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DUTRA, Onei Tadeu. Gestão de custos e preços. Palhoça: UnisulVirtual, Ano. 2017.
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Capítulo 4
Seção 1
Então, para definirmos quais são os custos diretos dos produtos de uma empresa,
teremos que saber antecipadamente qual o seu ramo de atividade. A título de
exemplo, a água é custo direto para a indústria de refrigerante, mas não é custo
direto para a serralheria. Outro exemplo é o gás combustível consumido em
uma caldeira da fábrica. Se ele estiver relacionado somente com um produto,
podemos dizer que é custo direto do produto. Se estiver relacionado com vários
produtos, é considerado custo indireto do produto.
O ideal em uma empresa é ter sempre custo direto. Mas esse idealismo, na
prática, é impossível, pois existem custos que não podem ser alocados
diretamente aos produtos. Nesse caso, a empresa deve alocar os custos
identificados aos respectivos departamentos. É assim que surge a figura do
custo direto do departamento. Isto são custos indiretos dos produtos e diretos
dos departamentos. A título de exemplo de custo direto dos departamentos,
podemos citar o valor da mão de obra dos supervisores (MOI), já que o setor de
pessoal mantém controle desses gastos por departamento. Como você pode
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Gestão de Custos e Preços
perceber, não existe uma maneira de alocar esse valor diretamente aos produtos,
já que os supervisores coordenam a fabricação de vários produtos
simultaneamente. Mas a Contabilidade de Custos pode alocá-los diretamente aos
Departamento é uma departamentos, conforme a distribuição dos salários na
subdivisão da empresa. folha de pagamento elaborada pelo setor de pessoal.
Seção 2
E como os custos indiretos não possuem uma relação direta com o produto,
ou com o departamento, precisamos dividi-los, rateá-los entre os produtos
ou departamentos. Veja que aqui se encontra uma grande característica dos
custos indiretos, ou seja, o rateio dos custos indiretos. Se todos são indiretos,
precisamos encontrar uma maneira, uma forma, uma base para fazer a alocação
de tais custos ao objeto de alocação, produto ou departamento.
Então, precisamos encontrar uma base para dividir os custos indiretos e alocá-
los aos produtos ou departamentos. Essa base se denomina “base de critério de
rateio”, ou simplesmente “critério de rateio” dos custos indiretos de fabricação
(CIFs). Aqui está implícito que somente existe custo indireto se existirem dois
ou mais produtos, ou dois ou mais departamentos. Pois, se houver somente um
produto, ou um departamento, não há como se falar em custo indireto, uma vez
que, pela lógica do custo, haveria um único objeto de alocação, ou único produto
ou departamento.
Perceba que estamos falando bastante em “fábrica”. Ora, veja que todo o gasto
da fábrica é custo indireto, pois não existe uma relação direta entre o custo da
fábrica e o objeto de alocação.
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Capítulo 4
Resumindo
Seção 3
Isto quer dizer que para um determinado nível de produção, por exemplo, de mil
a duas mil unidades, os custos fixos são os mesmos. Se o nível de produção se
alterar passando, agora, por exemplo, de mil e quinhentas unidades para duas mil
e quinhentas unidades, o custo fixo também se altera. Na prática das empresas, a
Contabilidade de Custos trabalha com um nível normal de produção, por exemplo,
entre 75% e 92% da capacidade máxima de produção, para os valores dos
custos fixos.
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Gestão de Custos e Preços
Intervalo de
interesse
Seção 4
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Capítulo 4
Então, para fabricar uma carteira você precisa de certa quantidade de matéria-
prima, para fabricar duas carteiras irá precisar o dobro do que utilizou na primeira
carteira, e assim sucessivamente. Dessa forma, veja que há proporcionalidade
entre a MP e a quantidade produzida.
Valor dos
custos
variáveis
(R$)
Como você pode notar na Figura 4.2, existe uma proporcionalidade entre o
custo variável e a quantidade fabricada. À medida que a empresa aumenta a
produção, aumentam, também, os custos variáveis, na mesma proporção. Mas
a proporcionalidade é aceita em teoria, pois, na prática, ela não é tão evidente
como no gráfico da Figura 4.2. No dia a dia da empresa, a experiência adquirida
no processo de fabricação dos produtos altera esta proporcionalidade.
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Gestão de Custos e Preços
Já a MOD não é consenso para alguns autores quanto a ser custo variável. Eles
argumentam que, havendo ou não produção, a empresa irá pagar a mão de obra
direta. Também se pode argumentar que a empresa pagará a MOD, se houver
perspectiva de produção para o próximo mês, se não houver essa certeza, a
empresa dispensará os funcionários. Pode-se, então, inferir, precariamente, que
no mês em análise a “MOD é custo fixo”, mas se levarmos em consideração
dois ou mais meses, a MOD é custo variável. Em todo caso, para os propósitos
desta Unidade de Aprendizagem, como para a maioria dos autores, a MOD será
considerada custo variável.
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Capítulo 4
Mas existe uma situação curiosa: a princípio, quanto maior o custo fixo, mais
valor agregado do produto. O inverso é verdadeiro: quanto mais custo variável,
menor é o valor agregado do produto (na suposição de que quanto mais valor
agregado, mais rentável é o produto). Então, fica o seguinte trade-off: utilizar
mais custos variáveis – facilidade de gerenciamento e menor rentabilidade ou
Trade-offs é quando custos fixos – maior dificuldade de gerenciamento, mas
abrimos mão de alguma maior rentabilidade do produto.
coisa (bem, serviço ou
direito) no presente, para Exemplificando a situação acima, imagine dois produtos:
auferirmos algo melhor móveis e computadores. O primeiro é intensivo em
no futuro. Um bom
custos variáveis (principalmente MP e MOD dos
exemplo de Trade-offs
está no jogo de xadrez. funcionários), fácil de gerenciar, mas menos rentável. O
Você pode deixar que segundo é intensivo em custos fixos (principalmente,
seu adversário ‘coma’ amortização da pesquisa e depreciação das máquinas
um peão do seu jogo,
contudo, essa atitude lhe
sofisticadas), difícil de gerenciar, mas bem mais
permitirá ‘comer’ uma rentável. Então, a pergunta que fica, é: qual empresa
torre do seu oponente você gostaria de gerenciar (fabricante de móveis ou de
na próxima jogada. Em
computadores)?
outras palavras, para
otimizar um resultado no
A par desse conteúdo, você já pode responder às
futuro, você precisa abrir
mão de algum recurso no questões a seguir, com o objetivo de aumentar os seus
presente. conhecimentos.
Atividades de autoavaliação
A partir de seus estudos, leia com atenção e resolva as atividades programadas
para a sua autoavaliação.
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Gestão de Custos e Preços
h) ( ) Materiais indiretos.
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9. Explique por que a água em uma indústria metalúrgica não é custo variável.
10. Explique por que o aluguel do prédio da fábrica não é custo direto.
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Respostas e comentários das atividades de
autoavaliação
1. São os valores que podem ser alocados objetivamente aos produtos, ou
departamentos, conforme o objeto de alocação de custo.
3.
5. São valores consumidos na produção e que mantêm uma relação direta com a
quantidade produzida.
6.
7. Custos indiretos – salários das pessoas que fazem limpeza, água, seguro do
prédio, depreciação do prédio, iluminação da parte externa da universidade.
Custos diretos – salário do coordenador do curso e giz das salas de aula.
10. Porque o valor gasto beneficia toda a produção, e não somente um produto
específico.