Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
LEM-2006/2007
Vimos no capítulo anterior que o efeito da polarização dos dieléctricos pode ser tido em
conta considerando a densidades de carga de polarização (em volume e em superfície),
' e ' , definidas por:
' divQ P
e
' P.n
O vector P é a intensidade de polarização num ponto definida como:
dp
P
dv
z
A intensidade de polarização aumenta de baixo para
cima, no caso da figura. Isto significa que o número
de dipolos elementares é também maior em baixo
do que em cima do cubo, pelo que simbolicamente
P podemos traduzir este efeito através do seguinte
desenho:
Se pensarmos que uma carga (+) de um dipolo e
uma carga (–) do dipolo vizinho podem-se
neutralizar macroscopicamente, globalmente só
ficamos com o excesso de carga representado na
figura a seguir indicada.
Isto é, ficamos com uma carga positiva na
superfície superior (superfície A), 'A 0 , uma
carga negativa (maior em módulo) na superfície
inferior (superfície B), B' 0 , com
93
'
'A ,
– – e com
– – cargas positivas distribuídas em volume, 0 . No total, o número de
B '
cargas (+) e (–) é igual, pois o dieléctrico não está electrizado, ele está no entanto
polarizado e isto significa que nem todas as cargas (+) são neutralizadas por cargas (–)
no mesmo sítio. Há assim um excesso de cargas de um sinal numa região, compensado
por cargas de sinal contrário noutras regiões.
Vejamos agora este mesmo efeito através das equações para ' e ' . Na equação
' P.n , a normal n é sempre dirigida para o exterior do dieléctrico (isto vem da
PB .n B PB
'
B e portanto, 'A 0 , B' 0 e B' 'A .
Por outro lado, no respeitante à densidade ' , vê-se facilmente que no nosso caso
divP 0 .
Como P cresce de baixo para cima, o fluxo através de
qualquer superfície fechada elementar que envolva um
ponto Q no interior do dieléctrico é sempre <0, pois o
fluxo que entra é maior que o fluxo que sai. Como
' divQ P , tem-se portanto ' 0 , como tínhamos
Q P
visto no início.
Convém notar agora que as densidades de carga de polarização não são as cargas
eléctricas de todos os dipolos, mas apenas algumas cargas localizadas estrategicamente
em determinados sítios, pois a maior parte das cargas dos dipolos compensam-se
mutuamente.
94
[1]
Pois o campo E e é criado não só pelas cargas verdadeiras como também pelas cargas
de polarização que aparecem quando o dieléctrico se polariza.
95
Exercício 83 – Vamos provar que num dieléctrico LHI não electrizado em volume (isto
é, com 0 ), a densidade de carga de polarização em volume é também igual a zero,
Exercício 83: Vamos provar que num dieléctrico LHI não electrizado em volume (isto é,
com ρ=0), a densidade de carga de polarização em volume é também igual a zero, ρ’=0.
.
[6]
Isto significa que no interior do dieléctrico as cargas dos diferentes dipolos se vão
compensar mutuamente na sua totalidade, ficando apenas um excesso de carga de
polarização de um sinal sobre uma superfície, compensada obviamente por um excesso
de carga de sinal contrário sobre uma outra superfície, visto que o dieléctrico não está
electrizado.
Voltemos às equações
e '
divE ' divP
0
Podemos escrever:
[7]
Se definirmos agora o vector deslocamento eléctrico por D 0 E e P , a equação
escreve-se apenas divD , o que traduz uma simplificação considerável
e '
relativamente à equação divE .
0
96
Associada a esta equação podemos escrever a seguinte equação para a descontinuidade
da componente normal de D :
D2 n D1n
Resumo
[8]
No caso de um dieléctrico linear, com polarização permanente nula P0 0 , tem-se
ainda:
e e e e
D 0 E P 0 E 0 e E 0 1 e E
D E e , com 0 r 0 1 e
Por outro lado tem-se D2t D1t 0 na passagem de um meio (1) para um meio (2),
D2t D1t
com diferentes. De E 2et E1et 0 , tem-se 0 e, portanto, D2t D1t 0
2 1
97