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Aula Teórica nº 24

LEM-2006/2007

Prof. responsável: Mário J. Pinheiro

Campos Eléctrico e Magnético na Presença da Matéria

Campo Electrostático na presença de Dieléctricos (continuação)

Vimos no capítulo anterior que o efeito da polarização dos dieléctricos pode ser tido em
conta considerando a densidades de carga de polarização (em volume e em superfície),
 ' e  ' , definidas por:

 '   divQ P

e
 '   P.n 
 


O vector P é a intensidade de polarização num ponto definida como:
 dp
P
dv

A esta distribuição que permite descrever o efeito de polarização de um dieléctrico


através das densidades de carga  ' e  ' , chama-se distribuição equivalente de
Poisson.

Para melhor compreensão deste efeito, considere-se o seguinte exemplo de índole


qualitativo. Assim, considere-se um cubo de material dieléctrico e suponhamos que no
seu interior a intensidade de polarização é não uniforme, dirigida segundo o eixo dos zz,
aumentando de baixo para cima.

z
A intensidade de polarização aumenta de baixo para
cima, no caso da figura. Isto significa que o número
de dipolos elementares é também maior em baixo
do que em cima do cubo, pelo que simbolicamente
P podemos traduzir este efeito através do seguinte
desenho:
Se pensarmos que uma carga (+) de um dipolo e
uma carga (–) do dipolo vizinho podem-se
neutralizar macroscopicamente, globalmente só
ficamos com o excesso de carga representado na
figura a seguir indicada.
Isto é, ficamos com uma carga positiva na
superfície superior (superfície A),  'A  0 , uma
carga negativa (maior em módulo) na superfície
inferior (superfície B),  B'  0 , com

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 
  
   
   
'
  'A ,
– – e com
– – cargas positivas distribuídas em volume,   0 . No total, o número de
B '

cargas (+) e (–) é igual, pois o dieléctrico não está electrizado, ele está no entanto
polarizado e isto significa que nem todas as cargas (+) são neutralizadas por cargas (–)
no mesmo sítio. Há assim um excesso de cargas de um sinal numa região, compensado
por cargas de sinal contrário noutras regiões.

Vejamos agora este mesmo efeito através das equações para  ' e  ' . Na equação

 '   P.n  , a normal n é sempre dirigida para o exterior do dieléctrico (isto vem da


distribuição equivalente de Poisson e resulta de se ter aplicado o Teorema da



divergência ou de Green-Gauss). Assim, como PA  PB , vem  'A   PA .n A  = PA e
   

  PB .n B    PB
'   
B e portanto,  'A  0 ,  B'  0 e  B'   'A .
Por outro lado, no respeitante à densidade  ' , vê-se facilmente que no nosso caso

divP  0 .

Como P cresce de baixo para cima, o fluxo através de
qualquer superfície fechada elementar que envolva um
ponto Q no interior do dieléctrico é sempre <0, pois o
fluxo que entra é maior que o fluxo que sai. Como

 '   divQ P , tem-se portanto  '  0 , como tínhamos
Q P
visto no início.

Convém notar agora que as densidades de carga de polarização não são as cargas
eléctricas de todos os dipolos, mas apenas algumas cargas localizadas estrategicamente
em determinados sítios, pois a maior parte das cargas dos dipolos compensam-se
mutuamente.

Material Dieléctrico Electrizado

Suponhamos que temos um dieléctrico electrizado com uma densidade de carga


eléctrica verdadeira em volume  e uma densidade de carga eléctrica verdadeira em
superfície . Se o dieléctrico estiver também polarizado este efeito pode ser tido em
conta através das distribuições de carga de polarização ’ e ’, pelo que o potencial num
ponto P é obtido agora usando o princípio da sobreposição:

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[1]

Equações fundamentais do campo Ee



As equações da divE e e da descontinuidade E 2en  E1en alteram-se obviamente
agora para
[2]


Pois o campo E e é criado não só pelas cargas verdadeiras como também pelas cargas
de polarização que aparecem quando o dieléctrico se polariza.

Dieléctricos lineares, homogéneos e isótropos



Vamos considerar apenas dieléctricos sem polarização permanente P0  0 e onde o

termo devido à polarização induzida é linear com o campo E e :
[3]

A  e chama-se susceptibilidade eléctrica. Vamos considerar ainda apenas dieléctricos


homogéneos e isótropos (LHI), pelo que  e é uma constante. É fácil verificar que  e
é uma grandeza adimensional, como se pode facilmente verificar:
 
 
 '  div P  div  0  e E e
  '
 
 
por outro lado divE e      '  div  0 E e
0
e 
pelo que  0  e E e  0 E e têm as mesmas dim ensões

 e é positivo como se vê facilmente do facto de quando se aplica um campo Ee a um
material dieléctrico, o material ao polarizar-se vai fazer aparecer dipolos eléctricos com
  
os momentos dipolares pi alinhados com o campo E e e, consequentemente, P terá

também a direcção no sentido do campo E e .
[5]

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Exercício 83 – Vamos provar que num dieléctrico LHI não electrizado em volume (isto
é, com   0 ), a densidade de carga de polarização em volume é também igual a zero,

Exercício 83: Vamos provar que num dieléctrico LHI não electrizado em volume (isto é,
com ρ=0), a densidade de carga de polarização em volume é também igual a zero, ρ’=0.
.
[6]

Isto significa que no interior do dieléctrico as cargas dos diferentes dipolos se vão
compensar mutuamente na sua totalidade, ficando apenas um excesso de carga de
polarização de um sinal sobre uma superfície, compensada obviamente por um excesso
de carga de sinal contrário sobre uma outra superfície, visto que o dieléctrico não está
electrizado.

Vector Deslocamento Eléctrico D

Voltemos às equações
e    ' 
divE   '  divP
0
Podemos escrever:
[7]

  
Se definirmos agora o vector deslocamento eléctrico por D   0 E e  P , a equação

escreve-se apenas divD   , o que traduz uma simplificação considerável
e   '
relativamente à equação divE  .
0

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Associada a esta equação podemos escrever a seguinte equação para a descontinuidade

da componente normal de D :
D2 n  D1n  

Enquanto que o Teorema de Gauss toma a forma:


  D.n  dS
 
  qint

Resumo
[8]


No caso de um dieléctrico linear, com polarização permanente nula P0  0 , tem-se
ainda:
 e  e e e
D   0 E  P   0 E   0  e E   0 1   e  E
 
D  E e , com    0  r   0 1   e 

ε – permitividade dieléctrica de um meio


εr =1+ξe - permitividade dieléctrica relativa.

r 
0

 Note-se por fim que se pode ter rot D  0 , no caso de dieléctricos não LHI:
[10]

Por outro lado tem-se D2t  D1t  0 na passagem de um meio (1) para um meio (2),
D2t D1t
com  diferentes. De E 2et  E1et  0 , tem-se   0 e, portanto, D2t  D1t  0
2 1

 Por outro lado, tem-se D 2 t  D1t  0 na passagem de um meio (1) para um


D 2 t D1t
meio (2), com ε diferentes. De E e2t  E1et  0 , tem-se   0 e, portanto,
2 1
D 2 t  D1t  0 .

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