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PARECER Nº2415/2013 CRM-PR

PROCESSO CONSULTA N.º 06/2013 – PROTOCOLO N. º 5564/2013


ASSUNTO: PAGAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA PARA REALIZAÇÃO DE AUDIOMETRIA
PARECERISTA: CONS.ª ROSENI TERESINHA FLORENCIO

EMENTA: Pagamento de fonoaudióloga para


realização de exame de audiometria -
Responsabilidade profissional

CONSULTA

Em e-mail encaminhado a este Conselho Regional de Medicina, o Dr. XXXX formula


consulta com o seguinte teor:
“Fonoaudiologia credenciar fonoaudiólogos para realizarem a avaliação auditiva, e
dentro desta a realização da audiometria. Como a audiometria consta na Tabela referencial de
remuneração médica, CBHPM, e alguns laudos vem assinado pela Fonoaudióloga e por Médicos,
alguns técnicos entendem que a interpretação e o ato de laudar este exame seja um Ato Médico.
Portanto, quando realizadas e interpretadas apenas pelo fonoaudiologo, não seriam passíveis de
remuneração por parte do plano de saúde. Esta situação o gerou uma controvérsia na nossa
regulação em saúde e per este motivo vimos através deste solicitar um parecer desta Respeitosa
Câmara Técnica.
4.01.03.04-8 Audiometria (tipo Von Bekesy) ................................................................ 2A 0,910
4.01.03.06-4 Audiometria de tronco cerebral (PEA) BERA ......................................... 4B 4,521
4.01.03.07-2 Audiometria tonal limiar com testes de discriminação ............................ 2A 0,780
4.01.03.08-0 Audiometria tonal limiar infantil condicionada (qualquer técnica) - Peep-show ..... 2C 1,755
4.01.03.09-9 Audiometria vocal - pesquisa de limiar de discriminação......................... 1B 0,910
4.01.03.10-2 Audiometria vocal - pesquisa de limiar de inteligibilidade ..................... 1B 0,910
4.01.03.11-0 Audiometria vocal com mensagem competitiva (SSI, SSW) ................... 2A 0,910
Pergunta: O plano de saúde deve remunerar o fonoaudiólogo pela realização da audiometria,
mesmo que sem a análise e laudo de um médico otorrinolaringologista em conjunto?”

FUNDAMENTAÇÃO E PARECER

O exame de Audiometria tem a finalidade de avaliar a audição do paciente. O


resultado é expresso em um “audiograma”, gráfico que revela as capacidades auditivas do
paciente. Quando detecta qualquer anormalidade auditiva permite medir o seu grau e tipo de
alteração, assim como orienta as medidas preventivas ou curativas a serem tomadas, evitando
assim o agravamento da doença.
Os principais tipos de Audiometria são a Audiometria tonal, que é considerado um
teste subjetivo para avaliar o grau e o tipo de perda auditiva e a Audiometria vocal, que pesquisa a
capacidade de compreensão da fala humana.
Existem outros tipos de Audiometria, que serão indicadas conforme a necessidade
de cada paciente. A solicitação do exame é feita após a avaliação médica, geralmente de um
Otorrinolaringologista ou Médico do trabalho.
A Lei de nº 3.268, de 30 de Setembro de 1957 dispõe sobre os Conselhos de
Medicina. No seu Artigo 2º reza:
Art. 2º: O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina são os órgãos
supervisores da ética profissional em toda a República e ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da
classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito
desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam
legalmente.
E no Artigo 17 diz:
Art. 17: Os médicos só poderão exercer legalmente a medicina, em qualquer de seus ramos
ou especialidades, após o prévio registro de seus títulos, diplomas, certificados ou cartas no Ministério da
Educação e Cultura e de sua inscrição no Conselho Regional de Medicina, sob cuja jurisdição se achar o
local de sua atividade.
Quanto à profissão de fonoaudiólogo, ela é regulamentada pela Lei nº 6.965/81.
Vejamos o que diz no Artigo 4º da Lei, em alguns dos seus itens:
Art. 4º: É da competência do Fonoaudiólogo e de profissionais habilitados na forma da
legislação específica:
b) participar de equipes de diagnóstico, realizando a avaliação da comunicação oral e escrita,
voz e audição;
h) dirigir serviços de fonoaudiologia em estabelecimentos públicos, privados, autárquicos e
mistos;
j) assessorar órgãos e estabelecimentos públicos, autárquicos, privados ou mistos no campo
da Fonoaudiologia;
m) dar parecer fonoaudiológico, na área da comunicação oral e escrita, voz e audição.
O Ministério do trabalho e Emprego publicou em 08/06/78 a Norma Regulamentadora
- NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (107.000-2) –
PCMSO, que tem como objeto o que segue:
7.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Nos itens 3.3 e 5.1 há orientações
importantes para nossa análise, conforme descritos a seguir:
3.3. O exame audiométrico será executado por profissional habilitado, ou seja, médico ou
fonoaudiólogo, conforme resoluções dos respectivos conselhos federais profissionais.
5.1. O diagnóstico conclusivo, o diagnóstico diferencial e a definição da aptidão para o
trabalho, na suspeita de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados, estão a cargo do
médico coordenador do PCMSO de cada empresa, ou do médico encarregado pelo mesmo para realizar o
exame médico, dentro dos moldes previstos na NR - 7, ou, na ausência destes, do médico que assiste ao
trabalhador.
Temos ainda o contido na Resolução do Conselho federal de Medicina (CFM) nº
1.475/97, que preocupados com a necessidade de regulamentar a competência profissional para
realização dos exames audiológicos e levando em consideração os diplomas legais que
regulamentam as profissões de médico (Lei nº 3.268, de 30.9.57, regulamentada pelo Decreto nº
44.045, de 19.7.58) e de fonoaudiólogo (Lei nº 6.965, de 9.12.81, regulamentada pelo Decreto nº
87.218, de 31.5.82), bem como que compete exclusivamente ao médico realizar o diagnóstico e
prescrição do tratamento das patologias auditivas e a indicação para a realização dos exames
audiológicos, sendo ainda a audiometria considerada parte integrante do exame audiológico,
assim determinou, no seu Artigo 1º:
Art. 1º - Os exames audiológicos, incluindo a audiometria, deverão ser executados
exclusivamente por médicos e fonoaudiólogos.
No Parecer CFM nº 12/2010, emitido pelo Conselheiro Antonio G. Pinheiro, sobre a
realização de novos exames audiométricos, ele cita na Ementa:
EMENTA: É da competência do médico a solicitação de exames complementares, bem como
o diagnóstico nosológico na otorrinolaringologia.
O consulente cita no seu questionamento: “Existem outros exames otoneurológicos
mais modernos, que recentemente foram instituídos na bateria destes testes, para os quais não
está clara a autorização regulamentada pelo CFM em sua Resolução nº 1.475/97”.
Nos seus comentários, o Conselheiro argumenta: “Por sua vez, após a graduação o
médico otorrinolaringologista realiza residência médica em Otorrinolaringologia, credenciado pelo
Ministério da Educação e Cultura (MEC) com duração de três anos, conforme estabelecido pela
Comissão Nacional de Residência Médica, visando promover treinamento em serviço sob
supervisão, para aperfeiçoamento técnico, científico e ético, possibilitando que tenha capacidade
de desempenhar corretamente o seu papel de especialista no diagnóstico e tratamento das
afecções otorrinolaringológicas.
A audição é um sistema complexo que permite ao ser humano comunicar-se e
socializar-se. Quando sofre alguma alteração, pode comprometer essa interação. As doenças
otológicas progressivas, assim como as doenças sistêmicas com repercussões sobre o aparelho
auditivo, necessitam ser diagnosticadas e tratadas para que não ocorram danos adicionais ao
paciente.
A audiometria de respostas elétricas do tronco cerebral (Bera) tem o objetivo de
avaliar a audição periférica e a condução nervosa até o colículo inferior. É uma técnica não
invasiva e objetiva, que pode ser aplicada em adultos e crianças de quaisquer idades. O uso de
anestesia é desnecessário em adultos e opcional em crianças.
As otoemissões acústicas (teste da orelhinha) são testes rápidos, não invasivos e
objetivos capazes de identificar os indivíduos de risco em uma grande população.
A imitanciometria é outro método não invasivo que auxilia no diagnóstico das
alterações de condução do som através da orelha externa e média, avaliando a integridade e
funcionalidade da membrana timpânica e da orelha média.
A eletronistagmografia, teste não invasivo, avalia indiretamente a função vestibular
através da observação dos movimentos oculares”.
E após esses conceitos, responde às perguntas formuladas:
a) Seria legal somente médicos realizarem estes novos tipos de exames (audiometria
do tronco cerebral, otoemissões, eletronistagmografia, eletrococleogramo ou imitanciometria) ou
incluiriam autorização também a fonoaudiólogos;
Resposta: Os médicos estão tecnicamente habilitados para a efetivação desses
exames, prevendo-se, como lógico, o treinamento específico para tal. Não há previsão para a
execução desses exames sem supervisão médica, incluindo aí os que necessitam de anestesia.
b) Seria legal os fonoaudiólogos prescreverem sua solicitação?
Resposta: É de competência médica a solicitação desses exames complementares
ao diagnóstico.
c) Seria legal estes assumirem a total responsabilidade da afirmação de seus
resultados, bem como assinar esta conclusão diagnóstica sem o respaldo do médico responsável
pelo Serviço?
Resposta: Não.
d) O que dizem, ou no que rezam estas leis, regulamentações e artigos?
Resposta: Ao longo desses 12 anos, a partir da publicação da Resolução CFM nº
1.475/97 no D.O.U. de 17.6.97, novos exames complementares ao diagnóstico na especialidade
de otorrinolaringologia foram introduzidos na prática médica. Nada impede que o Conselho
Federal de Medicina, por intermédio de uma comissão, avalie a necessidade de normatização
desses novos exames.
Como citado pelo consulente deste Parecer ora em análise, os exames de
Audiometria constam na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos
Médicos/CBHPM, onde encontramos códigos distintos para os diversos procedimentos de
Audiometria:
Procedimento Código
Audiometria (tipo Von Bekesy) 40103048
Audiometria de tronco cerebral (PEA) BERA 40103064
Audiometria tonal limiar com testes de discriminação 40103072
Audiometria tonal limiar infantil condicionada (qualquer
40103080
técnica) - Peep-show
Audiometria vocal - pesquisa de limiar de discriminação 40103099
Audiometria vocal - pesquisa de limiar de inteligibilidade 40103102
Audiometria vocal com mensagem competitiva (SSI,
40103110
SSW)
Teste de glicerol (com audiometria tonal limiar pré e pós) 41401212

Após a análise de todos esses dados e referências apresentados, podemos concluir


que o exame de Audiometria pode ser realizado pelo médico e pelo fonoaudiólogo, legalmente
habilitados, ficando claro que os procedimentos invasivos e/ou que necessitem de algum tipo de
sedação/anestesia para serem realizados, deverão ser feitos somente pelo médico ou sob
supervisão médica, que detém mais recursos técnico-científicos para a sua execução.
Entendemos, portanto, que se o fonoaudiólogo realizar, analisar e emitir resultado
para o exame de Audiometria, o qual está legalmente habilitado e apto, tem o direito de receber
honorários pelo seu trabalho.
A indicação e a solicitação dos exames audiométricos deverão ser realizadas pelo
médico, após a avaliação clínica do paciente ou do trabalhador, tendo em vista que se tratam de
exames complementares.
Sempre deixamos claro que tudo deverá ser feito visando o que é melhor e mais
seguro, em benefício do trabalhador ou do paciente. Destacamos também que todo profissional é
responsável ética e legalmente pelo ato que pratica.
É o parecer, s. m. j.
Curitiba, 30 de março de 2013.

Cons.ª ROSENI TERESINHA FLORENCIO


Parecerista

Aprovado em Sessão Plenária n.º 3236.ª de 15/04/2013 – CÂM II.

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