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Assim, o nexo causal tornou-se essencial para a

definição de processos naturais (objeto das


CENTRO DE EDUCAÇAO SUPERIOR DE ciências).
BRASÍLIA Visto nesses termos, podemos conceituar o nexo
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE
BRASÍLIA causal como “elo de ligação concreto , físico ,
CURSO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
material que se estabelece entre a conduta do
agente e o resultado naturalístico , por meio do
PROF. PAULO EMÍLIO qual é possível dizer se aquela deu ou não
causa a ele”1
IESB - DIREITO PENAL I - AULA IX
A natureza do nexo causal, todavia, se firma de
acordo com o auxílio das demais ciências
FATO TÍPICO
naturais, sem as quais é impossível conectar
• CONDUTA
uma ação a um determinado resultado.
• NEXO CAUSAL
Por exemplo, imaginemos que um paranormal
• RESULTADO
diz determinar, com a força do seu pensamento,
• TIPICIDADE
que uma pedra se mova e venha a ferir pessoa
que se encontrava diante dela. De fato, a pedra
se move e fere a pessoa conforme a predição do
II - NEXO CAUSAL
suposto paranormal. Há nexo causal? Com
Prosseguindo no estudo dos elementos do
certeza não há, até porque, se existente o poder
fato típico, devemos prosseguir na análise
telecinético, ainda não foi cientificamente
do nexo causal, ou relação de causalidade.
comprovado pela física e psicologia.
A filosofia do materialismo racional
A importância da existência do nexo causal,
desenvolvida a partir do século XVII
todavia, somente se apresenta nos crimes
inaugurou as ciências naturais como
materiais, que são aqueles em que
resultado da observação empírica dos fatos.
necessariamente deve haver resultado
Ou seja, examinando-se processos naturais,
naturalístico para a sua configuração, como
o cientista deve observar e identificar quais
veremos em breve passo, Ex: homicídio, lesões
são as causas de determinado evento
corporais, aborto.
natural.
De outro lado, há os crimes formais e os de
Descobriu-se, assim, o racional ismo
mera conduta que dispensam a ocorrência de
científico a partir de bases empíricas, com
resultado para sua consumação. Nesses crimes,
grande enfoque na relação de causalidade
não haverá o exame do nexo causal.
como método para desenvolvimento do
conhecimento humano.
Fernando Capez, op. cit., vol. I, p. 149
Para o Direito Penal que adota a teoria das condições, também conhecida como teoria
finalista, como o brasileiro, é necessária a da conditio sine qua non.
existência do que se diz nexo normativo, á
vista da necessidade da existência de dolo II.B.a)Teoria da equivalência das condições
ou culpa na ação ou omissão a determinar o (conditio sine qua non).
resultado. Assim, não é suficiente a Desenvolvida pelo filósofo inglês John Stuart
existência do elo físico unindo a conduta ao Mi 11, tal teoria proclama que todos os
resultado apresentado para que haja o antecedentes lógicos de um determinado
crime, sendo imprescindível a existência do resultado são condições que integram a causa
dolo ou da culpa na conduta. daquele efeito quando não se possa eliminá-los
Dessa forma, o exemplo do motorista que sem prejuízo da própria ocorrência do resultado.
dirigindo seu caminhão com toda a cautela Para que se possa verificar se determinado
e prudência vem a atropelar uma criança antecedente se constitui causa de tal resultado,
que se desprende da mão de sua mãe, há o deve-se proceder ao juízo hipotético de
nexo causal natural unindo o resultado eliminação, que consiste no seguinte: imagina-
(morte) à ação (caminhão em movimento), se que o comportamento em análise não
mas não há nexo causal normativo, pois não ocorreu, e procura-se, com o pensamento lógico,
havido dolo ou culpa naquela mesma ação. imaginar se o resultado se produziria da mesma
II.B) TEORIA SOBRE O NEXO forma ou, se ao contrário, desapareceria em
CAUSAL. consequência da inexistência do comportamento
Nos crimes em que a relação de causalidade anterior.
é importante (crimes materiais), devemos Para bem compreender a teoria, entretanto,
sempre indagar sobre a respeito da deve-se considerar, porém, que o resultado não
existência de um nexo de causalidade. teria ocorrido como ocorreu, isto é, do modo e
Assim, nosso Código dispõe no seu art. 13 no tempo em que ocorreu, por isto é que
que: “o resultado de que depende a responderá o médico por homicídio consumado
existência do crime, somente é imputável a se desligar os aparelhos de um doente terminal e
quem lhe deu causa. Considera-se causa a antecipar a morte do paciente, ainda quando se
ação ou omissão sem a qual o resultado prove que este morreria inevitavelmente.
não teria ocorrido Com a aplicação da teoria, portanto, se
A primeira parte do artigo afirma que a concluirmos que o resultado teria ocorrido
relação de causalidade limita-se aos crimes mesmo com a supressão da conduta, então não
de resultado (materiais). A segunda parte há nenhuma relação de causa e efeito entre
consagra a adoção da teoria da equivalência comportamento e resultado. Ao contrário, se a
eliminação mental do comportamento resulta na
quebra lógica do próprio resultado, que não
ocorreria sem o antecedente, pode-se dizer aparentemente infinita sob a ótica puramente
que este comportamento é condição naturalística, será sempre limitada pelo dolo ou
indispensável para a ocorrência, sendo, pela culpa. Vale dizer, como Paulo Queiroz ,
portanto, sua causa. que ‘fixar critérios precisos de delimitação da
Contudo, a teoria da equivalência dos causalidade é fundamental para evitar que o
antecedentes tem o inconveniente de levar agente responda por resultados de exclusiva
ad infinitum o exame do que seja causa e, responsabilidade de terceiro ou puramente
assim , todos os agentes anteriores causais, estranhos, em todo caso, à sua
responderiam pelo crime , No célebre vontade”. Assim, vejamos os limites da
exemplo do homicida que mata sua vítima causalidade:
com um disparo de revólver: evidentemente - Localização do dolo e da culpa no tipo penal
que sua conduta (disparo ) foi determinante - Toda conduta que não for orientada pela culpa
para o resultado obtido (morte ). Mas o (dolo/culpa) estará na seara do acidental, do
comerciante que vendeu a arma ao dei fortuito. A adoção do nexo causal normativo, ao
iiiqli ente também foi indispensável para a invés do natural, é relevante, pois estabelece que
ocorrência do evento ; então também é mesmo que alguém dê causa (naturalística) ao
causa . Se remontarmos ainda mais , resultado, mas sem agir com dolo ou culpa, não
teríamos que considerar causa a fabricação há nexo causal normativo, o que afasta a ‘causa”
da arma e, ainda mais , os próprios pais do para fora da órbita do direito penal.
delinquente , que o geraram , seriam
condição sine qua non para a ocorrência do - Causas independentes
evento!! Mas é evidente que essa conclusão Antes do estudo das causas limitadoras da teoria
não seria condizente com o Direito Penal, o da condi tio sine qua non, todavia devemos
que motivou o estabelecimento de limites a distinguir as causas entre as dependentes e as
tal teoria, por meio da localização do dolo e independentes. As causas dependentes são
da culpa no tipo penal , as causas aquelas que, originada na conduta, insere-se na
absolutamente independentes e a linha normal de desdobramento causal da
superveniência de causas rei ativa mente conduta. Assim, na conduta de atirar em
independentes, como veremos: alguém, são desdobramentos normais de causa e
ILB.a.l) Limitações do alcance da teoria efeito: a perfuração em órgão vital decorrente
da equivalência das condições: do disparo; a lesão cavitãria (em órgão vital); a
Causalidade relevante para o Direito Penal hemorragia interna aguda; a parada
é aquela que pode ser prevista, isto é, cardiorespiratória; a morte. Há uma relação de
aquela que é previsível, que pode ser
mental mente antecipada pelo agente. Em ²in “Direito Penal - Parte Geral”, Ed. Saraiva, p. 159.
outros termos, a cadeia causal.
interdependência entre os eventos, de modo quantidade suficiente para ocasionar sua morte
que sem o anterior não haveria o posterior. e, momentos após, vem a sofrer um soco
A causa dependente, por óbvio, não exclui (ferimento leve) que não apressa a sua morte,
o nexo causal, ao contrario, integra-o como nem a determina. Essa segunda conduta (causar
parte fundamental. As causas ferimento), não é, portanto, causa da morte.
independentes, por sua vez, são aquelas Outro exemplo é a do genro que após ter
que refogem completamente ao envenenado sua sogra, mas antes de o veneno
desdobramento causal da conduta, produzir efeitos, vê a casa ser invadida por
produzindo por si só, o resultado. Seu bandidos que disparam contra a indesejável
surgimento não é uma decorrência senhora, vindo a matá-la em razão dos disparos.
esperada, lógica, natural do fato anterior. O fato posterior não tem nenhuma relação com
Exemplo: não é conseqüência normal de um a conduta anterior do genro. E independente
susto a morte por parada cardíaca. As porque produziu o resultado por si só; e é
causas independentes subdividem-se em absolutamente independente porque os disparos
absoluta e relativamente independentes, não guardam qualquer
relação com o
sendo que as absolutamente independentes
envenenamento.
não se originam da conduta e comportam-se
Conseqüência das causas absolutamente
como se, por si só, tivessem produzido o
independentes - As causas absolutamente
resultado. A causa relativamente
independentes rompem completamente o nexo
independente, por sua vez, origina-se da
causal e o agente somente responde pelos atos
conduta e comportam-se como se por si só
até então praticados. No caso do agente que
tivessem produzido o resultado. Tem
pratica o leve ferimento (soco) no suicida,
relação com a conduta apenas porque dela
responderá somente pelas lesões corporais de
se originou
natureza leve; no exemplo do genro que
- Causas absolutamente independentes -
envenena a sogra, não responderá pelo
Qualquer que seja a causa - preexistente,
homicídio doloso qualificado com emprego de
concomitante ou superveniente - é
veneno da senhora, mas somente pela tentativa
considerada absolutamente independente se
de homicídio, A regra, portanto, é de que as
tem origem total mente diversa da conduta e
causas absoluta mente independentes sempre
atuam como se, por si só, produzisse o
rompem o nexo causal e levam ã conclusão de
resultado. Preexistente é a que existe antes
que o agente somente responde pelos atos até
da conduta, concomitante se observa no
então praticados.
mesmo momento da conduta e
- Causas relativamente independentes:
superveniente é a que se dá após a conduta.
São as que por si só são capazes de produzir o
Assim, por exemplo, alguém, que
resultado, sendo, pois, independentes, mas
pretendendo se suicidar ingere veneno em
encontram sua origem na própria conduta Todavia, o legislador brasileiro determinou, no
do agente. art. 13, § 1o do Código Penal que as causas
Espécies. relativamente independentes quando forem
Preexistentes - existem antes da conduta supervenientes (e somente as supervenientes)
Exemplo - ‘A’ machuca seu colega de rompem o nexo causal, respondendo o agente
faculdade com um estilete, que é hemofílico pelos atos praticados até então.
e vem a morrer em face da conduta Evita-se, assim, que um agente tendo
assomada à situação fisiológica conhecimento de uma condição preexistente ou
preexistente. Assim* o golpe isolado seria concomitante, pudesse se valer disso para obter
insuficiente para ocasionar o resultado fatal, um resultado criminoso sem responder a ele de
de modo que a hemofilia atuou de forma forma integral.
independente. O processo patológico, De toda sorte, é certo que o nexo causal é
contudo, só foi detonado a partir da normativo, a depender da existência de dolo ou
conduta, razão pela qual a independência é culpa para sua configuração. Assim, nos demais
apenas relativa. casos (causas relativamente independente
Concomitante - a conduta atua preexistente ou concomitante) somente
simultaneamente com a causa relativamente responderá o agente pelo resultado se houver
independente. dolo ou culpa quanto ao resultado.
Superveniente - a causa relativamente Assim, por exemplo, se o agente ministra
superveniente é posterior à conduta. remédio de uso comum a um amigo doente, que
Exemplo: a vítima de um disparo é levada sofre de raríssima e desconhecida alergia àquele
ao hospital por uma ambulância, que se medicamento, haveria a exclusão do nexo causal
acidenta no trajeto e o paciente morre em por absoluta falta de dolo ou mesmo culpa no
razão da colisão. A causa é independente, resultado obtido.
porque a morte foi provocada pelo acidente Apesar de adotada na maioria dos Códigos
e não pelo disparo, mas essa independência Penais modernos, a teoria da equivalência tem
é relativa, jã que, não fossem os disparos, a recebido duras críticas, mormente por não
vítima não estaria na ambulância apresentar solução satisfatória em alguns casos,
acidentada. como o da causalidade alternativa, do qual
- Consequência das causas relativamente formula-se o seguinte exemplo: A e B, de forma
independentes - se fôssemos aplicar a independente (sem que um saiba da ação do
teoria da equivalência das causas, seria a outro) adicionam veneno ao café de C,
manutenção do nexo causal. De fato, tencionando matá-lo. Ocorre que a quantidade
aplicando-se o método de eliminação que cada um dos agentes ministra é insuficiente
hipotética vemos que a supressão de uma para, por siso, matar C. A morte, todavia, acaba
causa não elimina o resultado. por ocorrer, por causa da adição das quantidades
individualmente ministradas por cada um Conceito de risco permitido
dos agentes. Desse modo, nenhuma das A teoria da imputação objetiva, portanto,
ações seria suficiente para, por si só, trabalho com um conceito-chave: o conceito de
ocasionar a morte de B. Pela adoção da risco permitido.
teoria da equivalência, portanto, ambos Se permitido o risco (socialmente tolerado), não
responderiam apenas pela tentativa de caberá a imputação; se proibido, ensejará a
homicídio. imputação. Assim, se o agente se porta dentro
Também na participação de menor do risco normal da ação que se propõe a
importância, (art 29, § 1o, CP) é de se ver realizar, não responderá pelos resultados
que não há, na grande maioria dos casos, danosos que daí defluam.
nexo causal a ligar â ação do partícipe ao Se A dirige seu carro com observância das
resultado, em termos causais. regras de trânsito e atropela B, malgrado a
relação causal entre ação e resultado, não
II) DA TEORIA DA IMPUTAÇÃO responderá pela imputação do tipo de homicídio
OBJETIVA. culposo, à vista de ter situado a suaação dentro
A teoria da imputação objetiva tem do risco normal da atividade (trânsito). O
atualmente em Claus Roxin e Gunther mesmo raciocínio poderia ser aplicado em
Jakobs seus maiores defensores. outras atividades, tais quais: tráfego aéreo,
A teoria tem por objetivo delimitar o intervenções cirúrgica, etc.
alcance do tipo penal objetivo {p, ex. matar A crítica que se faz â teoria é que ela não
alguém). apresenta soluções práticas diversas da teoria da
Para essa teoria determinado resultado condido sine qua non.
somente pode ser imputado a seu autor
quando sua atuação tenha criado, em III RESULTADO
relação ao bem jurídico protegido, uma Entende-se por resultado a alteração decorrente
situação de risco (ou perigo), e que tal risco da conduta, perceptível aos sentidos no mundo
tenha se materializado num resultado típico. dos fatos. Assim, há certos crimes que somente
Ou seja, a imputação do tipo somente pode se apresentarão consumados quando ocorrer o
ser feita se o resultado tenha sido causado resultado decorrente da ação típica, como por
pelo risco não permitido criado pelo autor. exemplo, o homicídio, que exige, para a sua
Significa dizer que estando o risco consumação, do resultado morte.
produzido dentro do que normalmente se Não são todos os crimes que exigem a
admite e se tolera social mente, não caberá a ocorrência de resultado para a sua consumação,
imputação objetiva do tipo, ainda que se assim temos a seguinte classificação:
trate de ação dolosa e que cause lesão ao
bem jurídico protegido.
- crimes materiais : exigem sempre a
verificação de resultado para a sua
consumação. Ex : homicídio, lesões
corporais, aborto, etc.

- crimes de mera conduta: são crimes em


que não existe resultado possível da
conduta típica. Ex. porte ilegal de arma de
fogo, violação de domicílio, desobediência,
etc.

- crimes formais : são aqueles em que há


possibilidade de resultado decorrente da
conduta, mas a norma penal o dispensa para
a consumação do crime , motivo pelo qual
se chamam , também , crimes de
consumação antecipada . Ex : extorsão
mediante sequestro (art. 159 ), em que a
consumação do crime independe do
resultado (recebimento do resgate)

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