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RESUMO
ABSTRACT
Down Syndrome is a chromosomal disorder whose patient exhibits a supernormal chromosome in the
karyotype (trisomy of chromosome 21) and presents some degree of mental deficiency and, above all,
impairment in neuropsychomotor development. The objective of this work was to describe the equine-
assisted therapy as an alternative therapeutic resource for the treatment of Down's Syndrome, and it is a
bibliographic study. The total of 20 bibliographic references were used, being the majority of Master's
thesis and scientific papers. Equine-assisted therapy is widely employed for rehabilitation especially
those with Down Syndrome. It is necessary to be attentive in the choice of the horse and place, in the
indications and contraindications. The duration of the session is 30 to 45 minutes and there are several
benefits for the patient: improved coordination, body layout, gait, static and dynamic balance, functional
independence. The horse in walking produces three-dimensional movements that are transferred to the
participants and they continually realign themselves by correcting the posture and acquiring the benefits.
_______________________________________________
1
Acadêmicas do 4º Período do Curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade São Paulo – FSP – Rolim de
Moura-RO. E-mail: larissaroyer6@gmail.com.
2
Mestra em Fisioterapia Cardiorrespiratória, Docente do Curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade São
Paulo – FSP – Rolim de Moura-RO, orientadora do presente trabalho. E-mail: n_g_ribeiro@hotmail.com.
3
Mestra em Ciências Ambientais, coordenadora e docente do curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade
São Paulo – FSP – Rolim de Moura – RO. E-mail: jessicajlira@gmail.com
Revista Saberes da Faculdade São Paulo – FSP
1 INTRODUÇÃO
Contudo, o Ministério da Saúde (2012); Mata e Pignata (2014) acrescentaram que apesar
de existirem três possibilidades do ponto de vista citogenético, a Síndrome de Down apresenta
um fenótipo com expressividade variada, assim, o resultado cariótipo (genótipo) não determina
as características físicas (fenótipo) da pessoa com tal disfunção. Entende-se genótipo como a
constituição cromossômica do indivíduo e por fenótipo as características observáveis no
organismo, as quais resultam da interação da expressão gênica e dos fatores ambientais.
Sabe-se que a Síndrome de Down não se limita a nenhuma raça, cultura, religião, dieta,
comportamento, classe social, clima ou gênero, tipo de alimentação, à poluição ou a algo que
os pais tenham feito e, sobretudo, pode acometer todas as etnias e classes sociais (MONDUCCI,
2012; MATA; PIGNATA, 2014). Para estabelecer o diagnóstico da Síndrome de Down, Silva
(2000) e Serrão (2006) relataram que durante a gestação (no pré-natal) podem ser realizados
diversos exames, como: amniocentese (colheita do líquido amniótico para avaliação
cromossômica); amostra do vilo corial (amostra do tecido fetal e placenta para estudo do
cariótipo); ultrassom; dosagem de alfafetoproteína materna; translucência nucal; teste do nariz
e, cordocentese (colheita de amostra de sangue fetal através do cordão umbilical). Porém, tais
exames só são recomendados em casos em que existam fatores que indiquem uma probabilidade
maior do casal ter um filho com esta síndrome, isto porque, as técnicas empregadas acarretam
riscos associados tanto para a mãe quanto para o feto.
Segundo Monducci (2012) o certo é dizer que a pessoa nasceu com ou tem a Síndrome
de Down e, de acordo com Serrão (2006); Dezotti (2011); Monducci (2012); Sica (2012); Mata
e Pignatta (2014); Bervian, Alegre e Magnabosco (2017) após o nascimento da criança, o
diagnóstico é feito por meio do reconhecimento das características físicas peculiares, bem como
pela análise dos cromossomos das células do bebê – cariótipo.
Considerando todas as regiões do mundo, a prevalência da Síndrome de Down
demonstra que em média um em cada 650-700 nascidos vivos desenvolvem esta síndrome e,
estima-se que no Brasil a prevalência seja de 300 mil pessoas (SICA, 2012). Além disso, em
função da sua alta prevalência, torna uma das disfunções mais comuns e, sobretudo a mais
conhecida de todas as síndromes de malformações (DIEGUES, 2015). Segundo Mata e Pignata
(2014) a probabilidade de ocorrer uma gestação de um indivíduo com Síndrome de Down
quando a mulher apresenta 20 anos de idade é de 0,07%, aos 40 anos de idade é de 1% e aos 45
anos de idade é de 3%.
No que diz respeito às alterações associadas com a Síndrome de Down, verifica-se que
além do importante atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento intelectual,
3 METODOLOGIA
sobre a Síndrome de Down, principalmente no que diz respeito ao uso da Equoterapia como
recurso terapêutico alternativo para o tratamento da síndrome em questão.
4 RESULTADOS
5 DISCUSSÃO
O uso do cavalo voltado para a terapia data 400 anos antes de Cristo, época que o pai da
medicina – Hipócrates (458 – 370 antes de Cristo) – utilizava o animal para regenerar a saúde
de seus pacientes, prevenindo a insônia e recuperando os militares acidentados na guerra
(LIMA; BARROS; CARNEIRO, 2010; COSTA, 2012; ECKET, 2013).
A terapia com o uso de cavalos é amplamente empregada para a reabilitação de pessoas
com necessidades especiais em mais de 140 países e, (COSTA, 2012) recebe diferentes
denominações de um país para outro: terapia com cavalos, reeducação através da equitação,
equitação para deficientes, ambiente equoterapêutico e outros análogos (DÂMASO, 2013).
No Brasil a Equoterapia o reconhecimento desta modalidade terapêutica, iniciou-se a
partir do ano de 1989, com a fundação do Centro de Equoterapia na Granja do Torto, atualmente
sede da Associação Nacional de Equoterapia – ANDE BRASIL, em Brasília (COSTA, 2012).
Deste modo, com a origem da Associação Nacional de Equoterapia criou-se a palavra
Equoterapia a fim de caracterizar todas as atividades que fazem o uso do cavalo como recurso
terapêutico e/ou de forma educacional no território brasileiro (ECKET, 2013). Contudo, a
Equoterapia somente foi reconhecida pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e
Reabilitacão e pelo Conselho Federal de Medicina, como método terapêutico, no dia 09 de abril
de 1997 e, no dia 27 de março de 2008, foi publicada no Diário Oficial a Resolução nº 348/2008,
que reconhece a Equoterapia como recurso terapêutico da Fisioterapia e Terapia Ocupacional
(COSTA, 2012).
Não existe uma raça específica de cavalos para usar na Equoterapia, e muito menos um
cavalo perfeitamente ideal, entretanto, algumas características básicas devem ser levadas em
consideração quando for feita a escolha do animal, como: a) ser dócil (pré-requisito básico,
permite ser manuseado); b) ser manso (precisa tolerar toques e movimentos bruscos, objetos
arremessados em sua direção, gritos, outros); c) ter facilidade de aprendizagem; d) gostar da
proximidade com os seres humanos; e) possuir estatura de 1,50 metros (do chão até o dorso -
cernelha) (FIGURA 1) e, e) não deve ter cócegas nem possuir hipersensibilidade olfativa e
auditiva (poderá se assustar e provocar um acidente) (MIYAGAWA, 2007; LIMA; BARROS;
CARNEIRO, 2010; ECKET, 2013).
FIGURA 1 – Demonstração da estatura do animal, levando em consideração a medida entre a cernelha e o solo.
A princípio, ao selecionar o cavalo, este deverá ser treinado (para ser montado de ambos
os lados e para uso de brinquedos, de modo que não se assuste com eles). Além disso, não existe
diferença se o animal é macho ou fêmea, mas caso seja um cavalo, deverá ser castrado e caso
seja uma égua é necessário um alerta quanto ao período crítico do cio, para não dificultar sua
agilidade e a montaria pelo indivíduo, fazendo com que ele fique com as pernas muito abertas
sobre o animal, dificultando, assim, o tratamento. O animal deverá ter uma massa corporal
suficiente para carregar duas pessoas (terapeuta e paciente) (FERREIRA, 2008; SILVA;
SOUSA, 2014; RODRIGUES; GROSSI, 2016).
Sobretudo, Costa (2012) e Ecket (2013) enfatizaram que o cavalo selecionado para a
Equoterapia deve apresentar os três tipos de andaduras naturais, executadas instintivamente: a)
passo, b) trote e, c) galope, as demais são adquiridas com o adestramento. Ressalta-se que as
duas últimas andaduras são saltadas, existe um tempo de suspensão, os movimentos são rápidos
e bruscos e exigem do cavaleiro mais força e coordenação, sendo portanto utilizados em
programas mais avançados, quando os fins terapêuticos deixam de ser prioridade.
Sendo assim, o passo é o mais indicado para os praticantes iniciantes e, condiz com uma
andadura simétrica (todos os movimentos produzidos de um lado da coluna vertebral ocorrem
de forma igual no outro lado), marchada (não há suspensão, ou seja, um ou ais membros sempre
mantém contato com o solo), ritmada há quatro tempos (pois é possível ouvir quatro batidas
distintas que correspondem ao pousar dos membros do animal no solo) e basculante (decorrente
dos movimentos cervicais do cavalo) (ECKET, 2013; RODRIGUES; GROSSI, 2016).
O cavalo inicia o passo com um dos membros anteriores, caso tenha iniciado o passo
com o membro anterior direito, o membro seguinte a se elevar será o posterior esquerdo, depois
o anterior esquerdo e, finalmente o posterior direito. Ressalta-se que os membros pousam na
mesma ordem de elevação e o passo completo à direita termina com o pousar do membro
posterior direito e um passo completo à esquerda pelo pousar do membro posterior esquerdo
(FIGURA 2) (FERREIRA, 2008; COSTA, 2012; ECKET, 2013)
Além disso, ainda apresenta um quarto deslocamento, composto pela rotação da pelve
do cavaleiro, quando a coluna do cavalo descola-se lateralmente ao mesmo tempo em que a
anca ipsolateral se abaixa. Esta rotação é de aproximadamente oito graus e o cavaleiro,
necessariamente, deve estar sentado om uma perna de cada lado do animal (ECKET, 2013).
Fundamentalmente, ao se comparar o esqueleto humano com o esqueleto do cavalo,
nota-se uma similaridade entre ambos (QUADRO 2) (COSTA, 2012).
equipamentos e rampa para montaria. Além disso, o solo não pode ser nem de asfalto, nem de
pedregulho e, a pista deve ter, no máximo, dez centímetros de areia, serragem, grama ou terra
e deve estar mais compacta do que fofa, permitindo suavizar as batidas as patas do animal no
solo, o que diminui o impacto proporcionado ao paciente, facilitando o relaxamento. Sobretudo,
a superfície deve ser completamente plana, sem irregularidades (LIMA; MIYAGAWA, 2007;
FERREIRA, 2008).
A Equoterapia como recurso terapêutico para o tratamento da Síndrome de Down é
amplamente indicada. Além disso, também apresenta indicações para outros distúrbios e/ou
patologias, como: (paralisia cerebral; déficit sensoriais; Síndrome de West; Síndrome de Rett;
acidente vascular cerebral; traumatismo cranioencefálico; seqüelas de processos inflamatórios
do sistema nervoso central (meningoencefalite e encefalite); lesão raquimedular, entre outras
(FERREIRA, 2008; SILVA, SOUSA, 2014)
No que diz respeito à contraindicação deste recurso da Equoterapia como recurso
terapêutico voltado para o tratamento da Síndrome de Down, enfatiza-se que é imprescindível
prestar atenção na instabilidade atlantoaxial, sendo indispensável, solicitar exames médicos
com laudos antes de iniciar o tratamento, principalmente aos pacientes com faixa etária inferior
a 3 anos de idade (radiografia de flexão e extensão da espinha cervical lateral) (FERREIRA,
2008; LIMA; BARROS, CARNEIRO, 2010). Além disso, a Equoterapia também é
contraindicada quando os praticantes com Síndrome de Down têm baixa função cognitiva,
medo, convulsões não controladas, cardiopatia congênita grave, desvios posturais expressivos
(cifose / escoliose / hiperlordose) excesso de ansiedade, alergia de pelos do cavalo, quadros de
inflamatórios e infecciosos, excesso de movimentos involuntários, subluxações de quadril e
ombro, entre outros aspectos (LIMA; MIYAGAWA, 2007).
Em relação aos objetivos e benefícios atingidos com a aplicação da Equoterapia para o
paciente com Síndrome de Down, destacam-se: melhora – o apetite, a marcha, o equilíbrio, a
integração social, a memória, a velocidade, precisão e força das habilidades de manipulação, a
concentração; desenvolve – a coordenação dos movimentos entre tronco, membros e visão,
reações de endireitamento e equilíbrio estático e dinâmico, a modulação tônica, a auto-estima,
a coordenação motora fina; estimula – a sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa pelo
ambiente e pelo uso do cavalo, o bom funcionamento dos órgãos internos, o aprendizado, o uso
da linguagem; a força muscular; aumenta – as células de defesa, a capacidade de independência
e de decisão em situações diversas; promove – a superação de fobias (alturas, animais), uma
boa postura, a percepção de imagem e esquema corporal, a sensação de ritmo, entre outros
(FERREIRA, 2008; COSTA, 2012; RODRIGUES, GROSSI, 2016).
Para o desenvolvimento de um programa de equoterapia é importante a presença de uma
equipe técnica multiprofissional e interdisciplinar composta por: Médico Veterinário,
Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Assistente Social,
adestrador de cavalos, instrutor de equitação, auxiliar-guia, auxiliar-lateral (FERREIRA, 2008).
O praticante é avaliado pela equipe e a partir disso é elaborado um programa especial e
definido os seus objetivos. As sessões são normalmente individuais e tem a duração média de
30 a 45 minutos cada. Cada sessão de equoterapia deve constituir-se de fases distintas: a)
aproximação – propõe-se atividades em que o participante é elemento ativo, criando enlace
afetivo, diminuindo de forma gradativa a distância dele com o animal (alimentar o animal, até
limpeza e encilhagem); b) montaria – representa a fase central da sessão e, é o momento que o
paciente irá realizar as atividades propostas sobre o dorso do animal e, c) separação –
compreende ações como desencilhar, dar banho, entre outras ações (FERREIRA, 2008).
Referente aos programas que podem ser executados na Equoterapia Ferreira (2008) e
Costa (2012) descreveram que podem ser oferecidos 4, dispostos em ordem de menor para
maior capacidade do praticante: a) Hipoterapia: programa essencialmente voltado para a
reabilitação e, o cavalo atua, principalmente como um agente cinesioterapêutico; b)
Educação/reeducação equestre: nesse programa o cavalo atua como instrumento pedagógico e
psicológico; d) Pré-esportista: programa com maior ênfase para as áreas de educação e social,
mas também pode ser um programa reabilitativo ou educativo e, e) Esportistas: dá-se ênfase no
desenvolvimento de saltos, sendo melhor usado para melhorar a percepção e habilidade motora.
Este programa visa não só a inserção social, como também o prazer pelo esporte / competição,
melhoria da qualidade de vida, o bem estar e auto-afirmação.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BERVIAN, Juliane; ALEGRE, Guilherme Stein Porto; MAGNABOSCO; Caroline. Uma visão
do tratamento multidisciplinar em alunos com Síndrome de Down na APAE/ Passo Fundo:
relato de projeto de extensão. Expressa Extensão. v.22, n.1, p. 104-121, jan/jun, 2017.
Disponível em: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/expressaextensao/article/view
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MATA, Cecília Silva da; PIGNATA, Maria Izabel Barnez. Síndrome de Down: aspectos
históricos, biológicos e sociais. Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG). 2015.
Disponível em: <https://www.cepae.ufg.br/up/80/o/TCEM2014-Biologia-CeciliaSilvaMAta
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MONDUCCI, David. A história da Síndrome de Down. Março de 2012. Disponível em: <
http://www.correiofraterno.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=916:a-
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MOREIRA, Lília M. A.; HANI, Charbel N. E. I.; GUSMÃO, Fábio A. F. A Síndrome de Down
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