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Fonte: WHO Patient Safety Curriculum Guide for Um paciente deu início ao uso de um anticoagu-
Medical Schools. Geneva, World Health Organiza- lante oral em um hospital para tratamento de uma
tion, 2009:242-243. trombose venosa profunda, seguida de uma fratura
no tornozelo. A duração do tratamento planejado
Um erro de administração era de três a seis meses. Entretanto, nem o paciente
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Este caso ilustra a importância da verificação e nem o médico tiveram essa informação. O pacien-
dos procedimentos quando se administram 48 te continuou tomando essa medicação por vários
drogas, assim como a importância da boa anos e estava se expondo desnecessariamente a um
49 risco maior de sangramento associado à medicação.
comunicação entre os integrantes da equipe.
Ele demonstra também a importância de se Depois de um tempo, prescreveram ao paciente an-
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manterem todos os materiais em recipientes tibióticos para uma infecção dental. Nove dias após
corretamente rotulados. ele ter começado a tomar o antibiótico, o paciente
começou a se sentir mal com dores nas costas e
Uma mulher de 38 anos procurou um hospital por hipotensão, como consequência de uma hemor-
causa de vermelhidão facial com edema e prurido ragia retroperitoneal espontânea e precisou de
que aparecera fazia 20 minutos. Ela tinha um his- hospitalização e transfusão de sangue. O teste de
tórico de reações alérgicas graves. Um enfermeiro coagulação sanguínea revelou resultados extrema-
preparou 10 ml de 1:10.000 de adrenalina (epine- mente elevados. O antibiótico havia potencializado
frina) em uma seringa de 10 ml (1 mg no total) e o efeito terapêutico do anticoagulante.
deixou na mesa ao lado do leito pronta para uso,
caso o médico pedisse. Entretanto, o médico inseriu Perguntas
um acesso intravenoso. Ele viu a seringa de 10 ml – Quais são os principais fatores associados com
de um fluido claro que o enfermeiro tinha prepara- eventos adversos?
do e deduziu que fosse solução fisiológica.
Erros de prescrição levam a efeitos adversos Mary tem 81 anos e uma dor forte crônica
Neste caso, um dentista subestimou o estado sistêmico nas costas; tem também osteoporose, doença
imunodeficiente de um paciente e, assim, não tomou as coronária e depressão, esta causada por sua dor
medidas apropriadas para prevenir efeitos adversos de constante e falta de confiança nos medicamentos
antibióticos sistêmicos. prescritos para ela. Suas medicações incluem
prescrições do seu neurologista, endocrinologis-
Um homem soropositivo de 42 anos foi ao dentista ta, dois clínicos gerais e um reumatologista. Ela
para um tratamento de canal, periodontite e extra- tem um total de 18 drogas diferentes prescritas.
ção de um dente devido a uma cárie grave. A maioria das medicações é para a dor. Por causa
da frequência com que toma medicamentos
Depois de anotar o histórico médico e odontológico
(AINEs) para dor, ela sofre de gastrite (inflamação
do paciente, o dentista concluiu que seu estado era
das paredes do estômago). Isso faz com que ela
estável e prescreveu um tratamento com antibióti-
desconfie muito dos analgésicos que toma ocasio-
cos profiláticos antes de realizar qualquer trata-
nalmente. Mary foi a várias farmácias em busca
mento odontológico. Na segunda visita, durante o
de diferentes remédios para dor (paracetamol,
exame intraoral, o dentista percebeu que o pacien-
ibuprofeno etc.).
te havia desenvolvido lesões orais semelhantes a
infecção fúngica (Candida). Mary está preocupada com os remédios para dor
por causa de sua intoxicação gástrica; algumas
Quando considerou a condição sistêmica do
vezes ela usa todos eles juntos com os medica-
paciente, percebeu que não havia focado no risco
mentos que não precisam de receita médica (OTC
de infecções fúngicas nas pessoas com HIV/AIDS
- do inglês over-the-counter). Apesar disso, Mary
quando elas tomam antibióticos sistêmicos e tinha
não sente nenhuma melhora. Mary tem medo das
esquecido de prescrever a droga antifúngica ade-
reações adversas da droga tramadol e não a usa
quada junto com os antibióticos para prevenir as
com regularidade. Para aliviar as dores fortes,
lesões. Ele notou também que havia considerado a
usa paracetamol, mas o remédio para dor tem
condição sistêmica do paciente estável sem consul-
pouco efeito. Da mesma forma, ela não vê me-
tar o seu médico.
lhora com o antidepressivo citalopram, mesmo
Logo, subestimou o estado de imunodeficiência do depois de uma semana de uso regular; logo, ela
paciente. Ele encaminhou o paciente ao seu médico usa a medicação de vez em quando. No Quadro
para tratamento das lesões fúngicas orais e o pa- B.11.1 estão listados todos os medicamentos que
ciente recebeu o tratamento necessário. O trata- Mary toma.
mento odontológico do paciente foi adiado até que
Um farmacêutico, ao perceber que Mary não en-
o estado de saúde sistêmico e oral fosse adequado.
tendia como suas medicações interagem, dedicou
Perguntas algum tempo a ela para explicar-lhe cada medica-
– Quais fatores colaboraram para que o plano de mento e seu uso adequado. Falou sobre a combina-
tratamento inicial do dentista se desenvolvesse ção imprópria de AINEs e, em especial:
de forma isolada com relação ao médico que o • o uso apropriado de metamizol com altas doses
tratava? de paracetamol se ela não tiver problemas no
fígado;
– Quais fatores levaram o dentista a subestimar o • planos para avaliar os efeitos de citalopram um
estado de imunodeficiência do paciente? mês depois de iniciar o tratamento;
• a importância de informar aos médicos sobre
– Quais fatores impediram o dentista de prescrever suas medicações e seu histórico clínico;
uma droga antifúngica com antibióticos sistêmi- • a necessidade de se avaliar a interação da
cos para este paciente soropositivo? droga para minimizar seus riscos de reações
adversas;
Fonte: Caso fornecido por Nermin Yamalik, Profes- • a necessidade de revisar as contraindicações e
sor, Department of Periodontology, Dental Faculty, uso das drogas OTC de forma apropriada.
Hacettepe University, Ankara, Turkey.