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20 novembro 2018
GETTY IMAGES
Uma escola da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, que conta com uma ativa
comunidade antivacina está no centro do maior surto de catapora do Estado em
décadas, dizem as autoridades.
O colégio tem uma das taxas de dispensa de imunização por razões religiosas mais altas do
Estado, o que permite que os estudantes não sejam vacinados.
As autoridades de saúde dos Estados Unidos dizem, por sua vez, que se vacinar é muito
mais seguro do que ter que eventualmente tratar uma catapora.
"Este é o maior surto de catapora que as autoridades de saúde têm conhecimento desde que
a vacina está disponível", disse um porta-voz do Departamento de Saúde da Carolina do
Norte à BBC em um comunicado enviado por e-mail.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-46272988 1/10
22/11/2018 Comunidade antivacina está por trás do maior surto de catapora em décadas em Estado americano, aponta investigação - BBC News Brasil
Dos 152 alunos da instituição, 110 não foram vacinadas contra o vírus varicela-zóster,
causador da catapora, conforme apurou o Citizen-Times.
Um porta-voz do colégio disse à BBC que eles estão colaborando inteiramente com as
autoridades de saúde locais, conforme as leis da Carolina do Norte.
"Descobrimos que os pais são altamente motivados a escolher exatamente o que querem
para seus filhos. Nós, como escola, não discriminamos com base no histórico médico ou na
condição médica de uma criança."
O condado de Buncombe, onde está localizada a cidade de Asheville, tem uma população de
mais de 250 mil habitantes - e a maior taxa de isenção de imunização com base em religião
do Estado.
"Queremos ser claros: a vacinação é a melhor proteção contra a catapora", diz a diretora
médica do condado, Jennifer Mullendore, em um comunicado.
"Quando vemos um grande número de crianças e adultos não imunizados, sabemos que
uma doença como catapora pode se espalhar facilmente por toda a comunidade - em nossos
playgrounds, mercearias e equipes esportivas."
A lei da Carolina do Norte exige determinadas vacinas, incluindo aquelas contra catapora,
sarampo e caxumba, para crianças do jardim de infância, mas o Estado permite exceções
por razões médicas e religiosas.
A maioria das religiões não proíbe a vacinação, mas, nos últimos anos, alguns pais estão
temendo reações adversas às vacinas nos Estados Unidos - e usando essa prerrogativa para
deixarem de imunizar os filhos.
Embora alguns efeitos colaterais, como alergias, às vacinas sejam possíveis, a comunidade
médica desmistificou a grande maioria dos medos, e associações, incluindo a Organização
Mundial de Saúde (OMS) e a Academia Americana de Pediatria, encorajam a imunização.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-46272988 2/10
22/11/2018 Comunidade antivacina está por trás do maior surto de catapora em décadas em Estado americano, aponta investigação - BBC News Brasil
GETTY IMAGES
O vírus é transmitido por meio do contato, da tosse ou de espirros, embora não seja tão
contagioso quanto o sarampo, que pode se alastrar sem que haja qualquer contato.
A vacina contra catapora foi licenciada nos Estados Unidos em 1995. Segundo o CDC, a
imunização evitou 3,5 milhões de casos da doença, 9 mil internações e 100 mortes
anualmente no país.
E, embora algumas pessoas possam pegar catapora mesmo sendo vacinadas, ela é muito
eficaz na prevenção de casos graves ou com risco de vida.
Além disso, a vacinação também ajuda a proteger indivíduos vulneráveis que não podem ser
imunizados, como mulheres grávidas, bebês com menos de um ano e pacientes com câncer,
evitando o contágio.
Os pais que deixam de levar os filhos para a vacinação obrigatória correm o risco de ser
multados ou processados por negligência e maus tratos, segundo especialistas ouvidos pela
BBC News Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-46272988 3/10
22/11/2018 Comunidade antivacina está por trás do maior surto de catapora em décadas em Estado americano, aponta investigação - BBC News Brasil
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reúne normas com objetivo de proteger
o direito à vida e à saúde de crianças e adolescentes, estabelece que "é obrigatória a
vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias".
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