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1 – Considerações Gerais
O vidro é um dos materiais mais antigo, utilizado há mais de 6.000 anos pelo
homem, mas somente no início do século XX é que se iniciou sua fabricação de forma
industrializada, ao substituir o processo artesanal de assopro humano pelo uso de ar
comprimido. Os materiais de vidro apresentam um vasto campo de aplicação, nas
seguintes modalidades: vidro plano, fibra de vidro, ótica e fibra ótica e “vidro oco” ou para
vidro para embalagens.
As garrafas de vidro têm perdido muito mercado para garrafas plásticas (PET) e para
latas de alumínio, no envase de bebidas carbonatadas e sucos. Entretanto, outros
produtos estão bem consolidados, como os potes para maionese, vegetais em conserva e
café solúvel.
2- Composição Química
A composição básica do vidro para embalagem e dos vidros planos inclui os óxidos de
silício, sódio e cálcio, denominando-se de vidro sílico-sodo-cálcico. Outros óxidos são
adicionados com as funções de estabilizantes e para diminuir a temperatura de fusão
(1.600 C). Por exemplo, os óxidos de cálcio e magnésio também têm a função de conferir
ao vidro maior resistência à lixiviação. Devido à presença dos vários tipos de óxidos, a
quantidade de oxigênio (O2) na composição dos vidros chega a 50% do seu peso
molecular total.
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A Figura 1 mostra a composição típica do vidro sodo-cálcico para embalagens, expressa
em % do peso de matéria-prima:
3- Matérias-Primas
O calcário é o carbonato de cálcio (CaCO 3), extraído de jazidas rochosas (pedreiras), que
recebe um beneficiamento e moagem com granulometria final de 0,1 a 1,0mm para a
produção do óxido de cálcio.
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A dolomita é o carbonato duplo de cálcio e magnésio (CaMgCO 3), também extraído de
jazidas naturais, que após o beneficiamento semelhante ao calcário, produzira o óxido de
magnésio.
Nefelina sienito é outro mineral complexo (Al 2O3.Na2O.2SiO2), cujas jazidas naturais são
abundantes no Canadá e Noruega. É uma fonte mais eficiente (20% superior) do que o
feldspato para a produção de alumina e álcalis.
A alumina calcinada é uma fonte alternativa do feldspato, para adição do alumínio sem os
demais óxidos. O óxido de alumínio confere ao vidro melhores propriedades de moldagem
e maior inércia química.
4- Transparência e cores
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Outras cores são utilizadas com o efeito de proteção ou como decoração, principalmente
no segmento de cosméticos. A Tabela 1 mostra a correlação dos componentes químicos
adicionados à composição básica do vidro com suas respectivas cores.
5 – Propriedades Mecânicas
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Ao contrário do que se pensa, os recipientes de vidro são materiais com boa
resistência mecânica, todavia, quando a superfície apresenta defeitos mesmo
microscópicos como ranhuras e trincas, tornam-se altamente frágeis. Tal resistência
decresce numa razão direta à quantidade e intensidade dos defeitos. Por esses motivos,
a resistência de uma embalagem de vidro nas prateleiras poderá ser apenas 10% da
resistência que teve ao sair do molde.
A fadiga reduz a tensão de ruptura e essa depende de vários fatores como da intensidade
dos esforços mecânicos, do tempo de exposição, do ataque à superfície do vidro por
agentes químicos e até mesmo pala água e ou vapor de água da atmosfera, dentre
outros. Esses problemas podem trazer grandes conseqüências na utilização de garrafas
de vidro para produtos com alta pressão interna como os gaseificados, em especial
cervejas e bebidas carbonatadas. Neste contexto, as garrafas retornáveis ou com alto
índice de reutilização são as mais críticas, pois a resistência relativa à pressão interna
diminui em escala logarítmica em função do tempo de uso ou de aplicação da carga.
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Os recipientes de vidro destacam-se dos demais materiais de embalagem devido
às suas características de barreira e inerticidade. Geralmente não apresentam os
problemas de migração e corrosão, situações essas possíveis de acontecer com os
outros materiais.
Entretanto, para outras aplicações além dos alimentos, e quando o período de utilização
da embalagem for longo, certo ataque (corrosão aquosa) da superfície do vidro pelo
produto poderá acontecer. Estudos feitos pelo setor farmacêutico, indicam que o vidro é
mais afetado pela água destilada com pH neutro do que pela água comum. Soluções
ácidas diluídas são também mais agressivas do que as mais concentradas. Nestas
condições, os íons de sódio (Na +) do vidro são substituídos pelos íons de hidrogênio (H +)
das soluções ácidas diluídas. A Tabela 1 mostra o resultados de testes acelerados de
extração em meio aquoso a 121C por 2 horas. Verifica-se pelos resultados que os óxidos
de alumínio e de bário são os menos extraídos. Considerando-se que o teste foi uma
simulação em condições extremas, tal extração representa o que aconteceria se a água
fosse acondicionada por 4 anos em recipientes de vidro.
Tabela 1 - Resultados de testes acelerados de extração de metais em potes de vidro
contendo água destilada a 121C por 2 horas.
Óxidos do Vidro Proporção (%) Extrato Aquoso (ppm) Razão (ppm / %)
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íons de hidrogênio e o ataque secundário cujo processo envolve a quebra das ligações
principais da estrutura (Si-O-Si), ocasionando a dissolução do vidro (Figura 1).
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Os recipientes de vidro (garrafas, frascos e potes) são produzidos após a fusão da
matéria-prima em fornos especiais. Geralmente são fornos com chama transversal e com
sistema de regeneração da energia calorífica.
A massa vítrea fundida passa por várias fases de viscosidade em função da temperatura.
Desta massa forma-se a gota, a qual dará origem às embalagens pelos processos de
moldagem sopro-sopro ou pressão-sopro. Maiores informações sobre a fabricação de
embalagens de vidro encontram-se no capítulo sobre processos de transformação e
conversão de embalagens.
8- Sistema de Fechamento
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Funcionalidade - ser compatível com os equipamentos e processos de
industrialização.
Mais detalhes sobre o fechamento dos recipientes de vidro, será encontrado no capítulo
referente aos sistemas de fechamento de embalagens.
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Novos sistemas de acondicionamento asséptico em recipientes vidros;
Desenvolvimento de rótulos termoencolhíveis do tipo 360 o , os quais conferem
maior barreira e resistência ao vidro – esses rótulos, antes de policloreto de vinila,
foram substituído pelos de polipropileno e poliéster;
Desenvolvimento de rótulos envolventes de poliestireno expandido (plasticshield),
inovações essas que conferem proteção à fragilidade do vidro, isolamento térmico
e redução da espessura dos recipientes de vidro;
Em resumo, todas essas inovações possibilitaram a produção de embalagens mais
leves e com melhor distribuição da espessura e com superfícies mais uniformes e
sem defeitos de fabricação.
10 – Código de Regulamentação
Tal código foi elaborado pelas instituições normativas, institutos de pesquisa, associações
e sindicatos, envolvendo as seguintes categorias: fabricantes de vasilhames de vidro,
fabricantes de bebidas carbonatadas, empresas transportadoras e distribuidoras dos
produtos, supermercados e pontos-de-venda e consumidores. Na elaboração do código,
deu-se muita ênfase aos direitos do consumidor, com base nas suas normas enunciadas
no artigo 6o da Lei 8.078 do Código de Defesa do Consumidor.
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Clak, D.E., Pantano, C.G. e Hench, L.L. Corrosion of Glass, Magazines for Industries, Inc.
New York, 1979.
Hanlon, J.F. Handbook of Packaging Engineering. McGraw-Hill Book Company, New York,
N.Y. 1971
Zanotto, E.D. A Santa das vidraças - mais um mito dos vidros. Pesquisa FAPESP,
Setembro de 2002, p:11-14.
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