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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

RICARDO SLIVA JÚNIOR

IMPACTO DA ALTERAÇÃO DE RIGIDEZ DOS PILARES NA ESTABILIDADE GLOBAL


DE UM EDIFÍCIO DE CONCRETO ARMADO

CURITIBA
2017
2

RICARDO SLIVA JÚNIOR

IMPACTO DA ALTERAÇÃO DE RIGIDEZ DOS PILARES NA ESTABILIDADE GLOBAL DE


UM EDIFÍCIO DE CONCRETO ARMADO

Trabalho de Conclusão de Curso, no


curso de Engenharia Civil, da
Universidade Federal do Paraná.

Professora: Lia Yamamoto

CURITIBA
2017
3

RESUMO

O presente trabalho tem o intuito de avaliar a estabilidade global de um


edifício de concreto armado selecionado, propriedade que corresponde à
capacidade da estrutura de resistir às solicitações que lhe são aplicadas
observando-se os limites de deformação e deslocamentos dados pela NBR 6118,
visando-se uma estrutura com a característica de nós fixos. Essa análise será
avaliada por meio do parâmetro Gama-Z e Processo P-Delta, os quais avaliam o
grau de instabilidade por meio da consideração das deformações e deslocamentos
no cálculo, com a finalidade de obter valores que caracterizem a estrutura como de
nós fixos. Para resistir e manter a segurança e a qualidade da estrutura, muitas
vezes é necessário alterar a rigidez por meio dos elementos que afetam diretamente
nesse fator, os pilares. Por meio da alteração de inércia dos pilares, com a variação
de suas dimensões é possível impactar na estabilidade global, aumentando os
níveis de segurança e evitando possíveis problemas construtivos além de um
colapso. Justamente essa variação foi analisada por meio de modificações nas
inércias dos pilares para que se verifique como os coeficientes acima citados se
alteram nessa situação, para assim desenvolver um comparativo que permita uma
maior sensibilidade na análise desses valores devido ao exemplo.
Palavras-Chave: Concreto Armado. Estabilidade Global. Coeficiente Gama-Z.
Processo P-Delta. Pilares. Nós Móveis.
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ABSTRACT

This present work proposes to evaluate the overall stability of a selected reinforced
concrete building, property that stands for the capacity of the structure to resist the
solicitations applied to it observing the limits of deformations and displacements
given by NBR 6118, intending to obtain a structure with the feature of fixed nodes.
This analysis will be done through the parameter Gama-Z and the Process P-Delta,
which assess the degree of instability with the consideration of deformations and
displacements in the calculation, with the purpose of obtaining values that
characterize the structure as fixed nodes. To resist and maintain the security and
quality of the structure, oftentimes is necessary to change the rigidity through the
elements that affect directly this factor, the pillars. Through the change of the inertia
of the pillars, with the variation of its dimensions it is possible to impact the overall
stability, raising the security levels and avoiding possible constructive problems
besides a collapse. This variation was analyzed through changings in the inertias of
the pillars to verify how the coefficients mentioned above change in that situation, to
develop a comparative that allows a bigger sensibility in the analysis of this values
due to the example.
Keywords: Reinforced Concrete. Overall Stability. Coefficient Gama-Z. Process P-
Delta. Pillars. Fixed Nodes
5

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1: GRAFICO DA RELAÇÃO MOMENTO – CURVATURA.......................... 19


FIGURA 2: ENVOLTÓRIA MÍNIMA COM SEGUNDA ORDEM................................. 21
FIGURA 3: PLANTA DO TIPO - PROJETO ARQUITETÔNICO. .............................. 33
FIGURA 4: EDIFÍCIO EM 3D GERADO PELO TQS. ................................................ 37
FIGURA 5: PLANTA GERADA NO TQS. .................................................................. 38
FIGURA 6: ALTERAÇÃO DE PILARES NA VERTICAL. ........................................... 43
FIGURA 7: ALTERAÇÃO DE PILARES NA HORIZONTAL. ..................................... 43
FIGURA 8: ALTERAÇÃO DE PILARES NA VERTICAL (+5CM EM 0° E 180°). ....... 44
FIGURA 9: ALTERAÇÃO DE PILARES NA HORIZONTAL (+5CM EM 0° E 180°)... 45
FIGURA 10: ALTERAÇÃO DE PILARES NA VERTICAL (+5CM EM 90° E 270°). ... 49
FIGURA 11: ALTERAÇÃO DE PILARES NA HORIZONTAL (+5CM EM 90° E 270°).
........................................................................................................................... 49
FIGURA 12: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE FAVT - INICIAL. ............................ 58
FIGURA 13: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE RM2M1 – INICIAL......................... 58
FIGURA 14: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE FAVT - FINAL. ............................... 59
FIGURA 15: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE RM2M1 – FINAL. .......................... 59
6

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1: VALORES DE CARGA POR PAVIMENTO. ........................................... 34


TABELA 2: VALORES DE CARGA EM PILARES POR LOCALIZAÇÃO. ................. 34
TABELA 3 - PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES. ........................................ 36
TABELA 4: VALORES INICIAIS DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 41
TABELA 5: ALTERAÇÃO 1 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 43
TABELA 6: ALTERAÇÃO 2 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 45
TABELA 7: ALTERAÇÃO 3 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 46
TABELA 8: ALTERAÇÃO 4 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 47
TABELA 9: ALTERAÇÃO 5 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 48
TABELA 10: ALTERAÇÃO 6 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 50
TABELA 11: ALTERAÇÃO 7 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z)
GERADA PELO TQS. ........................................................................................ 51
TABELA 12: RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS NO TQS. ........................... 52
TABELA 13: LISTA DE CASOS CRÍTICOS FORNECIDAS PELO TQS. .................. 57
TABELA 14: RESUMO DOS VALORES CRÍTICOS. ................................................ 60
7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9

1.1 Justificativa ................................................................................................... 10

1.2 Objetivo ........................................................................................................ 10

1.3 Organização do Trabalho ............................................................................. 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 12

3 REVISÃO DA NORMA NBR 6118/2014 ...................................................... 17

3.1 Instabilidade e efeitos de 2ª ordem .............................................................. 17

3.2 Princípio básico de cálculo ........................................................................... 18

3.3 Relações momento-curvatura ...................................................................... 18

3.4 Imperfeições geométricas ............................................................................ 20

3.5 Definição de efeitos globais, locais e localizados de 2ª ordem .................... 21

3.6 Definição de estruturas de nós fixos e estruturas de nós móveis ................ 21

3.7 Contraventamento ........................................................................................ 22

3.8 Parâmetro de instabilidade α........................................................................ 22

3.9 Coeficiente Gama-Z (γz) ............................................................................... 24

3.10 Análise de estruturas de nós móveis............................................................ 24

3.10.1 Análise não linear com 2ª ordem ................................................................. 24

3.10.2 Consideração aproximada da não linearidade física .................................... 25

3.11 Análise dos efeitos locais de 2ª ordem ......................................................... 25

3.11.1 Análise de elementos isolados .................................................................... 26

3.11.2 Dispensa da análise dos efeitos locais de 2ª ordem .................................... 26

3.12 Métodos de determinação dos efeitos locais de 2ª ordem ........................... 28

3.12.1 Método geral ................................................................................................ 28

3.12.2 Métodos aproximados .................................................................................. 28


8

4 METODOLOGIA .......................................................................................... 32

4.1 Edificação escolhida..................................................................................... 32

4.2 Critérios Adotados ........................................................................................ 39

4.2.1 Modelo Estrutural ........................................................................................ 39

4.2.2 Pavimentos .................................................................................................. 39

4.2.3 Materiais ...................................................................................................... 40

4.2.4 Cobrimentos ................................................................................................ 40

4.2.5 Cargas de Vento.......................................................................................... 40

4.3 Primeiro Processamento no TQS – Condições Originais de Projeto ........... 41

4.4 Variações na inércia dos pilares .................................................................. 42

4.4.1 Aumento da espessura dos pilares para 30 cm .......................................... 42

4.4.2 Aumento de 5 cm com foco no sentidos 0° e 180° ...................................... 44

4.4.3 Aumento de 10 cm com foco no sentidos 0° e 180° .................................... 45

4.4.4 Aumento de 15 cm com foco no sentidos 0° e 180° .................................... 46

4.4.5 Aumento de 20 cm com foco no sentidos 0° e 180° .................................... 47

4.4.6 Aumento de 5 cm com foco no sentidos 90° e 270° .................................... 48

4.4.7 Aumento de 10 cm com foco no sentidos 90° e 270° .................................. 50

4.5 Compilação e Análise de Resultados ........................................................... 51

4.6 Comparativo entre o parâmetro Gama-Z e o Processo P-Delta ................... 55

4.7 Consumo de Concreto e Formas ................................................................. 61

4.8 Deslocamentos máximos ............................................................................. 61

5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 63

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 65
9

1 INTRODUÇÃO

As estruturas de concreto armado possuem diversos componentes que


devem ser observados pelos projetistas e engenheiros de estruturas, como por
exemplo, a estabilidade nos edifícios. Um dos elementos mais relevantes nas
análises de estabilidade são os pilares, os quais afetam diretamente no cálculo do
grau de instabilidade de uma edificação. Esses elementos fornecem rigidez à
estrutura dependendo de sua inércia, determinada pelas dimensões, portanto
alterações nos pilares podem influenciar a estabilidade. Com mudanças nesses
elementos, existem impactos nos cálculos dos parâmetros de estabilidade, utilizados
para calcular-se o grau de instabilidade e também os momentos de segunda ordem.
Para obtenção desses valores utilizam-se alguns métodos, entre esses o parâmetro
Gama-Z e o Processo P-Delta.

Para que se entenda como ocorre a variação dos coeficientes citados,


analisar um edifício de concreto armado selecionado e alterando-se as dimensões
dos pilares da mesma é uma situação em que se pode gerar aprendizado e elevar a
sensibilidade com esses valores por meio de um caso particular. Essas alterações
tem o foco em se reduzir o coeficiente Gama-Z a ponto de a estrutura poder ser
considerada de nós fixos, ou seja, que o mesmo seja menor que 1,1. Embasando-se
na NBR 6118/2014 e com a utilização do software de cálculo estrutural TQS, podem-
se estudar esses parâmetros e com um estudo comparativo entre os mesmos
proporcionar um maior conhecimento de um de muitos casos que podem ser
expostos no contexto da Engenharia Civil como um todo.

Após as devidas análises poderá se ponderar sobre a influência da inércia


dos pilares na estabilidade do edifício escolhido, verificando-se como ocorreu a
variação dos valores dos coeficientes estudados e como cada alteração impactou no
quadro final da estabilidade global. Assim, com um enfoque prático, tem-se um
objeto de estudo com resultados explicitados com clareza para que haja facilidade
em se avaliar os impactos da alteração de dimensões dos pilares na edificação
escolhida. Assim permitindo-se aumentar a noção do que os componentes
10

envolvidos nessa análise representam nos cálculos de estabilidade e de momentos


de segunda ordem.

1.1 Justificativa

Em termos mais práticos, o aumento da densidade de edifícios nas grandes


cidades leva as edificações subsequentes a maximizarem as alturas para
compensar a pouca área horizontal disponível. Assim a esbeltez das edificações
tendem a se elevarem, fato que torna o estudo da estabilidade global das mesmas
muito mais relevante, e, com isso estudos de eficiência em distribuição e
dimensionamento de pilares tornam-se fundamentais na análise tanto para
segurança quanto para economia.

Por meio do desenvolvimento desse trabalho, será possível adquirir


aprendizado na utilização de programas de cálculo, assim como a sensibilidade de
julgamento dos valores obtidos nas análises. Sendo assim um grande
desenvolvimento prático dos estudos realizados academicamente, porém acoplado a
sistemas utilizados por projetistas diariamente, enriquecendo assim a praticidade e
autenticidade dos objetos de estudo.

1.2 Objetivo

O objetivo geral do trabalho apresentado é realizar uma análise de um edifício


que terá as seções dos seus pilares variadas, com o intuito de ter sua estrutura
enrijecida e chegar a valores que permitam caracterizá-lo como uma estrutura de
nós móveis. Portanto as alterações tendem a reduzir o valor de Gama-Z para que se
aproxime de 1,1 e ser considerada como tal.

Os objetivos específicos desse trabalho são analisar, comparar e verificar os


valores obtidos para os parâmetros de estabilidade, assim como os valores de
11

deslocamento máximo absoluto horizontal, momentos de segunda ordem calculados


pelo software de cálculo TQS em seu relatório de estabilidade. Essas análises serão
realizadas por meio da compilação dos resultados em tabelas e gráficos para que se
possa facilmente compreender o impacto das mudanças realizadas.

1.3 Organização do Trabalho

A sequência desse trabalho se dará inicialmente com a revisão bibliográfica, o


capítulo 2, com a síntese de artigos e teses que tem relação com os parâmetros de
instabilidade, seus métodos para cálculo dos momentos de segunda ordem e
demais detalhes relevantes no presente estudo. Em seguida, no capítulo 3 será
realizada uma revisão da norma NBR 6118 do ano de 2014 referente a Instabilidade
e Efeitos de 2ª Ordem, destacando os pontos de relevância para as análises que
serão realizadas à frente.

No capítulo 4 serão explicitados os dados da edificação, detalhes construtivos


e justificativa de sua escolha. Posteriormente os critérios utilizados para o
lançamento da estrutura no programa TQS. Serão também analisados o caso inicial
sem alterações na seção dos pilares e os casos após alterações, um a um, para
depois compor esses resultados em um comparativo final, o qual permitirá a última
análise. Essa análise levará em conta os métodos abordados e a comparação entre
eles, assim como as diferenças entre os elementos que afetam a economia da obra
como a quantidade de aço e concreto. Será ainda apresentado o consumo de
concreto e formas do modelo inicial e final, com a realização de um comparativo. Ao
fim do capítulo se avaliarão os deslocamentos máximos e sua variação de acordo
com as mudanças realizadas na edificação.

Com essa organização pretende-se expor os resultados do estudo realizado


mais claramente possível, podendo facilmente ser lido por qualquer interessado no
comparativo final, com o direcionamento sempre prático. Após isso o parecer final
12

será exposto no capítulo 5, com o fechamento da análise e sugestão de próximas


pesquisas a serem realizadas referentes ao tema.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O estudo de Carmo (1995) foi feito com base na experimentação em 30


edifícios usuais de concreto armado, comparando os parâmetros de verificação do
estado limite de deformações excessivas (relação flecha-altura ou a/H) e da
estabilidade global (parâmetro alfa e coeficiente Gama-Z). Inclui-se também a
discussão e comparação de métodos para realizar uma análise global de segunda
ordem nas estruturas levando em conta tanto a não linearidade física como a não
linearidade geométrica. Concluiu-se que se deve utilizar a relação a/H apenas para
verificação de estado limite de deformações excessivas e não para avaliar a
grandeza de efeitos de segunda ordem. Na análise global percebeu-se que os
parâmetros alfa e gama z se correlacionam, sendo o Gama-Z vantajoso para estimar
os esforços finais, incluindo os de segunda ordem. Além disso, foi possível perceber
a tendência do coeficiente Gama-Z avançar além do valor limite de 1,2 e então
sugerir-se que esse limite aumente para 1,3. Finalmente como última observação
viu-se que o valor médio do majorador de esforços pode sofrer variações para faixas
de altura da estrutura, diminuindo na maioria das vezes que se aproxima do topo.

Por meio de seu trabalho, Wordell (2003) objetivou revisar a norma NBR-
6118/2003 em termos de grau de instabilidade de estruturas, que se tornou
obrigatório após a nova revisão, principalmente a presença do carregamento
horiontal de vento, em vista ao intuito de avaliar edifícios altos. Foram estudados
também os parâmetros de instabilidade alfa e Gama-Z, para verificar os efeitos de
segunda ordem influentes na estrutura. Verificou-se em diversas estruturas e fatores
que alteram os valores desses parâmetros, assim podendo definir se a consideração
da não linearidade geométrica será ou não obrigatória. Pode-se verificar mediante a
análise de estruturas a influência das cargas verticais sobre os parâmetros de
instabilidade, sendo as cargas fator diretamente ligado a variação desses
13

parâmetros. Assim, como escrito por Wordell (2003) deve-se reduzir cargas
permanentes no projeto, como por exemplo, contra-piso e divisórias.

No trabalho de Campoó et al. (2005) realizou-se um estudo de parâmetros de


verificação do estado-limite de deformações excessivas considerando a razão entre
a flecha e a altura, os parâmetros alfa e Gama-Z de edifícios em alvenaria estrutural.
A motivação da pesquisa em questão provém do aumento no número médio de
pavimentos em edifícios de alvenaria estrutural. Mostrou-se que o processo P-Delta
e o parâmetro Gama-Z apresentaram resultados muito próximos na avaliação dos
efeitos de segunda ordem em todos os exemplos analisados. Pode-se concluir
também que o método Gama-Z apresenta desempenho melhor na faixa de altura
dos edifícios próxima à base, na qual os esforços internos são maiores e, portanto,
mais relevantes.

O estudo de Pinto e Ramalho (2007) foi composto por aspectos referentes as


análises não linares física e geometrica em estruturas de concreto armado, foram
análisados pórticos planos e suas reduções de inércia em diferentes condições de
carregamento e taxas de armadura, assim gerando estimativas sobre essas
análises. Por meio desses experimentos, indicou-se que a rigidez lateral dos pórticos
planos está ligada às taxas de armadura e ao carregamento aplicado, sendo que
essas foram determinadas conforme sejam maiores ou menores os efeitos benéficos
da compressão nos pilares proveniente do carregamento aplicado.

Moncayo (2011) abordou aspectos relevante da análise de segunda ordem


global de edifícios, por meio dos coeficientes Gama-Z e FAVt, desenvolvido pela
TQS, e também pelo processo P-delta, explicando o funcionamento do mesmo no
sistema computacional TQS. Ocorre nessa dissertação, também, a análise de
esforços de segunda ordem calculados a partir dos de primeira ordem multiplicados
por 95% de Gama-Z. A análise desses esforços se torna cada vez mais necessária,
devido à importância desses elementos na estabilidade global dos edifícios. Para
esse estudo, foram utilizados edifícios de diferentes alturas para os cálculos
numéricos e a obtenção do coeficiente mais vantajoso para ser adotado em termos
de precisão e segurança.
14

No artigo realizado por Junges et al. (2012) descreveu-se e comparou-se os


métodos de análise dos efeitos de segunda ordem global usados em programas
computacionais para dimensionamento de estruturas de concreto armado. Foram
abordados inclusive os parâmetros de estabilidade global e os principais aspectos
envolvidos na análise. Os programas testados foram SAP2000, AltoQI Eberick e
Sistema CAD/TQS. Concluindo-se que a ordem de complexidade no uso e
necessidade de experiência prévia para utilização do mais simples ao mais
complexo é AltoQI Eberick, Sistema CAD/TQS e SAP2000. Essa diferença deve-se
a dificuldades internas dos programas e requisitos de conhecimento em elementos
finitos como o caso do SAP2000 ou por necessidade de sensibilidade nos resultados
para evitar equívocos como no CAD/TQS, deixando o AltoQI Eberick como mais
simples, por apresentar menos ferramentas de cálculo mas que ainda se encaixam
no intervalo confiável de resultados.

Kimura (2014) discursa sobre métodos distintos para o cálculo de pilares em


estruturas de concreto armado. O cálculo de pilares possui diversos pontos a serem
estudados em suas considerações apesar de possuírem normatização pela NBR
6118, portanto é relevante comparar os métodos existentes para que haja mais
segurança, eficiência e sustentabilidade no dimensionamento desses elementos.
Com isso, um dos focos principais de estudos nos softwares de cálculo é a
consideração de efeitos de 2ª ordem, excluindo-se as imperfeições geométricas.
Aborda-se também o estudo detalhado do diagrama N, M, 1/r proposto pela NBR
6118, o qual serve como base para os cálculos mais refinados de efeitos locais de 2ª
ordem. Segundo o estudo, no que diz respeito aos métodos disponíveis são
englobados: pilar padrão com 1/r aproximada, pilar padrão com rigidez κ
aproximada, pilar-padrão acoplado a diagramas N, M, 1/r e método geral. Portanto o
objetivo é apresentar e comparar a eficiência de métodos já existentes e
respaldados pela NBR 6118, visando a influência na estrutura global.

Em De Freitas et al. (2014) analisaram a quantidade de aço utilizada nos


elementos estruturais de uma edificação modelo pelo método manual e com o uso
15

do software de cálculo Eberick V8 – Gold, incluindo um comparativo entre os


mesmos para cada elemento. Concluiu-se que o programa apresentou maiores
áreas de aço para cada elemento estrutural, sendo economicamente inviável em
relação ao modo manual, mas como as diferenças encontradas na maioria dos
elementos estruturais foram mínimas, não haveria uma economia muito considerável
para o projeto arquitetônico proposto. Portanto devido a rapidez e conveniência,
recomenda-se o uso dos softwares de cálculo para facilitar e agilizar o concebimento
de estruturas.

De modo prático Pereira et al. (2015) utilizaram o coeficiente Gama-Z e o


processo P-Delta para avaliar a estabilidade global de estruturas de concreto
armado, utilizando duas hipóteses de combinações de ações, uma com o vento
como principal e outra como secundária. Posteriormente comparou-se essas duas
possibilidades, entre os dois métodos, sendo possível identificar que a hipótese com
momentos mais críticos foi a que considerou o vento como ação principal. Observou-
se entre os dois métodos uma diferença aproximada de 5% nos momentos
máximos, a qual seria reduzida a praticamente zero no caso da utilização do Gama-
Z com valor inteiro, ao contrário de 95% do mesmo como recomendado em norma.
Com esse estudo foi evidenciado pelos autores e percebeu-se que se faz necessário
um estudo semelhante em termos de comparativo entre os métodos, porém com a
variação das inércias dos pilares, para assim medir-se qual o verdadeiro impacto da
mudança dessas seções.

No artigo De Freitas et al. (2016) publicado na revista IBRACON de estruturas


e materiais os autores evidenciam a importância do estudo analítico dos resultados
de modelos simulados no software TQS, com diferentes valores de tensão para
relacionar esses valores com os parâmetros de instabilidade Gama-Z e alfa. Com os
resultados pôde-se inferir que os pilares parede são determinantes no aumento dos
valores do parâmetro de instabilidade Gama-Z. Além disso, a variação de tensão
nos pilares em modelos que incluem pilar parede não tem grande impacto na
variação do parâmetro (entre 1,064 e 1,161). Enquanto que nos modelos sem pilares
parede a variação de tensão foi mais significativa no parâmetro estudado (1,197 e
1,426). Sendo assim os elementos que aumentam a rigidez são mais relevantes
16

nesse estudo, que podem ser tanto pilares parede como também vigas com rigidez
elevada e aumento na seção de pilares na direção de menor rigidez da estrutura.

Com um foco na cidade de Goiânia Araújo (2016) abordou a estabilidade


global por meio de uma análise linear elástica global de dois edifícios, considerando
o parâmetro alfa e Gama-Z com seus respectivos comparativos, localizando os
sentidos que necessitariam obrigatoriamente de uma análise de segunda ordem.
Esse estudo foi realizado em edifícios de 24 pavimentos com 2,75 metros cada,
totalizando 66 metros de altura total e de 31 pavimentos com 3 metros cada,
totalizando 93 metros de altura total, casos em que a alta esbeltez da edificação
evidência a necessidade do cálculo da estabilidade para total segurança, uma vez
que o número desse modelo de prédio cresce cada vez mais. Foi possível perceber
o aumento proporcional do momento de segunda ordem conforme a altura do
edifício aumenta, portanto a análise é relevante e deve ser feita para evitar
problemas no pós obra e mais ainda o colapso total.
17

3 REVISÃO DA NORMA NBR 6118/2014

Nesse capítulo serão elencados os trechos do capítulo 15 da NBR 6118 de


2014 mais relevantes e pertinentes para o presente estudo.

3.1 Instabilidade e efeitos de 2ª ordem

Segundo a NBR 6118/2014, nas estruturas de concreto armado, o estado-


limite último de instabilidade é atingido sempre que, ao crescer a intensidade do
carregamento e, portanto, das deformações, há elementos submetidos à flexo-
compressão em que o aumento da capacidade resistente passa a ser inferior ao
aumento da solicitação.

Existem nas estruturas três tipos de instabilidade:

a) nas estruturas sem imperfeições geométricas iniciais, pode haver (para casos
especiais de carregamento) perda de estabilidade por bifurcação do equilíbrio
(flambagem);

b) em situações particulares (estruturas abatidas), pode haver perda de estabilidade


sem bifurcação do equilíbrio por passagem brusca de uma configuração para outra
reversa da anterior (ponto - limite com reversão);

c) em estruturas de material de comportamento não linear, com imperfeições


geométricas iniciais, não há perda de estabilidade por bifurcação do equilíbrio,
podendo, no entanto, haver perda de estabilidade quando, ao crescer a intensidade
do carregamento, o aumento da capacidade resistente da estrutura passa a ser
menor do que o aumento da solicitação (ponto-limite sem reversão).
18

De acordo com a NBR 6118/2014, os efeitos de 2ª ordem se somam aos


obtidos em uma análise de primeira ordem (em que o equilíbrio da estrutura é
estudado na configuração geométrica inicial), quando a análise do equilíbrio passa a
ser efetuada considerando a configuração deformada. Nesses efeitos deve ser
considerado o comportamento não linear dos materiais, podendo ser desprezados
sempre que não forem iguais ou maiores que 10 % das reações e das solicitações
relevantes na estrutura.

3.2 Princípio básico de cálculo

De acordo com a NBR 6118/2014, a análise estrutural com efeitos de 2ª


ordem deve assegurar que, para as combinações mais desfavoráveis das ações de
cálculo, não ocorra perda de estabilidade nem esgotamento da capacidade
resistente de cálculo. A não linearidade física também deve ser considerada.
A deformabilidade dos elementos deve ser calculada com base nos
diagramas tensão-deformação dos materiais. A tensão de pico do concreto deve ser
igual a 1,10 fcd, já incluído o efeito de carga mantida (Rüsch), e a do aço deve ser
igual à fyd, com os valores de γc e γs utilizados para o ELU.

3.3 Relações momento-curvatura

O principal efeito da não linearidade física pode, em geral, ser considerado


através da construção da relação momento-curvatura para cada seção, com
armadura suposta conhecida, e para o valor da força normal atuante. Pode ser
considerada também a formulação de segurança em que se calculam os efeitos de
2ª ordem das cargas majoradas de γf/γf3, que posteriormente são majorados de γf3,
com γf3= 1,1, com a seguinte equação proveniente da NBR 6118/2014:

(Eq.01)
19

Onde:

(Eq. 02)
[ ( ∑ )]

Assim, a relação momento-curvatura apresenta o aspecto da Figura 1 abaixo:

FIGURA 1: GRAFICO DA RELAÇÃO MOMENTO – CURVATURA.

FONTE: NBR 6118/2014

A curva cheia AB, obtida considerando o valor de força normal igual à NRd/γf3,
que a favor da segurança pode ser linearizada pela reta AB, é utilizada no cálculo
das deformações. A curva tracejada, obtida com os valores de cálculo das
resistências do concreto e do aço, é utilizada somente para definir o esforço
resistente MRd correspondente a NRd (ponto máximo). A reta AB é caracterizada pela
rigidez secante (EI)sec, que pode ser utilizada em processos aproximados para flexão
composta normal ou oblíqua.
20

A NBR 6118/2014 define como rigidez secante adimensional sec o valor dado
por:

(Eq. 03)

Onde:

h é a altura da seção considerada.

Esse valor da rigidez secante adimensional pode ser colocado, em conjunto com os
valores últimos de NRd e MRd, em ábacos de interação força normal-momento fletor.

3.4 Imperfeições geométricas

As imperfeições geométricas (global e local) devem ser consideradas de


acordo com a NBR 6118/2014 que enuncia:

Para pilares de seção retangular, quando houver a necessidade de calcular


os efeitos locais de 2ª ordem, a verificação do momento mínimo pode ser
considerada atendida quando, no dimensionamento adotado, obtém-se uma
envoltória resistente que englobe a envoltória mínima com 2ª ordem, cujos
momentos totais são calculados a partir dos momentos mínimos de 1ª ordem e de
acordo com 15.8.3 (Ver NBR 6118/2014).
A consideração desta envoltória mínima pode ser realizada através de duas
análises à flexão composta normal, calculadas de forma isolada e com momentos
fletores mínimos de 1ª ordem atuantes nos extremos do pilar, nas suas direções
principais, como se observa na Figura 2.
21

FIGURA 2: ENVOLTÓRIA MÍNIMA COM SEGUNDA ORDEM.

FONTE: NBR 6118/2014

3.5 Definição de efeitos globais, locais e localizados de 2ª ordem

Segundo a NBR 6118/2014, sob a ação das cargas verticais e horizontais, os


nós da estrutura deslocam-se horizontalmente. Os esforços de 2ª ordem decorrentes
desses deslocamentos são chamados efeitos globais de 2ª ordem. Nas barras da
estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos não se mantêm retilíneos,
surgindo aí efeitos locais de 2ª ordem que, em princípio, afetam principalmente os
esforços solicitantes ao longo delas.

3.6 Definição de estruturas de nós fixos e estruturas de nós móveis

As estruturas são consideradas, para efeito de cálculo, de nós fixos, quando


os deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e, por decorrência, os efeitos
globais de 2ª ordem são desprezíveis (inferiores a 10 % dos respectivos esforços de
1ª ordem). Nessas estruturas, basta considerar os efeitos locais e localizados de 2ª
ordem.
22

As estruturas de nós móveis são aquelas onde os deslocamentos horizontais


não são pequenos e, em decorrência, os efeitos globais de 2ª ordem são
importantes (superiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª ordem). Nessas
estruturas devem ser considerados tanto os esforços de 2ª ordem globais como os
locais e localizados. Porém a NBR 6118/2014 enuncia que há estruturas em que os
deslocamentos horizontais são grandes e que dispensam a consideração dos efeitos
de 2ª ordem por serem pequenas as forças normais e, portanto, pequenos os
acréscimos dos deslocamentos produzidos por elas; isso pode acontecer em postes
e em certos pilares de galpões industriais.

3.7 Contraventamento

Existem subestruturas com alta rigidez a ações horizontais que resistem à


maioria dessas, sendo assim chamadas subestruturas de contraventamento. Os
elementos que não se enquadram nessa característica são chamados de elementos
contraventados. De acordo com a NBR 6118/2014 as subestruturas de
contraventamento podem ser de nós fixos ou de nós móveis.

3.8 Parâmetro de instabilidade α

Uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada como sendo de nós
fixos se seu parâmetro de instabilidade α for menor que o valor α1, conforme a
expressão encontrada na NBR 6118/2014:

√ (Eq. 04)

Onde:

α 1 = 0,2 + 0,1n se: n 3


α 1 = 0,6 se: n 4
23

Onde:

n é o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de um


nível pouco deslocável do subsolo;
Htot é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível
pouco deslocável do subsolo;
Nk é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível
considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico;
EcsIc representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na direção
considerada.
No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com pilares de
rigidez variável ao longo da altura, pode ser considerado o valor da expressão EcsIc
de um pilar equivalente de seção constante.

O valor de Ic deve ser calculado considerando as seções brutas dos pilares.


A rigidez do pilar equivalente deve ser determinada como citado na NBR 6118/2014:

— calcular o deslocamento do topo da estrutura de contraventamento, sob a ação


do carregamento horizontal na direção considerada;

— calcular a rigidez de um pilar equivalente de seção constante, engastado na base


e livre no topo, de mesma altura Htot, tal que, sob a ação do mesmo carregamento,
sofra o mesmo deslocamento no topo.

O valor-limite α1 = 0,6 prescrito para n ≥ 4 é, em geral, aplicável às estruturas


usuais de edifícios.
Para associações de pilares-parede e para pórticos associados a pilares-
parede, adotar α1 = 0,6. No caso de contraventamento constituído exclusivamente
por pilares-parede, adotar α1 = 0,7. Quando só houver pórticos, adotar α1 = 0,5.
24

3.9 Coeficiente Gama-Z (γz)

O coeficiente Gama-Z de avaliação da importância dos esforços de segunda


ordem globais é válido para estruturas reticuladas de no mínimo quatro andares. Ele
pode ser determinado a partir dos resultados de uma análise linear de primeira
ordem, para cada caso de carregamento, adotando-se os valores de rigidez dados
na NBR 6118/2014.

O valor de Gama-Z para cada combinação de carregamento é dado pela


expressão:

(Eq. 05)

Onde:

M1,tot,d é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as


forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em
relação à base da estrutura;
Mtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na
combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos
horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem.

Considera-se que a estrutura é de nós fixos se for obedecida a condição γz 1,1.

3.10 Análise de estruturas de nós móveis

3.10.1 Análise não linear com 2ª ordem

Como enuncia a NBR 6118/2014, na análise estrutural de estruturas de nós


móveis, devem ser obrigatoriamente considerados os efeitos da não linearidade
25

geométrica e da não linearidade física, e no dimensionamento devem ser


obrigatoriamente considerados os efeitos globais e locais de 2ª ordem.

Uma solução aproximada para a determinação dos esforços globais de 2ª


ordem consiste na avaliação dos esforços finais (1ª ordem + 2ª ordem) a partir da
majoração adicional dos esforços horizontais da combinação de carregamento
considerada por 0,95 γz. Esse processo só é válido para γz 1,3.
3.10.2 Consideração aproximada da não linearidade física

Para a análise dos esforços globais de 2ª ordem, em estruturas reticuladas


com no mínimo quatro andares, pode ser considerada a não linearidade física de
maneira aproximada, tomando-se como rigidez dos pilares o seguinte valor:

(EI)sec = 0,8 EcIc (Eq. 06)

Onde:

Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o caso,


as mesas colaborantes.
Ec é o valor representativo do módulo de deformação do concreto conforme 15.5.1
(NBR 6118/2014).
Os valores de rigidez adotados nesta subseção são aproximados e não
podem ser usados para avaliar esforços locais de 2ª ordem, mesmo com uma
discretização maior da modelagem.

3.11 Análise dos efeitos locais de 2ª ordem

A análise global de 2ª ordem fornece apenas os esforços nas extremidades


das barras, devendo ser realizada uma análise dos efeitos locais de 2ª ordem ao
longo dos eixos das barras comprimidas, de acordo com a NBR 6118/2014. Os
elementos isolados, para fins de verificação local, devem ser formados pelas barras
26

comprimidas retiradas da estrutura, com comprimento correspondente a le, porém


aplicando-se às suas extremidades os esforços obtidos através da análise global de
2ª ordem.

3.11.1 Análise de elementos isolados

Os pilares devem ter índice de esbeltez menor ou igual a 200 ( 200).


Apenas no caso de elementos pouco comprimidos com força normal menor que 0,10
fcdAc, o índice de esbeltez pode ser maior que 200. Para pilares com índice de
esbeltez superior a 140, na análise dos efeitos locais de 2ª ordem, devem-se
multiplicar os esforços solicitantes finais de cálculo por um coeficiente adicional γn1,
dado pela expressão:

[ ] (Eq. 07)

3.11.2 Dispensa da análise dos efeitos locais de 2ª ordem

Os esforços locais de 2ª ordem em elementos isolados podem ser


desprezados quando o índice de esbeltez for menor que o valor-limite 1. O índice de
esbeltez deve ser calculado pela expressão:

(Eq. 08)

No caso de pilar engastado na base e livre no topo, o valor de le é igual a 2l.


Segundo a NBR 6118/2014, o valor de 1 depende de diversos fatores, mas
os preponderantes são:

— a excentricidade relativa de 1ª ordem e1/h na extremidade do pilar onde ocorre o


momento de 1ª ordem de maior valor absoluto;
— a vinculação dos extremos da coluna isolada;
— a forma do diagrama de momentos de 1ª ordem.
27

O valor de 1 pode ser calculado pela expressão:


(Eq. 09)

Onde:

351 90 e onde o valor de αb deve ser obtido conforme estabelecido a seguir:

a)para pilares biapoiados sem cargas transversais:

αb = 0,60 + 0,40MB/MA 0,40

Sendo:

1,0  α b  0,4

Onde:

MA e MB são os momentos de 1ª ordem nos extremos do pilar, obtidos na


análise de 1ª ordem no caso de estruturas de nós fixos e os momentos totais (1ª
ordem + 2ª ordem global) no caso de estruturas de nós móveis. Deve ser adotado
para MA o maior valor absoluto ao longo do pilar biapoiado e para MB o sinal positivo,
se tracionar a mesma face que MA, e negativo, em caso contrário.

b) para pilares biapoiados com cargas transversais significativas ao longo da altura:

αb = 1,0

c) para pilares em balanço:

αb = 0,80 + 0,20MC/MA  0,85


28

Sendo:

1,0  αb 0,85

Onde:

MA é o momento de 1ª ordem no engaste e MC é o momento de 1ª ordem no


meio do pilar em balanço.

d) para pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o momento


mínimo:

αb = 1,0

3.12 Métodos de determinação dos efeitos locais de 2ª ordem

Em barras submetidas à flexo-compressão normal, o cálculo pode ser feito


pelo método geral ou por métodos aproximados, de acordo com o enunciado na
norma em questão.

3.12.1 Método geral

Consiste na análise não linear de 2ª ordem efetuada com discretização


adequada da barra, consideração da relação momento-curvatura real em cada
seção e consideração da não linearidade geométrica de maneira não aproximada.

O método geral é obrigatório para  >140.

3.12.2 Métodos aproximados

3.12.2.1 Método do pilar-padrão com curvatura aproximada


29

Pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com  90, com seção
constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo. A não linearidade
geométrica é considerada de forma aproximada, supondo-se que a deformação da
barra seja senoidal. A não linearidade física é considerada através de uma
expressão aproximada da curvatura na seção crítica.

O momento total máximo no pilar deve ser calculado pela expressão:

(Eq. 10)

Sendo 1/r a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão
aproximada:

(Eq. 11)

Onde:

 = Nd / (Ac fcd)

Onde:
h é a altura da seção na direção considerada;
 é a força normal adimensional;
O momento M1d,A e o coeficiente αb têm as mesmas definições de 15.8.2 (Ver NBR
6118/2014), sendo M1d,A o valor de cálculo de 1ª ordem do momento MA.

3.12.2.2 Método do pilar-padrão com rigidez κ aproximada

Pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com 90, com seção
retangular constante e armadura simétrica e constante ao longo de seu eixo.
30

A não linearidade geométrica deve ser considerada de forma aproximada,


supondo-se que a deformação da barra seja senoidal. A não linearidade física deve
ser considerada através de uma expressão aproximada da rigidez.

O momento total máximo no pilar deve ser calculado a partir da majoração do


momento de 1ª ordem pela expressão:

(Eq. 12)

Para o valor da rigidez adimensional κ pode ser utilizada a expressão


aproximada:

( ) (Eq. 13)

Em um processo de dimensionamento, toma-se MRd,tot = MSd,tot. Em um


processo de verificação, onde a armadura é conhecida, MRd,tot é o momento
resistente calculado com essa armadura e com Nd = NSd = NRd.
Usualmente, duas ou três iterações são suficientes quando se optar por um
cálculo iterativo.
Esse processo em um caso de dimensionamento recai na formulação
proveniente da NBR 6118/2014 dada abaixo:

(Eq. 14)

Onde:
31

Resultando em:


(Eq. 15)

3.12.2.3 Método do pilar-padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r

A determinação dos esforços locais de 2ª ordem em pilares com 140 pode


ser feita pelo método do pilar-padrão ou pilar-padrão melhorado, utilizando-se para a
curvatura da seção crítica os valores obtidos de diagramas M, N, 1/r específicos para
o caso.
Se > 90, é obrigatória a consideração dos efeitos da fluência, de acordo com
a NBR 6118/2014 no item 8.2.11.

3.12.2.4 Método do pilar-padrão para pilares de seção retangular submetidos à


flexão composta oblíqua

Quando a esbeltez de um pilar de seção retangular submetido à flexão


composta oblíqua for menor ou igual que 90 ( 90) nas duas direções principais,
podem ser aplicados os processos aproximados, simultaneamente, em cada uma
das duas direções.
A obtenção dos momentos de 2ª ordem em cada direção é diferente, pois
depende de valores distintos de rigidez e esbeltez.
Uma vez obtida a distribuição de momentos totais (1ª e 2ª ordens), em cada
direção, a NBR 6118/2014 julga que deve ser verificada, para cada seção ao longo
do eixo, se a composição desses momentos solicitantes fica dentro da envoltória de
momentos resistentes para a armadura escolhida. Essa verificação pode ser
realizada em apenas três seções: nas extremidades A e B e em um ponto
intermediário onde se admite atuar concomitantemente os momentos Md,tot nas duas
direções (x e y).
32

4 METODOLOGIA

4.1 Edificação escolhida

Para a realização do presente estudo, foi selecionada uma edificação da qual


foram disponibilizados os projetos arquitetônicos e estruturais do pavimento tipo,
sendo o uso para esse estudo autorizado pelos autores. Esse edifício se localiza na
cidade de Joinville em Santa Catarina, o que será relevante nos critérios de entrada
para obtenção dos valores referentes aos esforços de ventos. Para a análise
realizada, foram utilizadas apenas a planta do pavimento tipo com 20 repetições e
uma de cobertura, julgando-se que o detalhamento de diferentes pavimentos como
mezanino, casa de máquinas e caixa d’água não teriam impacto relevante na análise
da estabilidade global.

O prédio escolhido para o estudo possui mais que quatro andares, devido a
maior relevância de análises minuciosas quando a altura da edificação é elevada,
além de que o coeficiente Gama-Z é aplicado apenas a partir dessa situação em
diante no número de pavimentos. É importante ressaltar que existem algumas
particularidades no projeto selecionado como por exemplo a mistura entre lajes
maciças e nervuradas, e a utilização de pilares que podem ser considerados pilares
parede nas regiões mais centrais, enquanto nos extremos possuem menores
dimensões, com o provável intuito de obter um espaço livre maior nos ambientes da
edificação que correspondem aos apartamentos e as garagens.

O tipo da edificação é residencial, portanto a planta tipo utilizada como base


para a elaboração do projeto no TQS, conforme a Figura 3, possui 615 m² de área,
contendo 4 apartamentos, 3 elevadores, escadaria e o hall. Justamente nessas
áreas próximas aos elevadores se localizam os pilares mais longos com até 2,80
metros de comprimento e espessuras que em sua maioria são em torno de 20
centímetros. Nessa mesma parte mais central se localizam a maioria das lajes
maciças de 10 centímetros, enquanto que nos extremos são nervuradas de 25
centímetros com algumas exceções. Nas extremidades os pilares tem dimensões
33

mais reduzidas, como explicado anteriormente, com dimensões de até 1,20 metros e
espessuras semelhantes aos demais.

FIGURA 3: PLANTA DO TIPO - PROJETO ARQUITETÔNICO.

FONTE: O Autor (Adaptado de Projeto Arquitetônico de Rodrigo Gonçalves Borges).


34

A fim de verificar se com áreas de influência assumidas a dimensão dos


pilares seria adequada para resistir aos esforços necessários, realizou-se um cálculo
simples de pré-dimensionamento. Nesse cálculo foram consideradas cargas padrão
para baldrame, pavimento tipo e cobertura, conforme elencadas na Tabela 1.

TABELA 1: VALORES DE CARGA POR PAVIMENTO.

Pav. Carga F (tf/m²)

Cobertura 0.9

Tipo 1.3

Baldrame 0.8
FONTE: O Autor.

Para prosseguir com esse cálculo utiliza-se o coeficiente majorador de cargas


β, definido de acordo com a posição dos pilares, conforme a Tabela 2.

TABELA 2: VALORES DE CARGA EM PILARES POR LOCALIZAÇÃO.

Local. Nom. Carga (tf/m²)

Intermediário Int. 1

Extremidade Ext. 1.2

Canto Canto 1.4


FONTE: O Autor.

A força estimada para cada pilar é calculada por meio da multiplicação do


número de pavimentos de cada tipo (Nr) pelos respectivos valores de carga da
Tabela 1 e após isso majoradas pelo coeficiente majorador β da Tabela 2, que com
a tensão admissível de 85% de fcd recomendada pela NBR 6118, considerando o
fck de 35 MPa correspondendo a 2125 tf/m². Dividindo-se a força obtida pela tensão
35

admissível pode-se obter a área necessária de cada pilar, conforme as formulas


elencadas abaixo.

∑ (Eq. 16)

(Eq. 17)
36

Tabela 3 - PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES.

Pré-Dimensionamento dos Pilares


Área Área Dif.
Área de Nr Nr Nr
Pilar Tipo original β N (tf) Nec. Áreas
Inf. (m²) Cob. Tipo Bald.
(m²) (m²) (%)
P1 Ext 0.152 10.05 1 20 1 1.2 278.48 0.157 -3.3%
P2 Ext 0.152 10.05 1 20 1 1.2 278.48 0.157 -3.3%
P3 Int 0.198 13.10 1 20 1 1 362.76 0.171 16.0%
P4 Int 0.228 15.08 1 20 1 1 417.72 0.197 16.0%
P5 Ext 0.342 22.62 1 20 1 1.2 626.58 0.354 -3.3%
P6 Int 0.225 14.88 1 20 1 1 412.23 0.194 16.0%
P7 Int 0.700 46.30 1 20 1 1 1282.48 0.604 16.0%
P8 Ext 0.220 14.55 1 20 1 1.2 403.07 0.228 -3.3%
P9 Ext 0.152 10.05 1 20 1 1.2 278.48 0.157 -3.3%
P10 Ext 0.228 15.08 1 20 1 1.2 417.72 0.236 -3.3%
P11 Int 0.180 11.91 1 20 1 1 329.78 0.155 16.0%
P12 Int 0.176 11.64 1 20 1 1 322.45 0.152 16.0%
P13 Int 0.152 10.05 1 20 1 1 278.48 0.131 16.0%
P14 Int 0.475 31.42 1 20 1 1 870.26 0.410 16.0%
P15 Int 0.475 31.42 1 20 1 1 870.26 0.410 16.0%
P16 Ext 0.228 15.08 1 20 1 1.2 417.72 0.236 -3.3%
P17 Int 0.495 32.74 1 20 1 1 906.90 0.427 16.0%
P18 Ext 0.228 15.08 1 20 1 1.2 417.72 0.236 -3.3%
P19 Ext 0.126 8.33 1 20 1 1.2 230.85 0.130 -3.3%
P20 Int 0.456 30.16 1 20 1 1 835.45 0.393 16.0%
P21 Int 0.456 30.16 1 20 1 1 835.45 0.393 16.0%
P22 Int 0.532 35.21 1 20 1 1 975.42 0.459 16.0%
P23 Int 0.251 16.59 1 20 1 1 459.50 0.216 16.0%
P24 Int 0.416 27.52 1 20 1 1 762.34 0.359 16.0%
P25 Ext 0.228 15.08 1 20 1 1.2 417.72 0.236 -3.3%
P26 Ext 0.198 13.10 1 20 1 1.2 362.76 0.205 -3.3%
P27 Int 0.300 19.84 1 20 1 1 549.64 0.259 16.0%
P28 Int 0.263 17.36 1 20 1 1 480.93 0.226 16.0%
P29 Ext 0.171 11.31 1 20 1 1.2 313.29 0.177 -3.3%
P30 Ext 0.220 14.55 1 20 1 1.2 403.07 0.228 -3.3%
P31 Int 0.300 19.84 1 20 1 1 549.64 0.259 16.0%
P32 Int 0.200 13.23 1 20 1 1 366.42 0.172 16.0%
P33 Int 0.152 10.05 1 20 1 1 278.48 0.131 16.0%
P34 Int 0.220 14.55 1 20 1 1 403.07 0.190 16.0%
FONTE: O Autor.

Pode-se na observação da Tabela 3, confrontar os valores de área obtidos


pelo cálculo e os valores de área real, nessa análise percebe-se que os pilares de
extremidades estariam com uma falta de aproximadamente 3,3% da área
37

necessária, valor que pode ser considerado pequeno em uma análise superficial e
preliminar como essa. Portanto considerou-se que todos os pilares possuem as
dimensões adequadas mesmo previamente as alterações pretendidas para variação
dos parâmetros de estabilidade.

Posteriormente a edificação escolhida foi lançada no modelador gráfico do


TQS com as mesmas características originais, preservando todas as dimensões
adotadas pelo projetista, para que no primeiro processamento dessa estrutura,
fossem obtidos resultados iniciais. Após esse processamento, variações foram
realizadas nas dimensões dos pilares para gerar um impacto nos valores de
interesse, ou seja, o coeficiente de estabilidade Gama-Z. As Figuras 4 e 5 a seguir
contém imagens do software TQS, após o lançamento inicial de todos os elementos
da estrutura, em 3D e em planta, respectivamente.

Figura 4: EDIFÍCIO EM 3D GERADO PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).


38

Figura 5: PLANTA GERADA NO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).


39

4.2 Critérios Adotados

No software utilizado, o TQS, deve-se antes do concebimento da estrutura,


adotar diversos dados necessários para o seu cálculo. Primeiramente no TQS
utilizou-se as configurações iniciais padrão, como estrutura em concreto armado,
seguindo a NBR 6118 atual de 2014.

4.2.1 Modelo Estrutural

Na seção Modelo, foi selecionado o modelo estrutural IV, o qual consiste em


um modelo de vigas e pilares, flexibilizado conforme critérios. Esses critérios
consistem na modelagem do edifício por um pórtico espacial mais os modelos dos
pavimentos (vigas contínuas ou grelhas). Também se selecionou o modelo
independente, ou seja, sem juntas ou torres separadas, trabalhando como um corpo
único.

4.2.2 Pavimentos

Para todos os pavimentos utilizou-se o pé direito de 2,85 metros, sendo esses


divididos entre fundação, tipo (20 repetições) e cobertura, porém com o uso da
mesma planta, como explicado anteriormente. Devido a presença de algumas lajes
nervuradas, os pavimentos tipo e de cobertura foram encaixados no modelo
estrutural de grelha de lajes nervuradas, enquanto o de fundação no de grelha de
lajes planas.
40

4.2.3 Materiais

Na etapa de fornecimento do fck, selecionou-se a opção de utilizar apenas


valores tabelados, em concreto armado. Devido à localização da edificação, tem-se
um ambiente urbano com classe de agressividade moderada, ou seja, classe II. O
projeto especifica o fck 35 Mpa para todos os elementos, sem diferenciação,
portanto foi esse o valor utilizado.

4.2.4 Cobrimentos

Os cobrimentos adotados, com amparo da NBR 6118, foram 2,5 centímetros


para lajes, vigas e pilares; enquanto que para fundações foi de 3 centímetros. O
cobrimento para elementos em contato com o solo foi de 3 centímetros para vigas e
lajes, enquanto que para pilares foi de 4,5 centímetros.

4.2.5 Cargas de Vento

Para o cálculo do coeficiente de arrasto pelo próprio TQS é necessário que


alguns componentes desse cálculo sejam escolhidos. Primeiramente a velocidade
básica V0 que corresponde a velocidade de uma rajada de vento de 3 segundos
excedida em média uma vez em 50 anos, que para região de Joinville em Santa
Catarina corresponde a 42 m/s (metros por segundo). A variável S1 que
corresponde ao fator topográfico do terreno, que considera os relevos do terreno,
pode ser considerado 1,00. Posteriormente a variável S2, depende da classe de
rugosidade, a qual considera-se classe IV, pois trata-se de uma zona urbana com
obstáculos numerosos e pouco espaçados; para mesma variável tem-se a classe da
edificação, nesse caso classe C devido a maior dimensão horizontal ou vertical
41

superar 50 metros. Por fim a variável S3, correspondente ao fator estatístico,


considerado 1,00 por se tratar de uma edificação regular e residêncial.

4.3 Primeiro Processamento no TQS – Condições Originais de Projeto

Com as condições iniciais, ou seja, provenientes dos projetos fornecidos


pelos autores dos mesmos, realizou-se um processamento do edifício para se
avaliar a estabilidade global da estrutura por meio do relatório gerado pelo próprio
TQS. Nesse primeiro caso, avaliou-se os parâmetros de estabilidade Gama-Z para
os carregamentos simples de vento nos 4 sentidos (0°, 90°, 180° e 270°), que
encontram-se na Tabela 4 retirada do próprio software.

Tabela 4: VALORES INICIAIS DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO


TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Como explicitado na Tabela 4, tanto as angulações de 90° e 270° como as de


0° e 180° estão excedendo o valor de Gama-Z desejável de 1,1 para a consideração
de nós fixos, o qual é o propósito desse estudo, apresentando também momentos
de segunda ordem elevados. Para esses valores iniciais os deslocamentos máximos
absolutos horizontais foram de 2,20 centímetros ou H/2726 para a direção do eixo
42

vertical e 10,24 centímetros ou H/585 na direção do eixo horizontal. Esses valores


podem ser colocados em confronto com a norma que determina H/1700 ou 3,52
centímetros para o caso da edificação com aproximadamente 60 metros de altura,
sendo perceptível a necessidade de se enrijecer no sentido do eixo horizontal para
que os deslocamentos sejam respaldados pela norma.

4.4 Variações na inércia dos pilares

Para que a estrutura seja enrijecida, ou seja, torne-se mais estável, as


dimensões dos pilares serão alteradas, consequentemente aumentando-se a inércia
no sentido que foi alterada a dimensão. Para a presente análise, uma série de
alterações serão realizadas a fim de monitorar o impacto que terão no coeficiente
de estabilidade Gama-Z. Esses aumentos de seção serão padronizados para todos
os pilares e feitos principalmente para aumentar a inércia dos sentidos com o Gama-
Z elevado, em 0° e 180°, ou seja, no eixo horizontal, analogamente os sentidos 90° e
270° correspondem ao eixo vertical. Nesses aumentos não se tem a intenção de
alterar a arquitetura, portanto não serão realizadas rotações nos pilares.
Primeiramente serão elencadas as alterações com os seus resultados e motivos da
variação escolhida, posteriormente serão analisados em conjunto para gerar
comparações e conclusões.

4.4.1 Aumento da espessura dos pilares para 30 cm

A primeira alteração realizada consistiu em padronizar a espessura de todos


os pilares em 30 cm, para posteriormente restringir os aumentos de seção em
sentidos específicos. Esse aumento de espessura foi realizado conforme os
exemplos abaixo presentes nas Figuras 6 e 7.
43

FIGURA 6: ALTERAÇÃO DE PILARES NA VERTICAL.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

FIGURA 7: ALTERAÇÃO DE PILARES NA HORIZONTAL.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Com mudança e um novo processamento da edificação no TQS obteram-se


os resultados presentes na Tabela 5 abaixo.

TABELA 5: ALTERAÇÃO 1 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).


44

Analisando-se os valores de Gama-Z, foram reduzidos em ambos os sentidos,


de forma significativa, pois antes existiam pilares de espessuras entre 19 e 25
centímetros. Nas direções 90° e 270° o coeficiente caiu de 1,282 para 1,188;
enquanto para 0° e 180° de 1,488 para 1,273; sendo essa última mais significativa e
gerando impacto no momento de segunda ordem M2 devido ao aumento da rigidez,
chegando mais próximo do valor de 1,1 para Gama-Z.

4.4.2 Aumento de 5 cm com foco no sentidos 0° e 180°

Nessa alteração elevou-se a dimensões que afetariam de modo mais direto a


estabilidade nos sentidos 0° e 180°, portanto, com base na planta, os pilares na
vertical tiveram suas espessuras aumentadas em 5 centímetros, enquanto os na
horizontal tiveram seus comprimentos aumentados em 5 centímetros. Esse aumento
foi realizado conforme os exemplos abaixo presentes nas Figuras 8 e 9.

FIGURA 8: ALTERAÇÃO DE PILARES NA VERTICAL (+5CM EM 0° E 180°).

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).


45

figura 9: alteração de pilares na horizontal (+5cm em 0° e 180°).

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Do mesmo modo que anteriormente, processou-se o edifício novamente e os


resultados da Tabela 6 abaixo foram obtidos.

TABELA 6: ALTERAÇÃO 2 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Analisando-se os valores obtidos, percebe-se que os valores de Gama-Z


reduziram em ambos os sentidos porém a redução nas angulações de 90° e 270° foi
consideravelmente pequena para essa análise, caindo de 1,188 para 1,180;
enquanto que para para 0° e 180° a redução foi de 1,273 para 1,230. Percebe-se
que nessa alteração obteve-se um valor menor para os momentos de segunda
ordem M2 calculados, enfatizando que isso se deve ao fato de Gama-Z ter reduzido
em direção ao valor de 1,1.

4.4.3 Aumento de 10 cm com foco no sentidos 0° e 180°


46

Do mesmo modo que a alteração anterior em 4.4.2, aumentou-se mais 5


centímetros, totalizando 10 centímetros alterados com o foco em enrijecer a
estrutura nos sentidos 0° e 180°. A espessura dos pilares na vertical e o
comprimento dos pilares na horizontal sofreram essa alteração para realizar-se um
novo processamento com os resultados obtidos na Tabela 7 abaixo.

TABELA 7: ALTERAÇÃO 3 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Analisando-se os valores obtidos, percebe-se que os valores de Gama-Z


reduziram em ambos os sentidos porém a redução nas angulações de 90° e 270° foi
superior ao caso anterior, caindo de 1,180 para 1,166; enquanto que para para 0° e
180° a redução foi de 1,230 para 1,197. Percebe-se que por mais que o
enrijecimento seja focado em uma direção, ambas são afetadas conforme existe a
progressão dessas alterações.

4.4.4 Aumento de 15 cm com foco no sentidos 0° e 180°

Do mesmo modo que a alteração anterior em 4.4.3, aumentou-se mais 5


centímetros, totalizando 15 centímetros alterados com o foco em enrijecer a
estrutura nos sentidos 0° e 180°. A espessura dos pilares na vertical e o
comprimento dos pilares na horizontal sofreram essa alteração para realizar-se um
novo processamento com os resultados na Tabela 8 obtidos abaixo.
47

TABELA 8: ALTERAÇÃO 4 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Analisando-se os valores obtidos, percebe-se que os valores de Gama-Z


continuaram reduzindo em ambos os sentidos porém a redução nas angulações de
90° e 270° foi novamente ínfima, caindo de 1,166 para 1,162; enquanto que para
para 0° e 180° a redução foi de 1,197 para 1,173. Percebe-se que com uma
alteração constante na seção, os valores de Gama-Z são sempre reduzidos, mas
nem sempre possuem grande impacto no sentido fora do foco. Para tanto deve-se
prosseguir com as alterações para verificar até onde pode-se chegar com diferenças
relevantes no parâmetro de estabilidade, até que não possua grandes diferenças.

4.4.5 Aumento de 20 cm com foco no sentidos 0° e 180°

Para elevar-se o nível da análise, realizou-se novamente um aumento


análogo aos anteriores de mais 5 centímetros, resultando em 20 centímetros de
alteração total. Assim com esse último aumento nessa direção, obtiveram-se os
resultados na Tabela 9 abaixo.
48

TABELA 9: ALTERAÇÃO 5 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Analisando-se os valores obtidos nessa última alteração com foco nos


sentidos 0° e 180°, percebe-se que os valores de Gama-Z continuam caindo, como
foi identificado até aqui. Nas angulações de 90° e 270° caiu de 1,162 para 1,157;
enquanto que para 0° e 180° a redução foi de 1,173 para 1,155. Com esse resultado
verificou-se que ambos os valores de Gama-Z ficaram muito próximos, com o
sentido de foco ligeiramente menor, sendo portanto evidente que o próximo passo
em termos de alteração deve ser com foco no sentido contrário, cumulativamente
com as alterações realizadas até aqui. Isso se dá também pela necessidade de
reduzir os deslocamentos máximos absolutos horizontais que até esse ponto tiveram
valores de H/4852 ou 1,23 centímetros para o eixo vertical e H/1677 ou 3,57
centímetros para o horizontal, percebendo-se que o segundo está caminhando e se
encontra proximamente do permitido por norma de H/1700 ou 3,52 centímetros.

4.4.6 Aumento de 5 cm com foco no sentidos 90° e 270°

Conservando-se todas as mudanças anteriores, alterou-se o foco para o outro


sentido, assim aumentando-se o comprimento dos pilares da vertical em 5
centímetros, enquanto nos da horizontal na espessura em mesma magnitude. Essa
mudança fez-se necessária para avaliar o impacto causado que esse tipo de
49

variação de sentido no aumento da inércia ocasionaria. Esse aumento foi realizado


conforme os exemplos abaixo presentes nas Figuras 10 e 11.

FIGURA 10: ALTERAÇÃO DE PILARES NA VERTICAL (+5CM EM 90° E 270°).

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

FIGURA 11: ALTERAÇÃO DE PILARES NA HORIZONTAL (+5CM EM 90° E 270°).

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Os resultados após adicionar-se essa mudança encontram-se na Tabela 10 a


seguir.
50

TABELA 10: ALTERAÇÃO 6 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Com a diferenciação no sentido de foco de enrijecimento, naturalmente muda-


se o sentido de maior diminuição do parâmetro Gama-Z, percebe-se que os valores
de Gama-Z continuam caindo, porém as maiores mudanças encontram-se em 90° e
270°, a qual caiu de 1,157 para 1,135, enquanto para 0° e 180° a redução foi de
1,155 para 1,144. Para finalizar a análise será feita uma nova alteração no mesmo
sentido e se reprocessará o edifício.

4.4.7 Aumento de 10 cm com foco no sentidos 90° e 270°

Como mudança final, engrossa-se as seções da mesma maneira do item


4.4.6, totalizando um aumento de 10 centímetros no sentido 90° e 270° juntamente
com os 20 centímetros no oposto. Assim possibilitando relações entre o aumento de
inércia e a redução do coeficiente estudado. Para essa última modificação,
obtiveram-se os resultados da Tabela 11 abaixo.
51

TABELA 11: ALTERAÇÃO 7 DO PARÂMETRO DE ESTABILIDADE (GAMA-Z) GERADA PELO TQS.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

Continuando a aumentar no novo sentido, chegou-se novamente a valores de


Gama-Z próximos entre si variando apenas na segunda e terceira casas decimais,
estando próximos de 1,1 onde pode-se caracterizar a estrutura como de nós fixos.
Na direção 90° e 270°, caiu de 1,135 para 1,119, enquanto para 0° e 180° a redução
foi de 1,144 para 1,138. Com essa última alteração percebe-se diretamente que as
mudanças fizeram pouco efeito em termos de diminuição de Gama-Z comparado
com as primeiras alterações realizadas. Assim como os deslocamentos que
decaíram a ponto de o eixo crítico horizontal que se encontrava acima do
normatizado ser reduzido para H/2071 ou 2,89 centímetros.

Com essas 7 modificações nas estrutura original do edifício escolhido


considera-se suficiente para avaliar os impactos do aumento da inércia por variação
de seção dos pilares. Com a união de todos esses dados e variações pode-se
compilar e obter um panorama geral para a melhor visualização e retirada de
conclusões mais claras sobre o objeto de estudo.

4.5 Compilação e Análise de Resultados

Para realizar-se uma análise correta e objetiva do impacto que as variações


de seção dos pilares causaram, elaborou-se uma tabela incluindo todas as
modificações, juntamente com as variações do parâmetro de estabilidade Gama-Z e
52

dos momentos de segunda ordem, tendo em vista que os momentos de primeira


ordem são idênticos em todos os casos. Assim elaborou-se a Tabela 12
evidenciando para cada alteração, qual foi a mudança percentual nos dados
analisados (Gama-Z e M2).

TABELA 12: RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS NO TQS.

Dados Obtidos no TQS após alteração de seção


Variação Sentido Gama-Z Variação (%) M2 (tf.m) Variação (%)
90° e 270° 1.282 0.0% 771.4 0.0%
Original
0° e 180° 1.488 0.0% 2225.1 0.0%
Padronização 90° e 270° 1.188 -7.3% 555.4 -28.0%
espessura 30 cm 0° e 180° 1.273 -14.4% 1456.7 -34.5%
90° e 270° 1.180 -0.7% 536.4 -3.4%
+ 5 cm na horizontal
0° e 180° 1.230 -3.4% 1269.1 -12.9%
90° e 270° 1.166 -1.2% 500.3 -6.7%
+ 10 cm na horizontal
0° e 180° 1.197 -2.7% 1114.2 -12.2%
90° e 270° 1.162 -0.3% 488.7 -2.3%
+ 15 cm na horizontal
0° e 180° 1.173 -2.0% 999.2 -10.3%
90° e 270° 1.157 -0.4% 476.5 -2.5%
+ 20 cm na horizontal
0° e 180° 1.155 -1.5% 912.6 -8.7%
+ 20 cm na horizontal 90° e 270° 1.135 -1.9% 416.5 -12.6%
+ 5 cm na vertical 0° e 180° 1.144 -1.0% 853.3 -6.5%
+ 20 cm na horizontal 90° e 270° 1.119 -1.4% 373.7 -10.3%
+ 10 cm na vertical 0° e 180° 1.138 -0.5% 823.7 -3.5%
90° e 270° 1.119 -12.7% 373.7 -51.6%
Final
0° e 180° 1.138 -23.5% 823.7 -63.0%
FONTE: O Autor.

Analisando-se os resultados reunidos, é inevitável verificar a


proporcionalidade que ocorre entre o aumento das seções dos pilares da edificação
com a diminuição do parâmetro de estabilidade Gama-Z e também do momento de
segunda ordem. Isso se deve ao enrijecimento da estrutura, o qual reflete
diretamente no parâmetro de estabilidade, logo, o sentido enrijecido da edificação
diminuirá a sua instabilidade, em outras palavras o Gama-Z e os momentos de
segunda ordem serão reduzidos.
53

Para primeira alteração a fim de reduzir o alto valor de Gama-Z obtido no


modelo original, aumentou-se a espessura de todos os pilares, sem exceção, para
30 centímetros, a fim de padronizar e fornecer maior rigidez a estrutura, sendo assim
o ponto de partida para outras verificações. Como o esperado, esse enrijecimento
realmente teve um grande impacto na estrutura, como evidenciado na Tabela 2, o
coeficiente Gama-Z teve uma queda de 7,3% no sentido 90° e 270°, ou direção
vertical, enquanto que para 0° e 180°, ou direção horizontal, de 14,4%. Essa
redução de 14.4% no sentido mais crítico em termos de instabilidade, era o que
intencionalmente objetivava-se com essa alteração, tendo em vista o intervalo
permitido por norma a calcular-se o momento de segunda ordem em estruturas de
nós móveis. Assim garantindo que os momentos de segunda ordem M 2 não fossem
discrepantes em relação a realidade. Naturalmente os valores desses momentos
foram reduzidos em 28,0% para a direção 90° e 270°, enquanto que para a oposta
foi de 34,5%, evidenciando a alta influência que a estabilidade global possui nos
esforços de uma edificação.

Em seguida pretendia-se reduzir ainda mais Gama-Z na direção 0° e 180°,


pois ainda encontrava-se em um valor mais elevado que para direção oposta, 1,273
e 1,188 respectivamente, além de verificar o quanto poderia ser enrijecida a
estrutura. Assim após aumentar-se seguidamente 5 centímetros repetitivamente 4
vezes, foi possível inferir que o sentido enrijecido sofria maior queda em Gama-Z,
porém o oposto também era reduzido em menor magnitude como evidência a
Tabela 2. Como prova disso, nos aumentos nessa direção, os valores de Gama-Z
para 90° e 270° tiveram queda de 2,6% em Gama-Z e 15,0% no momento de
segunda ordem, enquanto no sentido oposto essas quedas foram de 9,6% e 44,1%,
valores maiores que o triplo da variação do anterior. Sendo possível desses valores
entender que é possível enrijecer a estrutura com um sentido de foco, possivelmente
o mais instável, porém isso afetará ambos os sentidos da edificação, o que é algo
positivo quando pretende-se aumentar a rigidez.

Para então verificar-se como se comportaria a estrutura após todas essas


alterações em um sentido terem sido feitas, realizou-se o enrijecimento no sentido
oposto, ou seja aumentos de 5 centímetros, dessa vez repetido apenas 2 vezes, na
54

direção 90° e 270°. Com esses aumentos na vertical, foi possível verificar que o
concluído anteriormente continua em vigor, por mais que reduzido, percebe-se que o
sentido de foco sofre sempre mais redução de Gama-Z e momentos de segunda
ordem. Nesses dois aumentos de 5 centímetros na vertical a redução na direção de
foco, ou seja em 90° e 270°, foi de 3,3% para Gama-Z e de 22,9% nos momentos
de segunda ordem, enquanto para o sentido oposto foi de 1,5% e 10,0%
respectivamente. Infere-se assim que, por mais que sejam pequenas baixas, as
dimensões continuam afetando diretamente na rigidez global da edificação.

Para um comparativo final, uniu-se todas as alterações para verificar o


impacto desde o projeto inicial até o mais alterado. Nesse conjunto a queda total de
Gama-Z e momentos de segunda ordem, respectivamente, no sentido de 90° e 270°
12,7% e 51,6%, enquanto que para o oposto foi de 23,5% e 63%. Nota-se que 30
centímetros de alongamento da seção de um pilar (20 centímetros em um sentido
somados a 10 no oposto) causa um impacto considerável. Pode-se reforçar dessa
maneira a importância do estudo da estabilidade global dos edifícios que hoje em dia
que estão cada vez mais esbeltos, e em muitos casos pode não ser um empecílio
construtivo trabalhar com aumentos nas direções menos rígidas, tendo como base
que poucos centímetros de aumento em uma dimensão que se mostre necessária,
pode fornecer a estabilidade que o projetista procura por meio do parâmetro Gama-Z
e do cálculo do momento de segunda ordem.

Essa redução do parâmetro Gama-Z foi exposta graficamente no Gráfico 1,


onde verifica-se essa redução explicada anteriormente, com os números do eixo X
representando as alterações enquanto o eixo Y os valores de Gama-Z. Percebeu-se
com mais clareza no gráfico a diminuição do Gama-Z mais acentuada no eixo
horizontal, ou seja, nos sentidos 0° e 180°, o qual foi mais focado devido ao alto
valor inicia. Assim foi possível reduzir em ambos os eixos porém com maior impacto
no eixo foco de 4 mudanças, enquanto que no oposto a redução existiu porém mais
constantes, devido ao valor ser menor inicialmente e apenas duas mudanças foram
feitas com foco no mesmo. Nota-se que a padronização inicial para a espessura de
30 centímetros em todos os pilares revelou-se o maior impacto nessa análise em
ambos os eixos, pois ocorreu um enirjecimento inicial elevado com essa medida, a
55

fim de que os valores de Gama-Z estivessem dentro do limite proposto pela NBR
6118 de 1,1 para que se considerasse a estrutura de nós fixos.

GRÁFICO 1: OSCILAÇÃO DO PARÂMETRO GAMA-Z NOS EIXOS VERTICAL E HORIZONTAL.

1,500

1,450

1,400

1,350

z 1,300 Eixo Vertical


1,250 Eixo Horizontal

1,200

1,150

1,100
0 1 2 3 4 5 6 7
Alterações

FONTE: O Autor.

4.6 Comparativo entre o parâmetro Gama-Z e o Processo P-Delta

Um dos objetivos desse estudo, além de monitorar o impacto da mudança da


inércia dos pilares na estabilidade por meio do parâmetro Gama-Z, é realizar o
mesmo utilizando-se do processo P-Delta, para assim compará-los. Esse método
pode ser considerado mais refinado devido a sua minúcia e elevado número de
cálculos, e o TQS é um dos softwares que possui essa ferramenta e possibilitou
realizar o cálculo por esse método para assim elaborar-se um comparativo.
Teoricamente espera-se que esse método seja mais preciso, devido ao elevado
número de cálculos em seu processo iterativo, que se torna muitas vezes oneroso
56

por essa razão. Por esse motivo na maioria das vezes se opta pelo método com a
utilização de 0,95.z ou o enrijecimento até a estrutura ser considerada de nós fixos.

Para se diferenciar os momentos de segunda ordem obtidos por cada um dos


dois métodos, é importante ressaltar que existem dois coeficientes que realizam a
amplificação dos esforços horizontais. Esses podem fazer a consideração dos
deslocamentos horizontais nessa conta, estando a favor da segurança, ao contrário
de Gama-Z e P-Delta, os quais descartam esses componentes. Os coeficientes são
para Gama-Z o Fator de Amplificação de Esforços Horizontais FAV t, , criado pela
TQS como alternativo ao Gama-Z nesses casos, enquanto que para o Processo P-
Delta tem-se o coeficiente RM2M1. Com dito anteriormente, ambos são calculados
pelo próprio software TQS no relatório de estabilidade global, os quais podem ou
não considerar os deslocamentos horizontais gerados pelas cargas verticais. Esses
coeficientes quando na presença de forças horizontais a favor dos ventos, tem seus
valores ligeiramente maiores do que Gama-Z, indicando a majoração devido a essa
combinação de fatores, caso contrário deverá apontar valor menor, porém a favor da
segurança o TQS mantém o valor de Gama-Z.

Ao realizar-se o processamento do edifício original e final pelos dois métodos,


obtém-se 4 relatórios de estabilidade global diferentes, como mostram as Figuras
12, 13, 14 e 15, nos quais serão observados os valores máximos de FAV t e RM2M1,
provenientes dos casos críticos elencados na Tabela 13 a seguir com suas
combinações. Assim como os maiores momentos de segunda ordem, que não
necessariamente serão coincidentes. Com isso observa-se as diferenças totais na
estabilidade entre a estrutura inicial e a com todas as modificações inclusas,
realizando comparativo entre os coeficientes semelhante ao que foi abordado em
Junges et al. (2012), porém com diferentes considerações de estrutura, que nesse
caso apresenta alterações nas seções dos pilares.
57

TABELA 13: LISTA DE CASOS CRÍTICOS FORNECIDAS PELO TQS.

Caso Grupo Cargas Título e Combinação


14 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+ACID+0.6VENT1
15 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+ACID+0.6VENT2
16 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+ACID+0.6VENT3
17 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+ACID+0.6VENT4
Todas Acidentais combinadas
18 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+0.8ACID+VENT1
19 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+0.8ACID+VENT2
20 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+0.8ACID+VENT3
21 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP+PERM+0.8ACID+VENT4
Todas Permanentes e Variáveis
22 FOGO FOGO/PERMVAR/PP+PERM+0.6ACID
combinadas
23 ELS ELS/CFREQ/PP+PERM+0.7ACID
24 ELS ELS/CFREQ/PP+PERM+0.6ACID+0.3VENT1
25 ELS Combinações Frequentes ELS/CFREQ/PP+PERM+0.6ACID+0.3VENT2
26 ELS ELS/CFREQ/PP+PERM+0.6ACID+0.3VENT3
27 ELS ELS/CFREQ/PP+PERM+0.6ACID+0.3VENT4
28 ELS Combinações Quase Permanentes ELS/CQPERM/PP+PERM+0.6ACID
29 FLUÊNCIA Combinação para cálculo de Fluência COMBFLU/COMBFLU/PP+PERM+0.6ACID
30 ELU Permanentes e Acidentais ELU1/PERMACID/PP_V+PERM_V+ACID_V
31 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP_V+PERM_V+ACID_V+0.6VENT1
Todas Acidentais combinadas
32 ELU ELU1/ACIDCOMB/PP_V+PERM_V+ACID_V+0.6VENT2
FONTE: O Autor.
58

FIGURA 12: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE FAVT - INICIAL.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

FIGURA 13: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE RM2M1 – INICIAL.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).


59

FIGURA 14: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE FAVT - FINAL.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).

FIGURA 15: PARÂMETRO DE ESTABILIDADE RM2M1 – FINAL.

FONTE: O Autor (Gerado pelo TQS).


60

Para resumir-se os dados obtidos do relatório selecionam-se, como


comentado anteriormente, os coeficientes e momentos de segunda ordem críticos, a
fim de compará-los com mais foco apenas nos casos críticos. Observando-se as
tabelas de resultados, percebe-se que tanto como os valores de FAVt como os de
RM2M1 são superiores ao de Gama-Z, portanto pode-se confirmar que as forças
horizontais estão atuando a favor dos ventos, por isso aumentando o coeficiente
majorador.

TABELA 14: RESUMO DOS VALORES CRÍTICOS.

Resumo dos Valores Críticos


Var. Inicial-Final
Relatório Inicial Final
(%)
Gama- Var. Gama- Var.
FAVt RM2M1 FAVt RM2M1 FAVt RM2M1
Coeficientes Z (%) Z (%)
1.434 1.572 9.6% 1.139 1.142 0.3% -20.6% -27.4%
M2 max. 1.488 1.138
2263.4 3774.8 66.8% 825.5 957.7 16.0% -63.5% -74.6%
(tf.m)
FONTE: O Autor.

Com a leitura da Tabela 14, pode-se compreender a diferenciação comentada


anteriormente na estabilidade após o enrijecimento da estrutura, mas também
comparar os dois métodos utilizados na análise inicial e final, com Gama-Z e
processo P-Delta. Em termos de resultados, pode-se dizer que foram esperadas
pequenas diferenças entre os métodos, e deve-se colocar o processo P-Delta como
mais a favor da segurança, devido ao cálculo mais minucioso e apresentar um valor
ligeiramente maior do que pelo coeficiente FAVt proveniente do Gama-Z,
praticamente desprezível, comprovando a qualidade da análise realizada pelo FAV t
que mesmo mais simples chegou a valores muito próximos. Essa análise vale para
parte final do edifício após todas as alterações, pois a versão original possuía
valores altos de Gama-Z, o que era distante do objetivo de reduzi-los até ser
considerada uma estrutura de nós fixos.
61

Destaca-se a diferença entre os coeficientes estudados na situações inicial e


final, onde o ganho de rigidez foi muito grande, com ambos coeficientes caindo mais
de 20% e o momento de segunda ordem mais crítico diminuindo consideravelmente
mais do que a metade também em ambos. Todas essas diferenças proporcionam
uma melhor avaliação do impacto que os pilares tem sobre a estrutura em termos de
estabilidade global, assim reforçando a importância desse estudo para qualquer
edificação, para que se esteja sempre a favor da segurança.

4.7 Consumo de Concreto e Formas

Obviamente que, com todas as alterações realizadas para tornar as seções


dos pilares mais robustas, haveria um impacto direto no consumo de concreto e de
formas, algo natural em troca do enrijecimento da estrutura. O consumo do concreto
em metro cúbico aumentou de 2.592 m³ para 3.321m³, tendo um aumento de 28,1%,
enquanto a área de formas elevou-se de 18.824 m² para 20.110 m², com aumento
de 6,8%. Considerando que a estrutura foi enrijecida muito mais do que realmente
necessário, devido a fins de estudo, não pode-se considerar essas quantidades
como fornecedoras de prejuízo para obra em questão.

4.8 Deslocamentos máximos

Com o enrijecimento da estrutra, diversos fatores são alterados, como


descrito anteriorme, mas não se pode deixar de lado os valores dos deslocamentos
máximos, que são afetados diretamente pela estabilidade. Para que entenda-se os
valores de deslocamentos máximos em relação com a norma, ressalta-se que o
limite normatizado pela NBR 6118 é de H/1700, e o edifício possui altura total de
59,85 metros. Tendo em vista que o software TQS em seu relatório fornece a
relação pronta para o comparativo com a norma, ou seja o deslocamento escrito em
função da altura total do edíficio, assim facilitando o comparativo. O deslocamento
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máximo do projeto original é de 10,24 centímetros ou H/585, estando acima do


permitido por norma, comprovado a necessidade alterações na rigidez do mesmo.
Após as mudanças realizadas, o deslocamento máximo foi alterado para 2,89
centímetros ou H/2071, que em relação a norma está respaldado em termos de
segurança. Portando conclui-se que os deslocamentos foram totalmente impactados
pelo enrijecimento, assim como esperava-se anteriormente a verificação dos
resultados. Esses deslocamentos foram monitorados e compilados no Gráfico 2
abaixo, retratando a progressão desses valores conforme se enrijeceu a estrutura.

GRÁFICO 2: PROGRESSÃO DO DESLOCAMENTO MÁXIMO ABSOLUTO DA EDIFICAÇÃO.

12

10

Deslocamento (cm) 6 Deslocamento Máximo


Absoluto Eixo Horizontal
4 Deslocamento Máximo
Absoluto Eixo Vertical
2

0
0 1 2 3 4 5 6 7
Alterações

FONTE: O Autor.

Com a observação do Gráfico 2, pode-se perceber que os deslocamentos


acompanham a tendência de redução do coeficiente Gama-Z, valores relacionados
ao ganho de rigidez da estrutura proporcionados pelas alterações promovidas na
mesma.
63

5 CONCLUSÃO

Após esse estudo, que pode-se considerar um experimento, por se tratar de


um estudo de caso onde utilizou-se um edifício específico, torna-se clara a
importância de consideração e cálculo da estabilidade global de qualquer estrutura.
Irrelevante se se trata de um modelo convencional ou mais particular, a esbeltez
devido à altura elevada das construções atuais leva a considerar fundamental esse
cálculo devido a segurança. Esse cálculo pode tomar tempo dos projetistas porém
deixa os responsáveis ainda mais seguros quanto ao bom funcionamento da obra.

Por mais que a estrutura não seja convencional, com um formato constante e
simétrica em todos os sentidos, em comparação com outros estudos em bibliografias
aqui abordadas seguiu o padrão de resultados que se esperava. Percebeu-se que
ao aumentar determinada dimensão dos pilares de 5 em 5 centímetros após a
padronização de espessura dos pilares de 30 centímetros, a fim de alcançar o valor
de Gama-Z previsto pela NBR 6118 para considerar a mesma de nós fixos, causou-
se um impacto direto na rigidez, tornando a estrutura mais estável ao aproximar-se
do valor de 1,1. Com essas modificações prosseguiu-se do mesmo modo até que os
deslocamentos máximos horizontais fossem reduzidos para valores aceitos pela
norma para justamente evidenciar o quanto os pilares influenciam nesse fator. Todas
as modificações somaram 30 centímetros de aumento em dimensões dos pilares,
feito que impactou diretamente na redução dos momentos de segunda ordem em
aproximadamente 52% para as direções 90° e 270°, enquanto que para 0° e 180°
63%, e nos deslocamentos horizontais absolutos de aproximadamente 72%,
evidenciando a influência do enrijecimento na redução desses componentes.

Considera-se que o presente trabalho possa servir de referência para estudos


que englobam estabilidade global de estruturas em concreto armado, principalmente
em estudos envolvendo pilares em específico. Além de revelar um experimento com
uma edificação real, fornece uma maior sensibilidade referente aos valores dos
parâmetros de estabilidade estudados, nos cálculos de momentos de segunda
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ordem e deslocamentos máximos horizontais por meio desses, relacionando-se com


as dimensões crescentes dos pilares.

O tema estabilidade global de estruturas de concreto armado é muito vasto e


possui muitos campos a serem estudados, a pesquisa e a realização de um estudo
de caso nesse campo proporciona ao acadêmico uma visão e um aprendizado que
não ocorre naturalmente na graduação. Esse tema pode ser abordado ainda por
muitas pesquisas, podendo trazer variações da inércia dos pilares com alterações de
acordo com a altura dos pavimentos ou modificando-se apenas determinados pilares
a fim de identificar onde o enrijecimento tem impacto mais efetivo na estabilidade,
devido ao fato de existirem muitas variações que podem ser realizadas em termos
de estruturas e de como se alteram os elementos da mesma, que nesse caso foram
apenas os pilares. Pode-se também atuar em outros elementos estruturais como nas
vigas, que não foram alteradas nesse trabalho mas também fornecem rigidez à
estrutura. A medida que esses assuntos são explorados abrem-se portas para que
novas ideias de estudo referentes ao mesmo tema sejam expostas e enriqueçam as
referências sobre eles, por meio de pesquisas de diferentes focos mas de mesmo
interesse final.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 - Projeto de


estruturas de concreto – Procedimento, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123 - Forças devidas ao
vento em edificações - 1988.
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da cidade de Goiânia. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás, 2016.
CAMPOÓ, L. B., CORRÊA, M. R. S.; RAMALHO, M. A.. Efeitos de segunda ordem
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v.2, n.2, 2005.
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Universidade de São Paulo, São Carlos, 1995.
DE FREITAS, A. H. C.; DOS SANTOS, D. M.; MORAES, G. H. da S.; CURY, I. S.
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manual e com auxílio de software. Em Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, 2014.
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global de estruturas de concreto armado utilizando programas computacionais
de dimensionamento. Em Anais do 54º Congresso Brasileiro do Concreto
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Armado. Ministrado pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria
Estrutural (ABECE), 2014.
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Armado, Protendido, Pré Moldados e Alvenaria Estrutural Versão 15X, 2015.
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Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 9, n. 38, 2007.
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(Mestrado-Profissional em Estruturas) – Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre, 2003.

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