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Curso de

Biologia Molecular Básica

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.
MÓDULO III

TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO

1. Código genético

O código genético é a relação entre a sequência de bases no DNA e a


sequência correspondente de aminoácidos, na proteína. O código genético guarda
toda a informação que rege a sequência dos aminoácidos, essencial para o
desenvolvimento e funcionamento do organismo humano. Este código genético está
presente em cada uma das células humanas, sendo responsável também pela
hereditariedade.

O DNA possui quatro bases nitrogenadas diferentes (A, T, C e G), e 20 tipos


de aminoácidos diferentes. A partir disso, surgiu a hipótese de que três nucleotídeos
constituem um códon - uma trinca de nucleotídeos- (Figura 1), já que dois
nucleotídeos produziriam apenas 16 combinações diferentes, insuficiente para os 20
aminoácidos que a célula produz; enquanto três nucleotídeos produzem 64
combinações possíveis; mais do que o suficiente para os 20 aminoácidos existentes.

Figura 1. Representação esquemática de um códon. Esse códon apresenta as bases


guanina (G), citosina (C) e adenina (A), representando então, o aminoácido alanina.

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Essas 64 combinações ou códons têm papel específico na síntese de
proteínas, pois 61 códons representam aminoácidos e três causam o término da
síntese de proteínas, por não especificarem nenhum aminoácido. Por existir um
número maior de códons (61) do que de aminoácidos (20), quase todos os
aminoácidos são representados por mais de um códon (Figura 2).

A descoberta de que o código genético é lido em trincas foi feita por Brenner
e Crick, em 1961. Mas, somente em 1966, pela ação de vários pesquisadores, foi
desvendado todo o código genético.

Figura 2. Quadro representativo de todos os aminoácidos e as combinações de códons


correspondentes. Na qual o códon metionina, que representa o códon de iniciação está na cor
laranjada, e os códons de terminação (UAA, UAG e UGA), estão em amarelo.

A universalidade do código genético afirma que o mesmo surgiu muito cedo


e permaneceu conservado durante a evolução, por isso, ele é o mesmo nos mais

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diversos organismos, desde as bactérias até o homem. Ou seja, todos os
organismos vivos são descendentes de um único grupo de célula primitiva. As
mudanças significativas no genoma principal de uma espécie são determinadas
pelos códons de terminação.

Códons de iniciação e terminação

O mRNA (RNA mensageiro) não é traduzido do início ao fim. A tradução


começa e termina em pontos na molécula chamados de códons de iniciação e de
terminação. O códon AUG determina o início da síntese de proteínas, ou seja, é o
códon de iniciação. O AUG codifica o aminoácido Metionina (Met), portanto o
primeiro aminoácido a ser incorporado em todas proteínas, tanto em procariotos
quanto eucariotos, é a metionina. Em Escherichia coli (bactéria), eventualmente,
GUG pode ser utilizado como códon de iniciação.

Os códons UAA, UGA e UAG não são reconhecidos por nenhum tRNA (RNA
transportador), determinando assim, uma parada no processo ao cessar a
incorporação de aminoácidos, portanto, o térmido da síntese de proteínas. Esses
códons são chamados de códons de terminação, códon de parada, ou ainda stop
codon.

Em resumo, o DNA é transcrito numa molécula de mRNA complementar


que, se associa ao ribossomo no citoplasma. O código do mRNA é então traduzido
numa cadeia polipeptídica. O códon AUG inicia a tradução, quando um tRNA ativado
carrega o primeiro aminoácido, a metionina, para o ribossomo. O anticódon do tRNA
liga-se ao códon AUG no mRNA. Uma ligação peptídica é formada entre os
aminoácidos. O segundo tRNA recebe a cadeia de proteína em crescimento e a
metionina do primeiro tRNA é cedida. O processo vai se repetindo até que apareça
um códon de terminação, interrompendo a tradução. Os códons de terminação não

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têm tRNA correspondente. Então, o ribossomo se desassocia para ser reutilizado na
tradução de outro mRNA (Figura 3).

Figura 3. Representação esquemática da tradução do mRNA numa cadeia polipeptídica,


indicando a entrada do códon de iniciação (AUG) que carrega o aminoácido metionina, e depois a
sucessiva entrada de códons e seus respectivos aminoácidos até o surgimento do códon de
terminação e o fim da tradução.

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2. Processo de transcrição (iniciação, alongamento e término)

A transcrição consiste na síntese de RNA usando DNA como molde. O


processo é realizado por um complexo enzimático cuja enzima chave é a RNA
polimerase, composta de várias subunidades e que realiza a polimerização do RNA
a partir de um molde de DNA. A RNA polimerase nos procariotos é única, enquanto
nos eucariotos são três - RNA polimerase I, II e III. Os RNAs formados durante a
transcrição podem ser de três tipos: o mRNA, o tRNA e o rRNA.
A transcrição ocorre em três etapas: a iniciação, o alongamento e o término.

2.1. Iniciação

A síntese do RNA começa em regiões do DNA chamadas de regiões


promotoras, que são sequências específicas reconhecidas pela RNA polimerase, e
direcionam a transcrição de genes.

O reconhecimento da RNA polimerase aos promotores se dá graças ao fator


sigma, que se liga à RNA polimerase fazendo com que estas tenham maior afinidade
com as sequências promotoras. Os promotores contêm sequências consenso,
localizadas antes do início da transcrição, a distâncias específicas. Os promotores
procarióticos geralmente localizam-se na região –10 e –35 do início da transcrição e
as sequências consenso mais conhecidas são o TATA box na região –10 (TATAAT)
e a sequência TTGACA na região –35. Existem vários tipos de promotores e fatores
sigma correspondentes e é essa variedade que permite que as funções celulares
possam ser reguladas mantendo o equilíbrio das atividades celulares. Nos
eucariotos, o processo de iniciação e regulação da transcrição é muito mais
complexo, envolvendo um número e diversidade maior de sequências promotoras e
de fatores de transcrição (análogos ao fator sigma).
Uma importante etapa na iniciação da transcrição é a abertura da dupla fita
de DNA (desenovelamento), que é feito rompendo-se as ligações entre as bases das

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duas fitas. É necessário que os nucleotídeos de um dos filamentos estejam
disponíveis a novos pareamentos. A RNA polimerase deve desenrolar o DNA dupla
hélice, formando uma bolha de transcrição, cerca de 17 pares de bases
desenrolados.

2.2. Alongamento

O RNA recém-sintetizado pareia-se temporariamente com a fita molde de


DNA, formando um híbrido curto RNA-DNA. Uma vez iniciada, a transcrição segue
numa velocidade de aproximadamente 50 nucleotídeos por segundo, estando a RNA
polimerase ligada à fita molde de DNA até encontrar o sinal de término da
transcrição.

2.3. Término

O final da transcrição é um processo bem controlado, determinado pelo


surgimento dos códons de parada ou de terminação, finalizando a síntese dessa
molécula.

Local

Em procariotos, que não possuem envoltório nuclear, a transcrição ocorre no


mesmo lugar onde ocorre a tradução, dessa forma, tão logo o RNA comece a ser
formado. A tradução já se inicia, por esse motivo diz-se que a transcrição e a
tradução nos procariotos são acopladas. Nos eucariotos a transcrição ocorre no
núcleo e a tradução ocorre no citoplasma. O RNA recém-sintetizado nos eucariotos
ainda precisa passar por várias modificações antes de estar pronto para tradução
(retirada dos íntrons, adição de uma cauda de poli Adenina, adição de 7-Metil
Guanosina na primeira base do RNA e outras).

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3. Enzimas Polimerases

A enzima RNA polimerase (RNAP) tem a função de sintetizar RNA, quando


na presença de DNA de fita dupla e de ATPs. As RNAPs apresentam diversas
atividades, entre elas:
- São capazes de reconhecer e se ligarem às sequências específicas de
DNA;
- Desnaturam (desenovelam) a fita dupla de DNA;
- Mantêm as fitas de DNA separadas e a estabilidade do híbrido DNA-RNA
na região da síntese;
- Renaturam o DNA na região imediatamente posterior à da síntese;
- E terminam a síntese do RNA.
A reação catalisada pelas RNAPs é idêntica à reação catalisada pelas DNAs
polimerases. Essa reação ocorre entre o grupamento 3’-OH de um ribonucleotídeo e
o grupamento fosfato do carbono 5’ do ribonucleosídeo incorporado. Portanto, a
reação ocorre no sentido 5’→3’ e a fita do DNA molde se encontra no sentido 3’→5’.
Entretanto, as RNAPs não precisam de um primer para iniciar a síntese, ao contrário
das DNAs polimerases.
Os complexos RNAP variam em diferentes organismos, podendo ser
sistemas muito simples como no caso de um bacteriófago (vírus que infecta apenas
as bactérias), em que um único polipeptídio pode desempenhar todas as atividades
necessárias para a transcrição; ou sistemas complexos como no caso de eucariotos,
que possuem mais de dez polipeptídios para formar uma RNAP ativa.
Existem ainda, as RNAs polimerase nucleares (RNAPs nucleares) que têm a
função de transcrever genes diferentes em locais diferentes do núcleo, necessitando
de fatores acessórios diferentes. Em eucariotos, são três as RNAPs nucleares: RNA-
polimerase I, RNA-polimerase II e RNA-polimerase III.
A RNA polimerase I catalisa a síntese de apenas um tipo de pré-rRNA que é
o precursor dos rRNAs 18S, 5,8S e 28S, que farão parte do ribossomo. O complexo
RNAP I é composto por duas subunidades maiores e por quatro a dez subunidades
menores, algumas dessas comuns as RNAP II e RNAP III. Os promotores para

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RNAP I são compostos por dois domínios, um localizado entre -45 e +25 (domínio
central ou núcleo do promotor), e o outro localizado entre -107 e -180 (domínio
upstream ou elemento a montante). A transcrição nesse sistema necessita dos
fatores de transcrição (auxiliares): UBF1 e SL1. O fator UBF 1 é uma proteína que se
liga em regiões do DNA ricas em G/C, sendo que uma molécula UBF 1 irá se ligar ao
núcleo promotor e outra ao elemento controlador (UCE). O fator SL1 é um complexo
formado por um fator geral de transcrição, a proteína TBP, associado a outras três
proteínas acessórias, as TAFs. Os fatores UBF1 e SL1 se ligam especificamente ao
DNA, fazendo com que a RNAP I se ligue ao núcleo promotor, e a transcrição se
inicie.
A RNA polimerase II sintetiza os mRNAs. Todos os pré-mRNAs das células
são sintetizados pela RNAP II, que, portanto, transcreve a maior parte dos RNA
heterogêneos nucleares (hnRNA) precursores dos mRNAs. As RNAPs II possuem
três subunidades maiores de 210, 140 e 50 kDa e vários componentes menores (de
6-8). As três subunidades maiores relacionam-se com os componentes β’, β e α da
RNAP de E. coli.
A RNA polimerase III sintetiza os tRNA, rRNA 5S, e outros RNAs. Essas
polimerases catalisam a síntese de cerca de 10% do RNA da célula, do rRNA 5S,
dos tRNAs, e de outro pequenos RNAs. A enzima é a mais complexa das RNAPs,
com tamanho aproximado de 700 kDa, sendo formado por cerca de 14 subunidades.
Assim como as outras RNAPs, 2 subunidades são maiores, com 160 e 128 kDa, e
têm identidade com as correspondentes subunidades de RNAP II.
Embora consigam sintetizar RNA a partir de nucleotídeos livres, as RNAs
polimerases sempre precisam de proteínas acessórias, chamadas de fatores de
transcrição, que auxiliem o início da transcrição. São estes fatores que identificam ao
longo de um gene as sequências específicas no DNA que indicam o local de início
da transcrição, ou seja, a partir de qual base o gene deve ser copiado em RNA. O
primeiro par de bases do segmento de DNA que será transcrito é chamado de sítio
de início e recebe o valor +1. Sequências anteriores ao sítio de início são chamadas
upstream sendo que as bases progridem negativamente (-1, -2, -3...) a partir do +1
para trás. Sequências localizadas após o sítio de início são chamadas dowstream, e

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progridem positivamente (+2,+3, +4...).
As sequências reguladoras da transcrição podem ser divididas em dois tipos:
promotores e elementos reforçadores (enhancers). Essas sequências reguladoras
nada mais são do que um padrão de bases encontrado em todos os genes. A
decodificação do código acontece por intermédio de um agente específico capaz de
decodificar esse código, se aproximando e atuando sobre ele. Isto se dá de duas
formas: ligando-se a ele e assim sinalizando a outros agentes o local de ação
(promotor), ou ainda liga-se ao código, mas para modular a atividade de outros
agentes (enhancer). Por estarem presentes em todos os genes, podem ser
chamados de região, consenso ou conservada, termos que também se aplicam para
outras sequências que não somente regulam, mas sinalizam.
Os promotores para transcrição no DNA são inicialmente reconhecidos por
fatores de transcrição que, ligados ao DNA, interagem com outros fatores, formando
um complexo aos quais as RNAPs se associam. Os promotores são, em geral,
sequências de 100 a 200 pb. Eles sempre estão próximos ao sítio de início da
transcrição e possuem sequências consenso, comuns a todos os promotores, que
são reconhecidas pelos fatores de transcrição. Eles são responsáveis por uma
transcrição em nível basal – muito baixo.
Os enhancers são sequências pequenas de DNA que podem ocorrer na
região 5' do gene, antes do promotor ou após o terminador, e ativam a expressão.
Podem estar muito distantes do promotor (até milhares de pb) e ainda assim serem
ativados. Alguns desses elementos de regulação dão a especificidade à transcrição,
tanto temporal quanto tecido-específico.
O processo pode ser dividido em três partes: iniciação, alongamento e
terminação.

Iniciação:
O primeiro passo da transcrição requer regiões reguladoras, acoplamento de
fatores de transcrição, e fatores de RNAP II. O início da transcrição em genes que
utilizam RNAP II é complexo e envolve uma cascata, na qual vários fatores de
transcrição vão se ligando ao DNA. Primeiramente há ligação de um fator ao TATA

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Box. Essa ligação sinaliza para que outros fatores se liguem entre si e a outros
elementos do promotor. Quando todos os fatores já estiverem em seus devidos
locais, o complexo estará pronto para receber a RNAP II e formar o chamado
complexo de iniciação da transcrição. A RNAP II é responsável por abrir as fitas de
DNA, e colocar a primeira base. Essa abertura das cadeias forma a bolha de
transcrição, estrutura que é característica do processo. Para ativar a transcrição,
outros fatores ligam-se ao enhancer e interagem com o complexo de iniciação da
transcrição.

Alongamento:
É o aumento da cadeia de RNA para os quais outros fatores acessórios são
necessários. Os fatores utilizados no complexo de iniciação da transcrição são
liberados e a RNAP II sofre alterações na sua conformação. A bolha de transcrição
move-se sobre o molde de DNA, abrindo o DNA à frente e fechando atrás de si. Um
duplex híbrido DNA-RNA forma-se dentro da bolha à medida que o RNA é
sintetizado. Os erros na sequência da cadeia produzidos nesta etapa são
cuidadosamente corrigidos pela RNA polimerase.

Terminação:
Muito pouco se conhece sobre o término da transcrição. Sabe-se que todas
as três RNAPs terminam a síntese em regiões consenso do DNA ricas em T. Essas
regiões são sinais codificados pelo DNA, que indicam onde deve ser a extremidade
3'. Esses sinais são reconhecidos por enzimas que se ligam ao RNA, clivando-o
para formar a extremidade 3', ou seja, o sítio de clivagem precede esta região
consenso. Após a clivagem, esses nucleotídeos que compunham a região consenso
sinalizadora para a clivagem, são degradados no núcleo.

4. Transcrição em procariotos

A transcrição em procariotos ocorre, basicamente, em quatro etapas:


- Reconhecimento: a primeira etapa é quando ocorre o reconhecimento de

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sequências específicas no DNA (promotor);
- Iniciação: nessa etapa ocorre a formação do complexo de iniciação, que é
quando a hélice dupla do DNA é aberta, a partir do rompimento das pontes de
hidrogênio;
- Alongamento: o alongamento da cadeia de RNA ocorre quando os
ribonucleotídeos são incorporados, sucessivamente, originando a cadeia nascente
de RNA;
- Terminação: o término da transcrição ocorre quando sequências no DNA
são reconhecidas (terminador) e a síntese de RNA é cessada, liberando o complexo
RNAP, a molécula sintetizada de RNA e a molécula de DNA.

5. Tradução

A tradução refere-se a todo o processo pelo qual a sequência de bases de


um mRNA é usada para codificar a sequência de aminoácidos para a formação de
uma proteína. Os ribossomos são as estruturas (em todas as células) onde as
proteínas são sintetizadas.

5.1. Estrutura dos ribossomos

Os ribossomos são constituídos de duas subunidades, uma pequena e uma


grande (Figura 4). Cada subunidade é formada por proteínas associadas a
moléculas de rRNA.

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RIBOSSOMO
Subunidade pequena

Subunidade
grande

Figura 4. Representação da estrutura de um ribossomo, indicando a subunidade maior e a


menor.

Os ribossomos presentes em organelas são diferentes dos ribossomos


encontrados no citoplasma, variando em tamanho. Os ribossomos encontrados em
organelas são similares aos de procariotos, no entanto apresentam a mesma forma
assimétrica encontrada nos outros ribossomos.

Em procariotos o ribossomo apresenta coeficiente de sedimentação de 70S,


sendo que a subunidade maior é de 50S e a menor de 30S. Já em eucariotos o
ribossomo apresenta coeficiente de sedimentação de 80S, sendo que a subunidade
maior é de 60S e a menor de 40S (Figura 5).

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Figura 5. Diferença entre a estrutura do ribossomo em procariotos e eucariotos. O
ribossomo em procariotos apresenta coeficiente de sedimentação de 70S, com subunidades de 50S e
30S, enquanto em eucariotos o coeficiente de sedimentação do ribossomo é de 80S, com
subunidades de 60S e 40S.

As subunidades dos ribossomos apresentam vários sítios ativos, sendo os


sítios A (aminoácido) e P (peptídeo), relacionados com a síntese de proteínas. O
sítio A liga aminoacil-tRNA e localiza-se na subunidade maior (50S), enquanto o sítio
P liga tanto fMet-RNA como peptidil-tRNA e localiza-se na subunidade menor (30S).
Existe ainda, o sítio E (que significa exit) que é o sítio de saída de novas proteínas
sintetizadas no ribossomo, e fica localizado distante dos sítios A e P, mas próximo a
uma região de interação com a membrana.

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5.2. Processo da tradução

O processo de tradução se inicia pela ligação da subunidade menor do


ribossomo a um sítio (sequência) específica no mRNA chamado RBS (ribosome
binding site). A subunidade menor acopla-se, então, o primeiro tRNA (sempre para
formil-metionina, em E. coli), e o conjunto desliza pelo mRNA até encontrar o códon
AUG (identificado pelo anticódon correspondente no tRNA). Para cada mRNA
existem potencialmente três diferentes quadros de leitura (já que as bases são lidas
em trincas), porém só um quadro de leitura é correto. Para encontrar o códon de
início da síntese proteica é necessário uma subunidade aberta (sem o acoplamento
prévio da outra), junto com um tRNA para formil-metionina. O tRNA sozinho não
poderia se ligar ao códon de iniciação, pois ele apenas reconhece um códon AUG
(ou GUG) e desta forma se ligaria a qualquer uma destas trincas, em qualquer
quadro de leitura, ao longo do mRNA. A subunidade leve não tem como reconhecer
o códon AUG, mas reconhece a sequência RBS e determina, assim, que a primeira
trinca AUG abaixo de seu sítio de ligação será o início da síntese proteica. Então,
fica claro que a associação das duas moléculas, tRNA e subunidade leve do
ribossomo, é imprescindível.

Com a formação da estrutura subunidade menor e tRNA, na posição exata


para início da síntese proteica, liga-se a subunidade maior, completando o
ribossomo. O ribossomo forma então, uma cavidade P (à esquerda, no desenho),
onde está o tRNA com a formil-metionina, e uma cavidade A, ainda vazia, a sua
direita, aguardando a chegada do próximo tRNA transportando o aminoácido
correspondente ao códon apresentado no fundo da cavidade. Quando isto acontece
uma reação química (ligação peptídica) ocorre entre o primeiro aminoácido e o
segundo, transferindo desta forma o primeiro para se ligar ao segundo, que
permanece pelo seu lado ligado ao seu tRNA. O primeiro tRNA, agora ocupando a
cavidade P do ribossomo, está descarregado. O ribossomo então se desloca no
mesmo sentido que já vinha fazendo, descartando assim o tRNA vazio,
provisoriamente alojado na cavidade E, posicionando o segundo tRNA com os dois
aminoácidos a ele aderidos na cavidade P e liberando a cavidade A para receber um

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novo tRNA carregado.

Alongamento (Tradução)

Anticódon
tRNA

Continuação do Alongamento

Stop códon

Este processo
Síntese
continua até alcançar
da
um stop códon
proteína

O processo se repete até que um sinal de terminação seja encontrado. Esse


sinal ocorre pelo aparecimento, no sítio A de um códon para a terminação (UAG,
UAA e UGA). Após a terminação, o ribossomo é liberado para fazer outra síntese de
proteínas. Todos os RNA são traduzidos por diversos ribossomos, produzindo assim
várias proteínas ao mesmo tempo com apenas um RNA, sendo a estrutura formada
pelo mRNA ligado a vários ribossomos com proteínas nascentes conhecida como
polissomo. Há vários fatores proteicos chamados fatores de iniciação (IFs) e fatores
de alongamento que colaboram neste processo.

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Terminação

Proteína recém-sintetizada

5.3. Estrutura dos tRNAs

As moléculas tRNA são chamadas de adaptadores, pois transferem a


informação contida no genoma a uma sequência de aminoácidos que constituem as
proteínas. São compostas de pequenas sequências de 60 a 95 nucleotídeos,
devendo existir pelo menos um tRNA para cada aminoácido na célula.

Cada tRNA apresenta uma sequência de trinucleotídeos complementar ao


códon representado por seu aminoácido, denominada anticódon. Sua estrutura é
denominada de folha de trevo, e é mantida por meio de pareamento entre
sequências complementares na molécula de tRNA. A partir de um grupamento
fosfato na extremidade 5’, o formato da folha de trevo apresenta quatro braços
contendo regiões de fita simples (alças) e regiões pareadas (hastes) (Figura 6).

Essa estrutura de folha de trevo é caracterizada pelas seguintes partes:

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♦ Braço aceptor (acceptor arm): consiste numa haste de sete pares de
bases, com uma região pareada entre as extremidades 5’ e 3’ do tRNA, a qual
contém na região 3’ uma sequência de fita simples conservada, CCA 3’, com o
grupamento livre 3’-OH livre;
♦ Braço TΨC (TΨC arm and loop): consistem numa haste de cinco pares
de bases, em geral, cinco pareamentos formando a haste e, na alça apresenta a
base não usual pseudouridina (Ψ);
♦ Braço D (D arm and loop): consiste numa haste de três a quatro pares
de bases que termina numa alça de cinco a sete nucleotídeos. O nome de braço D
ocorre em função da presença de bases modificadas (diidrouridina-D);
♦ Braço anticódon (anticódon arm and loop): consiste numa haste de
cinco pares de bases que termina em um laço que contém a trinca do anticódon no
centro da sequência, correspondendo à alça desse braço;
♦ Braço variável: é o braço que apresenta maiores variações entre os
tRNAs. Em alguns tRNAs esse braço apresenta uma sequência de 3-5 bases, em
outros esse braço pode ser longo apresentando até 7 pares de bases. 75% dos
tRNAs presentes na célula apresentam braço pequeno.

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Figura 6. Estrutura secundária dos tRNAs em folha de trevo, ilustrando os braços e regiões
pareadas da estrutura.

Os tRNAs são denominados em função do aminoácido que representam.


Exemplificando, o tRNAmet é assim denominado pois contém o anticódon da
metionina. Quando um tRNA está ligado ao seu aminoácido é chamado de
aminoacil-tRNA, como por exemplo o Met-tRNA.

Duas características são comuns a todos tRNAs:

- A capacidade de representar apenas um aminoácido, ligando-se


covalentemente a ele;

- E a presença de uma sequência de trinucleotídeos, o anticódon, que é


complementar ao códon do mRNA, e que representa o aminoácido.

Os tRNAs funcionais apresentam uma estrutura terciária em forma de L


(Figura 7). Os pareamentos entre as bases, característicos da estrutura secundária,

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permanecem na estrutura terciária, surgindo uma estrutura tridimensional com duas
hélices duplas em ângulo específico. A haste da região aceptora e a haste TΨC
representam uma hélice dupla contínua e as hastes do anticódon e D formam a
segunda hélice dupla. A região entre as hélices duplas é que forma a volta da forma
L, contendo as alças D e TΨC, posicionando a região 3’ onde se liga o aminoácido,
e a região do anticódon nas duas extremidades do L. Essa estrutura é mantida pela
presença de bases modificadas covalentemente, e pelos grupamentos fosfato. A
estrutura terciária determina a compactação dos tRNAs.

Figura 7. Representação das estruturas, secundária e terciária dos tRNAs, comparando


suas regiões correspondentes por meio da cor diferenciada em cada braço.

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6. Controle da expressão gênica e o operon

As células fazem regulação da expressão gênica por muitas razões, como


economia de energia, não fazendo produtos desnecessários em determinadas fases
de crescimento, ou não produzindo proteínas usadas em processos específicos tais
como a esporulação. Em bactérias a regulação ocorre em nível de transcrição e
tradução, e alguns outros exemplos de regulação pós-transcricional. No entanto, a
maioria dos casos é de regulação em nível de início da transcrição.
Um operon é uma unidade funcional do genoma, na qual dois ou mais genes
que codificam produtos com funções relacionadas, ocupam posições adjacentes e
estão sob controle de uma única região reguladora. Esse tipo de organização gênica
é muito comum em procariotos, embora também possa ocorrer em eucariotos.
A regulação positiva ocorre quando uma proteína celular ativa a expressão
de um determinado gene ou operon. E a regulação negativa ocorre quando uma
proteína reduz a expressão de determinados genes. Contudo, um mesmo gene pode
ser ativado positivamente por uma proteína e regulado negativamente por outra.
Os efetores são pequenas moléculas que se ligam às proteínas reguladoras,
fazendo com que elas estejam ativas ou não em determinados momentos. Sendo
ativadores quando fazem a regulação positiva e repressores quando fazem
regulação negativa.
O exemplo clássico da regulação gênica é o operon lac. O modelo do operon
lac foi instituído por Jacob e Monod. Verificou-se que existem três sítios operadores,
O1, O2 e O3, sendo que o O1 é conhecido há mais tempo, e se sobrepõe ao sítio
+1, de início de transcrição. O sítio O3 fica a -82 e o sítio O2 fica a +401. Quando o
repressor Lac, tetramérico, se ligue a dois destes operadores ao mesmo tempo, faz
uma curva no DNA, esta curva dificulta a ligação da RNA polimerase.
Existe ainda a regulação catabólica ou repressão catabólica, que na
presença de glicose, não ocorre a utilização pela célula de uma variedade de
açúcares. No entanto, quando a glicose se esgota do meio de cultura, os operons
responsáveis pelo metabolismo destes açúcares começam a se expressar. A
expressão do operon lac, por exemplo, é induzida ao se esgotar a glicose do meio. A

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proteína CAP é responsável por esta ativação, em conjunto com o cAMP (AMP
cíclico). Na presença de glicose os níveis celulares de cAMP ficam muito baixos, e a
proteína CAP não se liga ao seu sítio logo acima do operon lac. Na ausência de
glicose os níveis de cAMP aumentam, este interage com CAP, e ocorre a ligação ao
DNA em locais adequados.

---------- FIM DO MÓDULO III -----------

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