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DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E PREÇOS DE (RE) PRODUÇÃO EM SRAFFA:

UMA ANÁLISE PARA A ECONOMIA BRASILEIRA

1. Introdução
As Ciências Econômicas, como qualquer outra ciência científica, não nasce com proposições matemáticas
explicitas. Adam Smith – reconhecidamente o pai das ciências econômicas – e também os demais autores
clássicos produziram suas doutrinas em termos literários. Com o desenvolvimento dessas idéias, aos
poucos foi possível se verificar que as mesmas continham, freqüentemente, proposições quantitativas –
embora seus autores nem sempre o percebessem.
A História do Pensamento Econômico tem demonstrado que o raciocínio não-formalizado é fundamental
no desenvolvimento de qualquer ciência. Contudo, no contexto dos mesmos, poderiam subsistir, por
muito tempo, ambigüidades que a ausência de definições rigorosas e maior rigor formal tendem a
alimentar. Acredita-se que a formalização permite maior coerência interna entre proposições, criação de
teses e extensões inovadoras que ampliam o conhecimento econômico, assim possibilitando maiores
transparências dos resultados analíticos. Entretanto, como bem colocou W. Leontief, no prefácio do livro
“Proportions, Prices and Planning” de András Bródy, a formalização, por maior rigor que forneça a
ciência, não pode ser o único critério legal de cientificidade:
Embora ela clame corretamente ser a mais rigorosa das ciências sociais, a Economia não progride – como
uma ciência natural a faz – sem rodeios. Assim como um imenso rio, sinuoso e lentamente, descobre seu
caminho através da monótona planície, o pensamento econômico avança em curvas e se divide, de tempos
em tempos, em ramificações separadas, algumas das quais resultando em lagunas estagnadas, enquanto
outras se unem eventualmente numa única corrente. (Brody, 1970, p. 7).

Neste trabalho desenvolvem-se as abordagens dos modelos matemáticos baseados na teoria do valor e da
(re) produção tendo como fundamento o trabalho teórico de Sraffa. Cabe deixar claro, de antemão, que
não é objetivo explícito deste trabalho fazer uma releitura sobre o debate em torno da discussão sobre a
teoria do valor, seja nas vertentes clássicas (Smith e Ricardo) seja na crítica à economia clássica (Marx)
ou a discussão em torno da vertente “neo-ricardiana”. Dessa forma, o artigo tem como objetivo, tão-
somente fazer uma análise do modelo teórico de Sraffa, bem como um exercício analítico e atemporal
sobre os níveis de preços, salários, taxas de lucros, o conjunto de fluxos intersetoriais, que correspondam
às condições ideais de reprodutibilidade de um sistema econômico capitalista sob dadas condições
técnico-produtivas e de concorrência (Possas, 1987). Para tanto, utiliza-se neste trabalho a Matriz de
Insumo-Produto (MIP) do Brasil para o ano de 2006 como base para o exercício analítico.
Sraffa (1960) declarou explicitamente que sua análise tinha como propósito a construção de uma base
teórica que servisse como fundação para a formulação de uma critica à teoria marginalista. Torna-se,
portanto, necessário investigar em que direção, e como, esta crítica pode ser efetivada.
Joan Robinson, uma vez escreveu que “é bastante fácil construir modelos baseados em pressupostos. A
dificuldade se encontra em achar pressupostos que sejam relevantes para a realidade” (Robinson, 1971,
p.141). É possível argumentar que a relevância do trabalho de Sraffa encontra-se nem tanto nos
pressupostos que ele realmente faz; mas nos pressupostos que são evitados. Assim, ele busca manter sua
análise livre de pressupostos discutíveis sobre a natureza do processo econômico, de forma que suas
conclusões possam ser independentes daquelas. Na próxima seção faz-se um resumo teórico do modelo
de Sraffa. Na seqüência, formaliza-se e discute-se o modelo em si e como construir as matrizes de
relações intersetoriais que balizaram o exercício analítico, encerrando com as devidas conclusões.

1
1.1 Desenvolvimento Teórico do Modelo de Sraffa.
Em meados do século passado, John Stuart Mill declarou todo seu otimismo com relação à teorização
econômica: “[...] felizmente já não há nada a respeito das leis do valor que ainda necessite clarificações,
seja agora ou no futuro. A teoria do assunto já está completa”. (Mill, 1909, p.436).
Entretanto, na década de 1870/80, Jevons, Menger e Walras independentemente questionaram essa
opinião com as elaborações teóricas a respeito do “princípio das utilidades marginais decrescentes” –
desenterrando e expandindo o utilitarismo de Condilac e Benthan. Os trabalhos desses três autores
acabaram por se transformar nas fundações do que se passou a chamar de “teoria neoclássica”. A teoria
do valor que foi desenvolvida, e mais tarde veio a dominar o estudo de economia era tão distinta daquela
da teoria clássica que Mill certamente ficaria desapontado com a pequena repercussão que suas palavras
tiveram.
Marshall ainda buscou reter a terminologia e alguns conceitos da teoria clássica, mas era evidente que a
nova escola estava progressivamente mudando a ênfase sobre as questões da distribuição e acumulação
de capital – que era predominante entre os economistas clássicos – na direção do estudo de problemas
sobre “eficiência” e “alocação ótima de recursos limitados”.
Ainda mais importante: a tradição clássica considerava a existência de diferentes classes sociais, com
diferentes participações no processo produtivo; cada classe com sua atividade produtiva e remuneração
específica. Enfim, a economia era entendida como um processo social resultante da divisão do trabalho
dentro da sociedade. Os teóricos neoclássicos, por sua vez, reduziram produção e distribuição a aspectos
particulares de um processo global e universal baseado no comportamento maximizante de “atores
econômicos” individuais.
Na teoria clássica, a determinação de valores e preços era baseada numa abordagem objetiva, centrada
nos custos de produção e nas condições sociais concretas que permitiriam a acumulação de capital e a
reprodução do sistema econômico. Ao contrário, a escola marginalista adotou uma abordagem subjetiva
para a sua teorização do valor, baseando sua análise em processo mentais: consumidores individuais
buscam maximizar suas utilidades de acordo com suas preferências e suas curvas de indiferenças. Os
preços relativos das mercadorias passaram a ser vistos como expressões das razões entre as “utilidades
marginais” obtidas pelos indivíduos através da compra dessas mercadorias, ao invés de representarem
peculiaridades de seus respectivos processos de produção e reprodução. A maximização da satisfação
passou a ser o objeto central da análise e o sistema econômico começou a ser interpretado como uma
avenida unidirecional, começando com os recursos pré-existentes e levados à consumação daquele
objetivo. O conceito da atividade econômica como um processo circular – que dominava na escola
clássica – foi completamente abandonado.
As questões levantadas pelo “Efeito Ricardo” – quando os preços relativos das mercadorias podem ser
alterados pela simples variação da distribuição do produto líquido entre salários e lucro – jamais apareceu
na teoria neoclássica, uma vez que a razão salário/lucro é determinada pela relação entre suas respectivas
“produtividades marginais”.
No momento, muito tem sido dito e escrito sobre a necessidade de uma reavaliação do pensamento
econômico clássico, utilizando o trabalho de Sraffa. Cuidadosamente, vem-se mostrando que a inserção
do sistema de Sraffa dentro do quadro geral de análise dos economistas clássicos do século XIX era não
apenas possível, mas simples e imediata.
O modelo de Pierro Sraffa surgiu com a publicação do seu livro “Produção de Mercadorias por Meio de
Mercadorias” em 1960. Antes disso, Sraffa tinha passado 43 anos coletando e editando “The Woks and
Correspondence of David Ricardo”, lançado em 1951, o que culminou com uma volta à teoria econômica
de raízes clássicas, perspectiva teórica que tinha ficado deslocado do debate econômico com a hegemonia
da corrente marginalista.
2
Nas palavras de Joan Robinson: “Não é de se admirar que este livro tenha levado longo tempo para ser
escrito. Ele não será lido rapidamente. Os embriagados pela lógica econômica pura, que se encontram
insatisfeitos com os frágeis produtos vendidos pelos periódicos contemporâneos, encontram aqui um
elixir bidestilado, que se pode desfrutar, gota a gota, por muito tempo” (Robinson, 1961)
De fato, após a publicação deste livro, verificou-se um acirrado debate na década de 1960, conhecido com
“Controvérsia de Cambridge”, que desmoronou o arcabouço da teoria marginalista da produção e
distribuição, além de atacar a própria noção de “capital” como fator de produção 1. A visão crítica da obra
de Sraffa contra a visão marginalista pode ser visto no prefácio do seu livro: “É, entretanto, um traço
particular do conjunto de preposições agora publicadas que, embora não entrem numa discussão da
teoria marginalista do valor e da distribuição, têm sido destinadas para servir de base a uma crítica de
tal teoria”. (Sraffa, 1983, p. 176 – itálicos nosso).

1.2 Pressupostos do Modelo


Para evitar confusão com algumas notações e/ou conceitos cabem alguns esclarecimentos preliminares.
Antes de mais nada, o modelo de Sraffa é um “modelo de equilíbrio”, e o termo “preço” não deve ser
visto como “preço de mercado”, tal denominação é muito mais próximo do conceito de “preço de
(re)produção” dos autores clássicos, em especial Marx. Além disso, Sraffa não faz nenhuma
pressuposição sobre retornos à escala, mesmo deixando a cargo do leitor, querer ou não, assumir
rendimentos constantes à escala: “qualquer pessoa acostumada a pensar em termos de equilíbrio de
demanda e oferta pode inclinar-se a supor, ao ler estas paginas, que a argumentação repousa sobre a
suposição tácita de rendimentos constantes em todas as indústrias. Se se achar útil tal suposição, não há
inconveniente algum em que os leitores a adote como hipótese temporária de trabalho. De fato,
entretanto, não se faz tal suposição.” (Sraffa, p. 175).
Para o desenvolvimento teórico deste artigo, faz-se a suposição simplificadora onde cada indústria produz
um e somente um produto, além de ser a única a produzir tal produto, tal qual Sraffa o faz na parte I do
seu livro. Por fim, assume-se que cada mercadoria produzida utiliza trabalho e outras mercadorias, daí o
título do livro.
2. Distribuição e preços em Sraffa

Na primeira parte de seu livro Sraffa se propõe a explicar como se formam os preços relativos das
mercadorias, preços estes que permitem a reprodução do sistema capitalista. Ao considerar economias
onde a produção permite não só a reprodução do sistema, mas também a geração de um excedente, Sraffa
mostra como a distribuição deste entre capitalistas e trabalhadores afeta os preços relativos 2. O sistema de
preços para economias com excedente pode ser expresso da seguinte forma:

onde são as quantidades do produto utilizadas como meio de produção pelas indústrias
respectivamente. O mesmo pode-se dizer para os produtos dos setores
utilizados como meios de produção pelos diferentes setores da economia. Dito isso, supõe-se que o

1
Para maiores detalhes ver: SRAFFA (1960), cap. XII e o brilhante livro de HARCOURT, G. C. “Some Cambridge
Controversies in the Theory of Capital”, de 1969.
2
Este artigo se ocupa de sistemas econômicos com excedente embora Sraffa , nos capítulos iniciais, tenha discutido modelos
de reprodução simples. Para ver uma discussão mais detalhada ver o próprio Sraffa (1960) e Araujo (1982).
3
sistema se encontra em estado auto-reprodutivo, ou seja, ;
;…; .

O trabalho é suposto homogêneo sendo as quantidades de trabalho utilizadas pelas


indústrias para a produção dos seus respectivos produtos. Estas quantidades são
definidas como frações do trabalho anual e igualadas a unidade sendo

As remunerações do trabalho e do capital são expressas pelas letras e respectivamente. O salário w é


definido por Sraffa como a remuneração por unidade de trabalho e expresso em termos do padrão
escolhido; a taxa de lucros r é suposta uniforme para todas as indústrias. Os preços de produção
são os que permitem as trocas e a reprodução do sistema.

Dada a estrutura produtiva da economia onde são conhecidas as quantidades de trabalho e meios de
produção assim como o produto setorial, podemos encontrar as demais variáveis do sistema, ou seja, os
preços relativos, o salário e a taxa de lucro, desde que uma destas seja determinada exogenamente.

Sendo assim, o sistema possui incógnitas, sendo estas , e os preços, e apenas equações.
Definindo uma mercadoria como padrão e igualando o seu preço à unidade temos agora incógnitas
e equações. Uma vez que uma das variáveis é determinada exogenamente e de acordo com Sraffa esta
seria a taxa de lucros , podemos então resolver o sistema para os preços e o salário que serão
expressos em termos do padrão escolhido.

Outra forma para resolução do sistema é definindo como padrão o produto liquido da economia, ou seja,
uma mercadoria composta, pela qual serão expressos os preços e o salário . O sistema tem
equações e incógnitas sendo que uma destas é fixada exogenamente ao sistema. Temos que a
equação adicional pode ser escrita da seguinte forma

Definindo Q como uma matriz quadrada de insumos produtivos de dimensão onde as linhas
representam os meios de produção necessários para produção em cada setor

Q=

podemos definir as equações do sistema na forma matricial3

(2.1)
tal que:

denota um vetor de preços de produção;

denota matriz de insumos produtivos transposta;

3
Para versões alternativas ver Possas (1983).
4
( denota o vetor de proporções de trabalho por setor;

denota uma matriz diagonal do produto setorial e;

e são escalares representando a remuneração do trabalho e do capital respectivamente.

A matriz de insumos produtivos transposta e o vetor de proporções de trabalho por setor podem ser
expressos como

(2.2)

(2.3)

tal que:

representa a matriz de coeficientes técnicos onde cada representa a quantidade de


insumos do setor por unidade de produto do setor e;

denota um vetor de quantidades de trabalho por unidade de produto do setor .

Substituindo em (2.1) as equações (2.2) e (2.3) temos

(2.4)

Sendo assim, pode-se simplificar a equação (2.4) pós multiplicando ambos os lados da equação pela
matriz . Subtraindo-se de ambos os lados e posteriormente pós multiplicando por
temos

(2.5)

ou

(2.6)

Isto é, só assumirá uma solução não trivial se que é a equação característica da


matriz A. O sistema terá equações e incógnitas e poderá ser resolvido tomando um dos preços
como padrão e igualando a unidade ou adicionando a equação

(2.7)

tal que:

é um vetor de produto líquido da economia.

A máxima taxa de lucro pode ser encontrada supondo igual a zero, ou seja, todo o produto líquido da
economia sendo destinado à classe capitalista. Esta suposição, embora irrealista, se faz necessária para
estabelecer o limite superior de variação da taxa de lucro. Supondo igual a zero temos

(2.8)

ou
5
(2.9)

onde é a taxa máxima de lucro da economia. De acordo com os teoremas de Perron-Frobenius4, se a


matriz de coeficientes técnicos (A) for não-negativa e irredutível o seu autovalor dominante será único
de tal forma que a relação entre este e a taxa máxima de lucro pode ser representada pela seguinte
equação

(2.10)

Uma vez que estamos supondo uma economia com excedente, só poderá assumir valores entre 0 e 1
de forma tal que a taxa de lucro seja positiva.

Apesar de alterações na distribuição implicarem mudanças nos preços relativos, não se pode atribuir a
cada mercadoria tais variações, uma vez que estas estão sendo medidas por outra mercadoria que, mesmo
fixada, também varia de valor. A solução para tal problema seria encontrar uma mercadoria invariável de
valor que pudesse ser tomada como padrão.

O sistema padrão tem a propriedade de que o produto bruto é dado nas mesmas proporções em que as
mercadorias são utilizadas como meio de produção total. Sendo assim, a mercadoria padrão terá as
mesmas proporções do produto e dos meios de produção totais de tal forma que, para produzi-la, serão
necessários como meios de produção frações desta mesma mercadoria composta. E, para produzir os
meios de produção da mercadoria padrão, serão necessárias as mesmas proporções de cada mercadoria e
isto se repetirá nos sucessivos estratos implicando invariância de valor para a mercadoria em questão
como previu Sraffa.

Para se encontrar as proporções em que se encontra o sistema padrão parte-se da seguinte equação

(2.11)

onde (k x 1) é um vetor de multiplicadores. Expandindo a equação (2.11) e pré multiplicando pelo


vetor temos

(2.12)

Pelo principio da similaridade5 a matriz que aqui definimos como uma matriz (k x k) possui os
mesmos autovalores da matriz de coeficientes técnicos A de tal forma que podemos escrever (2.12) como

(2.13)

ou

[ (2.14)

A equação (2.14) terá solução não trivial se , que é a equação característica da matriz .
Uma vez que isso não é possível, por ser autovalor da matriz , o sistema será resolvido adicionando
a equação

4
Ver apêndice matemático de Pasinetti (1977).
5
Ver apêndice matemático de Pasinetti (1977).
6
(2.15)

O vetor que denota frações do trabalho anual total tomado em novas proporções empregará todo o
trabalho da economia, assim como o sistema original.

Encontradas as novas quantidades do produto e dos meios de produção totais define-se o produto líquido
da economia tal que

(2.16)
onde

é o produto liquido da economia medido no sistema padrão.

O produto líquido da economia é tomado como o padrão em que se determinam os preços e o salário de
tal forma que o sistema pode ser resolvido adicionando-se a equação

(2.17)

O sistema terá equações e incógnitas e, uma vez que a taxa de lucro é dada, os preços
e o salário se determinaram endogenamente ao sistema para os diferentes valores que a taxa de lucro
pode assumir6.

3. A matriz de coeficientes técnicos

As tabelas de recursos e usos (TRUs) disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) seguem as recomendações da Organização das Nações Unidas referenciado no manual do Sistema
de Contas Nacionais (1997). A tabela de recursos de bens e serviços traz informações sobre a oferta dos
produtos por atividade econômica, discriminando a origem dos produtos em nacional e importado. A
tabela de usos de bens e serviços apresenta o consumo intermediário de cada atividade e a parte da
produção destinada à demanda final. Adiciona-se a estas uma tabela contendo o valor adicionado em cada
atividade7.

Esta nova forma de apresentação da estrutura do Sistema de Contas Nacionais (SCN) é utilizada pelo
IBGE desde 1997 quando o instituto passou por uma reformulação na metodologia utilizada introduzindo
as recomendações internacionais. As TRUs substituem às Matrizes de Relações Intersetoriais (MIRs)
apresentadas em anos anteriores ao indicado acima8.

A matriz de coeficientes técnicos brasileira pode ser calculada a partir das TRUs brasileiras utilizando-se
as tabelas de produção nacional e consumo intermediário9. Matematicamente, as tabelas de produção e
consumo intermediário podem ser assim representadas:

6
O salário w, embora apresente uma relação linear com a taxa de lucros r podendo ser calculado pela expressão ,
não é determinado de forma independente dos preços como salienta Possas (1983).
7
IBGE. Sistema de Contas Nacionais – Estrutura do Sistema de Contas Nacionais. Coordenação de Contas Nacionais. Nota
Metodológica, Referencia 2000.
8
IBGE. Sistema de Contas Nacionais – Tabela de Recursos e Usos. Coordenação de Contas Nacionais. Nota Metodológica,
Referencia 2000.
9
Ver Gigantes (1970) e Manual das Contas Nacionais das Nações Unidas (1999).
7
onde

representa a produção do produto i pelo setor j; e

representa o consumo do setor i do produto j.

A partir dessas duas matrizes, pode-se chegar as matrizes de market-share e de estrutura de insumos. A
matriz market-share constante fornece a participação percentual do produto i na produção total do setor j,
ou seja, o quanto cada produto contribui para produção setorial. Para encontrá-la, multiplica-se o vetor de
produção total, diagonalizado e invertido, pela tabela de recursos Matematicamente, pode-se encontrar
a matriz da seguinte forma:

(3.1)
onde

é um vetor coluna unitário e:


é o vetor de produção total;

(3.1.1)

representa o vetor de produção total diagonal e invertido.

Já a matriz de estrutura de insumos reflete a proporção em que os insumos são utilizados para a produção
setorial, representando a participação do produto i no consumo total do setor j. Esta matriz exprime a
tecnologia industrial, ou seja, o quanto de cada insumo é utilizado para viabilizar a produção total do
setor. Matematicamente, esta pode ser encontrada da seguinte maneira:

(3.2)
sendo

um vetor-linha unitário (ou vetor-soma);


representa a produção setorial

(3.2.1)

sendo o vetor qs diagonalizado e invertido.

A matriz de coeficientes técnicos (A) pode ser obtida da interação entre as matrizes de market-share e de
estrutura de insumos. Através da multiplicação da matriz de market-share transposta pela matriz de
estrutura de insumos encontra-se a matriz tecnológica atividade por atividade. Matematicamente:

(3.3)

sendo aij a proporção dos produtos do setor i diretamente fornecidos para a produção dos produtos do
setor j.

4. Resultados empíricos

8
A matriz de coeficientes técnicos da economia brasileira foi construída agregada em 12 setores com
os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utilizando-se as tabelas de recursos e
usos de consumo intermediário e de produção do ano de 200610. A matriz tem a dimensão de 12x12 e
encontra-se anexa ao trabalho explicitando os setores da economia. Explica-se aqui que o IBGE
disponibiliza as tabelas de recursos e usos para 12, 43 e 56 setores tornando possível a construção da
matriz A para níveis maiores de desagregação. Embora os resultados sejam mais satisfatórios para estas
matrizes desagregadas, elas não foram utilizadas no presente trabalho para tornar mais fácil a explicação e
compreensão das relações entre preço e distribuição de renda.

Como vetor de quantidades (q) foi utilizado os valores da produção de cada setor constituindo um vetor
de dimensão 12x1. Para padronizar o vetor trabalho (L) e evitar que as diferenças salariais deixem de ser
mencionadas foi utilizado os salários ao invés da quantidade de trabalhadores por setor. Este por sua vez,
é transformado em um vetor de soma 1 de dimensão 1x12, indicando as proporções salariais de cada
setor.

Uma vez que esta Razão Padrão apresenta uma relação com o autovalor dominante da matriz de
coeficientes técnicos (A), ela pode ser calculada através da relação expressa pela equação (2.10) da seção
anterior. Dado que o autovalor dominante da matriz A é igual a 0.60284, a taxa de lucro máxima (R) para
a economia brasileira para o ano de 2006 é igual a R = 0.658815.

A esta taxa de lucro, a fatia da renda nacional destinada aos salários é zero. No outro extremo, para uma
taxa de lucro igual a zero a renda nacional é toda destinada aos salários, sendo esta igual a um. Variando a
taxa de lucro entre a taxa máxima de lucro e zero, encontram-se as diferentes combinações entre lucro e
salário (r, w), obtendo-se assim a curva salário lucro para a economia brasileira apresentada no Gráfico 1.

Gráfico 1
Curva Salario Lucro
w
1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

r
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6

A relação entre salário e lucro pode ser calculada independentemente dos preços relativos configurando
uma reta que liga os pontos de lucro máximo e mínimo11. De acordo com dados do IBGE a participação
salarial na renda brasileira dada pela proporção salário/Pib em 2006 representava uma fatia de 32,5% da
renda nacional o que implica uma taxa de lucro de r = 44,7% para o ano em questão. A tabela 1 apresenta

10
As tabelas de produção, consumo intermediário, componentes do valor adicionado, assim como a matriz de coeficientes
técnicos encontram-se em anexo ao trabalho.
11
Ver nota de rodapé 5.

9
os preços relativos e as combinações entre salário e lucro que fecham o sistema sendo que os preços para
a economia brasileira encontram-se em negrito. Os preços relativos estão em função do vetor trabalho (L),
estes multiplicados pelo vetor de quantidades (q) diagonal e invertido e pela matriz de coeficientes
técnicos (A), e para melhor compreensão e visualização eles foram multiplicados por (107).

10
Tabela 1* - Distribuição e preços

r w P1 P2 p3 p4 p5 p6 P7 p8 p9 p10 p11 p12

0,0000 1,000 4,2092 2,1981 13,5964 2,9206 2,0714 3,4291 3,7821 4,0651 4,4273 0,9530 6,5650 5,9490

0,0659 0,900 4,1504 2,2658 14,3571 2,9050 1,8994 3,1098 3,6190 3,9410 4,2225 0,9386 6,2589 5,3722

0,1318 0,800 4,1017 2,3428 15,1298 2,8866 1,7244 2,7897 3,4540 3,8001 4,0068 0,9207 5,9354 4,7950

0,1976 0,700 4,0639 2,4295 15,9152 2,8649 1,5464 2,4688 3,2873 3,6412 3,7797 0,8991 5,5935 4,2174

0,2635 0,600 4,0374 2,5261 16,7142 2,8399 1,3654 2,1470 3,1189 3,4626 3,5406 0,8737 5,2322 3,6392

0,3294 0,500 4,0229 2,6331 17,5277 2,8111 1,1812 1,8243 2,9489 3,2628 3,2892 0,8443 4,8504 3,0606

0,3953 0,400 4,0211 2,7509 18,3566 2,7782 0,9937 1,5006 2,7774 3,0398 3,0248 0,8108 4,4471 2,4815

0,4447 0,325 4,0285 2,8467 18,9890 2,7506 0,8510 1,2573 2,6478 2,8563 2,8177 0,7827 4,1297 2,0467

0,4612 0,300 4,0326 2,8801 19,2020 2,7408 0,8030 1,1760 2,6045 2,7918 2,7469 0,7728 4,0209 1,9018

0,5271 0,200 4,0584 3,0212 20,0651 2,6984 0,6088 0,8505 2,4302 2,5165 2,4548 0,7303 3,5705 1,3214

0,5929 0,100 4,0993 3,1747 20,9473 2,6506 0,4110 0,5239 2,2546 2,2115 2,1480 0,6829 3,0943 0,7405

0,6588 0,000 4,1563 3,3412 21,8501 2,5968 0,2096 0,1964 2,0780 1,8740 1,8255 0,6303 2,5905 0,1589

* Todos os preços foram multiplicados por (107).

Fonte: Elaboração própria

11
Dada as diferentes combinações entre as taxas de salário e lucro (r, w), podemos analisar o
comportamento dos preços relativos como resposta a alterações na distribuição na renda nacional. Como
foi mencionado anteriormente, as alterações nos preços relativos são imprevisíveis uma vez que estas
dependem não só da proporção entre meios de produção e salários, mas também das proporções em que
são produzidos os meios de produção e assim por diante.

Substituindo diferentes valores de w no sistema (2.6) obtém-se um sistema de equações lineares com 12
equações e 13 incógnitas e mais a equação restritiva (2.17)12. Resolvendo o sistema encontramos os
preços relativos e a taxa de lucro para os diferentes níveis de participação salarial na renda. O
comportamento dos preços relativos em resposta a alterações na distribuição para os diferentes setores
pode ser observado nos gráficos a seguir.

Gráficos 2
Setor 1 Agropecuária Setor 2 Industria Extrativa M ineral

4.2 10 7 3.4 10 7

3.2 10 7
4.15 10 7
3. 10 7
P reços
P reços

2.8 10 7
4.1 10 7
2.6 10 7

4.05 10 7 2.4 10 7

2.2 10 7
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Salário Salário

Setor 3 Industria de Transformação Setor 4 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água

3. 10 7

2.2 10 6
2.9 10 7
2. 10 6
P reços

P reços

10 7
1.8 10 6 2.8

1.6 10 6 2.7 10 7

1.4 10 6
2.6 10 7
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Salário Salário

12
Para ver um modelo de preços para a economia brasileira ver Araquém (1975).
Setor 5 Construção Setor 6 Comércio

4. 10 7
2. 10 7

3. 10 7
1.5 10 7

P reços
P reços

2. 10 7
1. 10 7

1. 10 7
5. 10 8

0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Salário Salário
Setor 7 Transporte, Armazenagem e Correio Setor 8 Serviçõs de Informação

4. 10 7
4. 10 7

3.5 10 7
3.5 10 7
P reços

P reços
3. 10 7
3. 10 7

2.5 10 7
2.5 10 7

2. 10 7

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Salário Salário

Setor 9 Intermediação financeira, seguros e previdência complementar Setor 10 Atividades imobiliárias e aluguel

9.5 10 8

4. 10 7 9. 10 8

3.5 10 7 8.5 10 8
P reços

P reços

8. 10 8
3. 10 7
7.5 10 8
2.5 10 7
7. 10 8

2. 10 7 6.5 10 8

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Salário Salário

Setor 11 Outros Serviços Setor 12 Administração, saúde e educação públicas

6. 10 7
6. 10 7
5. 10 7

5. 10 7 4. 10 7
P reços
P reços

3. 10 7

4. 10 7
2. 10 7

1. 10 7
3. 10 7
0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Salário Salário

Os gráficos foram desenhados em diferentes escalas para que as peculiaridades das flutuações de cada
preço possam ser mais facilmente visualizadas. Isto porque, quando apresentados em uma única escala,
alguns destes podem aparecer como uma linha reta obscurecendo as mudanças nas taxas de variação e até
mesmo em suas tendências de crescimento ou decrescimento.
A linha em que corta os gráficos verticalmente representa a fatia salarial da renda brasileira no ano de
2006 no valor de 32,5%. Podemos observar que o comportamento dos preços relativos como funções dos
salários assumem tendências distintas, crescendo ou diminuindo a taxas diferentes.

O setor agropecuário foi o único que apresentou mudanças na tendência dos preços relativos. Ao elevar a
participação do salário na renda, entre 32,5 e 40%, os preços produção reverteram sua tendência de
decrescimento, atingindo um patamar superior ao inicial, quando a participação salarial na renda era zero.
Os meios de produção mais utilizados pelo setor agropecuário são os produtos do próprio setor e da
indústria de transformação e podem ser visualizados na matriz de coeficientes técnicos em anexo.

As indústrias de extração mineral e de transformação, setores 2 e 3, foram as que apresentaram reduções


em seus preços de produção. Como podem ser observados nos gráficos e tabela 1, os setores apresentaram
variações nos preços embora a taxa de variação tenha permanecido praticamente constante à medida que
se alterava a distribuição.

Já os setores 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 apresentaram elevações em seus preços relativos sendo que estas,
evidentemente, se deram diferentes quanto às escalas e taxas de variação. Os setores que tiveram as
maiores variações em seus preços foram Administração, saúde e educação públicas, comércio e
construção. A variação do setor 12, administração, saúde e educação públicas, se explica pela grande
proporção entre salário/meios de produção. Os outros setores tiveram variações positivas em seus preços
embora em menor proporção.

Embora se possa analisar os encadeamentos dos setores, ou seja, quais produtos são mais demandados
para produção de cada setor pela analise da matriz de coeficientes técnicos, torna-se cada vez mais difícil
dimensionar quais são os setores responsáveis pelas variações nos preços de produção quanto mais
desagregada for a matriz utilizada.

Deve-se ressaltar também que as mudanças nos preços relativos, embora tenham apresentado uma
tendência, foram avaliadas para uma pequena quantidade de combinações entre salário e lucros. Nos
intervalos em que os preços não foram testados pode-se encontrar mudanças nas tendências e nas taxas
em que cada preço cresce ou decresce e que não foram sentidas para as combinações aqui testadas.

5. Conclusão

O objetivo deste artigo foi tratar o modelo de sistema de preços de Sraffa aplicando para a economia
brasileira no ano de 2006. Através de um sistema de equações determinaram-se os preços relativos para
diferentes níveis de distribuição de renda. O comportamento dos preços de produção foi observado à
medida que a participação salarial na renda nacional variava entre 0 a 1.
Para tanto, foi construída a matriz de coeficientes técnicos brasileira para o ano de 2006 através das
Tabelas de recursos e usos disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
partir desta, encontrou-se o vetor de multiplicadores que tornava possível encontrar uma medida
invariável de valor que pudesse ser tomada como padrão. O Sistema Padrão de Sraffa foi encontrado e
dessa forma foram calculados os preços de produção para os 12 setores da economia brasileira para
diferentes níveis de participação salarial na renda.
Como se pode observar, os preços relativos assumiram tendências distintas à medida que a participação
na renda variava. Dado um excedente a ser distribuído entre salários e lucros, os preços relativos irão se
ajustar devido a mudanças na distribuição de tal forma que a taxa lucros se mantenha constante nas
diversas indústrias, isto devido as diferenças na relação capital/trabalho e as técnicas de produção setorial.
Dessa forma observamos que os preços relativos se comportam de forma diferente uns dos outros,
alterando-se a taxas diferentes e uns até mesmo caindo. Os preços das industrias extrativa mineral e de
transformação tiveram reduções enquanto os outros setores tiveram aumento nos seus preços de produção
quando comparados ao seu valor inicial.
Sendo assim, o sistema de preços de Sraffa nos leva a concluir que o aumento na participação dos salários
na renda não necessariamente esta associado a aumentos nos preços relativos. As questões distributivas
estão muito mais associadas às disputas de classes por uma maior participação no produto do que com
seus impactos sobre os preços e sobre a economia.

6. Referências

ARAQUÉM, E. Preços e distribuição de renda no Brasil: uma análise insumo- produto – 1975. Pesquisa e
Planejamento Economico, Rio de janeiro, 18(2): 361-378, ago. 1988.

ARAUJO, F. “Preços e distribuição em Sraffa: uma reconsideração” – comentários. Pesquisa e


Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, 15 (2): 457 – 462, ago. 1985.
BRODY, A. Proportions, Prices and Planning. A Mathematical Restatement of the Labor Theory of
Value. 1970.
GIGANTES, T. “The representation of technology in input-output systems”, in A. P. Carter and A. Brody
(eds.), Contributions to Input-Output Analysis, North-Holland, Amsterdam, 1970.

UNITED NATIONS, Handbook of Input-Output Table Compilation and Analysis, Statistics Division,
New York, 1999.

IBGE. Sistema de Contas Nacionais – Tabela de Recursos e Usos. Coordenação de Contas Nacionais.
Nota Metodológica, Referencia 2000.

IBGE. Sistema de Contas Nacionais – Estrutura do Sistema de Contas Nacionais. Coordenação de Contas
Nacionais. Nota Metodológica, Referencia 2000.

IBGE/CONTAS NACIONAIS. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: jul. 2009.


MARX, K. O Capital: Crítica da Economia Política. Volume I, Livro Primeiro. Abril Cultural, 1983.
MILL, J. S. Principles of Political Economy. Appleton, New York, 1906.
PASINETTI, L. Lectures on the theory of production. New York, Columbia University Press, 1977.
POSSAS, M. A Dinâmica da Economia Capitalista: uma abordagem teórica. Editora Brasiliense,
1987.
POSSAS, M. Preços e distribuição em Sraffa: uma reconsideração. Pesquisa e Planejamento Econômico,
Rio de Janeiro, 13 (2): 575 – 618, ago. 1983.
ROBINSONS, J. Prelude to a Critique of Economic Theory. Oxford Economic Papers, New Series, Vol.
13, No. 1 (Feb., 1961), pp. 53-58.
ROBINSON, J. Economic Heresies: Some Old-Fashioned Questions in Economic Theory. Basic
Book, New York, 1971.
SRAFFA, P. Produção de mercadorias por meio de mercadorias. Cambridge: Cambridge University
Press, 1960.
Tabela 1

Matriz de Coeficientes Técnicos – A

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
Agropecuária Indústria Indústria de Produção e Construção Comércio Transporte, Serviços de Intermediação Atividades Outros serviços Administração,
extrativa transformação distribuição de armazenagem e informação financeira, imobiliárias e saúde e
mineral eletricidade, gás correio seguros e aluguel educação
e água previdência públicas
complementar

Agropecuária
0,100229 0,001837 0,093863 0,000947 0,004144 0,000823 0,003074 0,000897 0,000446 0,000121 0,007422 0,001777
Indústria extrativa mineral
0,008226 0,058157 0,076848 0,039036 0,014914 0,000135 0,000358 0,000141 5,93E-05 2,22E-05 0,000342 0,000202
Indústria de transformação
0,292721 0,166111 0,444911 0,085087 0,382334 0,07602 0,284318 0,082859 0,041248 0,011247 0,201675 0,076635
Produção e distribribuição de eletricidade,
gás e água
0,007717 0,032631 0,029954 0,235188 0,002791 0,022904 0,015466 0,014951 0,008231 0,001427 0,028739 0,022192
Construção
3,22E-06 0,012489 0,001263 7,26E-05 0,020191 0,000625 0,000222 0,004449 0,005127 0,023714 0,005955 0,024917
Comércio
0,000382 0,002306 0,003843 0,001142 0,001089 0,019225 0,002025 0,002908 0,001797 0,000328 0,001822 0,001845
Transporte, armazenagem e correio
0,013819 0,08896 0,026891 0,014933 0,005814 0,046977 0,07785 0,021036 0,009241 0,001406 0,015905 0,006829
Serviços de informação
0,003494 0,031242 0,012118 0,013295 0,002758 0,015944 0,012257 0,194592 0,068526 0,002682 0,070665 0,049334
Intermediação financeira, seguros e
previdência complementar
0,009268 0,024045 0,024645 0,01662 0,010378 0,024283 0,024857 0,02884 0,133511 0,004864 0,011391 0,069462
Atividades imobiliárias e aluguel
0,001001 0,037702 0,005091 0,002936 0,002819 0,027294 0,008627 0,028287 0,00607 0,003796 0,014679 0,016167
Outros serviços
0,000445 0,07065 0,023949 0,047513 0,020284 0,061338 0,064046 0,106159 0,076803 0,014349 0,064534 0,077633
Administração, saúde e educação públicas
0,00077 0,003331 0,002013 0,005782 0,000994 0,002388 0,002824 0,003022 0,001926 0,000348 0,002374 0,002216
Fonte: Elaboração Própria
Tabela 2

Consumo Intermediário das atividades (valores correntes em 1.000.000 R$)

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Total
Agropecuári Indústria Indústria de Produção e Construçã Comércio Transporte, Serviços Intermediaçã Atividades Outros Administração do produto
a extrativa transformaçã distribuição o armazenage de o financeira, imobiliária serviços , saúde e
mineral o de m e correio informaçã seguros e s e aluguel educação
eletricidade o previdência públicas
, gás e complementa
água r
Agropecuária 19 230 0 123 868 0 0 0 0 0 0 0 2 691 454 146 243

Indústria extrativa mineral 1 609 7 483 109 603 5 718 2 703 0 0 0 0 0 40 41 127 197

Indústria de transformação 58 716 20 807 623 959 12 080 70 158 25 588 56 427 12 617 9 456 2 135 104 860 37 115 1 033 918

Produção e distribribuição de eletricidade, gás e 1 557 4 151 42 447 34 092 514 7 749 3 081 2 283 1 894 272 15 010 10 805 123 855
água
Construção 0 1 550 1 736 9 3 663 179 38 657 1 158 4 470 3 036 11 919 28 415

Comércio 0 0 3 980 0 50 6 086 0 0 0 0 11 0 10 127

Transporte, armazenagem e correio 2 781 11 308 38 006 2 158 1 070 15 878 15 489 3 212 2 124 268 8 283 3 310 103 887

Serviços de informação 694 3 918 16 913 1 897 501 5 328 2 406 29 390 15 565 506 36 376 23 686 137 180

Intermediação financeira, seguros e previdência 1 834 2 997 34 252 2 362 1 879 8 059 4 861 4 330 30 210 914 5 825 33 217 130 740
complementar
Atividades imobiliárias e aluguel 225 5 360 8 042 474 580 10 320 1 918 4 837 1 560 812 8 555 8 789 51 472

Outros serviços 68 8 661 33 650 6 975 3 759 19 959 12 840 16 131 17 913 2 728 33 566 37 748 193 998

Administração, saúde e educação públicas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

86 714 66 235 1 036 456 65 765 84 877 99 146 97 060 73 457 79 880 12 105 218 253 167 084 2 087 032

Fonte: Contas Nacionais/IBGE


Tabela 3

Componentes do valor adicionado (valores correntes em 1.000.000 R$)

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Total
Agropecuári Indústria Indústria de Produção e Construção Comércio Transporte, Serviços Intermediaçã Atividades Outros Administração do produto
a extrativa transformaçã distribuição armazenage de o financeira, imobiliárias serviços , saúde e
mineral o de m e correio informação seguros e e aluguel educação
eletricidade previdência públicas
, gás e complementa
água r
Valor adicionado bruto ( PIB )
Remunerações 111 229 58 864 354 037 76 414 96 287 233 608 98 656 77 026 146 418 176 139 294 675 311 381 2 034 734
Salários 47 003 11 773 177 957 16 183 29 210 107 853 43 018 25 334 57 154 5 357 172 922 275 627 969 391
Contribuições sociais efetivas 36 873 8 099 135 439 12 717 24 177 83 320 35 892 21 080 44 523 4 616 149 398 214 804 770 938
Previdência oficial /FGTS 10 130 3 674 42 518 3 466 5 033 24 533 7 126 4 254 12 631 741 23 524 25 837 163 467
Previdência privada 10 128 3 041 40 383 3 162 4 897 24 226 7 110 4 247 11 185 738 22 734 25 761 157 612
Contribuições sociais imputadas 2 633 2 135 304 136 307 16 7 1 446 3 790 76 5 855
Excedente operacional bruto e rendimento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 34 986 34 986
misto bruto
Rendimento misto bruto 63 073 46 351 166 550 59 557 66 751 121 261 54 597 49 117 86 236 170 624 118 397 35 716 1 038 230
Excedente operacional bruto (EOB) 47 984 277 15 784 0 22 784 42 378 19 272 8 824 1 155 2 169 52 292 0 212 919
Outros impostos sobre a produção 15 089 46 074 150 766 59 557 43 967 78 883 35 325 40 293 85 081 168 455 66 105 35 716 825 311
Outros subsídios à produção 1 177 740 10 818 1 182 771 4 494 1 551 2 818 3 028 158 3 719 38 30 494
Valor da produção (-) 24 0 (-) 1 288 (-) 508 (-) 445 0 (-) 510 (-) 243 0 0 (-) 363 0 (-) 3 381
Fator trabalho (ocupações) 197 943 125 099 1 390 493 142 179 181 164 332 754 195 716 150 483 226 298 188 244 512 928 478 465 4 121 766
18 400 802 271 077 11 643 049 380 027 5 932 767 15 480 3 924 013 1 684 699 931 230 604 527 24 211 9 782 870 93 246
735 167 963

Fonte: Contas Nacionais/IBGE


Tabela 4

Produção das atividades (valores correntes em 1.000.000)

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 Total
Agropecuári Indústri Indústria de Produção e Construçã Comérci Transporte, Serviços Intermediaçã Atividades Outros Administração do
a a transformaçã distribuição o o armazenage de o financeira, imobiliária serviços , saúde e produto
extrativa o de m e correio informaçã seguros e s e aluguel educação
mineral eletricidade o previdência públicas
, gás e complementa
água r
Agropecuária 182 818 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 170 182 988

Indústria extrativa mineral 128 123 3 936 0 0 0 0 0 0 0 2 0 127 112


046
Indústria de transformação 14 971 1 684 1 384 625 0 0 1 354 0 3 0 2 33 1 692 1 404
364
Produção e distribribuição de eletricidade, gás e água 0 0 32 141 730 0 0 0 0 0 0 0 2 744 144 506

Construção 0 25 302 0 180 558 2 3 0 0 0 0 0 180 890

Comércio 8 81 380 0 0 319 130 84 (-) 680 0 61 12 889 1 196 333 149

Transporte, armazenagem e correio 0 0 0 0 0 1 037 195 342 0 0 0 0 2 236 198 615

Serviços de informação 0 0 0 0 0 369 0 150 951 0 0 0 208 151 528

Intermediação financeira, seguros e previdência 0 0 0 0 0 0 0 0 225 857 0 0 0 225 857


complementar
Atividades imobiliárias e aluguel 18 263 1 218 389 606 1 455 281 207 441 188 151 20 164 654 213 847

Outros serviços 0 0 0 60 0 9 407 6 2 0 30 479 9 426 498 771


840
Administração, saúde e educação públicas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 460 139 460 139

Ajuste CIF/FOB

197 943 125 1 390 493 142 179 181 164 332 754 195 716 150 483 226 298 188 244 512 478 465 4 121
099 928 766

Fonte: Contas Nacionais/IBGE

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