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Foz do Iguaçu
2018
EDUARDO VON RANDOW
MATHEUS JOSÉ FERREIRA
FOZ DO IGUAÇU
2018
Agradecimentos
1 INTRODUÇÃO 7
2 DESENVOLVIMENTO 9
2.2 Metodologia 9
2.3.4 Acolhimento 20
3 CONCLUSÃO 24
4 REFERÊNCIAS 26
5 APÊNDICES 28
6. ANEXOS 29
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e, além disso, o médico ainda prevalece como o centro da Atenção Básica,
prejudicando a resolutividade e também o empoderamento de outros profissionais da
saúde (CAMELO et al., 2016).
Para consolidar o acolhimento como mecanismo de resolutividade da situação
do usuário, abrangendo suas três dimensões, ainda há um desafio a ser superado,
que consiste na classificação de risco e avaliação de vulnerabilidades, a qual
necessita de um trabalho integrado de toda a equipe que atua na Atenção Básica,
garantindo a equidade no acesso e permitindo uma melhora na gestão do cuidado e
do tempo para o atendimento da demanda, adequando-se ao protocolo de urgência e
emergência (SCHOLZE, 2014).
Como uma maneira de estratificar o risco familiar e as vulnerabilidades, a
Escala de Coelho se tornou uma tecnologia de cuidado que permitiu o conhecimento
das famílias de uma Unidade de Saúde e permitir um melhor planejamento das
equipes durante o acolhimento (COELHO; SAVASSI, 2004).
Além disso, o acesso avançado surgiu como um modelo para evitar longos
tempos de espera do usuário da demanda programada, buscando também garantir
uma melhora no atendimento e nos desafios existentes no acolhimento. Sendo assim,
é um modelo que garante o atendimento em até quarenta e oito horas para o usuário,
equilibrando com a demanda espontânea e garantindo a manutenção dos
agendamentos de rotina e, também, a manutenção da continuidade do atendimento
ao usuário, que têm suas demandas resolvidas mais rapidamente (ROCHA; BOCCHI;
GODOY, 2015).
Portanto, o acolhimento permite a melhora nos processos de humanização da
saúde, com a escuta qualificada, torna o atendimento mais resolutivo e com melhores
avaliações de risco e vulnerabilidades, garante um trabalho em equipe mais efetivo,
tirando o foco centrado biomédico, e tornando o atendimento biopsicossocial, com o
foco no usuário e em suas demandas e necessidades (LOPES et al., 2015).
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2 DESENVOLVIMENTO
2.2 Metodologia
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Após isso, analisamos e estudamos as modelagens de acolhimento, o fluxo do
atendimento e a classificação de risco e vulnerabilidade que aconteciam na prática
nesta USF, elaboramos então um fluxograma segundo a vivência particular de um
usuário selecionado e também sobre a nossa percepção na unidade na prática de
como ocorria o acolhimento de forma real.
Em seguida, realizou-se um estudo familiar de um usuário da unidade, sendo
agendada uma visita com um paciente da unidade, entretanto, o paciente não se
encontrava no momento da visita, todavia, contornou-se a situação realizando a
entrevista com sua esposa e então foi realizado o genograma, ecomapa e
classificação de risco da família. Para a entrevista, foi realizada uma breve revisão da
literatura sobre genograma e ecomapa e assim elaboramos um roteiro para guiar a
conversa durante a visita domiciliar a fim de contemplar os principais pontos
necessários para a boa elaboração do relatório, ademais, entramos em contato
posteriormente via redes sociais com a pessoa índice para coletar informações que
não ficaram claras no momento da escrita do relatório.
Ao final, ocorreu a apresentação e discussão dos resultados obtidos durante o
estudo, fazendo-se comparações com as referências e ferramentas indicadas neste
relatório, além disso, faz-se também uma análise dessa comparação e uma
abordagem das principais características da família pesquisada e do estudo familiar
realizado.
A base científica deste estudo foi a partir da utilização das referências
disponibilizadas no plano de trabalho do estudante de PIESC IV e artigos retirados da
base de dados do Scielo. Para a confecção deste genograma e ecomapa utilizamos
o software GenoPro em sua versão 3.0.1.0 de 2016, além do software Paint para
menores detalhes, como legendas e traços. O fluxograma foi feito com a ferramenta
Lucid Chart, disponível de maneira online.
Nesse sentido, após ter tido atendimento médico, relatou para nós o fluxo de
atendimento. Primeiramente, ele disse que chegou muito cedo na unidade e teve que
esperar em uma fila com demais usuários. Quando este entrou em contato com a
recepção, foi avaliado visualmente, questionado se havia atividade agendada ou de
rotina e recebeu uma ficha de espera com o enfermeiro de sua microárea. Após um
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período de espera, ele foi chamado pela equipe de enfermagem da sua microárea
para que expusesse sua queixa. A equipe de enfermagem então fez uma análise e
uma classificação de risco do usuário que foi classificado como atendimento prioritário
e logo em seguida foi solicitado para que comparecesse a consulta médica o usuário
foi atendido e foi solicitado retorno para reavaliação.
Figura 1. Fluxograma de acolhimento praticado na USF Vila C Nova do município de Foz do Iguaçu-
PR.
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intervir e executar ações além do âmbito científico, fornecendo subsídios para práticas
no campo de prevenção e redução das vulnerabilidades encontradas.
A partir disto, a Escala de Coelho foi criada em 2003 por Coelho e Savassi, com
a finalidade de ser um instrumento de auxílio na avaliação da vulnerabilidade familiar
e mais uma ferramenta para o planejamento das ações da equipe. A escala foi
elaborada a partir da revisão dos critérios de preenchimento da Ficha A do Sistema
de informação de Atenção Básica (SIAB), realçando as sentinelas de risco (COELHO
E SAVASSI, 2004). Ademais, a Escala de Coelho não tem a finalidade de abordagem
familiar e nem consegue classificar todos os riscos, sendo necessário uma avaliação
mais aprofundada, entretanto, devido a sua fácil aplicação, se consolidou como uma
boa ferramenta de auxílio (COELHO, LAGE E SAVASSI, 2012)
A partir da visita que executamos com o usuário e a sua família, foi possível ter
uma noção das condições da família, como ela era formada, como estes membros se
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sentiam e se portavam frente o ambiente e as doenças que afligem pessoas de sua
família e ao próprio usuário e também, como a família interage entre si, sendo possível
estabelecer as situações de risco obtidas a partir da Escala de Coelho e Savassi
(Anexo A).
Além disso, foi relatado pela pessoa entrevistada que o marido sofre de
Diabetes Mellitus, o que configura 1 ponto, e ela também relatou que possui
hipertensão arterial, somando-se então mais 1 ponto na escala e relatou também que
o marido faz uso de álcool sem restrição em alguns casos, chegando a, em sua
concepção, representar risco para a saúde dele (mais 2 pontos, por drogadição).
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Márcia, que foi selecionada para ser a pessoa índice de nosso estudo, tem
hipertensão arterial sistêmica e se mostrava muito ansiosa e comunicativa, entretanto,
não nos dava as informações de forma exata e com muitos rodeios, sendo necessária
fazer perguntas mais diretas e interrompê-la algumas vezes com o intuito de guiar e
direcionar melhor a entrevista.
Ela relatou que sua família não é de Foz do Iguaçu e sim da região rural de
Marechal Cândido Rondon, entretanto, seu pai trouxe sua família para Foz pois veio
trabalhar na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu e ‘’na Furnas’’. Além disso,
logo disse que seu filho mais velho se mudou recentemente de casa pois se casou e
teve um filho (Márcia falou várias vezes de seu neto, mostrando muito afeto por ele).
Os dois pais de Márcia já estão mortos, segundo ela sua mãe morreu devido a um
câncer de colo de útero em 1999 e seu pai, após ter desenvolvido depressão e cura-
la, sofreu das complicações da hipertensão arterial sistêmica e diabetes gerando um
acidente vascular cerebral (AVC), entretanto, ficou internado por 7 meses até falecer
em 2008, com uma parada cardiorrespiratória.
A relação de Márcia com seus filhos, segundo ela, é muito próxima e também
com seu neto, entretanto diz que há algumas relações conflituosas na sua família: O
primeiro caso é da relação entre os dois filhos que moram em sua casa, segundo ela:
‘’os dois tem muito ciúmes um do outro’’, o que acarreta diversas discussões e até
agressão entre os envolvidos. Além disso, ainda há um caso na família de Cláudio
(seu marido) devido ao abuso de álcool por parte de um dos indivíduos e a não
aceitação do outro, e na sua família que também é entre irmãos, mas ela não soube
relatar ao certo o motivo dos conflitos, ‘’eles sempre foram desse jeito’’.
Além disso, Márcia nos relatou que é muito próxima de seus dois irmãos e que
sempre os ajuda de diversas formas, quando necessário, visto que o seu irmão mais
velho sofreu um acidente de trânsito quando exercia a profissão de entregador com
uma motocicleta, na cidade de Medianeira, ‘’ele perdeu os movimentos das pernas,
sofreu muito com isso, mas logo demos um jeito’’. Ela também informou que sua mãe
teve uma filha natimorta, mas ela não soube dar maiores informações.
Souza e Kantorski (2009) pontuam que o ecomapa provê uma visão sistêmica
de todas as relações da família nuclear com outras pessoas, instituições e agências
fornecendo uma visão da natureza destas relações como: vínculos fortes, vínculos
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fracos, relações de stress, que recebem ou dão apoio (orientado por setas).
Consistindo então, em um instrumento qualitativo de avaliação que se usado de forma
correta, pode avaliar como indivíduos estão se relacionando com outras pessoas e
com um suporte social, visando aumentar as estratégias de cuidado.
Márcia também informou que tem uma relação muito conflituosa com seus
vizinhos, que seria fruto de diversas discussões. Segundo ela, tudo começou devido
a ameaças de um dos vizinhos com os seus 2 gatos, o que aparentemente culminou
com Márcia tendo que doar os seus animais para a sua irmã mais nova, com receio
de algo pior acontecer com eles, acarretando muita tristeza e ressentimento para toda
a sua família e gerando essa relação estressante com o seus vizinhos.
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A relação da pessoa índice com seus filhos é muito harmoniosa e próxima,
ademais, ela diz que a pessoa que mais gosta de ser visitada é pelo seu neto, Mateus
Felipe. Segundo ela, ela é quase que uma mãe para ele, pois os pais do menino
trabalham quase sempre todo dia e é ela que tem que cuidar na maioria das vezes da
criança.
Ela ressalta em muitas vezes a questão da igreja, segundo ela, é uma relação
muito forte e de mútuo apoio, pois ela diz que é lá onde se sente feliz, não apenas
comparecendo á missas, mas também realizando outras atividades e pastorais
disponibilizados pela igreja que ela busca. Entretanto, ela diz que fica muito
desapontada com os seus filhos e marido pois não possuem o mesmo apreço que ela
pela religião.
Márcia disse ainda que fornece muita ajuda a seus dois irmãos, que passam
por dificuldades financeiras, segundo ela, ela sempre busca ajudá-los, ademais, ela
não se sente reconhecida pela ajuda que fornece aos irmãos, gerando
desapontamentos.
Identificou-se uma relação regular com a família de Cláudio, pois uma parte
deles não moram em Foz do Iguaçu.
Identificou-se que não há qualquer relação com lazer, não havendo qualquer
atividade. Justificou-se que há falta de tempo e que o que mais se aproximava a isso
eram as atividades realizadas pela sua igreja.
A entrevistada nos relatou que a 6 meses aproximadamente precisou se dirigiu
a UPA João Samek de Foz do Iguaçu pois na época sentiu muitas dores de cabeça,
no corpo e não conseguia realizar os serviços de casa, entretanto, disse que foi muito
mal atendida, ademais, conseguiu ser atendida foi diagnosticada com gripe influenza,
tendo seu problema resolvido.
Quanto a relação com a USF, a entrevistada referiu ter dificuldade para acessar
a USF pois há um tempo muito grande de espera, entretanto, sempre que busca o
serviço é muito bem atendida, sendo que ela busca mais a USF para renovar suas
receitas de medicamentos.
Com as informações que forma coletadas, é possível identificar como funciona
a família e a relação que ela tem com o meio, sendo assim ser possível realizar um
planejamento mais eficaz das intervenções da USF.
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Na Figura 4, está representado o ecomapa da família selecionada.
2.3.4 Acolhimento
23
3 CONCLUSÃO
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necessidade de reorganização da equipe e entre equipes para o atendimento do
usuário e a coordenação do cuidado, como por exemplo, o direcionamento de casos
mais vulneráveis para outra equipe de referência.
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4 REFERÊNCIAS
BELLATO R, ARAÚJO LFS, FARIA AP, COSTA ALRC, MARUYAMA SAT. Itinerário
terapêutico de famílias e redes para o cuidado na condição crônica: alguns
pressupostos. In: Pinheiro R, Martins PH, organizador. Avaliação em saúde na
perspectiva do usuário: uma abordagem multicêntrica. Rio de Janeiro (RJ):
ABRASCO; 2009. p.187-94.
Souza IP, Bellato R, Araújo LFS, Almeida KBB. Genograma e ecomapa como
ferramentas para compreensão do cuidado familiar nas enfermidades crônicas
do jovem. Florianópolis. Texto Contexto Enferm, 2016; 25(4):e1530015.
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5 APÊNDICES
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6. ANEXOS
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Fonte: COELHO, LAGE E SAVASSI, 2012
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