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título de Engenheiro.
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2017
SISTEMA DE PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES DE EXTRA-ALTA
ENGENHEIRO ELETRICISTA.
Examinado por:
FEVEREIRO DE 2017
Galluzzi Malafaia, Matheus
2017.
iii
Aos meus pais, inspiração
constante pela busca do bem e do
amor...
iv
Agradecimentos
Certamente não tenho como não começar os agradecimentos senão pela minha linda
família, dedicada e amorosa que me deu as condições e o suporte para chegar neste
momento tão importante de minha vida. Com vocês aprendi o que é o bem, por
vocês eu faço o bem. Amo vocês: Fernando de Paula Malafaia, Maria Clara Galluzzi
Aos meus avós: Vovô Malafaia, Vovó Nenete, Vó Nilza e Vô Darcy (que me
abençoa a todo instante) por sempre serem alicerces em minha vida acadêmica e
que sempre foram demonstrados nesta universidade, em especial aos amigos que
Aos grandes amigos Marcus Vinicius Fernandes, Tarcísio Fagundes, Raphael Bar-
bosa, Paulo Shor e Gustavo Almeida por trilharem estes 6 anos ao meu lado como
À minha grande e melhor amiga da faculdade, pessoa a quem devo boa parte
do meu crescimento pessoal e prossional, que dividiu momentos bons e ruins nos
Aos meus colegas de Iceboat Terrace (Caio, Luiz, Mario, Geraldo, Vini e Valdir),
veram ao meu lado quando distante de minha família. E à CAPES que possibilitou
Oumar Diene. Agradeço também aos meus colegas de trabalho Rodrigo Leonel,
Lincoln Lessa e Alexandre Vianna que me auxiliaram muito para a realização deste
trabalho.
E a essa força soberana que nos move que uns chamam de Deus, mas para não
v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
Fevereiro/2017
vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulllment
DIGITAL RELAYS
February/2017
will discuss the protection functions of digital relays, explaining minutely how they
operate. We will present, at the end, a real case that applies those functions, ex-
plaining the necessary analysis in order to correctly design the presented protection.
vii
Sumário
Lista de Figuras xi
Lista de Tabelas xiii
Lista de Abreviaturas xv
1 Introdução 1
1.1 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Transformadores 4
2.1 Princípios Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
viii
3.6 Interface Homem-Máquina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.7 Comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
quinto harmônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.1.4 Saturação do TC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
cia zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
ix
6.2.2.2 Sobrecorrente do Lado de 230 kV . . . . . . . . . . . 59
7 Conclusões 68
Referências Bibliográcas 70
A Fundamentos Teóricos 72
A.1 Análise de Circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
A.1.2 Fasores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
x
Lista de Figuras
xi
5.14 Atuação do Relé de Sobrecorrente de Indução. [1] . . . . . . . . . . . 41
230 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
69 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
simétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
D.1 Informações básicas dos trafos que compõem o TR03: ligação e po-
tência nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
xii
Lista de Tabelas
rente do lado de 69 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
cia zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
xiii
D.3 Características do TP de aterramento para sobretensão de sequência
zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
xiv
Lista de Abreviaturas
ANSI, p. 11
ANSI, p. 42
ANSI, p. 17
tabela ANSI, p. 12
tabela ANSI, p. 23
xv
94 Número de Operação do Relé de Disparo segundo tabela ANSI,
p. 12
BF Breaker Failure, p. 44
DT Dial de Tempo, p. 39
FS Fator de Sobrecorrente, p. 5
FT Fator Térmico, p. 5
LT Linha de Transmissão, p. 53
NA Normalmente Aberto, p. 11
NF Normalmente Fechado, p. 11
xvi
RTC Relação de Transformação do Transformador de Corrente, p.
TC Transformador de Corrente, p. 4
TP Transformador de Potencial, p. 5
trafo Transformador, p. 68
xvii
Capítulo 1
Introdução
em todo o Brasil. Atualmente, esse sistema é composto por uma série de dispositivos
com alta capacidade de processamento que enviam informações em tempo real para
Sistema (ONS). Sendo assim, o SPCS possibilita que as manutenções necessárias dos
ticada, pois devem atuar com precisão e grande conabilidade, necessitam de alta
tos.
teção uma vez que este equipamento é essencial para o funcionamento do SIN. Os
1
tando a eciência do nosso sistema. O projeto de graduação ` Transformadores de
Potência - Teoria e Aplicação' [15] destaca a importância dos transformadores de
mento.
tensão, é imprescindível, uma vez que são responsáveis diretos pelo abastecimento
estudo nas instituições de ensino em todo mundo. Dentre esses projetos, destaca-se
Elétricos de Potência'[18], que trata dos benefícios e mudanças trazidas pela recente
modernização dos relés de proteção.
Este trabalho visa dar uma visão mais detalhada de um SPCS aplicado à proteção
pelos relés de proteção digitais. Estas funções de proteção programadas nos relés
de proteção são evoluções dos relés eletromecânicos e, por isso, serão esmiuçadas,
2
1.1 Estrutura do trabalho
proteções.
e prático.
3
Capítulo 2
Transformadores
magnético e duas bobinas condutoras enroladas a ele, o primário, que tem tensão
aplicada à seus terminais, e o secundário, que terá tensão induzida nos seus termi-
nais. O primário, quando houver aplicação de tensão variante no tempo (v1 ), gera
dΦ
v1 = N1 , (2.1)
dt
sendo N1 o número de espiras da bobina do primário.
O uxo magnético, por sua vez, passa pelo secundário que terá tensão induzida,
dΦ
e2 = N2 , (2.2)
dt
sendo N2 é o número de espiras da bobina do secundário. Desprezando-se as perdas
e1 = v1 (2.3)
e2 = v2 , (2.4)
4
v1 N1
= , (2.5)
v2 N2
Como a relutância destes materiais ferromagnéticos é muito pequena, podemos
considerar que não haverá, também, perdas no núcleo e a potência de entrada será
v1 i1 = v2 i2 , (2.6)
sendo i1 a corrente que passa pela bobina do primário e i2 a corrente que passa pela
i1 N2
= . (2.7)
i2 N1
A gura 2.1 ilustra o funcionamento de um transformador apresentando todas as
vez que a perda é desprezível se comparado com a quantidade de energia que ui
pelo trafo.
e do secundário.
são realizadas em alta tensão. Esse método é utilizado com o objetivo de diminuir
5
a perda joule associada à passagem de corrente pelas linhas de transmissão. Sendo
para 138 kV, 230 kV, 500 kV e até 800 kV para transmissão em longas distân-
cias. Quando a transmissão chega mais perto do mercado consumidor essa tensão
dependendo da distância que ainda precisa ser percorrida até uma subestação de dis-
em fábricas e residências.
6
mento do transformador. As bobinas do primário e do secundário são condutores,
potência são o papel e o óleo mineral. O primeiro é, geralmente, utilizado para re-
cobrir os condutores, evitando que ocorra curto entre eles. O segundo faz a isolação
mador. O papel de refrigeração é tão importante quanto o de isolante uma vez que
o aquecimento do núcleo e das bobinas reduz a vida útil do equipamento e pode da-
7
Capítulo 3
Estrutura Básica de Sistemas de
Proteção, Supervisão e Controle
Todo sistema de proteção, supervisão e controle em uma subestação tem uma es-
trutura básica que é comum a qualquer equipamento a ser protegido. Neste ponto
do trabalho iremos introduzir os equipamentos que fazem parte deste sistema dando
uma visão macro que servirá como alicerce para os capítulos seguintes.
teção. Por meio de sua relação de transformação (RTC), as altas correntes que
circulam pelo primário são reduzidas de maneira que possam ser aquisitadas pelos
Ip
= RT C, (3.1)
Is
sendo Ip a corrente do primário, RTC a relação de transformação do TC e Is a
corrente do secundário.
bilizados em seu secundário para ser aquisitado pelo relé para detecção de faltas.
Ip
= Is − Ie , (3.2)
RT C
8
sendo Ip a corrente do primário, RTC a relação de transformação do TC, Is a corrente
do secundário e Ie o erro entre as medidas. Este erro relativo pode ser de 2, 5%, 5%
ou 10% e, apesar de parecer alto, não tem tanta relevância, pois para proteção de
equipamentos preocupa-se mais com a ordem de grandeza apresentada do que com
para que sua exatidão seja mantida mesmo diante de faltas severas. O fator térmico,
equipamento e fornecidos pelo fabricante do TC para que a escolha possa ser feita
de maneira adequada. A seguir iremos fazer uma breve explanação sobre estes três
fatores citados.
(Ipmax ) que o equipamento suporta em regime permanente sem que seja danicado
Ipmax
FT = . (3.3)
Ip
de corrente pode suportar durante um segundo com seu secundário em curto sem
(IpCC ) que não afeta a classe de exatidão do TC e sua corrente nominal, isto é,
IpCC
FS = . (3.4)
Ip
Apesar deste valor poder ser variado conforme o construtivo do TC, aqui no
[19].
9
do TP é um valor normalizado em 115 V, segundo a ABNT [20], e é proporcional à
Vpf ase−neutro
= RT P, (3.5)
Vsf ase−neutro
sendo Vpf ase−neutro a tensão fase-neutro do primário, Vsf ase−neutro a tensão fase-neutro
do secundário e RTP a relação de transformação do transformador de potencial.
Os TPs utilizados em proteção têm erro de 1,2%, sendo este valor garantido caso
que serão entregues aos terminais primários do TP. Esta redução torna-se necessária
pois para tensões muito elevadas o construtivo do TP tende a car complexo devido
forma a reduzir a tensão da linha Elt para a tensão que será entregue aos terminais
primários do TP, Vth . A relação entre a tensão de linha e a tensão reduzida pelo
C1 Elt
Vth = . (3.6)
C1 + C2
10
Da equação 3.6, pode-se retirar a relação entre os capacitores C1 e C2 . Além
Elt igual ao ângulo de fase da tensão entregue ao TP, Vth . Para que isso ocorra o
indutor é projetado de forma a ter magnitude tal que entre em ressonância com os
1
L= . (3.7)
ω 2 (C 1 + C2 )
National Standards Institute (ANSI) criou uma tabela que designa um número de
intercomunicação e a operação das subestações. A tabela ANSI (E.1) pode ser vista
este trabalho.
proteção, os IEDs são comumente utilizados para aquisição geral de dados de super-
digital.
11
Figura 3.2: IED da linha SIPROTEC 5 da SIEMENS [2]
Essas informações binárias, conhecidas como pontos digitais, nada mais são que
cabos de cobre com tensão de 125 VCC que tem seu circuito fechado por um relé
auxiliar quando se deparam com alguma ocorrência. Desta forma, o circuito é fe-
Além disso, estes IEDs também realizam o controle dos equipamentos de campo;
esses controles, para que possam ser executados, devem obedecer à lógica de inter-
é programada no IED que passa a vericar, de acordo com as posições dos demais
vão protegido ou de algum vão vizinho. Essas informações chegam em uma faixa de
12
supervisório, que será abordado na seção 3.6, que realiza essa interface entre os IEDs
e o operador.
analisada pela empresa que opera a subestação para que medidas de precaução
dada região. Essa análise tem o objetivo de vericar se a interrupção poderia ter sido
que possa ser julgada a aplicação ou não de uma multa na transmissora responsável
do equipamento.
tensão.
O sistema de proteção tem como seu principal componente o relé de proteção, entre-
tanto, alguns equipamentos auxiliares são essenciais para a boa atuação e robustez
13
Figura 3.3: Painel de Proteção instalado em rack 19 polegadas[3]
os blocos de teste serão abordados com maior profundidade por apresentarem uma
14
Esses relés são totalmente mecânicos e sua atuação pode ocorrer caso a bobina
seja energizada atraindo o contato móvel, relés com contato normalmente aberto
(NA), ou caso a bobina deixe de receber corrente, liberando o contato, relés com
contato normalmente fechado (NF). Nos dias de hoje os relés auxiliares são reversí-
veis, ou seja, podem ser do tipo NA ou NF, sendo conhecidos como relés com contato
relé auxiliar com a bobina (1) e os contatos (2) aparentes, além do esquema de
caso algum equipamento seja desconectado ou ocorra algum pequeno curto no painel
Este tipo de relé é um dos mais simples e baratos do sistema uma vez que não
há a necessidade de que o mesmo seja rápido, como para os relés para a atuação de
15
3.5.1.2 Relé de Disparo (94)
O relé auxiliar de disparo, codicado com o número 94 na tabela ANSI, é um equipa-
mento essencial no sistema de proteção uma vez que este é o responsável por entregar
o sinal de trip ao disjuntor. Isso ocorre pois os circuitos internos de abertura dos
tais do relé de proteção caso não houvesse nenhum intermediário para execução do
Por conta desta tarefa, o relé de disparo necessita de duas características difíceis
pequenas distâncias entre os contatos aberto e fechado a armadura precisa ser leve
para que seja atraída com maior velocidade. A leveza da armadura, no entanto,
faz com que o equipamento acabe tendo uma capacidade de interrupção de corrente
menor. Por isso, é muito comum se encontrar no mercado relés auxiliares para
circuitos de disparo com contatos lentos, mais robustos, e contatos rápidos. Ambos
são utilizados em conjuntos, associados em paralelo, fazendo com que a atuação seja
feita rapidamente pelo contato rápido e a interrupção da corrente seja dividida entre
posições são referentes a atração do contato móvel por duas bobinas diferentes, sendo
assim, quando a bobina 1 é energizada o contato é atraído por ela, igualmente ocorre
menta a segurança e faz com que o operador seja obrigado a executar uma manobra
dam uma corrente elevada quando acionados. Por este motivo, um relé com robustez
16
dos equipamentos de maneira que a corrente não seja interrompida diretamente pelo
às entradas de corrente e tensão dos relés de proteção sem que haja a necessidade
de módulo e fase para as correntes e tensões de acordo com a programação feita pelo
engenheiro responsável pelo teste. Este equipamento torna possível testar diversas
situações de falta para conrmar o bom funcionamento dos ajustes de proteção para
17
3.6 Interface Homem-Máquina
Como mencionado na seção 3.4, os IEDs são capazes de: coletar uma quantidade
dos equipamentos da subestação. Então, todos esses dados precisam ser expostos
ao operador para que ele possa ter uma visão completa do que ocorre na subestação
Acquisition). Esse software é capaz de coletar na rede qualquer informação que seja
ção.
sua relevância pela plataforma. Tudo isso é possível através da programação de uma
base de dados que classica os dados recebidos de acordo com a urgência fazendo
com que, por exemplo, alarmes sonoros sejam disparados quando uma proteção atua.
Gestão de Energia, por conta de ser desenvolvido pela Eletrobras. O SAGE permite
que as informações sejam apresentadas através de telas interativas que dão a pos-
18
rências da subestação diferenciando-as por cor de acordo com a gravidade. Além
posição dos equipamentos para que os operadores saibam em tempo real qual a
atuação de uma proteção para que o operador do COR e do CNO possam denir as
gitais que pode apresentar diversas informações e até mesmo realizar comandos em
utilizar-se deste meio uma vez que tende a ser menos intuitivo e mais complexo.
3.7 Comunicação
rede.
minando na criação da Norma IEC 61850. A IEC 61850 foi desenvolvida com o
atraso na comunicação.
de retransmissão que faz com que a norma alcance um considerável grau de con-
abilidade. Por conta das inovações da IEC 61850, a norma tornou-se praticamente
é de que aos poucos a norma tornar-se-á a "língua" ocial das subestações em todo
mundo e, por conta de sua conabilidade, até mesmo informações críticas como dis-
paro de abertura de disjuntores possa ser feito através da rede ao invés do uso de
19
contatos elétricos.
A comunicação, segundo a IEC 61850 [21], pode ser estabelecida de duas manei-
ras diferentes:
20
Capítulo 4
Proteções Intrínsecas de um
Transformador de Extra-Alta Tensão
rante seu funcionamento já que pelos seus terminais e bobinas há uma gigantesca
O relé de Buchholz, função número 63 da tabela ANSI, é um relé à gás que é capaz
internas através do uxo de óleo e de gás pelo mesmo. Este relé é instalado entre o
transformador e o tanque de óleo de modo que o uxo de óleo entre os dois passe
defeito seja mais agressivo. Ao decompor-se, o óleo gera gases que irão passar pelo
relé de buchholz interagindo com suas bóias. Na gura 4.2 podemos ver em corte o
21
Figura 4.1: Instalação do Relé de Buchholz. [6]
O relé contém duas bóias de tal maneira que a bóia B1 é sensível a liberação
22
alarme para o operador, alertando que o equipamento necessita de manutenção ou
está sobrecarregado.
A bóia B2 é menos sensível e só será deslocada para fechar o circuito que abre
o disjuntor caso uma grande quantidade de gases seja gerada. Essa quantidade
defeito possa ocasionar danos mais severos como a queima do transformador e até
veis de circulação de gases tanto para o disparo do alarme quanto para a abertura
do disjuntor são estipulados pelo próprio fabricante a partir dos testes em fábrica
que for responsável pelo sistema de proteção deve aquisitar, através das entradas
operador através do SCADA da subestação para que o mesmo possa estar ciente da
ocorrência.
um IED programado para analisá-lo. Esta análise pode acionar diferentes estágios de
do transformador.
23
tura também disponibiliza os contatos elétricos que vão acionar o mecanismo de
referente à este transformador que por sua vez irá disponibilizar esta informação
rolamento. Essa medida analógica é entregue ao relé de proteção que, por sua vez,
disponibiliza este dado ao operador, via SCADA. Desta forma, medidas de precaução
caso a pressão leve à explosão do transformador. Por isso, dispositivos para o alí-
limite abre-se uma pequena fresta na qual há a liberação da pressão interna até
clássicos que mostram a atuação da válvula de alívio é a válvula de pressão por mola
Quando a pressão interna for suciente para vencer a força da mola, a tampa
será deslocada abrindo um orifício no qual a pressão será aliviada até que sua força
levados até o relé de proteção do trafo por meio elétrico acionando uma sinalização
24
4.4 Supervisor de Nível de Óleo
quando o óleo está abaixo do nível tolerável ou desligar o disjuntor quando o nível
mesmo danicá-lo.
o óleo e conecta dois contatos quando o nível de óleo chega à um patamar alarmante
e outros dois contatos diferentes quando o nível abaixa a um valor crítico. Com
quando o alarme de nível de óleo é disparada realizando a manutenção sem que haja
bilizados pelo supervisor de nível de óleo são levados aos equipamentos de proteção
25
Capítulo 5
Funções de Proteção em Relés
Digitais para proteção de um
Transformador de Extra-Alta Tensão
Os relés digitais microprocessados são resultado de uma extensa evolução dos siste-
acordo com uma série de funções lógicas de proteção que são programáveis e ajus-
eletro-mecânico para cada função de proteção, hoje, é inteiramente feita por somente
Neste capítulo trataremos das funções de proteção requeridas pelo ONS para
26
equipamento contra falhas internas comuns como, por exemplo, curto-circuito entre
zero. Na gura 5.1 vemos este conceito aplicado a um equipamento qualquer, que
pu.
da alta (I1 ) quanto da baixa tensão (I2 ) e internamente irá realizar a soma destes
valores resultando em uma corrente diferencial (Idif f ). Notemos que, desta ma-
neira, o equipamento é realmente protegido contra faltas internas uma vez que se a
falta acontecer em uma área externa, os dois TCs serão sensibilizados e a corrente
em uma corrente Idif f sem que haja de fato uma falta interna. Exemplos de situações
e eventos que podem determinar a detecção de uma corrente diferencial são: corrente
o relé diferencial percentual. Este relé quando concebido, inicialmente em sua forma
bobina de operação. Assim, a corrente que passa pela bobina de restrição atua
operação da proteção. Essa atuação das bobinas sob o eixo que de fato dispara o
contato de operação ( trip) depende da razão do efeito das molas que são acopladas a
cada uma das bobinas (restrição e operação). O esquema simplicado deste arranjo
27
mecânico pode ser visto na gura 5.2:
I1 + I2
Irest = , (5.1)
2
a corrente na bobina de operação, ou seja, aquela irá exercer um torque para que
Em que
e
I1 + I2 2
τrest = K2 . (5.6)
2
28
Então, teremos
I1 + I2 2
2
K1 (I1 − I2 ) = K2
∴ (5.7)
2
r
K2 I1 + I2
(I1 − I2 ) = . (5.8)
K1 2
Podemos observar uma relação linear (y = ax) entre os torques, onde
y = (I1 − I2 ), (5.9)
I1 + I2
x=
(5.10)
2
e r
K2
a= , (5.11)
K1
sendo I1 a corrente aquisitada do TC de alta, I2 corrente aquisitada do TC de baixa,
declive (a) é estipulado. Desta forma, a zona de atuação do relé era restringido,
Com o advento dos relés digitais, o relé diferencial passou a ter a atuação mais
29
renada e precisa, com algoritmos de percepção para saturação dos TCs, detecção
de nível de harmônico e uma curva de operação com mais ajustes. Algumas das
seguir.
seguintes fatores:
30
entre suas relações de transformação e deve ser ajustado na proteção 87. O
IprimAT primBT I
( RT CAT
) − ( RT CBT
)
δmismatch = IprimAT IprimBT , (5.12)
( RT CAT
)+( RT CBT
)
2
no TC de baixa tensão.
este erro.
Os TCs de proteção têm um erro relativo que varia de 2,5% a 10% e a classe
de exatidão é uma informação fornecida pelo fabricante. O erro deve ser iden-
ticado e considerado uma vez que é responsável por uma parte considerável
da tolerância (Ipickup ).
valor máximo tolerável no qual a proteção não atuará exatamente por constatar
erros citados acima. Como pode ser observado, saber das propriedades do trans-
Além do ajuste para a Ipickup , os relés digitais apresentam uma curva de operação
que emula a atuação dos relés diferenciais percentuais eletro-mecânicos. Cada fabri-
cante tem seu algoritmo para o cálculo da corrente de restrição (Irest ) e tratamento
Pn
j=1 Iaj
Irest = , (5.13)
n
31
mesma fase, geralmente igual a 2, um para o lado de alta tensão e outro para o lado
de baixa tensão. A corrente diferencial, assim como visto na equação 5.2, nos relés
Ao analisar a gura 5.5 percebe-se que a curva de operação é uma função, assim
valor no qual faltas externas não saturaram os TCs por componente DC.
O declive 1 (K1) tem como objetivo criar uma área de estabilização; porque
correntes maiores que a corrente nominal aumentam em valor absoluto os erros dos
A interseção 2 deve ser ajustada para valores de corrente na qual a falta ex-
terna não satura o TC. O valor de corrente que satura o TC é disponibilizado pelo
32
fabricante do mesmo, e um valor abaixo deste deve ser selecionado.
O segundo declive (K2) adiciona uma área de estabilidade para correntes altas de
salvaguardar o transformador.
Uma atenção especial a este tipo de corrente deve ser dada uma vez que valo-
assim, pode facilmente ser confundido com uma falta interna e fazer atuar o relé
componentes harmônicos.
circuito em que o transformador está inserido até que a corrente de inrush alcance
seu valor nominal em regime permanente.
como pode ser visto na tabela 5.1 com valores típicos. A componente de segunda
33
Figura 5.6: Forma de onda da Corrende de inrush.[11]
rie de Fourier, os relés digitais são capazes de bloquear a atuação da proteção quando
34
acordo com a classe e nível de tensão do transformador. O ONS e os fabricantes
V
Φ= (5.15)
4, 44nf
da corrente que passa a não ter mais linearidade alguma em relação a variação
fazer com que esta seja interpretada como uma falta interna pelo relé 87 fazendo-o
atuar. Entretanto, mesmo que não indicado, a operação sobre-excitada pode ser,
excitada possa ser identicada de acordo com o teor de suas harmônicas e a proteção
35
Tabela 5.2: Conteúdo Harmônico da operação de um banco de transformadores
15kVA com 150% de sobretensão.[14]
Harmônica Magnitude Porcentagem da Fundamental
Fundamental 22.5 100%
Terceira Harmônica 11.1 49.2%
Quinta Harmônica 4.9 21.7%
Sétima Harmônica 1.8 8.1%
5.1.4 Saturação do TC
A ocorrência de um curto externo ao transformador não deve disparar a proteção
corrente diferencial que não representa falta interna ao equipamento e, por isso, a
operação ocorre quando o relé se depara com altos níveis de componentes de segunda
Primeiramente, o relé irá aquisitar dos TCs de proteção as correntes dos lados de
o IED irá tratar os sinais recebidos e gerar variáveis internas inerentes à proteção.
as sub-funções da proteção. Para que haja essa análise, as variáveis são plotadas
36
Figura 5.8: Lógica de Aquisição de sinais do campo e criação de variáveis internas
de operação ( tripping range) sem que haja algum bloqueio por harmônico resulta
proteção não atua, já que o valor deve ser proveniente de um dos casos supracitados.
gura 5.9.
37
proteção diferencial tem como objetivo extinguir falhas internas. Para realizar a
nando a operação à identicação de uma corrente mais elevada que uma tolerância
estipulada previamente.
que o curto circuito seja extinto o mais próximo possível da falta, evitando, desta
sem necessidade. Para que este tipo de coordenação fosse possível foram criados
Essa atração ocorre a partir da força magnética resultante da corrente que cir-
cula na espira deste relé atraindo a alavanca para o contato conforme pode ser
f mm = N I, (5.16)
A atuação desse relé é dita como instantânea e ocorre assim que a corrente
o valor ajustado.
para que o curto seja extinto o mais próximo possível da falta o que levou à
confecção de relés com elemento que criasse uma temporização para a atuação
38
Figura 5.10: Relé de Sobrecorrente de Alavanca. [1]
que esta corrente circula pelas espiras do relé 51. A força magnética gerada pela
corrente aquisitada pelo relé comprime o óleo até que os contatos nalmente
falta seja extinta antes, os contatos não são fechados e a operação não ocorre.
de tempo que inibe a atuação por um certo tempo estipulado como pode ser
visto na gura 5.12. Desta forma, caso o curto seja extinto anteriormente ao
tempo de liberação do relé temporizado não haverá mais corrente nas espiras
e, assim, não haverá mais força magnética e o relé de sobrecorrente não atuará.
De maneira oposta, caso o curto não seja isolado por nenhuma outra proteção,
39
Figura 5.12: Relé de Sobrecorrente de Alavanca temporizado por um relé auxiliar
de tempo e respectiva curva tempo x atuação. [1]
segundo a lei de Lenz, induz correntes no disco (parte móvel do relé). Essas
As características do relé como raio do disco e peso, por exemplo, são dimen-
descartar o uso de outro dispositivo temporizador uma vez que para temporizar
sua atuação e coordenar a proteção basta que o contato móvel seja posicionado
40
Figura 5.14: Atuação do Relé de Sobrecorrente de Indução. [1]
margem para operação entre 40% e 50% acima deste valor, e o valor de corrente de
41
Iccmin
1, 5Inom ≤ Ipick−up ≤ , (5.18)
1, 5
é facilmente encontrada nas literaturas sobre o tema.
O ONS determina que a corrente de operação deve ser ajustada entre 1,4 e 2,0
Vale ressaltar que, apesar de não ser comum, o mecanismo para que não haja
5.1.2 pode ser utilizado. O bloqueio geralmente não é necessário pois os valores de
pleto e atualizado, deve ser destacado nesta seção uma vez que somente com uma
a coordenação da proteção, os relés digitais respondem a uma curva que não irá se
do projeto.
K
top (I) = T − L, (5.19)
(I/Ipickup )α − 1
sendo top o tempo de operação do relé em função da corrente aquisitada, I a corrente
que circula pelo circuito primário, Ipickup a corrente de operação ajustada no relé, T
tempo de operação ajustável do relé, K , α e L são constantes denidas de acordo
No Brasil as curvas variam de acordo com a norma IEC 255-4, cujos valores estão
42
Tabela 5.3: Tabela de coecientes de operação em função de sobrecorrente segundo
norma IEC 255-4
Tipo de Curva K α L
Inversa 0,14 0,02 0
Muito Inversa 13,5 1 0
Extremamente Inversa 80 2 0
no qual o curto circuito é mais agressivo atingindo correntes muito altas e a curva
inversa é utilizada em subestações cujas correntes de curto são mais brandas. Deve-
atuação de forma instantânea com retardo. Isso signica uma curva de operação
constante onde qualquer corrente acima do valor da corrente de operação irá ter
43
o mesmo valor de tempo de operação. A característica da atuação com retardo é
de tensão, ou seja, um ajuste para alta tensão e outro para baixa tensão que irá abrir
são detectadas por esta proteção porque ela analisa a corrente que passa pelo
essa análise de maneira computacional com a soma da corrente das três fases
a falta ocorre numa região entre o disjuntor e o TC. Neste cenário, como foi
mencionado na seção 5.1 , a proteção diferencial não irá atuar uma vez que a
o disjuntor da imagem, o que não será o suciente para isolar o curto, pois
Sendo assim, a proteção de zona morta irá detectar que a falta segue sendo
44
Figura 5.17: Exemplo de falta em zona morta
tação. Para cada arranjo haverá uma maneira diferente de atuar já que pode
em anel, por exemplo). Sendo assim, cada projeto terá um estudo detalhado
máximo ajustado (Ipickup ). Caso esse limite seja ultrapassado, o relé irá analisar
tempo de operação (top ) no qual haverá a atuação da proteção caso a corrente persista
próximo.
45
Figura 5.18: Lógica simplicada de atuação da proteção 51
os TPs, em geral, são instalados nas barras e nas linhas e, assim, não há transfor-
sobretensão avalia situações de desequilíbrio e faltas para terra que serão detalhados
mais adiante.
sobrecorrente e à proteção de sobretensão também são idênticos como pode ser visto
aberto em paralelo com um relé 59N. O Esquema de conexão para a aquisição das
tensões para a proteção de sobretensão de sequencia zero pode ser visto na gura
5.20.
Vmn = Va + Vb + Vc , (5.21)
46
Figura 5.19: (a) Relé de proteção de sobretensão instantâneo; (b) Relé de proteção
de sobretensão de tempo inverso. [6]
sendo Vmn a tensão registrada pelo relé 59, Va , Vb e Vc as tensões de fase do trans-
correntes, haverá a indução de uma tensão de sequencia zero que, no caso de uma
falta à terra, pode chegar a 3Vnom . Sendo assim, a tensão é ajustada para algum
47
res salvo casos especiais apontados pelo Operador Nacional do Sistema. Entretanto,
vale destacar que essa proteção por vezes é utilizada como alarme para auxiliar na
supervisão da subestação.
são de sequência zero, pois é a única proteção relacionada à tensão solicitada pelo
compara com o valor ajustado como máximo tolerável. Caso ultrapasse este valor, o
relé dispara a proteção que pode abrir o disjuntor ou somente servir de alarme para
o operador uma vez que outras proteções de sobretensão devem atuar anteriormente
ao 59N.
de sequencia zero.
rentes de sinais por parte do relé de proteção. O primeiro que inicia toda cadeia de
sinal para a unidade responsável pela proteção de falha deste mesmo disjuntor.
Essa unidade de proteção atua analisando tanto o contato que indica a posição
do disjuntor quanto a corrente que passa pelo mesmo com a nalidade de certicar-
se que a proteção atuou com sucesso, ou seja, que o disjuntor abriu e o equipamento
está protegido da falta. Para tanto, a unidade de proteção realiza duas contagens
período de tempo, Tretrip , há uma nova tentativa de abertura do disjuntor por meio
de uma cadeia de trip independente, conhecido como retrip. Desta forma, caso haja
48
operação convencional da proteção, através do retrip o sinal nalmente chegará ao
disjuntor, efetuando sua abertura.
ser isolado e o curto extinto. A abertura dos outros disjuntores geralmente signica a
sendo Tretrip o tempo para que seja efetuado o retrip, Tprot o tempo para que haja
de disparo, Tdj o tempo para a abertura do disjuntor e TBF o tempo para que sejam
a falha ocorrer novamente depois de TBF s, o relé opera realizando a abertura dos
disjuntores adjacentes. A lógica desta proteção pode ser vista na gura 5.22.
49
Figura 5.22: Lógica simplicada de atuação da proteção contra falha do disjuntor
50
Capítulo 6
Ajuste da Proteção do
Transformador TR03 - Barro Alto
tema real, este trabalho irá apresentar o ajuste e o sistema de proteção real de um
transformador na Subestação Barro Alto, operada por Furnas, que ca na cidade de
com relação de transformação 230 kV/ 69 kV / 13,8 kV, fabricação Toshiba, conec-
ONAF2.
dos pátios de 230 kV e 69 kV da subestação Barro Alto podem ser vistos no Apêndice
B.
seguindo o Submódulo 2.6 do ONS [22] que determina os requisitos mínimos para
O TR03 possui uma série de proteções intrínsecas para que haja manutenção e super-
51
destacam-se as proteções citadas no capítulo 4: o relé de Buchholz, temperatura do
As proteções são acionadas pelo próprio IED do transformador que abre o dis-
juntor em caso de qualquer uma das faltas citadas. Entretanto, contatos elétricos
que sinalizam o disparo destas proteções foram encaminhados para as UACs que os
enviam ao SAGE, para serem exibidos ao operador. Os contatos que são disponi-
bilizados pelo IED do TR03 e um exemplo de conexão com uma entrada digital da
ONS [22]. Sendo assim, as proteções citadas no capítulo 5 foram todas programadas
Para que o ajuste seja feito de maneira correta é necessário que sejam fornecidos
formador. Uma vez que o banco TR03 possui comutação automática, variando,
alta, no caso, o tap de menor tensão. O cliente informou que o regime de resfria-
mento seria o ONAF2, ou seja, resfriamento à óleo, ar natural e ar forçado com dois
estágios fazendo com que o transformador possa chegar à 16.667 kVA de potência.
Através da gura D.2, vemos que a corrente nominal para o tap 33 no enrolamento
de alta tensão à potência de 16.667 kVA é 147,7 A. Para se obter a corrente nominal
I1 V2
= , (6.1)
I2 V1
sendo V1 a tensão na alta do menor tape, neste caso 195,5 kV, V2 a tensão na média
valores temos
I2 = 418.49 A. (6.2)
5, o estudo de curto circuito é parte bastante importante no projeto. Este estudo foi
pelo ONS e vista no apêndice B, é inserida neste programa que é capaz de simular
52
diferentes tipos de faltas em vários pontos da rede a m de ter um panorama geral
bloqueios de acordo com as características vistas nas subseções 5.1.1, 5.1.2, 5.1.3 e
5.1.4.
mador em regime permanente, dos erros de mismatch dos TCs e o erro relativo
à classe de exatidão dos TCs.
53
A corrente de magnetização em regime permanente é retirada da curva de
nesse trabalho na gura 5.4. A tensão de 110% da tensão nominal foi utilizada
é a menor delas.
seguintes:
Por m, devemos levar em conta o erro relativo à classe de exatidão dos TCs
que também foi fornecido nas tabelas D.1 e D.2. Como cada um dos TCs
20% na medida.
54
Ipickup ≥ 5, 71% + 20% + 0, 5%, (6.8)
O valor escolhido deve ser maior, porém próximo para que não haja uma folga
para 30%, valor sugerido pelo ONS [14] e também pela fabricante do P645, a
maneira:
valor inferior à da menor corrente de falta externa que possa provocar saturação
nos TC. Segundo o estudo de curto circuito, a menor corrente de falta que
55
O valor descrito na equação 6.13 é equivalente à 8,3 I2 , corrente nominal do
lado de 69 kV. Assim, valores abaixo de 8,3 I2 podem ser escolhidos. Vale notar
que esse valor na alta pode ser facilmente achado fazendo 8,3 I1 . Seguindo a
A inclinação K2, vide gura 6.1, visa evitar a operação mediante o forte efeito
da saturação dos TCs que correntes de falta externas elevadas possam provo-
car. O ONS [14] recomenda valores superiores a 50% e, seguindo o valor típico
inrush podem chegar a 60%. Segundo o ONS [14], valores de componente harmônico
recomendado pela Alstom [10] como valor base para que o bloqueio seja efetuado.
que deve ser estipulado entre 25% e 35% da fundamental. A fabricante [10] do relé
indica utilizar como base o valor de 35%, sendo assim, o bloqueio foi ajustado para
este valor.
5.1.4.
para detectar faltas de corrente elevada nos enrolamentos de alta tensão do trans-
formador (230 kV), de média tensão (69 kV), além da implantação para detecção de
56
As correntes de curto circuitos apresentadas para os ajustes abaixo são prove-
projeto baseou-se nas condições para ajuste e coordenação do ONS [14] e que os
ajustes das proteções de sobrecorrente dos demais vãos da subestação foram forne-
cidos para que o estudo de coordenação pudesse ser realizada. Assim como o estudo
sigiloso, desta forma, iremos nos ater aos seus resultados e citar brevemente como a
às seguintes condições:
nal (98%) das linhas de transmissão (LTs) que partem do lado de 69 kV seja
LTs que partem do lado de 69 kV nos curtos trifásicos na saída da linhas (2%);
do TR03.
A partir da tabela 6.1 observa-se que não é possível atender a condição 2, pois
de curto circuito bifásico em uma das LTs. Desta forma, para ajustar a corrente de
pelo ONS foi de 1,55 I2 para que o transformador tenha uma margem de operação
pelo TC será
1, 55I2
Ipickup = = 2, 162 A. (6.14)
RT C69
57
Os dados dos ajustes de proteção de sobrecorrente dos vãos vizinhos mostrou
muito inversa, por este motivo esta curva foi a selecionada não só para a proteção
diferença entre uma atuação de proteção e outra seja de pelo menos 300 ms.
Por m, a tabela 6.2 fornece os dados dos ajustes para a proteção de sobrecorrente
58
6.2.2.2 Sobrecorrente do Lado de 230 kV
As condições do ONS [14] para o ajuste da proteção de sobrecorrente do lado de 230
kV são:
3. A Corrente de pick-up deve ser tal que o curto circuito bifásico no barramento
do lado de 69 kV seja suciente para disparar a proteção;
conseguirá ser atendida uma vez que o valor mínimo do curto bifásico ao nal das
LTs que partem do lado de 230 kV é menor que a corrente nominal da alta tensão, I1
= 147,7 A. No entanto, as condições 1 e 3 são satisfeitas em conjunto para qualquer
operação será
1, 7I1
Ipickup = = 2, 510 A, (6.15)
RT C230
Assim como para o lado de 69 kV, a curva escolhida foi a muito inversa e o dial de
59
Tabela 6.4: Ajuste da proteção de sobrecorrente lado de 230 kV
Curva IEC utilizada Muito Inversa
Ipickup 2,510 A
Dial de Tempo 0,201
60
6.2.2.3 Sobrecorrente Residual do lado de 230 kV
O ONS [14] estabelece as seguintes condições para o ajuste da proteção residual:
monofásico no nal (98%) das linhas de transmissão (LTs) que partem do lado
69 kV.
rente residual:
Observa-se através da tabela 6.5 que qualquer valor arbitrário dentro da faixa
0, 2I1
Ipickup = = 0, 500 A, (6.16)
RT C230
A curva IEC escolhida para esta proteção foi a muito inversa para seguir o pa-
fornecidos das demais proteções de sobrecorrente residual, o dial de tempo foi empi-
61
Tabela 6.6: Ajuste da proteção de sobrecorrente residual lado de 230 kV
Curva IEC utilizada Muito Inversa
Ipickup 0,500 A
Dial de Tempo 1,207
monofásico no nal (98%) das linhas de transmissão (LTs) que partem do lado
corrente residual do lado de 69 kV. Através destes valores nota-se que ao se atender a
62
Tabela 6.7: Correntes de Curto Circuito para o ajuste da proteção de sobrecorrente
residual, lado de 69 kV
Icc Mínimo Curto Bifásico 98% LTs 69 kV 815,3 A
Icc Mínimo Curto Monofásico 98% LTs 230 kV 719,9 A
Icc Monofásico Barra 230 kV 217,3 A
Icc Monofásico Barra 69 kV 2612,3 A
Icc Bifásico Barra 69 kV 2231,4 A
Sendo assim, o valor escolhido para a corrente de operação foi 0,1 I2 e o valor
0, 1I2
Ipickup = = 0, 400 A, (6.17)
RT C69
De maneira semelhante com os casos anteriores, a curva e a coordenação foi
curva IEC muito inversa resultando na gura 6.6. Além disso, a coordenação das
gura 6.7.
63
Figura 6.6: Curva de atuação da proteção de sobrecorrente residual do lado de 69
kV
dos TCs utilizados pela proteção possibilitam a ocorrência da falta em uma zona
64
morta, isto é, um trecho onde não há uma proteção designada, de maneira seme-
Sendo assim, o sistema de proteção deve ajustar a End Fault Protection tanto
para a zona de 230 kV quanto para a de 69 kV. Esta proteção atua com tempo
denido, ou seja, independente do nível do curto circuito ela terá o mesmo atraso
Esta proteção deve ser ajustada para o menor [14] valor de corrente de curto
circuito de cada uma das barras. Além disso, uma margem de segurança é conven-
cionalmente adotada e, neste caso, escolheu-se um valor de 20% para esta margem.
2579, 6
IEF P 69 = (1 − 0, 2) = 6, 87 A, (6.18)
RT C69
66, 3
IEF P 230 = (1 − 0, 2) = 0, 53 A. (6.19)
RT C230
O tempo denido para a atuação da proteção, oriunda da coordenação com a
proposital para que possa ser feita a proteção de sobretensão de sequência zero.
Como exposto na seção 5.3, o controle e a proteção contra sobretensão são vinculados
aciona um alarme para o operador, mas não gera nenhum disparo para abertura dos
De acordo com a teoria desenvolvida na seção 5.3.1, a proteção 59N deve ser ajus-
65
A tensão selecionada foi 100 V que é abaixo da tensão nominal do transformador
de aterramento. Além disso, o tempo de operação foi ajustado para 3s, no qual o
quer uma das proteções ajustadas anteriormente demora para abrir o disjuntor como
visto na seção 5.4. Na tabela 6.10 são apresentados os tempos de atuação de cada
Sendo assim, o valor ajustado para que seja realizada uma nova tentativa de
abertura do disjuntor, Tretrip , foi de 60 ms. Para que seja declarada a falha do dis-
6.14 e 6.15, os ajustes realizados nas seções 6.2.1, 6.2.2, 6.2.3 e 6.2.4.
66
Tabela 6.12: Tabela sumário com os ajustes da proteção de sobrecorrente
Proteção 51 Curva IEC utilizada Ipickup Dial de Tempo
Sobrecorrente lado de 230 kV Muito Inversa 2,510 A 0,201
Sobrecorrente lado de 69 kV Muito Inversa 2,162 A 0,033
Sobrecorrente residual lado de 230 kV Muito Inversa 0,500 A 1,207
Sobrecorrente residual lado de 69 kV Muito Inversa 0,400 A 1,185
67
Capítulo 7
Conclusões
Este projeto teve como principal objetivo dar uma abordagem atualizada e completa
permitindo que, nos dias de hoje, os SPCS sejam sistemas de automação sostica-
trás da programação do relé digital, muitas vezes negligenciada por conta do fácil
manuseio das interfaces grácas disponibilizadas pelos fabricantes para o ajuste das
proteções. Além disso, o projeto apresenta um caráter singular por conta do nível de
o tema, uma vez que os relés utilizados atualmente no mercado possuem funções
protocolo IEC 61850 na comunicação entre os relés teve sua implantação difundida ao
cabeamento elétrico.
68
que tange à difusão desta tecnologia de vanguarda.
69
Referências Bibliográcas
- UFSC, 2005.
sado em 02/02/2017.
03/01/2017.
18/01/2017.
Acessado em 18/01/2017.
- UFSC, 2005.
[10] Technical Manual - Transformer Protection IED - P64x, 06 ed. Alstom, 2014.
70
[15] NOGUEIRA, D. D. S., ALVES, D. P. Transformadores de Potência - Teoria e
Aplicação. Projeto de graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro
02/02/2017.
02/02/2017.
02/02/2017.
[22] ONS. Procedimentos de Rede - Submódulo 2.6 - Requisitos Mínimos para Sis-
temas de Proteção e de Telecomunicações. Relatório técnico, ONS, 2011.
[23] TOSHIBA. Imagem Aspectos Construtivos. https://goo.gl/kYhWKw. Aces-
sado em 20/01/2017.
1994.
71
Apêndice A
Fundamentos Teóricos
tensões sobre eles. Para esta análise torna-se necessário o conhecimento de análise
simétricas.
tos elétricos. A partir de suas duas leis, a lei dos nós e a lei das malhas, torna-se
de um circuito.
algumas denições:
n
X
Ii = 0. (A.1)
i=1
Para que não haja confusões há uma convenção considerando as correntes que
72
forma temos que
n
X m
X
Iichegam = Iisaem . (A.2)
i=1 j=1
Para exemplicar a utilização da lei das corrente, observe que na gura A.1
I1 = I2 + I3 . (A.3)
n
X
Vi = 0 (A.4)
i=1
Deve-se tomar cuidado especial com a polarização dos elementos e das fontes
de tensão para que os termos da soma tenham seu sinal adequadamente dispos-
Com este exemplo simples, ilustrado na gura A.2, temos que a tensão imposta
Com a utilização da lei dos nós da equação A.3 podemos determinar que:
73
Figura A.2: Exemplo da aplicação da lei dos nós
V = I2 R1 (A.6)
Condizente com a lei de Ohm que poderia facilmente ser aplicado a este exem-
plo.
A.1.2 Fasores
Os fasores são uma ferramenta matemática largamente utilizada pela engenharia
uma referência que pode ser arbitrariamente escolhida. Por ser um sinal periódico,
periodicidade
2π
T = . (A.8)
ω
Sendo a identidade de Euler [24], dada por
74
Portanto, segundo Euler, também podemos representar o sinal senoidal como
defasagem angular relativa entre sinais e suas magnitudes são sempre requeridas
para qualquer que seja a solução. Sendo assim, o chamado domínio da frequên-
análises.
constantes.
tria das cargas alimentadas pelas fases e faltas assimétricas. Para analisar estes
gura A.3.
75
magnitude, mas em fase entre si, ou seja, defasados em 0 graus entre si.
do sistema original.
(1)
Normalmente, utiliza-se a notação VA para denotar a componente positiva de
(2) (0)
uma grandeza, no caso a tensão da fase A, VA para a componente negativa e VA
para a componente se sequência zero. Assim,
120 graus de acordo com a sequência de fase, como pode ser visto na gura A.3.
e
(1) (2) (0)
VC = aVA + a2 VA + VA , (A.14)
76
1 1 1
A = 1 a2 a . (A.15)
1 a a2
Assim, matricialmente, podemos realizar a operação de decomposição em com-
(0) (0)
VA 1 1 1 VA VA
2 (1) (1)
VB = 1 a a VA = A VA . (A.16)
(2) (2)
VC 1 a a2 VA VA
que são essenciais para realizar a proteção de um equipamento, uma vez que as
Um sinal periódico, x(t), com período T pode ser representado usando-se uma soma
innita de senos e cossenos, a série de Fourier, dada por
∞
a0 X
x(t) = + [ak cos(ωkt) + bk sin(ωkt)] , (A.17)
2 k=1
Z T
2
a0 = x(t)dt, (A.18)
T 0
Z T
2
ak = x(t) cos(ωkt)dt (A.19)
T 0
e Z T
2
bk = x(t) sin(ωkt)dt. (A.20)
T 0
ção em nosso trabalho, o fato das funções pares só terem termos cosseno e funções
77
ímpares só terem termos seno.
cossenoidais e, por isso, sua série de Fourier contém somente termos cosseno. Em ge-
ral, os sinais recebidos pelos relés podem apresentar pequenas ou grandes distorções
apresentada na seção 5.1. Nesta seção, é tratada a proteção diferencial que possui
bloqueios para sua atuação dependendo dos pesos de certas harmônicas em relação
à fundamental.
78
Apêndice B
Unilar dos Pátios 230 kV, 69 kV SE
Barro Alto e Diagrama de
Impedâncias
Os diagramas a seguir chamam-se Unilares, neles podemos ver todos os vãos pre-
79
80
81
82
83
84
85
86
Apêndice D
Dados de Placa do Transformador e
Características dos Equipamentos de
Medição
seguir.
87
D.1 Dados de placa dos Transformadores que com-
põem o TR03
Figura D.1: Informações básicas dos trafos que compõem o TR03: ligação e potência
nominal
88
Figura D.2: Correntes nominais dos tapes e correntes máximas toleradas pelos trans-
formadores que compõem o TR03
89
Tabela D.2: Características do TC da Baixa Tensão
RTC (1500/5) A
Erro 10%
FT 1,0
FS 20
90
Apêndice E
Tabela ANSI - Proteção
91
Tabela E.1: Tabela ANSI - Sistemas de Proteção
Número ANSI Denominação
1 Elemento Principal
2 Função de Partida ou Fechamento Temporizado
3 Função de Vericação ou Interbloqueio
4 Contator Principal
5 Dispositivo de Interrupção
6 Disjuntor de Partida
7 Disjuntor de Anodo
8 Dispositivo de Desconexão de Energia de Controle
9 Dispositivo de Reversão
10 Chave de Sequência das Unidades
12 Dispositivo de Sobrevelocidade
13 Dispositivo de Rotação Síncrona
14 Dispositivo de Subvelocidade
15 Dispositivo de Ajuste ou Comparação de Velocidade ou Frequência
17 Chave de Derivação ou Descarga
18 Dispositivo de Aceleração ou Desaceleração
19 Contator de Transição Partida-Marcha
20 Vávula Operada Elétricamente
21 Relé de Distância
22 Disjuntor Equalizador
23 Dispositivo de Controle de Temperatura
24 Relé de Sobre-excitação ou Voltz por Hertz
25 Relé de Vericação de Sincronismo
26 Dispositivo Térmico do Equipamento
27 Relé de Subtensão
27-0 Relé de Subtensão na Alimentação Auxiliar
29 Contator de Isolamento
30 Relé Anunciador de Alarme
31 Dispositivo de Excitação
32 Relé Direcional de Potência
33 Chave de Posicionamento
34 Chave de Sequência Operada por Motor
35 Dispositivo para Operação das Escovas ou Curto-circuitar anéis Coletores
36 Dispositivo de Polaridade
37 Proteção de Motor: Relé de Subcorrente ou Subpotência
38 Dispositivo de Proteção de Mancal
40 Relé de Perda de Excitação
92
Número ANSI Denominação
41 Disjuntor ou Chave de Campo
42 Disjuntor ou Chave de Operação Normal
43 Dispositivo de Transferênia Manual
44 Relé de Sequência de Partida
46 Relé de Proteção de Sequência Negativa
47 Relé de Sequência de Fase de Tensão
48 Relé de Sequência Incompleta de Partida
49 Relé de Proteção Térmica
50 Relé de Sobrecorrente Instatâneo
50N Relé de Sobrecorrente Instatâneo de Neutro
50BF Relé de Proteção de Falha do Disjuntor
51 Relé de Sobrecorrente Temporizado
51N Relé de Sobrecorrente Temporizado de Neutro
51R Relé de Sobrecorrente Residual
51EFP Relé de Proteção de Zona Morta
52 Disjuntor de Corrente Alternada
53 Relé para Excitatriz ou Gerador CC
54 Disjuntor para Corrente Contínua, Alta Velocidade
55 Relé de Fator de Potência
56 Relé de Aplicação de Campo
57 Dispositivo de Aterramento
58 Relé de Falha de Reticação
59 Relé de Sobretensão
59N Relé de Sobretensão de Terra (ou Sobretensão de Sequência Zero)
60 Relé de Balanço de Tensão
61 Relé de Balanço de Corrente
62 Relé de Interrupção ou Abertura Temporizada
63 Relé de Buchholz
64 Relé de Proteção de Terra
65 Regulador de Velocidade
66 Proteção de Motor: Supervisão do Número de Partidas
67 Relé Direcional de Sobrecorrente
68 Relé de Bloqueio pro Oscilação de Potência
69 Dispositivo de Controle Permissivo
70 Reostato Eletricamente Operado
71 Dispositivo de Detecção de Nível
72 Disjuntor de Corrente Contínua
73 Contator de Resistência de Carga
74 Função de Alarme
75 Mecanismo de Mudança de Posição
76 Relé de Sobrecorrente CC
77 Transmissor de Impulsos
78 Relé de Medição de Ângulo de Fase/ Proteção Contra Falta de Sincronismo
79 Relé de Religamento AC
93
Número ANSI Denominação
81 Relé de Sub ou Sobrefrequência
82 Relé de Religamento DC
83 Relé de Seleção/ Transferência Automática
84 Mecanismo de Operação
85 Relé Receptor de Sinal de Telecomunicação
86 Relé Auxiliar de Bloqueio
87B Proteção Diferencial - Barra
87TP Proteção Diferencial - Transformador
87G Proteção Diferencial - Gerador
87L Proteção Diferencial - Linha
88 Motor Auxiliar ou Motor Gerador
89 Chave Seccionadora
90 Dispositivo de Regulação
91 Relé Direcional de Tensão
92 Relé Direcional de Tensão e Potência
93 Contator de Variação de Campo
94 Relé de Desligamento
94