Sei sulla pagina 1di 160

LABORATÓRIO DE

MONTAGEM E MANUTENÇÃO
DE COMPUTADORES
AUTORES
Ricardo Tombesi Macedo
Mateus Pelloso
Evandro Preuss
Fábio Parreira
LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

LABORATÓRIO DE MONTAGEM E
MANUTENÇÃO DE COMPUTADORES
AUTORES
Ricardo Tombesi Macedo
Mateus Pelloso
Evandro Preuss
Fábio Parreira

1ª Edição
UAB/NTE/UFSM

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Santa Maria | RS
2017
©Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE.
Este caderno foi elaborado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional da
Universidade Federal de Santa Maria para os cursos da UAB.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


Michel Temer

MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Mendonça Filho

PRESIDENTE DA CAPES
Abilio A. Baeta Neves

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA


REITOR
Paulo Afonso Burmann

VICE-REITOR
Paulo Bayard Dias Gonçalves

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO
Frank Leonardo Casado

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Martha Bohrer Adaime

COORDENADOR DE PLANEJAMENTO ACADÊMICO E DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Jerônimo Siqueira Tybusch

COORDENADOR DO CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO

Sidnei Renato Silveira

NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL


DIRETOR DO NTE
Paulo Roberto Colusso

COORDENADOR UAB
Reisoli Bender Filho

COORDENADOR ADJUNTO UAB


Paulo Roberto Colusso
NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
DIRETOR DO NTE
Paulo Roberto Colusso

ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO
Ricardo Tombesi Macedo, Mateus Pelloso,
Evandro Preuss, Fábio Parreira

REVISÃO LINGUÍSTICA
Camila Marchesan Cargnelutti
Maurício Sena
APOIO PEDAGÓGICO
Magda Schmidt
Siméia Tussi Jacques

EQUIPE DE DESIGN
Carlo Pozzobon de Moraes – Ilustração
Juliana Facco Segalla – Diagramação
Mariana Panta Millani – Diagramação
Matheus Tanuri Pascotini – Capa/Ilustração

PROJETO GRÁFICO
Ana Letícia Oliveira do Amaral

L123 Laboratório de montagem e manutenção de computadores [recurso


eletrônico] / Ricardo Tombesi Macedo ... [et al.]. – 1. ed. – Santa
Maria, RS : UFSM, NTE, UAB, 2017.
1 e-book : il.

Este caderno foi elaborado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional


da Universidade Federal de Santa Maria para os cursos da UAB
Acima do título: Licenciatura em computação
ISBN 978-85-8341-196-3

1. Computadores – Laboratório de montagem 2. Computadores –


Manutenção I. Macedo, Ricardo Tombesi II. Universidade Federal de
Santa Maria. Núcleo de Tecnologia Educacional III. Título.

CDU 004.3’14
004.382.7’14

Ficha catalográfica elaborada por Alenir Goularte - CRB-10/990


Biblioteca Central da UFSM

Ministério da
Educação
APRESENTAÇÃO
A
disciplina de Laboratório de Montagem e Manutenção de Computadores
objetiva capacitar os alunos quanto aos conhecimentos e domínio das
técnicas e procedimentos relacionados com a montagem e manutenção de
computadores, compreendendo desde a identificação de sintomas até a execução
de procedimentos de reparação.
Para alcançar o objetivo proposto, esta disciplina foi organizada em um conjunto
de unidades, cada uma delas sendo cuidadosamente elaborada pelos autores para
proporcionar um aprendizado efetivo e agradável. A primeira unidade introduz a
disciplina. A segunda unidade apresenta uma visão geral sobre como o computador
funciona. A terceira unidade descreve uma breve história da evolução dos compu-
tadores. A unidade quatro detalha as características dos principais componentes
físicos de um computador. A quinta unidade aborda os simuladores para virtualizar
um laboratório de montagem e manutenção. A unidade seis compreende as técnicas
instalação, e desinstalação dos principais softwares do computador. A unidade sete
detalha as técnicas de montagem de computadores.
Este material foi elaborado por professores altamente qualificados na área da
computação. Ricardo Tombesi Macedo é professor adjunto da Universidade Fede-
ral de Santa Maria (ufsm), obteve o título de Doutor em Ciência da Computação
pela Universidade Federal do Paraná com período sanduíche na Université de La
Rochelle na França, o título de Mestrado em Engenharia da Produção pela ufsm e
de Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz).
Mateus Pelloso é Bacharel em Ciência da Computação, especialista em Geren-
ciamento de Projetos, ambos pela Universidade do Vale do Itajaí (univali) e mes-
trando em Informática pela Universidade Federal do Paraná. Professor do Instituto
Federal Catarinense Campus Concórdia na área de Computação. Foi processor do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (senai-sc) e atuou como gerente de
projetos, analista de sistemas e desenvolvedor.
Evandro Preuss possui graduação em Ciência da Computação e em Ciências
Contábeis pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (uri),
mestrado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(puc-rs) e atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Santa Maria.
Fábio Parreira é professor associado da ufsm, possui graduação em Ciência
da Computação pela unitri, mestrado em Processamento Digital de Imagens
pela Universidade Federal de Uberlândia e doutorado em Inteligência Artificial e
Informática de Sinais Biomédico pela Universidade Federal de Uberlândia (ufu).
A equipe de professores-autores deste material acredita em você e deseja sucesso
na sua formação profissional!
ENTENDA OS ÍCONES

1 ATEnção: faz uma chamada ao leitor sobre um assunto,


abordado no texto, que merece destaque pela relevância.

2 interatividade: aponta recursos disponíveis na internet


(sites, vídeos, jogos, artigos, objetos de aprendizagem) que
auxiliam na compreensão do conteúdo da disciplina.

3 saiba mais: traz sugestões de conhecimentos relacionados


ao tema abordado, facilitando a aprendizagem do aluno.

4 termo do glossário: indica definição mais detalhada de


um termo, palavra ou expressão utilizada no texto.
SUMÁRIO
▷ APRESENTAÇÃO ·5

▷ UNIDADE 1 – PRINCIPAIS COMPONENETES DE HARDWARE E


SOFTWARE ·9

Introdução 11
1.1 Como funciona o computador ·13

▷ UNIDADE 2 – UMA BREVE HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DO


COMPUTADOR ·18

Introdução ·20
2.1 A antiguidade e a necessidade inerente de calcular ·21
2.2 Os computadores mecânicos e as principais
­contribuições de Babbage ·24
2.3 Computadores Digitais: Do relé aos circuitos integrados ·27
2.4 Principais tecnologias dos circuitos integrados ·32
2.4.1 Principais tecnologias dos processadores 4004 a Z80 ·32
2.4.2 Contribuições do 286 ao Motorola 68000 ·37
2.4.3 Surgimento do 486 ao Athlon ·41

▷ UNIDADE 3 – COMPONENTES DO COMPUTADOR ·52

Introdução ·54
3.1 Placa-mãe ·55
3.2 Processador ou CPU ·65
3.3 Memória RAM ·67
3.4 Memória ROM ·71
3.5 Disco rígido ·73
3.6 Drives de estado sólido - SSD ·75
3.7 Monitor de vídeo ·76
3.8 Teclado ·79
3.9 Mouse ·81
3.10 Gabinete ·85

▷ UNIDADE 4 – SIMULADORES ·87

Introdução ·89
4.1 Simulador de defeitos ·90
4.2 Simulador de montagem de desktops ·95
4.3 Simulador de montagem de notebooks ·101
▷ UNIDADE 5 – PRÁTICA DE SISTEMAS OPERACIONAIS ·105

Introdução ·107
5.1 Sistema operacional ·108
5.2 Diferença entre software livre e software proprietário
(ou comercial) ·112
5.3 Windows ·114
5.3.1 Instalação/desinstalação de programas ·122
5.4 Linux ·123
5.4.1 O que são distribuições? ·123
5.4.2 Onde encontrar o linux? ·124
5.4.3 Instalação do sistema operacional ·126
5.4.3 Instalação/desinstalação de programas ·130

▷ UNIDADE 6 – MONTAGEM DE COMPUTADORES ·134


Introdução ·136
6.1 Componentes da placa mãe ·137
6.2 Precauções para instalação ·141
6.3 Instalação da CPU e do cooler da CPU ·142
6.4 Instalação da memória ·123
6.5 Instalação dos componentes do gabinete·123
6.6 Configuração da BIOS ·150
6.7 Verificação da fonte de alimentação ·152

▷ CONSIDERAÇÕES FINAIS ·154

▷ REFERÊNCIAS ·155

▷ ATIVIDADES DE REFLEXÃO OU FIXAÇÃO ·156


1 PRINCIPAIS
COMPONENTES
DE HARDWARE
E SOFTWARE
10 ·
INTRODUÇÃO

E
m tempos atuais, imaginarmos o mundo funcionando sem a presença dos
computadores é algo bastante difícil, pois as atividades de trabalho, comuni-
cação e lazer, estão cada vez mais dependentes destes equipamentos. Como
exemplo, dentre as atividades de trabalho podemos mencionar aquelas relacionadas
com a ciência, engenharia e finanças. Da mesma forma, a comunicação que utili-
zamos hoje em dia baseia-se fortemente no emprego das redes de computadores
e dos sistemas distribuídos, os quais dependem dos computadores para operar.
Até mesmo as atividades de lazer, tais como os jogos e aplicações multimídia, são
construídas para serem executadas nos computadores. Portanto, percebemos que
este instrumento potencializa diversas atividades cotidianas para os seres humanos,
e sem a presença deles, os avanços mais importantes das últimas décadas demo-
rariam muito para acontecer ou até mesmo não aconteceriam.
No entanto, computadores são propensos a problemas de hardware e software
capazes de resultar na inviabilidade parcial ou total de sua utilização. O termo
hardware serve para descrever todos os componentes físicos do computador, tais
como o teclado e o mouse, ou seja, o hardware consiste em tudo aquilo que você
pode tocar. Em contrapartida, o software consiste na parte lógica do computador,
não se apresentando de forma física, ou seja, não pode ser tocado. Assim, citamos
como exemplo os programas utilizados pelos usuários. Dentre os tipos de problemas
de software passíveis de acontecer, podemos citar quando determinado programa
começa a operar de maneira inesperada, para de funcionar ou simplesmente o
computador se torna infectado por vírus. Da mesma forma, os componentes de
hardware também podem parar de funcionar parcial ou totalmente. Também podem
existir situações em que o(s) usuário necessite(m) da instalação e configuração de
novos componentes de hardware ou software em seu computador.
Nos momentos em que existam sintomas de problemas de hardware e/ou
software em um computador, surgirá a necessidade de serem executados proce-
dimentos relacionados com a montagem e manutenção destes computadores. O
termo montagem e manutenção de computadores empregado neste livro se refere
ao conjunto de técnicas e procedimentos para identificar e reparar possíveis pro-
blemas em um computador. Estas técnicas podem ser divididas em dois grandes
grupos, sendo eles os procedimentos no hardware ou software. Os procedimentos
no hardware compreendem tarefas de testar, reparar ou substituir os componentes
físicos do computador, enquanto que os procedimentos de software dizem r­ espeito

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 11
à instalação, reinstalação e utilização de diversos tipos de software, como, por
exemplo, os softwares antivírus.
Além da necessidade iminente de dominar os procedimentos da montagem
e manutenção para uso pessoal, também se percebe que a prestação de serviços
deste tipo de procedimento tende a crescer. As instituições organizacionais dos
mais diversos nichos de negócio estão cada vez mais dependentes de compu-
tadores para realizar atividades cotidianas de baixa e alta complexidade. Outra
característica importante é que a maioria destas empresas ou pessoas consistem
em meros usuários de programas específicos do computador, não necessitando
possuir conhecimentos técnicos para reparar estas máquinas em caso de problemas.
Sendo assim, para contornar estas dificuldades supracitadas, a tendência de
mercado consiste em contratar profissionais especializados para identificar e reparar
os problemas encontrados em seus computadores particulares ou empresariais.
Para tanto, precisamos compreender que se especializar na área da montagem
e manutenção de computadores pode não ser uma tarefa fácil, mas este livro foi
elaborado para ajudá-lo nesta tarefa. Um dos principais complicadores consiste
no grande volume de informação existente, sendo muitos deles de baixa qualidade,
além da ausência de materiais confiáveis e atualizados sobre o assunto. Damos ên-
fase, então, no fato de que certos materiais existentes sobre o assunto demandam
como pré-requisito um alto nível de conhecimento, dificultando o aprendizado
para novos candidatos dispostos a aprender sobre o assunto. Este livro objetiva a
contornar estes problemas, apresentando os principais conceitos, terminologias
e procedimentos de forma didática, visando diminuir as barreiras para um apren-
dizado efetivo sobre a área da montagem e manutenção de computadores.
Este livro foi organizado em oito unidades, cada uma delas sendo responsável
por abordar um tema de fundamental importância para o aprendizado dos pro-
cedimentos de montagem e manutenção de computadores.
A Unidade 1 proporciona uma visão geral de como funciona um computador,
apresentando uma visão geral dos principais componentes de hardware e software
e como eles se relacionam para colocar um computador em operação.
A Unidade 2 descreve de forma breve a evolução dos computadores, iniciando
pelos primeiros dispositivos criados pela humanidade para executar operações
matemáticas, passando rapidamente pelos computadores mecânicos, destacan-
do o avanço tecnológico advindo com o surgimento dos computadores digitais e
pautando as principais contribuições tecnológicas dos circuitos integrados.
A Unidade 3 aborda os principais componentes de hardware do computador,
explicando o propósito de cada componente, fornecendo detalhes sobre seu modo
de operação e descrevendo a função de cada componente em relação aos demais.
A Unidade 4 ensina como usar simuladores, ou seja, softwares capazes de criar
um ambiente virtual para colocar em prática as técnicas de montagem e manuten-
ção de computadores, dispensando a necessidade da aquisição dos componentes
físicos reais do computador apenas para obter um contato inicial com estas técnicas.
A Unidade 5 compreende as técnicas de montagem e manutenção associadas
com o software, abrangendo desde a instalação de diferentes tipos de sistemas
operacionais até os programas aplicativos utilizados pelos usuários comuns.
A Unidade 6 detalha as técnicas de montagem de computadores.

12 ·
1.1
COMO FUNCIONA O COMPUTADOR
Para desempenhar atividades de laboratório relacionadas com a montagem e a
manutenção de computadores de maneira eficiente, torna-se extremamente neces-
sário conhecer quais são os componentes básicos que compõem um computador e
como eles se relacionam para produzir um funcionamento correto. Neste momento
você pode estar se perguntando: Quais são os componentes de um computador?
Para responder esta pergunta podemos dizer que eles estão organizados em dois
grandes grupos, os componentes de software e os componentes de hardware.
Quando usamos o termo hardware, estamos nos referindo aos componentes físi-
cos de um computador, ou seja, tudo aquilo que podemos tocar. Em contrapartida,
os componentes pertencentes ao grupo de software são componentes lógicos, não
físicos, mas sim virtuais, ou seja, não podem ser tocados, tal como os programas
instalados em um computador. Para funcionar de modo apropriado, os componentes
de hardware e software de um computador devem estar instalados e configurados
de modo apropriado.
Os componentes de hardware mais importante de um computador consistem no
processador, nas memórias e nos dispositivos de entrada e saída (e/s). As memórias
são dispositivos que permitem um computador guardar dados de forma temporária
ou permanente. Os dispositivos de e/s são aqueles que possibilitam a interação com
o usuário, tal como a impressora, o teclado, o mouse e o monitor. Em um computador,
estes componentes são alocados em uma placa-mãe, conforme ilustra a Figura 1.

4 termo do glossário: Um processador consiste em uma espécie de microchip,


cuja função consiste basicamente em executar operações lógicas e aritméticas.
Inicialmente, nós podemos pensar no processador como basicamente uma
poderosa máquina de calcular.

figura 1: Principais componentes de hardware de um computador.

Fonte: dos autores, adaptado por nte, (2017).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 13
No decorrer deste livro, serão apresentados detalhes sobre cada um destes compo-
nentes. Entretanto, neste primeiro momento, torna-se importante explicar que as
memórias de um computador podem ser classificadas como principal e secundária.
Uma memória principal é aquela que o processador pode acessar diretamente, sem
passar por barramentos. Sem elas um computador não consegue funcionar. Como
exemplos temos os registradores, memórias cache e memória ram e memória rom
(morimoto, 2010). Em contrapartida, a memória secundária não pode ser acessada
diretamente e a informação a ser tratada pelo processador precisa ser primeira-
mente carregada em memória, por exemplo, o hd, cds/dvds, pendrives, os antigos
disquetes e os Blu-Rays. Tendo uma visão geral sobre os principais componentes
de hardware, resta-nos agora entender os tipos de componentes de software.
Um software consiste em uma sequência de instruções lógicas que descrevem
tarefas a serem realizadas por um computador, por exemplo, a manipulação, re-
direcionamento ou a modificação de dados. Os softwares são escritos em uma
linguagem de programação e podem ser instalados, atualizados ou desinstalados
para melhor atender as demandas dos usuários. O firmware consiste em um
software de baixo nível armazenado permanentemente em um chip no momento
de sua fabricação. Os firmwares podem estar presentes em leitores de cds/dvds
e na Basic Input/Output System (bios), um mecanismo responsável por detectar e
identificar componentes de hardware conectados com um computador. Os softwa-
res de sistema gerenciam a operação do computador em si, como, por exemplo, os
compiladores e interpretadores de comandos. Enquanto que os programas apli-
cativos consistem em softwares de alto nível desenvolvidos para serem utilizados
pelos usuários, como um editor de texto, um navegador Web ou reprodutores de
áudio/vídeo. A Figura 2 ilustra esta classificação, mostrando como os diferentes
tipos de software interagem com o hardware.

1 ATEnção: Os componentes de software podem ser classificados em três


principais tipos de acordo com o nível de interação com o hardware,
compreendendo os firmwares, software de sistema e aplicativos de usuários
(tabenbaum, 2009).

figura 2: Relação entre o hardware e os tipos de software.

Fonte: dos autores, adaptado por nte, (2017).

14 ·
Os componentes de hardware de um computador são controlados através dos
softwares. Sem software, um computador é basicamente um amontoado de peças
de metal sem utilidade. Neste contexto, o sistema operacional desempenha um
papel fundamental ao controlar todos os recursos do computador, e ao fornecer a
base sobre a qual os programas aplicativos podem ser escritos. Podemos pensar no
sistema operacional como uma camada de software, localizada entre os componentes
físicos, os programas de sistema e programas aplicativos. O sistema operacional é
responsável por conhecer os detalhes de funcionamento de diversos componentes
físicos e disponibilizar chamadas para os programas de sistema e para programas
aplicativos. Dentre os principais exemplos de sistema operacional, encontram-se
as diferentes versões do Windows, Linux e MacOS.
Neste momento, você já conhece os principais componentes de um computador
e como eles são classificados, mas talvez você possa estar novamente se pergun-
tando: O que acontece quando eu ligo meu computador? Esta pergunta pode ser
respondida da seguinte maneira. Existe um processo de nove passos que descre-
vem a ordem e a forma como os componentes de hardware e software devem ser
iniciados. Este processo é comumente referenciado como processo de inicialização
do computador ou ainda como processo de Boot, conforme ilustrado na Figura 3.

figura 3: Ilustração do Processo de Inicialização do Computador.

Botão MBR: SO:


“Ligar” localiza autentica
o SO usuário

BIOS: MBR:
Identifica carrega PC
hardware arquivo
de boot Iniciado

BIOS: Inicia
testa o kernel
hardware do SO

Fonte: dos autores, adaptado por nte, (2017).

Os passos um e dois estão relacionados com a identificação e inicialização dos


componentes de hardware. No primeiro passo, a bios acessa a memória cmos,
a qual consiste em um circuito integrado que grava informações referentes ao
hardware. Através deste acesso, a bios reconhece os componentes de hardware,
tais como placas de vídeo e memória ram, podendo estabelecer comunicação
com eles. No segundo passo, a bios realiza um conjunto de testes para saber se
todos os componentes identificados estão iniciando corretamente. Quando um

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 15
c­ omponente estiver faltando, ou não estiver funcionando adequadamente, a bios
emite beeps ou mostra mensagens na tela do computador para alertar o usuário
sobre o problema identificado.
Desta forma, os passos conseguintes objetivam iniciar o sistema operacional. Os
passos 3, 4 e 5 procuram identificar detalhes da localização do sistema operacional
para iniciá-lo. No passo 3, a bios verifica em que mídia o sistema está armazenado,
podendo ser uma mídia interna, tal como o hd, ou uma mídia externa, como o
cd/dvd-rom ou o pendrive. Em seu funcionamento tradicional, o sistema opera-
cional fica instalado no hd e as mídias externas são utilizadas durante o processo
de instalação de um sistema operacional, o qual será explicado em detalhes na
Unidade 6. Assumindo o funcionamento padrão, no passo 4 a bios encontrará o
sistema operacional no hd e lerá o primeiro setor de armazenamento (setor zero),
denominado mbr (Master Boot Record). Esta área armazena um código que alavan-
ca a inicialização do sistema operacional. No passo cinco, o mbr verifica em qual
partição do hd está ativa e inicia o seu primeiro setor (setor um).
Os passos 6, 7 e 8 descrevem a forma como o sistema operacional é iniciado. No
passo 6, o mbr realiza uma leitura de um arquivo de boot, ou Boot Loader, o qual
descreve as opções de carregamento do sistema. No passo 7 a BIOS inicia o núcleo
do sistema operacional também conhecido como kernel, estabelecendo uma liga-
ção entre os componentes de hardware e o sistema. No passo 8, o kernel carrega os
arquivos principais e informações básicas do sistema operacional e relaciona os
componentes de hardware com os respectivos drives. Através destes três passos, o
sistema operacional está pronto para ser usado pelos usuários.
O passo 9 consiste na etapa de autenticação do usuário no sistema, onde nor-
malmente uma tela de escolha de usuários é exibida solicitando uma credencial
de acesso. Geralmente, os sistemas operacionais solicitam uma senha de acesso
previamente cadastrada pelo usuário. Porém, também existem computadores ca-
pazes de autenticar seus usuários através de informações biométricas, tais como
a impressão digital ou o reconhecimento da íris do olho. Após uma autenticação
bem-sucedida, o usuário pode usar o sistema livremente.
Ao executar os nove passos descritos posteriormente, duas coisas podem ocorrer:
todos os procedimentos são efetuados de forma satisfatória ou algum imprevisto
pode surgir. Quando tudo ocorre adequadamente, o usuário poderá usar o com-
putador para diversas tarefas, tais como atividades de lazer ou trabalho. Como
exemplo de atividade de lazer, o usuário pode escutar música, assistir um filme
ou até mesmo realizar pesquisas na Web usando seu computador. Dentre as ati-
vidades de trabalho, o usuário pode acessar sistemas de banco on-line, participar
de reuniões por meio de ambientes virtuais ou utilizar planilhas eletrônicas para
gerenciar despesas.
No entanto, quando surge algum imprevisto, durante a execução dos nove passos,
o computador não inicializará e, consequentemente, o usuário estará parcialmente
ou totalmente privado de usar o computador, tornando-se incapaz de usufruir dos
benefícios proporcionados pelo seu uso. Além de imprevistos, podem ocorrer erros,
falhas ou faltas de componentes de hardware ou software depois da inicialização
do computador que também poderão causar empecilhos quanto à sua utilização.
Dentre os exemplos de problemas de software, podemos citar programas operando

16 ·
de maneira inesperada ou parando de funcionar e quando o computador se torna
infectado por um vírus. Da mesma forma, os componentes de hardware também
podem parar de funcionar parcial ou totalmente. Também podem existir situações
que um usuário necessite da instalação e configuração de novos componentes de
hardware ou software em seu computador.
O objetivo deste livro consiste em capacitar os estudantes sobre como proceder
nestas situações, proporcionando um embasamento teórico e prático sobre as
questões envolvidas com as atividades de montagem e manutenção de computa-
dores, assim como um adequado e maior entendimento sobre como operam os
principais componentes de hardware e software.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 17
2
UMA BREVE HISTÓRIA
DA EVOLUÇÃO DO
COMPUTADOR
licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 19
INTRODUÇÃO

T
alvez você já tenha se perguntado sobre como os computadores atuais se tor-
naram tão poderosos, ou tenha ficado curioso para conhecer alguns termos
técnicos sobre computadores antigos. O objetivo desta unidade consiste em
esclarecer questões associadas com estes questionamentos, proporcionando uma
visão geral da evolução do computador e seus principais componentes ao apresen-
tar as principais tecnologias que proporcionaram sua evolução. Para alcançar este
objetivo, classificamos a história da evolução do computador em quatro períodos:
antiguidade, computadores mecânicos, circuitos digitais e circuitos integrados. A
Seção 2.1 descreve os principais momentos do mundo antigo. A Seção 2.2 apresenta
o surgimento do computador mecânico. A Seção 2.3 disserta sobre o advento dos
circuitos digitais. A Seção 2.4 encerra a unidade descrevendo as principais tecnolo-
gias relacionadas com os circuitos integrados.

20 ·
2.1
A ANTIGUIDADE E A NECESSIDADE
INERENTE DE CALCULAR
Muitos registros antigos revelam a necessidade da humanidade de executar ope-
rações matemáticas de maneira eficiente para resolver problemas cotidianos da
sociedade de forma mais eficaz. Um dos exemplos mais primitivos de calculadora,
atualmente conhecido, consiste no ábaco, o qual possibilita efetuar operações de
soma e subtração, sendo ilustrado na Figura 4. Estima-se que este dispositivo tenha
surgido cerca de dois mil anos antes de Cristo, sendo utilizado por vários povos, tais
como os Sumérios, Russos, Gregos e Chineses.

figura 4: O Ábaco.

Fonte: Pixabay (https://pixabay.com/p-485705/?no_redirect).

figura 5: A Nepohualtzintzin.

Fonte: nte, (2017).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 21
figura 6: A Antikythera.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/4SQmcU).

Outra calculadora antiga com um princípio muito parecido com o ábaco consistiu
na Nepohualtzintzin, ilustrada na Figura 5, cujo significado consiste em “contagem
relevante”. Este dispositivo era utilizado pelo povo Maia antes da colonização espa-
nhola com objetivo de aprimorar o cultivo da terra, contando os dias, os fenômenos
naturais e seus ciclos. Através da Nepohualtzintzin era possível executar as opera-
ções matemáticas básicas, como a adição, a subtração, a multiplicação e a divisão, e
operações matemáticas complexas, como raízes, potenciação, integral e diferencial.
Devido ao grande número de operações realizadas pela Nepohualtzintzin, este
dispositivo pode ser comparado com um computador moderno.

1 ATEnção: Apesar de uma leve semelhança com o ábaco, estes dispositivos


empregam diferentes sistemas de numeração. O ábaco emprega o sistema
de numeração decimal, enquanto que a Nepohualtzintzin emprega o sistema
numérico vigesimal, que tem como base o número vinte.

Ainda na antiguidade, uma das invenções mais interessantes consistiu na Antiky-


thera, um computador mecânico desenvolvido pelos romanos. Este dispositivo era
construído essencialmente em bronze e constituído por engrenagens, chegando
a medir pouco mais que uma caixa de sapatos. A Figura 6 ilustra o dispositivo. Es-
tima-se que esta máquina era usada aproximadamente no segundo século a.C. e
consiste no mecanismo mais sofisticado do mundo antigo. A principal utilidade do
mecanismo compreendia a previsão de fenômenos astronômicos, como calcular o

22 ·
movimento dos astros e o acontecimento de eclipses. Este mecanismo foi encontrado
no ano de 1901 na ilha grega de Antikythera e permaneceu por anos como objeto de
estudo, pois sua real aplicação era desconhecida até o ano 2005. Este mecanismo
é considerado um dos dispositivos mais sofisticados do mundo antigo, pois uma
tecnologia parecida com esta surgiu novamente somente no século xiv na Europa,
com o advento dos relógios astronômicos.
O advento do ábaco, da calculadora Nepohualtzintzin e do mecanismo Antikythe-
ra exemplificam os esforços da humanidade durante a Antiguidade para facilitar a
execução de operações matemáticas relacionadas com atividades cotidianas. Através
do ábaco, era possível executar operações básicas, tais como adição e subtração. O
emprego da Nepohualtzintzin possibilitava tanto as operações aritméticas básicas,
quanto operações aritméticas complexas, como as raízes, potenciação e integral. Já
o mecanismo Antikythera apresentou um projeto mais sofisticado, capaz de prever
fenômenos astronômicos. A necessidade da raça humana em desenvolver dispo-
sitivos para executar operações aritméticas de maneira mais precisa e de forma
simples compreendeu no fundamento para o advento dos computadores modernos.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 23
2.2
OS COMPUTADORES MECÂNICOS E
AS PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DE
BABBAGE
Os computadores mecânicos surgiram no século xix para atender demandas da
Revolução Industrial. Neste período, os engenheiros, os cientistas, os banqueiros,
os navegadores e os corretores de seguro desempenharam um papel importante no
desenvolvimento industrial e todos tinham uma demanda em comum: a necessidade
de executar cálculos complexos. Todavia, estes cálculos eram executados, verificados,
copiados e escritos manualmente, resultando em muitos erros prejudiciais para as
necessidades da época. Ciente deste cenário, o matemático inglês Charles Babbage
lançou-se em uma ambiciosa aventura: projetar e construir mecanismos capazes
de executar cálculos complexos e eliminar o risco de erro humano. Os esforços
desempenhados por Babbage resultaram nos dois principais avanços da era dos
computadores mecânicos, a Analytical Engine e a Difference Engine (computer
history museum, 2017).
O primeiro projeto de Babbage consistiu na Difference Engine. Este mecanismo
tinha como objetivo calcular funções polinomiais e tabular os resultados. A Difference
Engine recebeu este nome pois tinha como objetivo resolver funções polinomiais
através do método das diferenças finitas. A razão de empregar este método é a
possibilidade de usar apenas operações de adição, removendo a necessidade de
operações de multiplicação e divisão, as quais são mais difíceis de implementar
mecanicamente.

3 saiba mais: Uma função determina a relação entre elementos de dois


conjuntos e um polinômio consiste em uma expressão algébrica composta
por monômios e operadores matemáticos. Por exemplo, a equação consiste
em uma função polinomial quadrática de grau 2 composta por três monômios.

A primeira tentativa de Babbage em construir a Difference Engine começou em 1821.


O projeto descrevia uma máquina para calcular uma série de valores e imprimir os
resultados automaticamente em uma tabela. A Figura 7 ilustra um modelo desta
máquina. Com o passar do tempo, Babbage mudou a capacidade do seu mecanismo.
Foi encontrado um projeto de Babbage datado em 1830, mostrando uma máquina
para calcular utilizando dezesseis dígitos e seis ordens de diferença. Todavia, para
construir esta máquina seriam necessárias 25 mil peças e teria um peso de cerca
de quatro toneladas e aproximadamente oito metros de altura, resultando na in-
viabilização de sua construção, fato que ocorreu em 1832.

24 ·
figura 7: Modelo da Difference Engine Número 1.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/0v9nJZ).

figura 8: Modelo Experimental da Analytical Engine.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/acOkjx).

figura 9: Cartões Perfurados para a Analytical Engine.

Fonte: Flickr (https://goo.gl/GpvMu3).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 25
Após a suspensão do projeto inicial, Babbage iniciou, em 1834, um projeto ainda
mais ambicioso de um computador programável de propósitos gerais denominado
Analytical Engine, cujo modelo é apresentado na Figura 8. A Analytical Engine pos-
suía muitas características similares aos computadores digitais modernos, sendo
programável através do uso de cartões perfurados e capaz de executar internamente
as quatro operações aritméticas. Além disto, em seu projeto havia uma separação do
componente de memória, chamado de Store da unidade central de processamento,
denominada Mill, conceito também seguido no projeto de computadores digitais.
Devido ao projeto da Analytical Engine, Babbage é conhecido como o pioneiro no
projeto e construção de computadores.
Devido ao grande sucesso da Analytical Engine, Babbage retomou o projeto
da Difference Engine em 1840, revelando em 1849 o projeto da Difference Engine
Número 2. Este novo projeto melhorou a versão inicial, calculando números com
31 dígitos e tabulando qualquer polinômio com ordem até sete. O novo projeto foi
elegantemente simplificado e requeria aproximadamente um terço das partes do
projeto inicial e produzia um poder computacional similar.
Apesar das contribuições significativas advindas com os computadores mecâni-
cos, eles possuíam limitações. As engrenagens utilizadas para compor as máquinas
precisavam ser fabricadas individualmente, incrementando o custo de fabricação.
Estes computadores também tendiam a ser muito grandes, prejudicando a produção
em massa destas máquinas. Além disto, existia uma relação entre a complexidade
dos problemas que estes computadores propunham resolver e a precisão necessária
para fabricação dos seus componentes mecânicos – quanto mais complexos os pro-
blemas, maior a precisão na fabricação dos componentes. Como resultado destas
limitações, os pesquisadores começaram a idealizar outro conceito para projeto e
construção de computadores: o emprego de circuitos digitais, o que impactou na
criação de uma nova geração de computadores.

26 ·
2.3
COMPUTADORES DIGITAIS: DO RELÉ
AOS CIRCUITOS INTEGRADOS
Os computadores digitais surgiram no fim do século xx e proporcionaram o arma-
zenamento de dados exclusivamente sob a forma de números. Este novo conceito
contrastava com os computadores mecânicos, que representavam dados através
de grandezas contínuas, tais como a posição relativa de engrenagens em meca-
nismos. A chave para a consolidação dos computadores digitais ocorreu devido
a três principais acontecimentos: aplicação do sistema binário, o advento do relé,
da válvula, do transistor e do circuito integrado.
O quadro 1 compara o sistema binário e o sistema decimal para representar a
sequência dos números entre zero e cinco. Observando este exemplo, percebe-se
que ambos os sistemas representam os números zero e um da mesma forma.
Todavia, a partir do número decimal 2, o seu equivalente em binário se difere, ao
combinar o número um e o número zero, pois os números disponíveis no sistema
de numeração foram usados previamente e seguindo a mesma lógica do sistema
decimal para representar o número dez. Este tipo de sistema de numeração se
encaixou perfeitamente às necessidades dos computadores digitais para mapear
sinais elétricos em dados e comandos. Na sua forma mais simples, os sinais elétricos
podem apresentar dois estados, sem corrente e com corrente, sendo representados
pelos números 0 e 1 usando o sistema binário.

4 termo do glossário: O sistema binário consiste em um sistema de


numeração capaz de representar qualquer quantidade através de dois
números, zero e um.

quadro 1: Comparação entre o Sistema de Numeração Decimal e Binário.

Fonte: dos autores, 2017.

O sistema binário atendia a necessidade de representação dos sinais elétricos,


mas gerou um novo desafio – a forma de executar operações matemáticas para
calcular através deste sistema. Em 1937, Claude Shannon resolveu este problema
em sua tese ao mostrar como a álgebra Booleana, proposta cerca de um século
antes e até então sem aplicação prática, poderia ser usada para análise e projetos

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 27
dos computadores digitais. Para mostrar a aplicabilidade da sua tese, ele realizou
experimentos empregando relés. O trabalho de Shannon definiu o fundamento
para o projeto de circuitos digitais e impulsionou a investigação do emprego de
relés nos computadores digitais.

figura 10: Um Relé Eletromagnético Típico.

Fonte: nte, (2017).

figura 11: Válvula.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/MpeO9t ), adaptado por nte, (2017).

figura 12: Transistor.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/QQH1m4).

Através deste chaveamento, relés proporcionavam representar as operações mate-


máticas da Álgebra Booleana através do sistema binário, possibilitando colocar em

28 ·
prática o conceito do computador digital. A Figura 10 ilustra um relé eletromagnético
típico. Entretanto, apesar dos avanços proporcionados por estes dispositivos, os
relés apresentavam limitações. Estes dispositivos eram caros, grandes e tomavam
cerca de um milésimo de segundo para fechar um circuito elétrico, sendo muito
lentos para os requisitos da época, impulsionando pesquisas para criar dispositivos
mais eficientes para chavear a corrente elétrica.
As válvulas emergiram como uma solução para as limitações encontradas nos relés.
Estes componentes consistiam em tubos de vidro vedado para criar um ambiente
a vácuo para controlar o fluxo de elétrons, chaveando a corrente elétrica de modo
mais eficiente. A Figura 11 apresenta um exemplo de uma válvula. O funcionamen-
to da válvula se baseia em um filamento metálico que, quando aquecido, emite
elétrons. Este evento ocasiona uma agitação nos elétrons capaz de ultrapassar a
barreira superficial do metal, fechando o circuito com outro filamento posicionado
próximo ao primeiro, resultando no chaveamento da corrente elétrica. Ao operar
desta forma, as válvulas chaveavam a corrente elétrica mais rapidamente que os
relés, alcançando a caça dos mega-hertz (MHz).
O emprego das válvulas possibilitou a construção de computadores digitais.
A série de computadores Colossus Mark 1 e 2 foram construídos em 1943, os quais
eram usados para propósitos militares para quebrar a criptografia de mensagens
alemãs durante a Segunda Guerra Mundial. A utilização das válvulas também
proporcionou a construção eniac (Eletronic Numeral Integrator Analyzer and
Computer), projetada para quebrar códigos de comunicação e executar cálculos
de artilharia. Uma característica em comum nestes computadores consistia no seu
grande tamanho, dificuldade de manutenção e configuração.

figura 13: Computador Colossus Mark 2.

Fonte: uah (http://www.cs.uah.edu/~rcoleman/Common/History/History.html).

Apesar do avanço tecnológico alcançado pelo emprego das válvulas, estes compo-
nentes apresentavam limitações. Eram grandes, normalmente alcançando o tamanho
de uma lâmpada. Como eram fabricadas com vidro, eram frágeis e apresentavam
alto risco de quebrar. Além disto, frequentemente superaqueciam, resultando em
um alto consumo de energia. Estas limitações motivaram a pesquisa de dispositivos
mais eficientes para chavear a corrente elétrica.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 29
figura 14: Computador eniac.

Fonte: Kullabs (https://goo.gl/sxsXjz).

Em 1947, o transistor surgiu para contornar as limitações existentes nas válvu-


las. Um transistor consiste em um componente eletrônico capaz de interromper
sinais elétricos explorando propriedades de materiais semicondutores, como o
Germânio. A Figura 12 apresenta um exemplo de transistor. Diferentemente das
válvulas, o tempo do chaveamento proporcionado pelos primeiros transistores era
de 100 MHz, muito mais rápido que sua concorrente, pois não possuíam partes
móveis. Os transistores também consumiam apenas uma fração da eletricidade
requerida pelas válvulas e apresentavam uma vida útil maior que elas. Empregando
transistores, em 1959 a IBM construiu o mainframe IBM 1401. Este computador foi
projetado para propósitos gerais e 12 mil unidades foram vendidas, um sucesso
de vendas em seu tempo.

figura 15: Mainframe ibm 1410.

Fonte: Student Computer Club (https://goo.gl/NkLvWc).

Mesmo com as notáveis contribuições dos transistores, estes componentes também


apresentavam problemas. A mudança de estado realizada para chavear a corrente

30 ·
elétrica precisava ser executada bilhões de vezes por segundo. Desta forma, cada
uma destas mudanças geraria uma quantidade de eletricidade, transformando-se
em calor. Assim, quanto maior o poder computacional do transistor, mais eles
aquecem e mais energia consomem.
Os circuitos integrados ou microchips surgiram como uma alternativa para con-
tornar as limitações encontradas pela mera aplicação dos transistores. O advento
destes componentes proporcionou diversos benefícios, como a possibilidade da
produção em massa, maior confiabilidade, baixo custo de fabricação, aumento do
desempenho, baixo consumo de energia e a miniaturização dos computadores. O
primeiro circuito integrado foi construído em 1958 por Jack Kilby, sendo ilustrado
na Figura 16. Kilby demonstrou a aplicabilidade dos circuitos integrados usando
dois transistores, e foi agraciado com o prêmio Nobel em Física, em 2000, devido
à sua alta contribuição para a humanidade.

figura 16: Primeiro Circuito Integrado.

Fonte: PCWorld (https://goo.gl/ksn2IG).

O surgimento dos circuitos integrados revolucionou a indústria de fabricação de


computadores. A partir deste acontecimento, foi desencadeada uma série de estudos
para criar novas tecnologias para melhorar a maneira de agregar mais transistores em
um mesmo circuito, minimizar o tamanho dos computadores e, ao mesmo tempo,
diminuir os custos de fabricação. A seguir, são discutidas as principais tecnologias.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 31
2.4
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS DOS
CIRCUITOS INTEGRADOS
Como apresentado no início desta unidade, os computadores surgiram da neces-
sidade das pessoas em executar cálculos complexos. As principais tecnologias dos
circuitos integrados também estão relacionadas com esta necessidade. No entanto,
durante os avanços relacionados ao projeto de computadores, os pesquisadores
da área decidiram centralizar as operações lógicas e aritméticas em uma unidade
central de processamento, comumente referenciada como cpu, sigla em inglês
para Central Processing Unit ou simplesmente processadores. Devido a esta escolha
de projeto, as principais tecnologias dos circuitos integrados estão estritamente
associadas com a evolução dos processadores, uma vez que estes são projetados
como circuitos integrados. Esta seção classifica estas tecnologias de acordo com o
surgimento dos principais processadores. A Subseção 2.4.1 descreve as tecnologias
dos processadores 4004 ao Z80. A Subseção 2.4.2 compreende as contribuições do
286 ao Motorola 68000. A Subseção 2.4.3 detalha do surgimento do processador
486 ao Athlon.

2.4.1 Principais tecnologias dos processadores


4004 ao Z80
Este período compreende o advento dos processadores 4004, 8008, MOS 6502 e
Z80. O processador 4004 foi lançado pela Intel em 1971, sendo composto por 2 mil
e 300 transistores, cada um deles medindo em média 10 mil nanômetros. A Figura
17 mostra um exemplo do processador Intel 4004. A característica mais marcante
deste processador consistiu em sua capacidade de processar palavras de 4 bits. Na
terminologia da ciência da computação, uma palavra consiste em uma sequência
de bits de tamanho pré-determinado processado simultaneamente por um com-
putador. O conceito de palavra possui uma importância tão fundamental que os
processadores são frequentemente classificados conforme o tamanho da palavra
que são capazes de operar. Seguindo esta classificação, o processador 4004 pertence
à classe de processadores de 4 bits.

figura 17: Processador Intel 4004.

Fonte: Wikipedia(https://goo.gl/mYts7V).

32 ·
O processador Intel 4004 apresentou benefícios e limitações. Um dos principais
benefícios consistiu em mostrar a viabilidade da construção dos circuitos integra-
dos, uma vez que ele foi largamente utilizado na fabricação de calculadoras. Apesar
dos benefícios, este processador também apresentou duas principais limitações.
Primeiramente, sua frequência máxima de operação era limitada a 740 kHz, ou
seja, 740 mil ciclos por segundo. A segunda limitação estava relacionada ao número
de ciclos necessários para processar cada instrução. Uma instrução compreende
em um tipo de operação lógica ou aritmética suportada por um processador. O
processador 4004 demorava 10 ciclos para processar cada instrução e cada ins-
trução demorava dois ciclos para ser executada, sendo três ciclos para carregar os
endereços, dois ciclos para carregar a instrução e mais três ciclos para processar.
O limite máximo deste processador era de 74 mil instruções por segundo, sendo
que um processador atual executa bilhões de instruções por segundo. Em 1981 foi
encerrada a produção do processador Intel 4004.

3 saiba mais: O processador 4004 também foi empregado na sonda espacial


Pioneer 10. A sonda foi lançada em 1972 para explorar o sistema solar e
perdeu o contato com a Terra somente em 1998.

O processador Intel 8008 surgiu em 1972 e agregava 3 mil e 500 transistores, sendo
que cada transistor, assim como no 4004, media em média 10 mil nanômetros. A
Figura 18 apresenta um destes processadores. Diferentemente do 4004, o proces-
sador Intel 8008 era um processador de 8 bits e inicialmente operava a 2 MHz por
segundo. Era capaz de endereçar 16 Kilo Bytes (kb) de memória e processava 500
mil instruções por segundo. A Figura 19 mostra um computador Altair. O empre-
go do 8008 abriu as portas para o computador pessoal, mas também apresentava
limitações. Sua frequência máxima de operação atingia 800 MHz e cada instrução
demorava entre 5 e 11 estados, onde cada estado levava dois ciclos para ser executado.

3 saiba mais: Este processador foi utilizado no Altair, o primeiro computador


pessoal da história, lançado em 1974 e projetado para auxiliar no aprendizado
de eletrônica e programação. Foram vendidas 4 mil unidades.

figura 18: Processador Intel 8008.

Fonte: Wikipedia(https://en.wikipedia.org/wiki/Intel_8008#/media/File:KL_Intel_C8008-1.jpg).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 33
figura 19: Computador Altair.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/FlqBG8).

O processador Intel 8080 foi lançado em 1974 visando aprimorar seu antecessor, o
processador Intel 8008 e agregava aproximadamente 6 mil transistores. A Figura 20
apresenta o processador Intel 8080. Este processador também operava com palavras
de 8 bits, mas possuía capacidades limitadas para desempenhar operações de 16
bits. Inicialmente, a frequência de operação deste processador era de 2 MHz, mas
suas versões mais aprimoradas atingiam até 3.125 MHz por segundo e era capaz
de endereçar 64 KB de memória.

3 saiba mais: Esta funcionalidade era possível devido ao seu projeto contar com
sete registradores de 8 bits, sendo eles o registro A, B, C, D, E, H e L. O registrador
A desempenha o papel de acumulador de 8 bits e os outros seis podem atuar
individualmente com capacidade de 8 bits, ou serem combinados em três
pares de registradores de 16 bits obedecendo a sequência BC, DE e HL.

figura 20: Processador Intel 8080.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/sYeOUw).

34 ·
figura 21: Computador ibm pc.

Fonte: Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/IBM_PC#/media/File:IBM_PC_5150.jpg).

Devido a sua capacidade de processar operações de 16 bits, este processador gerou


um impacto positivo em sua época, despertando a atenção de hobistas e entusias-
tas da computação para montarem seus próprios computadores. Este processador
também foi utilizado no computador pessoal ibm pc, ilustrado na Figura 21. O ibm
pc foi lançado em 1981 e em sua configuração básica era equipado com um gabinete
e um teclado. O monitor monocromático de 12 polegadas, o disco rígido e o driver
de disquete eram componentes adicionais. Este computador foi um sucesso de
vendas e estima-se que, no fim de 1982, a ibm vendia cerca de um pc por minuto.
O processador 8080 também deu origem a uma família de processadores, o
8085, o 8086 e o 8088. O processador 8085 foi lançado em 1976 e adicionava poucas
instruções relacionadas com interrupções de entrada e saída. O processador 8086
foi comercializado em 1978, operava com 16 bits e com frequência de 5 até 10 MHz.
O processador 8088 era similar ao 8086 em termos de clock, mas adicionava um
barramento externo de 8 bits ao invés de um de 16 bits como no 8086.
Após um ano do lançamento do 8080, foi lançado o processador mos 6502, o qual
desempenhou um papel fundamental em sua época. A Figura 22 ilustra o proces-
sador. As principais características do processador mos 6502 eram que ele agregava
3510 transistores, possuía um conjunto de 56 instruções, operava com palavras de
tamanho de 8 bits e com frequências entre 1 e 2 MHz por segundo. O diferencial deste
processador era seu custo, atingindo cerca de 1/6 a menos que seus concorrentes.
Devido ao seu custo, o processador MOS 6502 equipou os primeiros dispo-
sitivos de linhas de computadores pessoais famosas, como a Apple e a Atari. Os
computadores Apple i e ii, ilustrados nas Figuras 23 e 24, eram equipados com o
processador mos 6502. O computador Apple i possuía um design primitivo, sendo
lançado em 1976 (cinco anos antes do ibm pc) com objetivo de proporcionar aos
usuários uma única placa de circuito com todos os dispositivos eletrônicos, pois,
até aquele momento, os computadores eram montados como uma atividade de
lazer apenas por entusiastas e pouco mais de 200 unidades foram vendidas. O
Apple ii inovou em termos de design e foi lançado em 1977, configurando-se como
o primeiro microcomputador produzido em massa altamente bem-sucedido. O
computador Atari 800, lançado em 1979, também utilizava o processador mos 6502.
A Figura 25 ilustra este computador. O Atari 800 foi o primeiro computador pessoal
projetado com um coprocessador, oferecendo capacidades gráficas e de som mais
avançadas que seus concorrentes.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 35
figura 22: Processador mos 6502.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/RkyjQq).

figura 23: Computador Apple i.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/gMYpF5).

figura 24: Computador Apple ii.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/miRg70).

figura 25: Computador Atari 800.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/B6FtvK).

36 ·
O processador Z80 foi lançado em 1976 e apresentou características inovadoras.
Este processador era compatível com o 8080, operava com palavras de 8 bits e com
frequências de 2.5 MHz até 8 MHz e com uma variante CMOS era capaz de alcan-
çar 20 MHz. Este processador foi largamente utilizado em computadores desktop,
aplicações militares, equipamentos musicais e videogames. Uma das aplicações
mais interessantes deste processador foi no computador Osborne 1, o primeiro
computador portátil, o qual pesava pouco mais de 10 Kg. A Figura 27 mostra o
Osborne 1. O processador Z80 conquistou muita popularidade devido ao seu baixo
custo de fabricação e facilidade de programação.
figura 26: Processador Z80.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/UD4ZnA).

figura 27: Computador Osborne 1.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/AT3ghd).

Comparando a evolução dos processadores desde o 4004 até o Z80, percebemos


os esforços para aumentar o desempenho destes componentes, e acompanhamos
o surgimento do computador pessoal e de termos cotidianos relacionados aos
computadores. Os projetistas de circuitos integrados conseguiram adicionar mais
transistores em cada circuito e evoluíram de processadores capazes de processar
palavras de 4 bits para 8 bits com capacidade de suportar operações de 16 bits.
Devido a miniaturização proporcionada pelo advento dos circuitos integrados,
também se nota o surgimento do computador pessoal rudimentar, como no caso do
Apple i, até projetos semelhantes aos contemporâneos, como o ibm pc e o Apple ii.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 37
2.4.2 Contribuições do 286 ao Motorola 68000
As contribuições descritas nesta subseção estão associadas com o advento dos pro-
cessadores 286, 386 e Motorola 68000. O processador 286 foi lançado pela Intel em
1982 e seu principal diferencial consistia em sua capacidade de operar com palavras
com tamanho de 16 bits. Este processador agregava 134 mil transistores, possuía
um barramento de 16 bits e um sistema de endereçamento de memória de 24 bits.
Inicialmente, este processador operava com frequência de 6MHz por segundo,
mas alcançou até 25 MHz por segundo. A Figura 28 ilustra o processador Intel 286.

figura 28: Processador Intel 286.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/ySIvdD).

figura 29: Computador pc at.

Fonte: Wikipedia (https://goo.gl/nhdmBS).

O processador Intel 286 também foi aplicado nos computadores pessoais, como
no computador pc at ilustrado na Figura 29. O pc at foi produzido entre 1984 e
1987, consistindo no primeiro pc baseado no processador 286. Esta máquina era
equipada com um disco rígido de 10 mb, monitor ega com capacidade de resolução
de 640x350 pixels, disquete de 5 1/14” de 1.2 mb e um slot isa de 16 bits para manter
a compatibilidade com periféricos de 8 bits. Estima-se que foram vendidas mais
de 100 mil unidades do pc at, um número significativo para a época.
Através dos anos, o processador 286 passou por mudanças de projeto para
corrigir dificuldades encontradas. Por consistir no primeiro processador capaz

38 ·
de operar com palavras binárias com tamanho de 16 bits interna e externamente,
os softwares escritos para os processadores de 8 bits, tal como o 8088 e o 8086,
eram incompatíveis no 286. Para corrigir esta dificuldade, este processador foi
projetado para operar em dois modos distintos, o modo real e o modo protegido.
O modo real oferecia as mesmas instruções suportadas pelo processador 8088
para manter a compatibilidade e, através deste modo, o processador era capaz
de acessar 1 mb de memória. No modo protegido, o processador era capaz de
acessar até 16 mb de memória ram do sistema, operar com suporte à multitarefa
e usar memória swap.
Para garantir a compatibilidade com os processadores de 8 bits, o 286 sacrificava
funcionalidades importantes ao operar no modo real. Para entender o benefício da
multitarefa, precisamos primeiramente compreender o conceito de monotarefa.
Os computadores monotarefas permitem aos usuários utilizarem apenas uma
aplicação de cada vez. Nos dias atuais parece difícil imaginar um sistema deste tipo,
mas os computadores pessoais até o 286 eram projetados com base neste conceito.
Ao proporcionar a multitarefa, os recursos físicos dos computadores são utilizados
de maneira mais eficiente, por exemplo, um usuário pode ler um texto ao mesmo
tempo que escuta uma música. Entretanto, um processador 286 operando no modo
real sacrificava os benefícios da multitarefa.

4 termo do glossário: Os computadores multitarefa gerenciam o acesso aos


recursos físicos de maneira mais eficiente, criando a ilusão para o usuário
que vários programas podem ser executados simultaneamente.

A técnica de memória swap consistiu em uma técnica importante usada nos


sistemas operacionais e capaz de otimizar o uso de memória de um computador
(tanenbaum, 2009). De maneira resumida, podemos abordar esta técnica expli-
cando o termo inglês SWAP para seu correspondente em português, o qual, de
maneira livre, pode ser traduzido simplesmente como troca. Através desta técnica,
o sistema operacional usa um espaço reservado do disco rígido para promover uma
área de troca de dados com a memória ram. Usando esta técnica, um usuário pode
carregar vários programas em memória criando a ilusão que não existe um limite
físico na memória ram. Os programas carregados pelo usuário que permanecem
sem uso são migrados da memória ram para o disco rígido, e apenas os dados dos
programas em execução são mantidos na memória ram. Você pode perceber esta
técnica em seu sistema ao tentar retomar um programa aberto, mas sem uso e um
breve atraso ocorre ao tentar utilizá-lo. Este atraso representa a operação inversa de
migrar os dados do disco rígido para a memória ram. Ao usar a técnica de memória
swap, o computador consegue gerenciar a memória ram de modo mais eficiente,
gerando benefícios aos usuários. Entretanto, ao usar o modo real, os usuários dos
processadores 286 eram privados deste benefício.
Para agravar o problema, uma vez chaveando do modo de operação real para o
modo protegido, o processador 286 deixava de ser compatível com as instruções
do modo real. Para proporcionar os benefícios da multitarefa e de memória swap,
o 286 era habilitado por padrão no modo protegido. A escolha de mudar para o
modo protegido era delegada ao usuário, quando este julgava necessário utilizar os

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 39
programas escritos para processadores de 8 bits. Todavia, habilitando esta mudança,
a operação inversa era irreversível.
O processador Intel 386, lançado em 1985, corrigiu este problema e proporcio-
nou outros benefícios importantes, sendo o mais importante deles a capacidade
de operar com palavras com tamanho de 32 bits e com frequência de 16 MHz por
segundo. Este processador foi projetado com um sistema de endereçamento de
memória de 32 bits e barramento de 32 bits. Possuía 275 mil transistores, oferecia
dois modos de operação e possuía um componente opcional para executar cálculos
complexos com ponto flutuante. As principais contribuições deste processador con-
sistiram na possibilidade de alternar entre o modo real e protegido e em englobar
a primeira versão de uma arquitetura de processador 32 bits baseada na extensão
da arquitetura do 286. A Figura 30 ilustra o processador Intel 386.

figUrA 30: Processador Intel 386.

foNTE: Wikipedia (https://goo.gl/vn7GeC).

figUrA 31: Computador Compaq Portable 386.

foNTE: Wikipedia (https://goo.gl/4h7Wma).

Uma das principais aplicações do processador Intel 386 consistiu nos computadores
pessoais, como o computador Compaq Portable 386, ilustrado na Figura 31. Este
computador foi lançado em 1987, sendo equipado com um monitor de 10 polegadas
com resolução 640x400, disco rígido de 100 mB, driver de disquete de 1.2 mB com
tamanho de 5.25”, suporte de memória rAm de 1 a 10 mB e peso aproximado de 11
Kg. A arquitetura do processador Intel 386 inspirou a fabricação de uma série de
processadores de 32 bits, os quais serão descritos na próxima subseção.
Apesar de suas contribuições, o 386 não consistiu no primeiro processador 32
bits utilizado nos computadores pessoais. O processador Motorola 68000, lançado

40 ·
em 1979, foi utilizado no projeto do computador Apple Lisa, comercializado a
partir de 1983. Incialmente, a velocidade deste processador era de 4, 6 e 8 MHz,
mas foram produzidas versões de até 16.6 MHz. A Figura 32 mostra o processador
Motorola 68000.

figura 32: Processador Motorola 68000.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/W7ntwk).

figura 33: Computador Apple Lisa.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/6LNKOy).

O computador Apple Lisa, ilustrado na Figura 33, era equipado com o processador
Motorola 68000. Dentre suas principais características estavam a memória ram
de 1 mb, suporte a dois drivers de disquetes de 5 ¼ polegadas, disco rígido de 5
mb e monitor de 12 polegadas com resolução de 720x360 pixels. Este computador
consistiu no primeiro computador comercializado que contava com uma interface
gráfica, o que revolucionou a indústria de produção dos computadores. Apesar des-
ta vantagem, o computador Lisa foi um fracasso de vendas e estima-se que foram
vendidas cerca de 100 unidades, a maioria com preços abaixo da margem de lucro.

2.4.3 Surgimento do 486 ao Athlon


Esta subseção descreve um recorte histórico sobre a evolução tecnológica, com-
preendendo os processadores produzidos pela Intel (o 486, Pentium, Pentium Pro,
Pentium ii, Pentium iii) e seus principais concorrentes, os processadores produzidos
pela amd (o K5, o K6 e Athlon). A competição entre estas empresas resultou em um
progresso significativo na produção de processadores entre o final dos anos 1980
e meados dos anos 2000. Este recorte histórico destaca o advento das principais
tecnologias de maneira não exaustiva. Para obter detalhes técnicos mais precisos,

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 41
recomenda-se a leitura dos manuais técnicos disponibilizados pelos fabricantes
dos processadores.

4 termo do glossário: 486 consiste em um processador de 32 bits produzido


entre 1989 e 2007. Este processador agregava 1.2 milhões de transistores,
cerca de 5 vezes mais transistores que o 386.

O aumento significativo de transistores no 486 ocorreu devido à sua técnica de


fabricação, a qual possibilitava que cada transistor possuísse em média 1 micron,
ou seja, um milésimo de milímetro. O 486 também possibilitava alterar a tensão
do processador de 3.3 volts (V) para 5V, possibilitando ajustar a frequência do pro-
cessador com a frequência da placa-mãe. Esta possibilidade deu origem à técnica
chamada de overclock. Esta técnica possibilitava um aumento do desempenho,
mas também aumentava o consumo de energia e o aquecimento do processador,
ocasionando uma provável diminuição da vida útil do processador. A Figura 34
apresenta um processador Intel 486.

4 termo do glossário: Técnica que possibilita utilizar uma frequência ou


multiplicador maior que o nominal ao sacrificar a vida útil do processador.

figura 34: Processador Intel 486.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/VLm9sR).

O processador Intel 486 propiciou diversos benefícios em termos do cache de me-


mória e da forma como as instruções eram processadas. Utilizava um coprocessador
aritmético integrado, diferentemente do 386 em que este componente era opcional.
O projeto deste processador também incorporava um cache de memória ultrarrápido
diretamente no processador. Este cache interno passou a ser denominado de L1 e
o cache presente na placa-mãe foi denominado como L2. A importância do cache
L1 é bastante significativa, sendo responsável por 90% dos acessos.
Outra inovação do 486 consistiu na proposição da técnica de pipeline, a qual
possibilitava o processamento das instruções em etapas. O 486 foi projetado com
um pipeline de cinco estágios, sendo eles, o fetch, decode, operands, execute e retire.
O estágio fetch carrega a instrução. A instrução é decodificada no estágio decode.
O estágio operands carrega os operadores. O estágio execute efetua operações e o
estágio retire grava o resultado das instruções após o seu processamento. O emprego
da técnica de pipeline proporcionou o advento de frequências de clock mais altas,

42 ·
pois mais ciclos de processamento eram executados no mesmo espaço de tempo,
impactando positivamente no desempenho.
A combinação da técnica de pipeline com a memória cache resultou na técnica
de multiplicação de clock, outra importante contribuição do projeto do processador
486. A multiplicação de clock ocorre quando o processador opera numa frequência
mais alta do que a placa-mãe. Ao incorporar o cache L1 internamente no proces-
sador, o acesso ao cache L2 tornou-se parcialmente independente, possibilitando
que o clock do processador crescesse mais rápido do que o da placa-mãe.
O sucessor do 486 consistiu no processador Pentium, cuja primeira versão foi
lançada pela Intel em 1993. A Figura 35 apresenta este processador, que agregava
3.1 milhões de transistores e foi projetado em duas versões especificadas para
operar em 60 MHz e 66 MHz, respectivamente. O Pentium possuía duas unidades
de execução, pipeU e pipeV. A pipeU consistia em uma unidade completa capaz
de processar qualquer tipo de instrução e a pipeV foi projetada como uma unidade
simplificada para processar apenas instruções simples. Este processador processava
as instruções na mesma ordem que elas eram enviadas, técnica que ficou conhecida
pelo termo inglês in-order.

figura 35: Processador Pentium.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/s6dwrR).

Além disto, o Pentium usava caches separados para dados e instruções, sendo eles
dois blocos de 8 kb cada um. O acesso à cache L1 era realizado através de um bar-
ramento interno de 512 bits. Devido às suas especificações elétricas, as placas para
Pentium passaram a operar com frequências mais altas, melhorando o desempenho
de acesso à memória ram para acompanhar as melhorias no processador e per-
mitindo o emprego de chips de cache L2 mais rápidos. Este processador também
possibilitou o acesso à memória de 64 bits.
Uma das principais contribuições advindas com o Pentium foi uma mudança da
técnica utilizada para aprimorar o desempenho dos processadores. Até o Pentium,
os projetistas de processadores buscavam essencialmente apenas aumentar o clock
dos processadores para melhorar seu desempenho. Ao seguir esta abordagem, os
usuários comumente tendiam a utilizar a técnica de overclock para melhorar o de-
sempenho dos seus processadores. Todavia, conforme mencionado anteriormente,
esta técnica impactava negativamente na vida útil dos processadores. O Pentium
demonstrou que ao aumentar o número de unidades de execução e mais memória
cache, o processador conseguia executar mais instruções por ciclo sem depender
exclusivamente do aumento do clock do processador.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 43
Entretanto, assim como outros processadores, o Pentium apresentou desafios de
projeto que foram contornados através de novas técnicas de projeto. Como este
processador possuía duas unidades de execução, uma dificuldade encontrada
consistia em como dividir as instruções entre essas unidades. Esta dificuldade foi
contornada com a adição de um circuito denominado branch prediction.

4 termo do glossário: O objetivo deste circuito consiste em antecipar o


processamento de instruções e com base nesta predição dividir as instruções
entre as unidades, visando deixá-las ocupadas a maior parte do tempo.

Todavia, o sucesso do circuito de branch prediction dependia fortemente da sua


eficácia em prever as próximas instruções e, em caso de erro de predição, este
circuito poderia até mesmo prejudicar o desempenho do processador. Toda vez
que o circuito previa corretamente as instruções, o processador ganhava tempo
ao dividir corretamente a carga entre as unidades de execução. Caso contrário, o
processador descartava a predição, limpava o pipeline e recomeçava o trabalho,
ocasionando um processamento desnecessário. As primeiras versões deste circuito
apresentavam uma taxa de acerto de predições de 60 a 80%, demandando uma
série de pesquisas para aprimorá-lo.
Devido ao sucesso do processador Intel Pentium, uma família de processadores
foi fabricada inspirada em seu projeto, tal como o Pentium mmx, Pentium Pro, Pen-
tium ii e Pentium iii. O Pentium mmx foi lançado no ano de 1993 em duas versões,
200 e 233 MHz, e seu principal objetivo era melhorar o desempenho de tarefas
multimídia executadas pelos computadores. A maior contribuição do Pentium mmx
consistiu em um novo tipo instruções denominadas mmx. Além disto, o Pentium
mmx possuía duas vezes mais memória cache L1 que a primeira versão do Pentium.
Este processador também foi o primeiro a usar um encapsulamento plástico com
dissipador metálico, diferentemente dos seus predecessores que usavam um en-
capsulamento de cerâmica. Ao adotar o novo tipo de encapsulamento, a dissipação
de calor no Pentium mmx era mais eficiente. A Figura 36 ilustra o Pentium mmx.

4 termo do glossário: As instruções mmx eram capazes de empacotar


determinadas informações, multiplicando o poder teórico do processador
e permitindo o processamento de até quatro instruções de 16 bits como
uma única instrução.

figura 36: Processador Pentium mmx.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/WKoP7t).

44 ·
No entanto, o projeto das instruções mmx possuía limitações quanto aos tipos de
registradores empregados e a escolha do tipo de números a ser processado. Estas
instruções eram destinadas ao processamento de números inteiros. Entretanto,
no período do lançamento do Pentium mmx, crescia a importância de operações
com ponto flutuantes devido à popularidade dos jogos e aplicativos de compressão
de áudio e vídeo. Além disto, os registradores utilizados no processamento das
instruções mmx eram compartilhados com o coprocessador aritmético, prejudi-
cando o desempenho dos aplicativos que combinavam as instruções mmx com as
instruções de ponto flutuante. Estas escolhas de projeto não vinham ao encontro
das necessidades dos usuários, prejudicando a comercialização deste processador.
O processador Intel Pentium Pro foi lançado em 1995 e apresentou um novo
tipo de arquitetura de processadores denominada P6, a qual propunha uma nova
forma de processar instruções, aumentava o tamanho dos pipelines e integrava o
cache L2 ao processador. Antes da arquitetura P6, as instruções eram processadas
na mesma ordem na qual eram geradas – esta abordagem ficou conhecida como
in-order. A arquitetura P6 propôs uma nova abordagem chamada out-of-order, a
qual processava instruções fora de ordem. Esta abordagem era implementada
usando unidades de execução capazes de processar apenas instruções simples e
decodificadores de instruções que quebravam as instruções complexas em sequ-
ências ordenadas de instruções simples.
A arquitetura P6 do Pentium Pro empregava pipelines mais longos para permitir
o uso de frequências mais altas. A primeira versão do Pentium usava um pipeline
com 5 estágios. O Pentium Pro empregava um pipeline de 10 estágios. Todavia, para
possibilitar esta mudança, foi necessário melhorar o índice de acerto do circuito
brench prediction. Além disto, a arquitetura P6 proporcionava ao Pentium Pro o
suporte ao multiprocessamento nativo.

figura 37: Processador Intel Pentium Pro.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/QFv9Hr).

A Figura 37 apresenta o processador Pentium Pro. Uma das principais contribui-


ções deste processador foi a arquitetura P6, a qual continua em uso atualmente
na série de processadores i3/i5/i7 após passar por muitas atualizações e revisões.
No entanto, a fabricação deste processador tinha um alto custo, pois seu circuito
integrado era baseado em uma plataforma de alto desempenho. Em 1998, o Pen-
tium Pro parou de ser fabricado.
Em 1997 a Intel divulgou o lançamento do processador Pentium ii, ilustrado
na Figura 38. Este processador foi projetado inicialmente com 7.5 milhões de

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 45
transistores e fabricado em duas arquiteturas diferentes, a Klamath e Deschutes.
Através da arquitetura Klamath, o processador operava a até 300 MHz e a técnica
de fabricação era de 0.35 micron. Usando a arquitetura Deschutes, a frequência de
operação do Pentium ii era de no mínimo 333 MHz e a técnica de fabricação era
de 0.25 micron, dissipando menos calor. O projeto deste processador mantinha os
32 KB de memória cache L1 dividido em 2 blocos de 16 KB para dados e instruções,
empregava três unidades de execução, duas de inteiros e uma de ponto flutuante,
usava o pipeline de 10 estágios e passou a usar um cache half-speed, que possibi-
litava elevar a frequência do processador até 450 MHz.

figura 38: Processador Intel Pentium ii.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/ACwoFV).

O advento do Pentium ii ocasionou uma série de desafios relacionados com a


frequência de operação, o preço dos processadores e com as sublinhas, os quais
foram corrigidos ao longo do tempo. Ao possibilitar a operação com frequências
mais altas, gerou a necessidade de nivelar a frequência de operação do processador
com a memória cache. Esta dificuldade foi contornada ao utilizar um cache L2
half-speed, possibilitando inclusive utilizar chips de memória cache mais baratos.
Além disto, a capacidade da cache L2 foi dobrada para 512 KB para compensar a
frequência mais baixa.
Com o advento do Pentium ii, a Intel abandonou a fabricação do Pentium MMX.
A estratégia da Intel consistia em comercializar apenas processadores Pentium ii.
Todavia, o preço do Pentium ii era muito superior, e a Intel passou a perder terreno
para seus concorrentes. Para contornar esta dificuldade, a Intel lançou o processador
Celeron, uma versão simples do Pentium ii projetada com 32 kb de cache L1, sem
os chips de cache L2 e sem o invólucro plástico.
Entretanto, o desempenho do Celeron era muito baixo, em média 40% inferior
ao Pentium ii do mesmo clock e também perdia em performance para processado-
res fabricados pelos concorrentes da Intel. Visando resolver este problema, a Intel
lançou o Celeron Mendocino, projetado com cache L2 de 128 KB incorporado ao
processador. Este processador foi produzido em versões de 300, 333 e 336 MHz, todos
com barramento de 66 MHz. Esta série de processadores possuía um desempenho
próximos ao processador Pentium II do mesmo clock e permitiam overcloks capazes
de melhorar em 50% o desempenho dos processadores, resolvendo o problema de
performance. O Pentium ii deixou de ser fabricado em 1999.
O processador Pentium iii foi lançado pela Intel em 1999. A Figura 39 ilustra o
processador Pentium iii. Este processador consistiu na primeira versão baseada
no core Katmai fabricado com 0.25 micron, cache L2 externo operando à metade
da frequência do processador e clock de 500 MHz. Ao empregar o core Katmai, o
Pentium iii operava 50 MHz mais rápido que a última versão do Pentium ii e pos-
sibilitou agregar 9.5 milhões de transistores.

46 ·
figura 39: Processador Pentium iii.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/1Tcw3F).

Uma das principais contribuições do projeto do processador Pentium iii consistiu


na proposta de um novo conjunto de instruções sse, sigla em inglês para Streaming
SIMD Extensions. Estas instruções foram projetadas pela Intel para aprimorar a
forma como os processadores tratavam dados paralelamente às instruções entre
várias unidades operacionais. As instruções sse impactaram em mudanças físicas,
como a adição de uma nova unidade de execução de novos registradores para
permitir que o processador execute mais processamento por ciclo. A fabricação
do Pentium iii foi encerrada em 2003.
Entretanto, a empresa amd competia pelo mercado de fabricação de proces-
sadores com a Intel e também disponibilizou soluções inovadoras, tais como os
processadores k5, k6 e Athlon, os quais merecem atenção. O processador amd k5
foi lançado em 1996 com base em um projeto de arquitetura superescalar com
três unidades de execução capazes de processar instruções fora de ordem. Este
processador contava com uma memória cache L1 de 24 kb, agregava 4.3 milhões
de transistores, possuía um circuito de branch prediction bastante avançado para
a época e possuía versões capazes de operar entre 75 a 133 MHz. Este processador
competia diretamente com os processadores da série Pentium produzidos pela
Intel. A Figura 40 ilustra o processador k5.

figura 40: Processador amd k5.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/7DUQGu).

Dentre as principais contribuições do K5, encontram-se o projeto original, mas


seu desempenho era inferior ao Pentium. Até a fabricação do K5, a amd produzia
essencialmente clones dos processadores da Intel, devido a uma licença obtida ju-
dicialmente na época do processador 8088. O processador K5 consistiu no primeiro
projeto independente da amd. No entanto, este processador perdia para o Pentium

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 47
em operações de ponto flutuante e utilizava um circuito branch prediction cerca
de quatro vezes maior que o do Pentium e menos eficiente que seu concorrente.
Apesar de seu projeto independente, o processador K5 possuía um desempenho
inferior ao Pentium.
Em 1997, a amd lançou o processador K6, projetado para suportar as instruções
mmx e com uma arquitetura out-of-order. Este se destacou no mercado por oferecer
uma opção de upgrade de baixo custo para usuários que possuíam um processador
Pentium antigo e não estavam dispostos a investir muito dinheiro para comprar
um Pentium ii. As primeiras versões deste processador operavam em velocidades
de 166 e 200 MHz e com técnica de fabricação de 0.35 micron. Em 1998, foram
lançadas versões capazes de operar em 266 e 300 MHz e com técnica de fabricação
de 0.25 micron. Todas as versões do K6 foram projetadas para agregar 8.8 milhões
de transistores e com memória cache L1 fragmentadas em duas unidades de 32 KB,
sendo uma dedicada para armazenamento de dados e outra para processamento
de instruções. A Figura 41 mostra o processador K6.

figura 41: Processador amd k6.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/GyD29G).

No entanto, o processador K6 encontrou desafios de projeto, e soluções interessantes


foram propostas para contorná-los. O coprocessador aritmético do processador K6
era baseado em um único pipe e possuía uma cache L2 externa ao processador, tor-
nando-o mais fraco que o Pentium em termos de desempenho. Para amenizar este
problema, a amd investiu em um cache L1 de 64 kb construído com dois blocos de
32 kb, sendo eles projetados para armazenamento de dados e para processamento
de instruções, respectivamente.
A amd também enfrentou dificuldades para produzir o volume suficiente da pri-
meira versão do processador K6. Visando contornar esta dificuldade, a amd lançou
a segunda versão do K6 em 1998 para competir com Pentium ii da Intel. A segunda
versão, denominada K6-2, continha 9.3 milhões de transistores, foi fabricada com a
técnica de 0.25 micron, melhorou o circuito branch prediction, adicionou um novo
conjunto com 27 instruções chamado de 3D-Now para aprimorar o processamento
de operações com ponto flutuante, e contornou problemas de incompatibilidade
com placas soque 7. Além disto, o K6-2 contava com um multiplicador destravado,
que permitia instalar o K6-2 em placas antigas que operavam a 66 MHz, e com
tensão de 2.2 ou 2.4 V. O K6-2 deixou de ser fabricado em 1999.
A terceira versão do K6 foi lançada em 1999, sendo conhecida como K6-3. Tam-
bém apresentou melhorias e tinha como objetivo competir com o Pentium iii da
Intel. Este processador operava a 450 MHz, continha 21.4 milhões de transisto-
res, era projetado usando a técnica de 0.25 micron. A principal inovação do K6-3

48 ·
ocorreu em relação ao emprego de memória cache. O K6-3 manteve a memória
cache L1 com 64 KB e adicionou a memória cache L2 full-speed integrado, e ainda
aproveitava a memória cache nas placas soquete 7 como uma cache L3. Adicionar
a cache L3 proporcionou ao K6-3 um leve ganho de desempenho, mas este ganho
não justificava o investimento. Entretanto, o projeto do K6-3 serviu como modelo
para processadores quad-core, tais como o Phenon ii e o Core i7. O processador
K6-3 deixou de ser fabricado em 2000 para dar início ao projeto do Athlon.
Em 1999, a amd lançou o Athlon, o primeiro processador para desktop capaz
de operar em frequências na casa dos giga hertz (GHz). Este processador usava
a abordagem out-of-order para processar instruções e possuía capacidades mais
robustas para decodificar instruções ao adicionar três decodificadores de instru-
ções. Estes três decodificadores eram capazes de decodificar três instruções em
seis micro instruções por clock. Foram produzidas várias versões deste processador,
como por exemplo, o Athlon XP, Athlon 64, Athlon MP e Duron. A Figura 42 ilustra
o processador AMD Athlon Duron.

figura 42: Processador amd Athlon Duron.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/hB25RH).

Cada uma destas versões possuía diferentes escolhas de projeto. O Athlon XP


operava a 2100 MHz e contava com um barramento de 266 MHz. O Athlon 64 foi
comercializado com versões capazes de operar entre 1 GHz até 3.2 GHz, sendo um
dos primeiros processadores para desktop capaz de trabalhar com palavras de 64
bits. O Athlon MP operava a 2400 MHz e foi projetado para um novo suporte de
encaixe na placa-mãe denominado socket A. As versões iniciais do Athlon Duron
operavam a 600 MHz, mas sua última versão alcançou 1.8 GHz, sendo o primeiro
processador a operar na casa dos GHz. Apesar das suas diferenças, a série de pro-
cessadores AMD Athlon possuía algumas semelhanças.
Todas as versões deste processador possuíam memória cache L1 de 128 kb, sendo
dividida em dois blocos de 64 kb, e projetadas para atender o armazenamento de
dados e instruções respectivamente. A versão clássica do Athlon usava uma cache
L2 externa de 512 KB, mas as versões que o sucederam foram projetadas com cache
L2 interna de 256 KB em formato fullspeed. As instruções 3DNow foram revisadas e
mantidas em todas as versões, bem como o suporte às instruções MMX. O número
de transistores do processador Athlon variou conforme suas versões – por exemplo,
a versão baseada na arquitetura Argon possuía 22 milhões de transistores e a versão
Thunderbird lançada em 2000 possuía 37 milhões de transistores. Em 2005, a AMD
encerrou a produção do processador Athlon.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 49
A competição entre a amd e a Intel continua até os dias atuais e novos modelos
surgiram nos anos seguintes. Por exemplo, o Quadro 2 apresenta alguns dos pro-
cessadores lançados pela Intel compreendendo os anos de 2000 e 2006. Neste
Quadro, observamos um aumento do número de transistores e da frequência dos
processadores ao passo que o seu tamanho diminuía. Outra técnica importante
que surgiu nos anos subsequentes e que vale a pena ser mencionada consiste no
emprego de mais de um cpu por circuito integrado, a qual agregou um ganho de
desempenho considerável e continua em uso em processadores atuais tal como
o Intel core i3/i5 e i7.

quadro 2: Uma Breve Continuação dos processadores da Intel.

Fonte: dos autores, 2017.

Uma curiosidade sobre o aumento do número de transistores consiste na Lei de


Moore. Esta lei surgiu em 1965 para prever o quanto o hardware seria aprimorado
conforme os anos avançavam. A escolha do nome desta lei deve-se ao nome do
seu criador, Gordon E. Moore, um dos presidentes da Intel. Entre os anos 1970 e
2010, esta lei se mostrou altamente aplicável e se tornou muito popular. Todavia,
devido aos limites físicos dos materiais usados na fabricação dos processadores,
estima-se que esta lei pode estar chegando ao fim.

4 termo do glossário: A Lei de Moore diz que o número de transistores dos


circuitos integrados aumenta 100% a cada 18 meses, e mantém o mesmo custo.

Esta unidade apresentou uma breve história sobre a evolução do computador


seguindo uma classificação baseada em quatro períodos, a antiguidade, os com-
putadores mecânicos, os circuitos digitais e os circuitos integrados. Durante a
antiguidade, foi apresentada a necessidade dos povos antigos em executar cálculos
visando facilitar atividades cotidianas, que resultaram na criação de dispositivos
para facilitar a operação de cálculos complexos, tais como o Ábaco, a Nepohualt-
zintzin e a Antikythera.
Fora discutido também que os computadores mecânicos surgiram no século
xix durante a Revolução Industrial para agregar maior precisão nas atividades
desempenhadas pelos engenheiros, cientistas e navegadores, que demandavam a
execução de cálculos complexos, sendo que as principais contribuições deste período
consistiram na criação dos computadores, conhecidos como a Analytical Engine
e a Difference Engine, ambos projetados pelo matemático inglês Charles Babbage.
Vimos que os computadores digitais proporcionaram a representação de dados
exclusivamente sob a forma de números, em contraste com os computadores me-
cânicos que utilizavam grandezas contínuas como a posição das engrenagens. Seus

50 ·
principais marcos consistiram na aplicação do sistema binário e no surgimento
dos relés, das válvulas, dos transistores e dos circuitos integrados. Esta unidade
encerra ao apresentar as principais tecnologias relacionadas com os circuitos
integrados, compreendendo desde o advento do processador 4004 até o Athlon,
observando-se um esforço considerável por parte dos fabricantes para adicionar
cada vez mais transistores por circuito integrado, aumentar o tamanho da palavra
processada por ciclo e o surgimento de técnicas para permitir o processamento
de mais instruções por ciclo.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 51
3
COMPONENTES DO
COMPUTADOR
INTRODUÇÃO

A
gora que você conhece a história da evolução dos computadores, é impor-
tante lembrar que um computador é formado por uma Unidade Central de
Processamento (cpu) ou processador, uma memória, dispositivos de entrada
e saída e uma placa e circuitos capazes de interconectar todos esses componentes.
Talvez você esteja curioso sobre os componentes de um computador moderno e
pode estar se perguntando quais os tipos de componentes? Qual o propósito de
cada componente? Como eles funcionam? Existem diferentes modelos para cada
componente? Qual a relação entre os componentes do computador? Caso você
tenha estas dúvidas, fique tranquilo, elas serão esclarecidas agora.
Para responder estas questões, esta unidade foi organizada em onze seções,
onde nove delas foram escritas sobre os principais componentes do computador
e as outras duas objetivam facilitar o aprendizado dos conteúdos abordados na
unidade. A Seção 3.1 apresenta a placa-mãe. A Seção 3.2 descreve o processador.
A Seção 3.3 explica os principais conceitos sobre a memória RAM. A Seção 3.4 foca
na memória ROM. A Seção 3.5 detalha a importância do disco rígido. A Seção 3.6
apresenta as principais características do monitor de vídeo. A Seção 3.7 descreve
o teclado. A Seção 3.8 descreve o mouse. A Seção 3.9 explica sobre o gabinete e a
Seção 3.10 resume a unidade.

54 ·
3.1
PLACA-MÃE
A placa-mãe consiste em um dos componentes mais importantes do computador,
pois ela interliga todos os demais componentes, permite o tráfego de informação
e fornece energia elétrica para periféricos. Este componente também é conhecido
pelos termos em inglês motherboard ou mainboard. A tradução do primeiro termo
consiste na tradução literal livre de placa-mãe e o segundo termo pode ser traduzido
como placa principal, fazendo referência a sua importância ao interligar os demais
componentes do computador. A Figura 43 ilustra uma placa-mãe, destacando seus
principais componentes e servindo como roteiro para esta seção.

figura 43: Placa mãe e seus componentes.

Fonte: dos autores, adaptado por nte, (2017).

Conforme ilustra a Figura 43, a placa-mãe consiste em uma placa de circuito inte-
grado composta por componentes internos e por encaixes para outros componentes.
Antes de entrar em detalhes quanto aos componentes desta figura, notamos alguns
termos apresentados que chamam atenção, tais como: slot, soquete e conector. O
termo slot é muito utilizado e no contexto da informática significa o conector de
periféricos de um computador. Seguindo este conceito, um slot para memória dimm
(veja o componente de índice 3 da figura) pode ser entendido como um conector
para a memória ram do tipo dimm. Os termos soquete e conector também pos-
suem um sentido muito parecido ao do slot, pois eles também objetivam conectar
periféricos. A diferença entre eles pode ser encontrada ao analisar o seu significado
em inglês. O termo soquete ou socket (em inglês) é empregado para descrever algo
pequeno com forma quadrada ou arredondada. A palavra slot significa um objeto
de forma alongada ou comprida. O conector, ou connector em inglês, significa um
dispositivo que possui um cabo em um equipamento elétrico ou eletrônico. Por isso,
denominamos como soquete o encaixe do processador, usamos o termo slot para
o encaixe de memória e conector para o drive de disquete. Agora que entendemos

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 55
a diferença entre os termos slot e soquete, vamos nos concentrar nos elementos
que compõem a placa-mãe ilustrada na Figura 43.

4
termo do glossário: A palavra slot em inglês é usada para descrever um
objeto de forma alongada ou comprida. Este termo é usado, por exemplo,
para se referir ao encaixe de memória.

O termo soquete ou socket (em inglês) é empregado para descrever algo


pequeno com forma quadrada ou arredondada, como, por exemplo, o encaixe
do processador.

O termo conector, ou connector em inglês, significa um dispositivo que


possui um cabo em um equipamento elétrico ou eletrônico. Por exemplo, o
conector de disquete.

O elemento destacado com o número 1 consiste no local reservado para o proces-


sador. Não aprofundaremos a explicação sobre o funcionamento do processador,
pois reservamos uma seção somente para ele. Além do processador, também não
entraremos nos detalhes sobre o funcionamento da memória ram, disco rígido,
monitor e teclado pela mesma razão. Para um conhecimento mais profundo sobre
estes componentes sugerimos a leitura da seção específica do componente.
Cada processador é desenvolvido para utilizar um soquete específico, de acordo
com o número de pinos que o mesmo possui. Um determinado modelo de soquete
suporta vários modelos de processadores da mesma família, por exemplo, os so-
quetes lga1151 têm 1151 pinos e suportam os processadores Intel Celeron, i3, i5,
i7 e Xeon de 6ª geração, mas não suportam nenhum processador Intel de gerações
anteriores. Da mesma forma, os processadores da amd utilizam soquetes específi-
cos para as famílias de processadores. Dessa forma, atualmente os processadores
Intel e amd não compartilham nenhum soquete.
O conector fan, destacado com o número 2 na Figura 43, possibilita a cone-
xão do dispositivo responsável por dissipar o excesso de calor dos componentes
internos do computador. Este componente também é conhecido como cooler. A
Figura 44 apresenta um exemplo deste dispositivo. Normalmente, este dispositivo
fica posicionado em cima do componente a ser resfriado e o conector na outra
extremidade do pequeno ventilador é conectado no conector fan da placa-mãe. O
cooler normalmente serve para dissipar o calor do processador, mas também pode
ser usado em outros componentes, como por exemplo nas placas de vídeo e no
próprio gabinete do computador. O fan do processador (cpufan) normalmente
possui um conector de 4 pinos para permitir o controle da velocidade do mesmo
enquanto que os do gabinete são conectores de 2 ou 3 pinos. Os coolers traseiros do
gabinete devem ser instalados de modo a retirar o ar quente de dentro do gabinete,
e o cooler dianteiro (se houver) deve puxar o ar para dentro do gabinete.

56 ·
figura 44: Cooler ou fan.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/EZ0AuN).

Os slots de memória, veja o número 3 da Figura 43, consistem no local responsável


por armazenar os módulos de memória ram do computador. No caso da Figura 43,
o tipo de slot consiste no dimm, sigla em inglês para Dual Inline Memory Module,
que, em português, significa módulo de memória em linha dupla. A memória dimm
pode ser de vários tipos, os quais foram evoluindo com o passar do tempo, desde
o sdram (Synchronous Dynamic Random-Access Memory) em computadores do
final da década de 1990, passando pelo ddr sdram (Double Data Rate Synchro-
nous Dynamic Random-Access Memory), ddr2, ddr3 e ddr4 nos modelos atuais.
A diferença entre os slots de memória está no tipo de encaixe e na localização e
quantidade de incisões que cada um possui. A Figura 45 e a Figura 46 ilustram esta
diferença. Na Figura 45, os slots amarelo e laranja são para ddr2 e o slot verde para
ddr3. Na Figura 46, o slot é para ddr4.
figura 45: Slots para Memória ddr2 e ddr3.

Fonte: dos autores, 2017.

figura 46: Slot para Memória ddr2 e ddr3.

Fonte: dos autores, 2017.

O chip Super I/O, destacado com o número quatro na Figura 43, consiste em um
controlador de dispositivos de entrada e saída. Normalmente, um chip Super I/O
contém um controlador de disquete, uma porta paralela para impressoras, uma ou

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 57
mais portas seriais, uma interface de teclado e mouse. Além disto, um chip Super
I/O pode conter outras interfaces, tais como uma porta para joystick ou uma porta
para infravermelho. Gradativamente os componentes controlados por esse chip
estão substituindo esse tipo de interface pelo usb.
O número 5 da Figura 43 apresenta um conector para energia de 24 pinos para
uma fonte de alimentação atx. Este tipo de fonte consiste no dispositivo encarregado
de fornecer energia elétrica aos demais componentes do computador. A principal
função deste dispositivo consiste em converter a corrente alternada, ou seja, a
energia recebida das companhias de energia elétrica, em uma corrente contínua,
a qual é mais apropriada para dispositivos eletrônicos. A Figura 47 apresenta um
exemplo de fonte de alimentação atx.

figura 47: Exemplo de Fonte de Alimentação atx.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/2lfuWk).

Os dois tipos mais conhecidos de fontes de alimentação compreendem o padrão at


(Advanced Tecnology) e atx (Advanced Tecnology Extendend). No padrão at, usado
em computadores antigos, o cabo de energia da placa-mãe é separado em duas
partes, necessitando uma combinação das duas pontas pretas para conectá-lo
corretamente na placa-mãe, e possui cabos de energias para alimentar os leds do
computador, tal como o led que indica que o computador está ligado. Em contra-
partida, no padrão atx, o cabo de energia é inseparável, não há os cabos para os
leds e atinge voltagens mais altas que o padrão at. Além disto, o padrão atx possi-
bilita desligar a placa-mãe depois do desligamento do sistema operacional, o que
não acontece no padrão at. Devido ao seu projeto mais elaborado e sofisticado, o
padrão atx é utilizado atualmente.
O sexto elemento da Figura 43 consiste no conector responsável por interligar
o drive de disquete com a placa-mãe. Atualmente, os disquetes são raramente uti-
lizados. Caso você não conheça um, veja a ilustração da Figura 48. Para interligar
um drive de disquete na placa-mãe, normalmente era utilizado um cabo flat, seme-
lhante ao ilustrado na Figura 49. Uma ponta deste cabo era encaixada no conector
da placa-mãe e a outra ponta encaixada na parte traseira do drive de disquete, o
qual também era alimentado com um cabo de energia da fonte.

58 ·
figura 48: Drive de disquete.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/i7t1w2).

figura 49: Cabo flat.

Fonte: dos autores, 2017.

O conector ide e o conector sata, enfatizados respectivamente com os números 7


e 8 na Figura 43, consistem em dois tipos de padrões normalmente utilizados para
interligar discos rígidos. Cada um destes padrões também possui diferentes varia-
ções, tal como ide, ide/ata, sata, sata ii e sata iii. O sata ou sata i permite taxas
de transferência de até 150mb/s, o sata ii permite transferências de até 300mb/s
e o sata iii até 600mb/s. Atualmente, o padrão sata ii e sata iii estão sendo mais
empregados.

4 termo do glossário: ide, sigla em inglês para Integrated Drive Eletronics,


consistiu no primeiro padrão capaz de integrar a controladora com o disco
rígido.

sata significa Serial ata e consiste em uma tecnologia de transferência de


dados entre dispositivo em massa, fornecendo velocidades maiores, cabos
e conectores menores e ocupa menos espaço no gabinete.

ata consiste em um acrônimo para a expressão inglesa Advanced Technology


Attachment e compreende um padrão para interligar dispositivos de
armazenamento.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 59
figura 50: Disco Rígido pata (ide).

Fonte: nte, 2017.

figura 51: Disco Rígido sata.

Fonte: nte, 2017.

O nono elemento da Figura 43 consiste no chip bios. A Figura 52 ilustra um chip


BIOS com uma resolução maior.

4 termo do glossário: A sigla bios significa Basic Input/Output System


e pode também ser conhecida como System bios, rom bios ou pc bios.
Este componente consiste em um firmware responsável por iniciar todo o
hardware durante o processo de inicialização de computadores compatíveis
com o padrão ibm pc.

figura 52: Chip bios.

Fonte: Flickr (https://c2.staticflickr.com/4/3617/3417729666_9d428150b3_z.jpg?zz=1 ).

Provavelmente, você já tenha visto inúmeras vezes informações sobre a bios do


seu computador e nunca tenha se dado conta. Assim que você liga o computador,

60 ·
geralmente aparece rapidamente uma tela preta com algumas informações em inglês,
assim como ilustra a Figura 53. As informações ilustradas na Figura 53 são extraídas
do chip bios da Figura 52. Caso seu computador não apresente estas informações,
você deve ficar atento à primeira mensagem que aparece na tela antes do sistema
operacional começar a iniciar. No seu caso, provavelmente existe uma tecla a ser
pressionada para acessar a BIOS e visualizar estas informações – geralmente consiste
na tecla F8 ou F2, mas isto pode mudar conforme a marca e modelo do chip bios.
Os novos computadores têm suporte a um novo formato: o uefi (Unified Ex-
tensible Firmware Interface) com as mesmas funções que a bios; porém, com um
desempenho e funcionalidade superior, pois o tempo de boot de um computador
que usa o uefi é reduzido drasticamente.

figura 53: Informações da bios durante a inicialização do computador.

Fonte: Wikimedia (https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/POST_P5KPL.jpg).

O décimo elemento consiste no chipset sul da placa-mãe. Um chipset consiste em


um conjunto de componentes eletrônicos presentes em um circuito integrado e
sua função compreende o gerenciamento de dados entre o processador, memória
e periféricos. Uma das principais funções deste chip consiste em definir as capaci-
dades suportadas pela placa-mãe em termos de quantidade máxima de memória
ram, o tipo de memória usada e a frequência máxima das memórias, barramentos
e do processador.
Atualmente, uma grande parte dos chipsets divide suas funções em dois chips:
a) Ponte norte (Northbridge) ou mch (Memory Controller Hub): chip mais com-
plexo, que fica fisicamente localizado mais próximo do processador, normalmente
coberto por um dissipador metálico. Incorpora os barramentos de maior desem-
penho e as funções mais complexas do computador, incluindo o controlador de
memória, as linhas do barramento pci Express, além do chipset de vídeo onboard,
quando presente.
b) Ponte sul (Southbridge) ou ich (i/o Controller Hub) – chip menor e mais
simples do que o chipset ponte norte. Incorpora os barramentos mais lentos como:
barramento pci, portas ide, sata, usb além dos controladores de som e rede. Apesar
de incorporar um número maior de funções, as tarefas executadas pela ponte sul
são mais simples e os barramentos ligados a ela utilizam menos trilhas de dados.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 61
Os processadores mais modernos, tanto da Intel quanto da Amd incorporam as
funcionalidades do chipset ponte norte. Desta forma, as placas mãe para os pro-
cessadores Amd Fusion e Intel Core i5 e Core i7 não possuem o controlador de
memória, contendo um único chipset, com as funcionalidades da ponte sul. A Intel
denomina esse chipset de pch (Platform Controller Hub) e a Amd de fch (Fusion
Controller Hubs).
A Figura 54 apresenta os chipsets típicos à esquerda, os convencionais Ponte
Norte (mch – Memory Control Hub) e Ponte Sul (ich – I/O Controller Hub), e à
direita o novo chipset único (pch – Platform Controller Hub). Na figura também
podem ser observadas as conexões de pci Express, de Rede (networking), do disco
rígido (hdd), UsB e vídeo. A Figura 54 ilustra a posição do chipset em relação à cpU.

figUrA 54: Chipset norte (mch) e sul (ich) à esquerda e único (pch) à direita.

CPU CPU
Central Central
Processor Processor
Unit Unit
Video Memory
FSB FDI DMI
PCIe
MCH
Memory
Controller
Hub
Memory PCH
DMI PCIe Video Platform
Controller Networking
Hub
ICH
I/O
Networking
Controller
Hub
HDD
USB HDD
USB

PCIe PCIe

foNTE: NTE, 2017.

O décimo primeiro elemento da Figura 43 consiste na bateria cmos, cuja função


compreende alimentar a memória e o relógio de tempo real do computador. Este
componente normalmente armazena uma bateria de lítio em forma de moeda do
tipo cr2032, parecida com a apresentada na Figura 55. Este tipo de bateria dura
normalmente de dois a dez anos, dependendo da temperatura ambiente, utilização
do computador e do tipo da placa-mãe.

figUrA 55: Bateria de Lítio do Tipo cr2032.

foNTE: Wikimedia (https://goo.gl/h7u3eL).

O processador gráfico integrado, indexado com o número doze na Figura 43, con-
siste em um tipo de microprocessador especializado em receber, calcular e executar

62 ·
tarefas relacionadas com o processamento de imagens e normalmente faz parte
do chipset norte (Memory Controller Hub). Existem dois principais tipos de pro-
cessadores gráficos, o integrado e o dedicado. O processador gráfico integrado, tal
como o ilustrado na Figura 43, também referenciado como vídeo onboard, realiza
um processamento limitado, pois executa outras funções na placa-mãe, como o
gerenciamento de acesso à memória ram. O processador gráfico dedicado realiza
apenas o processamento gráfico, resultando em um desempenho superior ao pro-
cessador integrado. A vantagem de usar um processador gráfico integrado ocorre
quando você quer economizar dinheiro ao comprar seu computador e não está
muito interessado em aplicativos que dependam muito do processamento gráfico,
tal como a execução de jogos que demandem muitos recursos. No entanto, para
quem tem recursos financeiros para a compra de um computador para fins de
jogos, a melhor escolha consiste em optar por um processador gráfico dedicado.
Os componentes enumerados com a sequência 13 e 14 na Figura 43 dizem respeito
aos slots pci (Peripherical Component Interconnect) e pci Express, respectivamente.
O slot pci convencional consiste em um barramento para conectar periféricos, tal
como placas de vídeo, em computadores projetados com base na arquitetura ibm
pc. Um slot pci convencional opera a uma frequência de 33 MHz e com velocidade
de transmissão de 133 mb/s. O padrão pci Express surgiu para substituir o padrão
pci convencional, ao propor uma tecnologia capaz de possibilitar o uso de várias
conexões seriais para transferência de dados. Esses caminhos, também conhecidos
como lanes, ajudam a descrever as características dos dispositivos conectados em
uma placa pci Express, por exemplo, denomina-se como pci Express 1x o dispo-
sitivo que emprega apenas um caminho, pci Express 2x o dispositivo que usa dois
caminhos e assim por diante. Cada lane pode operar enviando dados em ambas
as direções simultaneamente. Assim, a versão pci Express 1x pode transferir até
250mb/s e o pci Express 16x normalmente usados em placas de vídeo para jogos
pode transferir até 4000mb/s. A Figura 56 apresenta slots e conectores pci à esquerda
e pci Express à direita.

figura 56: Slots e conector pci (esquerda) e pci Express (direita).

Fonte: nte, 2017.

O décimo quinto componente da Figura 43 consiste no chip integrado de codec de


áudio, comumente referenciado como placa de áudio. Este componente permite o
envio e o recebimento de sinais sonoros, converte a representação digital do som
de um computador para o formato analógico reproduzido por fones de ouvido

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 63
ou caixas de som conectadas a um computador. Existem dois principais tipos de
placa de áudio, placas acopladas internamente no barramento pci ou pci Express
e externas conectadas através da porta usb. A Figura 57 mostra uma placa de som
usb à esquerda e uma placa de áudio pci à direita.

figura 57: Placa de Som usb e pci.

Fonte: dos autores, 2017.

O chip integrado para Ethernet Gigabit consiste no décimo sexto elemento da Fi-
gura 43. Este chip implementa uma tecnologia baseada no padrão Ethernet usado
em redes locais e possibilita transferir uma taxa de dados de um bilhão de bits por
segundo, ou seja, um gigabit. Este tipo de chip normalmente equipa componentes
utilizados em provedores de acesso à Internet devido ao seu alto desempenho.

3 saiba mais: Caso você esteja curioso sobre o funcionamento da Ethernet


Gigabit e aspectos técnicos sobre este assunto, sugerimos a leitura do
padrão ieee 802.3, pois este documento descreve todos os aspectos técnicos
relacionados com o assunto.

Os conectores para periféricos destacados com o número 17 possibilitam a conexão


de dispositivos externos na placa-mãe. Dentre estes conectores, encontram-se as
portas usb, porta de vídeo vga, porta de vídeo hdmi e conectores ps/2. Você prova-
velmente conhece portas usb, pois os pendrives são conectados nestas portas. As
portas de vídeo vga e hdmi servem para conectar um monitor ou projetor multi-
mídia em um computador. Os conectores ps/2 são pouco utilizados atualmente e
servem para conectar teclados e mouses, sendo que conectores ps/2 na cor verde
eram usados para mouses e conectores ps/2 de cor roxa conectavam teclados.
Esta seção descreveu os principais componentes de uma placa-mãe. Sendo assim,
fora apresentado que este componente interliga todos os demais componentes do
computador e apresenta slots, soquetes, conectores e barramentos. Explicou-se
que a diferença entre os slots e soquetes consiste na sua forma geométrica, os slots
consistem nos encaixes mais alongados e os soquetes apresentam uma forma de
encaixe arredondada ou quadrada. Ao todo, foram apresentados 17 principais
elementos que compõem uma placa-mãe e para cada um destes elementos foi
explicado seu objetivo e quais são os modelos existentes de conexão.

64 ·
3.2
PROCESSADOR OU CPU
O processador, também chamado de Unidade Central de Processamento ou Central
Processing Unit (cpu) é o principal componente de um sistema computacional, res-
ponsável por realizar todas as operações do computador e controlar sua execução.
É capaz de realizar, por exemplo, as seguintes operações:
a) Operações aritméticas e lógicas: somar, subtrair, multiplicar, dividir e realizar
comparações de números.
b) Operações de movimentação de dados: mover um dado de um local de ar-
mazenamento para outro.
c) Operações de entrada ou saída: transferir um valor para um dispositivo de
saída ou de um dispositivo de entrada para o processador.
Podemos compreender então, que a responsabilidade do processador é buscar e
executar as instruções existentes na memória, que determinam as operações que o
computador deve realizar. Essas instruções primitivas são denominadas instruções
de máquina e quando agrupadas formam os programas.
Este componente consiste em um circuito integrado. Para explicar o funciona-
mento deste componente, faz-se uma analogia comparando-o ao cérebro humano,
pois da mesma forma como o cérebro é responsável pelo raciocínio das pessoas,
no computador o processador executa as operações lógicas e aritméticas. A Figura
58 apresenta um processador Intel core I7.

figura 58: Processador Intel Core I7.

Fonte: Flickr (https://c1.staticflickr.com/6/5508/9662277285_3cc3d98544_b.jpg).

Geralmente, um processador é composto por pelo menos três componentes: uni-


dade lógica e aritmética, unidade de controle e registradores. A unidade lógica e
aritmética, também conhecida como ula, executa as operações lógicas e aritméticas
(monteiro, 2007). A unidade de controle decodifica instruções, busca operandos e
controla o ponto de execução. Os registradores armazenam dados para o processa-
mento. Através desta interação destes componentes, as instruções são manipuladas,
armazenadas e processadas (tanenbaum, 2007).
Outro componente que pode influenciar diretamente no desempenho do
processador consiste na memória cache e no número de núcleos. Este tipo de me-

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 65
mória pode ser classificado em três níveis principais, a cache l1, l2 e l3. A cache
l1 compreende uma pequena porção de memória e está sempre presente dentro
do processador. Quanto mais memória cache estiver disponível, melhor será o
desempenho de um computador devido à alta velocidade deste tipo de memória.

4 termo do glossário: A memória cache consiste em um tipo de memória de


altíssima velocidade responsável por armazenar as instruções mais acessadas
pelo processador.

O número de núcleos de um processador também afeta diretamente o desempenho


do processador. Ao usar mais de um núcleo, o processador pode executar instru-
ções em paralelo, diminuindo o tempo necessário para processá-las e resultando
positivamente no desempenho. Atualmente, muitos processadores são fabricados
usando mais de um núcleo, como no caso do processador Intel Core i7 da Figura
58, o qual possui quatro núcleos.
Os principais modelos atuais de processadores são fabricados pela empresa
Intel e pela amd. Dentre os modelos fabricados pela amd, encontram-se o modelo
fx-6300, fx-8320e e fx-8370e. O modelo fx-6300 possui seis núcleos, opera a 3.5
GHz em frequência padrão e a 4.1 GHz em modo turbo, possui cache l2 de 3x2mb,
cache l3 de 8 mb e suporte a 64 bits. O modelo fx-8320e possui 8 núcleos, opera
em modo padrão a 3.2 GHz e a 4 GHz em modo turbo, possui 4x2mb de memó-
ria cache l2 e 8 mb de cache l3 e também apresenta suporte a 64 bits. O modelo
fx-8370e também possui 8 núcleos, opera a 3.3 GHz em modo normal, atingindo
4.3 GHz em modo turbo e apresenta as mesmas capacidades de memória cache
l2 e l3 que o modelo fx-8320e.
Dentre os modelos produzidos pela Intel, os processadores mais famosos consis-
tem no core i3, i5 e i7. O modelo i3 possui dois núcleos, opera a 3.10 GHz e possui 3
mb de memória cache. O modelo i5 também possui dois núcleos, mas opera a 2,40
GHz e contém 8mb de memória cache l3. O modelo i7 opera a 3.33 GHz, possui de
4 a 6 núcleos dependendo da versão e contém de 8 a 12 mb de memória cache l3.
Esta seção apresentou o processador, o componente responsável por executar
operações lógicas e aritméticas em um computador. Foram introduzidos os ele-
mentos que compõem os processadores, tal como a unidade lógica e aritmética,
a unidade de controle e os registradores. Destacou-se também a importância do
número de núcleos e a quantidade de memória cache no desempenho de um pro-
cessador. Além disto, foram apresentados os principais modelos deste componente
e suas respectivas características.

66 ·
3.3
MEMÓRIA RAM
Na computação, memória são todos os dispositivos que permitem a um computador
guardar dados, temporariamente ou permanentemente.
O armazenamento de dados nos computadores é divido em dois grandes grupos
de dispositivos:
a) Memória primária ou principal: é onde os processos (programas em execução)
e os seus dados são armazenados para serem processados pela cpu. É formada por
dispositivos de memória de acesso rápido, com armazenamento de um menor
volume de dados, que geralmente não conseguem guardar a informação quando
são desligados.
b) Memória secundária: é onde os arquivos e dados são armazenados. É formada
por dispositivos de acesso mais lento, capazes de armazenar permanentemente
grandes volumes de dados.
A memória principal pode ser endereçada diretamente pelo processador e perde
seus dados na ausência de energia. A memória secundária pode ser acessada por
intermédio da memória principal, ou seja, a memória principal fornece uma ponte
para este acesso, e possibilita o armazenamento permanente de dados.
A memória ram, sigla em inglês para Random Access Memory, cuja tradução
livre consiste em memória de acesso aleatório e compreende um tipo de memória
primária. A Figura 59 ilustra um exemplo de memória ram. A função deste compo-
nente consiste em armazenar as informações necessárias para o processador em um
determinado momento, tal como os programas em execução, e fornece uma ponte
para as memórias secundárias, ou seja, aquelas que possibilitam o armazenamento
permanente de dados – por exemplo, os discos óticos como cds, dvds e Blu-Rays.
Este componente possui um grande efeito sobre o desempenho do computador.

figura 59: Exemplo de memória ram.

Fonte: Max Pixel (https://goo.gl/I18GPz).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 67
Agora que você sabe que a memória ram consiste em um tipo de memória princi-
pal, ou seja, ela pode ser acessada diretamente pelo processador, talvez esteja se
questionando sobre qual a relação da memória ram com a memória cache. A rela-
ção entre estes dois tipos de memória ocorre quando o processador procura uma
informação na memória cache e não encontra, recorrendo, então, à memória ram.
Esta busca na memória ram demora cerca de 150 ciclos do processador. Quando
uma informação é buscada na memória ram uma cópia da mesma fica armazenada
na memória cache, dentro do processador. Além da informação buscada, um bloco
de informações próximas à que foi buscada é trazido e armazenado na memória
cache, para que, se precisar acessar novamente ou acessar o que está próximo, a
informação já estará na cache e não precisará buscar na ram.

1 ATEnção: A memória cache também consiste em um tipo de memória


principal e a diferença entre elas é que primeira é muito mais rápida do que
a memória ram, por estar localizada dentro do processador.

Talvez você esteja se perguntando o motivo da utilização do termo aleatório que


compõe o nome deste componente. A resposta para este questionamento pode
ser encontrada no funcionamento deste componente, mais especificamente na
forma como os dados armazenados internamente são acessados. O termo aleatório
descreve a capacidade de acesso a qualquer posição dos blocos de armazenamento
e em qualquer momento. Este termo foi escolhido para fazer uma distinção aos
dispositivos que utilizam uma técnica de acesso sequencial aos dados, como, por
exemplo, as fitas magnéticas. Entretanto, atualmente entende-se que este termo
pode não ser muito apropriado, pois outros tipos de memória, tal como a rom,
também possibilitam o acesso aleatório aos dados e o nome mais apropriado seria
memória de leitura e escrita, seguindo conceitos previamente especificados na
programação computacional. Apesar do termo aleatório não ser o mais apropriado,
ele continua sendo largamente utilizado, mas também é interessante conhecer e
entender os termos da área.
Sabendo que a principal função da memória ram consiste em armazenar dados,
você deve estar curioso sobre como estes dados são de fato armazenados e como
são consultados pelo processador. Internamente, a memória ram utiliza transistores
e capacitores para representar bits. Um módulo de memória possui muitos pares
de capacitores e transistores – apenas para você ter uma ideia, um pente memória
de 4 gb possui mais de trinta e dois bilhões de pares de transistores e capacitores.
A representação de um bit depende exatamente da combinação de um transistor
e um capacitor. O transistor possibilita controlar a passagem da corrente elétrica e
o capacitor permite o seu armazenamento temporário. Usando este sistema, o bit
1 é representado quando o capacitor contém um impulso elétrico. Caso contrário,
representa-se o bit 0. Os transistores e capacitores usados nas memórias ram são
extremamente pequenos e simples de se produzir, diferentemente dos capacitores
usados na placa-mãe ou dos transistores usados nos processadores.
Para entender como ocorre a consulta de informações na memória ram, torna-se
necessário conhecer como este componente é formado internamente. Um chip de
memória ram pode consistir em um grande aglomerado de células idênticas que

68 ·
podem ser acessadas por um barramento. Estas células são organizadas em linhas
e colunas, assim como uma planilha. A consulta propriamente dita é realizada
por um elemento denominado controlador de memória, geralmente presente no
chipset da placa-mãe ou internamente no processador. Para consultar um endereço
de memória, o controlador de memória primeiramente gera o índice equivalente
à linha, denominado ras (Row Address Strobe) e depois o índice equivalente à co-
luna, denominado cas (Column Address Strobe). A Figura 60 ilustra um exemplo
de acesso à memória ram.

figura 60: Acessando Endereços na Memória ram.

Índice CAS
“coluna 4”

2 Endereço a
ser acessado
Índice RAS
“linha 3” 3

1 2 3 4

Fonte: dos autores, adaptado por nte, (2017).

A Figura 60 ilustra um acesso à memória ram, considerando os índices ras e cas


igual a três e quatro respectivamente. A ordem de execução deste processo com-
preende primeiramente a geração do índice RAS e na sequência a geração do índice
cas. Quando ras é enviado, toda a linha número três é selecionada. Na sequência,
ocorre um curto intervalo de tempo e o índice cas é recebido, ocasionando o fe-
chamento do circuito da posição desejada e possibilitando a leitura e escrita de
dados do endereço desejado.
A memória ram possui diferentes padrões, tais como a memória simm, dimm,
ddr sdram, ddr2 sdram e ddr3 sdram. O padrão simm (Single In-Line Memory
Module) foi utilizado até os anos noventa e as primeiras versões eram capazes de
carregar oito bits por acesso e possuíam trinta pinos conectores, as últimas versões
conseguiam acessar até 32 bits e possuíam 72 pinos. O padrão dimm emergiu para
substituir o simm e seu grande diferencial consistiu em dobrar a taxa de transmis-
são de dados de 32 para 64 bits, vantagem alcançada ao instalar chips de memória
dos dois lados e possuía inicialmente 168 pinos. O advento do padrão ddr sdram
possibilitou que a memória ram operasse com frequências de até 200 MHz em
barramentos de 100 MHz devido à introdução da técnica de duplicar a taxa de
transferência. O padrão ddr2 possibilitou dobrar a taxa de transferência alcançada
pelo ddr original, economizando energia e possibilitando clocks de até 1300 MHz
nos chips e 650 MHz reais. O padrão ddr3 dobrou a taxa de transferência do ddr2,
diminuindo a tensão dos chips e aumentando a frequência de operação nos chips
para 2400 MHz. Os padrões mais utilizados atualmente consistem no tipo ddr3 e
ddr4 nos formatos dimm para computadores desktop e so-dimm para notebooks.
A Figura 61 apresenta os principais módulos de memória.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 69
figura 61: Principais módulos de memória.

Fonte: Adaptado de Sonic84 (http://www.sonic84.com/Home/CHP_v1.html).

As memórias ddr, ddr2, ddr3 e ddr4 seguem a seguinte classificação: DDRx yyyy/
PCx zzzz. O primeiro número (x) indica se a memória é ddr (ausência de qualquer
número), ddr2 (x=2) ou ddr3 (x=3); o segundo número (yyyy) indica o clock má-
ximo que o módulo de memória suporta; o terceiro número (zzzz) indica a taxa de
transferência máxima da memória, medida em mb/s.
Por exemplo, um módulo de memória com a especificação ddr3 1600 pc3-12800,
significa que é uma Memória ddr3 e pode operar nominalmente a 1600 MHz,
transferindo até 12800 mb/s. A frequência nominal do módulo de memória é 1600
MHz, porém cada um dos chips de memória do módulo trabalha internamente a
200 MHz, neste caso, pois são realizadas 8 transferências por ciclo.
Esta seção descreveu a memória ram, um componente que influencia diretamente
no desempenho do computador. Foi apresentado que a função deste componente
consiste em armazenar dados, atuando como um tipo de memória principal no
computador e sua respectiva relação com a memória cache. Também foi detalhado
os elementos que compõem a memória ram, como os bits são representados inter-
namente e as consultas são executadas. Além disso, foram discutidos os principais
padrões de memória ram, tal como os padrões simm, dimm, ddr, ddr2 e ddr3.

70 ·
3.4
MEMÓRIA ROM
A memória rom (Ready-Only Memory) consiste em um tipo de memória gravada
pelo fabricante uma única vez e, após isto, podem ser somente lidas, sem sofrer
alterações ou serem removidas. Este tipo de memória também pode ser referenciado
apenas pela expressão memória somente leitura devido a sua natureza. Este tipo de
armazenamento é conhecido como não-volátil. Em contrapartida, a memória ram
armazena dados somente com a presença de energia, o que a classifica como uma
memória volátil, pois o conteúdo armazenado é perdido quando o computador
é desligado.

4 termo do glossário: O termo memória ROM é utilizado normalmente para


contrapor o conceito de memória RAM, a diferença entre elas está na forma
de armazenamento, pois a memória ROM proporciona um armazenamento
mesmo sem a existência de energia, tal como acontece com os CD-ROMs.

O termo memória rom pode ser usado para classificar diferentes tipos de memó-
rias, como a memória prom, eprom, eeprom, memórias flash, cd-rom e dvd-rom.
A memória proms (Programmable Read-Only Memory) consiste naquelas que
demandam dispositivos especiais para executar a operação de escrita e, após a
finalização desta operação, não podem ser modificadas ou deletadas. Os dados
gravados na memória eprom (Erasable Programmable Read-Only Memory) podem
ser apagados através do uso de radiação ultravioleta, possibilitando a reutilização
da mídia. Usando memórias eeprom (Electrically Erasable Programmable Read-On-
ly Memory) é possível modificar o conteúdo eletricamente, inclusive enquanto a
memória estiver em uso. A memória flash usa o mesmo princípio da eeprom, mas
são mais rápidas e possuem um custo menor. Os cds e dvd-roms consistem em
discos ópticos capazes de reter dados – a diferença é que os dvds possuem uma
capacidade de armazenamento superior. Uma das memórias rom mais conhecidas
no computador consiste na bios. A Figura 62 ilustra esta memória na placa-mãe
ao lado da sua bateria de lítio.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 71
figura 62: Memória rom bios.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/TNlnQw).

O programa utilizado nas memórias rom também possuem uma classificação


diferente dos demais softwares, pois eles não dependem de drives previamente ins-
talados. Este tipo de software é denominado como firmware e desempenham uma
função parecida com um sistema operacional, ao proporcionar uma interface entre
o usuário e o dispositivo. Além disto, o firmware possui funções pré-programadas
capazes de serem executadas pelos usuários ou pelos dispositivos conectados nele
acoplados. Outra característica do firmware consiste na possibilidade de atualizá-lo
sempre que houver a necessidade.
Esta seção descreveu a memória rom, cuja principal característica consiste
em proporcionar dados de apenas leitura. Foram descritos os principais tipos de
memória ROM, tal como as memórias prom, eprom, eeprom, memórias flash,
cd-rom e dvd-rom. Além disto, foi explicado o conceito e aplicação do firmware,
o software gravado nas memórias rom.

72 ·
3.5
DISCO RÍGIDO
O disco rígido é o componente do computador responsável por armazenar dados,
tais como o sistema operacional, programas e dados pessoais dos usuários. Este
componente consiste em uma memória não volátil, ou seja, os dados armazenados
não se perdem quando o computador é desligado. Alguns sistemas operacionais
utilizam este componente para expandir a memória ram ao criar uma área de troca
entre estes tipos de memória. A Figura 63 ilustra um disco rígido e seus principais
elementos.

3 saiba mais: Existem outros nomes usados para este componente, tais como
hd (Hard Disk Drive), disco duro ou ainda winchester.

figura 63: Disco Rígido e seus principais elementos.

Fonte: dos autores (2017), adaptado por nte, 2017.

Os principais elementos de um disco rígido compreendem o disco, eixo, cabeça de


leitura e gravação, braço, atuador, conector de energia, jumpers e conector ide. O
disco ou prato consiste no lugar onde os dados são armazenados e geralmente são
compostos por uma grande quantidade de discos aninhados. O eixo possui como
principal função fazer os discos girarem, normalmente a 7.200 rotações por minuto
(rpm), mas alguns modelos operam a 10.000 rpms. A cabeça de leitura e gravação
contém uma bobina que propaga impulsos magnéticos para gravar dados através
da manipulação de moléculas. O braço posiciona os cabeçotes sob os discos e o
atuador movimenta o braço. O conector de energia alimenta o componente com
eletricidade. O jumper possibilita a configuração do hd como primário ou secun-
dário, possibilitando usar mais de um disco rígido em um computador. O conector
ide conecta o disco rígido com a placa-mãe através de um cabo flat, possibilitando
a troca de dados usando o padrão ide.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 73
Além do padrão ide, outro padrão muito usado em disco rígido é o sata. O padrão
sata possibilita taxas de transmissão de dados superiores ao ide, dispensa o uso de
jumpers e proporciona cabos de conexão com a placa-mãe mais finos, facilitando a
circulação de ar dentro do computador e impactando positivamente na dissipação
de calor. Devido às vantagens do sata em relação ao ide, o padrão sata têm domi-
nado o mercado atualmente, normalmente nas versões sata ii e sata iii. Entretanto,
em computadores mais antigos ainda é possível encontrar hds do padrão ide.
Os discos rígidos podem ser conectados e organizados com a técnica de raid
(Redundant Arrays of Independent Disks), ou seja, arranjos redundantes de discos
independentes. Nessa técnica, dois ou mais discos são combinados para propor-
cionar alto desempenho ou alta confiabilidade.
Os principais níveis de raid são:
a) Nível 0 (stripping): os discos se comportam como se fossem um só, pois os
dados são particionados e gravados em todos os discos simultaneamente. A ca-
pacidade de armazenamento é a soma das capacidades de cada disco e a taxa de
transferência de dados é o resultado de sua multiplicação pelo número de discos.
Aumenta o desempenho, porém se um disco falhar, os dados de todos os discos
ficam comprometidos.
b) Nível 1 (espelhamento): discos adicionais são usados para fornecer redundân-
cia dos dados. Quando uma operação de leitura ou escrita é solicitada, a mesma é
realizada simultaneamente nos dois discos. Se um disco falhar, o outro tem uma
cópia idêntica a qualquer momento, aumentando a segurança.
c) Nível 5 (paridade distribuída): utiliza segmentação dos dados e inserção de
Códigos de Correção de Erros (ecc) com paridade distribuídos em todos os discos
do arranjo. Desta forma, os discos têm o desempenho semelhante ao Nível 0 e se
um dos discos falhar, a informação pode ser recuperada através do ecc e do bit de
paridade dos demais discos.
Existem outros tipos de raid que combinam essas técnicas, como raid 4, raid
6, raid 0+1 e raid 10, dentre outros.
Esta seção apresentou o disco rígido, o principal componente responsável por
armazenar dados permanentes no computador. Foram apresentados os elementos
que compõem este componente e suas respectivas funcionalidades. Também foram
apresentados os benefícios do padrão sata, o modelo mais utilizado nos dias atuais.

74 ·
3.6
DRIVES DE ESTADO SÓLIDO – SSD
As principais vantagens do SSD são:
» Ausência de partes mecânicas.
» Ausência de vibrações.
» Completamente silenciosos.
» Mais resistentes.
» Menor peso.
» Consumo reduzido de energia.
» Consegue trabalhar em ambientes mais quentes do que os HDs (cerca de 70°C).
» Tempo de acesso reduzido, devido à memória flash.
» Realiza leituras e gravações de forma mais rápida, com dispositivos apresen-
tando 250 mb/s na gravação e 700 mb/s na leitura.
As desvantagens do ssd são o custo elevado e a capacidade de armazenamento
ainda menor que os hds, mas esses dois fatores negativos podem ser suprimidos
com o tempo. A Figura 64 apresenta um ssd.

4 termo do glossário: O Solid-State Drive (sdd) é a tecnologia de


armazenamento considerada a evolução do disco rígido (hd). Esse tipo de
drive não possui partes móveis e é construído com circuitos integrados,
que são os responsáveis pelo armazenamento, diferentemente dos sistemas
magnéticos (como os hds).

figura 64: Drive de Estado Sólido – ssd.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/mu852B).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 75
3.7
MONITOR DE VÍDEO
O monitor configura-se como em um componente de saída do computador e sua
função consiste em transmitir informações usando imagens. Podemos pensar no
computador como uma máquina que recebe instruções de entrada, executa ope-
rações e apresenta seus resultados. Até o momento estudamos os componentes
do computador responsáveis por processar instruções e armazenar dados. Agora
focaremos no monitor, o principal componente cuja função compreende apresentar
os resultados do processamento e armazenamento.
Os principais componentes de um monitor são: um display, um conjunto de
circuitos eletrônicos, um invólucro plástico e uma fonte de energia. O display con-
siste na parte do monitor que mostra as informações. Os circuitos eletrônicos são
projetados para suportar a apresentação das imagens na tela. O invólucro plástico
protege os componentes internos do monitor. Por último, a fonte de energia recebe
a energia elétrica para proporcionar o funcionamento do monitor.
Modelos de monitor de vídeo mais conhecidos consistem no lcd (Liquid Cristal
Display) e no lEd (Light Emitting Diode), mas ainda é possível encontrar o monitor
crT, que não são mais comercializados. Os monitores do tipo lcd são formados por
duas peças de vidro polarizado, preenchidas com cristal líquido e iluminados por
lâmpadas fluorescentes. Os monitores de lEd são monitores lcd com iluminação
usando lEds ao invés de fluorescentes. Este tipo de monitor é mais fino e tem um
consumo menor que o lcd convencional. Esse tipo de monitor tem um contraste
mais preciso e um número de cores maior, graças à qualidade da iluminação. En-
quanto que os monitores lcd normais têm em média 25 mil contrastes por pixel,
os monitores com lEd têm 5 milhões de contrastes por pixel. A Figura 65 apresenta
o modelo crT e a Figura 66 ilustra o modelo lcd.

3 sAiBA mAis: Monitores crT utilizam um canhão de elétrons que bombardeia


as células de fósforo, as quais recobrem a tela. Assim, conforme a intensidade
da descarga recebida, as células de fósforo se iluminam em diferentes
intensidades, formando a imagem.

figUrA 65: Monitor crT.

foNTE: Wikimedia (https://goo.gl/E9F9v1).

76 ·
figUrA 66: Monitor lcd.

foNTE: Pixabay (https://pixabay.com/p-35239/?no_redirect).

Uma diferença entre os modelos crT, lcd e ldE encontra-se no tipo de conector de
vídeo utilizado. Alguns modelos utilizam apenas o conector vgA (Video Graphics
Array), capaz de proporcionar resoluções de 640x350 pixels operando a 70 Hz até
2048x1536 pixels operando a 85 Hz e permite transferir dados de forma analógica.
A Figura 67 mostra um conector vgA. Alguns modelos lcd e lEd normalmente
oferecem suporte ao padrão vgA, mas oferecem melhores resultados usando o
conector hdmi (High Definition Multimedia Interface). A resolução do monitor
usando o padrão hdmi pode alcançar até 4k x 2k, isto é, 4096x2160 operando a 24
Hz. Além disto, através do padrão hdmi também é possível transmitir imagem e
áudio, diferente do padrão vgA que transmite apenas imagem. A Figura 68 ilustra
um conector hdmi. Analisando estas características, observa-se que o padrão hdmi
proporciona mais benefícios em relação ao vgA.
figUrA 67: Conector vgA.

foNTE: Wikimedia (https://goo.gl/lNCsuh).

figUrA 68: Conector hdmi.

foNTE: Wikimedia (https://goo.gl/SxxwY2).

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 77
Esta seção apresentou o monitor, o principal componente do computador, respon-
sável por transmitir informações para os usuários usando imagens. Foram descritos
os componentes mais importantes do monitor e suas respectivas funcionalidades.
Também foram detalhadas informações técnicas sobre monitores crt, lcd e led,
tais como suas vantagens e desvantagens e os tipos de conectores usados em cada
um destes tipos.

78 ·
3.8
TECLADO
O teclado consiste no componente utilizado pelo usuário para inserir dados no
computador. Devido a esta característica, este componente é frequentemente des-
crito como um dispositivo de entrada. A Figura 69 ilustra o teclado do computador.
figura 69: Teclado de computador.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/djB72q).

Os teclados são compostos por teclas; portanto, compreendemos que as mesmas


possuem um ou mais caracteres impressos, de modo que produzam caracteres
gráficos. As teclas conectam-se a um chip internamente no teclado. Este chip é
responsável por enviar informações ao computador quando a tecla for pressio-
nada, sendo que estas informações podem ser transportadas entre o teclado e o
computador sem o auxílio de fios (usando o bluetooth por exemplo) ou por cabos
(usando conectores ps/2 ou usb), dependendo do modelo do teclado.
O número de teclas em um teclado padrão pode variar de 101 a 104. Todavia,
considerando as teclas de atalho e outros recursos, alguns teclados podem possuir
até 130 teclas. Existem também modelos compactos deste componente, princi-
palmente utilizados em notebooks, que podem possuir menos de noventa teclas.
Os principais conectores utilizados nos teclados consistem no padrão ps/2 e
no usb. O conector ps/2, ver Figura 70, consiste em um mini conector din capaz
de transferir entre sete e doze Kbits por segundo. Usando o conector usb (veja a
Figura 71), torna-se possível alcançar até 10.000 Mbits por segundo, uma taxa de
transferência de dados muito superior ao padrão ps/2. Devido a sua capacidade
superior em transferir dados, o padrão usb vem sendo mais usado nos teclados.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 79
figura 70: Conector de teclado ps/2.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/09zBC5).

figura 71: Conector de teclado usb.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/09zBC5).

No entanto, o padrão ps/2 continua sendo incluído em muitos computadores por


diversos motivos, tal como a segurança. Para usar o padrão usb, esta porta precisa
estar habilitada no computador, o que pode permitir que usuários mal-intencio-
nados utilizem pendrives infectados para disseminar vírus nos computadores. Ao
usar apenas o padrão ps/2, o administrador do computador pode bloquear todas
as portas usb, sem prejudicar a utilização do teclado.
Esta seção apresentou o teclado, o componente do computador usado pelo
usuário para inserir dados no computador. As principais características deste
componente foram descritas. Também foram apresentados os tipos de conectores
usados nos teclados e uma comparação foi feita sobre seus aspectos técnicos.

80 ·
3.9
MOUSE
O mouse consiste em um dispositivo para auxiliar o teclado no processo de entrada
de dados para o computador. A função deste dispositivo compreende movimen-
tar o cursor na tela do computador. Este dispositivo foi projetado para atuar em
computadores cujos sistemas operacionais são capazes de suportar uma interface
gráfica. A Figura 73 mostra a interface gráfica kdE, um tipo de interface usada no
sistema operacional Linux. Caso você tenha vivenciado o seu primeiro contato
com computadores a partir dos anos 80, isto pode ser uma novidade para você,
mas muitos computadores pessoais foram comercializados sem o mouse e sem
interface gráfica, como, por exemplo, os computadores equipados com os sistemas
operacionais cp/m e o ms-dos. Antes da interface gráfica, os usuários interagiam
com computadores por intermédio de uma interface de linha de comando, a qual
baseia-se na comunicação textual por meio do envio de comandos. A Figura 72
apresenta a interface de linha de comando do sistema operacional cp/m, o qual
foi projetado para computadores baseados nos processadores 8080/85 da Intel.

4 TErmo do glossário: A interface gráfica possibilita ao usuário interagir


com o computador através de elementos gráficos, como ícones e outros
indicadores visuais.

figUrA 72: Interface de Linha de Comando do Sistema Operacional cp/m.

foNTE: Wikimedia (https://goo.gl/CcjH04).

figUrA 73: Interface Gráfica kdE do Sistema Operacional Linux .

foNTE: Be open source (https://goo.gl/pWVGWN).

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 81
Agora que você já conhece a diferença entre uma interface gráfica e uma interface
de linha de comandos, vamos nos concentrar nas operações desempenhadas pelo
mouse e suas características. Ao todo, um mouse pode executar quatro operações,
sendo elas, o movimento, o clique, o duplo clique e arrastar/largar. Provavelmen-
te você usa estas operações no seu cotidiano e não entraremos em detalhe sobre
o funcionamento de cada uma delas. Normalmente, um modelo tradicional de
mouse possui dois ou três botões, o botão direito, o botão esquerdo e, em alguns
casos, o botão scroll.
Internamente, um mouse clássico pode ser descrito como uma placa de circuito
interno com seis componentes principais: a esfera, a roldana, o sensor fotoelétrico,
o led e os botões direito e esquerdo, conforme ilustra a Figura 74. A versão original
do mouse usava uma esfera para tocar a superfície, gerando as posições x e y da tela
do computador. Atualmente, os mouses são ópticos e operam basicamente tirando
fotografias que são comparadas para deduzir o movimento do mouse. A roldana era
usada para alterar a passagem da luz entre o led e o sensor fotoelétrico. No caso
do mouse clássico, a esfera acionava a roldana e o sensor elétrico fazia a leitura
da imagem e o led servia para indicar ao usuário que o mouse estava conectado
ao computador. Os botões direito e esquerdo possibilitam ao usuário executar as
operações para interagir com o computador.

3 saiba mais: Um sensor fotoelétrico serve para converter um sinal luminoso


em um sinal elétrico, que pode ser processado de forma eletrônica.

figura 74: Visão interna do Mouse.

Fonte: dos autores (2017), adaptado por nte, 2017.

O mouse óptico, mais utilizado atualmente, emprega tecnologias mais precisas


para mover o cursor na tela. A fricção da esfera sob a superfície do mouse clássico
ocasionava desgastes nos componentes internos, absorvendo resíduos e sujeira.
O mouse óptico usava a luz emitida por um diodo emissor de luz para determinar
a distância percorrida ao movimentar o mouse. Este diodo era capaz de capturar
milhares de pontos por segundo, cerca de duas vezes mais que o mouse original e
não dependia de um sistema mecânico. Usando o diodo emissor de luz, o mouse
óptico proporcionou maior precisão e facilitou a manutenção deste dispositivo,
consolidando-o como o padrão mais utilizado atualmente.

82 ·
Um mouse pode ser conectado ao computador por meio de duas portas principais,
as portas ps/2 ou usb. A porta ps/2 apresenta as mesmas especificações que os te-
clados baseados neste tipo de porta. Para mais informações sobre a diferença entre
a porta usb e a ps/2 consulte a Seção 4.7. A diferença entre o conector ps/2 para
mouse e teclado consiste na cor. Os conectores ps/2 são verdes, conforme ilustra
a Figura 75, enquanto que os conectores para teclado usam a cor roxa.

figura 75: Conector ps/2 para mouse.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/GyvNC6).

Existem alguns dispositivos que podem servir como alternativa à utilização do


mouse, como o trackball e o touchpad. O trackball é fisicamente parecido com
o mouse e possui uma esfera na parte superior do dispositivo. A Figura 76 ilustra
o trackball. Através dele, o usuário não movimenta o dispositivo em si, mas sim
usa os dedos para rolar a esfera para movimentar o cursor na tela. O trackball já
foi usado em sistemas de tráfego aéreo e videogames. O touchpad consiste em
um dispositivo sensível ao toque capaz de traduzir a posição de pressão do toque.
A Figura 77 apresenta um exemplo de touchpad. Este dispositivo substitui o uso do
mouse principalmente em notebooks e dispositivos portáteis.
figura 76: Trackball.

Fonte: Wikimedia (https://goo.gl/0MSU7p).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 83
figura 77: Touchpad.

Fonte: Flickr (https://c1.staticflickr.com/7/6095/6342833763_0740384c3a_b.jpg).

Esta seção apresentou o mouse, um componente que auxilia no processo de entrada


de dados no computador. Foram apresentados os conceitos de interface gráfica e
interface de linha de comando, os componentes externos, internos e as principais
operações deste componente. Também se discutiu sobre as principais diferenças
entre o mouse original e o mouse óptico e os diferentes tipos de conectores que
podem ser usados. Além disto, foram apresentados os dispositivos que podem ser
usados como alternativa ao emprego do mouse.

84 ·
3.10
GABINETE
O gabinete consiste no compartimento do computador para os demais componen-
tes do computador, exceto o monitor, o teclado e o mouse. Este compartimento
também é conhecido como case, caixa, chassis, carcaça ou torre. A Figura 78 apre-
senta um gabinete.

3 sAiBA mAis: Algumas pessoas também se referem a este componente somente


como cpU, fazendo uma referência a um dos componentes mais importantes,
o processador.

figUrA 78: Gabinete do computador desktop.

foNTE:: Wikimedia (https://goo.gl/lBMrfr).

Um gabinete possui conectores para periféricos, baias, botões e pode ser construído
de diferentes tipos de materiais. Um periférico consiste em todo equipamento que
pode ser conectado ao gabinete, por exemplo, o mouse e o teclado. Os conectores
para os periféricos consistem nos espaços do gabinete reservados para os perifé-
ricos e podem ser encontrados na parte traseira do gabinete. As baias, também
conhecidas como gavetas, consistem nos espaços reservados para os drives de
cd/dvd, disquete, fonte de alimentação ou hd. Os botões são usados para ligar,
reiniciar e desligar o computador. Os materiais usados para construir os gabinetes
são geralmente o aço eletro galvanizado, alumínio ou plástico.
Cada componente do computador possui um lugar específico no gabinete.
Normalmente, a placa-mãe é parafusada na parte inferior ou lateral do gabinete. A
fonte de energia fica frequentemente fixada na parte superior traseira do gabinete.
Como mencionado anteriormente, os drives de cds, dvds e hds são alocados nas
baias. As fANs, ou coolers, são fixadas na parte de trás do gabinete, onde existem
aberturas para facilitar a dissipação de calor. A montagem de um computador nor-
malmente inicia pelas peças conectadas ao gabinete e se estende para os demais
componentes fixados na placa-mãe.

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 85
Esta seção apresentou o gabinete, o compartimento do computador usado para
armazenar a maior parte dos demais componentes. Foram explicadas as diferentes
nomenclaturas usadas para se referir a este compartimento, os principais elementos
que o compõem. Além disto, foi apresentada uma visão geral de onde os demais
componentes do computador são conectados ao gabinete.
Esta unidade apresentou os principais componentes do computador, focando
no propósito pelo qual cada um deles foi desenvolvido, fornecendo detalhes sobre
seu funcionamento, apresentando os modelos existentes e destacando a relação de
cada componente com os demais. Ao todo, foram apresentados nove componentes
principais, sendo eles a placa-mãe, o processador, a memória ram, a memória rom,
o disco rígido, o monitor de vídeo, o teclado, o mouse e o gabinete. Foi estudado
que a placa-mãe interliga todos os outros componentes, possibilitando o tráfego
de informações e o fornecimento de energia entre eles. Vimos que o processador
executa as operações lógicas e aritméticas, atuando de forma similar ao cérebro
no corpo humano. Foi apresentado que a memória ram consiste em um tipo de
memória primária capaz de armazenar as informações para o processador em um
determinado momento, podendo ser endereçada diretamente por ele e são capa-
zes de armazenar dados somente com a presença de energia. Em contrapartida,
vimos que a memória ROM consiste em um tipo de memória secundária capaz de
armazenar dados mesmo na ausência de energia. Foi estudado que o disco rígido
também é capaz de armazenar dados sem a ausência de energia, como por exemplo
programas e dados pessoais dos usuários. Foi discutido que o monitor de vídeo atua
como o principal componente do computador para transmitir informações para os
usuários usando imagens e que o teclado e o mouse consistem em componentes
para permitir que os usuários insiram dados no computador. Por fim, estudamos o
gabinete, o compartimento responsável por alocar os componentes do computador,
exceto o monitor, o mouse e o teclado.

86 ·
4
SIMULADORES
INTRODUÇÃO

T
alvez você já tenha se perguntado como poderá colocar em prática os concei-
tos aprendidos até aqui. Uma das formas que imediatamente vêm às nossas
cabeças é a experiência prática; no entanto, iniciar diretamente com ela pode
não ser uma boa ideia. Primeiramente, possuir um laboratório de hardware pessoal
equipado com diversos componentes de computadores e notebooks pode custar
facilmente mais de dez mil reais. Além disso, a falta de experiência na manipulação
dos componentes pode resultar em danos irreversíveis nos componentes, como,
por exemplo, através da queda dos componentes ou a sobrecarga de energia ao
escolher uma alimentação de energia superior às especificações. Atividades práticas
de montagem e manutenção de computadores são importantes; porém, são mais
indicadas quando o aluno possui um conhecimento avançado sobre a manipulação
dos componentes do computador.
Esta unidade tem como objetivo ensinar os alunos sobre a manipulação dos
componentes do computador, eliminando a necessidade da aquisição imediata de
componentes para montar um laboratório, e consequentemente possíveis danos
indesejáveis nos componentes. Desta forma, esta unidade utiliza softwares para
simular um laboratório de hardware. Através destes softwares, as atividades desem-
penhadas em um laboratório de hardware, tais como a apresentação dos compo-
nentes, o conhecimento das suas especificações, a instalação dos componentes e os
seus principais problemas podem ser estudados. A unidade está organizada como
segue. A Seção 4.1 apresenta o simulador de defeitos da Intel. A Seção 4.2 mostra o
simulador de montagem de desktops. A Seção 4.3 descreve as funcionalidades do
simulador de montagem de notebooks e a Seção 4.4 resume a unidade.

4 termo do glossário: A simulação consiste em uma técnica usada para


caracterizar as principais propriedades de um ambiente e representá-las
através de um software (jain, 1991).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 89
4.1
SIMULADOR DE DEFEITOS
O simulador de defeitos foi projetado pela Intel com o objetivo de ensinar profis-
sionais iniciantes na área da manutenção de computadores a solucionar diversos
tipos de defeitos que podem ocorrer em um computador. Este simulador promove
um jogo ao propor desafios relacionados com o hardware e o software, sendo que
ao solucionar cada desafio o usuário recebe gratificações em forma de pontos e
componentes virtuais de um computador. Através deste simulador você poderá
aprender a solucionar problemas em um computador e se divertir ao mesmo tempo.
Agora que você já conhece um pouco sobre o simulador de defeitos talvez você
esteja se perguntando como instalar o programa para usufruir de seus benefícios.
A resposta para esta pergunta é: Você não precisará instalá-lo! O simulador de
defeito precisa apenas operar sob um sistema operacional Windows equipado
com o software Adobe Flash Player. Possuindo um ambiente computacional con-
figurado com estes softwares, você precisará apenas descompactar o arquivo do
simulador e clicar no seu arquivo executável chamado “Simulador.exe” para iniciar
o programa. Remover a necessidade de instalação do simulador consiste em uma
vantagem, pois elimina a indispensabilidade de atividades administrativas para
desinstalar o programa, tarefa que pode ser feita apenas removendo o diretório
onde se encontra o programa.

3 saiba mais: Flash Player é um reprodutor de multimídia disponibilizado


gratuitamente pela empresa Adobe Systems.

Ao iniciar o programa, você verá uma breve apresentação do simulador, e será dire-
cionado para a tela inicial. A apresentação do simulador envolverá uma animação
de poucos segundos e será realizada todas as vezes que o programa for executado.
A tela inicial do simulador apresentará um desafio e um conjunto de funcionali-
dades. A Figura 79 apresenta um exemplo da tela inicial do simulador de defeitos,
destacando as principais funcionalidades.

90 ·
figura 79: Tela inicial do Simulador de Defeitos.

Fonte: dos autores (2017), adaptado por nte, 2017.

A tela inicial do simulador de defeitos possui cinco campos principais, os quais


estão enumerados na Figura 79. O campo com o número 1 descreve um desafio,
ou seja, qual o sintoma do problema que você deve resolver e o campo número 2
pode apresentar informações adicionais. Os campos 3 e 4 dizem respeito à forma
como você pode resolver o problema encontrado, sendo que o campo 3 compre-
ende ações envolvendo a reparação do hardware e o campo 4 contém as ações
para reparação do software. Por último, o botão destacado no campo 5 representa
a ação de desligar o computar para executar um reparo sempre que necessário.
Existem onze tipos de reparação de hardware possíveis, envolvendo a substituição
do processador, placa-mãe, cooler do processador, memória ram, placa de vídeo,
monitor, fonte de alimentação, disco rígido, drive de cd-rom, drive de disquete. A
única ação de reparação que não envolve a substituição de componentes internos é
aquela ilustrada por um pincel, sendo ela responsável pela limpeza dos componentes
internos do computador. O Quadro 3 resume as ações de reparação de hardware,
associando o ícone, nome do componente e sua respectiva função no simulador.
Quadro 3: Ações de Reparação de Hardware no Simulador de Defeitos.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 91
Fonte: dos autores, 2017.

As ações de reparação de software compreendem reinstalações e verificações de


software. Dentre elas, torna-se possível reinstalar o sistema operacional, drives dos
dispositivos e programas aplicativos. Considerando as ações de verificação, pode-se
detectar e remover vírus e identificar as configurações do drive de disquete no se-
tup. Diferentemente das ações de reparação de hardware, as melhorias de software
necessitam ser executadas quando o computador estiver ligado.

1 ATEnção: Certifique-se que o botão de ligar do computador no simulador


está verde antes de escolher uma destas opções.

Quadro 4: Ações de Reparo de Software no Simulador de Defeitos.

Fonte: dos autores, 2017.

O uso do simulador de defeitos ajuda os profissionais iniciantes a aprender como


solucionar falhas nos computadores. Independente da seleção definida pelo usuário,
o simulador de defeitos fornece dicas sobre como a funcionalidade escolhida está
relacionada com o sintoma apresentado pelo computador. Desta forma, o profis-
sional de informática pode aprender com seus erros e também com seus acertos.

92 ·
Vamos considerar a incitação apresentada na Figura 79 para exemplificar como
resolver um desafio no simulador de defeitos. Neste caso, o sintoma relatado era
que o computador travava ou reiniciava sozinho em qualquer momento, tanto
durante a utilização de quaisquer programas quanto antes do boot. Analisando o
sintoma, nota-se que os travamentos ocorrem antes mesmo do boot, o que elimina
a escolha de reparações baseadas em software. Desta forma, podemos passar para
as reparações baseadas em hardware.

figura 80: Exemplo de possível solução.

Fonte: dos autores, 2017.

Quando você passar a seta do mouse entre as opções de hardware, você visualizará
informações sobre ela, conforme ilustra a Figura 80. Dentre as opções de repara-
ção, a mais adequada para este sintoma consiste na substituição do processador,
pois quando este componente está defeituoso ocasiona diversos travamentos no
sistema. Ao escolher esta opção você receberá a mensagem ilustrada na Figura 81,
indicando que a resposta está correta.

1 ATEnção: Antes de realizar este procedimento você precisará desligar o


computador no simulador, tal como faria em um laboratório real de hardware.

figura 81: Exemplo de desafio solucionado.

Fonte: dos autores, 2017.

Ao solucionar um problema no simulador de defeitos, você receberá pontos e


componentes virtuais. Usando este sistema de recompensa, torna-se divertido usar
o simulador de defeitos, pois torna possível competir contra si mesmo para obter
pontuações cada vez melhores. A Figura 82 mostra um exemplo de um componente
virtual adquirido ao solucionar um desafio.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 93
figura 82: Exemplo de recompensa por solucionar um desafio.

Fonte: dos autores, 2017.

Esta seção descreveu o simulador de defeitos da Intel, o qual objetiva auxiliar pro-
fissionais iniciantes no ramo da informática a interpretar sintomas de problemas
no hardware e software de um computador e encontrar uma ação de reparo para
concertá-lo. Um diferencial deste simulador consiste no seu projeto em forma de
jogo, o que estimula o seu uso e facilita o aprendizado. Outro benefício do simulador
consiste no suporte à língua portuguesa.

94 ·
4.2
SIMULADOR DE MONTAGEM DE
DESKTOPS
O simulador de montagem de desktop foi desenvolvido para auxiliar no aprendi-
zado dos passos necessários para montar um computador desktop, explorando
os componentes do computador e proporcionando um ambiente para testar os
conhecimentos sobre este assunto. Este simulador foi desenvolvido pela empresa
Cisco como uma ferramenta para auxiliar a capacitação de profissionais da área
da informática.
Para possuir uma versão deste simulador em seu computador pessoal, não existe
a necessidade de uma instalação típica, apenas possuir os requisitos de software
necessários. Estes requisitos consistem no sistema operacional Windows e o software
Adobe Flash, ou seja, os mesmos softwares necessários executar o simulador de
defeitos. Possuindo estes softwares, você precisará apenas descompactar o arquivo
com o simulador e executar o arquivo executável localizado no diretório raiz.
Sempre que iniciado, o simulador apresenta um tutorial em inglês explicando
como usar a ferramenta. A Figura 83 ilustra a tela do simulador explicando sobre os
três modos de operação, sendo eles, o modo aprendizado, o modo teste e o modo de
exploração. O modo aprendizado, destacado com o número 1 na figura, possibilita
a montagem de um computador desktop. O modo teste, salientado na figura com o
número 2, possibilita a construção de um computador desktop sem proporcionar
nenhuma assistência. Enquanto que o modo de exploração (ver número 3) provê
informações sobre as especificações e componentes do computador. Ao escolher
estes modos, o aluno pode encontrar uma funcionalidade mais adequada com suas
necessidades de aprendizagem, entretanto para quem nunca usou o simulador,
aconselha-se começar pelo modo de aprendizagem.

1 ATEnção: O modo aprendizado do simulador possibilita a montagem de


um computador desktop e consiste na opção mais adequada para iniciantes
no simulador.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 95
figura 83: Modos de Operação do Simulador de Desktops.

Fonte: dos autores, 2017.

O modo de aprendizado compreende sete camadas, sendo elas, a Power Supply,


Motherboard, Adapter Cards, Internal Drives, External Bays, Internal Cables e Exter-
nal Cables, sendo que cada uma delas aborda um nível específico do computador.
A Figura 84 ilustra a escolha de uma camada no simulador. Não se assuste com os
termos em inglês, eles fazem parte da vida de um profissional de informática. Vamos
analisá-los um a um para entender seu significado, a camada Power Supply trata
de aspectos relacionados ao provimento de energia ao computador.
figura 84: Opções de Escolha de Camada no Simulador de Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

96 ·
Na camada Motherboard você aprenderá as funcionalidades da placa-mãe e seus
componentes. A camada Adapter Cards aborda como os componentes se conectam
com a placa-mãe, por exemplo, a placa de vídeo e a placa de rede. A camada Inter-
nal Drivers se concentra no ensino de como os drivers são conectados, tal como o
driver de disquete e o disco rígido. A camada External Bays ensina a conexão dos
drivers externos, tais como o mouse e o teclado. A camada Internal Cables aborda
a conexão dos cabos internos e a camada External Cables abrange a conexão dos
cabos externos. Recomenda-se que usuários comecem pela camada Power Supply
e avancem pelas demais para ter uma experiência completa sobre a montagem de
um computador.
No modo de aprendizado, você encontrará informações sobre quais componentes
compõem a camada escolhida no simulador. Ao clicar no botão “Show Instructions”
será apresentado uma lista passo-a-passo sobre as instruções necessárias para
instalar um componente. Quando todos os componentes de uma camada forem
propriamente instalados, o simulador gerará uma notificação informando que a
instalação da camada está completa e habilitará a seleção da próxima camada do
simulador.
Os modos de teste e exploração proporcionam funcionalidades capazes de ofertar
um diferente tipo de aprendizado. O modo teste apresenta todos os componentes
necessários para construir um computador virtualmente, dispensando a abstra-
ção das camadas utilizadas no modo aprendizado e o botão de ajuda contendo
instruções de instalação dos componentes. Este modo é aconselhado para usuá-
rios mais experientes no emprego simulador. O modo de exploração proporciona
informações complementares sobre os componentes e permite aplicar zoom e
girar os componentes em 360 graus para melhor visualizá-los. A Figura 85 ilustra
o modo de exploração, onde no canto superior direito da figura encontram-se as
opções para girar o gabinete para melhor visualizá-lo.

figura 85: Modo de Exploração do Simulador de Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 97
As partes necessárias para montar o computador estão localizadas no botão “An-
tistatic Mat” na parte inferior do simulador, como destaca a Figura 86. Este botão
possibilita a navegação para o lado direito e esquerdo para selecionar o componente
mais adequado para determinado estágio da montagem do computador.

figura 86: Ferramenta Antistatic Mat do Simulador de Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

Outra funcionalidade importante na montagem do computador através do si-


mulador de Desktop é a possibilidade de girar os componentes do computador,
procurando pelo ângulo mais apropriado para fixá-lo em seu respectivo suporte.
Alguns componentes precisam ser apropriadamente alinhados antes da instala-
ção. Para realizar esta tarefa, o simulador proporciona uma ferramenta específica
conforme ilustra a Figura 87.
figura 87: Alinhamento de Componentes no Simulador de Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

98 ·
Para alinhar um componente, basta clicar nos botões que descrevem o sentido
horário e anti-horário até encontrar o posicionamento desejado. Após o alinha-
mento, basta clicar na seta apontando para baixo para instalar o componente. Caso
o alinhamento escolhido esteja incorreto, o simulador apresentará um “x” em
vermelho. Se o componente foi posicionado corretamente, após pressionar o botão
de instalação, o simulador gerará uma animação da instalação do componente.
Agora que conhecemos as funcionalidades do simulador de desktop, vejamos
um exemplo de como utilizá-lo. Este exemplo considera a escolha do nível Power
Supply e o modo de aprendizagem, conforme ilustra a Figura 88. A montagem do
computador no simulador compreende três passos, a escolha do componente, seu
alinhamento e sua instalação. No nosso exemplo, o componente escolhido foi a
fonte de alimentação. A Figura 89 ilustra como o componente pode ser alinhado,
enquanto que a Figura 90 apresenta o posicionamento correto. Após alinhar o
componente corretamente, basta clicar na seta para baixo para instalá-lo, obtendo
assim o resultado apresentado na Figura 91.

figura 88: Escolha de Componente no Simulador Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

figura 89: Alinhamento de Componente no Simulador Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 99
figura 90: Instalação de Componente no Simulador Desktop.

Fonte: dos autores, 2017.

figura 91: Término da Instalação de Componente no Simulador Desktop

Fonte: dos autores, 2017.

Esta seção apresentou o simulador de montagem de desktops, um programa desen-


volvido para auxiliar profissionais da informática no aprendizado de montagem e
manutenção de computadores desktops. Para alcançar este objetivo, o simulador
possui três camadas distintas para proporcionar um aprendizado guiado, livre e
para explorar as especificações dos componentes do computador. Ao estabelecer
um ambiente virtual de aprendizado, este software capacita profissionais com pouca
experiência no manuseio das peças do computador e seu posicionamento dentro
da máquina. Outra vantagem da utilização deste software é a possibilidade do alu-
no se abster de montar um laboratório de hardware com peças reais apenas para
aprender a montar computadores. No entanto, um leve empecilho do simulador é
o emprego da língua inglesa para descrever os componentes e tarefas. Entretanto,
a área da informática comumente aproxima seus profissionais da língua inglesa,
portanto, este é um desafio que merece ser vencido.

100 ·
4.3
SIMULADOR DE MONTAGEM DE
NOTEBOOKS
O simulador de montagem de notebooks foi desenvolvido para auxiliar profissionais
iniciantes na área da informática em como montar um notebook. Assim como o
simulador de montagem de desktops, este simulador foi projetado e implemen-
tado pela Empresa Cisco, apresentando uma interface e funcionalidades muito
semelhantes. Todavia, a principal diferença entre eles consiste no propósito pelo
qual foram projetados, pois o simulador de montagem de notebooks proporciona
o aprendizado sobre conceitos relacionados com a operação de notebooks.
A instalação do simulador de notebooks é exatamente igual ao simulador de
montagem de desktops e do simulador de defeitos. Os requisitos mais importantes
para instalação consistem em possuir o sistema operacional Windows e o software
para suporte de multimídia Adobe Flash. Ao possuir estes atributos, você precisará
apenas baixar o programa, descompactá-lo e clicar duas vezes no arquivo execu-
tável principal.
Sempre que você acessa o simulador, será apresentado um rápido tutorial expli-
cando como usar a ferramenta. Este tutorial explicará que o simulador é organizado
em três modos de operação, sendo eles, o modo de aprendizado, o modo de teste
e o modo de exploração, assim como o simulador de desktop. Outras semelhanças
entre estes softwares consistem no emprego da ferramenta “Antistatic Mat” para
selecionar o componente para montar o laptop e a possibilidade de girar os com-
ponentes para encontrar o melhor alinhamento antes da instalação. Sugerimos
uma leitura da seção anterior para obter mais informações sobre esta forma de
organização e destas funcionalidades.

1 ATEnção: O modo aprendizado deste simulador também consiste na opção


mais adequada para iniciantes no simulador.

Apesar destas semelhanças, as camadas do simulador de montagem de notebook


se diferem do simulador de montagem de desktop, conforme ilustra a Figura 92. A
escolha das camadas do simulador ocorre após a apresentação do tutorial. Confor-
me ilustrado, existem quatro camadas passíveis de escolha, sendo elas, Underside
Layer Access, Top and Sides Layer Access, Doking Station Layer Access e External
Cables Layer Access.
Cada camada aborda um nível de abstração do notebook. A camada Underside
Layer Access possibilita o acesso ao lado de baixo do notebook, proporcionando o
acesso à bateria, à memória ram e ao disco rígido. Através desta camada, também
é possível acessar o conector para remoção da bateria, os alto-falantes e informa-
ções sobre a utilização da bateria. A camada Top and Sides Layer Access permite o
acesso aos lados do notebook, possibilitando a instalação de drives para adicionar

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 101
ou melhorar as funcionalidades do notebook, tal como adicionar um disco rígido,
um driver óptico ou leitores de cartão. A camada Docking Station Layer Access pro-
porciona a conexão de dispositivos, tais como mouse, teclados e monitor externo. A
camada External Cables Layer Access permite conectar cabos externos, tais como o
cabo do monitor, o cabo de rede e o cabo de energia. Recomenda-se começar pela
camada Underside Layer Access e avançar pelas demais completando a montagem,
todavia, o simulador possibilita alterar as camadas em qualquer momento.

figura 92: Opções de Escolha de Camada no Simulador de Notebooks.

Fonte: dos autores, 2017.

Através deste simulador, o profissional iniciante pode aprender a montar um note-


book tendo a liberdade de escolher o melhor modo de adquirir conhecimento e o
nível mais adequado com seu interesse. Os modos de operação podem ser alterados
para proporcionar um aprendizado guiado (modo de aprendizado), sem a abstração
das camadas e não guiado (modo teste) ou apenas para conhecer as especificações
dos componentes (modo de exploração). Ao escolher o modo de aprendizado, o
simulador proporciona diferentes níveis de abstração e disponibiliza ajuda para o
usuário através de uma lista de tarefas a serem realizadas. Usando este simulador o
profissional iniciante na área da informática pode aprender a montar um notebook
sem a necessidade de adquirir um laboratório de hardware pessoal.
Agora que conhecemos melhor o simulador, vejamos um exemplo de atividade
do simulador. A atividade aqui descrita pode ser acessada escolhendo o modo de
aprendizagem e a primeira camada do simulador. Nossa tarefa consiste em mos-
trar como remover os pentes de memórias do notebook usando o simulador. Para
desempenhar esta tarefa, primeiramente devemos clicar sob o compartimento
de memórias. Esta ação gerará um aviso indicando a substituição de memória,
conforme ilustra a Figura 93. Clique novamente no compartimento de memórias
para confirmar a intenção de remover os pentes.
Após a confirmação, o simulador mostrará uma animação girando o notebook
para dar um zoom no compartimento de memória, conforme ilustra a Figura 94.
Nesta figura, observa-se que o simulador destaca o parafuso do compartimento em

102 ·
cor amarela, indicando a necessidade de removê-lo. Para remover o parafuso, apenas
clique uma vez sobre ele. O simulador apresentará uma animação sobre a remoção
do parafuso e guardará este componente na barra de seleção de componentes.
Na sequência, será mostrado o compartimento de memórias sem o parafuso –
para removê-lo clique neste componente. Ao remover a tampa do compartimento,
será mostrado o pente de memória RAM do notebook, conforme ilustra a Figura 95.
Para remover o pente de memória, basta clicar sobre ele. Após o primeiro clique,
você verá que o pente será levemente deslocado e necessitará de mais um clique
para removê-lo completamente. Após executar esta ação, os pentes de memória ram
serão removidos e guardados na barra de seleção de componentes do simulador
junto com outros componentes, conforme ilustra a Figura 96.

figura 93: Selecionando Compartimento de Memória.

Fonte: dos autores, 2017.

figura 94: Acessando Compartimento de Memória.

Fonte: dos autores, 2017.

figura 95: Removendo Pentes de Memória.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 103
figura 96: Pente de Memória Removido.

Fonte: dos autores, 2017.

Esta seção apresentou o simulador de montagem de notebooks desenvolvido pela


Cisco para auxiliar profissionais da informática no aprendizado das técnicas de
montagem e manutenção de laptops. Assim como o simulador de montagem de
computadores desktops, estudado na seção anterior, o simulador de montagem
de notebooks possui o modo de aprendizado, o modo de teste e o modo de explo-
ração, onde cada um deles proporciona um nível diferenciado de experiência ao
profissional de informática.
Além disto, o simulador apresenta quatro diferentes níveis de abstração para
entender a montagem de notebooks. As principais vantagens deste simulador con-
sistem na possibilidade de aprender como montar um notebook sem correr o risco
de manusear um componente inapropriado, ocasionando sua possível inutilização
e a possibilidade de praticar estas atividades sem precisar montar um laboratório
de hardware físico. Entretanto, assim como o simulador de montagem de desktops,
este simulador apresenta uma leve limitação em relação à ausência de suporte à
língua portuguesa. No entanto, conforme foi mencionado anteriormente, a área
da informática demanda um nível básico de compreensão da língua inglesa e a
utilização deste simulador pode ser um ponto inicial para obter um maior contato
com esta língua.
Esta unidade apresentou três simuladores que podem ser usados para poten-
cializar o aprendizado de tarefas relacionadas com a montagem e manutenção
de computadores desktops e notebooks, sendo eles o simulador de defeitos, o
simulador de montagem de computadores desktops e o simulador de montagem
de notebooks. Foi demonstrado que o simulador de defeitos apresenta uma série
de desafios que devem ser resolvidos pelo profissional da área da informática na
forma de um jogo e os simuladores de montagem de computadores desktops e no-
tebooks virtualizam os componentes do computador, possibilitando a experiência
de montar a máquina ao mesmo tempo que permite explorar detalhes técnicos
dos componentes. Também foi explicado as principais funcionalidades de cada
simulador e um exemplo de utilização, visando facilitar seu uso. Espera-se que, com
o emprego destes simuladores, o aluno consiga realizar atividades relacionadas
com a montagem e manutenção dos computadores sem a necessidade de possuir
seu próprio laboratório de hardware e tenha acesso a estas tarefas a partir de seu
próprio computador.

104 ·
5 PRÁTICAS DE
SISTEMAS OPERACIONAIS
INTRODUÇÃO

N
este ponto do estudo, você já estudou sobre a história da informática e dos
componentes de hardware. Aprendeu sobre os processadores, memória
principal e secundária, ram, rom, bios, placa-mãe, monitor, conheceu
detalhes técnicos do disco rígido e demais componentes. Sistemas operacionais
é uma das grandes áreas de estudo da ciência da computação. Possui um amplo
conjunto de responsabilidades no que tange ao gerenciamento de recursos do
hardware e software, intermediar a interação usuário computador e facilitar o
uso do computador. A partir de agora vai conhecer e aprender sobre os sistemas
operacionais, vai compreender sobre suas características e objetivos, um pouco da
história e também sua instalação. Esta unidade contém seções que conceituam um
sistema operacional, diferenciam software proprietário de software livre, instalação
do Windows 10 e instalação do Linux Ubuntu.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 107
5.1
SISTEMA OPERACIONAL
Os sistemas operacionais (SOs) são programas criados com o objetivo de facilitar
o uso do computador por parte de seus usuários. Neste caso, usuário é qualquer
pessoa que precise utilizar um computador: pode ser um programador ou alguém
que o utilize para atividades mais comuns, como redigir um texto, enviar um e-mail
ou pesquisar na Internet. Outra forma de visualizar o sistema operacional é como
um gerenciador de recursos do hardware (tanenbaum, 2009). Mas que recursos
são esses? Para o computador funcionar, é necessário que diversos componentes
físicos trabalhem em conjunto, como a memória, o processador e o disco rígido.
Dessa forma, além de facilitar a comunicação entre o usuário e o computador, o
sistema operacional também tem a função de gerenciar os recursos do hardware.
Os recursos gerenciados pelo sistema operacional são: processos, sistema de ar-
quivos, memória e Entrada/Saída.

4 termo do glossário: O sistema operacional (SO) é o software que facilita


a comunicação entre o usuário e o hardware (tanenbaum, 2009)

Um processo nada mais é que um programa em execução (tanenbaum, 2009). O


termo programa em “execução” precisa ser relativizado, pois mesmo um processo
em execução pode estar no estado running (execução), ready (pronto), wait (espera).
Estes são os estados que um processo pode se encontrar. O estado running indica
que o processo está realmente em execução no processador (cpu), ou seja, reali-
zando as operações para as quais o aplicativo foi programado para fazer. O estado
ready sinaliza que o processo está pronto e esperando para ser executado. O estado
wait indica que o processo está aguardando um evento ou recurso ser liberado para
continuar seu processamento. O escalonador é o responsável pelo gerenciamento
dos estados dos processos que estão em execução, determinando qual processo
pode ser executado ou qual deve permanecer aguardando – essa tarefa tem o nome
de preempção. Ao fazer uso da preempção, o escalonador possibilita percepção de
que o computador executa diversas tarefas simultaneamente, evitando que apenas
um processo monopolize o processador (cpu) por um longo período de tempo. A
essa simultaneidade damos o nome de multitarefa.
O sistema de arquivos é caracterizado por implementar uma estrutura hierár-
quica, garantir a consistência dos dados, facilitar a criação e exclusão de arquivos
e proteger os dados. A estrutura hierárquica implementada no sistema de arquivos
é que permite ao sistema operacional saber o local em que determinado arquivo
foi salvo no disco rígido. Ao realizar a gravação de um arquivo em disco, o sistema
de arquivos garante que o todo o conteúdo que está na memória ram do compu-
tador foi salvo, de fato, no disco rígido, garantindo assim a consistência dos dados.
O sistema de arquivos contribui também com proteção dos dados, ao possibilitar
que o sistema operacional saiba a qual usuário pertence o arquivo, evitando que

108 ·
um terceiro usuário acesse, altere ou exclua arquivos que não lhe pertencem. Os
sistemas operacionais possuem sistemas de arquivos distintos. Como exemplo, o
sistema de arquivos do Windows chama-se ntfs e o do Linux chama-se ext4, mas
existe grande diversidade de opções. Entre os exemplos mais comuns de arquivos,
estão programas, mp3, fotos e textos salvos no disco rígido do computador.
O gerenciamento de memória é peça fundamental de um sistema operacio-
nal. Mesmo com a redução do custo e ampliação da capacidade de memória dos
computadores, é primordial o gerenciamento eficiente deste recurso, pois impacta
diretamente na performance. Com base nessas informações o sistema aloca e libera
memória para os processos (programas em execução) e administra a troca (swap)
entre memória principal e secundária. O gerenciador de memória usa um sistema
de endereçamento para localizar cada parte da memória ram (conhecida também
como memória principal) alocando ou removendo processos conforme demandado
com base nesses endereços. Há situações em que a demanda pela memória ram
extrapola sua capacidade física. Para evitar problemas, o gerenciador de memória
do sistema operacional usa uma técnica chamada swapping, que nada mais é do
que usar uma área do disco rígido reservada para swap e descarregar uma parte
dos dados contidos na memória ram. Assim, minimiza-se de forma significativa o
risco do computador ter seu funcionamento interrompido por falta de espaço na
memória principal.

1 ATEnção: A principal tarefa do gerenciador de memória é monitorar o seu


tamanho, quais partes estão ocupadas e quais estão disponíveis.

Gerenciar Entrada/Saída (Input/Output) é outra função primordial do sistema


operacional, cujo objetivo é fazer a cpu se comunicar com os componentes do
hardware (processador, memória, disco rígido) e periféricos (impressora, monitor,
teclado, mouse) de forma integrada (stuart, 2011). A comunicação acontece através
de controladores de dispositivos, que é um componente eletrônico (ex. placa de
vídeo) responsável por fazer o meio de campo entre a cpu e o hardware (ex. moni-
tor de vídeo). Os controladores de dispositivos são gerenciados por uma camada
de software, geralmente de baixo nível, conhecido como device driver (acionador
de dispositivo). Os dispositivos de Entrada/Saída podem ser classificados em dois
grupos: dispositivos de blocos e dispositivos de caracteres. A diferença entre esses
grupos de dispositivos consiste na forma de armazenamento dos dados em blocos
de tamanho fixo e permite a leitura ou gravação em apenas um desses blocos para
o primeiro grupo. No segundo, o dispositivo usa um sistema de filas sem a definição
de nenhuma estrutura de bloco. Uma característica que se destaca é a impossibi-
lidade de ler ou fazer operações de busca já que o dispositivo não é endereçável.
A Figura 97 apresenta dois modelos para facilitar a visualização de como o sis-
tema operacional está inserido no contexto usuário-computador de forma macro.
Nesta imagem, (a) são considerados o hardware, o sistema operacional e o usuário,
enquanto na imagem (b) o hardware, o sistema operacional, a aplicação e o usuário.
É possível observar que cada uma das camadas tem acesso ao nível imediatamente
superior ou inferior e que, de acordo com o modelo (a), o usuário interage de forma
direta com o sistema operacional ou, conforme o modelo (b), é possível que exista

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 109
uma camada intermediária entre o usuário e o sistema operacional, aqui represen-
tada pela aplicação. Ambos os modelos são possíveis, pois em alguns momentos o
usuário pode interagir direto com o sistema operacional ou pode usar aplicações,
que, por sua vez, têm interação com o sistema operacional. Um exemplo típico de
interação, conforme (a), ocorre quando o usuário utiliza comandos que são exe-
cutados diretamente pelo kernel (núcleo) do sistema, também conhecidos como
comandos internos. A imagem (b) exemplifica quando o usuário está editando um
texto que precisa ser salvo num determinado formato de arquivo, em que o editor
de textos aciona o sistema operacional e solicita uma operação de gravação de um
arquivo no disco rígido do seu computador.

figura 97: Contextualização do sistema operacional (a) e (b).

Fonte: dos autores, 2017.

O sistema operacional é composto por diversos programas para que alcance seus
objetivos. Lembrando que, entre os objetivos de um sistema operacional, está o
gerenciamento de recursos do hardware e também servir de intermediário entre o
usuário e o computador. Portanto, para que um sistema atenda a esses requisitos é
necessário um conjunto bastante amplo de programas para que possa realizar suas
funções. Com o objetivo de organizar todos esses programas que compõem o SO,
usualmente eles são divididos em dois modos: modo usuário e modo administrador
(ou root, conforme o SO utilizado). Os programas que pertencem ao modo usuário
podem ser executados por usuários ditos “normais” enquanto que os programas
pertencentes ao modo administrador somente podem ser executados pelo usuário
administrador do sistema operacional. É bem fácil perceber quando precisamos
utilizar o usuário administrador, pois, quando estamos trabalhando com o compu-
tador e precisamos instalar um aplicativo, normalmente o sistema nos apresenta
uma mensagem pedindo a senha do administrador para que o mesmo possa ser
instalado. Isso ocorre porque existem áreas (pastas e outros recursos) do sistema
operacional que são de acesso restrito ao administrador do sistema.
O objetivo de dividir os programas que compõem o sistema operacional nestes
dois modos, administrador e usuário, é garantir a segurança. Com essa estrutura é

110 ·
possível limitar o que cada usuário tem permissão para acessar, como pastas, arqui-
vos específicos e recursos do hardware. Isso evita que um usuário mal-intencionado
ou desatento altere, exclua ou danifique arquivos de outros usuários ou até mesmo
do próprio sistema operacional. Se isso acontecer, há o risco de o computador não
funcionar corretamente e, em casos mais graves, impossibilitar que o sistema entre
em operação e, consequentemente, impedindo o uso do computador.
Existem vários sistemas operacionais no mercado, para diversos cenários possí-
veis. Assim, alguns autores criaram classificações para os sistemas operacionais, pois
cada cenário de uso pode exigir especificidades diferentes. Entre as classificações
estão os sistemas multitarefas, sistemas de servidores, sistemas para computadores
de grande porte, sistemas para dispositivos portáteis, sistemas operacionais de
computadores pessoais, entre muitos outros. Neste estudo focamos nos sistemas
operacionais de computadores pessoais. Entre os sistemas operacionais para com-
putadores pessoais mais usados e conhecidos estão: o sistema operacional Windows,
o Linux e o os x. Ainda antes de iniciar nosso estudo sobre os sistemas operacionais
Windows e Linux, se faz necessário compreender como o SO é licenciado, pois a es-
colha pelo uso de um determinado sistema passa por uma série de requisitos legais.
Dessa forma, vamos primeiro compreender a diferença entre software proprietário
(ou comercial) e software livre (livre, não necessariamente gratuito).

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 111
5.2
DIFERENÇA ENTRE SOFTWARE
LIVRE E SOFTWARE PROPRIETÁRIO
(OU COMERCIAL)
Conforme apresentado anteriormente, os sistemas operacionais podem ser clas-
sificados de acordo com as necessidades técnicas para cada contexto em que será
usado, com relação às suas características como multitarefa, multiusuário e mul-
tiplataforma, ou ainda como sistema embarcado ou intermediário entre usuário
e computador. Contudo, é primordial compreender o que é o licenciamento de
software, os modelos de licenciamento mais utilizados atualmente, suas principais
características e implicações legais. Esse conhecimento é requisito para todo profis-
sional da área de computação, pois decisões corretas sobre o tipo de licenciamento
a adotar, bem como o conhecimento das obrigações resultantes dessas escolhas,
contribuem para a formação de um profissional ético e responsável.
Quando um programador ou uma empresa desenvolve um software tem o direito
de decidir sobre a maneira como este software é registrado, impactando na forma
como poderá ser licenciado às pessoas que o adquirirem. Ou seja, se ele será um
software proprietário e/ou comercial ou, ainda, se será um software livre. Quando
adquirimos um programa para usar em computador, apenas utilizamos uma licença
de uso, pois o direito autoral permanece da pessoa ou empresa que o desenvolveu.
Quando adquirimos e instalamos no computador um software proprietário esta-
mos nos submetendo às regras especificadas pelo desenvolvedor ou fabricante do
software. Geralmente entre essas regras estão: restrições de uso, validade da licença,
a não responsabilidade do fabricante caso algum dano ocorra resultante de seu uso
e principalmente a restrição quanto a fazer cópias deste software sem autorização
do desenvolvedor (waslawick, 2016). Se o usuário que comprou um software pro-
prietário fizer cópias não autorizadas pelo fabricante estará cometendo pirataria. Por
outro lado, existe o software livre, muito conhecido por ser gratuito – uma das suas
características. Mas existem outros fatores que devemos compreender sobre software
livre, possivelmente mais importantes do que a gratuidade. O software livre respeita
as chamadas “4 liberdades”, que tem como guardiã a Free Software Foundation (fsf).

4 termo do glossário: Software que segue quatro princípios de liberdade.


Sendo elas: (1) A liberdade de executar o programa como você desejar, para
qualquer propósito; (2) a liberdade de estudar como o programa funciona,
e adaptá-lo às suas necessidades, indicando que é pré-requisito o acesso
ao código-fonte; (3) a liberdade de redistribuir cópias de modo que você
possa ajudar ao próximo; (4) a liberdade de distribuir cópias de suas versões
modificadas a outros, dando, desta forma, a toda a comunidade, a chance
de se beneficiar de suas mudanças (free, 2012).

112 ·
Segundo a fsf, para que um programa seja considerado livre, ele deverá seguir as “4
liberdades”. Porém, é importante compreender que software livre é muito mais do
que um programa grátis. É comum confundir software livre com software grátis, já
que em inglês a palavra free (free software) é utilizada em ambos os sentidos e isso
pode gerar dificuldades de interpretação quando falamos em software livre. Ou seja,
é necessário respeitar as 4 liberdades citadas para classificar um software como livre.
O termo software é bastante abrangente porque é usado para designar uma
diversidade muito grande de programas livres ou proprietários. Entre eles estão:
suítes de escritório (ex. Libre Office, Microsoft Office), aplicativos de edição gráfica
(ex. GIMP, Adobe Photoshop), sistemas comerciais para gerenciamento de empre-
sas e também os próprios sistemas operacionais Windows (software proprietário),
Linux (software livre) e os x (software proprietário), sendo estes últimos o foco desta
unidade. Apenas para deixar claro, os sistemas operacionais que serão estudados
nesta unidade são o Windows e o Linux. O Windows pertence à empresa Microsoft,
a qual o mantém como um sistema proprietário. Para instalá-lo em seu computador
e usá-lo é necessário adquirir uma licença de uso. Em geral, quando compramos
um computador novo é comum que seja acompanhado de uma licença original
do Windows, mas é sempre importante certificar-se da originalidade do software.
O sistema operacional Linux é um software livre, ou seja, atende aos requisitos im-
postos para seu licenciamento. Dessa forma, podemos copiá-lo gratuitamente sem
infringir nenhuma legislação, bem como usufruir de todas as 4 liberdades determi-
nadas pela Free Software Foundation para que um software seja considerado livre.
Mais algumas informações teóricas importantes serão apresentadas no mo-
mento oportuno ao longo da explanação sobre a instalação dos sistemas Windows
e Linux. Usaremos diversas imagens para facilitar a visualização e compreensão
do processo de instalação de ambos os sistemas. Agora, vamos colocar a mão na
massa, começando pelo sistema operacional Windows.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 113
5.3
WINDOWS
Este tópico considera que o computador onde será instalado o Windows é novo ou
que é um equipamento que possa ser formatado, ou seja, ter seus dados comple-
tamente apagados e que a cópia backup (cópia de segurança) dos seus arquivos,
imagens, fotos, textos, planilhas já foi feita. Se ainda não fez o backup, faça-o antes
de iniciar a instalação do sistema, sob pena de perder seus arquivos e dados de
forma permanente.
O processo de instalação do Windows inicia com a configuração do bios do
seu computador para inicializar através do drive de cd/dvd. Coloque a mídia que
contém o Windows no drive do seu computador e o reinicie. Ao iniciar o software
instalador do sistema a primeira janela é apresentada (ver Figura 98) solicitando a
escolha do idioma, formato de hora e moeda e teclado ou método de entrada. Ao
concluir as escolhas de acordo com suas preferências e padrões, clique em Avançar
para dar continuidade ao processo de instalação.

1 ATEnção: Selecione o Português (Brasil) para o idioma, selecione o Português


(Brasil) para formato de hora e moeda e Português (Brasil abnt2) para o
teclado (se o seu teclado for desse padrão, caso contrário selecione o padrão
adequado para o seu teclado)

figura 98: Início da instalação do Windows.

Fonte: dos autores, 2017.

Como é possível visualizar na Figura 99, o sistema mostra a opção “Instalar agora”,
como opção principal, que é a desejada neste momento. Nesta janela, o Windows
mostra também a opção chamada “Reparar o computador”.

3
saiba mais: Essa opção de reparo normalmente é utilizada somente se tiver
problemas com um Windows já instalado em seu computador, a ponto de
se tornar instável, motivando a execução do processo de reparação, o que
não é o caso neste momento.

114 ·
figura 99: Instalação ou Reparação.

Fonte: dos autores, 2017.

O próximo passo da instalação do sistema solicita a ativação do Windows 10, que


na prática quer dizer para você digitar a product key (chave do produto) no campo
indicado para confirmar que o Windows é original e que essa licença de uso lhe
pertence. Em seguida, copie os caracteres da product key e digite-os no campo
indicado – ver Figura 100. Ao concluir a digitação dos caracteres da sua licença
clique em Avançar para dar continuidade.

3 saiba mais: Onde encontrar a product key? O seu computador provavelmente


veio com uma licença de fábrica e normalmente há um selo da Microsoft
contendo product key colado embaixo do seu computador, se for um notebook,
ou no gabinete, se for um desktop (computador de mesa). Outra possibilidade
é que tenha adquirido o sistema operacional Windows separado do seu
computador. Neste caso, o product key deve estar na caixa ou ainda impresso
sobre a mídia (cd/dvd).

Se este Windows alguma vez foi instalado em seu computador e já tenha uma conta
criada junto à Microsoft, selecione a opção “Não tenho uma chave de produto”, não
há necessidade de digitar a chave neste momento por que, ao incluir uma conta de
usuário posteriormente, o Windows 10 será ativado automaticamente.

figura 100: Ativação do Windows.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 115
Para fins didáticos, escolhemos a opção “Não tenho a chave de produto”. Após
essa decisão sobre ativação do Windows 10, o sistema solicita a escolha da versão
a ser utilizada, que deverá ser a prevista em sua licença. Neste caso selecionamos
a versão Windows 10 Home (ver Figura 101). No geral, para o uso pessoal a versão
Windows 10 Home deverá atender satisfatoriamente. Feita a seleção pela versão
Home clique em Avançar para dar continuidade.

3 saiba mais: Existem diversas versões do Windows 10, entre elas estão:
Windows 10 Home, Windows 10 Pro, Windows 10 Educação, Windows 10
Enterprise. Cada uma dessas versões se aplica a uma necessidade diferente
de negócio, como exemplo, podemos ter em instituições de ensino o uso da
versão Windows 10 Educação, enquanto em uma empresa pode ser necessária
a versão Windows 10 Enterprise.

figura 101: Escolha da versão do sistema.

Fonte: dos autores, 2017.

Na sequência da escolha da versão, o processo de instalação do Windows apresenta


uma janela contendo Avisos e termos de licença aplicáveis. Neste documento, são
apresentados diversos termos indicando responsabilidades e isenções por parte
do fabricante e do usuário do sistema. A leitura deste documento é imprescindível
para ter ciência dos limites de sua licença. Ao concluir a leitura deste, é necessário
marcar o checkbox que indica “Aceito os termos de licença” (ver Figura 102), infor-
mando que aceitou as condições impostas pela licença. Para continuar o processo
de instalação clique em Avançar.

1 ATEnção: Neste texto constam as informações a respeito do licenciamento


do software, no caso o Windows 10.

116 ·
figura 102: Avisos e termos de licença.

Fonte: dos autores, 2017.

Na etapa seguinte o sistema pergunta “Que tipo de instalação você deseja?” (veja a
Figura 103). Como consideramos que esta instalação do Windows 10 é realizada em
um computador novo ou que desejamos limpar completamente uma instalação an-
tiga, foi selecionada a opção “Personalizada: instalar apenas o Windows (avançado)”.

figura 103: Escolha do tipo de instalação.

Fonte: dos autores, 2017.

Anterior à instalação efetiva de um sistema operacional é preciso formatar o disco


rígido do computador. A formatação é dividida em física e lógica. Cada sistema
operacional utiliza um sistema de arquivos diferente, com suas próprias regras. O
nome do sistema de arquivos do Windows 10 é ntfs. Para obter mais detalhes e
melhor compreensão dos sistemas de arquivos, é adequado buscar literatura técnica
complementar, pois o assunto é muito vasto, impossibilitando de ser apresenta-
do aqui em sua totalidade. Ao concluir a formatação lógica de um disco rígido, o
sistema operacional é capaz de reconhecer o disco, bem como as regras impostas
pelo sistema de arquivos para leitura e gravação de pastas, arquivos, textos, músi-
cas, fotos, código fonte, ou seja, tudo que é representado como um arquivo e que
pode ser salvo no disco.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 117
4 termo do glossário: A formatação física é realizada pelo fabricante
do equipamento, ao término do processo de fabricação – portanto, essa
formatação é realizada uma única vez. É neste processo que o disco é dividido
em trilhas, setores e cilindros.

4 termo do glossário: A formatação lógica consiste no processo que possibilita


ao sistema operacional reconhecer as características da estrutura física do
disco como as trilhas, setores e cilindros, atribuindo um sistema de arquivos.

Ao falar sobre formatação lógica, torna-se necessário discutir também sobre par-
ticionamento de disco. Particionar discos tem diversos objetivos: facilitar a admi-
nistração do espaço em disco, instalar mais de um sistema operacional diferente
no mesmo computador e até mesmo melhorar a performance de servidores ao
selecionar a partição adequada para serviços específicos. Na prática, uma partição
é uma fatia do espaço de um disco rígido. Como exemplo podemos imaginar um
disco rígido de 500 gb que vamos dividir em duas partições, cada uma com 250
gb, e que depois instalaremos dois sistemas operacionais diferentes, um em cada
partição. Ao dividir o disco em partições podemos formatar cada uma delas com
um sistema de arquivos diferente, por isso é possível ter mais de um sistema ope-
racional instalado no mesmo disco rígido – observado que cada um dos sistemas
deverá ficar em uma partição. Com essas informações prévias sobre disco rígido,
formatação, particionamento e sistema de arquivos, podemos retomar o processo
de instalação do Windows 10.
Após esta explanação o sistema pergunta: “Onde quer instalar o Windows?” (veja
a Figura 104). Essa pergunta se deve à escolha do disco rígido (caso exista mais do
que um disco no computador) ou em qual partição do disco queremos instalar o
Windows (se o disco tiver mais de uma partição). Nessa instalação adotamos um
disco único com uma única partição, que é o local onde efetuaremos a instalação.
Selecione o item “Espaço Não Alocado da Unidade 0” e clique em Avançar.

figura 104: Seleção da partição ou do disco rígido.

Fonte: dos autores, 2017.

118 ·
O sistema formata o disco rígido, ou seja, marca as trilhas e setores, conforme as
regras do sistema de arquivos ntfs e dá início à instalação de todos os programas
que compõe o sistema operacional Windows 10. O início dessa etapa do processo
pode ser visto na Figura 105.

figura 105: Cópia dos arquivos e preparação.

Fonte: dos autores, 2017.

Na fase seguinte o instalador do sistema disponibiliza as opções “Personalizar” ou


“Usar configurações Expressas”. Posteriormente, é possível alterar essas configura-
ções no Painel de Controle do sistema. Observe a Figura 106, que apresenta as duas
opções e informa algumas características da possível escolha.

1 ATEnção: Aqui optamos pela segunda, “Usar configurações Expressas”,


porque esta faz com que o sistema configure automaticamente alguns itens.

figura 106: Realizar ações mais rápido.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 119
A próxima etapa solicita a inclusão dos dados da sua credencial junto à Microsoft,
caso já tenha uma ou se deseja criar uma conta neste momento (ver Figura 107).
Para a prática de sistemas operacionais, optamos por clicar em “Ignorar esta etapa”,
pois essa é uma tarefa que pode ser feita posteriormente, sem prejuízos para a
compreensão da instalação do sistema operacional Windows 10 e mantendo assim
o foco no assunto principal desta unidade.

figura 107: Conta da Microsoft.

Fonte: dos autores, 2017.

Chegou um momento importante do processo de instalação do sistema operacional.


Agora devemos criar um usuário e uma senha para acesso ao Windows 10, ou seja,
é hora de cadastrar o seu usuário na janela chamada “Criar uma conta para este
computador” (ver Figura 108). Agora clique em “Avançar” para a próxima etapa.

1 ATEnção: Digite o nome de usuário que deseja criar no campo “Nome de


usuário”, depois cadastre uma senha no campo “Digite a senha” e repita
a senha no campo “Digite novamente a senha”. A repetição da senha é
necessária, pois tem a finalidade de garantir que a digitou corretamente.
No último campo é solicitado a inclusão de alguma palavra ou frase que lhe
ajude a lembrar da senha.

120 ·
figura 108: Conta de usuário.

Fonte: dos autores, 2017.

O instalador do sistema convida agora para conhecer a Cortana (ver Figura 109),
perguntando se deseja usá-la. Como o objetivo aqui é a instalação do sistema e não
o uso da assistente, clique na opção “Agora não”. A Cortana pode ser configurada
para uso posteriormente, no momento em que julgar conveniente.

4
termo do glossário: A Cortana é um robô que atua como assistente pessoal,
podendo lhe ajudar a lembrar sobre tarefas que solicitar para ela, como “me
lembre de agendar consulta”, além de outras características específicas.

figura 109: Conheça a Cortana.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 121
Finalmente, o sistema Windows 10 Home está instalado e funcionando. Durante o
percurso descrito neste material focamos no processo de instalação. Este foi ape-
nas o primeiro passo. A partir de agora, é importante ampliar o conhecimento a
respeito do sistema com leituras e pesquisas complementares sobre o tema, a fim
de conhecer as características do sistema. Quanto mais aprofundar e dominar os
recursos associados a este sistema operacional, melhor será seu aproveitamento
no uso do software e maior o retorno quando aplicado em ambiente profissional.
O sistema operacional Windows está funcionando, assim o próximo passo é
aprender como instalar e desinstalar programas. Estes procedimentos não apresen-
tam dificuldades – com algumas dicas básicas e seguindo as instruções dos próprios
aplicativos é suficiente para instalar e desinstalar programas para uso cotidiano.

5.3.1 Instalação/desinstalação de programas


INSTALAÇÃO
A instalação de programas no sistema Windows é bastante simples. O processo
começa com a aquisição do software – como exemplo usamos o programa antivírus
chamado avg, que está disponível no site. Acesse o navegador Internet Explorer e
o site indicado. Procure pela opção Windows, clique no link avg AntiVirus Free. Na
página seguinte, clique em Baixar Grátis. Quando aparecer a mensagem: “Deseja
salvar ou executar AVG_Protection_Free_698.exe”, clique em Executar e siga as
orientações do site e/ou do próprio aplicativo para efetuar a instalação do aplicativo.

2
interatividade: Acesse o site e faça o download
http://www.avg.com/br-pt/homepage

DESINSTALAÇÃO
Uma das formas de realizar o processo de remoção de um aplicativo inicia-se por
clicar no ícone da bandeira do Windows. Procure a opção Configurações e clique.
O sistema apresentará uma janela com um campo de busca. Neste, digite Painel
de Controle, logo esta opção será apresentada, clique nela. No painel de controle,
uma das opções apresentadas é Programas, logo abaixo está a opção Desinstalar um
programa. Clique na opção de desinstalação. Na janela que o sistema mostra, tem
a lista com os programas instalados em seu computador. Escolha o programa que
deseja remover, clique sobre o nome dele e, por fim, clique na opção Desinstalar.

122 ·
5.4
LINUX
O Linux foi criado por Linus Benedict Torvalds por volta do ano 1991. Nesta época,
ele desenvolveu o kernel (núcleo) do sistema. Entre suas motivações para criar o
Linux, estava a necessidade que sentia de ter um sistema operacional robusto, ca-
paz de fazer uso dos recursos disponibilizados nos processadores da época, como
80386 (noal, 2016). No ano de 1988, Linus Torvalds iniciou seus estudos em Ciência
da Computação na Universidade de Helsinki, na Finlândia. Ele experimentou os
sistemas ms-dos, Minix e Unix. Contudo, o primeiro não explorava os recursos do
processador 80386; o Minix, por sua vez, era um sistema desenvolvido por Andrew
Tanenbaum com objetivos didáticos e tinha suas limitações; por fim, o sistema Unix
era o mais robusto, mas tinha custo bastante alto para um estudante de computação
(campos, 2006). Neste momento, Torvalds decidiu por criar seu próprio sistema
operacional inspirado no Unix.
O desenvolvimento do Linux se deu entre os anos de 1989 a 1991, sendo que
sua primeira versão oficial foi lançada em 5 de outubro de 1991 (ward, 2015). O
desenvolvimento do Linux tinha como foco principal apenas o kernel do sistema.
Contudo, para que um sistema seja funcional para seus usuários é necessário
utilizar alguns programas de apoio, como uma interface de comunicação entre o
usuário e o computador, um compilador ou ainda um editor de textos puro (que
não utiliza formatação em suas páginas e caracteres – estes editores são usados
principalmente para programação de computadores). Para resolver essa falta de
ferramentas de apoio, Linus Torvalds passou então a utilizar programas também
licenciados sob a forma de software livre já naquela época, conhecidos como gnu.
Com isso, o Linux passa a contar com seu próprio kernel, a interface para interação
usuário-computador conhecida como bash (gnu Born Again Shell) e o compilador
gcc (gnu C compiler).
Apesar de ter desenvolvido o núcleo e fazer uso do bash e do compilador, o
sistema ainda precisava de outros programas para compor o sistema operacional.
Para atender essa necessidade de complementar o SO com demais ferramentas
de apoio, com o tempo surgiram as distribuições Linux, onde foram agregados
demais programas para compor o sistema operacional e torná-lo de fácil uso por
seus usuários.

5.4.1 O que são distribuições?


As distribuições Linux são compostas por uma série de programas, que são cha-
mados de pacotes. Assim, uma típica distribuição contém pacotes para gerencia-
mento do hardware, conhecidos como device drivers, para o gerenciamento de
redes, ambiente gráfico, conhecido como X Window System, interfaces gráficas
(kde, gnome), compiladores e demais ferramentas para desenvolvimento (tibet,
2001). São incluídos ainda pacotes mais voltados para usuários leigos para facilitar

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 123
o uso do sistema, como suítes de escritório (ex. Libre Office), editores de imagens
(gimp, Inkscape), entre outros.
Atualmente, existem diversas distribuições no mercado, algumas desenvolvidas
por entidades sem fins lucrativos e outras por empresas que tem como objetivo
oferecer serviços associados à sua distribuição e, é claro, cobram por isso. Qualquer
pessoa, empresa ou organização pode criar sua própria distribuição Linux, consi-
derando que o kernel e demais programas são softwares livres. As distribuições são
criadas para atender a objetivos específicos – algumas são voltadas para o usuário
leigo como redigir textos, navegar pela Internet, usar ferramenta de comunicação,
e-mail, etc. Outras distros (distro é um apelido bastante usado para se referir a
uma distribuição Linux) são mais indicadas para desenvolvedores, pois possuem
pacotes mais voltados à programação e desenvolvimento de aplicações, e ainda
existem distribuições criadas com ferramentas para quem trabalha com segurança
de redes ou de servidores.
A lista de distribuições é bastante grande; portanto, não temos como citar todas
aqui, mas se tiver interesse em conhecer mais algumas é só pesquisar na Internet
procurando por “lista de distribuições Linux” que a própria Wikipedia disponibiliza
um link com uma infinidade delas. Aqui apresento apenas as distribuições mais
conhecidas e/ou usadas atualmente, Debian, Fedora, CentOS, Kali, Mint, openSUSE
e Ubuntu, sendo esta última o objeto de estudo desta unidade.

5.4.2 Onde encontrar o Linux?


Uma breve pesquisa no Google ajudará a encontrar as mais diversas distribuições
Linux que possa lhe interessar. Porém, neste livro, focamos na distribuição Ubuntu
versão 16.04.1, que é uma derivada da distribuição Debian. A escolha pela distri-
buição Ubuntu foi motivada pelo fato de existir muito material complementar na
Internet, como fóruns de discussão, manuais da própria empresa que a criou, entre
outros. Para fazer o download da distribuição Ubuntu acesse o endereço, e clique
em Ubuntu Desktop (ver Figura 110).

2 interatividade: https://www.ubuntu.com/download

figura 110: Página de download do Ubuntu.

Fonte: dos autores, 2017.

124 ·
Após clicar no link chamado “Ubuntu Desktop”, surge outra página para escolher
uma das versões do Ubuntu que a Canonical (empresa que criou a distribuição
Ubuntu) disponibiliza para download: Ubuntu 16.04.1 LTS e Ubuntu 16.10 (ver
Figura 110). Existem algumas diferenças entre elas que são relacionadas à escolha
dos pacotes de software usados para compor a distribuição. A Ubuntu 16.10 é a
versão que utiliza pacotes ainda em fase de testes, portanto corre-se o risco de se
ter o software ainda instável. Por isso, para trabalhar com este livro, escolhemos a
primeira, ou seja, a Ubuntu 16.04.1 LTS, que a princípio é mais estável. Para escolher
a versão indicada clique em “Download” no quadro referente à opção desejada.
Antes de clicar em “Download”, é importante observar os requisitos mínimos
de hardware para que o Ubuntu possa funcionar bem no computador em que for
instalado. Funcionar bem significa que ele apresenta uma performance adequada,
sem demora para iniciar o sistema operacional e sem lentidão para carregar as
aplicações que deseja utilizar, como editor de textos, planilhas, ferramentas de pro-
gramação, etc. Lembrando, é claro, que cada aplicativo que instalar posteriormente
em seu computador também deverá ter seus próprios requisitos de hardware. Os
requisitos mínimos de hardware para o Ubuntu são processador dual core de 2ghz
ou 2gb de memória ram, 25 gb de espaço livre no disco rígido, drive de dvdou uma
porta usb para a mídia de instalação e acesso à Internet (ver Figura 110).
Na figura seguinte, está demonstrada uma página onde a Canonical apresenta a
possibilidade de fazer doação de recursos financeiros para a empresa. Visto que o
sistema operacional Linux Ubuntu é grátis, essa é uma forma de ajudar a empresa
a continuar seu desenvolvimento. Contudo, é um pedido de doações, não é obri-
gatório. Se não quiser efetuar doações, basta clicar no link “Not now, take me to the
download” que iniciará o download sem custo nenhum (ver Figura 111).

figura 111: Página de início do download do Ubuntu.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 125
5.4.3 Instalação do sistema operacional
O sistema operacional Linux pode ser instalado a partir de uma mídia de cd/dvd
ou de um pendrive. O download do arquivo que contém a imagem ISO, conforme
demonstrado anteriormente, deverá ser salvo em um cd/dvd ou em um pendrive
através de um processo que o torne uma mídia inicializável para começar o processo
de instalação. Para iniciar a instalação do sistema operacional Linux, é necessário
inserir a mídia (cd/dvd ou pendrive) que contém o sistema e ligar o computador.
Ao ligar o computador, o sistema é inicializado, este processo é chamado de boot do
sistema (ver Figura 112). O sistema solicita a escolha do idioma que será utilizado,
conforme é possível visualizar na Figura 112. Após selecionar o idioma Português do
Brasil, a interface será traduzida para a língua portuguesa. Clique em “Instalar Ubuntu”.

1 ATEnção: Antes de iniciar a instalação do sistema operacional Linux, é preciso


configurar a bios do seu computador para realizar o boot pelo drive de cd/
dvd ou pendrive, conforme a escolha feita.

figura 112: Escolha do idioma.

Fonte: dos autores, 2017.

Depois de selecionar o idioma e clicar em Instalar Ubuntu, o sistema apresenta uma


interface chamada “Preparando para instalar o Ubuntu”, onde são apresentadas
duas opções (ver Figura 113): na primeira, você pode indicar para fazer o download
de atualizações enquanto instala o sistema e, na segunda, instalar software de ter-
ceiros para drivers proprietários. Com objetivo de facilitar o processo, marque as
duas opções. É importante lembrar que o fato de marcar essas opções fará com que
instalação seja um pouco mais demorada, pois será necessário baixar os arquivos
da Internet durante o processo. Portanto, se sua conexão com a Internet for lenta,
poderá impactar no tempo consumido durante a instalação do sistema. Contudo, a
vantagem é não precisar fazer isso depois.

126 ·
figura 113: Baixar Atualizações e Instalar Software de Terceiros.

Fonte: dos autores, 2017.

Após as definições sobre o que baixar e/ou instalar é preciso escolher o Tipo de ins-
talação (ver Figura 114). Considerando que o sistema será instalado em um compu-
tador que não tenha nenhum sistema operacional ou que deseja apagar tudo o que
havia no computador e começar uma instalação completamente nova, a opção a ser
escolhida é “Apagar disco e reinstalar o Ubuntu”. Outra opção importante disponível
nesta interface é a “Opção avançada” que, quando utilizada, possibilita que seja feito
o particionamento manual do disco rígido. Particionamento nada mais é do que
dividir um disco rígido em pedaços menores, como explicado no tópico referente à
instalação do Windows.

1 ATEnção: É importante lembrar que, antes de fazer essa instalação, é


necessário fazer backup (cópias de segurança) dos arquivos, imagens, músicas,
textos, configurações, softwares e demais itens que estão no computador,
pois esse processo apaga todo o conteúdo do disco rígido.

figura 114: Tipo de instalação.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 127
Após a escolha da opção “Apagar disco e reinstalar o Ubuntu” na interface “Tipo de
instalação” basta clicar em “Instalar agora” para ir ao próximo passo. O sistema per-
guntará (ver Figura 115): “Escrever as mudanças nos discos?”. Clique em “Continuar”.

figura 115: Escrever mudanças no disco.

Fonte: dos autores, 2017.

Em seguida, o sistema fará a seguinte pergunta, referente à sua localização: “Onde


você está?”. A sugestão padrão é São Paulo, mas você poderá escolher a localização
que se adequar à sua ou então a mais próxima, se for o caso. A escolha pode ser feita
clicando no mapa ou digitando o nome da sua cidade no campo. O impacto desse
ajuste pode parecer pequeno neste momento; contudo, todos os logs e registro do
sistema usam a data e hora, portanto é muito importante que seja atribuída uma
informação adequada e correta.

3 saiba mais: Essa informação permite, entre outras coisas, que o sistema
operacional possa ajustar o fuso horário do computador, mantendo assim
seu relógio atualizado.

A próxima etapa (ver Figura 116) solicita a indicação do Layout do teclado. Consideran-
do que o seu teclado possua uma tecla chamada C cedilha, representada graficamente
por ç ou Ç, escolha a opção Português (Brasil) no primeiro e segundo quadros – este
modelo de teclado também é conhecido por abnt2. Embaixo de ambos os quadros, há
um campo onde poderá clicar para testar as opções de teclas e confirmar se escolheu
a opção correta. Ainda é possível clicar no botão Detectar layout do teclado, que o
ajudará a definir qual escolha deverá ser feita. Contudo, essa função de detecção pode
apresentar falhas e não detectar corretamente, exigindo que a escolha seja manual.
Após a escolha, clique em “Continuar” para ir para a etapa seguinte.

128 ·
figura 116: Layout do teclado.

Fonte: dos autores, 2017.

Agora o sistema quer saber “Quem é você?” (ver Figura 117). Nessa interface, o sistema
lhe apresenta os campos para saber Seu nome, Nome do seu computador, Escolha
um nome de usuário, Escolha uma senha e o campo Confirme sua senha. Ao preen-
cher todos os campos, o sistema automaticamente cria o seu usuário com base no
conteúdo preenchido no campo “Escolha um nome de usuário”, que é necessário
para acessar o sistema. Marque também a opção “Solicitar minha senha para entrar”
– isso forçará o sistema operacional a pedir usuário e senha quando o computador
for ligado. O campo “Nome do seu computador” deve ser preenchido com o nome
que deseja atribuir ao seu equipamento – este será o nome pelo qual sua rede o
identificará; portanto, é necessário que também seja preenchido. Se estiver em uma
rede corporativa ou empresarial será necessário conversar com o administrador para
verificar se existe algum padrão de nome para computador, o qual deve ser utiliza-
do. Caso contrário, atribua um ao seu gosto. Por fim, clique em “Continuar” para o
sistema iniciar a instalação propriamente dita (ver Figura 118).

figura 117: Conta do usuário Ubuntu.

Fonte: dos autores, 2017.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 129
figura 118: Instalação em andamento.

Fonte: dos autores, 2017.

Ao término da instalação o sistema solicitará a reinicialização. Para atender, basta


clicar no botão “Reiniciar agora”. Após a reinicialização do computador, o sistema
apresenta a interface onde mostra o nome do seu usuário e solicita sua senha. Para
acessar o sistema, basta digitar a senha que cadastrou durante o processo de insta-
lação. Digite sua senha e tecle “enter” ou “return”; assim, o sistema verificará suas
credenciais (usuário e senha) e em seguida apresentará a interface do sistema.

1 ATEnção: É importante lembrar que é necessário remover a mídia de


instalação para que o sistema seja inicializado com sucesso. Se a mídia
permanecer no computador, seja um dvd ou pendrive, é possível que o
sistema inicie novamente todo o processo de instalação, e certamente não
queremos que isso aconteça, afinal a instalação do Ubuntu já foi realizada.

5.4.4 Instalação/desinstalação de programas


O sistema operacional já vem com alguns aplicativos instalados. Mas e se você pre-
cisar de algum programa específico, como um editor para desenvolvimento web? No
Linux, como em todos os demais sistemas operacionais, existem formas de instalar e
desinstalar programas que complementam as funcionalidades do sistema. Neste caso,
vamos exemplificar como instalar e desinstalar um editor para desenvolvedores web
chamado Bluefish. O princípio usado neste exemplo pode ser aplicado para instalar
outros programas que julgar necessário.
O primeiro passo é clicar no ícone chamado Ubuntu Software, que pode ser
visualizado na barra vertical à esquerda da tela do seu sistema Linux Ubuntu, re-
presentado por uma pasta laranja que tem como símbolo a letra A de aplicativos.
Na sequência, clique na opção “Todos” que está no topo da interface. Percorra a
tela usando a barra de rolagem, se necessário, e procure a opção Categorias e clique.
Depois clique na opção Ferramentas de desenvolvimento. O sistema apresentará
um novo conjunto de categorias voltadas para programadores. Entre essas escolhas,

130 ·
há a opção Desenvolvimento web – clique nela e depois no lado direito da interface
clique em Editor Bluefish (ver Figura 119). Por fim, clique em Instalar (ver Figura 120).

figura 119: Categoria Desenvolvimento web.

Fonte: dos autores, 2017.

figura 120: Instalar Editor Bluefish.

Fonte: dos autores, 2017.

O sistema solicitará sua senha para iniciar o processo de instalação (ver Figura 121).
Agora é só aguardar o encerramento do processo de instalação.

1 ATEnção: É importante lembrar que seu computador deve estar conectado


à Internet para efetuar a instalação de programas, pois são baixados no
momento em que solicita a instalação.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 131
figura 121: Solicitação da senha do usuário.

Fonte: dos autores, 2017.

Pronto. Concluída a instalação do Editor Bluefish, você pode fechar as janelas


das telas que foram abertas para realizar a instalação. Ao observar a barra vertical
esquerda da interface do Ubuntu, haverá um novo ícone que é o Bluefish. Clique
e veja o que acontece. Caso o ícone não apareça na barra, basta clicar no primeiro
ícone, que contém o símbolo da distribuição Ubuntu e digitar Bluefish. Assim, o
ícone do editor recém instalado será apresentado. Para acessá-lo, basta clicar sobre
ele – o aplicativo será executado (ver Figura 122).

figura 122: Interface do editor Bluefish.

Fonte: dos autores, 2017.

Para remover um aplicativo que foi instalado, basta acessar a ferramenta Ubuntu
software, que pode ser visualizado na barra vertical à esquerda da tela do seu sis-
tema Linux Ubuntu, representado por uma pasta laranja que tem como símbolo a
letra A de aplicativos. Na sequência, clique na opção Instalados que está no topo da
janela, escolha o aplicativo que deseja desinstalar e clique em Remover. O sistema
solicitará sua senha (ver Figura 121). Aguarde o processo de remoção ser concluído.
Afinal de contas, qual a melhor opção de sistema para usar, o livre ou o proprie-
tário? A resposta mais interessante para essa pergunta é variável. Cada organiza-
ção, empresa ou desenvolvedor têm necessidades específicas e, conforme essas
especificidades, o profissional de tecnologia deve escolher a opção que melhor se
adequa às necessidades técnicas ou políticas da organização.
Por que aprender sobre diversos sistemas operacionais, sejam eles software
livre ou proprietário? A grande sacada está em ter liberdade, mas liberdade de quê?

132 ·
Liberdade de escolha para usar o sistema operacional que melhor se adequa para
as situações encontradas durante a vida profissional. Se for um profissional da
área de tecnologia da informação, é importante saber sobre os diversos sistemas
operacionais, porque as organizações ou empresas onde for trabalhar poderão
optar pelo sistema que se adequa às necessidades da empresa, ou ainda, se for
professor, poderá ensinar para seus alunos transmitindo, além do conhecimento,
a liberdade de escolha.
Nesta unidade, vimos sobre os sistemas operacionais, principalmente sobre
o Windows e Linux. Analisamos suas características e um pouco da sua história.
Aprendemos como instalar e desinstalar programas em ambos os sistemas. Compre-
endemos sobre formatação e partição de discos. Todo o conteúdo visto aqui merece
ser estudado mais a fundo, com o uso de material complementar. É recomendado
usar principalmente os títulos usados nas referências, afinal, quanto mais compre-
endermos sobre sistemas operacionais, maior será a qualidade da nossa formação.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 133
6MONTAGEM DE
COMPUTADORES

134 ·
licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 135
INTRODUÇÃO
P
ara realizar a montagem de um computador, é necessário identificar e conhe-
cer os componentes envolvidos e tomar algumas precauções para realizar a
instalação dos mesmos de forma adequada e segura.

136 ·
6.1
COMPONENTES DA PLACA-MÃE
A Figura 123 apresenta uma placa-mãe típica de um computador atual.

figUrA 123: Placa-mãe e seus principais componentes

foNTE: NTE (2017)

Os principais componentes da placa-mãe são:


a) Conector de energia ATx 12 volts (2 x 2 pinos) – o conector de energia de 12
V fornece principalmente energia para a cpU. Caso o conector de energia de 12 v
não esteja conectado, o computador não ligará.
b) Soquete do processador.
c) Slots de memória (ddr3, dual channel).
d) Conector principal de energia ATx (2x12 pinos) – com o uso do conector de
energia, a fonte de alimentação pode fornecer energia estável suficiente para todos
os componentes na placa-mãe. O conector de energia possui um desenho que im-
pede a conexão de forma incorreta. Caso a fonte utilizada não proporcione energia
suficiente, poderá resultar em um sistema instável ou incapaz de iniciar. Caso seja
usada fonte de alimentação que não forneça a energia requerida, o resultado pode
levar a um sistema não estável ou que não possa ser iniciado.
e) Chipset.
f) Bios.

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 137
g) Conectores sATA 6 gb/s (sATA 3).
h) Conector de ventoinha da fonte de alimentação (pwr_fAN, 3 pinos).
i) Conectores sATA 3 gb/s (sATA 2).
j) Jumper Limpar cmos (clr_cmos) – use este jumper para limpar os valores cmos
(exemplo – informação de data e configurações Bios) e retorne os valores cmos às
predefinições de fábrica. Para limpar os valores de cmos, coloque a capa do jumper
nos dois pinos para causar curto temporário dos dois pinos ou use um objeto de
metal como uma chave de fenda para tocar os dois pinos durante alguns segundos.

1
ATENção: Sempre desligue o seu computador e desconecte o cabo de energia
da tomada de energia antes de limpar os valores de cmos.
Depois de limpar os valores de cmos e antes de ligar o seu computador,
certifique-se de remover a capa do jumper. A falha em fazê-lo pode causar
danos à placa-mãe.
Após o reinício do sistema, vá para Configuração do Bios para
carregar os padrões de fábrica ou configure manualmente a Bios.

k) Conectores do painel frontal – possuem os conectores do interruptor de


energia (Power SW), botão de reinicialização (Reset SW), lEd do hd (hdd Led) e
lEd de energia (Power Led). Opcionalmente podem ser conectados o alto-falante
do sistema, o conector de intrusão no gabinete e um lEd de indicação de baixo
consumo de energia/stand-by. A Figura 124 apresenta os pinos dos conectores do
painel frontal.

1 ATENção: Certifique-se de ter ligado corretamente o conector do interruptor


de energia (Power Switch), pois ele é o responsável por ligar o computador
quando pressionamos o botão no gabinete frontal.

figUrA 124: Pinos dos conectores do painel frontal.

foNTE: NTE (2017)

138 ·
l) Conectores usb 2.0/1.1 – cada conector pode fornecer duas portas usb, sendo
cada uma composta por 4 pinos: vcc, d-, d+ e gnd. A Figura 125 apresenta os pinos
do conector usb.

1 ATEnção: Dependendo do modelo e marca do gabinete, o cabo para conectar


na porta USB pode ter:
Um único conector que impede a conexão invertida.
Dois conectores com 4 fios em cada conector, sendo um conector para
cada porta USB.
Oito conectores individuais, um para cada pino.
Se o conector não for único, observar atentamente a ordem dos fios,
pois a ligação invertida provocará a queima de qualquer dispositivo que for
conectado na porta USB.

figura 125: Pinos do conector USB.

Fonte: dos autores.

m) Conector Trusted Platform Module (tpm) – um componente capaz de arma-


zenar chaves criptográficas seguras e proteger informações das aplicações.
n) Conector de ventoinha do sistema (sys_fan2, 4 pinos) – para melhor dissi-
pação de calor, recomenda-se que a ventoinha do sistema seja instalada dentro
do gabinete.
o) Conector s/pdif de saída – este conector suporta a saída s/pdif digital e co-
necta um cabo de áudio digital s/pdif (fornecido pelas placas de expansão) para
saída de áudio digital da sua placa-mãe a certas placas de expansão, como placas
de vídeo e placas de som.
p) Conector de áudio do painel frontal – suporta áudio de alta definição Intel
(hd) e áudio ac'97. Pode ser conectado no módulo de áudio do painel frontal do
gabinete.
q) Slot pci.
r) Slot pci Express x4.
s) Bateria – a bateria fornece energia para manter os valores (tais como configura-
ções bios, data, e informação de tempo) no cmos quando o computador é desligado.
t) Slot pci Express x1.
u) Slot pci Express x16.
v) Conector de ventoinha do sistema (sys_fan1, 3 pinos).
w) Conector de ventoinha da cpu (cpu_fan, 4 pinos) – ­ a placa-mãe suporta
controle de velocidade da ventoinha da cpu.
x) Conectores do painel traseiro – conectores dos dispositivos on-board da
placa-mãe.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 139
A Figura 126 apresenta os conectores do painel traseiro e na sequência a sua descrição:

figUrA 126: Conectores do painel traseiro.

foNTE: NTE (2017)

a) Porta UsB 2.0/1.1.


b) Porta teclado/mouse PS/2.
c) Porta paralela.
d) Porta serial.
e) Conector de saída s/pdif Optical.
f) Porta UsB 3.0/2.0.
g) Porta rj-45 lAN.
h) Conector de entrada de áudio (azul).
i) Conector de saída de áudio (verde).
j) Conector de entrada do microfone (rosa).

140 ·
6.2
PRECAUÇÕES PARA INSTALAÇÃO
A placa-mãe contém inúmeros circuitos eletrônicos e componentes delicados que
podem ser danificados por uma descarga eletrostática (esd). Antes da instalação,
leia atentamente o manual do usuário e siga esses procedimentos:
» Sempre desconecte o cabo de energia da tomada antes de instalar, remover a
placa-mãe ou outros componentes de hardware.
» Ao conectar componentes de hardware nos conectores internos da placa-mãe,
certifique-se que estejam conectados firmemente e de maneira segura.
» Ao manusear a placa-mãe, evite tocar nos condutores de metal ou conectores.
» É aconselhável usar uma pulseira de descarga eletrostática (esd) ao manusear
componentes eletrônicos. Caso não possua pulseira esd, mantenha as mãos secas
e toque num objeto de metal primeiramente para eliminar a eletricidade estática.
» Antes de ligar a energia, verifique se a voltagem da fonte de alimentação está
de acordo com o padrão local de voltagem.
» Para evitar danos à placa-mãe, não permita que parafusos entrem em contato
com os circuitos da placa-mãe ou seus componentes.
» Certifique-se de não esquecer parafusos ou componentes de metal colocados
na placa-mãe ou dentro do gabinete do computador.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 141
6.3
INSTALAÇÃO DA CPU E DO COOLER
DA CPU
Antes de começar a instalar a cpU, certifique-se de que o soquete da cpU na placa-
-mãe é compatível com a cpU, e siga os seguintes passos:
a) Pressione a alavanca do soquete da cpU para baixo e para longe do soquete
e em seguida levante completamente a alavanca do soquete da cpU com a placa
metálica. Remova a tampa de soquete da cpU conforme mostra a Figura 127, man-
tendo o dedo indicador sobre a faixa traseira da tampa de soquete e deslizando
a extremidade frontal (próximo à marca "rEmovEr"), removendo a tampa. Não
toque nos contatos do soquete. Para proteger o soquete de cpU, mantenha sempre
a cobertura de proteção do soquete quando a cpU não estiver instalada.

figUrA 127: Removendo a tampa da cpU.

foNTE: NTE (2017)

b) Localize os chanfros de alinhamento no soquete de cpU na placa-mãe e as


marcações na cpU, conforme a Figura 128.

figUrA 128: Chanfros de alinhamento no soquete e na cpU.

foNTE: NTE (2017)

142 ·
c) Alinhe o pino 1 de marcação (triângulo) da cpU com o canto do pino 1 do
soquete da cpU (ou alinhe as marcas da cpU com os chanfros de alinhamento do
soquete) e cuidadosamente insira a cpU na sua posição, conforme a Figura 129.

figUrA 129: Instalando a cpU no soquete.

foNTE: NTE (2017)

d) Uma vez que a cpU estiver devidamente inserida, use uma mão para segurar
a alavanca do soquete e use a outra mão para repor a placa metálica levemente.
Ao repor a placa de carga, verifique que a extremidade frontal da mesma está sob
o parafuso de apoio, conforme a Figura 130(a). Empurre a alavanca do soquete da
cpU novamente para a posição travada, conforme a Figura 130(b).

figUrA 130: Fixando a cpU no soquete.

foNTE: NTE (2017)

e) Aplique uma camada uniforme e fina de pasta térmica na superfície da cpU


instalada.
f) Antes de instalar o cooler, repare a direção da seta no pino macho, conforme
a Figura 131, girando o pino na direção da seta para remover o cooler, e no sentido
oposto para instalar.

figUrA 131: Fixando o cooler da cpU.

foNTE: NTE (2017)

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 143
g) Coloque o cooler em cima da cpU alinhando os quatro pinos nos orifícios da
placa-mãe. Empurre os pinos diagonalmente até ouvir um “clique”. Verifique se os
pinos de encaixe macho e fêmea estão bem juntos, conforme a Figura 132.
figUrA 132: Fixando o cooler da cpU.

foNTE: NTE (2017)

1 ATENção: Pinos mal travados reduzem a pressão do cooler no processador,


diminuindo sua eficiência e causando superaquecimento.

h) Após a instalação, verifique a parte traseira da placa-mãe. Caso o pino esteja


inserido conforme a Figura 133(a), a instalação está completa. Finalmente, fixe o
conector de energia do cooler da cpU no conector da ventoinha da cpU (cpU_fAN)
na placa-mãe, conforme a Figura 133(b).

figUrA 133: Finalizando a instalação do cooler da cpU.

foNTE: NTE (2017)

144 ·
6.4
INSTALAÇÃO DE MEMÓRIA
Antes de instalar um módulo de memória, certifique-se de que a placa-mãe suporta
a memória. Recomenda-se que memórias de mesma capacidade, marca, velocidade
e chips sejam utilizadas. Certifique-se que o computador esteja desligado antes de
instalar ou remover um módulo de memória.
Os módulos de memória possuem encaixes que impedem a conexão invertida e
em conectores não compatíveis, conforme a Figura 134. Caso não consiga inseri-lo
no slot, troque a direção e verifique se o módulo de memória é compatível com o
slot. Módulos de memória ddr3 e ddr2 não são compatíveis um com o outro ou
com módulos ddr.

figUrA 134: Encaixe do slot de memória.

foNTE: NTE (2017)

1 ATENção: Em algumas placas mãe, o slot de memória chamada de banco 0


deve ser preenchido antes dos outros slots de memória da placa-mãe. Em
alguns casos, o banco 0 precisa ter o módulo de rAm maior, se estiver usando
módulos de tamanhos diferentes. Consulte sempre o manual da placa-mãe,
já que não existe uma regra fixa.

Para instalar um módulo de memória:


a) Abra os clipes de retenção em ambas extremidades do soquete de memória.
Coloque o módulo de memória no soquete. Conforme indicado na Figura 135(a),
empurre a memória para baixo e insira a mesma de forma vertical no soquete de
memória.
b) Os clipes em ambas extremidades do slot voltarão ao seu lugar quando o
modulo de memória for inserido de forma segura, conforme a Figura 135(b).

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 145
figura 135: Instalando um módulo de memória.

Fonte: Gigabyte (2016).

146 ·
6.5
INSTALAÇÃO DOS COMPONENTES
NO GABINETE
O próximo passo consiste em instalar os componentes no gabinete. Para isso, siga
os seguintes passos:
a) Remova os parafusos que fixam as laterais do gabinete.
b) Desencaixe e remova as tampas laterais do gabinete.
c) Remova a chapa traseira dos conectores padrão do gabinete, conforme a
Figura 136, e instale a chapa correta que acompanha a placa-mãe.

figUrA 136: Instalando a chapa traseira dos conectores.

foNTE: dos autores.

d) Conecte os conectores do painel frontal de acordo com a especificação do


manual da placa-mãe, conforme o exemplo da Figura 124.
e) Fixe no gabinete o disco rígido (hd), os drives óticos (dvd ou Blu-Ray) e o
leitor de cartão, conforme a Figura 137.

figUrA 137: Instalando a chapa traseira dos conectores.

foNTE: dos autores.

f) Conecte os conectores das portas UsB frontais, de acordo com a especificação


do manual da placa-mãe, conforme a Figura 138.

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 147
1 ATENção: A conexão incorreta do conector USB frontal na placa-mãe provoca
danos nos dispositivos UsB.

figUrA 138: Conector UsB.

foNTE: dos autores.

g) Fixe a placa-mãe no gabinete usando os parafusos ou conectores adequados.


Jamais coloque a espuma antiestática (que vem na embalagem da placa-mãe) entre
a placa-mãe e o chassi metálico do gabinete, pois isso impede a correta circulação
do ar e dissipação do calor.
h) Conecte os cabos de energia nos drives, o conector principal da fonte ATx (24
pinos) e o conector ATx 12v (4 pinos) nos respectivos encaixes na placa-mãe. Algu-
mas fontes e algumas placas mãe possuem um conector 12v de 8 pinos. A Figura
139 apresenta os conectores da fonte de alimentação e a Figura 140 apresenta o
local de conexão na placa-mãe, identificado com a letra A, onde é conectado o ATx
12v 4 pinos e com a letra d onde é conectado o ATx 24 pinos.

figUrA 139: Conectores da fonte de alimentação.

foNTE: dos autores.

figUrA 140: Conexões da fonte de alimentação na placa-mãe.

foNTE: TE (goo.gl/c9BZmd)

148 ·
i) Conecte o cabo sATA no hd, dvd e Blue-Ray e no respectivo conector da pla-
ca-mãe, conforme a Figura 141.

figUrA 141: Cabo sATA, conexão no hd e conector sATA na placa-mãe.

foNTE: dos autores.

j) Conecte os conectores das ventoinhas do sistema (sys_fAN1 e sys_fAN2), se tiver.


k) Se tiver placas de expansão, localize um slot de expansão que suporte a sua
placa. Remova a tampa metálica do slot do painel traseiro do gabinete. Alinhe a
placa com o slot e pressione-a para baixo até que esteja completamente assentada
no slot. Certifique-se que os contatos de metal na placa estejam completamente
inseridos no slot. Prenda o suporte de metal da placa ao painel traseiro do gabinete
com um parafuso. Para remover a placa, pressione a trava na extremidade final da
fenda para PCI Express de forma a liberar a placa e depois puxe a placa para cima
a partir da fenda, conforme a Figura 142.

figUrA 142: Instalando uma placa de vídeo pci Express.

foNTE: NTE (2017)

l) Recoloque as tampas laterais do gabinete, fixando-as com os parafusos.


m) Conecte o teclado, o mouse e o monitor.
n) Verifique se a fonte de alimentação está com a chave seletora da tensão da
rede (127V ou 220V) na posição adequada, de acordo com a rede da sua região e
conecte o cabo de alimentação da fonte na tomada.
o) Ligue o computador.

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 149
6.6
CONFIGURAÇÃO DO BIOS
Basic Input/Output System (bios) é um sistema básico de entrada e saída, que
registra parâmetros de hardware do sistema no cmos da placa-mãe. Suas principais
funções incluem a realização do Power-On Self-Test (post) durante a inicialização
do sistema, que o processador, memória e controladora de vídeo estão presentes
e funcionando. Permite também ao usuário modificar as configurações básicas do
sistema ou para ativar certos recursos.
Quando a energia é desligada, a bateria da placa-mãe fornece a energia neces-
sária para o cmos manter os valores de configuração.
Para acessar o programa de configuração do bios, deve ser pressionada a tecla
Delete, F2 ou F10 (dependendo do modelo) durante o post quando o computador
está inicializando. Também é possível escolher o dispositivo de boot cujo sistema
operacional será inicializado através do pressionamento da tecla F8 ou F12.
Atualmente, todas as placas-mãe permitem a atualização do bios para suportar
novas funcionalidades do hardware, através do download da nova versão e insta-
lação via software.
As principais funcionalidades do bios, que podem variar de acordo com o
modelo, são:
Save cmos to bios – salva as configurações atuais.
Load cmos from bios – carrega um perfil de configurações salvo anteriormente.
Load fail-safe defaults – carrega uma configuração básica do sistema, que não
proporciona o melhor desempenho, mas garante a maior compatibilidade entre
dispositivos de hardware, minimizando problemas como erros e travamentos.
Load optimized defaults – carrega uma configuração otimizada para um melhor
desempenho.
Standard cmos features – configura a data e hora do sistema, tipo de disco rí-
gido (hd), o comportamento do sistema em caso de erros de hardware durante a
inicialização, dentre outros.
Advanced bios features – configura a ordem dos dispositivos na inicialização
do sistema, características da cpu e a definição da controladora de vídeo principal
(on-board ou externa).
Integrated peripherals – configura todos os dispositivos periféricos, como sata,
usb, áudio integrado, placa de rede (lan), dentre outros.
Power management setup – configura todas as funções de gerenciamento de
energia.
pc Health status – exibe as informações de temperatura e voltagem da cpu e
velocidade das ventoinhas.
Set supervisor password – define ou desabilita a senha que permite alterar a
configuração do bios.
Set user password – define ou desabilita a senha para acessar o computador e
visualizar as configurações do bios.

150 ·
Password check – define quando a senha será solicitada: a cada vez que inicializar
o sistema ou apenas quando entrar no modo de configuração do bios.
Save & exit setup – salva a configuração no cmos e sai do programa.
Exit without saving – sai do programa sem salvar as alterações.
Todos os modelos de placa-mãe possuem bios que detectam automaticamente as
frequências de operação da cpu, barramentos e memória, de acordo com o modelo
instalado. Alguns modelos de bios permitem alterar manualmente as configurações
de frequência da cpu, barramentos e memória, para obter um desempenho acima
do especificado pelo fabricante (overclocking), o que pode causar superaquecimento
e danificar os componentes.
Para alterar as configurações do bios que esteja protegido por senha, deve-se
fazer o processo de "limpar" a configuração através do jumper Clear cmos Setup
da placa-mãe ou removendo e recolocando a bateria. Deve-se esperar alguns se-
gundos para recolocar a bateria.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 151
6.7
VERIFICAÇÃO DA FONTE DE
ALIMENTAÇÃO
A fonte de alimentação é responsável por converter a corrente alternada da rede
elétrica de 127 ou 220 Volts para corrente contínua de 5, 12 e 3,3 Volts para os com-
ponentes eletrônicos do computador.
Quando o computador não liga, a primeira coisa que deve ser testada é se há
algum problema com a fonte de alimentação. Se a fonte está ligando, mas o com-
putador não, o problema está no hardware do computador. Verifique se todos os
conectores estão devidamente conectados e se os módulos de memórias estão
devidamente encaixados, especialmente verifique se está ligado corretamente o
conector do interruptor de energia (Power Switch) do gabinete frontal com o res-
pectivo conector na placa-mãe.
Se a fonte de alimentação não está ligando, o primeiro teste a ser realizado é
verificar se há energia elétrica na rede elétrica à qual o computador está conectado.
Para isso, é necessário um multímetro e deve-se verificar se há tensão de 127V ac
ou 220V ac na mesma e se a chave seletora da tensão fonte de alimentação está de
acordo com a rede. Verifique também se o cabo de alimentação está corretamente
conectado na tomada e na fonte de alimentação.
Se estiver tudo certo com a rede elétrica, é preciso testar a fonte. Desconecte a
fonte da tomada e desconecte o cabo de alimentação atx 24 pinos da placa-mãe.
Pegue um clipe de papel metálico, sem pinturas e dobre-o de modo que ele fique
com duas pontas para baixo ou utilize um fio metálico maleável, com as pontas
desencapadas.
Com o cabo de alimentação da placa-mãe em mãos, localize o terminal do fio
verde e insira uma das pontas do clipe ou do fio e a outra ponta conecte no fio preto
(gnd), conforme a Figura 143.

figura 143: Conector usb.

Fonte: dos autores

152 ·
Reconecte a fonte de alimentação à rede elétrica e verifique se a fonte ligou. Se a
fonte não ligou, o problema está na fonte de alimentação e deve-se verificar se o
fusível da mesma está em boas condições. Porém, isso normalmente necessita de
um ferro de solda e pode envolver testes e substituições de componentes eletrônicos
e provavelmente substituição da fonte de alimentação.
Se a fonte ligou, é necessário testar as tensões da mesma com o auxílio de um
multímetro, testando cada um dos pinos com o multímetro. Para isso, coloque a
ponteira preta em qualquer um dos pinos que tem um fio preto e, com a ponteira
vermelha, teste todos os demais pinos, medindo a tensão em Volts com Corrente
Contínua numa escala que vai até 20 Volts, conforme a Figura 144.

figUrA 144: Teste de Tensão na Fonte de Alimentação.

foNTE: Morimoto (2016).

Teste a tensão nos seguintes pinos dos cabos da fonte de alimentação e verifique
se os mesmos estão dentro dos limites aceitos, de acordo com o Quadro 5.

qUdro 5: Tensões nos Pinos da Fonte de Alimentação.

foNTE: dos autores, 2017.

Se algum dos pinos estiver com a tensão fora dos limites é necessário substituir
a fonte de alimentação. Se todos estiverem adequados e o computador não está
ligando, algum componente do hardware do computador está mal conectado ou
defeituoso.
Nessa Unidade, você conheceu os detalhes práticos da montagem e manutenção
de computadores, com a identificação de cada conector, as precauções na mon-
tagem e o passo a passo para realização da montagem. Aprendeu também alguns
detalhes sobre a configuração do Bios para o correto funcionamento do computador.

LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 153
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E
ste material apresentou os principais conceitos sobre a montagem e ma-
nutenção de computadores. Através deste material você obteve uma visão
geral de como funciona um computador e como os principais componentes
de hardware e software se relacionam para colocar um computador em operação.
O material também apresentou a evolução dos computadores, compreendendo
desde os primeiros dispositivos criados para executar operações matemáticas até
as principais contribuições tecnológicas dos circuitos integrados. Também estuda-
mos os principais componentes de hardware do computador, onde abordamos o
propósito de cada componente, fornecendo detalhes sobre seu modo de operação
e descrevendo a função de cada componente em relação aos demais. Estudamos
ainda como usar os simuladores para criar um ambiente virtual capaz de colocar
em prática as técnicas de montagem e manutenção de computadores, dispensando
a necessidade da aquisição dos componentes físicos reais do computador apenas
para obter um contato inicial com estas técnicas. Aprendemos ainda sobre a insta-
lação de diferentes tipos de sistemas operacionais e como adicionar e remover os
programas aplicativos utilizados pelos usuários comuns. Para finalizar, estudamos
como montar um computador, abordando os principais conceitos sobre as técnicas
envolvidas neste processo.

154 ·
REFERÊNCIAS
campos, a. O que é Linux. BR-Linux. Florianópolis, março de 2006. Disponível em
<http://br-linux.org/faq-linux>. Acesso em: 02 jan. 2017.

computer history museum. Babbage Engine. 2017. Disponível em: <http://www.


computerhistory.org/babbage/engines> Acesso em: 27 jan. 2017.

free Software Foundation. O que é software livre? 2012. Disponível em <https://


www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html>. Acesso em: 02 jan. 2017.

gigabyte. GA-P67A-D3-B3–Placa-Mãe: Manual do Usuário. 2016. Disponível em:


<http://download.gigabyte.ru/manual/mb_manual_ga-p67a-d3-b3_pt.pdf> Acesso
em: 12 de dez. 2016.

jain, r. The Art of Computer System Performance Analysis: Techniques for Experi-
mental Design, Measurement, Simulation and Modeling. New York: Wiley Computer
Publishing, John Wiley & Sons, 1991.

monteiro, m. a. Introdução à Organização de Computadores. 5. ed. Rio De Ja-


neiro: ltc, 2007.

morimoto, c. e. Hardware: o Guia Definitivo. Porto Alegre: Sul Editores, 2007.

morimoto, c. e. Hardware II: o Guia Definitivo. Porto Alegre: Sul Editores, 2010.

noal, l. a. j. Linux para Linuxers: do desktop ao datacenter. 1. ed. São Paulo: No-
vatec Editora Ltda, 2016.

stuart, b. l. Princípios de sistemas operacionais: projetos e aplicações. São Paulo:


Cengage Learning, 2011.

tanenbaum, a. s. Sistemas Operacionais Modernos. Tradução de Ronaldo A. L.


Gonçalves, Luís A. Consularo, Luciana do Amaral Teixeira. 3. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2009.

tanenbaum, a. s. Organização estruturada de computadores. 5. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2007.

tibet, c. v. Linux administração e suporte. São Paulo: Novatec Editora Ltda, 2001.

ward, b. Como o Linux Funciona: o que todo superusuário deveria saber. 1. ed.
São Paulo: Novatec Editora Ltda, 2015.

waslawick, r. s. História da computação. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 155
ATIVIDADES DE REFLEXÃO
OU FIXAÇÃO
Esta seção propõe um grupo de atividades dos assuntos apresentados neste mate-
rial. Segue a lista de exercícios:

Unidade 1:

1. Explique com suas palavras o que é um processador.

2. Qual a diferença entre memória principal e secundária?

3. Qual é a função da bios?

4. Explique o que é um firmware.

5. O que são programas aplicativos?

6. Descreva resumidamente as principais etapas da sequência de boot.

7. Qual a função da Master Boot Record (mbr)?

8. O que é um arquivo Boot Loader?

9. Qual a função do sistema operacional?

10. Explique o significado do kernel de um sistema.

Unidade 2:

1. Explique quais as tarefas cotidianas dos povos antigos que motivaram a necessi-
dade da criação de dispositivos mais sofisticados para executar cálculos complexos.

2. Cite e descreva os três principais dispositivos usados na antiguidade para exe-


cutar cálculos complexos.

3. Qual a razão que fundamentou a criação dos computadores mecânicos?

4. Quais foram os principais avanços realizados na era dos computadores mecânicos


e quais os principais desafios encontrados neste período?

5. Qual a principal diferença entre os computadores mecânicos e digitais em relação


à forma como os dados eram representados e armazenados?

156 ·
6. Cite os principais acontecimentos que consolidaram o advento dos computadores
digitais e sua importância neste período.

7. Explique a vantagem de usar válvulas em comparação com os relés no projeto


de um computador digital.

8. Disserte sobre a vantagem de usar transistores em relação as válvulas no projeto


de um computador digital.

9. Explique o que é um circuito integrado e sua relação com os transistores.


10. Qual o significado do termo “palavra” usando a terminologia da ciência da
computação.

11. Explique as principais diferenças entre os processadores 4004, 8008 e o 286.

12. O que significa o termo pipeline e qual a importância para o desempenho de


um processador?

13. Explique a técnica chamada memória swap.

14. Quais as vantagens e desvantagens de empregar a técnica chamada overclock?

15. Qual o motivo que inspirou a criação do circuito branch prediction?

16. Disserte sobre as diferenças entre as abordagens in-order e out-of-order no


projeto de processadores.

17. Cite e descreva as principais características de três processadores fabricados


pela Intel e três processadores fabricados pela amd.

18. O que significa a Lei de Moore?

Unidade 3

1. Explique qual a função do componente fan e qual sua respectiva função no


computador.

2. Como um profissional da área da informática que atua na montagem e manu-


tenção de computadores pode distinguir se uma placa-mãe suporta o padrão ddr
sdram ou o padrão sdram?

3. Qual a diferença entre as fontes de alimentação at e atx? Qual destes modelos é


mais utilizado atualmente e qual a razão?

4. O que é um cabo flat e quais tipos de componentes ele pode conectar?

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 157
5. Qual a diferença entre os conectores de padrão sata e pata?

6. Explique a função da bios no computador.

7. O que é um chipset? Qual a função do chipset norte e sul na placa-mãe?

8. Quais as principais características dos slots pci e quais tipos de componentes


eles podem conectar?

9. Cite e explique a função de quatro tipos de conectores periféricos que podem


ser conectados na placa-mãe.

10. Qual a função do processador em um computador?

11. Quais os componentes um processador pode possuir e qual a sua respectiva


função?

12. Cite as características mais relevantes em termos de desempenho de três pro-


cessadores modernos.

13. Qual a função da memória ram e qual a sua relação em relação às demais me-
mórias do computador?

14. Quais são os componentes internos da memória ram e qual sua função?

15. Explique como funciona o processo de consulta de dados na memória ram.

16. Quais os diferentes padrões de memória ram e quais são os mais utilizados
atualmente?

17. Qual a diferença entre memória ram e memória rom?

18. Conceitue e explique os diferentes tipos de memória rom.

19. Para que serve o disco rígido e quais os diferentes nomes que ele pode ser
chamado?

20. Quais são os componentes internos de um disco rígido?

21. Qual a velocidade média de operação de um disco rígido?

22. Explique a função do jumper em um disco rígido.

23. Qual a diferença dos monitores de vídeo crt para os monitores lcd?

24. Explique a diferença entre os padrões de conectores de vídeo vga e hdmi.

158 ·
25. Qual a função do teclado no computador?

26. Quais os tipos de conectores que um teclado pode usar e qual o mais eficiente?

27. Como a função do mouse pode complementar a função do teclado?

28. Conceitue e diferencie a interface gráfica da interface de modo texto.

29. Quais os componentes internos que compõem o mouse?

30. Quais as alternativas para substituir o uso do mouse no computador?

31. Para que serve o gabinete e quais são os diferentes nomes pelos quais ele pode
ser conhecido?

Unidade 4

1. Explique a vantagem de possuir um simulador para atividades de montagem e


manutenção de computadores.

2. Qual a finalidade do simulador de defeitos?

3. Qual a função dos simuladores de montagem de computadores desktop e no-


tebooks?

4. Quais os modos existentes nos simuladores de montagem de computadores


desktop e notebook?

5. Cite e explique as camadas existentes no simulador de montagem de desktop.

6. Cite e explique as camadas existentes no simulador de montagem de notebooks.

7. Instale o simulador de defeitos e teste seus conhecimentos resolvendo cinco


desafios.

8. Instale o simulador de montagem de computadores desktop, ative o modo de


aprendizagem e conclua as tarefas da camada Power Supply.

9. Instale o simulador de montagem de notebooks, ative o modo de aprendizagem


e conclua as tarefas da camada Underside Layer Access.

10. (Sugestão de atividade em grupo) Forme grupos de três pessoas em um laboratório


equipado com o simulador de defeitos e promova uma competição entre os grupos.

licenciatura em computação |
Laboratório de montagem e manutenção de computadores · 159
Unidade 5

1. Defina o que é um sistema operacional e apresente suas principais características.

2. Descreva o que é uma distribuição Linux.

3. Explique a diferença entre software livre e software proprietário.

4. Apresente os requisitos para que um software seja considerado livre.

5. Apresente os recursos do hardware que o sistema operacional gerencia.

6. Explique as motivações para particionar o disco rígido e suas vantagens.

Unidade 6

1. Existe algum conector que permite a conexão de forma incorreta?

2. Quais as peças que podem sofrer danos durante a montagem?

3. Há risco de queimar algum componente se a montagem for incorreta? Qual(is)?

4. O que é a eletricidade eletrostática e o que ela pode provocar nos componentes?

5. Quais fatores podem levar o processador a superaquecer?

6. Pode-se colocar um módulo de memória ddr3 num slot de memória ddr2 e


vice-versa?

7. Há risco de ligar as portas usb frontais invertidas e o que isso pode acarretar?

160 ·

Potrebbero piacerti anche