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Esôfago
Obstrução esofágica
Distúrbios motores do esôfago:
o Esôfago quebra-nozes: contrações esofágicas de alta amplitude, nas quais a
camada longitudinal externa de músculo liso se contai antes da camada circular
interna. Pode causa obstrução esofágica periódica de curta duração
o Espasmos esofágicos difusos: podem resultar em obstrução funcional e
formação de pequenos divertículos (pseudodivertículos)
Divertículo de Zenker (faringoesofágico): acima do esfíncter esofágico superior
Divertículo de tração: próximo ao ponto médio do esôfago
Divertículo epifrênico: acima do esfíncter esofágico inferior
Estenose esofágica: geralmente causado pelo espessamento fibroso da submucosa e
está associado à atrofia da muscular própria; muitas vezes decorrente de inflamação e
cicatrização, que podem ser causadas por refluxo gastroesofágico crônico, irradiação ou
injúrias cáusticas; disfagia (dor com a deglutição) geralmente progressiva
Membranas de mucosa esofágicas: protrusões de mucosa incomuns, que podem causar
obstrução; mais comuns no esôfago superior; microscopicamente são compostas por
tecido conjuntivo fibrovascular e um epitélio sobrejacente; lesões semicircunferências
excêntricas
Anéis esofágicos ou anéis de Schatzki: similares às membranas, porém circunferenciais
e mais espessos; quando presentes no esôfago distal são cobertos por mucosa escamosa
Acalasia
Tônus aumentado do esfíncter esofágico inferior (EEI)
Causa importante de obstrução esofágica
Caracterizada pelo relaxamento incompleto do EEI, tônus aumentado do EEI e o
peristaltismo do esôfago
Primária: falha dos neurônios inibitórios esofágicos distais (idiopática); alterações
degenerativas na inervação neural
Secundária: doença de Chagas (destruição do plexo mioentérico, falha no peristaltismo
e dilatação esofágica)
Tratamento: miotomia laparoscópica; dilatação por balão pneumático; injeção de
neurotoxina botulínica
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104
Esofagite
Dilacerações de Mallory-Weiss: longitudinais no esôfago próximo à junção
gastroesofágica; frequentemente associadas a ânsias e vômitos gravez secundários à
intoxicação aguda por álcool
Esofagite química: por álcool, ácidos e álcalis corrosivos, fluidos excessivamente
quentes e fumo intensivo; causa disfagia; tratamento com quimioterapia citotóxica,
terapia radioativa ou doença do enxerto-versus-hospedeiro
Esofagite infecciosa: pelo vírus herpes simples, citomegalovírus ou organismos fúngicos
(candidíase, mucormicose, aspergilose); doenças descamativas como penfigoide
bolhoso e epidermólise bolhosa
o Aparência endoscópica geralmente
fornece uma pista sobre o agente
infeccioso na esofagite viral: herpes
vírus causam ulceras de saca-
bocados (A) com inclusões virai
nucleares dentro de um aro de
células epiteliais em degeneração
na borda da úlcera (B);
citomegalovírus causa ulcerações
superficiais e inclusões
citoplasmáticas e nucleares
características dente das células
endoteliais capilares e estromais (C)
o Morfologia para esofagites químicas e infecciosas: varia conforme a etiologia;
infiltrados densos de neutrófilos estão presentes na maioria dos casos; pode
ocorres necrose total da parede esofágica; quando presente, a ulceração é
acompanhada pela necrose superficial com tecido de granulação e fibrose
eventual
Esofagite eosinofílica:
o Sintomas: impactação dos alimentos, disfagia e intolerância à alimentação ou
sintomas semelhantes a DRGE em crianças
o Histologia: grande número de eosinófilos intraepiteliais
Esofagite de refluxo
Refluxo de conteúdos gástricos no esôfago inferior é a causa mais frequente de
esofagite
Condição clínica: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Patogenia: condições que diminuem o tônus do EEI ou aumentam a pressão abdominal
contribuem para a DRGE e incluem álcool, tabaco, obesidade, depressivos do sistema
nervosos central, gravidez, hérnia de hiato, atraso no esvaziamento gástrico e volume
gástrico aumentado
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104
Esôfago de Barrett
Complicação da DRGE crônica
Metaplasia intestinal dentro da mucosa
escamosa esofágica
Confere grande risco de adenocarninoma
esofágico
Morfologia: várias manchas vermelhas de
mucosa aveludada se estendendo para cima a
partir da junção gastroesofágica, alternando-
se com uma mucosa escamosa lisa e pálida
(esofágica)
Classificação:
o Segmento longo: 3cm ou mais do
esôfago estão envolvidos
o Segmento curto: menos que 3cm do esôfago estão envolvidos
Células caliciformes, que apresentam vacúolos mucosos distintos que se coram em azul
pálido em H&E definem a metaplasia intestinal
Displasia: proliferação epitelial aumentada,
arquitetura de glândulas caracterizada por
brotamento, formas irregulares e
aglomerações de células
o Baixo grau (A)
o Alto grau (B): exibe alterações mais
graves na citologia e na arquitetura
Características clínicas: diagnóstico por
endoscopia e biópsia; tratamento para carcinomas intramucosos e displasia multifocal
de alto grau incluem ressecção cirúrgica (esofagectomia), terapia fotodinâmica, ablação
por laser, mucosectomia endoscópica
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Varizes esofágicas
Causa importante de sangramento no esôfago
Hipertensão portal leva ao desenvolvimento de
varizes esofágicas, resultando no desenvolvimento
de canais colaterais nos locais onde os sistemas
portal e caval se comunicam
Desenvolvem-se em 90% dos pacientes cirróticos,
mais comumente associadas a doença hepática
alcoólica
Veias dilatadas tortuosas localizadas
principalmente na submucosa do esôfago distal e
do estômago proximal
Características clínicas: quando rompidas, por
erosão inflamatória da mucosa sobrejacente
reduzida, tensão aumentada nas veias progressivamente dilatadas e a pressão
hidrostática vascular aumentada associada ao vômito, causam hematêmese massiva
Tumores esofágicos
Adenocarcinoma (A):
o Surge em segundo plano do
esôfago de Barrett e da DRGE de
longa duração
o Progressão ocorre durante longo
período, com aquisição gradual de
alterações genéticas e epigenéticas
o Normalmente ocorre no terço
distal do esôfago e pode invadir a
cárdia gástrica adjacente
o Inicialmente aparece como
manchas chatas ou elevadas na
mucosa, e grandes massas podem
se desenvolver; também podem
infiltrar difusamente ou ulcerar
o Produzem mucina e formam
glândulas, geralmente com
morfologia semelhante ao tipo
intestinal
o Características clínicas: dor, dificuldade de deglutição, perda de peso
progressiva, hematêmese, dor torácica ou vômitos
Carcinoma de células escamosas (B):
o Metade ocorre no terço médio d esôfago
o Inicia-se como uma lesão in situ chamada de displasia escamosa; lesões iniciais
aparecem como espessamentos pequenos, acinzentados, semelhantes a placas
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104
que, ao longo dos anos, se tornam massas tumorais polipoides ou exofíticas que
se projetam para dento do lúmen
o Características clínicas: sintomas incluem disfagia, odinofagia (dor na deglutição),
obstrução, perda de peso extrema, debilitação, hemorragia e sepse (na ulceração
do tumor)
Estômago
Cárdia e antro: revestidos por células foveolares secretoras de mucina que formam
pequenas glândulas; glândulas antrais também contém células endócrinas, como as
células G, que liberam gastrina
Corpo e fundo: contém células parietais que secretam ácido e são estimuladas pela
gastrina, e células principais que produzem e secretam enzimas digestivas, como a
pepsina
Gastrite aguda
Processo inflamatório da mucosa transitória
Gastrite crônica pode ocorrer pelo rompimento de um dos mecanismos protetores, que
são:
o Camada fina de muco criada pela mucina que evita que partículas grandes de
comida toquem diretamente o epitélio
o Camada de muco promove a formação de uma camada “inerte” de fluido sobre
o epitélio que protege a mucosa e tem pH neutro (secreção de bicarbonato)
o Liberação de oxigênio, bicarbonato e nutriente pelo suprimento vascular da
mucosa gástrica, enquanto remove o ácido
Morfologia: lâmina própria apresenta edema moderado e congestão vascular leve;
abundância de linfócitos ou de plasmócitos sugerem uma doença crônica; neutrófilos
acima da membrana basal em contato direto com células epiteliais sugere inflamação
ativa; com danos mucosos mais graves, erosões e hemorragia se desenvolvem (gastrite
hemorrágica erosiva aguda)
Ulceração gástrica aguda:
o Úlceras de estresse: comuns em indivíduos com choque, sepse ou trauma grave
o Úlceras de Curling: ocorrem no duodeno proximal e estão associadas a
queimaduras graves ou traumas
o Úlceras de Cushing: gástricas, duodenais e esofágicas em pessoa com doença
intracraniana
o Patogenia: complexa. Inibição da ciclooxigenase, o que inibe a síntese de
prostaglandinas, que acentuam a secreção de bicarbonato, inibem a secreção
de ácido, promovem a síntese de mucina e aumentam a perfusão vascular
o Morfologia: variam de erosões superficiais até lesões profundas; úlceras agudas
são redondas, com base corada de marrom a preto, encontradas em qualquer
parte do estômago, geralmente múltiplas, sem margens endurecidas
o Complicações podem incluir hemorragia e perfuração
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104
Gastrite crônica
Sintomas menos graves e mais persistentes, como náusea, desconforto abdominal
superior e vômitos
Causa mais comum: infecção por Helicobacter pylori
Gastrite autoimune: tipo mais comum de gastrite atrófica
Gastrite autoimune
Tipicamente poupa o antro e inclui uma hipergastrinemia
Características:
o Anticorpos para células parietais e fatores intrínsecos que podem ser
detectados no soro e nas secreções gástricas
o Concentração sérica de pepsinogênio I reduzida: pela destruição das células
principais (ocorre em virtude da destruição das glândulas gástricas durante o
ataque autoimune às células parietais)
o Hiperplasia de células endócrinas antrais
o Deficiência de vitamina B12: por falta de fator intrínseco para absorção ileal da
vitamina
o Secreção defeituosa de ácido gástrico (aclorídria)
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104
Hiperacidez gástrica pode ser causada por infecção por H. pylori, hiperplasia das células
parietais, respostas secretórias excessivas ou inibição prejudicada de mecanismos
estimulatórios (secreção de gastrina)
Morfologia: úlceras duodenais ocorrem a poucos centímetros da valva pilórica e
envolvem a parede duodenal anterior; úlceras gástricas são localizadas junto à curvatura
menor próxima à interface do corpo e do antro; úlcera péptica é solitária, arredondada
a oval, com margens niveladas com a mucosa circundante, base lisa e limpa, com vasos
sanguíneos evidentes; base da úlcera com tecido de granulação ativo infiltrado com
leucócitos mononucleares e uma cicatriz fibrosa ou colagenosa; hemorragia e deposição
de fibrina estão frequentemente presentes na serosa gástrica; perfuração de úlcera é
perceptível por presença de ar livre abaixo do diafragma em radiografias
Características clínicas: cicatrização pode ocorrer com ou sem terapia, porém a
tendência de desenvolver úlcera péptica permanece; queimação epigástrica ou dor
forte 1 a 3 horas após as refeições durante o dia; anemia por deficiência de ferro,
hemorragia franca ou perfuração; terapias atuais tem como objetivo a erradicação de
H. pylori e a neutralização do ácido gástrico
Displasia
Lesões in situ pré-invasivas
Devido ao acúmulo de alterações genéticas, já que na gastrite crônica as células
recebem estímulos proliferativos
Morfologia: variações no tamanho, forma e orientação do epitélio juntamente com a
textura grosseira da cromatina, hipercromasia e hipertrofia nuclear
Gastrite cística
Proliferação epitelial reativa exuberante associada ao aprisionamento de cistos
delineados pelo epitélio
Podem ser encontrados dentro da submucosa (gastrite cística poliposa) ou em camadas
mais profundas (gastrite cística profunda)
Gastropatias hipertróficas
Hipertrofia cerebriforme gigante das pregas rugosas em função da hiperplasia epitelial sem
inflamação
Liberação excessiva de fator de crescimento
Exemplos: doença de Ménétriet e síndrome de Zollinger-Ellison
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104
Adenoma gástrico
Pacientes entre 50 e 60 anos, mais prevalente em homens e em indivíduos com PAF
Quase sempre ocorrem em segundo plano em relação à gastrite crônica com atrofia e
metaplasia intestinal
Risco de adenocarcinoma está relacionado a lesões maiores que 2cm de diâmetro
Carcinoma pode estar presente em mais de 30% dos adenomas gástricos
Morfologia: localizados no antro; maioria composta de epitélio colunar do tipo
intestinal; todos têm displasia epitelial de baixo ou alto grau (brotamento glandular e
estruturas de glândula-dentro-de-glândula)
Adenocarcinoma gástrico
Malignidade mais comum do estômago (90% dos cânceres gástricos)
Sintomas iniciais: dispepsia, disfagia e náusea
Epidemiologia: incidência varia conforme geografia (mais presentes em países com
dietas com mais sal, geralmente usado na preservação de alimentos) e está diminuindo;
mais comum em grupos socioeconômicos baixos e em indivíduos com atrofia mucosa
multifocal e metaplasia intestinal; incidência de câncer da cárdia gástrica está
aumentado, provavelmente relacionado ao esôfago de Barrett
Patogenia: mutações identificadas no câncer gástrico familiar (mutação em CDH1, que
codifica caderina-E, sendo que a perda da função desta parece ser um passo chave no
desenvolvimento do câncer gástrico difuso); variantes genéticas dos genes pró-
inflamatórios e da resposta imunológica estão associadas a riscos elevados de câncer
gástrico quando acompanhados pela infecção por H. pylori
Morfologia: classificados de acordo com sua localização no estômago e com a
morfologia macroscópica e histológica; maioria envolve o antro e a pequena curvatura;
morfologia intestinal formam tumores volumosos compostos de estruturas glandulares;
crescimento infiltrativo difuso é composto de células em anel de sinete; crescem
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Linfoma
No intestino: linfomas de tecido linfoide
associado à mucosa (MALT) (B e C)
No estômago: MALToma gástrico
Patogenia: linfomas de células B da zona
marginal extranodal geralmente surgem em
locais de inflamação crônica; causa mais
comum da inflamação “pró-linfomatosa” no
estômago é a infecção crônica por H. pylori
o Ativação constitutiva do NF-kB, um
fator de transcrição que promove o
crescimento e a sobrevivência das
células B
Morfologia: infiltrado linfocítico denso na
lâmina própria; linfócitos neoplásicos se
infiltram nas glândulas gástricas focalmente
para criar lesões linfoepiteliais diagnósticas
(A); mudança “monocitoide” (acúmulo de
citoplasma pálido nas células tumorais)
Características clínicas: sintomas incluem dispepsia, dor epigástrica, hematêmese,
melena e perda de peso; MALTomas gástricos e gastrite por H. pylori coexistem, com
sintomas e aparência endoscópica sobrepostos
Tumor carcinoide
Surgem de componentes difusos do sistema endócrino, que liberam peptídeos e
hormônios não peptídicos para coordenar a função do intestino
Podem estar associados a hiperplasia de células endócrinas, gastrite atrófica crônica e
síndrome de Zollinger-Ellison
Morfologia: massas intramurais ou submucosas que criam pequenas lesões polipoides,
sendo amarelos ou castanhos e muito firmes; compostos de ilhas, trabéculas, cordões,
glândulas ou folhas de células uniformes com citoplasma granular rosado escasso e um
núcleo pontilhado, de redondo a oval
Resumo – Patologia do Sistema Digestório P1 | Raquel Cordeiro | Turma 104