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Dom Casmurro
Depois de ler o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, discuta –
consigo próprio e com os colegas da equipe que também o leram - alguns dos elementos
essenciais presentes no texto. Leve em conta que, nele, a realidade tem múltiplas faces,
inúmeros significados, visões conflitantes.
Questão 01
Dom Casmurro é a história de um homem que supõe que sua esposa o traiu com o
melhor amigo. Primeiramente, o narrador revira o passado mais remoto (o da juventude)
em busca de provas que justifiquem a suposta tendência de Capitu à traição. Depois, no
passado mais próximo (o da vida adulta), ele encontra e apresenta as provas, que
entende como definitivas, do adultério. E, em função desta certeza, destrói o casamento.
b- Aponte as provas principais que Bento julga dispor, já depois de casado, do adultério
(hipotético ou real) de Capitu.
Questão 02
Em sua exposição, Bento afirma o adultério, mas a narrativa apresenta tantos paradoxos
e contradições que nada se esclarece totalmente para o leitor. Todos os elementos que
compõem a acusação possuem aspectos nebulosos e dúbios. Há sempre uma forte
relativização em tudo o que o narrador afirma, pois cada registro da traição remete à
possibilidade contrária. É como se houvesse dois textos na composição do romance. No
primeiro, Bento, o narrador, assegura ao leitor a existência do adultério. No segundo
texto – menos explícito, e nem sempre perceptível– ele registra os seus ciúmes doentios
e quase paranóicos. No primeiro texto, Capitu traiu. No segundo, provavelmente não.
a- Você concorda com aquilo que Bento declara a respeito do “crime” de Capitu ou com
o aquilo ele deixa subentendido, isto é, a possibilidade de inocência da esposa?
a- Transcreva algum outro exemplo no romance que confirme este jogo entre aparência
e essência.
Questão 04
O crítico Flávio Loureiro Chaves afirma que o tema de Dom Casmurro não é o
adultério, e sim que este é apenas um pretexto para atingir numa região mais profunda
das desgraças humanas, o problema do ciúme, entrevisto como deformação patológica.
Segundo o mesmo crítico, Dom Casmurro é o romance da dúvida porque embora o
personagem expresse a convicção de ter desvendado um crime, o acúmulo de
ambigüidades no texto mantém a incerteza e o caráter nebuloso do acontecido.
a- Releia o capítulo CXXXV, onde Bento Santiago vai assistir a uma representação de
Otelo. Influenciado pelo astucioso Iago, o mouro Otelo vive o tormento do ciúme sem
qualquer base real, pois sua esposa Desdêmona o ama. Por se considerar vítima de uma
traição, Otelo mata a mulher e depois se suicida. Qual é a conclusão que Bento tira da
peça?
b- Você acha que o sofrimento do narrador é real, mesmo que a causa do mesmo possa
ser imaginária? Exemplifique com alguma passagem do romance.
Questão 05
Questão 06
Se eu não olhasse para Ezequiel, é provável que não estivesse aqui escrevendo este
livro, porque o meu primeiro ímpeto foi correr ao café e bebê-lo. Cheguei a pegar na
xícara, mas o pequeno beijava-me a mão, como de costume, e a vista dele, como o
gesto, deu-me outro impulso que me custa dizer aqui; mas vá lá, diga-se tudo.
Chamem-me embora assassino; não serei eu que os desdiga ou contradiga; o meu
segundo impulso foi criminoso. Inclinei-me e perguntei a Ezequiel se já tomara café.
(Machado de Assis, Dom Casmurro, em Obra Completa. Vol 1. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1979, p.936.)
B) Por que o narrador admite que seu “segundo impulso” foi criminoso?
Os trechos a seguir devem ser utilizados para elaboração das respostas das
questões7,8,9 e 10.
LXXII
Nem eu, nem tu, nem ela, nem qualquer outra pessoa desta história
poderia responder mais, tão certo é que o destino, como todos os dramaturgos, não
anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai,
apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há por ventura
alguma cousa que reformar, e eu própria, como ensaio, que as peças começassem
pelo fim. Otelo mataria a si e a Desdêmona no primeiro ato, os três seguintes seriam
dados à ação lenta e decrescente do ciúme, e o último ficaria só com as cenas inicia
da ameaça dos turcos, as explicações de Otelo e Desdêmona, e o bom conselho do
fino Iago: “Mete dinheiro na bolsa. ”Desta maneira, o espectador, por um lado,
acharia no teatro a charada habitual que os periódicos lhe dão, porque os últimos
atos explicariam o desfecho do primeiro, espécie de conceito, e, por outro lado, ia
para a cama com uma boa impressão de ternura e de amor:
CXXXV
OTELO
Questão 07
O narrador afirma, no capítulo CXXXV, que “não vira nem lera nunca
Otelo” e que estimou a coincidência, ao chegar ao teatro.
a) A que coincidência está se referindo?
b) Ele já tornara a peça assunto do capítulo LXXII e, apenas agora, tem ocasião
de vê-la. Do ponto de vista da estrutura do romance, isso implicaria alguma
contradição?
Questão 08
a) “Um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime
tragédia deste mundo.” E para fazer de Bentinho o Dom Casmurro o que foi
suficiente?
Questão 09
a) Como bom espectador, o narrador sabia que Desdêmona era inocente. Porque
ele não se compadece da morte dela?
Questão 10
Questão 11
No início do capítulo II, o narrador afirma ter reconstruído a antiga casa da família .
Com que propósito reconstruiu-a?A reconstrução foi suficiente para atender ao seu
propósito? O que ele decidiu fazer para compor o que faltava? Comprove com
passagens do texto.
Questão 12