Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
SUMÁRIO
Artigos
Espaço e Memória
resumo
1 INTRODUÇÃO
As empresas cooperativas que, ao contrário das demais empresas privadas, não tem como
principal objetivo remunerar o capital investido pelos associados, mas sim distribuir as sobras de maneira
proporcional, encontram dificuldades para a formação de um volume de capital que atenda as
necessidades de investimento. A forma mais comum tem sido a retenção das sobras, desse modo cria-se
um capital para reinvestimento na própria empresa.
Uma cooperativa que comercializa produtos agropecuários tem dificuldades para ampliação da
rendados associados, e a estratégia principal adotada nesse sentido está na agregação de valor através da
expansão vertical, isto é, a agroindustrialização é vista como uma das melhores alternativas de
crescimento da empresa.
Quando se torna agroindústria, uma cooperativa passa a participar mais ativamente da cadeia de
produção a qual faz parte. A cooperativa amplia seu caráter empresarial e dirige-se à expansão e
conquista de mercados (MÜLLER, 1990, p.53-54). concomitantemente a organização cooperativa fica
exposta às mesmas condições de competição das outras empresas.
Quanto ao produtor associado, este, que ao pertencer à organização cooperativa já segue sua
orientação, passa a ser comandado, muitas vezes de maneira direta via contratos, à lógica da
agroindústria. A luta pelo aumento de sua renda está condicionada aos preços dos produtos.
Como empresa e instituição, a cooperativa fomenta a produtividade, a qualidade (para conquista
de mercados e obtenção de melhores preços) e o maior retorno à cooperativa e aos cooperados com a
participação nos resultados. A COCAMAR é um caso representativo do que significou o ingresso
cooperativista no segmento agroindustrial, passando a atuarem mercados altamente competitivos.
Em muitas cooperativas a agroindustrialização foi possível com o auxílio estatal, com crédito
oficial subvencionado. Colaboraram para a iniciativa as facilidades encontradas pelas mesmas como o
controle da matéria-prima (OCEPAR, 1990, p.17). Com o estímulo governamental houve o
investimento tecnológico necessário, viabilizando a implantação de unidades agroindustriais.
Uma questão que se coloca diante da atividade agroindustrial, está na relação entre a demanda
de matéria-prima (ligada à capacidade instalada de processamento) e a demanda do produto para o
mercado. Como afirmaVEIGA (1980, p.320): ... “da mesma forma que é indispensável a compreensão
das relações agricultura-indústria através da oferta, é também fundamental o conhecimento da interação
indústria-consumo através da demanda.”
Nos anos de 1990, as cooperativas adotam estratégias “modernas”, típicas do período de grande
competitividade (interna e internacional) por mercados. Tais estratégias envolvem parcerias, fusões,
novas aquisições e terceirização de atividades e funções. LOURENÇO (1998, p. 6) cita alguns casos
em que estas estratégias são exemplificadas:
A articulação entre as cooperativas é um fator importante e decisivo para a pretensão das mesmas
em manterem um nível de eficiência produtiva, adequando-se aos condicionantes impostos pelo
mercado. Assim o setor cooperativista se fortalece com capacitação tecnológica e ampliação da base
comercial (FONSECA & COSTA, 1995, p.369).
3 A COCAMAR E A AGROINDUSTRIALIZAÇÃO
O cooperativismo surgiu como instrumento de defesa dos produtores, em uma época bastante adversa, de profundas
dificuldades na comercialização das safras. A expectativa era de que as cooperativas permitissem visualizar uma solução
de curto prazo, que resolvesse o problema dos excedentes de café e que gerasse o equilíbrio do mercado e a retomada dos
preços. Diante desse quadro não se pode dizer que houve algum tipo ou forma de conscientização dos produtores quanto à
prática associativista e suas vantagens.
Cabe ressaltar o papel fomentador o Estado através de estímulos diretos, via, sobretudo, a
participação do antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC) na implantação das cooperativas. Por outro
lado, estímulos governamentais foram dados nos anos de 1970 para que fosse iniciada a modernização
agropecuária, com a substituição de culturas tradicionais (como o café) por “modernas” como a soja.
Assim um intenso processo de transformação aconteceu no Paraná, sendo muito mais perceptível no
Norte do Estado, onde a erradicação quase completa dos cafezais, antecipada pela geada em 1975,
provocou uma “corrida” por novas culturas, sobretudo a soja. Tal busca tornou-se quase uma
imposição aos produtores.
Uma vez completada a transição na agricultura, o Norte do Paraná já tinha em produtos como
soja e trigo uma realidade integrante da atividade rural. E as cooperativas entravam na etapa em que a
prioridade estava na diversificação e verticalização, por meio da agroindustrialização. Foi o caso da
COCAMAR, como na afirmação de MEDEIROS (1997, p.6): Assim,
Porém essa cooperativa resistiu, refinanciando dívidas, conseguindo créditos para novos
investimentos em parceria com outras cooperativas. A diversificação inclui um conjunto de novas
unidades de processamento, como uma moderna indústria de fios de seda. Desse modo, a COCAMAR
conseguiu em 1997 um faturamento de R$ 300 milhões (OCEPAR, 1998, p.22).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A geração de maiores rendas aos associados e o desenvolvimento rural será possível, no entanto,
de acordo com a eficiência da empresa cooperativa. Ainda deve-se considerar a capacidade técnica e
administrativa da organização cooperativa. Como agroindústria, a cooperativa atua de forma “híbrida”,
no caso da COCAMAR vejamos a observação de MEDEIROS (1997, p.24):
Quando inicia uma abertura de capital, a COCAMAR busca uma alternativa econômica de
manter-se no mercado, apesar de ferir os princípios doutrinários do cooperativismo. Somente o tempo
dirá os resultados dessa decisão. Mas se estimulada uma participação acionária majoritária dos
produtores rurais nas agroindústrias, se poderia amenizar o “choque” desse tipo de iniciativa e o
significado para o futuro da cooperativa.
abstract
The agricultural cooperatives of the Brazilian state of Paraná were linked initially to the
commercialization of the agricultural production; after the modernization of agriculture process, they
began the production agroindustrial. This article studies changes happened in last decades, with
relationship to the expansion agroindustrial and strategies adopted by the cooperatives, utilizing the case
of ‘COCAMAR’ cooperative.”
REFERÊNCIAS
Notas:
[*] Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá-PR - Professor colaborador do Departamento de Geografia
da Universidade Estadual do Paraná -sfajardo@cwnet.com.br - voltar