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ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS

INTRODUÇÃO

As engrenagens cilíndricas de dentes retos são largamente empregadas na transmissão de movimento entre
árvores paralelas. São as de mais fácil estudo, fabricação e controle, apresentando rendimento por estágio da ordem de
96 a 99%, dependendo da forma construtiva e do tamanho. Para transmissões de um único estágio a relação de
transmissão pode chegar a 8, em casos extremos a 20. No caso de dois estágios até 45, podendo chegar a 300,
excepcionalmente.
Em altas velocidades apresentam nível de ruído elevado, devendo ser substituídas pelas engrenagens cilíndricas
de dentes helicoidais, ou engrenagens de materiais sintéticos, para pequenas cargas.. Transmitem ás árvores apenas
cargas radiais.
As transmissões planetárias são aplicadas nos casos de redução de espaço e peso, sendo indicadas, em geral,
para potências maiores No caso de transformação de movimento circular em retilíneo, o par pinhão/cremalheira pode
ser utilizado.
A Figura 1 mostra exemplos.

pinhão e cremalheira

par cil. dentes retos externa par engrenagem dentes internos

cil. dentes internos

Fig. 1

Eng. cil dentes retos sendo montada na caixa de um redutor com


Caixa mostrada ao lado montada numa mandriladora para
múltiplas árvores de saída de potência
execução dos furos dos mancais

1
NOMENCLATURA

A Figura 2 ilustra a terminologia mais usual dos dentes de engrenagens, com as seguintes definições:

largura

Altura da cabeça flanco


espessura vão
Circ. da cabeça
Altura do dente
Circ. de referência
Altura do pé
Circ. de base
Circ. do pé

Circunferência de base - circunferência que dá origem às evolventes que definem o perfil do dente.

Circunferência de referência - circunferência teórica sobre a qual baseiam-se todos os cálculos. As circunferência de
referência de um par de engrenagens acopladas são tangentes.

Circunferência da cabeça - circunferência que limita o topo do dente.

Circunferência do pé - circunferência que passa pelo fundo dos vão dos dentes.

Passo - é a distância medida sobre a circunferência de referência compreendida entre dois flancos homólogos e
consecutivos.

Espessura do dente - é o comprimento de arco sobre a circunferência de referência compreendida entre os flancos do
mesmo dente.

Vão entre dentes - é o comprimento de arco sobre a circunferência de referência compreendido entre dois flancos
consecutivos. O passo é a soma do vão e da espessura Sobre a circunferência de referência a espessura do deste é igual
ao vão entre dentes.

Flanco do dente - é a porção da superfície do dente compreendida entre a circunferência da cabeça e a circunferência
do pé.

Topo do dente - é a superfície superior do dente.

Largura da engrenagem - é a distância entre as faces laterais dos dentes, medida paralelamente ao eixo da
engrenagem.

Altura da cabeça - é a distância radial entre a circunferência da cabeça e a circunferência de referência.

Altura do pé - é a distância entre a circunferência de referência e a circunferência do pé.

Altura do dente - é a soma da altura da cabeça e da altura do pé.

Folga no fundo do dente - é a distância sobre a linha de centros, entre a circunferência de pé de uma engrenagem e a
circunferência da cabeça da engrenagem conjugada Engrenagem conjugada é qualquer das engrenagens de um par de
engrenagens, considerada em relação à outra.

2
Folga entre flancos (backlash) - em um vão de dentes de urna engrenagem e o dente de sua conjugada no
engrenamento, é a distância entre os flancos inativos, quando os flancos de trabalho estão em contato. Esta folga é
necessária para compensar erros e imprecisões no vão e na forma do dente, para permitir a penetração do lubrificante e
para permitir a dilatação dos dentes com o aumento de temperatura.

Razão ou Relação de velocidades ou relação de transmissão - é a velocidade angular da engrenagem motora dividida
pela velocidade angular da engrenagem movida. Esta razão varia inversamente com os diâmetros das circunferências
primitivas e com os números de dentes. Assim:
i = n1 / n2 = z2 / z1 = d2 / d1 (1)

n - velocidade angular z - nº de dentes d - diâmetro da circunferência primitiva


Módulo - é a relação entre o diâmetro da circunferência primitiva e o número de dentes da engrenagem.

m=d/z (2) p=.d/z (3) p=.m (4)

AÇÃO CONJUGADA - LEI DO ENGRENAMENTO

Considere na Fig. 3 os sólidos A e B que podem girar em torno de O 1 e O2 , respectivamente. Seja P o ponto de contato
num dado instante
W1

O1

rA
A

P
C t

rB

Fig. 3
O2

W2

Quando uma superfície curva transmite movimento a outra, o ponto de contato situa-se no ponto de tangência comum às
duas superfícies ( ponto P). A força que uma exerce sobre a outra, em cada instante, situa-se sobre a normal comum às
duas curvas (reta n). A razão entre as velocidades angulares é inversamente proporcional aos seus raios medidos até o
ponto C. Para que a relação entre as velocidades angulares seja constante a cada instante, é necessário que o ponto C
seja fixo. Esta condição é denominada lei do engrenamento. As curvas que satisfazem a esta lei são chamadas curvas
conjugadas. Teoricamente é possível a partir de uma determinada curva, determinar-se uma outra que possibilite uma
ação conjugada As possibilidades somente são limitadas pela capacidade de fabricação destas curvas.Das muitas
existentes, particularmente a evolvente e a ciclóide foram padronizadas. Devido principalmente à facilidade de
fabricação, os perfis evolventais são hoje usados quase que exclusivamente. Os perfis cicloidais somente são usados
quando suas características particulares os tornam próprios para fins especiais. Não apresentam as características dos
evolventais.

3
EVOLVENTE
As engrenagens com perfis evolventais apresentam as seguintes características:
 Usinagem com ferramentas mais simples;
 A relação entre velocidades angulares permanece constante com urna variação da distância entre centros das
engrenagens;
 Facilidade na obtenção de dentes corrigidos;
 A direção da força entre dentes permanece invariável.

A evolvente é uma curva gerada por um ponto de uma reta que rola, sem deslizar, sobre uma
circunferência ( Figura 4). Na figura  é a reta que rola sobre a circunferência. A 0,1,2,3é o ponto que gera a evolvente e
mantém-se fixo sobre a reta .

A1 e1
A3
 A0
O1

C1 evolventes B1

C2
P
O
C3
B2

O2

Fig. 4
Fig. 5
E2
II

Considere que sobre os cilindros de centros O 1 e O2 seja enrolado um fio de extremidades e 1 e e2. I e II
são planos que giram, respectivamente, com os cilindros anteriormente citadas. Pode-se gerar com este sistema duas
evolventes, como descrito a seguir:
Girando o cilindro 1 no sentido indicado, a projeção de P sobre o plano II, durante seu deslocamento
de B2 para B1, descreverá uma evolvente correspondente ao cilindro 2. Invertendo o processo em relação aos cilindros,
a projeção de P sobre o plano I, durante seu deslocamento de B 1 para B2 descreverá a outra evolvente. A projeção de P
em cada instante será o ponto de tangência comum às duas evolventes. Se os dois planos forem materializados, por
exemplo, por duas cartolinas, e se forem recortadas ao longo das evolventes traçadas, cada lado de cada dente terá sido
conformado. Assim, a evolvente de I poderá ser usada para acionar a evolvente de II.
A Figura 6 representa uma evolvente traçada a partir da circunferência de raio OA.

C p
Coordenadas da evolvente
rp P
=+ B
x = rb ( cos p + p senp ) p
y = rb ( sen p - p cosp ) p
O A X

circ. de base

Fig. 6
4
Definições:

 Circunferência de base - circunferência sobre a qual rola a reta que contém o ponto geratriz;
 rb - raio da circunferência de base;
 Reta geratriz (CP) - reta que rola sobre a circunferência de base e contém o ponto geratriz da evolvente;
 rp - raio vetor;
 Ângulo de incidência (  P ) - ângulo formado pelo raio vetor e o raio da circunferência de base que contém o
ponto de tangência da reta geratriz com a circunferência de base.
Propriedades:

 O arco AC é igual ao segmento CP;


 Qualquer geratriz é tangente à circunferência de base;
 CP é o raio de curvatura da evolvente no ponto P;
 A tangente à evolvente é normal à geratriz no ponto correspondente;
 O raio de curvatura da evolvente no ponto A é nulo;
 A direção da evolvente na origem (ponto A) é a do raio de base correspondente.

A partir da Figura 6, pode-se determinar as coordenadas polares e cartesianas do ponto P genérico.


rb = rp . cos p (5)
Do triângulo OPC tem-se:

Como arcAB + arcBC = arcAC (6) lembrando que arcAC = seg CP

Substituindo (7) em (6) e dividindo por rb tem-se: arcAB + arcBC = arcAC (7)

arcAB / rb + arcBC / rb = segCP / rb  p +  p = tg  p  p = tg  p -  p (8)

A relação (8) é válida em radianos.


 p é denominado função evolvente de  p . Praticamente é escrita da forma ev  p . A tabela 1 apresenta os seus
valores.

Função evolvente ev 
° 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9
15 0,0061498 0,0062759 0,0064039 0,0065336 0,0066651 0,0067985 0,0069336 0,0070706 0,0072094 0,0073501
16 0,0074927 0,0076371 0,0077835 0,0079318 0,0080820 0,0082342 0,0083882 0,0085443 0,0087025 0,0088625
17 0,0090247 0,0091888 0,0093550 0,0095233 0,0096937 0,0098662 0,0100407 0,0102174 0,0103963 0,0105772
18 0,0107604 0,0109457 0,0111333 0,0113231 0,0115151 0,0117094 0,0119059 0,0121047 0,0123059 0,0125093
19 0,0127151 0,0129231 0,0131336 0,0133464 0,0135617 0,0137794 0,0139994 0,0142219 0,0144470 0,014674
20 0,0149044 0,0151368 0,0153718 0,0156094 0,0158495 0,0160922 0,0163374 0,0165853 0,0168359 0,0170890
21 0,0173449 0,0176034 0,0178646 0,0181285 0,0183952 0,0186647 0,0189368 0,0192118 0,0194897 0,0197703
22 0,0200538 0,0203401 0,0206293 0,0209214 0,0212165 0,0215145 0,0218154 0,0221192 0,0224262 0,0227361
23 0,0230491 0,0233650 0,0236841 0,0240063 0,0243315 0,0246600 0,0249915 0,0253262 0,0256642 0,0260053
24 0,0263497 0,0266972 0,0270481 0,0274023 0,0277597 0,0281206 0,0284847 0,0288522 0,0292232 0,0295975
25 0,0299753 0,0303565 0,0307413 0,0311295 0,0315212 0,0319166 0,0323154 0,0327178 0,0331240 0,0335336
26 0,0339470 0,0343640 0,0347847 0,0352091 0,0356373 0,0360694 0,0365051 0,0369446 0,0373882 0,0378354
27 0,0382866 0,0387416 0,0392006 0,0396636 0,0401305 0,0406016 0,0410765 0,0415554 0,0420387 0,0425258
28 0,0430172 0,0435127 0,0440124 0,0445163 0,0450244 0,0455369 0,0460535 0,0465744 0,0470999 0,0476295
29 0,0481636 0,0487020 0,0492449 0,0497923 0,0503442 0,0509007 0,0514616 0,0520270 0,0525974 0,0531720
30 0,0537515 0,0543356 0,0549244 0,0555180 0,0561164 0,0567197 0,0573276 0,0579403 0,0585583 0,0591809
31 0,0598086 0,0604411 0,0610788 0,0617214 0,0623692 0,0630222 0,0636800 0,0643431 0,0650117 0,0656851
32 0,0663640 0,0670481 0,0677376 0,0684324 0,0691326 0,0698384 0,0705493 0,0712658 0,0719881 0,0727157
33 0,0734489 0,0741878 0,0749323 0,0756825 0,0764385 0,0772004 0,0779677 0,0787410 0,0795205 0,0803055
34 0,0810966 0,0818936 0,0826967 0,0835058 0,0843210 0,0851425 0,0859698 0,0868034 0,0876437 0,0884897
35 0,0893423 0,0902011 0,0910665 0,0919382 0,0928164 0,0937013 0,0945924 0,0954902 0,0963950 0,0973060
36 0,0982240 0,0991486 0,1000801 0,1010185 0,1019637 0,1029160 0,1038750 0,1048410 0,1058146 0,1067947
37 0,1077822 0,1087768 0,1097788 0,1107880 0,1118045 0,1128287 0,1138598 0,1148985 0,1159452 0,1169990
38 0,1180605 0,1191297 0,1202066 0,1212913 0,1223837 0,1234843 0,1245924 0,1257084 0,1268331 0,1279652
39 0,1291056 0,1302542 0,1314110 0,1325761 0,1337495 0,1349315 0,1361215 0,1373200 0,1385278 0,1397434
40 0,1409679 0,1422011 0,1434431 0,1446939 0,1459536 0,1472226 0,1485000 0,1497864 0,1510827 0,1523875
41 0,1537017 0,1550252 0,1563582 0,1577004 0,1590522 0,1604139 0,1617846 0,1631649 0,1645558 0,1659557
42 0,1673658 0,1687857 0,1702157 0,1716557 0,1731058 0,174566 0,1760369 0,1775175 0,1790095 0,1805111
43 0,1820235 0,1835465 0,185080 0,1866247 0,1881800 0,1897466 0,1913236 0,1929116 0,1945116 0,1961219
44 0,1977439 0,1993771 0,2010220 0,2026782 0,2043461 0,2060260 0,2077171 0,2094200 0,2111358 0,2128626
45 0,2146018 0,2163532 0,2181170 0,2198930 0,2216815 0,2234829 0,2252962 0,2271222 0,2289621 0,2308138

5
Tabela 1

ENGRENAMENTO DE DUAS EVOLVENTES

Neste item demonstra-se que a evolvente atende a lei do engrenamento e as principais características das engrenagens
com este perfil. A Figura 7 representa dois perfis evolventais em movimento. A evolventes 1 e 2 giram em torno dos
pontos fixos O1 e O2. As circunferências de base das evolventes têm os centros nestes pontos. Os dois arcos de
evolventes têm ,em cada instante, o ponto de contato P. No ponto de contato, as evolventes têm a normal n comum e
coincidentes com as suas geratrizes PE1 e PE2, que estarão alinhadas. Como as geratrizes são tangentes às
circunferências de base, conclui-se que a normal comum n também será tangente a estas circunferências.

t
 E2

rb
r1 P
w1 w2
C
O1 O2
rb r2

E1

Fig. 7
Como as circunferências de base têm seus centros fixos, a normal n é fixa. Sendo fixa, será o lugar geométrico dos
pontos de contato das duas evolventes. Como o segmento O1O2 é fixo, o ponto C é fixo e pela lei do engrenamento, a
relação w1 / w2 é constante.

Sendo w1 / w2 = O2C / O1C , pode-se traçar duas circunferências com centros em O1 e O2, raios r1 e r2, e tangentes em
C, e considerá-las transmitindo movimento na mesma relação que as duas evolventes Assim, no ponto de tangência C,
as velocidades v1 e v2 do ponto de contato das evolventes serão iguais.

v1 = v2 =w1 . r1 = w2 . r2

O exposto acima mostra que as evolventes transmitem movimento numa relação constante entre as velocidades
angulares.
A força que uma evolvente exerce sobre a outra, durante a transmissão de movimento, tem a direção normal às curvas
Logo, esta força tem como linha de ação a reta n, normal às evolventes.

 A reta n é denominada reta de ação;


 As circunferências tangentes em C, são denominadas circunferências primitivas;
 ponto C é denominado ponto primitivo;
 O ângulo formado entre a reta de ação e a tangente t às circunferências primitivas é denominado ângulo de pressão.

Outra característica importante das engrenagens com perfil evolvental, é que a relação entre velocidades angulares
mantém-se constante com uma variação da distância entre centros. Tal fato, reduz a necessidade de uma montagem
muito precisa destas engrenagens.

Na Figura 8, estão representados os elementos definidos anteriormente, sem as evolvente para simplificá-la.

6

rb2
O1 r1  O2
r2
w1  w2
rb1

Fig. 8

Em C v = w1 . r1 = w2 . r2 ( 10 )

Da figura tem - se : r1 = rb1 / cos  ( 11 )


r2= rb2 / cos  ( 12 )

Substituindo (11) e (12) em (10) tem-se:

w1 / w2 = r2/ r1 = rb2 / rb1 (13)

A equação (12) mostra que a relação entre velocidades angulares depende das circunferências de base, sejam quais
forem r1 e r, ou seja , qualquer que seja O1O2. Lembrar que as circunferências de base definem o perfil do dente da
engrenagem. Assim, a circunferência de base é fundamental em uma engrenagem.

Na figura 8, se a distância entre centros for aumentada de O 1O2 para O'1 O'2, tem-se um novo ponto primitivo C', e novas
circunferências primitivas r'1 e r'2 . Assim:

w1 / w2 = r' 2/ r' 1 = rb2 / rb1 cos  ' = r b 1/ r 1 = rb2 / r ' 1 (14)

r b 1 = cos  . r 1 (15)

De (14) tem-se: r b 1 = cos  ' . r' 1 (16)

De (15) e (16) chega-se à relação: cos  ' = r 1 / r' 1 . cos  (17)

Conclui-se, portanto, que a variação da distância entre centros não tem efeito sobre as circunferências de base. Essas são
características das engrenagens. Apenas as circunferências primitivas e o ângulo de pressão sofrerão variações.

ESPESSURA DE DENTES EVOLVENTAIS

A figura 9 representa um flanco de um dente evolvental gerado a partir de uma circunferência de base.

7
B

A
A'
B B'
rB A
rA

rb
O circ. cabeça
eCD - espessura do dente sobre CD
eBE - espessura do dente sobre BE circ. base
C H D
eAF - espessura do dente sobre AF
B - ângulo de pressão no ponto B G
B E
circ. quaisquer
C - ângulo de pressão no ponto C
A F
B - função evolvente de B = ev B
 Fig. 9
C - função evolvente de C = ev C
C
Os pontos A e B correspondem a interseção da evolvente circ.rbase
com as circunferências de raios A e rB e têm ângulos de
pressão A e B. rB
Dos triângulos OAA' e 0BB’ tem-se: rC
B
rb = r cos
A A
(18) rb = r cos
B B
(19)
B
C
De (18) e (19) tem-se : cosB = rA / rB cosA (20)

Esta equação permite o cálculo do ângulo de pressão em qualquer ponto da evolvente a partir do conhecimento do raio
correspondente.
Considere a Figura 10. que representa um dente de engrenagem evolvental
O com as circunferências básicas.

8
Pretende-se determinar uma equação para o cálculo da espessura do dente sobre qualquer circunferência, a partir do
conhecimento da espessura sobre unia determinada circunferência, por exemplo, a primitiva

Seja e a espessura conhecida Da Fig. 10 pode-se escrever:

 = C - B = ev C - ev B (21)

 = (eBE / 2)/rB - (eCD / 2)/rC (22)

(21) = (22) e lembrando que d = 2.r

eCD = dCD (eBE / dBE + ev BE - ev CD) (23)

A equação (23) permite calcular a espessura do dente de engrenagem sobre qualquer circunferência, quando se conhece
a espessura em determinada circunferência. Geralmente, a espessura do dente sobre a circunferência primitiva é
conhecida.

PROPORÇÕES NAS ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS

As relações da Tabela 2 são válidas para a cremalheira de referência da Figura 11. A cremalheira de referência é usada
para definir o sistema de engrenagens cilíndricas de dentes retos e helicoidais. Esta cremalheira é, na realidade, a
ferramenta de corte da engrenagem. Será Inalada com detalhes posteriormente.
p

 p/2 p/2

 reta média

r  0,4 m

Fig. 11
= 20°, 22,5° ou 25°

RELAÇÕES NAS ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS

DENOMINAÇÃO RELAÇÃO
Módulo m = d/z
Número de dentes z=d/m
Passo p=m.
Altura da cabeça ha = m
Altura do pé hf = 1,25 . m
Altura do dente h = 2,25 . m
Diâmetro de referência d=m.z
Diâmetro da cabeça da = d + 2ha = m ( z+2 )
Diâmetro de base db = d cos 
Diâmetro de pé df = d - hf = m ( z - 1,25 )
Distância entre centros A = (d1 + d2 ) / 2 = m (z1 + z2 ) / 2
Angulo de pressão  = 20° (comum)
Relação de transmissão i = z2 / z1 = d2 / d1 = n1 / n2
Espessura do dente (*) e = s = p/2 s - vão entre dentes
Velocidade angular (rpm) n 1,2

9
(*) medidos sobre circ. de referência 1,2 - refere-se a pinhão e coroa, respectivamente
Tabela 2
MÓDULOS NORMALIZADOS

Módulo m
1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25
3,5 3,75 4 4,5 5 5,5 6 6,5 8 9
10 11 12 14 16 18 20
Usar preferencialmente os valores em negrito; Módulos inferiores a 1 e superiores a 20, também estão padronizados
Tabela 3

AÇÃO DOS DENTES DE ENGRENAGENS EVOLVENTAIS - GRAU DE RECOBRIMENTO ()

A Figura 12 representa o início e final do contato de um par de dentes de engrenagens. Todos os pontos de contato do
par de dentes estarão sobre a reta de ação, por ser o lugar geométrico desses pontos de contato.
Assim, o início de contato ocorre na intercessão da reta de ação com a circunferência da cabeça da engrenagem
acionada. O final do contato ocorre na intercessão da reta de ação com a circunferência da cabeça do pinhão.
Ponto A - início do contato Ponto B - fim do contato do contato
E1 e E2 - pontos de tangência da reta de ação com os círculos de base
C - ponto primitivo
D e D' - pontos de interseção do perfil do dente do pinhão com a circunferência de referência
F e F' - pontos de interseção do perfil do dente da coroa ou engrenagem movida com a
circunferência de referência

O1
circ. pé
circ. base
circ. referência
circ. cabeça

linha de ação
1 1

E1
ângulo de pressão
D' D
A
F' C
B F circ. cabeça
E2
circ. referência
circ. base
2
2 circ. pé

O2

 1 e  2 - ângulos de aproximação do pinhão e coroa


Fig. 12
 1 e  2 - ângulos de afastamento do pinhão e coroa
Arcos DD' e FF' são os arcos de ação
Segmento AB - comprimento de ação
Ângulo de ação - soma do ângulo de aproximação e afastamento

10
Os arcos de ação do pinhão e coroa devem ser iguais tendo em vista haver rolamento puro dos círculos de referência.
Para que haja uma transmissão contínua o arco de ação deve ser, no mínimo, igual ao passo das engrenagens (pinhão e
coroa têm o mesmo passo). Quando existe esta igualdade, um par de dentes sempre estará em contato.
Na Fig. como
O grau de recobrimento é definido 13: a relação entre o arco de ação e o passo sobre a circunferência de
D referência
linha de ação
pb = EFde=ação
ou, a relação entre o comprimento passoe de base sobre a circunferência de base.
o passo
C 
Pela definição de evolvente: B circ. de referência
AD = AF AE = AB logo: pb
A E F
BD = EF = pb

 circ. de ba
Sobre a circ. de base pb = ( . db)/z (23)
Pela fig. rb = r . cos  db = d.cos
 - ângulo de pressão
rb r
Assim, pb = ( . d . cos)/z
Como ( . d )/z = p (passo sobre circ. de
referência) Fig. 13
pb = p . cos (24)

Considerando a Figura 14 e tendo em conta a definição de grau de recobrimento, temos:


AB - comprimento de ação
E1 e E2 - pontos de tangência
C - ponto primitivo

 = AB / pb (25)
O2
AB = AC + CB = (AE2 - CE2) + (E1B - E1C) coroa
rb2

2 2
AE2 = (r a2 - r b2 ) 1/2 linha de ação
ra2
E1B = (r2 a1 - r2 b1 )1/2 E2
CE2 = r b2 tag 
circ. cabeça da coroa B
E1C = r b1 tag  C circ. cabeça do pinhão
A
E1

AB = [ (r2 a2 - r2 b2 )1/2 - r b2 tg ] + [ (r2 a1 - r2 b1 )1/2 - rb1
ra1
- r b1 tg  ]
O1
sabendo-se que: rb = r cos  e que r1 + r2 = a e pinhão
Fig. 14
substituindo na expressão de AB e esta em (25):

 = 1/(p.cos) . [(r2 a2 - r2 b2 )1/2 + [ (r2 a1 - r2 b1 )1/2 - a . sen] (26)

11
INTERFERÊNCIA

A Figura 15 mostra um par de dentes em contato com os pontos D, E1, C e A, correspondendo a:

D - início do contato (interseção da reta de ação com a circunferência da cabeça da coroa):


E1 - ponto de tangência da reta de ação com a circunferência de base do pinhão;
C - ponto primitivo ( ponto de tangência das circunferências de referência);
E - fim do contato (interseção da reta de ação com a circunferência da cabeça do pinhão)

O1

Trajetória da extremidade
 do dente da coroa
D

E1
A C
 Circ. da cabeça
E2
Linha de ação Circ. de referênc

Circ. de base

Circ. do pé

Fig. 15

O2
O contato entre os dentes inicia-se no ponto D. Nota-se que o contato ocorrerá para dentro da circunferência de base do
pinhão, portanto, na parte não evolvental do dente, Quando tal fato acontece, diz-se ocorrer interferência da evolvente.
Os pontos E1 e E2 representam os limites do comprimento de ação, e são denominados pontos de interferência. Se as
engrenagens acopladas são de dimensões tais, que o inicio e/ou fim do contato dos pares de dentes ocorra fora do
segmento determinado por E1 e E2, a interferência estará presente.
Na realidade, se a interferência ocorre, a extremidade do dente da coroa terá como trajetória, a curva tracejada indicada
na figura. Fisicamente, esta extremidade tende a escavar o flanco não evolvental do dente do pinhão.
Pode-se perceber pela figura, que a interferência diminui com a redução do diâmetro da coroa (mantendo o do pinhão)
ou, com o aumento do diâmetro do pinhão.
A interferência será máxima quando o pinhão engrenar-se com uma cremalheira (Fig. 16).
Portanto, se o contato ocorrer fora dos pontos de tangência E 1 e E2, as engrenagens poderão, dependendo do grau de
interferência, sofrer desgaste nas extremidades e bases dos dentes, travar ou até mesmo sofrer ruptura. Se a interferência

12
ocorrer no processo de usinagem por geração, a ferramenta recortará a base do dente, provocando o seu adelgaçamento
conforme a Figura 16. O adelgaçamento enfraquece a base do dente.

Circ. pé O1

Circ. base Trajetória da extremidade do


dente da cremalheira

Circ. ref.  Linha de ação


Circ. cabeça
Linha cabeça Partes removidas do dente
E A
Linha ref.
C
Linha pé  cremalheira

Fig. 17
Fig. 16

LIMITES DE INTERFERÊNCIA

A interferência deverá ser evitada. Para tanto basta que as engrenagens sejam dimensionadas dE tal modo que o contato
entre dentes ocorra dentro do segmento E 1E1 A análise seguinte considera uma par de engrenagens em que o
comprimento de ação seja limite, ou seja, coincidente com E1 E2. A Figura 18 mostra esta situação.

Circ. cabeça da coroa

Circ. base do pinhão E1

rb1
 /2 + 
ra2

O1 r1 r2 O2
C

rb2

E2

Fig. 18 Circ. cabeça


13 do pinhão Circ. base da coroa
Pretende-se determinar a dimensão da engrenagem 2 que pode engrenar-se com 1, sem provocar a interferência.
No  E1C O2 tem-se: com E1C = r1 sen

r2 a2 = r22 + (r1 sen)2 - 2. r1 . r2 . sen . cos(/2 + )

sabendo-se que r a2 = r2 + hs2 r2  [ (r1 sen)2 - hs2 ] / (2 . hs2 - 2 . r1 sen2 ) (27)

Esta equação permite calcular a dimensão máxima da engrenagem que poderá engrenar-se com o pinhão, sem a
ocorrência da interferência.

Lembrando que r2 = m . z2 r1 = m . z1 hs2 = m , a eq. (27) fica:

z2  ( z2 1 . sen2  - 4 ) / ( 4 - 2 . z 1 . sen2  ) (28)

 = 20°  = 25°
quando o engrenamento ocorrer entreFum pinhão e uma cremalheira: Ft
t

z2 =  portanto 4 - 2 . z 1 . sen2  = 0 z 1  2 / sen2  (29)

z 1  18 F (30)
Para  = 20° Fr F Fr
Assim, num engrenamento pinhão/cremalheira, teoricamente, o pinhão deverá ter no mínimo 18 dentes.
Na equação (28) para ângulos de pressão de 20° e 25° tem-se a tabela abaixo:

 Ft z = 30°
1 / z2 Variação da forma do dente com o ângulo de press
20° 13/23 14/26 15/45 16/101 uma engrenagem
17/1310 de 18 dentes.
18/Com o aumento do
25° 9/14 10/33 11/249 de pressão, desaparece a possibilidade de interfe
12/
Nos casos mostrados, para uma mesma Ft , a f
Da tabela acima conclui-se que aumentando-se cresce
o ângulo de pressão da ferramenta, com ousar
pode-se aumento do com
pinhões ângulo
menor
F Fr
número de dentes engrenados com cremalheira.
A Figura 19 mostra a mudança na forma do dente com o aumento do ângulo de pressão.
Fig. 19

14
O1,2 - centros dos círculos de base das duas engrenagens
P - ponto de contato de dois dentes num determinado instante
v1,2 - velocidades do ponto P em relação a O1 e O2
vn - projeção de v1 e v2 sobre a linha de ação. As projeções são iguais uma vez que os dentes são rígidos
vt1, vt2 - projeções de v1 e v2 sobre a tangente comum aos perfis
 1 = E1P  2 = E2P

Da Fig. tem-se: vn = v1 . cos P1 v1 = w1 . rp1 rp1 = rb1 / cos P1 ; portanto:


VELOCIDADE DE DESLIZAMENTO
vn =Na
w1 figura
. rb1 20 estão representados
analogamente, vn = w2dois
. rb2perfis de dentes de engrenagens, e seu ponto de contato P.

Componentes das velocidades sobre a tangente comum vt1 e vt2. Por semelhança de triângulos:

vt1 / vn =  1 / rb1 vt1 = (vn .  1) / rb1  vt1 = w1 .  1 analogamente vt2 = w2 .  2

A distância entre o ponto primitivo (C) e o ponto de contato (P) é variável durante o contato de um par de
dentes. Fazendo CP = y:

 1 = r1 . sen  + y  2 = r2 . sen  - y

Sendo v a velocidade tangencial no ponto primitivo: v = w1 . r1 = w2 . r2  w1 = v / r1 e w2 = v / r2

Assim : vt1 = w1 .  1 = (v / r1 ) . ( r1 . sen  + y )  vt1 = v ( sen  + y/r1 )

Analogamente, vt2 = v ( sen  - y/r2 )

A diferença entre vt1 e vt2 é igual a velocidade de deslizamento Vd.

No flanco do dente do pinhão a velocidade será: Vd1 = vt1 - vt2  Vd1 = v . y ( 1/r1 + 1/r2 )

Analogamente, Vd2 = - v . y ( 1/r1 + 1/r2 )

Devido ao atrito, quando as velocidades de deslizamento são altas, ocorre maior desgaste nos flancos dos
dentes e perda de potência. Por outro lado, superfícies curvas com pequeno raio de curvatura, ficam
submetidas a grandes tensões superficiais. Portanto, nas engrenagens as relações V d1 /  1 e Vd2 /  2 devem
ser mantidas dentro de valores mínimos.
Assim pode-se definir a velocidade relativa de deslizamento como:

Vd / v =  y ( 1/r1 + 1/r2 )

Seu valor numérico é o mesmo em cada ponto de engrenamento, para


+ os dois flancos dos dentes, variando
apenas o sinal. Perfil do dente

Definida a geometria do pinhão e coroa, Vd / v varia com y. Sendo máxima no início e final do contato e
nula quando o contato ocorre sobre o ponto primitivo (C). C
A figura abaixo mostra a variação ao longo do flanco do dente.

15
circ. base
circ. referência E2
t'
circ. base
t evolventes
rb2
2  P2
P 
rp1 rp2
w1 w2
C
O1 r1 vn r2 O2

 P1  P1 vt1
1
rb1
vt2
E1 v1
v2
Fig. 20

16
ENGRENAGENS CORRIGIDAS

No desenvolvimento do estudo das engrenagens evolventais a interferência sempre foi uma limitação na construção de
engrenagens com pequeno número de dentes, conforme visto anteriormente. Na usinagem por geração, quando ocorre a
interferência, a cremalheira ferramenta ou fresa caracol (hob) remove o material na base do dente, provocando o recorte
e o conseqüente enfraquecimento do dente. Se for usado um processo onde não ocorre a remoção, as engrenagens não
girarão. Na busca pela eliminação da interferência e o recorte, foram desenvolvidos alguns sistemas especiais de
engrenagens que exigiam ferramentas também especiais. O sistema que obteve maior aplicação prática foi a correção de
engrenagens por deslocamento do perfil desenvolvido pela MAAG, pois utiliza as ferramentas padronizadas.

Deve ser lembrado que grande parte do flanco do dente de uma engrenagem evolvental, com pequeno número de
dentes, fica dentro do círculo de base, sendo uma superfície radial plana. Este sistema utiliza o disco para cortar a
engrenagem com o diâmetro um pouco maior. Com isto aumenta-se a altura da cabeça do dente e reduz-se a altura do
pé, removendo assim, a parte não evolvental.
circ. da cabeça (eng. corrigida)

circ. da cabeça
nova altura da cabeça
Altura da cabeça
circ. primitiva

nova altura do pé
Altura do pé circ. de base
circ. do pé
Trecho não evolvental

Fig. 20

As engrenagens deste sistema ficam fora de padrão e não são intercambiáveis.


As evolventes que resultam deste sistema são as mesmas que as do perfil normal ou padrão. A diferença repousa apenas
no segmento da evolvente que é usada no perfil.

A seguir será visto a correção de engrenagem do ponto de vista analítico. Será considerado sempre que a ferramenta de
corte será uma cremalheira ou fresa caracol (hob). Abaixo o perfil de uma ferramenta padronizada.
Na ferramenta é definida uma reta média de modo que a espessura do dente da ferramenta é igual ao vão entre dentes e
as relações abaixo são normalizadas:

Ferramenta: m0 0

h f0
reta média
h 0 hs0

0
s0 e0

Fig. 21

h0 = 2,25 . m0  altura do dente da cremalheira ferramenta.


h s 0 = 1,25 . m0  altura da cabeça

17
h f 0 = m0  altura do pé
s0 = p0 / 2  vão entre dentes
e0 = p0 / 2  espessura do dente
h0 = h s 0 + h f 0
s0 + e0 = p0
A
C (blanque) até que sua RM 
Na usinagem de engrenagens com dente normais, a ferramenta corta o disco reta media tangencie
a circunferência de referência de usinagem. Num engrenamento qualquer B
D as circunferências de referência se
tangenciam. Neste engrenamento de usinagem a cremalheira por ter raio infinito, apresenta uma reta primitiva. A reta
primitiva coincidirá com a reta média.
No processo de usinagem da engrenagem, o ponto D da engrenagem será gerado pelo ponto C da ferramenta e o B pelo
C, respectivamente. Assim:
Cir. re
arco DB = seg AC = p0 / 2 Fig. 22

A engrenagem gerada terá as seguintes dimensões:


Espessura do dente e = p0 / 2
Vão entre dentes s = p0 / 2
Passo p = p0
Altura da cabeça hs = hf0 = m0
Altura do pé hf = hs0 = 1,25 . m0
Altura do dente h = hf0 + hs0 = h0 = 2,25 . m0

Considere a usinagem seguinte em que o blanque tem um raio um pouco maior que o anterior, sendo usinado pela
mesma ferramenta.

Neste caso a condição anterior não será satisfeita, ou seja, a reta média não coincidirá com a circunferência referência.
A figura seguinte ilustra o caso.

Os ponto D e B da engrenagem serão gerados pelos pontos A e C da cremalheira.

Neste caso a espessura do dente da engrenagem sobre a circunferência referência será maior que a de uma engrenagem
com dentes normais.
O aumento do raio do blanque e que é igual a distância entre as retas média e de referência é dado em função do
módulo, ou seja, igual a x . m0, onde x é denominado fator de correção.

x.m0
C A RM
RP
D B

Fig. 23 Cir. referência

18
As dimensões da engrenagem usinada serão aquelas sobre a reta de referência da cremalheira. Para facilitar a
compreensão seja a figura anterior sem a engrenagem.

Ferramenta: m0 0

h f0 x . m0
RM

h RP
0 hs0

s0
e0
x . m0 . tg 0 0
Fig. 24

As dimensões da engrenagem serão:

Espessura do dente e = p0 / 2 + x . m0 . tg 0

Vão entre dentes s = p0 / 2 - x . m0 . tg 0

Passo da engrenagem p = e + s = p0

Altura da cabeça hs = hf0 + x . m0 = m0 ( 1+ x )

Altura do pé hf = hs0 - x . m0 = m0 ( 1,25 - x )

Altura do dente h = hs + hf = 2,25 . m0

Convencionou-se que a correção como explicado anteriormente é positiva, ou seja, a reta média fica acima da reta de
referência. O que praticamente significa um blanque com um diâmetro maior que o normal. Quando a reta média fica
abaixo da reta de referência, a correção é negativa, o que representa um blanque com diâmetro menor.

Foram desenvolvidos dois sistemas de correção:

Correção V0 - quando o pinhão é corrigido positivamente e a engrenagem corrigida negativamente, com o mesmo valor,
ou seja:

x2 = - x1

Correção V - quando pinhão e engrenagem tem fatores de correção diferentes, ou seja:

x1  x2

Em resumo:

ENGRENAMENTO "0" ENGRENAMENTO "V0" ENGRENAMENTO "V"


x1 = x2 = 0 x2 = - x1 x1 > 0 x2  qualquer

19
ENGRENAMENTO V0

Tendo em vista que a engrenagem é corrigida negativamente com valor igual ao do pinhão, as proporções no par ficam:

PINHÃO ENGRENAGEM

e1 = p0 / 2 + x . m0 . tg 0 e2 = p0 / 2 - x . m0 . tg 0
s1 = p0 / 2 - x . m0 . tg 0 s2 = p0 / 2 + x . m0 . tg 0
hs1 = hf0 + x . m0 = m0 ( 1+ x ) hs2 = hf0 + x . m0 = m0 ( 1- x )
hf1 = hs0 - x . m0 = m0 ( 1,25 - x ) hf2 = hs0 - x . m0 = m0 ( 1,25 + x )
Neste caso a espessura do dente do pinhão é igual ao vão entre dentes da engrenagem. Assim, a distância entre centros
não se altera em relação à padronizada. Observar que a altura do dente e o passo permanecem iguais ao da cremalheira
ferramenta.

p = e1 + s1 = e2 + s2 = e1 + e2 = p0 h = hs1 + hf1 = h0
a = m0 ( z1 + z2 ) / 2

Aplicando a equação (27), aqui repetida, ao engrenamento V0 tem-se:

r2  [ (r1 sen)2 - hs2 ] / (2 . hs2 - 2 . r1 sen2 ) (27)

Como neste caso a engrenagem é corrigida negativamente: hs2 = m0 (1 - x ) r1 = (m0 z1)/2 r2 = (m0 z2)/2

A equação (27) fica:

z2  [ z21 sen2  - 4(1-x)] / [ 4(1-x) - 2z1 sen2 ] ( 31 )

O primeiro engrenamento do pinhão é o de engrenagem, ou seja, z2 = 

Em (31) 4(1-x) - 2z1 sen2  = 0

Como a análise é para um engrenamento V0 fazer z1 = zv01

zv01= 2(1-x) / sen2  da equação (29) 2/ sen2  = z01 ;

sendo z01 o número mínimo de dentes num engrenamento sem correção.

Vimos anteriormente que z01 = 18 (para  = 20°) . Assim,

zv01= 18(1-x) (32)

Aplicando o mesmo procedimento à engrenagem com correção negativa e lembrando que o seu primeiro engrenamento
é o de usinagem com a cremalheira ferramenta ou fresa caracol:

zv02= 2(1+x) / sen2 

20
zv02=18(1+x) (33)
Para  = 20°

Somando-se (32) e (33):

zv02 + zv01 = 36

Ou mais precisamente:

zv02 + zv01  36 (34)

Teoricamente, um engrenamento V0 será possível se a soma dos dentes do pinhão e coroa atender à relação acima. Isto
deve-se ao fato de que ao evitar-se o adelgaçamento do pinhão, com a correção positiva, este será provocado na coroa
por ter um número de dentes que não atenda a relação. Por exemplo, um pinhão de 10 dentes com uma coroa de 20
dentes. Através de um fator de correção calculado a partir da equação (32), pode-se evitar o seu adelgaçamento. Como a
soma é igual a 30, menor que 36, a correção negativa de mesmo valor numérico que a do pinhão, provocará o
adelgaçamento da coroa.

Praticamente, quando as engrenagens não são muito solicitadas, admite-se um pequeno recorte na base do dente do
pinhão. Assim pode-se utilizar um número mínimo de dentes do pinhão igual a 14 e as seguintes relações podem ser
escritas:

zv01=14(1-x) (35) zv02=14(1+x) (36) zv02 + zv01  28 (37)

ENGRENAMENTO V

No engrenamento V pinhão e coroa têm fatores de correção diferentes: x1  0 e x2 qualquer.

As relações no pinhão e coroa ficam:

PINHÃO ENGRENAGEM

e1 = p0 / 2 + x1 . m0 . tg 0 e2 = p0 / 2 + x2 . m0 . tg 0
s1 = p0 / 2 - x1 . m0 . tg 0 s2 = p0 / 2 - x2 . m0 . tg 0
hs1 = hf0 + x1 . m0 = m0 ( 1+ x1 ) hs2 = hf0 + x2 . m0 = m0 ( 1+ x2 )
hf1 = hs0 - x1 . m0 = m0 ( 1,25 - x1 ) hf2 = hs0 - x2 . m0 = m0 ( 1,25 - x2 )
h = hs1 + hf1 = 2,25 . m0 h2 = hs2 + hf2 = 2,25 . m0
Pinhão e coroa1 mantêm as mesmas proporções da cremalheira ferramenta, porém observar que:

e 1  s2 e e 2  s1

21
Assim vê-se que as circunferências de funcionamento serão diferentes das de usinagem. As engrenagens operarão num
distância entre centros maior que a padronizada. Como conseqüência os diâmetros de funcionamento também serão
diferentes.
Assim distância entre centros e os diâmetros são desconhecidos e precisam ser determinados.

Tem-se para o engrenamento de funcionamento, com índice v:

a v = (dv1 + dv2) / 2 (38) dv2 / dv1 = i (39)

Sabe-se que nas engrenagens evolventais a variação da distância entre centros não altera a relação entre velocidades
angulares. Assim,

i = n1 / n2 sendo um dado conhecido tendo em vista que num projeto de transmissão de potência sempre serão
conhecidas as velocidades angulares.

A figura 25 representa um par de dentes em contato com as circunferências de referência de usinagem e de


funcionamento.

Lembrar que as circunferências de base do pinhão e coroa são as mesmas.

Pode-se escrever para o engrenamento de


funcionamento:
Circ. de funcionamento
dv1 = db1 . cos v Circ. de usinagem

dv2 = db2 . cos v v


0
Para o engrenamento de usinagem:

d1 = db1 . cos 0 dv

d2 = db2 . cos 0
d
das equações acima pode-se escrever:
dv1 / d1 = dv2 / d2 cos v / cos 0 (40) Db

Fig. 25

Num engrenamento normal (0), sem correção, e no V0, como visto anteriormente, o passo sobre as circunferências de
funcionamento pode ser escrito como abaixo:

p = e1 + e2 = p0

No caso do engrenamento V, tal fato não ocorre, ou seja, o passo sobre as circunferências de funcionamento não será
igual ao passo da cremalheira ferramenta p0.

p0 = m0 .   pv no engrenamento V o passo sobre as circunferências de funcionamento será:

pv = mv . 

22
os diâmetros destas circunferências serão:

dv1 = mv . z1 ; dv2 = mv . z2

Lembrando que nas circunferências de usinagem os diâmetros serão:

d01 = m0 . z1 ; d02 = m0 . z2

Com as relações anteriores pode-se escrever:

dv1 / d01 = dv2 / d02 = pv / p0 = cosv / cos 0 = m / m0

No engrenamento V sobre as circunferências de funcionamento podemos escrever:


Pv = ev1 + ev2 (41)

Assim é necessária a determinação destas espessuras para que se possa determinar as relações num engrenamento V.
Seja a Figura 26 abaixo:

A espessura e0 sobre a circunferência de usinagem, sendo


conhecida, permite a determinação da espessura sobre a ev
de funcionamento através da equação (23): e0

eCD = dCD (eBE / dBE + ev BE - ev CD) Circ. de funcionamento


Circ. de usinagem
eCD = ev ; dCD = dv ; ev CD = ev v
v
eBE = e0 ; dBE = d0 ; ev BE = ev 0 0

Assim : dv

ev1= dv1 (e01 / d01 + ev 0 - ev v)


ev2= dv2 (e01 / d02 + ev 0 - ev v) d0

Lembrando que: db
e01 = p0 /2 + 2x1 tan0 e e02 = p0 /2 + 2x2 tan0
p0 = m0  p =m 
v v

axv =+(xdv= + dv ) / 2 = mv ( z + z ) / 2 ve substituindo (42)


1 [( z 2 + z ) / 2 tan 1 ] . 2(ev  - ev  )
em
1 2 1 2 0 0
(41):
Fig. 25
a / a0 = cos 0 / cos 
v v
(43)
lembrar que

Com as expressões anteriores torna-se possível a determinação da geometria do engrenamento V.

Com relação à correção de engrenagens podemos concluir que um fator de correção positivo, diminui a penetração no
pé do dente, bem como o número mínimo de dentes sem penetração, o pé do dente aumenta de espessura e a cabeça
torna-se mais aguçada. O grau de recobrimento aumentará, caso houvesse uma tendência de penetração, ou diminuirá,
em caso contrário.
No engrenamento V0, a distância entre eixos e o ângulo de pressão não se alteram em relação ao engrenamento normal.
Este engrenamento é empregado geralmente onde a relação de transmissão é alta, com o objetivo de se conseguir dentes
do pinhão mais resistentes na base, ou um pinhão com pequeno número de dentes sem que o mesmo sofra o
adelgaçamento durante a usinagem. Em engrenamento com pequena relação de transmissão, deve ser verificado a
possibilidade de, ao aumentar-se a resistência do pinhão, não reduzir consideravelmente, a resistência da coroa.

23
No engrenamento V, o ângulo de pressão e a distância entre eixos são diferentes daqueles do engrenamento normal de
mesmo número de dentes e é claro, usinados com a mesma ferramenta.

A figuras a, b, c e d, abaixo, mostram a influência da correção numa engrenagem de 12 dentes.

X = 1,0 X = 0,5

X=0 X = -0,5

As figuras a, b e c abaixo, mostram um par de engrenagens (z 1 = 12 dentes e z2 = 25) nos três engrenamentos: normal,
V0 e V.

engrenagem
engrenagem

pinhão pinhão

x1 = x2 = 0 x1 = - x2 = 0,5
engrenagem

pinhão
x1 = x2 = 0,5

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