Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
3º ANO
2016/2017
Guia de Estudo
Pré-clínico
Elaborado
Joana Garcês
Maria João Calheiros Lobo
Orlanda Torres
Editado e Revisto
Maria João calheiros Lobo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
NOÇÕES BÁSICAS DE
ERGONOMIA
Perspectiva histórica:
Murrel (1949):” É o estudo do ser humano no seu ambiente de trabalho.”
McCormic (1981):”Trata de adequar as condições de trabalho às pessoas para melhorar a qualidade,
a segurança e a produtividade.”
Pheasant (1988): “Condicionar o local de trabalho ao sujeito e o produto ao consumidor.”
Ergonomia» Funcionalidade
A Ergonomia em MD centra o seu estudo na análise de factores, métodos e procedimentos para que
com o mínimo de esforço, possam os profissionais obter resultados de precisão
FACTORES DE TENSÃO EM MD
Atitudes para prevenir e tratar o medo
Fomentar a capacidade do paciente lidar com o medo
Modificar o ambiente dentário
Pessoal de recepção
A comunicação clínica-paciente é uma das áreas de marketing interno mais importantes.
O telefone é a primeira porta da clínica e a recepção é único interlocutor entre o paciente e o MD
até que este é atendido.
As principais regras da recepção são: transmitir um sorriso com a voz, com esclarecimentos
uniformes e claros para reduzir os equívocos e portanto o temor.
12
Ambiente Físico
Recepção e sala de espera: Tem como função acolher, distrair e informar o paciente; é necessário
portanto ter cuidado na decoração e isolamento de ruídos.
Gabinete dentário: Deve estar escrupulosamente limpo e permitir que durante as consultas, esteja
exposto o mínimo de aparelhos e instrumentos.
Atitude do Clínico
- Explicar o procedimento antes de começar
- Oferecer informação específica durante o tratamento
- Avisar sobre a possibilidade de dor
- Dar certo controlo sobre os tratamentos (sinais de mãos)
- Proporcionar distracção e alívio da tensão
- Mostrar calma profissional perante o caso clínico
FACTORES DE TENSÃO EM MD
Profissionais
- Características pessoais
Timidez, ansiedade, agressividade
- Factores externos
Económicos, familiares, sociais
- Relacionados com o trabalho
Ruído, temperatura, posição de trabalho inadequada
ERGONOMIA GLOBAL
DO
CONSULTÓRIO DENTÁRIO
FUNCIONALIDADE
É necessário haver um equilíbrio entre homem e ambiente que contemple tanto as medidas de
segurança, como as condições ambientais adequadas
13
ESPAÇO
É importante analisar e desenhar o espaço onde decorre a nossa actividade de maneira a satisfazer
as necessidades dos profissionais e dos pacientes
LUZ
É necessária uma fonte de luz artificial que compense as variações da intensidade e da qualidade da
luz natural uma vez que estas variam ao longo do dia e com as estações do ano
Tipos de Iluminação
Panorâmica – Luzes de tecto (luz branca)
Ergonómica – Candeeiro do equipamento
Específica – Luz da turbina, contra-ângulo.
COR
COLORIMETRIA
É aconselhável a utilização de cores quentes ou tons pastel como o creme e o salmão, pois
produzem uma sensação de calma.
Tons frios e suaves como o azul claro e verde água transmitem limpeza.
Cores intensas podem provocar respostas negativas de excitação e irritação que influenciam de
forma negativa a qualidade do trabalho
TEMPERATURA E HUMIDADE
Incidem directamente no rendimento do pessoal clínico e no manuseamento de certos materiais.
A temperatura deve variar entre os 18º e 22ºC
A humidade deve variar entre os 30% e 70%
RUÍDO
Ruído externo
Ruído interno
Ruído profissional
A distribuição das áreas de recepção, consultórios e sala de máquinas deve ser planeada de modo a
que estejam afastadas entre si e bem insonorizadas
14
SISTEMATIZAÇÃO DO TRABALHO
Classificação dos movimentos
O minucioso trabalho de precisão que se efectua com pequenos movimentos de escassa amplitude,
requer uma segurança de acção e uma concentração que só a posição de sentado pode oferecer
15
Posição BHOP (Balance Human Operating Position)
Também conhecida como posição de máximo equilíbrio ou posição “O”
Posição BHOP
O indivíduo está correctamente sentado quando:
- Coluna vertebral perpendicular ao solo
- Pernas separadas de modo a formar um triângulo equilátero com vértices nas rótulas e cóccix
- Coxas estão paralelas ao chão
- Pernas paralelas ao eixo vertical
- Pés completamente apoiados no chão
Posição do Paciente
- Paciente em decúbito supino (deitado), com a coluna vertebral paralela ao solo
- Encosto da cabeça do paciente elevado de modo a que a sua boca esteja à altura dos cotovelos do
operador
16
As posições 2 e 3 não são aconselháveis porque podem levar ao desmaio do paciente.
A posição 5 será aconselhável no caso de quebra da tensão arterial.
Áreas de Actividade
Área do operador – entre as 9h e as12h
Área da auxiliar – entre as 2h e as 4h
Zona de transferência
É onde se leva a cabo a troca de instrumentos entre o operador e auxiliar e vice-versa.
Deve situar-se à frente do queixo do paciente (6h), de modo a que o operador mantenha os olhos no
campo operatório
17
Zona estática
Encontra-se situada entre o operador e a auxiliar (entre as 12h e as 4h)
Esta área é reservada à colocação dos materiais e instrumentos.
Posição do Operador
- Sentado comodamente com as costas bem apoiadas
- Boca da paciente alinhada com o seu plano sagital
- A distância entre os olhos do operador e a boca do paciente não deve ser inferior a 35cm
Posição da Auxiliar
- Sentada comodamente com as costas bem apoiadas
- 10 a 15 cm mais elevada do que o operador
-Não deve flectir excessivamente o pescoço para se enquadrar com o campo operatório
18
Técnica a 4 mãos
Passagem de instrumentos
A auxiliar segura o instrumento com os dedos polegar, indicador e médio por uma das extremidades
e o operador pega-o pela extremidade oposta
Intercâmbio de instrumentos
1. O operador assinala que está pronto a trocar de instrumento
2. A auxiliar empunha fortemente com os dedos anelar e mínimo o instrumento acabado de
utilizar e coloca suavemente o instrumento seguinte na mão do operador na posição que vai
ser utilizado
3. O operador recebe o instrumento e dirigi-o para a zona de trabalho
Troca de instrumentos:
Passagem de materiais:
1. A auxiliar deve dispor com antecedência os materiais que exijam manipulação e ter tempo
disponível para os preparar antes que o operador os necessite.
2. Os materiais preparam-se imediatamente antes do uso.
3. Estes devem apresentar-se na zona de transferência o mais próximo possível da boca do
paciente.
4. A auxiliar pega no material com a mão direita deixando livre a esquerda para intercâmbio e
limpeza dos instrumentos usados na colocação do material
A ergonomia representa uma nova filosofia que vem rapidamente dominando a prática da MD
A equipa MD/AD seguindo esta filosofia, consegue aumentar a produtividade dos consultórios e
paralelamente o seu nível de bem-estar físico, psicológico e social
19
NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES
Observação: A denominação das faces do dente costuma ser abreviada com as letras iniciais de cada
uma. Exemplos:
O = Oclusal
MO = Mésio-oclusal
MOD = Mésio-ocluso-distal
20
1. Paredes
Figura 4. Paredes circundantes (C); Parede de fundo axial (A), Parede de fundo pulpar (P).
2. Ângulos Diedros
São formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados combinando-se os
respectivos nomes. Os ângulos diedros segundo Black, podem ser de:
1º grupo – formados pela junção das paredes circundantes (fig.5). Exemplos: gengivo-mesial;
vestíbulo-gengival, etc.
2º grupo – formados pela união de uma parede circundante com a parede de fundo da cavidade
(fig.6). Exemplos: línguo-pulpar, gengivo-axial, etc.
3º grupo – formados pela união das paredes de fundo da cavidade (fig.6). Exemplos: áxio-pulpar
(fig.5) e áxio-axial (fig.6).
3. Ângulos Triedros
São formados pelo encontro de três paredes (figs.5 e 6) e denominados pela combinação dos seus
respectivos nomes. Exemplos: vestíbulo-pulpo-axial, línguo-gengivo-axial, etc.
Observação: uma excepção às regras de nomenclatura dos ângulos diedros e triedros encontra-se
nas cavidades de classe III, onde a junção das paredes constituintes forma os ângulos diedros e
triedros incisais, não recebendo portanto a denominação das paredes que os formam (fig.6)
21
Figura 5. Ângulos diedros de 1º, 2º e 3º grupo e Ângulos triedros.
Figura 6. Ângulos diedro e triedro incisais que constituem excepção à regra de nomenclatura. Exemplo de ângulo
diedro de 3º grupo (áxio-axial).
4. Ângulo cavo-superficial
É o ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do dente (fig.7
A).
O termo cavo-superficial é usado especialmente quando se deseja indicar a forma que se deve dar a
este ângulo numa determinada porção da margem do esmalte ou do contorno da cavidade, como por
exemplo: “o ângulo cavo-superficial da caixa oclusal é biselado” (fig.7 B).
O ângulo cavo-superficial é também denominado margem, embora esse termo possa designar mais
precisamente a linha de união da superfície externa do dente com o material restaurador, colocado
na cavidade.
22
Black propôs dois tipos de classificação:
1. Baseadas nas áreas dos dentes que apresentam susceptibilidade à cárie, ou seja, regiões de
difícil higienização. Dividiu-as, conforme a localização anatómica, em dois grupos:
a) Cavidades de cicatrículas e fissuras;
b) Cavidades de superfícies lisas.
Classe II – Cavidades preparadas nas faces proximais dos pré-molares e molares (fig. 9).
23
Classe III – Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção do
ângulo incisal.
Classe IV – Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, com remoção e
restauração do ângulo incisal.
Classe V – Cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, das faces vestibular e
lingual de todos os dentes.
24
Alguns autores como Howard e Simon, acrescentam cavidades de Classe VI à classificação
artificial de Black. Nessa classe estariam incluídas as cavidades preparadas nos bordos incisais e
nas pontas de cúspides (fig.13). Sockwell considera ainda como cavidades de Classe I aquelas
preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes (“de ponto”), na face vestibular dos dentes
anteriores (fig.14).
25
ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO
Os materiais restauradores requerem um campo isolado, seco, perfeitamente limpo para serem
inseridos ou condensados nas cavidades.
O isolamento das peças dentárias deverá ser preferencialmente um isolamento absoluto, no entanto,
na impossibilidade de o efectuar podemos substitui-lo por um isolamento relativo, desde que este
seja efectivo.
Dispositivos e Instrumentos:
a) Lençol de borracha – Feito em látex natural, apresentação comercial em espessuras e cores
variadas consoante a finalidade clínica.
b) Perfurador de dique de borracha (de Ainsworth) – Perfura a borracha na zona dos dentes que
vão ser isolados.
Orifícios existentes na plataforma giratória do perfurador com diferentes calibres de acordo com os vários grupos de
dentes.
26
c) Porta-dique de borracha ou Arco – Prendem a borracha e mantêm-na em posição sob tensão.
d) Grampos – Para manter o lençol de borracha em posição estável junto aos dentes.
Especialmente indicados para coroas clínicas baixas ou retracção gengival.
Em coroas clínicas altas, que ofereçam condições para a borracha se manter em posição os grampos
podem ser dispensados ou substituídos por amarras de fio dentário, ou ainda, fio de espuma de
borracha.
27
Preparação do lençol de borracha:
O sucesso no isolamento dos dentes depende muito da maneira como são feitos os orifícios
na borracha.
A dimensão dos dentes a serem incluídos no isolamento determina o diâmetro dos orifícios
que deverão ser perfurados (plataforma giratória do perfurador de Ainsworth).
Em Dentisteria é sempre vantajoso incluir o maior número de dentes no campo a isolar, ao
contrário do que pode suceder quando se realizam tratamentos endodônticos. Regra geral, o
dique deve incluir no mínimo dois dentes a distal daquele que vai ser tratado (desde que o
caso o permita) e o remanescente para mesial até ao canino da hemiarcada oposta (Fig.1).
No caso de dentes anteriores, deve isolar-se uma extensão que vá desde pré-molar de uma
hemiarcada até pré-molar do lado oposto (Fig.2).
Fig.1 Fig.2
Divisão em quadrantes – Toma-se um lençol de borracha e com uma caneta traçam-se duas
linhas perpendiculares dividindo a borracha nos quatro quadrantes. As perfurações são feitas
de acordo com a região a ser isolada, com o número, o tamanho e a distância entre os dentes.
28
Existem várias metodologias a seguir para executar a marcação dos dentes:
1. Mordida em cera – O paciente impressiona com a mordida uma placa de cera. Essa placa é
colocada em posição sobre a borracha conforme a arcada a ser isolada, em seguida as
perfurações serão orientadas pelas impressões dos dentes na lâmina de cera.
2. Marcação na boca – Marca-se com caneta e directamente na boca a posição dos dentes a
serem isolados.
29
Remoção do dique:
A etapa inicial consiste no estiramento da borracha do lado vestibular e o corte das porções
interdentais com uma tesoura. O grampo é removido, a seguir o arco e a borracha. Após a remoção
do conjunto, deve-se passar o fio dentário em todos os espaços interdentários a fim de remover
qualquer fragmento de borracha remanescente. Deve fazer-se uma massagem na gengiva com a
ponta dos dedos, para reactivar a circulação principalmente na área que recebeu o grampo.
30
CAVIDADES CLASSE I
Localização:
g. Oclusal de pré-molares e molares
h. 2/3 oclusais da face vestibular dos molares
i. Lingual dos incisivos superiores
j. Ocasionalmente na face palatina dos molares superiores.
Preparo Cavitário:
1. Penetração com broca esférica 010 ou 012 na fossa principal da face oclusal, paralelamente
ao longo eixo do dente;
2. Execução de uma canaleta mésio-distal ao longo do sulco central,
3. Delimitação da forma de contorno com broca cilíndrica 012,
4. Convergência das paredes vestibular e lingual com broca tronco-cónica invertida 012.
Características da cavidade:
k. Abertura vestíbulo-lingual na região do sulco com ¼ da distância entre os vértices
das cúspides correspondentes.
l. Parede pulpar plana e perpendicular ao longo eixo do dente.
m. Paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal (Fig.3).
n. Paredes mesial e distal paralelas ou expulsivas (Fig.4).
o. Ângulos diedros do segundo grupo ligeiramente arredondados.
p. Ângulo cavo-superficial nítido e sem bisel.
Fig.3 Fig.4
31
CAVIDADE CLASSE I COMPOSTA
Definição: Quando a cárie se estende pelo sulco palatino (molares superiores) ou vestibular
(molares inferiores) e se torna necessário estender a cavidade abrangendo essas faces.
Preparo Cavitário:
1. Caixa Oclusal tal como para a Classe I.
2. Preparo da caixa palatina ou vestibular com broca cilíndrica ou tronco-cónica 012.
3. Inicialmente estende-se com esta broca, a parede palatina ou vestibular da caixa oclusal na
região do sulco até à remoção completa dessa parede, com a mesma profundidade da caixa
oclusal.
4. Em seguida, a broca é colocada junto à parede palatina/vestibular no enfiamento do sulco e
forçada a penetrar no mesmo, de forma a que a parede axial seja paralela à superfície externa
do dente, formando com a parede pulpar um ângulo recto.
5. Termina-se pelo arredondamento do ângulo axio-pulpar.
32
CAVIDADES CLASSE II
Definição: são aquelas que envolvem a face proximal dos dentes posteriores.
Preparo Cavitário:
1. Caixa Oclusal tal como para Classe I.
2. Englobar as áreas de cicatrículas e fissuras no preparo da caixa oclusal com broca
cilíndrica 012.
3. Desgaste complementar das cristas marginais por extensão da caixa oclusal até à zona
interproximal do dente.
4. Penetração na união da parede pulpar com o remanescente da crista marginal, a fim de
esboçar as caixas proximais, com a broca paralela à face interproximal do dente adjacente,
caso exista.
Características da cavidade:
Paredes vestibular e lingual auto-retentivas ou convergentes para oclusal;
Parede axial plana no sentido vestibulo-lingual e expulsiva no sentido gengivo-oclusal;
Arredondamento do ângulo axio-pulpar;
Incluir sulcos lingual e vestibular;
Preparo em “cauda de andorinha”
33
AMÁLGAMA DENTÁRIO
A amálgama é o produto da mistura do mercúrio com uma liga ou um metal.
No início do séc. passado Black foi precursor na padronização e desenvolvimento para as ligas
de amálgama.
É ainda um material muito utilizado em dentes posteriores apesar da falta de estética e da
controvérsia que envolve o mercúrio.
Manipulação:
3. Escultura: Faz-se com instrumentos afiados sempre apoiados na estrutura do dente. Para
além de muita prática exige muita paciência. Exige o conhecimento dos detalhes
anatómicos. A escultura não deve apresentar sulcos profundos, pois enfraquecem a
restauração. Concluída a escultura superfície deve ser alisada levemente.
34
4. Brunimento: Efectua-se com um instrumento de grandes dimensões, geralmente em
forma de bola ou pêra. Brunir a superfície, exercendo bastante pressão, da restauração para o
dente.
Objectivos:
• Diminuir o conteúdo do mercúrio residual.
• Diminuir a porosidade da amálgama.
• Melhorar adaptação marginal.
• Superfície mais lisa para o polimento.
• Melhorar o selamento.
35
RESTAURAÇÃO DE CAVIDADES CLASSE II COM
AMÁLGAMA
MATRIZES
Dispositivos que substituem uma ou mais paredes ausentes numa cavidade, permitindo a
condensação do material e a reconstrução correcta do contorno anatómico do dente.
Requisitos:
• Promover o contorno anatómico das faces dentárias a serem restauradas;
• Apresentar superfície lisa;
• Possuir uma certa rigidez e estabilidade durante a inserção ou condensação do material;
• Serem de fácil aplicação e remoção;
• Serem compatíveis com o material restaurador.
Tipos:
Confecção
Standard – Disponíveis no mercado, prontas para uso.
Individuais – Feitas pelo operador de acordo com o caso clínico.
Material
Metálicas – utilizadas apenas no sector posterior em restaurações de resina e amálgama.
Acetato (poliéster) – utilizadas nos sectores anterior ou posterior mas apenas em
restaurações de resina composta.
Superfícies envolvidas
Circunferenciais – envolvem todo o perímetro do dente.
Seccionais – restringem-se à caixa proximal.
36
PORTA-MATRIZ UNIVERSAL
Dispositivos metálicos que prendem a fita matriz tornando-a circular e ajustável ao dente.
Compostos basicamente por dois parafusos presos numa haste. Existem em tamanho para adulto
ou para criança, e podem ser universais ou para o lado direito ou para o lado esquerdo.
Tipos:
CUNHAS
Funções:
• Permitir a fixação da fita matriz
• Impedir a introdução de excesso de material na margem gengival e sulco gengival
• Promover um ligeiro afastamento dental, de modo a:
- Compensar a espessura da matriz
- Garantir uma relação de contacto interproximal com pressão adequada.
Tipos:
Madeira – geralmente nogueira ou laranjeira. Macias, o que favorece a sua acomodação no
espaço interproximal, sem lesar o ligamento periodontal. Absorvem o sangramento e fluido
crevicular, podem ser utilizadas como um veículo para transportar fármacos (anestésicos ou
hemostáticos).
37
Plástico – Plástico transparente não muito rígido, menos macio que as de madeira, por isso
podem gerar algum desconforto pós-operatório no paciente. Apresentam-se em formato
anatómico e tamanhos variados. Favorecem a transmissão de luz e por isso são preferidas às
de madeira para restaurações com materiais fotoactivados.
Cunhas transparentes
Colocação da cunha:
Atendendo à sua secção triangular ou trapezoidal, a cunha deve ser colocada de forma a que a
base do polígono fique sempre para gengival.
A cunha deve ser aplicada da maior ameia para a menor a fim de ficar bem adaptada à região
cervical, de acordo com o formato das ameias. De um modo geral as maiores ameias são as
vestibulares dos dentes anteriores e as linguais dos posteriores, excepto entre primeiro e
segundo molares superiores.
Material:
• Amálgama
• Fita matriz metálica 5mm largura
• Porta-matriz Tofflemire
• Cunhas de madeira laranja
38
Aplicação do Porta-matriz:
1. Brunir a fita com brunidor esférico grande antes de aplicá-la no porta-matriz;
2. Introduzir a fita na ranhura e apertá-la com o parafuso de fora (menor);
3. A ranhura do porta-matriz deve estar orientada para gengival;
4. Aplica-se o conjunto matriz/porta-matriz no dente, devendo a fita penetrar 0,5 mm no sulco
gengival e ultrapassar em oclusal 1 mm a crista marginal do dente vizinho.
Técnica Operatória:
Remoção do Porta-matriz:
39
INTRODUÇÃO AO USO DE RESINAS COMPOSTAS
Resinas Compostas:
Matriz de resina
Partículas de carga
Agentes de união
Sistema activador-inibidor
Tradicionais:
• Quartzo moído
• Rugosidade Superficial
• Tendência à descoloração
Microparticulados:
• Sílica coloidal
• Superfícies mais lisas
Híbridos:
• Sílica coloidal + partículas de vidro moído
• Superfícies mais lisas que os de partículas pequenas, mantendo as propriedades mecânicas
Nanoparticulados:
• Nanopartículas de sílica (2-20 nm) + Agente de Ligação Silano + Matriz Resinosa (Bis-
GMA)
• Propriedades mecânicas das resinas compostas híbridas
• Propriedades estéticas das resinas compostas de micropartículas
40
COR
O dente natural é policromático.
A cor de um dente natural é determinada pela correlação do esmalte e dentina com a luz durante os
processos de refracção e reflexão da luz.
Vanini, 1996
• Matiz – pode ser definida como o nome da cor, ou cor básica do objecto (azul, verde,
amarelo). Esta dimensão na escala VITA® representa as diferentes cores.
A Castanho
B Amarelo
C Cinza
D Vermelho
• Croma – Pode ser definido como o grau de saturação da matiz ou a intensidade da cor.
A1 - A2 - A3
41
• Opalescência – Fenómeno que ocorre no esmalte, que faz ressaltar os componentes de
onda curta do espectro de luz que o atinge, criando tonalidades azul claro – cinza que
se tornam visíveis no bordo incisal.
42
CAVIDADES CLASSE III
Definição (Segundo Black): Cavidades que se encontram localizadas nas faces proximais
dos dentes anteriores sem que haja envolvimento do ângulo incisal.
Causas:
• Restaurações já existentes mas que se encontram com recidiva de cárie ou com cor alterada.
Preparo Cavitário:
2. Com a mesma broca esférica ou com uma broca de pêra alargar a cavidade apenas aos limites que
sejam necessários para que a cárie seja limpa.
43
Bisel
Definição: Bordo de um corpo sólido cortado obliquamente, não terminando em aresta viva (in
Lello universal).
Função:
1. Evitar a diferença drástica de cor dente-restauração
2. Aumentar a adesão da resina devido ao aumento da área da cavidade
Extensão: Dependendo da extensão da cavidade e da classe de Black em questão pode variar entre
1 e 3 mm.
Técnica de execução: Com uma broca troncocónica ou de chama e com uma angulação de 30º
em relação à superfície do dente, efectuar o bisel com a broca perpendicular à aresta do ângulo
cavo-supervicial.
44
CAVIDADES CLASSE IV
Definição: Cavidades que envolvem a face proximal e o ângulo incisal dos dentes anteriores
(caninos e incisivos).
Causas:
• Processos de cárie que têm inicio na face interproximal mas que acabam por atingir o ângulo
incisal.
• Restaurações com recidivas de cárie, manchadas ou com cor diferente da cor natural do dente.
Preparo Cavitário:
1. Em caso de cárie de restauração infiltrada por cárie ou de restauração inestética, remover toda a
cárie e/ou resina até a cavidade se encontrar limpa (broca esférica).
Em caso de fractura, todo o material dentário são deve ser conservado.
O acesso encontra-se facilitado devido ao bordo incisal estar sempre comprometido.
2. Efectuar o bisel.
Nestas restaurações o bisel é mais extenso pois maior área de dente se encontra envolvida
normalmente.
45
RESTAURAÇÃO DE CLASSE III E IV EM RESINA
COMPOSTA
Procedimento operatório:
1. Remoção do tecido cariado ou abertura da cavidade, por palatino no terço médio palato/mesial,
com broca de pêra 012, ou esférica 012.
46
5. Usa-se uma cunha de madeira laranja ou branca e coloca-se entre a matriz e o dente.
Nas classes III de acesso palatino é colocado apenas um compósito opaco pois o esmalte
vestibular não se encontra destruído.
Colocar por incrementos o compósito correspondente à dentina (mais opaco) ocupando este
a área que a dentina ocupava antes.
Tentar efectuar a escultura de acordo com o contorno da dentina para melhor efeito estético
– fotopolimerizar 40 seg.
Colocamos a porção de compósito correspondente ao esmalte.
A matriz é “apertada contra o dente” – fotopolimerizar 40 seg. (nesta posição)
Remoção de cunha e matriz (se for em boca real a cunha é retirada apenas no fim para evitar
sangramento prematuro)
47
Teste da oclusão – Papel de articular
Verificar os excessos:
9. Polimento e acabamento
Acabamento e Polimento:
• Melhoram a forma anatómica
• Regularizam as margens
• Melhoram a adaptação
• Promovem superfície mais lisa, minimizando o acumulo de placa bacteriana.
48
CAVIDADE CLASSE V
Lesão cariosa:
Lesão crónica com cavitação Lesão activa com cavitação Lesão activa sem cavitação
Classificação
Erosão
Abrasão
Atrição
Abfracção
Erosão
Perda patológica, crónica, localizada e indolor de tecido dentário duro submetido
quimicamente ao ataque ácido, sem o envolvimento de bactérias.
1. Extrínseca – Ácidos exógenos provenientes da dieta.
2. Intrínseca – Ácido gástrico endógeno (refluxo gástrico).
3. Idiopática – Acção de ácidos de origem desconhecida.
Características Clínicas:
Defeito bilateral, côncavo, com base lisa e brilhante, em área livre de placa bacteriana.
Localização mais frequente:
Superfícies linguais/palatinas dos dentes (Perimólises) – direccionamento do vómito
pela língua. Erosão intrínseca
49
Superfícies vestibulares dos dentes superiores ‘’Scooped-out depressions’’ –
depressão bilateral. Erosão extrínseca
Abrasão
Perda de estrutura dentária resultante de um processo mecânico friccional anormal, independente da
oclusão, consequência de forças de fricção directas com um objecto externo ou substância abrasiva
que contacta repetidamente com os dentes, por ex. escovagem incorrecta, dentífrico abrasivo, etc.
Atrição
Processo de desgaste biomecânico entre dentes opostos da arcada dentária como consequência de
movimentos funcionais ou parafuncionais da mandíbula. São visíveis as facetas de desgaste.
Abfração
Perda de tecido duro consequência de cargas biomecânicas excessivas. Lesões causadas por forças
de tracção ou compressão devido ao aumento da carga oclusal, estática ou dinâmica, o que leva a
uma flexão das cúspides, fadiga e deformação da estrutura de dente resultante das forças excessivas
na zona cervical.
50
RESTAURAÇÃO CLASSE V EM RESINA COMPOSTA
Procedimentos Operatórios:
1. Profilaxia com pasta abrasiva não-fluoretada ou pedra-pomes com água.
2. Anestesia
3. Selecção das resinas e das cores
4. Isolamento do campo operatório
5. Preparo Cavitário – broca esférica multi-laminada
6. Condicionamento ácido total
7. Aplicação de adesivo
8. Fotopolimerizar
9. Inserção da resina
10. Fotopolimerizar
11. Acabamento e Polimento
Tratamento:
1. Identificação e correcção dos factores etiológicos
2. Restauração da lesão (táctica operatória)
Procedimentos Operatórios:
1. Profilaxia com pasta abrasiva não-fluoretada ou pedra-pomes com água.
2. Anestesia papilar para facilitar a colocação do isolamento absoluto
3. Selecção das resinas e das cores
4. Isolamento do campo operatório
5. Condicionamento ácido total
6. Aplicação de adesivo
7. Fotopolimerizar
8. Inserção da resina
9. Fotopolimerizar
10. Acabamento e Polimento
51
MECANISMOS DE RETENÇÃO ADICIONAL PARA
GRANDES RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA
Restaurações Complexas
Falta de cúspides
Falta de paredes
Retenções adicionais
Retenções Adicionais
Pinos dentinários
Poços ou amalgama “pins”
Sulcos ou Canaletas
Pinos dentinários
Rosqueáveis
Colocados na dentina
Colocados sob rotação após perfuração
Devem ficar pelo menos a 2 mm da margem da restauração
Devem ser angulados após colocação para aumentar retenção
Normalmente colocados no chão cavitário
52
Recto
Angulado
Cavidades circulares
Broca cilíndrica ou tronco-cónica invertida
Normalmente no chão cavitário
1 a 2 mm de profundidade
1 a 2 mm de diâmetro
2 mm de distância da margem da restauração
Sulcos ou Canaletas
Cavidades em forma de canal
Broca cilíndrica
1 a 2 mm de espessura
1 a 2 de profundidade
2 mm da margem da margem da cavidade
No chão ou nas paredes axiais
53