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ESTRUTURAS DE CONCRETO – CAPÍTULO 8

Libânio Miranda Pinheiro; Ewerton Costa Amaral

2 maio 2012 (Revisão 18 maio 2017)

FLEXÃO COMPOSTA NORMAL

1 Introdução
Flexão corresponde à atuação de um momento fletor M. Ela é
denominada Flexão Normal quanto ocorre no plano de um dos eixos principais
de inércia de uma seção transversal. Nos casos mais comuns, de seção
simétrica, essa flexão atua em um dos planos de simetria da seção. Nos casos
de atuação conjunta de momento fletor M e força normal N, neste texto será
utilizada a denominação Flexão Composta num sentido mais amplo. A rigor, ela
deveria se restringir aos casos em que a linha neutra se encontra dentro da
seção, portanto com predominância de momento fletor.
Nos casos de armadura bilateral, com armaduras dispostas ao longo de
faces opostas perpendiculares ao plano de ação do momento fletor, a flexão
composta também pode ser considerada como relativa aos casos em que uma
armadura é tracionada e a outra comprimida, ou seja, com a posição da linha
neutra variando entre d’ e d, correspondendo aos domínios de deformação 2b
(x > d'), 3 e 4.
Para a reta a e os domínios 1 e 2a (x < d'), portanto com a linha neutra no
intervalo entre -  e d', as denominações mais adequadas seriam Tração
Excêntrica ou Flexo-tração. Analogamente, para os domínios 4a, 5 e reta b,
em que x > d (x > 1), as respectivas denominações seriam Compressão
Excêntrica ou Flexo-compressão.
Neste texto, serão estudados os casos de armadura bilateral abrangendo
todos os domínios, desde a reta a até a reta b, pois a subdivisão indicada é
decorrente apenas da variação do sentido e da magnitude e dos esforços
solicitantes M e N, que atuam simultaneamente em uma determinada seção.
Assim, os seguintes casos serão abordados:
 Duas armaduras tracionadas (reta a, domínios 1 e 2a, com x < d´)
 Uma armadura tracionada e outra comprimida (Domínios 2b, 3 e 4)
 Duas armaduras comprimidas (Domínios 4a, 5 e reta b)

A notação empregada está indicada na figura 1.

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Figura 1: Notação empregada na flexão normal composta

2 Hipóteses básicas
As hipóteses básicas dão as indicadas pela NBR 6118:2007:
a) As seções transversais mantêm-se planas após a deformação;
b) A deformação das barras aderentes, sob tração ou compressão, é a
mesma do concreto em seu entorno;
c) As tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem
ser desprezadas;
d) As seções transversais mantêm-se planas após a deformação;
e) A deformação das barras aderentes, sob tração ou compressão, é a
mesma do concreto em seu entorno;
f) As tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem
ser desprezadas;
g) A distribuição de tensões no concreto é de acordo com o diagrama
retangular de altura 0,8 x, sendo x é a posição da linha, e a tensão é
0,85 fcd, para seções retangulares, como mostra a figura 2;

Figura 2: Diagrama parábola-retângulo e diagrama retangular

2
h) A tensão nas armaduras é obtida a partir do diagrama tensão-
deformação do aço (diagrama bilinear);
i) O estado limite último é caracterizado quando a distribuição das
deformações na seção transversal encontra-se em um dos domínios
definidos na figura 3.

Figura 3: Domínios de deformação

3 Duas armaduras tracionadas


Têm-se duas armaduras tracionadas quando a linha neutra varia de
- até d', podendo ocorrer, portanto, reta a, domínios 1 e 2a (Figura 4).

Figura 4: Duas armaduras tracionadas

Esta situação ocorre principalmente em tirantes, embora seja pouco usual


na engenharia o uso de tirantes de concreto armado. O estado limite último é
caracterizado pela deformação no aço s1 = 10‰.
Este estado de deformação é decorrente da solicitação normal de tração
N apresentar pequena excentricidade. O dimensionamento pode ser feito na
reta a, ou seja, admitindo tração uniforme.

3
3.1 Equações de Equilíbrio
Fazendo o equilíbrio da seção indicada na figura 4, tem-se:
N d  R s1  R s 2

h  h 
N d  e  R s1    d   R s 2    d 
2  2 
Mas:
R s1  A s1  f yd

R s 2  A s 2  s 2

Portanto:

N d  A s1  f yd  A s 2  s 2

h 
M d  A s1  f yd  A s 2  s 2    d 
2 

3.2 Equações de compatibilidade


A equação de compatibilidade das deformações é obtida por semelhança
de triângulos, a partir do diagrama de deformações da figura 4:
s2  s1

d   x  d  x 
Portanto:

 s 2   s1 
d   x 
d  x 

3.3 Exemplo
Seção 20 cm x 60 cm, concreto C25, aço CA-50, Nk = 680 kN (tração),
Mk = 2720 kN.cm (e = 4 cm), d' = 3 cm (seria melhor considerar d' = 4 cm, por
conta dos cobrimentos da armadura especificados pela NBR 6118:2007).
Utilizando as equações de equilíbrio, obtém-se:
50
1,4  680  A s1   A s2  s2
1,15

 50  60 
1,4  2720   A s1   A s 2   s 2   3 
 1,15  2 

4
Admitindo s2 = fyd, ou seja, situação que inclui tração uniforme na reta a:

952  A s1  A s 2   43,5

3808  A s1  A s 2   1173,9

Donde:

A s1  12,57 cm 2

A s 2  9,33 cm 2

4 Uma armadura tracionada e outra comprimida


Neste caso, a posição da linha neutra deve estar necessariamente entre
as armaduras As1 e As2, para que uma esteja tracionada e outra comprimida.
Portanto, d’ < x < d, correspondendo aos domínios 2b, 3 e 4. Os diagramas de
deformações e de tensões são mostrados na figura 5.

Figura 5: Uma armadura tracionada e outra comprimida

O que caracteriza o estado limite último é a deformação s1 = 10‰, no


domínio 2b, e a deformação c = 3,5‰, nos domínios 3 e 4.
Este estado de deformação é decorrente da solicitação normal N
apresentar grande excentricidade. Este esforço normal pode ser de tração,
sendo denominada flexo-tração com grande excentricidade, ou de compressão,
ocorrendo flexo-compressão com grande excentricidade.
É o caso de pilares com pequena força normal e grande momento fletor.
Também pode ocorrer em vigas de edifícios, quando é levada em consideração
a ação do vento na estrutura, que devido ao efeito de pórtico geram esforços
normais nas vigas. Esse caso em geral pode ser desprezado, devido à
pequena intensidade e, também, por ser decorrente de uma ação de curta
duração, no caso o vento.

5
Uma situação importante ocorre quando a linha neutra está no limite entre
os domínios 3 e 4, ou seja, x = x34, pois a armadura As1 está no início do
patamar de escoamento, garantindo ductilidade na ruína, e o concreto, na fibra
mais comprimida, está na ruptura, caracterizada por deformação de 3,5‰.
Quando a linha neutra está próxima da borda superior, pode ser
adequado adotar As2 = 0, pois as tensões s2 seriam baixas e o equilíbrio da
seção pode ser garantido apenas pela resultante de compressão no concreto.

4.1 Equações de equilíbrio


Como o esforço normal pode ser de tração ou de compressão, as
equações de equilíbrio serão diferentes em cada caso, como apresentado nos
dois itens seguintes.

4.1.1 Flexo-compressão
Considerando-se o equilíbrio da seção indicada na figura 5, com força
normal de compressão, tem-se:
N d  R c  R s 2  R s1

h  h  h 
N d  e  R c    0,4  x   R s 2    d    R s1    d  
2  2  2 

Mas:
R s1  A s1   s1

R s 2  A s 2  s 2

Pelo diagrama retangular de tensões no concreto, tem-se:

 d
R c  0,8  x  0,85  f cd  b   
 d
R c  0,68  b  d   x  f cd

Portanto:
N d  0,68  b  d   x  f cd  A s1   s1  A s 2   s 2

h  h 
M d  0,68  b  d   x  f cd     0,4  x   A s1   s1  A s 2   s 2     d  
2  2 

6
4.1.2 Flexo-tração

Com o equilíbrio da seção da figura 5, para o caso de força normal de


tração, tem-se:

N d  R s1  R s 2  R c

h  h  h 
N d  e  R s1    d    R s 2    d    R c    0,4  x 
2  2  2 

Comparando-se os dois casos, verifica-se que a equação de equilíbrio de


momentos não se altera, e que basta inverter o sinal da normal N na equação
de equilíbrio de forças na flexo-compressão para obtê-la na flexo-tração.

Portanto:

N d  A s1   s1  A s 2   s 2  0,68  b  d   x  f cd

h  h 
N d  e  A s1   s1  A s 2   s 2     d    0,68  b  d   x  f cd     0,4  x 
2  2 

4.2 Equações de compatibilidade

A partir do diagrama de deformações da figura 5, obtém-se:

 s1 s2 
  c
d  x  x  d  x

Portanto:

 s1  s2 
  c
1   x     d   x

 x 
 d

Essas equações são as mesmas para a flexão simples, visto que o estado
de deformação da seção é o mesmo.

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4.3 Exemplo
Seção 20 cm x 60 cm, concreto C25, aço CA-50, Nk = 680 kN (tração),
Mk = 47.600 kN.cm (e = 70 cm), d' = 3 cm (seria melhor considerar d' = 4 cm).

Admitindo x = x34 = 0,628, as deformações nas armaduras são iguais ou


maiores que yd = 2,07‰, como mostra a figura 6, e, consequentemente,

s1 = s2 = fyd .

Figura 6: Diagrama de deformações para uma armadura tracionada e outra


comprimida

Assim, tem-se:

952  A s1  A s 2   43,5  869,33

66640  A s1  A s 2   1174,5  13632,5

Resolvendo, obtêm-se as armaduras:

As1 = 43,51 cm 2

As 2 = 1,63 cm 2

Se a excentricidade for reduzida para e = 32 cm, por exemplo, a situação


econômica seria As2 = 0, e as incógnitas do problema passariam a ser As1 e x,
que resultariam:

As1 = 46,44 cm 2

 x = 0,013 (x = 0,87 cm) (Respostas a confirmar)

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5 Duas armaduras comprimidas
Para duas armaduras comprimidas, a linha neutra deve estar além da
armadura inferior, portanto x > d, que corresponde a x > 1. Em função disto, a
seção pode estar nos domínios 4a, 5 e reta b, conforme mostra a figura 7.

Figura 7: Duas armaduras comprimidas

O que caracteriza o estado limite último é a deformação no concreto de


3,5‰, no domínio 4a, e 2‰ a 3/7 de h, no domínios 5. Na reta b tem-se
deformação constante igual a 2‰.
Esta situação é decorrente da força normal de compressão N, apresentar
pequena excentricidade, caso típico de pilares, principalmente no domínio 5.
Se a linha neutra estiver próxima da borda inferior, pode resultar As1 = 0,
pois as tensões s1 seriam baixas. Outra situação econômica consiste em fazer
o dimensionamento na reta b, ou seja, admitindo-se compressão uniforme.
Porém, como no caso de tração uniforme, se houver excentricidade,
resultam armaduras assimétricas, que, na prática usual, não são empregadas
em pilares.

5.1 Equações de equilíbrio


Para se fazer o equilíbrio, devem ser analisados dois casos: o primeiro
quando y < h, e o segundo, quando y ≥ h. Nesta situação a resultante de
compressão no concreto passa a ser centrada, não produzindo momento.

5.1.1 Equações de equilíbrio para y < h


N d  R c  R s1  R s 2

h  h  h 
N d  e  R c    0,4  x   R s 2    d    R s1    d  
 2   2   2 

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Como:
R s1  A s1   s1

R s 2  A s 2  s 2

R c  0,68  b  d   x  f cd

Resulta:
N d  0,68  b  d   x  f cd  A s1   s1  A s 2   s 2

h  h 
M d  0,68  b  d   x  f cd     0,4  x   A s 2   s 2  A s1   s1     d  
2  2 

5.1.2 Equações de equilíbrio para y ≥ h


R c  0,85  b  h  f cd (NÃO PRODUZ MOMENTO)

N d  0,85  b  h  f cd  A s1   s1  A s 2   s 2

h 
M d  A s 2   s 2  A s1   s1     d  
2 

5.2 Equações de compatibilidade


As equações de compatibilidade podem ser determinadas a partir da
figura 8. Observa-se que as equações são específicas para cada domínio.

Figura 8: Diagramas de deformação em cada domínio

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Domínio 4 a:  c  0,35%

 s1 s2 
  c
x  d  x  d  x
3
Domínio 5:  c  0,2% a h
7
 s1  s2 0,2%
 
x  d  x  d   x  3 h 
 
 7 

Reta b:  c   s1   s 2  0,2%

s 2  420 MPa para CA - 50

5.3 Exemplo
Seção 20 cm x 60 cm, concreto C25, aço CA-50, Nk = 1.650 kN
(compressão), Mk = 6.600 kN.cm (e = 4 cm), d' = 3 cm (seria melhor considerar
d' = 4 cm).
Utilizando-se as equações de equilíbrio, e admitindo-se compressão
uniforme (reta b), tem-se que s1 = s2 = c = 0,2% e, consequentemente,
s1 = s2 = 42 kN/cm2:
2,5
1,4  1650  0,85  20  60   A s1  42  A s 2  42
1,4

 60 
1,4  6600  A s 2  42  A s1  42   3 
 2 

Resolvendo, obtêm-se as armaduras:

A s1  1,74 cm 2

A s 2  9,89 cm 2

6 Equações adimensionais
Até aqui, foi apresentado o dimensionamento por meio das equações de
equilíbrio e de compatibilidade.
Porém esse procedimento é muito trabalhoso, além de ser restrito a
armaduras bilaterais assimétricas, que consiste em um caso particular.

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Esse problema pode ser solucionado com o uso de programas de
computador, e com isso poder dimensionar qualquer tipo de seção, para várias
disposições de armadura na seção. Para isso, é muito melhor empregar
equações adimensionais, que consistem nas mesmas equações de equilíbrio e
de compatibilidade já apresentadas, adaptadas para que todos os termos
sejam adimensionais. Para isso, emprega-se a notação:
Nd
  Força normal adimensional
b  h  f cd
Md e
 2
  Momento fletor adimensional
b  h  f cd h
A s1  f yd
1   Taxa mecânica da armadura As1
b  h  f cd
A s 2  f yd
2   Taxa mecânica de armadura As2
b  h  f cd

Se a armadura for simétrica, tem-se: ω1 = ω2 = ω/2

6.1 Equações de equilíbrio para armadura assimétrica


a) Duas armaduras tracionadas

  1  2

 1 d 
  1   2     
2 h 
b) Uma armadura tracionada e outra comprimida

 Flexo-compressão
d  
  0,68    x  1  s1   2  s 2
h f yd f yd

 d  1 x      1 d 
   0,68    x     0,4     1  s1    2  s 2     
 h  2 h   f yd f yd   2 h 

 Flexo-tração
d  
  0,68    x  1  s1   2  s 2
h f yd f yd

 d  1 x      1 d 
   0,68    x     0,4     1  s1    2  s 2     
 h  2 h   f yd f yd   2 h 

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c) Duas armaduras comprimidas

 Para y < h:

d  
  0,68    x  1  s1   2  s 2
h f yd f yd

d 1 x      1 d 
  0,68    x    0,4      2  s 2  1  s1     
h 2 h   f yd f yd   2 h 

 Para y ≥ h:

 s1 
  0,85  1   2  s2
f yd f yd

     1 d 
    2  s 2  1  s1     
 f yd f yd   2 h 

6.2 Equações de compatibilidade


As equações de compatibilidade podem ser escritas em função dos
parâmetros adimensionais , x e d'/h, resultando, também, equações
adimensionais.

7 Construção dos ábacos


O dimensionamento pode ser feito por meio de ábacos. Esse recurso é
bastante utilizado, visto que nem todos os projetistas utilizam softwares para
dimensionamento de peças submetidas à flexão composta normal.

Os ábacos consistem num gráfico  versus , que para cada par ( ) é
obtida a taxa mecânica de armadura ω e, consequentemente, a área de
armadura necessária.

Para construir os ábacos, fixa-se a posição das barras, a relação d'/h e o


aço. Analisando as equações de equilíbrio, verifica-se que  e  são funções de
x e ω. Para cada par adotado (x, ω) existe um único par ( ). Desse modo,
pode-se construir os ábacos para cada tipo de aço (por exemplo, CA-50) e para
alguns valores adequados de d'/h.

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8 Uso dos ábacos - exemplo
Seção 20 cm x 60 cm, Nk = 1.650 kN (compressão), Mk = 6.600 kN.cm
(e = 4 cm), d' = 3 cm, concreto C25, aço CA-50 (seria melhor considerar
d' = 4 cm).

Solução:

1,4  1650
  1,078
2,5
20  60 
1,4

4
  0,071
60

d´ 3
  0,05
h 60

Com o ábaco relativo a armadura bilateral simétrica, CA-50, d'/h = 0,05,


obtém-se:

ω = 0,38

E, portanto:

As = 18,72 cm 2

As
A s1  A s 2   9,36cm 2
2

Essa armadura corresponde a 3  20 em cada face (9,42 cm2), totalizando

6  20 (18,85 cm2).

Como alternativa poderiam ser usadas 5  16 em cada face (10,05 cm2),

perfazendo 10  16 (20,11 cm2). Neste caso, em cada face, as barras

precisariam ser alojadas em duas camadas: três na primeira e duas na


segunda camada.

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Questionário
1) Com base na notação utilizada na flexão composta, qual o significado de
As1 e As2?
2) Com relação às armaduras bilaterais assimétricas, quais os casos
possíveis na flexão composta?
3) Quais as solicitações que podem acarretar duas armaduras tracionadas?
Qual o esforço predominante?
4) Idem para duas armaduras comprimidas.
5) Idem para uma armadura tracionada e outra comprimida.
6) Quais os domínios possíveis na flexo-tração e qual o intervalo de variação
da linha neutra?
7) Idem na flexo-compressão?
8) Quais os domínios em que ocorre ruína por deformação plástica excessiva
da armadura?
9) Idem para ruína por ruptura do concreto?
10) Qual a deformação máxima no concreto no domínio 5?
11) O que significa domínio 5a?
12) Quais as condições que podem levar ao mínimo consumo de armadura na
flexo-tração?
13) Idem na flexo-compressão?
14) Como são elaborados os ábacos para flexão composta?
15) Como se dimensiona uma seção usando ábacos para flexão composta?

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