta perspectiva é que o conhecimento não está na mente
das pessoas, mas nos grupos de trabalho (NICOLINI; GHERARDI; YANOW, 2003).
Para Gherardi (1999), o desenvolvimento de competências pode ser entendido como
uma transformação simbólica que emerge da modificação das práticas, dos sistemas de
significados e do pensamento quando estas modificações são apropriadas pelos sujeitos como
parte de um processo de mudança. A autora complementa dizendo que o processo de
mudança, por si, é um campo simbólico porque ele sintetiza sentimentos como fé e medo
oriundos destes processos.
A abordagem do desenvolvimento de competências adotado por Gherardi (1999) toma
como referência para discussão do simbólico as práticas adotadas por grupos de trabalho. A
autora coloca que utilizar uma abordagem simbólica significa conceber que a organização é
produto da interpretação das práticas realizadas pelos seus membros. O conjunto de
significados é incorporado pelos grupos e as práticas são institucionalizadas. A competência
neste contexto é resultado de uma produção na prática dos significados atribuídos para ela
(competência), em outras palavras, a competência é constituída na ação (prática).

4.1. Competência como um campo simbólico

Gherardi (1999) diz que quando a competência é definida como um campo simbólico,
esta abordagem combina um artefato e um significado que é atribuído para ele. Estes
significados são o que constituem a textura organizacional que na definição da autora é

Uma esfera imaginária que pertence aos atores organizacionais e no


qual desdobram os processos da criação de um sentido de
pertencimento, de propriedade e apropriação, de entendimento

7
recíproco e desentendimento entre os atores organizacionais e da
compreensão e da construção social que constitui a vida
organizacional (...) textura organizacional é uma realidade social
complexa com seus próprios conflitos de valores, racionalidade e
imagem as quais geram uma natureza única do que é particular na
organização (tradução nossa, p. 315-316).

O conceito de textura organizacional é fundamental para o entendimento da


abordagem simbólica de competências, uma vez que é esta idéia de formação coletiva de
significado que possibilita eleger práticas que podem representar competência.
Ao se posicionar epistemologicamente de como é o contexto do desenvolvimento de
competências ao adotar uma perspectiva simbólica, Gherardi (1999) define competência como

Um território imaginário compreendido de idéias, projetos e emoções


que os sujeitos atribuem para sua organização com um mapa
metafórico no qual representa a vida organizacional. Ela é o terreno
simbólico de qualquer estrutura informal de organização: políticas,
conflitos, negociações e trocas, mas também a socialização recíproca
por atores organizacionais para as diversas racionalidades que guiam
suas ações organizacionais. E ela é um terreno contestado porque
todos os atores procuram ter o controle dela e marcá-la como sua
insígnia (tradução nossa, p. 316).

O posicionamento de Gherardi sobre o desenvolvimento de competências nos remete a


entender o conceito como práticas elegíveis do que podem ser consideradas competências e
que ao mesmo tempo, podem sofrer alterações de percepção coletiva de acordo com as
dinâmicas organizacionais cotidianas, ou seja, competência é algo que é convencionado pelos
atores da organização como o ideal em um determinado tempo e espaço. Estas convenções
podem ser alteradas ao longo do tempo a partir de novas significações simbólicas.

4.2. Competências como prática

Ao associar o conceito de competências com o de prática, se faz necessário entender o


que é prática. Gherardi (2009) diz que existe uma pluralidade entorno do que são práticas.
Para Geiger (2009) o conceito de práticas pode ser classificado em duas perspectivas
dentro dos estudos organizacionais, uma delas de caráter mais processual com discussões
entorno de rotinas, em que as práticas são vistas como maneira de unir estrutura e agência, o
termo “prática” é entendido de maneira mais coloquial em que processos simples tem um fim
em si mesmos, as principais contribuições são oriundas dos estudos da área de estratégia e
utilizam a idéia de “strategy-as-practice”. A segunda perspectiva apontada pelo autor é
entendida como epistêmico-normativa na qual o entendimento do termo “prática” é ampliado
a partir de uma base sociológica construtivista com o foco nas formas de construção e
reprodução social de maneira situada a partir de processos de aprendizagem e geração de
conhecimento.
Gherardi (2009) adota como conceito de prática o posicionamento epistêmico-
normativo, o quadro 1 elaborado por Bispo (2009) apresenta algumas possibilidades sobre o
conceito de práticas citados por Gherardi (2009).

8
Quadro 1 – Cinco idéias sobre o conceito de prática

Autor Conceito de prática


Estruturas profundas que organizam práticas sociais
Bourdieu
gerais são disposições auto-reproduzidas.
Práticas são movimentos discursivos ou jogos de
Lyotard
linguagens
Focault Práticas são genealogias
O vocabulário imbricado com a prática marca sua
Taylor extensão de possíveis ações e significados.
A reflexiva tendência da interação social promove
Garfinkel pela sua própria constituição por meio de práticas de
prestação de contas e apresentação cênica.
Fonte: Bispo (2009, p. 9) com base em Gherardi

A partir das possibilidades apresentadas no quadro 1, Gherardi (2009, p. 199) define


prática como

Conceito que se relaciona por um lado com a semântica dominante do


hábito e da ação habitual (portanto, como nós devemos ver a rotina,
como um dispositivo de redução da incerteza) e, por outro lado, o
domínio da ação deliberada. Prática contém elementos destes dois
domínios, mas eles coincidem um com o outro.

Portanto, as práticas para Gherardi são ações habituais, ou seja, a prática está
associada à hábitos e, as ações, devem apresentar uma forma de domínio por parte de quem as
pratica, em outras palavras, o domínio da ação deliberada representa a competência.
Gherardi (2009) coloca que as práticas podem ser entendidas por uma visão de quem
está de fora de um grupo no qual elas ocorrem (outsider) ou com uma perspectiva de quem
está dentro do grupo (insider). Quando o entendimento das práticas é feito por alguém que
está fora do grupo, a leitura se concentra na regularidade e padrões das práticas, isto em
virtude do que é possível acessar e entender, em outras palavras é o que está
institucionalizado.
Na visão dos membros de um grupo, a prática é uma ação de conhecimento coletivo
que progride nas relações e conexões entre todos os recursos disponíveis e todas as restrições
presentes. A prática requer um alinhamento de humanos e artefatos para construir e manter
uma ação em rede, isto é o que dá sentido na interação (GHERARDI, 2009).

4.3. O desenvolvimento de competências

Ao entender o conceito de competências associado ao conceito de práticas, Gherardi


(1999) sugere um modelo de desenvolvimento de competências com base na construção
simbólica do grupo. A autora apresenta uma proposta de fases do processo de
desenvolvimento de competências como mostra o quadro 2 que representa um trabalho
realizado por ela em um órgão do setor público italiano. As fases que compõem o modelo são
referentes ao trabalho desenvolvido.

9
Quadro 2- As fases do processo do desenvolvimento de competência
Fase Interpretação Reestruturação Legitimação Institucionalização
Redefinindo a Percebendo e
Ouvir para
solicitação de modo discutindo um Fornecendo conteúdo
Ações simbólicas entender a
que elas contenham sistema de para oportunidades
solicitação
ação potencial oportunidades
Organização em
Metáforas pirâmide. Organização A ambiguidade da
PSCi como um rótulo
generativas Organograma flexível competência
organizacional
Comprometimento
Objetivos do Marcar um terreno Conseguir um
cognitivo,
grupo de simbólico para comprometimento Sair de cena
emocional e
pesquisa intervenção para ação
material para ação
Fonte: Gherardi (1999, p. 317)

O modelo de Gherardi (1999) para o desenvolvimento de competências é constituído


de quatro fases, interpretação, reestruturação, legitimação e institucionalização. Cada uma
delas possui um conjunto de ações simbólicas, metáforas generativas e os objetivos do grupo
de pesquisa que norteiam o processo.
A idéia do modelo combina elementos de ações simbólicas e de institucionalização, ou
seja, atribuição de significados e interpretação com o compartilhamento social por meio de
processos próprios da teoria institucional em que se destaca o trabalho de Meyer e Rowan
(1977).
Na fase de interpretação o objetivo é interagir com o grupo de trabalho para acessar as
interpretações e identificar as necessidades de competências. Estas necessidades emergem a
partir de entrevistas e desta maneira se identifica uma metáfora que representa a situação atual
da organização estudada, no caso de Gherardi (1999), a metáfora era o trabalho como uma
família.
No período de reestruturação, se propõe uma nova metáfora a partir de ações
simbólicas que conduzem o grupo para o desenvolvimento das competências desejadas, ou
seja, é uma etapa de re-significação em que se reforça a idéia de “ser” competente em cada
situação demandada em que o foco não é ter competência, mas ser competente.
A fase de legitimização se estabelece a partir dos novos significados atribuídos na fase
de reestruturação e que são adotados como “corretos” pelo grupo, a legitimidade é
identificada na observação da adoção de novas práticas que representam as competências
desejadas.
Por fim, a institucionalização é a fase final do processo de desenvolvimento de
competências, sua constituição se dá na observação da criação de comunidades de práticaii ou
como sugere Gherardi (2009) práticas de uma comunidade. As práticas são percebidas pelo
grupo como legítimas e introduzidas no cotidiano dos grupos de trabalho assumindo uma
posição institucionalizada.
O desenvolvimento de competências no modelo proposto por Gherardi (1999) passa
por uma construção coletiva do que são as competências para o trabalho em que as
comunidades de prática, por intermédio de um campo semântico, identificam o que é ser
competente ou não em um determinado contexto, ou seja, ser competente hoje não garante a
mesma condição em uma situação futura.

5. Aproximações e Distanciamentos na Abordagem Fenomenológica de Sandberg e


Sociológico-Simbólica de Gherardi no Desenvolvimento de Competências

10
Após as apresentações dos trabalhos de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba
(2006), Gherardi (1999) no tema desenvolvimento de competências, é possível eleger pontos
de aproximação e distanciamento entre as abordagens, tal possibilidade se dá em virtude da
amplitude do paradigma interpretativista.

5.1. Aproximações

A principal aproximação das duas abordagens está no elemento que caracteriza o


paradigma interpretativista que é a interpretação de significados e atribuição de sentido. Outro
ponto comum entre as abordagens é a condição situada da competência, ou seja, as pessoas
não têm competências, mas são competentes em situações particulares, isto implica dizer que
ser competente hoje não é garantia de competência amanhã. Mais um ponto de aproximação
entre as propostas de Sandberg e Gherardi é a questão do contexto, ser competente está
condicionado a um determinado tempo e espaço, a mudança de uma destas duas condições
implica em adaptação para um novo contexto no qual uma nova postura necessita ser adotada
para garantir uma ação competente. Por fim é possível atribuir como comum entre as
abordagens, a dimensão tácita do desenvolvimento de competências, em outras palavras, a
competência é apropriada pelo indivíduo a partir da interação com os outros que compõem o
seu ambiente de trabalho.

5.2. Distanciamentos

O que caracteriza como diferente as abordagens de Sandberg e Gherardi é o ponto de


vista de como são feitas as significações e atribuições de significado do que é ser competente.
Na perspectiva fenomenológica de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) o
foco está em entender como o indivíduo atribui significado ao seu trabalho e o
desenvolvimento de competências está diretamente relacionado ao grau de experiência e
sentido que o trabalho tem para o trabalhador.
Na abordagem de Gherardi (1999) o foco está na estrutura, ou seja, no grupo de
trabalho, o desenvolvimento de competências está diretamente ligado a uma construção
coletiva de significados do que é competência e é a partir do grupo que se estabelece o que é
ou não ser competente. Esta perspectiva é percebida quando a autora defende as práticas como
forma de acessar as competências e destaca as comunidades de prática, quando no seu
trabalho de 2009, ela passa a chamar de práticas de uma comunidade.
Assim, é possível dizer que a diferença entre as abordagens é o foco, ou ponto de
vista. Enquanto na abordagem fenomenológica de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba
(2006) o ponto de referência é o indivíduo, o trabalho de Gherardi (1999) toma como base o
grupo para entender o desenvolvimento de competências. Em relação as técnicas
metodológicas, ambas abordagens se apropriam de um conjunto semelhante como
observação, entrevistas, análise documental, entre outras, portanto, neste ponto as duas
abordagens não apresentam diferenças significativas.

5.3. Uma síntese comparativa

O quadro 3 apresenta de forma resumida as principais aproximações e distanciamentos


entre as abordagens fenomenológica de sociológico-simbólica discutidas. A idéia é
possibilitar uma visualização sistematizada que facilite o entendimento da discussão realizada.
O quadro 3 possibilita a identificação de diferenças sutis entre as abordagens
fenomenológica e sociológico-simbólica, esta diferenciação é necessária para o avanço nos
estudos e no entendimento do paradigma interpretativista no desenvolvimento de

11
competências. A partir deste quadro fica evidente que ao adotar o interpretativismo como
paradigma é preciso compreender que existem múltiplas abordagens dentro dele.

Quadro 3- Comparativo entre a abordagem fenomenológica e sociológica simbólica no


desenvolvimento de competências
Fatores Fenomenológica Sandberg Sociológica Simbólica Gherardi
Um território imaginário
compreendido de idéias, projetos e
Competência é o significado do emoções que os sujeitos atribuem
Conceito de competências
trabalho para o trabalhador para sua organização com um
mapa metafórico no qual
representa a vida organizacional
Identificar a experiência do Identificar o significado coletivo
Objetivo indivíduo em relação ao compartilhado do que é “ser”
significado do trabalho competente
Foco No indivíduo No grupo de trabalho
Facilitar as interações sociais para
Desenvolvimento de Possibilitar o trabalho e o legitimar e institucionalizar as
competências trabalhador como um ente competências significadas
coletivamente
Observação participante,
Entrevistas em profundidade,
entrevistas em profundidade,
Técnicas metodológicas observação participante, método
análise de documentos, método
fenomenográfico
PSC
Fonte: elaborado pelo autor

6. Considerações Finais

O paradigma interpretativista, em estudos organizacionais ganha espaço enquanto


forma de geração de conhecimento, entretanto, pouco se discute, quais são os conteúdos e
possibilidades dentro deste paradigma, uma vez que há formas diferentes de interpretação de
um fenômeno, principalmente no que se refere aos pressupostos epistemológicos.
O objetivo deste ensaio era discutir o desenvolvimento de competências à luz da
abordagem fenomenográfica de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) e sociológico-
simbólica de Gherardi (1999) para buscar as aproximações e distanciamentos entre estas duas
abordagens dentro do paradigma interpretativista.
Como o paradigma interpretativista surge como crítica ao paradigma e hegemonia
funcionalista (VERGARA; CALDAS, 2007), é comum classificar estudos como
interpretativistas sem levar em conta as múltiplas possibilidades que existem dentro deste
paradigma. No que se refere ao desenvolvimento de competências, ao comparar os estudos
realizados por Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) com o de Gherardi (1999), é
possível perceber que ambos podem ser enquadrados no paradigma interpretativista,
entretanto, apresentam abordagens distintas de foco epistemológico.
Enquanto os estudos de Sandberg (2000), Sandberg e Dall´Alba (2006) possuem foco
nas experiências do indivíduo em relação ao trabalho para entender competências e utiliza o
método fenomenográfico, o estudo de Gherardi (1999) baseia seu estudo a partir dos
significados construídos em grupo e sugere o PSC como método de pesquisa.
Entretanto, ambas as abordagens entendem que as competências são desenvolvidas na
ação, ou seja, as competências são situadas e constituídas a partir de significados atribuídos
com foco no indivíduo (SANDBERG, 2000; SANDBERG; DALL´ALBA, 2006) ou com
foco no grupo (GHERARDI, 1999).
Este ensaio buscou contribuir na ampliação do entendimento do paradigma
interpretativista no tema desenvolvimento de competências que segundo autores como

12
Bitencourt (2004), apontam que existe um número pequeno de estudos sob este paradigma,
desta maneira, discutir as possibilidades existentes neste paradigma colabora no sentido de
apontar formas de pesquisa dentro do interpretativismo.
Como limite deste ensaio é possível destacar a utilização de apenas duas abordagens
dentro do paradigma interpretativista, uma vez que há outras possibilidades, como a proposta
de Cheetham e Chivers (1996, 1998) de modelos holísticos.
A sugestão para pesquisas futuras é no sentido de buscar estimular a utilização dos
métodos propostos por Sandberg (2000) e Gherardi (1999) em novos trabalhos empíricos para
poder avaliar a contribuição destas metodologias no conceito e desenvolvimento de
competências.

Referências

BISPO, M. de S. Aprendizagem em grupo nas organizações: uma perspectiva sociológica à


luz de Silvia Gherardi. In: Seminário de Administração – SemeAd, XII, Anais... São Paulo /
SP, 2009. Disponível em
http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/trabalhosPDF/864.pdf

BITENCOURT, C. C. A gestão de competências como alternativa de formação e


desenvolvimento nas organizações: uma reflexão crítica baseada na percepção de um grupo
de gestores. In: RUAS, R.; ANTONELLO, C. S.; BOFF, L. H. (org.) Aprendizagem
organizacional e competências. Porto Alegre : Bookman. 2004. cap.7.

BLUMER, H. Symbolic Interactionism: perspective and method. USA: University of


California Press, 1986.

BOYATZIS, R. E. Competence and performance. In: ______. The competent manager.


New York: John Wiley & Sons, 1982. cap.2.

BROWN, J. S.; DUGUID, P. Organizational learning and communities-of-practice: toward a


unified view of working, learning and innovating. Organization Science, v. 2, n. 1, p. 40-57,
1991.

COULON, A. La Etnomedotología. 3 ed. Madrid: Cátedra, 2005.

GEIGER, D. Revisiting the concept of practice: Toward an Agumentative Understanding of


Practicing. Management Learning, v. 40, n. 2, 2009.

GHERARDI, S. A symbolic approach to competence development. Human Resource


Development International, v. 2, n. 4, 1999.

____. Introduction: the critical power of the “practice lens”. Management Learning, v. 40, n.
2, 2009.

GIOIA, D. A.; PITRE, E. Multiparadigm Perspectives on Theory Building. Academy of


Managemant Review, 1990, Vol. 15, No. 4, 584-602.

GRAHAM, M. E. ; TARBELL, L. M. The importance of the employee perspective in the


competency development human resource professionals. Human Resource Management.,
v.45, n..3, 2006.

13
HATCH, M. J.; YANOW, D. Organization theory as an interpretative science. IN:
TSOUKAS, H.; KNUDSEN, C. (Eds.) The Oxford Handbook of Organization Theory.
Oxford: Oxford University Press, p.63-87, 2003.

MCCLELLAND, D. C. Testing for Competence rather than intelligence. American


Psychologist, v. 28, n. 1., 1973.

MEYER, J.; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structure as myth and


ceremony. American Journal of Sociology, v. 83, 1977.

NICOLINI, D.; GHERARDI, S.; YANOW, D. Knowing in organizations: a practice-based


approach. New York: M. E. Sharpe, 2003.

PARRY, S. The quest for competencies. Training and Development. July, 1996.

RUAS, R. Desenvolvimento de competências gerenciais e a contribuição da aprendizagem


organizacional. In: FLEURY, M.T. & OLIVEIRA Jr. M. (org.) Gestão estratégica do
conhecimento. São Paulo: Atlas, 2001.

RUTH, D. Frameworks of managerial competence: limits, problems and suggestions. Journal


of European Industrial. v.30, n.3, 2006.

SANDBERG, J. Understanding human competence at work: a interpretative approach.


Academy of Management Journal. February, 2000.

SANDBERG, J.; DALL'ALBA, G. Reframing competence development at work. In:


Castleton, G., Gerber, R.; Pillay, H. (Orgs.) Improving Workplace Learning. Nova: New
York, 2006. p. 107-121.

VERGARA, S. C.; CALDAS, M. P. Paradigma interpretacionista: a busca da superação do


objetivismo funcionalista nos anos 1980 e 1990. In: CALDAS, M. P.; BERTERO, C. O.
(coord). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas, 2007.

Notas
i
PSC é o Competences Development Project, metodologia desenvolvida pela Associazione per la Ricerca sulle
Organizzazioni Complesse da qual Silvia Gherardi fez parte por muitos anos. Ver Gherardi 1999.
ii
Ver Brown e Duguid 1991

14

Potrebbero piacerti anche