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TRF 1ª Região

SSJ/SRN/PI
fls.

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PIAUÍ
VARA ÚNICA DA SUBSEÇÃO DE SÃO RAIMUNDO NONATO

Processo : 97-21.2018.4.01.4004
Autor : ANGELICA BISPO DA SILVA DE ASSIS
Advogado : ODMILSON ALVES PEREIRA FILHO
Réu : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS
Objeto : APOSENTADORIA RURAL POR IDADE

TERMO DE AUDIÊNCIA

Aos 19 de novembro de 2018 (dois mil e dezoito), às 14:28 horas, nesta cidade de São
Raimundo Nonato, Estado do Piauí, na sala de audiência desta Subseção Judiciária Federal,
presente se encontrava o MM. Juiz Federal Exmo. Sr. Dr. Pablo Enrique Carneiro Baldivieso,
teve lugar a audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento. Presente a parte autora,
acompanhada de seu advogado. Presente o Preposto do Instituto Nacional do Seguro
Social – o Senhor Higo Reis de Oliveira (CPF 003.208.573-79). Juntaram-se documentos.

Em seguida, foi tomado o depoimento da parte autora. Ao final do que a MM. Juiz proferiu o
seguinte:

SENTENÇA

Relatório dispensado, nos termos do art. 38 da Lei n. 9.099/95.

FUNDAMENTAÇÃO

O Plano de Benefícios da Previdência Social (Lei n.º 8.213/91) prevê, entre os segurados
obrigatórios, o segurado especial, descrito no art. 11, VII, como a pessoa física residente no
imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de
economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de produtor, seja
proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
arrendatário rurais, explore atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais,
conforme redação dada pela Lei nº 11.718 de 2008.

O trabalhador rural, nesta condição de segurado especial, faz jus ao benefício de


aposentadoria por idade, nos termos dos arts. 39, I, 48, §§ 1.º e 2.º, e 143 da Lei n.º 8.213/91,
uma vez comprovada a atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento
do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício.

A comprovação do tempo de serviço rural e consequente obtenção do direito à aposentação


exige a apresentação de documentação idônea, expedida em data contemporânea aos fatos,
no período anterior ao requerimento do benefício, conforme previsão contida no art. 55, § 3.º,
da Lei 8.213/91.

O tema já se acha consolidado na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (súmula n.º

149 – “A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola,


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para efeito da obtenção de beneficio previdenciário”), de forma a reforçar


a exigência do início de prova material contemporânea ao período de trabalho, para
referendar a prova testemunhal eventualmente existente, cuja exclusividade não basta.

Cumpre registrar, de logo, que a prova constante dos autos, em especial a colhida em
audiência, demonstra a existência do requisito da qualidade de segurado especial da parte
autora e cumprimento da carência exigida por Lei.

Há na espécie início de prova material, refiro-me ao benefício de salário-maternidade, na


condição de segurada especial, percebido no ano de 1999, bem a certidão de casamento de
fls.25 onde consta a profissão do cônjuge da autora como lavrador do ano de 1997.Há ainda
endereço rural e inexistência de vínculos no nome da autora no CNIS.

Em Juízo, a parte autora se mostrou segura ao responder questões relacionadas à rotina do


trabalho rural, evidenciando que, de fato, exerceu a atividade rurícola, em regime de
economia familiar.

Com relação aos aspectos físicos, percebe-se que a parte autora possui características típicas
de quem exerce efetivamente atividade rurícola (expressões verbais, vestimenta, pele
castigada pelo sol), apresentando, por exemplo, calosidade nas mãos, o que torna patente o
efetivo labor rural.

Ressalto que para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de
prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício, nos termos
da Súmula 14 da TNU, bastando que o magistrado se convença do exercício das atividades
campesinas no período apurado.

Entendo que a legislação previdenciária não pode ser interpretada e aplicada de forma
cartesiana, em desfavor do trabalhador do campo que exerce outras atividades laborativas,
em determinados períodos do ano, em virtude das intempéries da atividade rural, como é o
caso da seca no semiárido nordestino.

Desse modo, concluo pela existência de efetivo trabalho rural, na qualidade de segurado
especial, no período necessário para concessão do benefício pleiteado.

O início do benefício deve ser fixado a partir do requerimento administrativo (28/03/2017,


fls. 17).

As parcelas em atraso devem ser corrigidas monetariamente e acrescidas de juros mora na


forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal.

DISPOSITIVO

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO AUTORAL, condenando o INSS a


implantar a APOSENTADORIA POR IDADE de trabalhador rural em favor da parte autora,
no valor de 1 (um) salário mínimo, com DIB equivalente à DER e DIP nesta data.

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Como se trata de conteúdo sentencial com natureza de prestação alimentar, e presentes os


requisitos do art. 300, NCPC (perigo de dano irreparável para a parte autora e
verossimilhança da alegação/prova inequívoca), ANTECIPO OS EFEITOS DA TUTELA
para que, no prazo de 30 (trinta) dias, independentemente do trânsito em julgado, a
autarquia previdenciária cumpra a obrigação de fazer (implantação do benefício), sob pena
de aplicação de multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais).

As parcelas atrasadas entre a DIB e a DIP, corrigidas monetariamente e com juros de mora
nos termos acima declinados, deverão ser pagas mediante Requisição de Pequeno Valor.

Concedo os benefícios da gratuidade de justiça.

Sem condenação no pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, verbas
incabíveis na primeira instância dos Juizados Especiais (art. 55 da Lei n.º 9.099/95).

Sentença publicada em audiência. As partes saem intimadas. Registre-se. Arquivem-se,


oportunamente.

Nada mais havendo, deu-se por encerrado o ato, que, lido e achado conforme, segue assinado
por todos. Eu,________Jean Bacelar Soares, Técnico Judiciário, Matrícula PI100191, digitei e
subscrevi.

São Raimundo Nonato/PI, 19 de novembro de 2018.

Autor (a): DISPENSADO(A)

Advogado:

Réu:

PABLO BALDIVIESO
JUIZ FEDERAL TITULAR
Vara Única da Subseção de SRN/PI

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