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MANUAL DO INSTALADOR

Belo Horizonte, 2014


DE SISTEMAS DE
AQUECIMENTO SOLAR DE
PEQUENO PORTE
HABITAÇÕES DE INTERESSE
SOCIAL - HIS
Autores e Colaboradores

Profª Samira Fontes Domingos

Prof Daniel da Mota Neri

Arq. Luciana Penha de Carvalho

Profª Elizabeth Marques Duarte Pereira

Bolsistas de Iniciação Científica

Eliane Aparecida Leão

Leilaynne Pascoal Pedro

Jenny Silva Abreu Pinto

Este Manual é um produto da Rede Eletrobrás Procel Solar, sendo proibida sua reprodução total ou
parcial sem prévia autorização da Eletrobrás Procel.

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Sumário

Sumário ............................................................................................................................................... 3
1 SISTEMAS DE AQUECIMENTO SOLAR PARA HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL (HIS) .................. 5
PROGRAMA PARA HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL ...................................................................... 6
COMPONENTES DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR ................................................................... 7
Reservatório Térmico (RT)................................................................................................................... 9
Caixa Redutora de Pressão .................................................................................................................. 9
Suportes e Dispositivo de fixação ..................................................................................................... 10
Tubulação .......................................................................................................................................... 11
Isolamento térmico ........................................................................................................................... 12
Dispositivo anticongelamento........................................................................................................... 14
Sistema de Aquecimento Auxiliar ..................................................................................................... 15
Respiro, Suspiro ou Eliminador De Ar ............................................................................................... 15
Misturadores ..................................................................................................................................... 16
Como funciona um SAS? ................................................................................................................... 17
2 PLANEJAMENTO DA INSTALAÇÃO SOLAR ..................................................................................... 21
Introdução ......................................................................................................................................... 22
Leitura de manuais práticos de instalação ........................................................................................ 22
Ferramentas Usuais........................................................................................................................... 22
Equipamentos para o Trabalho em altura ........................................................................................ 29
Segurança para o trabalho em altura................................................................................................ 32
Avaliação do local e planejamento do SAS ....................................................................................... 34
Verificar ponto de abastecimento de água ....................................................................................... 35
Verificar a orientação do telhado ..................................................................................................... 35
3. INSTALAÇÃO DE AQUECIMENTO SOLAR PARA HIS ....................................................................... 43
Detalhamento da instalação ............................................................................................................. 44
3.1. Base do reservatório para fixação ..................................................................................... 44
3.2. Gabarito com a inclinação do telhado .............................................................................. 46
3.3. Passo a passo para a instalação do sas ............................................................................. 47

3
Estudar sempre!

Ser um profissional mais qualificado!

Melhorar sua condição de trabalho!

Garantir segurança em suas atividades!

Aumentar os seus ganhos!

É por acreditar nisso, que convidamos você: bombeiro hidráulico, técnico de


cooperativa habitacional, profissional da construção civil a participar desse
grande esforço de formação de Instaladores de Aquecimento Solar –
Habitações de Interesse Social em todo o país.

Alguns profissionais já começaram a se preparar e colhem os frutos dessa


nova atividade.

1ª Turma de Instaladores Solares – HIS


FAETEC/Rio de Janeiro

Junte-se a nós !!!

E, mãos a obra!!!

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Capítulo 1

1 SISTEMAS DE AQUECIMENTO SOLAR PARA


HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL (HIS)

Programa HIS

Componentes do Sistema de aquecimento solar de água

Funcionamento do coletor solar


PROGRAMA PARA HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

A Caixa Econômica Federal realizou um estudo para conhecer a demanda ou o número de


casas necessárias para a população brasileira. Assim, foi estimado um número de mais de nove
milhões de casas. Desde 2009, o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) do Governo Federal
promove a construção de novas casas para essas famílias. É um programa voltado à população com
menor renda, fornecendo descontos de até 88% do valor do imóvel, principalmente para famílias
com renda de até 3 salários mínimos.

Em sua primeira fase, o programa entregou mais de 1 milhão de moradias até 2010. Dessas,
mais de 41 mil unidades habitacionais contam com o sistema de aquecimentos solar instalado. O uso
do aquecimento solar foi tão bem aceito pelos usuários que, em Julho de 2011, o governo decidiu
tornar obrigatório o uso deles em todas as edificações unifamiliares entregues pelo Programa. Na
segunda fase, o programa entregou mais de 414 mil unidades habitacionais até janeiro de 2013.
Dessas, mais de 116 mil já contam com o sistema de aquecimentos solar instalado.

O objetivo de inserir o aquecimento solar em casas populares é incentivar a


sustentabilidade das moradias, proporcionando economia de energia e melhoria da qualidade de
vida aos futuros moradores, já que, com o uso da energia solar, é possível economizar em média,
30% da energia elétrica para aquecer a água para o banho.

Para garantir que esses equipamentos e sua instalação tenham qualidade, a Caixa
Econômica Federal criou um Termo de Referência, que no momento é atualizado periodicamente,
para que os construtores e responsáveis tenham um parâmetro. No site da Caixa econômica é
possível fazer o download do arquivo mais atual, através do link:

http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/desenvolvimento_urbano/gestao_ambiental/tr_s
as_mcmv2.pdf

A seguir um conjunto habitacional com os aquecedores solares na Figura 1.1.

Figura1.1 - Moradias unifamiliares do PMCMV com sistemas de energia solar

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COMPONENTES DO SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR

Os principais componentes do Sistema de Aquecimento Solar (SAS) são: coletor solar,


reservatório térmico, caixa redutora de pressão e interligação entre os equipamentos, e suportes,
mostrados na Figura 1.2 e detalhados a seguir:

Figura 1.2 - Sistema de Aquecimento Solar

2.1 COLETOR SOLAR: tem por objetivo aquecer a água através da energia solar. A Figura 1.3
ilustra esse equipamento.

Figura 1.3 - Componentes do coletor solar para banho

Caixa externa: dentro dela são montados todos os componentes do coletor.

Tubos: são os canais por onde a água circula enquanto é aquecida.

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Aletas: são feitas de chapas metálicas que são pintadas de preto e recebem os raios
solares. Através delas, todo o calor que chega ao coletor é passado para os tubos. Observe: todas as
aletas são pintadas de cor preta, porque cores escuras absorvem melhor o calor que cores claras!

Cobertura transparente: ou vidro é um importante elemento responsável pelo


aquecimento da água. Através dela, a luz chega até as aletas, onde a água é aquecida e impede que o
calor se perca para o meio-ambiente. O vidro também tem um comportamento especial que
favorece o desempenho do coletor solar. Todo o calor gerado pelas aletas ou chapa metálica pintada
de preto fica aprisionado dentro da caixa do coletor porque o vidro não permite que ele vá para o
exterior. Esse fenômeno é chamado de efeito estufa.

VOCÊ SABIA?

COLETORES DE PISCINA SÃO CHAMADOS


DE COLETORES ABERTOS PORQUE, ALÉM
DE NÃO POSSUÍREM COBERTURA
TRANSPARENTE, NÃO TEM ISOLAMENTO
TÉRMICO E NEM CAIXA EXTERNA, QUE OS
ISOLAM DO AMBIENTE. POR ISSO, ESSES
COLETORES AQUECEM MENOS A ÁGUA
DO QUE OS COLETORES FECHADOS E SÃO
PREFERÍVEIS PARA O USO EM PISCINAS!

Vedação: é o que tampa os espaços entre o vidro e a caixa externa, sendo um dos itens
mais importantes a serem avaliados na manutenção. Ela evita que a água entre no coletor e estrague
todos os seus componentes, além de evitar a formação de gotículas no vidro que dificultam a
passagem dos raios solares.

Isolamento térmico: isola o fundo e as laterais do coletor para que ele não perca o calor
para o meio-ambiente.

IMPORTANTE!

SEMPRE QUE POSSÍVEL, DEVE-SE


EVITAR COLOCAR O COLETOR EM
LUGARES COM SOMBRA. ALÉM
DISSO, É FUNDAMENTAL QUE A
COBERTURA TRANSPARENTE (VIDRO)
ESTEJA SEMPRE LIMPA, PARA
PERMITIR A PASSAGEM DOS RAIOS
SOLARES!

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Reservatório Térmico (RT)

O reservatório térmico tem por objetivo armazenar a água que foi aquecida pelo
coletor. Ele se comporta como uma garrafa térmica: com seu isolamento, ela mantém a sua bebida
quente por mais tempo do que se, a mesma bebida estivesse exposta no ambiente. Nos sistemas de
aquecimento para habitações de interesse social, esse reservatório tem volume de 200 litros e pode
ser instalado na horizontal ou vertical. O RT está ilustrado na figura 1.4.

Figura 1.4 - Reservatório térmico.


Fonte: VERT/GIZ

VOCÊ SABIA?

É MUITO IMPORTANTE QUE O


RESERVATÓRIO SEMPRE FIQUE EM
UM NÍVEL ACIMA DO COLETOR
SOLAR. SÓ ASSIM A ÁGUA PODE
CIRCULAR NATURALMENTE ENTRE O
RESERVATÓRIO E OS COLETORES,
SEM A NECESSIDADE DE BOMBAS!

Caixa Redutora de Pressão

Essa caixa visa diminuir a pressão da água que vem da rua antes dela entrar no sistema
de aquecimento solar. Para os aquecedores instalados nos Programas HIS ela é fundamental, pois
sem ela a pressão da água da rede pode estourar as conexões do reservatório térmico causando
vazamentos. Por isso o Termo de Referência da Caixa exige sua instalação. O volume da caixa
redutora deve ser de, no mínimo, 10 litros. Esse componente está ilustrado na Figura 1.5.

Figura 1.5 - Caixa redutora de pressão.


Fonte: VERT/GIZ

9
Suportes e Dispositivo de fixação

Os dispositivos de fixação permitem que o coletor solar e o reservatório térmico sejam


presos corretamente no telhado, garantindo que eles não se soltem com o tempo ou com ventos
muito fortes.

Já o suporte só é utilizado para corrigir a posição do coletor solar, quando ele não
estiver direcionado para o Norte de forma a aproveitar a maior quantidade de Sol durante todos os
dias do ano. A Figura 1.6 ilustra esse elemento.

Figura 1.6 - Coletor solar com suporte.


Fonte: VERT/GIZ

Observe atentamente a Figura 1.7 a seguir. Nela, as águas do telhado onde os coletores
estão instalados estão voltados para o Oeste. Para resolver essa dificuldade, o sistema foi instalado
sobre um suporte, de modo a garantir que os coletores fiquem voltados para o Norte.

Figura 1.7 - Suportes para o coletor e o reservatório

IMPORTANTE

A INSTALAÇÃO DE SUPORTES PARA


COLETORES VOLTADOS PARA O
NORTE SÓ É NECESSÁRIA EM
CIDADES CUJA LATITUDE SEJA
SUPERIOR A 10O SUL (este assunto
será explicado no Capítulo 3 mais
adiante).

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Tubulação

As tubulações fazem a conexão entre os componentes, como a ligação entre o reservatório


e o coletor, entre o fornecimento de água fria e o SAS e, ainda, a conexão de água quente do sistema
até o ponto de utilização. Essas são diferentes entre si, pois cada uma tem um propósito. Por
exemplo, a tubulação da saída do coletor tem que suportar a alta temperatura e pressão da água.

Os materiais indicados para a tubulação de água quente são o cobre, CPVC, PPR e EPDM,
sendo que o cobre é opcional nas tubulações de água quente do Programa Minha Casa Minha Vida.
As Figuras a seguir ilustram alguns desses materiais.

Figura 1.8 - Tubo de cobre

Figura 1.9 - Tubos de CPVC

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Figura 1.10 – Tubos de PPR

Isolamento térmico

Toda a tubulação do circuito primário por onde circule água quente – ou seja, aquela
que sai dos coletores para o reservatório térmico e retorna aos coletores – deve ser termicamente
isolada. O isolamento dificulta que a água dentro da tubulação se resfrie. No caso do circuito
secundário, ou seja, para a tubulação que conecta o reservatório térmico ao chuveiro o isolamento
será feito apenas se o cobre for utilizado, segundo o Termo de Referência da Caixa. Isso porque para
os outros materiais (PPR, CPVC e EPDM) o isolamento só é necessário quando o comprimento do
tubo for muito grande, o que não é o caso das instalações de Programas HIS em conjuntos
horizontais.

Os materiais mais utilizados para o isolamento térmico são o polietileno expandido


(mostrado nas Figura 1. 11 e Figura 1.12), a lã de rocha e lã de vidro. Para casos em que a tubulação
fica exposta na parte externa do telhado, é importante também o uso de um segundo material que
protege o isolamento, garantindo sua qualidade e vida útil.

Figura 1. 11- Detalhe de isolamento térmico sendo instalado na tubulação.


Fonte: Renan Cepeda/GIZ

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Figura 1.12 - Tubulação interna isolada.
Fonte: Renan Cepeda/GIZ

Para essa proteção podem ser usadas a folha de alumínio corrugado e a fita aluminizada,
que protegem o isolamento dos raios UV (ultravioleta) do Sol, da chuva e dos ventos. Nas Figura 1.
14 e 1.13 observamos um isolamento que já possui um material que o protege.

Figura 1. 13 - Proteção metálica ao isolamento.


Fonte: GIZ

Figura 1. 14 - Proteção metálica ao isolamento.


Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

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Dispositivo anticongelamento

Outro componente fundamental para o bom funcionamento do SAS em algumas regiões


é o dispositivo anticongelamento. Em algumas localidades, a temperatura pode ser muito baixa em
determinadas épocas do ano. Assim, a água dentro do sistema pode congelar. Quando isso ocorre, o
mesmo é danificado.

Exemplificando, imagine como uma garrafa de água ou refrigerante estoura quando


esquecida no congelador: a água, ao congelar, se expande. No coletor, a expansão da água estoura
os tubos, assim como a garrafa estoura no congelador. Para evitar que isso ocorra se utiliza a válvula
anticongelamento. Através dela, a água que está no coletor é retirada em pequenas quantidades e
imediatamente substituída pela água mais quente que vem do reservatório térmico antes que ocorra
o congelamento. Por isso a Caixa determina o uso obrigatório dessa válvula em vários locais do Brasil.

Na figura 1.15 é possível observar dois tipos de válvulas de anticongelamento, a elétrica


e a mecânica. Já na figura 1.16, mostra-se sua instalação no coletor solar.

Figura 1.15 - Exemplo de dispositivo anticongelamento.


Fonte: Tekhouse. Disponível em: <http//www.teckhouse.com.br>.

Figura 1.16 - VAC instalada em um coletor solar

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IMPORTANTE

SE, EM UM DETERMINADO MOMENTO, O


FORNECIMENTO DE ÁGUA É INTERROMPIDO, QUANDO
ELE É RELIGADO, A ÁGUA PODE CHEGAR AO SISTEMA
MUITO SUJA, SENDO QUE, SE VIER COM PARTÍCULAS
GRANDES, PODE ENTUPIR OS TUBOS DO COLETOR
SOLAR, DANIFICANDO-O. ENTÃO, APESAR DO TERMO
DE REFERÊNCIA DA CAIXA NÃO FAZER NENHUMA
EXIGÊNCIA QUANTO À UTILIZAÇÃO DE UM FILTRO, ELE
PODE SER IMPORTANTE PARA O BOM
FUNCIONAMENTO DO SAS. O FILTRO, QUE PODE SER
INSTALADO ANTES DA CAIXA REDUTORA DE PRESSÃO,
EVITA QUE PARTÍCULAS GRANDES, VINDAS DA REDE
DE ÁGUA OU DA TUBULAÇÃO SUJA, ENTUPAM OS
TUBOS DO COLETOR SOLAR.

Sistema de Aquecimento Auxiliar

Em dias nublados ou de chuva, pode acontecer de o coletor solar não conseguir aquecer
a água o suficiente para um banho confortável. Então é necessária a utilização de um aquecimento
auxiliar. No PMCMV, há duas modalidades de aquecimento auxiliar: o chuveiro elétrico ou
aquecimento a gás (como mostrado na Figura 1.17). Enquanto a água estiver numa temperatura
adequada, o sistema auxiliar permanece desligado. Se o usuário desejar tomar um banho mais
quente, basta ele ligar o chuveiro ou o aquecedor.

Figura 1.17 - Chuveiro elétrico e aquecedor a gás

Respiro, Suspiro ou Eliminador De Ar

O respiro é um dispositivo que deve ser instalado na parte superior do reservatório


térmico. Ele tem a função de aliviar a pressão interna do reservatório térmico, que possui água
quente em seu interior. A Figura 1.18 a seguir ilustra sua instalação. Esse elemento também pode ser
instalado em pontos críticos do sistema, ou seja, em pontos onde a temperatura elevada causa

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aumento da pressão, como na saída de água quente para o consumo, apesar do Termo de Referência
da Caixa exigir apenas sua instalação no reservatório térmico.

Figura 1.18- Respiro e eliminador de ar instalados

Misturadores

Quando uma residência utiliza água aquecida por um sistema de aquecimento solar, no
chuveiro deve chegar uma tubulação de água quente vinda do aquecedor solar e outra de água fria.
Então se faz necessário ter um dispositivo que misture essas águas, para que o usuário possa
escolher a temperatura mais confortável para o banho. No PMCMV somente são utilizados os
misturadores internos, aqueles que ficam dentro da parede, como mostra a figura 1.19.

Figura 1.19 – Com o misturador embutido na alvenaria, apenas as torneiras de águas


quente e fria ficam aparentes.

Para que a água seja misturada corretamente, a Caixa também exige a instalação de um
misturador do tipo Y, conforme ilustrado na Figura 1.1920.

16
Figura 1.20 – Misturadores embutidos na alvenaria

Como funciona um SAS?

Um ponto muito interessante de uma instalação de aquecimento solar de pequeno


porte, que produz até 1500 litros de água quente por dia, é que a água pode fluir dentro do coletor e
subir até o reservatório térmico de forma natural, sem a utilização de bombeamento. Esse fenômeno
é chamado de termossifão.

VOCÊ SABIA?

OUTRO EXEMPLO DO EFEITO TERMOSSIFÃO ACONTECE


NO FOGÃO A LENHA, ONDE, JUNTO AO FOGÃO, É
INSTALADO UM SISTEMA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA,
CHAMADO DE “SERPENTINA”. NESSE CASO, É INSTALADO
UM CANO EM ESPIRAL (A SERPENTINA) QUE PASSA
DENTRO DO FOGÃO. LÁ, A ÁGUA É AQUECIDA E SOBE
NATURALMENTE PARA UM TANQUE QUE FICA ACIMA DO
FOGÃO E, DE LÁ, SEGUE PARA O CHUVEIRO. NOS
COLETORES SOLARES, O PRINCÍPIO É O MESMO, COM A
DIFERENÇA QUE A FONTE QUE FAZ A ÁGUA AQUECER
NÃO É O FOGO, MAIS SIM OS RAIOS SOLARES.

O funcionamento de um sistema de aquecimento solar será descrito pelos seguintes


passos a seguir:

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Figura 1. 21 - Sistema de aquecimento solar operando em circuito por termossifão.

PASSO 1: CHEGADA DA ÁGUA FRIA ATÉ A CAIXA REDUTORA

Todo o sistema apresentado está cheio de água (afogado), inicialmente à temperatura


ambiente. A água fria que chega da empresa de fornecimento de água enche a caixa redutora de
pressão.

PASSO 2: ÁGUA FRIA NA ENTRADA DO RESERVATÓRIO TÉRMICO

A caixa é conectada até o reservatório térmico, levando a água fria até ele. Essa ligação
é feita entre os pontos (1) e (2). A retirada de água fria da caixa deve ser realizada por um ponto
baixo, como mostra o ponto (1).

Isso para garantir que mesmo com a caixa vazia, ainda será possível retirar água. Se a
saída da água estivesse localizada em um ponto muito alto, logo que a caixa diminuísse seu nível, não
seria mais possível realizar a retirada de água, caso houvesse falha no fornecimento de água pela
rede.

A entrada de água fria no reservatório térmico, vinda da caixa redutora de pressão


deve ser conectada na parte inferior do mesmo, como mostra o ponto (2). Assim, garante-se que a
água fria estará sempre na parte de baixo do reservatório.

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PASSO 3: ENTRADA DA ÁGUA FRIA NO COLETOR

A saída de água fria do reservatório para abastecer o coletor deve ser sempre da parte
de baixo do reservatório, como mostra o ponto (3). Isso deve acontecer, pois é na parte de baixo que
se encontra a parte fria da água dentro do reservatório e é essa água fria que deve ser aquecida pelo
coletor.

Essa água fria deve entrar no coletor solar sempre pela parte de baixo do mesmo, como
mostra o ponto (4).
Assim, o coletor terá água mais fria na parte de baixo.

IMPORTANTE! O CAMINHO PERCORRIDO PELA ÁGUA QUENTE DEVE SEMPRE SER


MENOR QUE O CAMINHO PERCORRIDO PELA ÁGUA FRIA, PARA SE MINIMIZAR AS PERDAS DE CALOR
PARA O AMBIENTE!

PASSO 4: AQUECIMENTO DA ÁGUA DENTRO DO COLETOR SOLAR

A água quente torna-se menos densa (ou “mais leve”), ficando sempre acima da água
fria. À medida que os raios solares vão aquecendo a água no interior do coletor, a água fria da parte
de baixo do coletor será aquecida e assim irá iniciar o efeito termossifão: a água da parte de baixo do
coletor começa subir até a parte mais alta do coletor, enquanto a água fria, vinda do reservatório,
ocupa seu lugar.

PASSO 5: ENTRADA DA ÁGUA AQUECIDA NO RESERVATÓRIO

Com o tempo, na parte de cima do coletor haverá uma água mais quente que a da parte
de baixo. Por isso a saída de água do coletor deverá ser feita pela parte de cima, no ponto (5).

Essa água quente deverá entrar no reservatório pela parte de cima, no ponto (6).

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Assim, dentro do reservatório térmico, haverá água fria na parte de baixo e água
quente na parte de cima. Na prática, essa água quase não se mistura, pois a diferença de
temperatura garante a que a água fria fique bem separada da água quente, naturalmente.

PASSO 6: SAÍDA DA ÁGUA QUENTE PARA O CONSUMO

A saída da água para o uso deve ser feita pelo ponto (7), que deve ser um ponto alto no
reservatório, para garantir a utilização da água mais quente possível.

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Capítulo 2

2 PLANEJAMENTO DA
INSTALAÇÃO SOLAR

Leitura de manuais práticos de instalação

Equipamentos de proteção

21
Introdução

Neste capítulo, vamos estudar, desde a leitura dos projetos, as ferramentas utilizadas e
tudo o que se precisa conhecer para uma adequada instalação de um sistema de aquecimento solar
(SAS).

Uma boa instalação é uma das partes mais importantes para o bom funcionamento do
aquecedor solar!

Leitura de manuais práticos de instalação

É importante estudar o manual do coletor solar e dos seus componentes. Esse manual
acompanha o coletor solar. Muitas vezes o coletor tem umas peculiaridades que só podem ser
verificadas no manual do mesmo.

Ferramentas Usuais

Diversas ferramentas podem auxiliar na instalação solar. A seguir seguem as principais:

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Para cada tipo de material da tubulação existe um conjunto de ferramentas que o instalador usará
para seu corte, conexão e instalação nos componentes do sistema de aquecimento solar. Para
facilitar sua leitura, verifique na tabela 2.1 as ferramentas relacionadas com o material da tubulação.

Tabela 2-1 - Ferramentas para cada material da tubulação

Cobre (Água quente) CPVC (Água quente) PVC (Água fria)

Esquadro Esquadro Esquadro

Escariador Arco de serra Arco de serra

Palha de aço ou escova de fios


Morsa Morsa
de aço

Pasta para soldar Lima ou lixa de pano Lima

Papel absorvente ou Papel absorvente ou


Maçarico
estopa branca estopa branca

Solda Solda Solda para PVC

Pincel Pincel Pincel

Guia de madeira, papel


Escova ou flanela Primer
cartolina ou fita crepe

Chave de grifo Chave de grifo Chave de grifo

Corta tubos Corta tubos Corta tubos

Lápis Lápis Lápis

Trena ou metro Trena ou metro Trena ou metro

Alicate Alicate Solução limpadora

Tarraxas para tubos de PVC

Fita de vedação

A seguir, será detalhada cada uma das ferramentas:

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Esquadro: permite que o instalador verifique o posicionamento do encontro de duas tubulações e
sua angulação. O esquadro geralmente possui um ângulo de 90° e dois de 45°, assim ele poderá
instalar as curvas corretamente;

Figura 2.1- Esquadro de 45 e 90 graus.


Fonte: Desenho e pintura. Disponível em: <www.desenhoepintura.com.br>.

Arco de serra: permite a realização de cortes em tubos ou peças de madeira com segurança e
precisão. O instalador poderá fazê-lo após a medição do comprimento desejado com o auxílio da
trena e do lápis de marcação;

Figura 2.2 - Arco de serra

Morsa: é uma ferramenta que auxilia o instalador quando estiver realizando um corte no tubo, já que
lhe garante a firmeza necessária para efetuar seu trabalho, sem que o corte fique torto;

Figura 2.3 - Morsa de bancada

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Lixa ou lima: após a realização do corte será necessário lixar a superfície para eliminar imperfeições
no material e facilitar a conexão tanto nos tubos de cobre (conexões rígidas) como nos tubos de
CPVC, PPR e PVC (conexões de encaixe);

Figura 2.5 - Tipos de lima.


Figura 2.4 – Lixa. Fonte: Processos Mecânicos. Disponível em:
Fonte: Ligação. Disponível em: <http// www.processosmecanicos.com>.
<http//www.ligacao.com.br>.

Maçarico: é a ferramenta que permitirá a execução da solda nos tubos de cobre. Sem essa
ferramenta não é possível realizar as conexões nos tubos desse material;

Figura 2.6 - Maçarico

Papel absorvente ou estopa: esse material permite que a superfície seja limpa após a realização do
corte e aplicação da lixa. É muito importante usá-la para que o primer ou solda para PVC tenham boa
adesão no material, garantindo que a conexão seja bem sucedida;

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Figura 2.7 - Estopa.
Fonte: Rotibril. Disponível em:www.rotibril.com.br.

Ferro de Solda: será esse o instrumento responsável por unir os tubos metálicos que se deseja
conectar. É necessário utilizar o ferro de solda para derreter a solda propriamente dita e um sugador
de solda, para retirar o excesso de material;

Figura 2.8 - Ferro de solda.

Pincel: essa ferramenta é necessária para a aplicação do primer nos tubos antes da realização da
soldagem;

Figura 2.9 - Aplicação do primer com o pincel.


Fonte: Renan Cepeda/GIZ

26
Chave de grifo: auxilia o instalador a realizar
conexões nos tubos garantindo a estabilidade do
conjunto;

Figura 2.10 - Chave grifo.


Fonte: Stamaco. Disponível em:
<http//www.stamaco.com.br>

Corta tubos: permite que o instalador realize cortes nos tubos de maneira prática e precisa;

Figura 2.11 - Corta tubos

Lápis: objeto fundamental para o instalador do início ao fim da instalação, já que permite a marcação
de pontos de corte em tubos e pontos de fixação no telhado para o reservatório térmico e coletor
solar;

Trena: também é de grande importância para o instalador. É com essa ferramenta que ele irá checar
os comprimentos da tubulação e dos equipamentos;

Figura 2.12 - Trena

Alicate: é uma ferramenta de grande utilidade que permite a realização de cortes, garante firmeza no
encaixe de pequenas conexões, entre outros;

27
Figura 2.13 - Alicate

Nível: permite verificar se dois pontos estão nivelados. Na instalação deve ser usado quando os furos
no telhado forem realizados para a fixação das bases do reservatório térmico. Também deve ser
usado quando os tubos da caixa redutora de pressão e reservatório forem corrigidos com o auxílio do
gabarito do telhado (veja com mais detalhes no Capítulo 3);

Figura 2.14 - Nível

Chaves de fenda: são usadas para fixação de parafusos, como exemplo temos a fita de fixação da
caixa redutora de pressão que é aparafusada na estrutura do reservatório térmico;

Figura 2.15 - Chaves de fenda

Furadeira: permitirá que o instalador efetue furos no telhado para a instalação do sistema e
passagem dos tubos. O instalador deverá escolher o tamanho adequado para cada elemento
específico.

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Figura 2.16 - Furadeira

Serra copo: é um acessório que é adaptado à furadeira, que permite furos de tamanhos maiores que
os tamanhos das brocas.

Figura 2.17 - Serra Copo adaptado à furadeira


Fonte: Ikedaono. Disponível em: <http// www.ikedaono.com.br>.

Serrote: com essa ferramenta o instalador poderá serrar materiais que precisarem ser cortados. Ela
será utilizada quando os caibros auxiliares forem instalados no telhado para fixação do reservatório
(veja mais no Capítulo 3);

Martelos: são usados para a fixação de pregos e ajuste de outros elementos, como os caibros
auxiliares instalados sob o telhado.

Equipamentos para o Trabalho em altura

O equipamento de proteção individual ou o chamado EPI é fundamental para garantir a


segurança do trabalhador quando as condições do local são perigosas. Ele é composto por uma série
de equipamentos que devem ser fornecidos pelas empresas aos seus funcionários. NUNCA trabalhe
sem os equipamentos de proteção individual (EPIs) pois eles são a garantia de que você poderá
começar e terminar o trabalho com segurança e confiança!

29
Figura 2.18 - A empresa é obrigada a fornecer os EPIs. Fonte:
amconstrucaolocadora.blogspot.com.br

A seguir, a Figura 2.19 ilustra o conjunto de equipamentos de proteção individual, são


eles: capacete, óculos de segurança, sapato de segurança, cinto de segurança e luvas.

Figura 2.19 - Equipamentos de proteção individual.


Fonte: Abrava, 2011

A Figura 2.20 mostra um trabalhador equipado.

30
Figura 2.20 - Trabalhador devidamente equipado.
Fonte: Energia Solar na TV

• O uso do capacete é importante para que, no caso de uma queda, o trabalhador


esteja protegido e evite se machucar seriamente;

• O cinto de segurança é obrigatório para altura acima de 2m e deve ser do tipo


paraquedista. O cinto deve estar ligado a um trava-quedas que esteja ligado a um cabo de segurança
(ou linha de vida). No caso de acidente, o cinto estará preso ao telhado e não permitirá a queda do
instalador do telhado. A Figura 2.21 mostra um instalador com o trava quedas.

O trava-quedas

Figura 2.21 - instalador com o trava quedas fixo ao telhado


Fonte: Energia Solar na TV

31
A Figura 2.22 a seguir mostra um instalador com o cabo de segurança.

Figura 2.22 - Instalador ligado ao cabo de segurança.

• As luvas impedem que ocorram cortes nas mãos, já que no canteiro de obras é muito
comum que existam materiais cortantes próximos da área de trabalho;

• Os sapatos adequados também impedem que o instalador se corte com algum


material, ferramenta ou elemento do telhado, além de evitar escorregões e possíveis quedas;

• Finalmente, os óculos de segurança protegem os olhos do instalador de ciscos e


outras ameaças à manutenção de sua boa visão.

Segurança para o trabalho em altura

A segurança do instalador deve vir sempre em primeiro lugar. Então utilize todos os
equipamentos de proteção e tenha muita atenção para evitar acidentes! Seguem algumas regras
importantes!

• Não inicie a subida ao telhado se não há os equipamentos de segurança em boas


condições, se há situações de risco, ou quando você não esteja completamente seguro.

LEMBRE-SE:

A EMPREGADORA (CONSTRUTORA/
PRESTADORA DE SERVIÇOS) É
OBRIGADA A FORNECER O
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL AO INSTALADOR! É SEU
DIREITO TRABALHAR COM
SEGURANÇA!

32
• Para trabalhar em cima do telhado, é necessário ter um curso de treinamento para
trabalho em altura. O empregador é responsável por promover programa para capacitação dos
trabalhadores. Nesse curso deve ser aprendido sobre os riscos do trabalho em altura, equipamentos
importantes e como agir em situações de emergências. É importante que esse treinamento aconteça
no mínimo duas vezes por ano, como exige a Norma Regulamentadora sobre Trabalho em Altura, NR
35, 2012.

• É proibida a realização de trabalho em telhados em caso de chuvas ou ventos fortes,


mesmo usando os EPIs.

• Tente realizar todas as atividades possíveis no chão, antes de subir ao telhado,


diminuindo ao máximo o tempo em cima do telhado. Todo o trabalho deve ser planejado e
organizado antes da subida ao telhado.

• Não deixar sobras de material sobre o telhado após a execução do serviço, pois as
sobras podem cair do telhado e causar acidentes;

• Utilize roupas adequadas ao trabalho. Não utilize sandálias ou chinelo.

• Não é permitido brincadeiras em cima do telhado como jogar ferramentas de cima


do telhado. Para trabalhar em cima de telhados, é preciso ter muita atenção.

• O ideal é utilizar passarelas sobre o telhado. A passarela ajuda a distribuição do peso


sobre as telhas, assim o peso do instalador fica dividido por toda a passarela e não só por duas
telhas, que podem quebrar facilmente.

• O instalador deve estar preso ao telhado, usando o cinto de segurança que está
ligado a um trava-queda também ligado a um cabo de segurança (ou linha de vida). A Figura 2.23
mostra esses equipamentos de segurança.

33
Figura 2.23 - Segurança no telhado. (1) Linha de vida e (2) Trava quedas retrátil.
Fonte: Gulin

Avaliação do local e planejamento do SAS

Antes de efetuar a subida até o telhado, é importante verificar no projeto onde o coletor
irá ser instalado e identificar esse local no telhado. Isso deve ser feito antes que os equipamentos
sejam previamente preparados. A Figura 2.24 mostra um conjunto habitacional em que os telhados
das casas tem orientações diferentes.

Figura 2.24 - Avaliação do local

34
Verificar ponto de abastecimento de água

Nesse momento o instalador precisa verificar o ponto de abastecimento de água da


casa. Esse ponto irá ser ligado na caixa redutora de pressão que irá alimentar o sistema de
aquecimento solar.
Com o projeto em mãos o instalador também deve checar a posição que o aquecedor
solar será instalado e se ele está o mais próximo possível do banheiro. Dessa forma, o caminho da
água quente vai percorrer do reservatório até o chuveiro é menor, diminuindo a quantidade de tubos
e conexões utilizados, o tempo que essa água fica fora do reservatório e, consequentemente,
diminuindo a perda de calor. Quanto maior o caminho entre o reservatório e o chuveiro, mais fria
essa água chegará para o banho. A Figura 2.25 mostra o SAS perto do banheiro.

Figura 2.25 - SAS próximo ao banheiro.


Fonte: Soltecsolar. Disponível em: <http// www.soltecsolar.com.br >.

Verificar a orientação do telhado

Muitas pessoas pensam, equivocadamente, que basta colocar o coletor no telhado e


pronto. Mas não é bem assim. Como você deve saber, o Sol não passa sempre no mesmo lugar do
céu ao longo do ano. Mesmo nascendo no Leste e se pondo no Oeste, a região do céu onde passa o
Sol varia de acordo com a época do ano e a localização da cidade. Para que o coletor aproveite o
máximo de calor, deve estar voltado para a região do céu onde o Sol passa a maior parte do tempo. A
seguir, vamos ver como devem ser posicionados os coletores, de acordo com a LATITUDE da sua
cidade e, principalmente, a ORIENTAÇÃO das águas dos telhados (ou caídas dos telhados) das casas
onde serão instalados os coletores.

LATITUDE

Latitude é a medida da distância, em graus, entre um ponto da Terra e a linha do


Equador. Por exemplo, Macapá, a capital do Amapá, está exatamente sobre o Equador, logo sua
latitude é 0o; Salvador, mais ao Sul, tem latitude de 13o; Brasília, 15o; Belo Horizonte, 20o; São Paulo,

35
23o, etc. Para você ter uma ideia, cada 1o de latitude corresponde a cerca de 111 km. Então, Belém se
encontra a 111 km da linha do Equador; Aracaju, que está a 10o de latitude (veja a Figura 2.26), está a
1110 km; e, pelo mesmo raciocínio, Belo Horizonte está a 2220 km. E assim por diante. A tabela 2.1
ilustra a latitude de algumas cidades.

Tabela 2-2 – Algumas cidades brasileiras e suas respectivas latitudes

Cidade Latitude
Belém 1°
Belo Horizonte 20°
Brasília 15°
Florianópolis 27°
Rio de Janeiro 22°
Salvador 13°
São Paulo 23°

Figura 2.26 - Representação das latitudes no Brasil


Fonte: Divisão regional - IBGE

Mas, o que a latitude tem a ver com a posição do coletor? O Sol não está no céu do
mesmo jeito para todo mundo?

36
Muitas pessoas pensam assim, mas isso está errado! De acordo com a latitude da
cidade, o Sol passa mais tempo durante o ano, mais ao Sul ou mais ao Norte. Então, para que a
captação de calor seja a maior possível, é fundamental que o coletor esteja posicionado
corretamente.

O Termo de Referência da Caixa estabelece condições específicas para a instalação do


coletor solar. Isso foi feito para facilitar a instalação dos aquecedores em todas as regiões do Brasil e
ao mesmo tempo garantir que eles funcionem da melhor maneira possível. Então, veremos três
condições que o instalador pode encontrar e como deve proceder:

Condição 1. A instalação está numa cidade entre 0o e 10o de latitude (Exemplo: Belém
– Pará)
Nessas regiões, não é necessário fazer qualquer adaptação ou correção. O instalador
deve procurar a água do telhado menos sombreada.

Condição 2. A instalação está numa cidade de latitude acima de 10o (Exemplo:


Goiânia – Goiás), onde a água do telhado não esteja desviada de mais de 30o do Norte, para Leste
ou para Oeste (mais adiante será explicado como isso é determinado).
Nestes casos, basta que a instalação seja feita diretamente sobre o telhado que possua
esse desvio de 30° em relação ao Norte.

Condição 3. A instalação está numa cidade de latitude acima de 10o (Exemplo:


Goiânia – Goiás), mas a água do telhado está mais de 30 o do Norte, para Leste ou para Oeste
Nestes casos, os coletores devem ser montados sobre um suporte (veja a Figura 2.27)
que irá permitir a correção da posição do coletor que ficará virado para o Norte.

Figura 2.27 - Suporte para instalação de SAS que não esteja voltado para o Norte

IMPORTANTE

DE ACORDO COM O TERMO DE


REFERÊNCIA DA CAIXA, EM TODAS
AS CIDADES DE LATITUDE ACIMA DE
10O, OU SEJA, ABAIXO DA LINHA QUE
CORTA CIDADES COMO ARACAJU OU
PALMAS, TODOS OS COLETORES TÊM
QUE ESTAR VIRADOS PARA O
NORTE!

37
Os exemplos a seguir o ajudarão a compreender cada uma dessas situações.

Exemplo 1: Você tem que fazer uma instalação do Programa Minha Casa Minha Vida em
Manaus, em uma casa como a ilustrada abaixo. Em que água do telhado você tem que colocar os
SAS? (Nesta Figura 2.28, a janela da frente está exatamente voltada para o Norte).

Figura 2.28 - Exemplo de casa em Manaus (AM)

Neste caso, tanto faz! Como Manaus está a 5o de latitude, em qualquer água do telhado,
a captação de calor por parte dos coletores será suficiente para um aquecimento adequado da água.

Exemplo 2. E se esta mesma casa, nesta mesma orientação, estiver em Brasília?

Agora a situação muda. Como Brasília está a 15o de latitude, o sistema TEM que ser
instalado voltado para o Norte. Assim, os coletores deveriam ser instalados na água do telhado
virada para frente, onde está o Norte na nossa. Observe a situação a seguir. A Figura 2.29 ilustra
corretamente a situação.

Figura 2.29 - Ilustração do exemplo 2

38
IMPORTANTE

O INSTALADOR NÃO PRECISA SE PREOCUPAR EM


ESCOLHER O LOCAL ONDE O SISTEMA SERÁ
INSTALADO, ELE JÁ VAI ESTAR INDICADO NO PROJETO
QUE ELE LEVARÁ PARA O LOCAL. MAS É IMPORTANTE
QUE ELE CONSIGA IDENTIFICAR QUAL É A ÁGUA DO
TELHADO INDICADA NESSE PROJETO. PARA ISSO
PROSSIGA COM A LEITURA!

Como foi dito anteriormente, antes de fazer a instalação, o instalador deve determinar
onde fica o Norte. Se colocar os coletores na água do telhado voltada para o Sul, eles passarão a
maior parte do ano recebendo pouca luz solar, diminuindo muito o rendimento do sistema de
aquecimento. Por isso é tão importante determinar para onde fica o Norte antes de iniciar a
instalação!

Exemplo 3. E nos casos em que nenhuma das águas do telhado estiver voltada para o
Norte, em cidades de latitudes maiores que 10o (como Belo Horizonte, São Paulo ou Porto Alegre)?
Como devem ser instalados os coletores?

Nesses casos, o Termo de Referência estabelece que os coletores sejam montados sobre
suportes, adequadamente voltados para o Norte. São admitidos desvios de até + ou - 30o (ou seja,
para um lado ou para o outro) em relação ao Norte. Também é possível instalar um coletor adicional,
mas essa condição será escolhida pelo projetista do sistema.

INCLINAÇÃO DOS COLETORES E DOS SUPORTES

A inclinação do coletor solar é um parâmetro importante para garantir o bom


funcionamento do sistema de aquecimento solar. Cada cidade do Brasil tem uma inclinação ideal
para que o coletor fique instalado. A inclinação dos telhados no Brasil segue uma regrinha na maioria
dos lugares, sendo inclinados em 17°, que é o equivalente a 30%. Para a Caixa foi mais interessante
dispensar suportes de correção dessa inclinação e, então, é possível instalar o coletor solar
diretamente sobre o telhado em todos os lugares do país.

IMPORTANTE

ESSA ORIENTAÇÃO É VÁLIDA SOMENTE PARA OS


SISTEMAS QUE SERÃO INSTALADOS EM HABITAÇÕES
DE INTERESSE SOCIAL. NA DÚVIDA, SEMPRE CONFIRME
O QUE DETERMINA O PROJETO QUE ESTARÁ EM SUAS
MÃOS!

39
Caso seja necessária a instalação de suportes, além de estar voltado para o Norte
(desviado de, no máximo, 30o), a inclinação do suporte deve obedecer à Tabela 2.3 abaixo:

Tabela 2.3 - Inclinação do coletor para algumas cidades

Inclinação da placa
Cidade Latitude
(latitude + 10°)
Belém 1° 11° 19%
Belo Horizonte 20° 30° 58%
Brasília 15° 25° 47%
Florianópolis 27° 37° 75%
Rio de Janeiro 22° 32° 62%
Salvador 13° 23° 42%
São Paulo 23° 33° 65%

A placa voltada para o Norte indica que os raios do Sol irão incidir sobre ela a maior
parte do dia. A soma da latitude ao valor de 10° nos dará a posição que durante o período do Inverno
a quantidade de sol que chega ao coletor será a maior possível. Como usamos muita água nessa
estação essa regra é muito usada!

LOCALIZANDO O NORTE

A sequência a seguir vai te ajudar a localizar o Norte, onde quer que você esteja. Se você
tiver uma bússola e souber usá-la, será mais fácil. Entretanto, vamos tentar entender como fazer isso
dos dois jeitos, com e sem uma bússola. Vamos lá.

Sem bússola

Você deve localizar o lado onde o Sol nasce. Este é o Leste. Então, você deve colocar seu
corpo virado para frente, de modo que seu braço direito esteja voltado para o Leste. Veja a Figura
2.30 a seguir:

Na figura ao lado, a criança


está olhando para o Norte,
pois seu braço direito está
voltado para o Leste, onde
nasce o Sol, enquanto seu
braço esquerdo está
voltado para o Oeste, onde
o Sol se põe.

Figura 2.30 - Encontrando o Norte. Fonte: Brasilescola.


Disponível em: <http// www.brasilescola.com >.

40
Observe que esta operação pode ser realizada com facilidade no início da manhã. Se
você precisar definir o Norte na parte da tarde, basta localizar o Oeste, aonde o Sol vai se pôr, e se
posicionar com seu braço ESQUERDO virado para este lado. Com o braço direito virado para o
nascente, ou com o direito virado para o poente, você estará olhando para o Norte.

ATENÇÃO

VOCÊ PODE TER ALGUMA DIFICULDADE DE


LOCALIZAR O NORTE SEM UMA BÚSSOLA
POR VOLTA DO MEIO DIA, SE O TEMPO
ESTIVER FECHADO OU À NOITE, POIS FICA
DIFÍCIL TER UMA IDEIA DE ONDE O SOL
NASCE OU SE PÕE. NESSE CASO, O MELHOR
A SER FEITO É AGUARDAR O ENTARDECER, O
DIA SEGUINTE OU SE INFORMAR COM OS
MORADORES DO LOCAL ONDE NASCE O SOL.

Com bússola

Se você dispuser de uma bússola e souber utilizá-la, você pode determinar para onde
fica o Norte com agilidade, independentemente do horário do dia ou da noite e, ainda, se o tempo
está aberto ou fechado. Vamos lá!

1º passo: posicione a bússola (Figura 2.31) em uma superfície plana e horizontal (pode
ser a palma da sua mão);

Figura 2.31 - Bússola

2º passo: depois que a bússola estiver estabilizada, gire-a lentamente, de modo que a
letra N (de Norte), coincida com a posição da agulha;

VOCÊ SABIA?

A BÚSSOLA É UM INSTRUMENTO
MAGNÉTICO. ELA É, NA VERDADE, UM
PEQUENO ÍMÃ, QUE SEMPRE SE
ORIENTA PARA O NORTE DA TERRA. POR
ISSO ELA PERMITE QUE VOCÊ SE
ORIENTE, MESMO SEM O SOL!

41
3º passo: pronto! Com a agulha da bússola coincidindo com o N da bússola, você pode
determinar qualquer ponto cardeal da Terra, principalmente o Norte, que é para onde os coletores
devem estar voltados.

4º passo: Correção da Bússola

Na maioria dos lugares a bússola não aponta diretamente para o Norte. Isso acontece
graças a um fenômeno chamado DECLINAÇÃO MAGNÉTICA. Esse fenômeno obriga o usuário da
bússola a fazer uma correção, pois, em geral, a bússola acaba apontando para uma direção
ligeiramente afastada do Norte Verdadeiro ou Geográfico. Observe a tabela a seguir: ela mostra a
correção a ser feita em várias cidades do país.

Tabela 2-4 – Correção da bússola para algumas cidades brasileiras.

Cidade Declinação Cidade Declinação


magnética (graus) magnética (graus)
Porto Alegre -14,74 Fortaleza -21,60
Florianópolis -17,46 Teresina -21,40
Curitiba -17,30 São Luís -20,70
São Paulo -19,60 Belém -19,50
Belo Horizonte -21,50 Macapá -18,50
Rio de Janeiro -21,40 Palmas -19,90
Vitória -22,80 Manaus -13,90
Salvador -23,10 Boa Vista -14,00
Aracaju -23,10 Porto velho -10,60
Maceió -22,90 Rio Branco -7,34
Recife -22,60 Goiânia -19,20
João Pessoa -22,40 Cuiabá -15,10
Natal -22,10 Campo Grande -15,20
.. .. Brasília -20,00

Na tabela 2.3, o sinal negativo significa que o Norte está, na verdade, à direita da
direção apontada pela bússola. Por exemplo, em Brasília, o Norte Verdadeiro, ou Geográfico, está 20o
à direita do Norte magnético, que é para onde a bússola aponta. Veja a Figura 2.32:

Figura 2.32 - Como uma bússola aponta o Norte em Brasília

42
Capítulo 3

3. INSTALAÇÃO DE
AQUECIMENTO SOLAR PARA
HIS

Instalação passo a passo

43
Detalhamento da instalação

Para começar a instalação do sistema de aquecimento solar (Figura 3. 1) é necessário


verificar alguns itens e organizar várias coisas antes mesmo de subir ao telhado. Desse jeito, é
possível aproveitar bem todo o tempo de quando se está em cima do telhado e assim diminuindo o
tempo por lá.

Figura 3. 1 - Instaladores em projeto Multifamiliar.


Fonte: Renan Cepeda/GIZ

A seguir será descrito, passo a passo, as etapas para uma correta instalação do sistema.

3.1. Base do reservatório para fixação

O reservatório térmico não pode ser apoiado diretamente sobre as telhas, devido ao seu
peso elevado. O correto é prender o reservatório nos caibros do telhado ou em estrutura auxiliar,
furando as telhas. A Figura 3.2 a seguir mostra a fixação do reservatório aos caibros.

44
Figura 3.2 - Furação dos caibros e das telhas.
Fonte: VERT/GIZ

Para fixar o reservatório aos caibros, é necessário uma base para o reservatório. Essa
base pode ser de um perfil metálico (Figura 3.3).

Figura 3.3 - Vista lateral da base para o reservatório.


Fonte: TR_2 da CEF

45
Um exemplo da base fixada ao caibro está ilustrado na Figura 3.4 a seguir:

Figura 3.4 - Base para o reservatório fixado a um caibro.


Fonte: GIZ

A Figura 3.5 a seguir mostra o reservatório já instalado na base fixada no telhado, em


detalhe.

Figura 3.5 - Base para o reservatório instalado.


Fonte: Energia Solar na TV

3.2. Gabarito com a inclinação do telhado

Antes da subida ao telhado é necessário adiantar várias etapas, ainda no chão. Todas as
tubulações devem ser previamente encaixadas e vedadas, de modo a minimizar o trabalho em altura.

46
O gabarito do telhado é uma peça que pode ser utilizada para facilitar o trabalho do instalador. Ele
tem a mesma inclinação do telhado e pode ser fornecido pelo Construtor ou confeccionado pelo
responsável pela instalação do aquecedor solar.

Colocando o reservatório no gabarito, é possível ajustar a posição da caixa redutora e


do reservatório térmico antes de subir com esses equipamentos para o telhado. A Figura 3.6 a seguir
mostra um gabarito em ripas de madeira, abaixo do reservatório.

Figura 3.6 - Gabarito de madeira com a inclinação do telhado.


Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

3.3. Passo a passo para a instalação do sas

PASSO 1 – Alinhamento do Reservatório e da Caixa

O gabarito é utilizado para ajustar a posição da caixa redutora de pressão e do


reservatório para que a tubulação fique alinhada com a vertical, mesmo que o equipamento esteja
inclinado. Assim, ainda em solo, monta-se o reservatório e a caixa redutora de pressão já com a
inclinação do telhado, como mostra a figura 3.7.

47
Figura 3.7 - Alinhamento das tubulações do RT e da caixa.
Fonte: Adaptação TR 2 da CEF

O alinhamento é importante para o bom funcionamento do termossifão, que é a


circulação natural da água dentro do coletor. Observe com atenção a Figura 3.8. O que está errado
nela?

Figura 3.8 - Alinhamento errado das tubulações do Reservatório e da Caixa Redutora.


Fonte: Assiscity. Disponível em: <http//www.assiscity.com>

Como mostra a linha pontilhada, as tubulações do reservatório e da caixa redutora de


pressão não estão alinhadas. Uma instalação desse tipo compromete a eficiência do sistema. A linha
tracejada na figura ilustra como deveria ser realizado o alinhamento correto. Esse alinhamento é
feito, justamente, com o auxílio do gabarito, em solo.

PASSO 2 – Fixação da Caixa Redutora de Pressão

Depois de alinhar o reservatório, ainda em solo, deve-se fixar a caixa redutora de


pressão em cima do reservatório. Ela pode ser fixada, por exemplo, utilizando-se fitas metálicas
rebitadas. A Figura 3.9 ilustra a fixação da caixa redutora ao reservatório térmico.

48
Figura 3.9 - Fixação da Caixa redutora de pressão ao Reservatório Térmico.
Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

Instalação da Boia na caixa redutora de pressão

Com a caixa já fixada, deve-se instalar a boia no seu interior, através da abertura
superior. A função da boia é controlar o nível de água fria dentro da caixa redutora de pressão.
Depois, é preciso encaixar a tubulação da boia pelo lado de dentro da caixa, no orifício lateral
superior. A Figura 3.10 a seguir ilustra esse procedimento. Lembre-se: todos esses procedimentos
devem ser realizados em solo!

Figura 3.10 - Instalação da boia na caixa redutora de pressão.


Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

49
PASSO 3 - Pré-instalação das tubulações

Após a correta fixação da caixa redutora e da instalação de sua boia, é possível instalar
as tubulações entre a caixa redutora e o reservatório, que podem ser fixadas com a utilização de
abraçadeiras devidamente parafusadas quando seu material for plástico, como o exemplo do EPDM.

Ligação entre a Caixa redutora de pressão e o reservatório

Deve-se conectar a tubulação da caixa redutora de pressão até o reservatório térmico.


Deve-se conectar a saída de água fria da parte de baixo da caixa redutora de pressão até a entrada
de água fria na parte de baixo do reservatório térmico. A Figura 3.11 ilustra a correta instalação.
Dessa forma, é possível garantir que na parte de baixo do reservatório térmico terá sempre a água
fria. Se essa tubulação for plástica ela precisa de uma proteção contra os raios ultravioleta, para
evitar se deteriorar com a exposição ao Sol.

Figura 3.11 - Ligação entre a caixa e o reservatório.


Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

Espera das ligações entre o reservatório e os coletores

Ainda em solo pode-se instalar, no reservatório, a tubulação que será conectada aos
coletores. A primeira ligação deve ser realizada entre a saída da água quente que vem do coletor
solar até o reservatório. A água quente sairá da parte de cima do coletor e entrará na parte de cima
do reservatório térmico. Essa tubulação poderá ser curta, pois ela será ligada na parte de cima dos
coletores. Aqui é fundamental que o tubo seja isolado termicamente, conforme vimos nos capítulos
anteriores. A Figura 3.12 ilustra essa instalação.

50
Figura 3.12 - Entrada de água quente no reservatório.
Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

A segunda ligação é a saída de água fria do reservatório. Ela deve ser feita da parte de
baixo do reservatório, pois é lá que se encontra a água fria. Essa tubulação deve ser longa, pois ela
será ligada a parte de baixo dos coletores. Essa tubulação também precisa de isolamento térmico. A
Figura 3.13 ilustra essa instalação.

Figura 3.13 - Saída de água fria no reservatório em direção aos coletores.


Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

Para resumir, as ligações no reservatório serão as seguintes:

Ligação 1: parte de baixo da caixa redutora de pressão até a parte de baixo do


reservatório térmico;

51
Ligação 2: parte de cima do reservatório até a parte de cima do coletor;

Ligação 3: parte de baixo do reservatório até a parte de baixo do coletor.

PASSO 4 – Verificar a orientação do telhado

É preciso utilizar a bússola para encontrar o polo Norte Magnético da Terra. Depois
disso, basta descontar o valor da declinação e assim encontrar o polo Norte geográfico, ou polo
Norte Verdadeiro. (No capítulo 2 é possível aprender mais sobre como fazer isso detalhadamente).
Após identificar quais são as orientações de cada água do telhado, basta verificar no projeto em qual
deles o sistema deverá ser instalado. Como vimos nos capítulos anteriores o projetista vai escolher o
telhado com melhor orientação, ou seja, o Norte Verdadeiro, para cidades cuja Latitude esteja acima
de 10°. A Figura 3.14 ilustra uma água do telhado orientada para o Norte Verdadeiro.

Figura 3.14 - Orientação correta de instalação do coletor –


Coletor voltado para o Norte Verdadeiro.
Fonte: Engenharia e imóveis. Disponível em: <http// www.1.engenhariaeimoveis.com.br >.

PASSO 5 – Instalação do suporte para o coletor – correção da orientação

Se o coletor não está orientado para o Norte, em boa parte do ano o coletor não
receberá os raios do Sol. Assim, ele não aquecerá a água o suficiente para um banho confortável,
comprometendo a economia de energia que ele pode gerar. Para corrigir essa falha há duas
soluções. A primeira solução é inserir mais coletores, pois mesmo que eles não estejam na melhor
orientação, juntos eles recebem maior quantidade de luz solar, aquecendo mais a água. Essa solução
nem sempre é interessante, pois aumenta significativamente o custo da obra. A segunda solução é
mais simples e, principalmente, mais barata. Consta em inserir um suporte metálico para direcionar
o coletor para o Norte, como mostra a Figura 3.15.

52
Figura 3.15 – Aquecedor solar instalado com suportes

IMPORTANTE

A INSTALAÇÃO DO SUPORTE SERÁ SEMPRE INDICADA


NO PROJETO QUE ESTARÁ EM SUAS MÃOS E DEVERÁ
SER SEGUIDO. CASO NOTE DIFERENÇAS NA
ORIENTAÇÃO DO TELHADO E USO DOS SUPORTES NO
LOCAL É IMPORTANTE COMUNICAR DE IMEDIATO AO
RESPONSÁVEL.

Existem vários tipos de suportes no mercado, cada um com uma forma diferente de
instalação. Durante a instalação do suporte é necessário verificar alguns pontos:
• No caso de suporte que precise furar as telhas para firmar nos caibros do
telhado, é necessário seguir os detalhes de furação e vedação que estão
detalhados no próximo passo;
• Verifique se o suporte está bem nivelado;
• Verifique se todas as peças estão firmes.

PASSO 6 – Subida ao telhado

Para subir ao telhado, devem-se observar alguns detalhes como explicados no Capítulo 2
desse manual.

• Usar todos os EPIs: capacete, óculos de segurança, sapato de segurança, cinto de


segurança e luvas;
• Conferir toda a instrumentação e equipamentos;
• Utilizar uma escada em boas condições;
• Se possível, adaptar passarelas sobre o telhado;

53
• Conectar o cinto de segurança a um trava-queda que esteja ligado a um cabo de
segurança (ou linha de vida) fixo ao telhado;
• Identificar o lugar onde será instalado o SAS indicado no projeto.

Somente depois de ter verificado todos esses itens pode-se passar para o próximo
passo.

PASSO 7 - Verificar distância entre os caibros do telhado

O telhado tem que suportar o peso do reservatório térmico, da caixa redutora de


pressão e das placas. Todo esse conjunto possui uma carga muito grande, principalmente o
reservatório, que por ter uma capacidade de 200l e por estar completamente cheio de água, ele pesa
aproximadamente 200kg. A Caixa não permite que todo esse equipamento seja preso diretamente
nas telhas porque isso faria com que elas se quebrassem! Então o reservatório deverá ser instalado
sobre a estrutura do telhado. Assim, é importante verificar se ele tem um espaçamento entre os
caibros que seja igual a distância entre os pés do reservatório.
Para saber se a distância entre eles é suficiente para a instalação do reservatório você
irá precisar tirar algumas medidas:
1) Distância dos pés de apoio do reservatório;
2) Distância entre os caibros (Figura 3.16);

Figura 3.16 - Local onde deve ser instalado os pés do reservatório térmico.
Fonte: Stepping forward. Disponível em: <http//www.steppingforwardpt.blogspot.com.br>.

54
LEMBRE-SE

PARA MEDIR ESSAS DISTÂNCIAS E


COMPRIMENTOS TENHA SEMPRE À
MÃO SUA TRENA OU METRO E PAPEL E
LÁPIS PARA ANOTAR!

A Figura 3.17 ilustra a preparação da instalação da base do reservatório nos caibros do


telhado. Esse procedimento será detalhado a seguir, no passo 8.

Figura 3.17 - Instalação da base do reservatório nos caibros. Fonte: Vídeo Energia
Solar na TV

Caso a distância entre os caibros seja maior que a distância entre os pés do reservatório,
será necessário colocar caibros auxiliares, para diminuir o espaçamento entre os caibros iniciais. A
Figura 3.18 ilustra esses elementos e as demais partes do telhado para sua melhor compreensão.

55
Figura 3.18 - Partes do telhado. Fonte: Casa e construção. Disponível em:
<http//www.cec.com.br>. Acesso em: 23 Jul. 2013.

Os caibros auxiliares devem ser inseridos entre os caibros do telhado original e devem
ser instalados com a distância exata entre os pés do reservatório (os pés estarão acoplados na base
do reservatório). A Figura 3.19 a seguir mostra a instalação dos caibros auxiliares.

Figura 3.19 - Instalação dos caibros auxiliares.


Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

PASSO 8 - Furação dos caibros e das telhas

O Reservatório Térmico deve ser parafusado aos caibros. Para isso, segue um
detalhamento desse procedimento, de acordo com o Manual aquecedor Belosol:

1. Retire as telhas de onde será instalado o RT;


2. Marque nos caibros onde serão os furos. Atenção para que a marcação encaixe
perfeitamente a base do RT e ainda, que os furos estejam alinhados;

56
3. Faça os furos nos caibros. A Figura 3.20 ilustra essa furação;
4. Marque a telha que ficará sobre o furo. Depois fure-a;

Figura 3.20 - Furação dos caibros e das telhas.


Fonte: Energia Solar na TV

5. Passe a haste pela furação dos caibros;


6. Coloque todas as telhas. O telhado ficará como ilustrado na Figura 3.21;

Figura 3.21 - Hastes instaladas nos caibros e nas telhas.


Fonte: Manual Aquecedor Belosol

7. Encaixe a base do reservatório nas hastes;


8. Com o auxílio de um nível, ajuste o suporte para ele ficar nivelado.

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PASSO 9 - Vedação dos furos

Todos os furos deverão ser adequadamente vedados, para evitar que a água entre na
residência. Recomenda-se o uso de manta asfáltica aluminizada ou poliuretano (Figura 3.22). A
manta deve circular toda a haste.

Figura 3.22 - Vedação do furo.


Fonte: Energia Solar na TV

Somente após a perfeita vedação é possível instalar a base e o reservatório. A Figura


3.23 ilustra a vedação dos demais furos do reservatório.

Figura 3.23 - Vedação dos furos do reservatório.


Fonte: Energia Solar na TV

VOCÊ SABIA?

NÃO É PERMITIDA A VEDAÇÃO SÓ COM


SILICONE, UTILIZE MANTA ASFÁLTICA
ALUMINIZADA OU POLIURETANO.

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PASSO 11 – Subida do Reservatório Térmico

A Figura 3.24 a seguir mostra a forma certa para amarrar um reservatório a ser
levantado até o telhado. Note que foram amarradas duas cordas, puxadas por dois instaladores em
cima do telhado. Essa amarração mantêm o reservatório deitado e impede que os outros
componentes como a caixa redutora de pressão se desloquem no momento dessa subida.

Figura 3.24 - Amarração do reservatório na subida para o telhado.


Fonte: Energia Solar na TV

PASSO 12 – Colocação do reservatório

O reservatório pode ser instalado sob as hastes instaladas no telhado.

PASSO 13 – Instalação do Coletor Solar

O coletor solar pode ser instalado diretamente sobre as telhas e a sugestão é que se use
um perfil metálico abaixo das telhas e preso na estrutura do telhado para prendê-lo. Isso evita que as
telhas sejam furadas para a fixação do coletor. A Figura 3.25 ilustra a instalação do perfil metálico.

59
Figura 3.25 - Perfil metálico para fixação do coletor.
Fonte: TR_2 CEF (adaptado pelos autores)

IMPORTANTE!

O COLETOR SOLAR NÃO PODE SER PRESO


AOS CAIBROS ATRAVÉS DE ARAMES! O
ARAME NÃO CONSEGUIRÁ MANTER O
COLETOR PRESO AO TELHADO NO CASO
DE UM VENTO MUITO FORTE.

Para colocar esses perfis você terá que medir a distância que elas ficarão espaçadas.
Essa distância pode ser de 70 centímetros ou o suficiente para segurar a parte de baixo do coletor.

Para marcar o local onde eles serão instalados você precisará seguir alguns passos:

1. Meça o comprimento do coletor solar com a trena. Essa medida será a distância que
você terá que marcar a partir do reservatório térmico. Faça uma marcação nesse local, que pode ser
um X ou um ponto a lápis na própria telha;

2. Agora precisamos marcar a distância de 70 cm que vimos antes. Então serão dois
pontos e neles colocaremos o perfil metálico;

3. Passe o perfil metálico por baixo das telhas selecionadas, como mostra a Figura 3.26;

60
Distância entre perfis = 70 cm

Figura 3.26 – Instalação do perfil metálico para fixação do coletor.


Fonte: Energia Solar na TV

4. Agora você terá que acessar o interior da casa, onde verá parte do perfil por dentro do
telhado. Aqui você já pode dobrá-lo e aparafusá-lo na estrutura do telhado, conforme
Figura 3.27.

Figura 3.27 - Fixação da perfil metálico. Fonte: Vídeo Energia Solar na TV

PASSO 14 – Subida do coletor

Os coletores têm sua cobertura de vidro e dessa forma são muito frágeis. É preciso ter
cuidado para que durante a subida dos equipamentos, o coletor não tombe e muito menos caia.

61
A Figura 3.28 a seguir mostra a forma certa para amarrar um coletor a ser levantado até
o telhado. Note que o nó no cruzamento das cordas se dá na parte de cima do coletor, acima do
centro do coletor, mantendo o coletor em pé. Se o nó estiver no centro do coletor, ele pode tombar
e assim, pode bater nas paredes e se quebrar.

Os coletores devem ser suspensos um a um.

Figura 3.28 - Amarração do coletor na subida para o telhado.


Fonte: Energia Solar na TV

IMPORTANTE!

O COLETOR SOLAR NÃO DEVE FICAR


RECEBENDO RADIAÇÃO SOLAR QUANDO
ESTÁ VAZIO, POIS NESSE CASO, ELE
ENVELHECE MUITO MAIS RÁPIDO QUE O
NORMAL. ENTÃO, SE O COLETOR FOR
FICAR MAIS DE UM DIA VAZIO, ELE DEVE
FICAR COBERTO. É POSSÍVEL UTILIZAR A
PRÓPRIA CAIXA DE PAPELÃO DA
EMBALAGEM PARA TAMPÁ-LO DO SOL.

62
PASSO 15 – Colocação do coletor

Com os perfis já fixados, basta colocar cuidadosamente o coletor nesse suporte, como
mostra a Figura 3.29.

Figura 3.29 – Fixação do coletor solar.


Fonte: Energia Solar na TV

Aqui o coletor deve ser tampado novamente e o próximo passo é iniciar a instalação das
tubulações no coletor.

PASSO 16 – Instalação das tubulações do Coletor Solar

Com o reservatório e o coletor já fixados ao telhado, é possível fazer a conexão entre o


eles. Como o reservatório já estava com a tubulação instalada, basta conectar essa tubulação ao
coletor. Vale a pena lembrar a forma correta dessa instalação:

A primeira conexão é da água quente que sairá da parte de cima do coletor e entrará na
parte de cima do reservatório térmico. Essa tubulação é curta, pois ela será ligada na parte de cima
dos coletores.

A segunda conexão é a saída de água fria do reservatório. Ela liga a parte de baixo do
reservatório até a parte de baixo dos coletores. Essa tubulação é longa.

Essas duas conexões deverão sempre estar em lados contrários. Então, se você instalou
a tubulação longa do lado esquerdo do coletor, a curta deverá ser instalada no lado direito.

Para tubulações plásticas as conexões devem ser rígidas, por isso sugere-se a utilização
de abraçadeiras. A Figura 3.30 mostra essa fixação.

63
Figura 3.30 - Fixação da tubulação com o uso de abraçadeiras.
Fonte: Energia Solar na TV

VOCÊ SABIA?

AS TUBULAÇÕES ENTRE O RESERVATÓRIO


E O COLETOR SÃO MUITO IMPORTANTES E
NÃO PODEM APRESENTAR “BARRIGAS”
OU CAVALETES, POIS ESSAS
CARACTERÍSTICAS DIFICULTAM A
CIRCULAÇÃO NATURAL DA ÁGUA.

PASSO 17 – Instalação da válvula anticongelamento – se necessário

Em algumas cidades do país, onde a temperatura é baixa em algumas épocas do ano, a


água dentro do coletor pode congelar e, assim, prejudicar o equipamento. Para evitar essa situação,
deve-se utilizar uma válvula anticongelamento, que foi explicada com detalhes no capítulo 2 desse
manual.

Se a instalação do sistema de aquecimento solar estiver sendo efetuada em uma dessas


cidades, é nesse momento que ela deve ser instalada.

A válvula deve ser instalada na parte de baixo do coletor solar, na extremidade que não
está ligada a nenhuma tubulação. A Figura 3.31 a seguir mostra essa instalação.

64
Figura 3.31 – VAC Instalada.
Fonte: Soletrol. Disponível em: <http//www.soletrol.com.br>.

PASSO 18 – Instalação do respiro no Reservatório Térmico

O respiro ou outro dispositivo de segurança deve ser instalado bem próximo ao


reservatório térmico, na sua tubulação mais alta. O respiro deve ter sua outra extremidade aberta,
pois só assim ele conseguirá igualar a pressão do reservatório térmico. Ele deve ser de uma
tubulação própria para água quente e se for de material plástico deve ter proteção UV. O respiro
deve ser instalado sempre na forma vertical e ter altura maior do que da caixa redutora de pressão,
como mostra a Figura 3.32 a seguir.

Figura 3.32 - Instalação do Tubo de respiro próximo ao reservatório térmico.


Fonte: Manual de instalação e do Propriet ário daTégula Solar

Esse elemento também pode ser instalado em solo, antes da subida dos equipamentos
para o telhado, o que facilita a atividade do instalador no telhado e diminui o tempo que ele fica por
lá.

PASSO 19 – Ligação das tubulações do SAS à residência

Agora que todo o sistema de aquecimento solar já está montado, basta fazer as ligações
dele à residência. São duas ligações a serem feitas:

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Entrada da água fria na caixa redutora de pressão

A primeira ligação é a entrada de água fria que vem da rua até a caixa redutora de
pressão. Como nessa tubulação passará apenas água fria, não há a necessidade de isolamento
térmico, apenas de proteção UV. A Figura 3.33 ilustra essa ligação.

Figura 3.33 - Ligação da entrada de água fria.


Fonte: Sistema de aquecimento solar para o PMCMV

Saída de água quente do reservatório

A segunda ligação é a saída de água quente do reservatório térmico até a tubulação que
liga ao chuveiro, no banheiro da residência. A saída de água quente do reservatório será realizada
pela parte de cima do reservatório, pois é lá que irá ficar a parte da água mais quente. Essa tubulação
deve ser resistente à água quente e deve ter isolamento térmico.

Para fazer a ligação com a tubulação da casa é necessário furar a telha mais uma vez. A
Figura 3.354 mostra a ligação dessa tubulação.

Figura 3.34 - Ligação da saída de água quente.


Fonte: Energia Solar na TV

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Depois de passada essa tubulação deve-se isolar o furo da telha, para evitar infiltração
na residência.

Pelo lado de dentro do telhado, deve-se fazer a ligação do tubo que veio do telhado até
a entrada da tubulação do banheiro. A Figura 3.35 ilustra essa ligação.

Figura 3.35 - Ligação da saída de água quente por dentro do


telhado até a entrada da tubulação do chuveiro.
Fonte: Energia Solar na TV.

Deve-se ter cuidado e fazer a ligação por dentro do telhado sempre com o uso de uma
tubulação de maior diâmetro, para evitar vazamentos.

Pronto! A instalação do sistema está completa! (Erro! Fonte de referência não


encontrada.) Agora só faltam mais alguns detalhes para deixá-lo funcionando!

PASSO 20 – Instalação do chuveiro elétrico

Agora que o SAS já está instalado, é possível verificar se ele estará funcionando. Para
isso é preciso que o chuveiro elétrico esteja instalado. O chuveiro deve ser instalado normalmente,
inclusive a conexão elétrica deve ser feita. O único detalhe após a instalação é verificar se o chuveiro
encontra-se na opção “desligado”. Pois assim é possível garantir que quando sair água quente do
chuveiro, ela estará vindo do SAS. No caso de ocorrerem vários dias sem Sol, ou após uma noite
muito fria, que façam com que a água do reservatório não permaneça quente o suficiente, o usuário
pode ligar o chuveiro. Um ponto muito importante é realizar o aterramento do fio terra
corretamente, evitando futuros choques elétricos nos usuários.

PASSO 21 – Ligação da água fria e inspeção de vazamento

Com o sistema já instalado é possível abrir o registro que dá acesso à água fria para a
casa e que irá encher a caixa redutora de pressão, o reservatório térmico e depois todo o coletor.

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Somente nesse instante deve-se destampar o coletor solar. Nesse momento todo o
sistema deve ser verificado:

•Para retirar o ar de toda a tubulação e preenchê-la com a água basta abrir o registro do
chuveiro no interior da casa. Isso deve levar alguns minutos;

•Enquanto isso verifique se em algum ponto do sistema existem vazamentos;

• Teste toda a tubulação e conexões verificando se existem vazamentos. Em caso


afirmativo esses problemas devem ser corrigidos antes de finalizar a instalação;

•Limpe e organize o local de instalação. Certifique que não haja nenhum resto de
tubulação e nenhuma ferramenta em cima do telhado.

Pronto! Após um tempo de insolação, o sistema estará fornecendo água quente sem a
necessidade de se gastar energia elétrica com o chuveiro!

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