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https://youtu.be/Y75oBkT8ZL4

Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG).


Curva Glicemica

Como é feito o exame de glicose em jejum

A glicemia de jejum, ou glicose em jejum, é um exame de sangue que mede a


taxa de glicose na circulação sanguínea e precisa ser feito após um jejum de 8
a 12 horas de duração, sem o consumo de qualquer alimento ou bebida, exceto
água.

Este exame é muito utilizado para investigar o diagnóstico de diabetes, e para


monitorar as taxas de açúcar no sangue de pessoas diabéticas ou com risco
para esta doença.

Além disso, para se obter resultados mais confiáveis, este exame pode ser
solicitado em conjunto com outros que também avaliam estas alterações, como
o teste de tolerância oral à glicose (ou TTOG, também conhecido com a
abreviatura PTGO) e hemoglobina glicada, por exemplo.

Os valores de referência da glicemia em jejum são:


 Glicemia de jejum normal: inferior a 110 mg/dL;
 Glicemia de jejum alterada: entre 110 mg/dL e 125 mg/dL;
 Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL;
 Glicemia de jejum baixa ou hipoglicemia: igual ou inferior a 70 mg/dL.
Para confirmar o diagnóstico de diabetes, quando o valor da glicemia é igual ou
maior que 126mg/dl, é necessário repetir o exame outro dia, pois são
recomendados, pelo menos, 2 amostras.

Já quando os valores do exame se encontram entre os 110 e os 125 mg/dL,


significa que a glicemia de jejum está alterada, ou seja, a pessoa tem um pré-
diabetes, situação em que a doença ainda não se instalou, mas há um risco
aumentado de se desenvolver.

Preparo do exame

O preparo do exame de glicemia em jejum inclui a não ingestão de qualquer


alimento ou bebida que contenha calorias (destilados, cerveja) por, no mínimo,
8 horas, não devendo ultrapassar as 12 horas de jejum.

É recomendado manter a dieta habitual na semana prévia ao exame e, além


disso, é importante não consumir álcool, evitar cafeína e não praticar exercícios
rigorosos no dia anterior ao exame.

Quem deve fazer a glicemia em jejum

Este exame costuma ser solicitado pelos médicos para rastrear a presença de
diabetes melito, doença que causa aumento da glicose sanguínea, ou para
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acompanhar os níveis de glicemia para aquelas pessoas que já fazem o


tratamento para esta doença.

Esta investigação costuma ser feita para todas as pessoas acima dos 45 anos,
a cada 3 anos, mas pode ser feita em pessoas mais jovens ou em menor
tempo, se houver fatores de risco para diabetes, como:
 Sintomas de diabetes, como sede excessiva, fome excessiva e perda de
peso;
 História familiar de diabetes;
 Sedentarismo;
 Obesidade;
 Colesterol HDL (bom) baixo;
 Pressão alta;
 Doença coronariana, como angina ou infarto;
 História de diabetes gestacional ou parto de filho com macrossomia;
 Uso de medicação hiperglicemiante, como corticosteróides e beta-
bloqueadores.

Em casos de glicemia de jejum alterada ou tolerância à glicose diminuída


detectada em exames prévios, também é recomendado repetir o exame
anualmente.

Como diagnosticar e tratar a resistência à insulina

A síndrome de resistência à insulina acontece quando este hormônio


tem menor capacidade para colocar a glicose do sangue para dentro das
células, sendo causada pela combinação de influências hereditárias com outras
doenças e hábitos de vida da pessoa, como obesidade, sedentarismo e
aumento do colesterol, por exemplo.

Esta resistência é detectada pelo exame de sangue, onde se observa o


aumento dos níveis de glicose sanguínea, principalmente após as refeições
ou em jejum. Assim, esta síndrome é uma forma de pré-diabetes, pois, se não
for tratada e corrigida, com controle da alimentação, perda de peso e
realização de atividade física, irá se transformar em diabetes tipo 2.

Como diagnosticar

A síndrome de resistência à insulina normalmente não provoca sintomas e, por


isso, para confirmar se ela está presente deve-se fazer o exame de curva
glicêmica, também chamado de teste oral de tolerância à glicose, ou TOTG.

Este exame é feito medindo o valor da glicose após a ingestão de cerca de 75


g de um líquido açucarado.

A interpretação do exame da curva glicêmica após 2 horas é da seguinte forma:


 Normal: inferior a 140 mg/dl;
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 Resistência à insulina: entre 140 e 199 mg/dl;


 Diabetes: igual ou superior a 200 mg/dl.

À medida que a resistência à insulina piora, além da glicose estar


aumentada após se alimentar, ela também passa a estar aumentada em jejum,
porque o fígado tenta compensar a falta de açúcar dentro das células. Por isso,
também pode ser feito o exame de glicose em jejum para avaliar o grau da
resistência.

Os valores da glicemia em jejum são:


 Normal: inferior a 110 mg/dL;
 Glicemia de jejum alterada: entre 110 mg/dL e 125 mg/dL;
 Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL.

Neste período os níveis de glicose ainda conseguem ser controlados porque o


organismo estimula o pâncreas a produzir cada vez maiores quantidades de
insulina, para compensar a resistência à sua ação.

Por isto, outra forma de diagnosticar a presença de resistência à insulina é


calcular o índice Homa, que é um cálculo realizado para avaliar a relação entre
a quantidade de açúcar e a quantidade de insulina no sangue.

Os valores normais do Índice Homa são, em geral, como indicados a seguir:


 Valor de Referência do Homa-IR: inferior a 2,15;
 Valor de Referência do Homa-Beta: entre 167 e 175.

Estes valores de referencia podem variar com o laboratório, e se o paciente


tiver o Índice de Massa Corporal (IMC) muito alto, por isso, deve ser sempre
interpretado pelo médico.

Entretanto, após alguns meses ou anos de existência da síndrome de


resistência à insulina, o diabetes tipo 2 se instala, devido à falência do
pâncreas que passa a ter dificuldade de produzir a quantidade alta de insulina
necessária para o corpo. Esta doença causa sintomas como sede e fome
excessiva, além de diversas complicações aos órgãos como olhos, rins,
coração e pele.

O que pode causar resistência à insulina

Esta síndrome, na maioria das vezes, surge em pessoas que já têm uma
predisposição genética, ao ter outros familiares que tiveram ou que têm
diabetes, por exemplo.

Entretanto, ela pode se desenvolver mesmo em pessoas que não têm este
risco, devido a hábitos de vida que predispõem ao desarranjo do metabolismo,
como obesidade ou aumento do volume abdominal, alimentação com excesso
de carboidratos, sedentarismo, pressão alta ou aumento do colesterol e
dos triglicerídeos.
Além disso, alterações hormonais, principalmente na mulher, também podem
aumentar as chances de desenvolver resistência à insulina, como acontece em
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mulheres que têm síndrome do ovário policístico, ou SOP. Nesta mulheres, as


alterações que levam ao desequilíbrio menstrual e aumento de hormônios
androgênicos, também causa desregulação do funcionamento da insulina.

Como tratar a resistência à insulina

Se for realizado um tratamento correto da resistência à insulina, ela pode ser


curada e, assim, evitar o desenvolvimento do diabetes. Para tratar esta
condição, é necessária a orientação do clínico geral ou endocrinologista, e
consiste em:

 Perder peso, com realização de dieta e atividade física;


 Praticar exercícios físicos;
 Monitorizar os níveis de glicemia, com o acompanhamento médico a
cada 3 ou 6 meses;

O médico pode, ainda, em casos de risco muito aumentado para o diabetes,


prescrever a Metformina, que é uma medicação que ajuda a controlar a
produção de glicose pelo fígado e melhorar a ação da insulina, levando glicose
às células. Entretanto, se a pessoa for rigorosa no tratamento com dieta e
atividade física, o uso de medicamentos pode não ser necessário.

Como é feito o exame da curva glicêmica

O exame da curva glicêmica, também chamado de teste oral de tolerância à


glicose, ou TOTG, serve para verificar a quantidade de açúcar no sangue, após
a ingestão de um líquido açucarado, chamado de glicose, preparado
especialmente para o exame.

O resultado é medido 1, 2, e até 3 horas após ingestão de 75g de glicose, e irá


mostrar se a pessoa tem ou está em risco para desenvolver diabetes
mellitus, diabetes gestacional ou hipoglicemia.

Como é feito o exame

Este exame é feito para simular como ficam os níveis de açúcar no sangue
após a alimentação, e avaliar como estes níveis se comportam após algumas
horas. A realização do teste segue as seguintes etapas:
1. É feita uma coleta de sangue em jejum;
2. Bebe-se um líquido açucarado, que, no caso do adulto, contém 75g de
glicose e, na criança, contém 1,75g por cada kilo de peso;
3. Após 1 e 2 horas, são retiradas pequenas quantidades de sangue, que
são, em seguida, avaliadas no laboratório.
Além disto, recomenda-se que o exame seja feito em jejum de 8 até 12 horas.
E, durante o exame, não se deve comer, fumar e nem realizar esforço físico,
porém a ingestão de água está liberada.
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Quais os valores de referência

A interpretação da curva glicêmica após 2 horas é da seguinte forma:


 Normal: inferior a 140 mg/dl;
 Tolerância diminuída à glicose: entre 140 e 199 mg/dl;
 Diabetes: igual ou superior a 200 mg/dl.

Quando o resultado é a tolerância diminuída à glicose, significa que há um


grande risco de desenvolver diabetes, sendo uma pré-diabetes. Além disto,
somente uma amostra deste exame não é suficiente para o diagnóstico da
doença, devendo-se ter uma coleta da glicemia de jejum em outro dia para
confirmar.

COMO AVALIAR A RESISTÊNCIA À INSULINA

Se eu tivesse de escolher a disfunção metabólica com implicações mais


profundas na saúde da população Ocidental não hesitaria – a Resistência à
Insulina. Esta mesma insulino-resistência é uma força motriz para a
obesidade, diabetes, aterosclerose e tudo o que podemos agrupar na chamada
“doença cardio-metabólica”. Avaliar a sensibilidade à insulina de um indivíduo é
importante no diagnóstico precoce e prevenção de doença. No entanto, os
painéis de análises rotineiras não permitem despistar estas alterações a nível
da homeostase glicémica de uma forma precoce, mas apenas no limar da
diabetes. Coloca-se então a pergunta: como avaliar?

A avaliação da sensibilidade à insulina não é tão simples como possamos


pensar e requer um conhecimento profundo da dinâmica de secreção, cinética,
e homeostase glicémica. O que farei aqui é uma breve introdução aos métodos
de análise e interpretação dos valores, sem me alongar nos aspectos
fisiológicos por detrás. Mas alerto que não será um artigo fácil de ler para
outros que não profissionais de saúde.

A glicemia em jejum não é um bom indicador da sensibilidade à insulina e pode


ser afectado por vários factores alheios à homeostase glicémica. Não é um
bom indicador a tolerância periférica aos hidratos de carbono, sendo mais
sensível a uma disfunção do metabolismo insulino-dependente no fígado, mais
tardio neste continuum e sinal de um estádio mais avançado de resistência à
insulina. É um parâmetro de baixa correlação com testes dinâmicos mais
robustos, como a Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO).

Poderíamos agrupar os testes de sensibilidade à insulina e tolerância aos


hidratos de carbono em 2 tipos:

1. Parâmetros derivados de testes estáticos: insulina em jejum, índices


derivados de parâmetros basais (ex: HOMA-IR e QUICKI
2. Parâmetros derivados de testes dinâmicos – PTGO
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A insulina basal, em jejum, tem sido proposta como um indicador de resistência


à insulina de fácil análise e expedito em clínica. Apesar dos valores de
referência admitirem um intervalo de 3-25 mcU/mL, vários trabalhos mostram
que uma insulina basal superior a 7 mcU/mL pode ser já sinal de algum
grau de resistência à insulina. No entanto, tal como acontece para a glicemia
em jejum, trata-se de um indicador pouco informativo acerca de sensibilidade
periférica à insulina, do músculo essencialmente, e mais diagnosticante de uma
menor eficácia da insulina a nível do metabolismo hepático – menor inibição da
neoglucogénese.

Com base nos parâmetros de jejum foram desenvolvidos algoritmos de maior


correlação com a sensibilidade à insulina medida in vivo. O HOMA-IR e o
QUICKI são os mais conhecidos e com maior grau de evidência na literatura
científica, embora muitas vezes usados em exagero para além do limite da sua
sensibilidade de diagnóstico.

Apesar da maior correlação do QUICKI com o “gold standard”, o HOMA-IR é de


longe o mais conhecido e usado. Não sei ao certo explicar a razão mas poderá
ter a ver com a “matemática envolvida”. Foi ainda desenvolvido o HOMA2-IR,
revisto para uma maior validade fisiológica mas com um algoritmo apenas
calculável com recurso a software, e com requerimento do péptido C como
parâmetro, um indicador da função das células beta que raramente é avaliado
em análises correntes.

Não existe um valor de corte consensual para o HOMA-IR, mas alguns estudos
com populações Ocidentais sugerem inferior a 2 como ideal. No entanto,
apesar de ser um índice interessante para uso em estudos epidemiológicos,
deve ser usado com bom senso e sentido crítico em clínica. Um exemplo
comum é o HOMA-IR num contexto de restrição calórica severa ou prática de
actividade física intensa. Os valores de insulina tendem a baixar e condicionam
o valor do índice, não reflectindo a real sensibilidade à insulina mas apenas
uma hiposecreção basal.
A resistência à insulina é essencialmente um processo que se verifica em
resposta a uma refeição. Como tal, não é difícil de entender as limitações que
os parâmetros de jejum apresentam no seu diagnóstico. Os testes dinâmicos,
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baseados no PTGO, são muito mais robustos e informativos sobre o estado


metabólico de um indivíduo.

O PTGO é um exame que se baseia na resposta glicémica à ingestão de 75 g


de glicose, com jejum prévio, normalmente usado para diagnóstico de diabetes,
e pré-diabetes. A interpretação tradicional foca-se exclusivamente no valor da
glicemia às 2 horas, correspondente ao pós-prandial. Acima de 200 mg/dL
temos o diagnóstico de diabetes, e entre 140 e 199 mg/dL, intolerância à
glicose.

O PTGO apresenta alguns requisitos prévios de preparação que devem ser


garantidos:

Limitar o PTGO ao período pós-prandial, 2 horas após a carda de glicose, é


muito constrangedor da informação que podemos extrair nos pontos
intermédios – 30 e 60 min. Além disso, a avaliação conjunta da insulina durante
o exame permite-nos um quadro mais completo da homeostase glicémica e
sensibilidade à insulina no contexto de uma refeição. Assim sendo, um PTGO
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deverá, dependendo da finalidade do mesmo, avaliar a glicemia e insulina aos


0 (basal), 30, 60, 90 e 120 min (pós-prandial).

Que tipo de informação podemos extrair de um PTGO?

Basal: os níveis basais refletem os valores de jejum, com todas as limitações


que já discutimos. No entanto, aqui servem para calcular a variação entre os
momentos temporais. Idealmente a glicemia basal estará abaixo dos 90 mg/dL,
e a insulina abaixo de 7 mcU/mL.

30 min: os 30 min refletem a fase inicial de secreção de insulina, que se quer a


mais “robusta”. A glicemia pode aqui atingir o seu pico, mas em muitas pessoas
não é atingido antes dos 60 min. A insulina avaliada não resulta apenas do
estímulo providenciado pela glicose sobre as células beta do pâncreas, mas
em grande parte das incretinas segregadas no intestino.

Não existe um valor de referência para os níveis de glicose aos 30 min. No


entanto, numa pessoa saudável, a glicemia nunca, em momento algum e
independentemente da dose ingerida, deverá ultrapassar os 120-140 mg/dL.
Acima de 140 mg/dL poderemos estar perante um caso de insulina-resistência.
Quanto à insulina, aos 30 min ela não deverá ultrapassar nunca as 60
mcU/mL. No entanto, a amplitude da variação relativamente ao basal deve
também ser considerada, e não exceder as 10 vezes o valor de jejum. Por
exemplo, para uma pessoa com insulina de 7 em jejum, o valor aos 30 poderá
ir até aos 60, mas para um indivíduo com 3 de insulina basal, não deverá
ultrapassar os 30.

A partir da variação da glicemia e insulina entre os 0 e 30 min podemos calcular


o índice insulinogénico (I/G30 ou II), que idealmente se situa acima dos 20
mU/mmol em indivíduos saudáveis. A queda deste índice corresponde a uma
deterioração da função das células beta e progressão para diabetes. Não é um
índice pensado para avaliar a resistência à insulina, mas sim a resposta da
insulina ao estímulo da glicose. Por outras palavras, o aumento da insulina por
mmol de glicose elevada acima do basal.
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60 min: é nesta fase que a maioria das pessoas atinge o seu pico glicémico,
que, como referido, nunca deverá exceder os 140 mg/dL (120 seria o ideal na
verdade) – [Glicose]MAX. Valores acima são sugestivos de insulina-
resistência. Fisiologicamente significa que a insulina não está a fazer o seu
papel de estimular a captação da glicose pelos tecidos periféricos e fígado. Os
níveis de insulina não baixam e podem até subir relativamente aos 30 min, e
manterem-se altos até aos 120 min, altura em que não deveriam exceder 5
vezes o basal.

120 min: é os 120 min que a OMS define o valor de corte de glicemia para a
diabetes – 200 mg/dL. Intolerância à glicose entre os 140 e os 199. No entanto,
estudos sugerem que em indivíduos saudáveis a glicemia aos 120 min não
deverá exceder 20% dos níveis basais (LINK). Ou seja, para um indivíduo
com uma glicemia de 80 aos 0 min, aos 120 min ela não deveria exceder 80 x
1,2 = 96 mg/dL. No pós-prandial os valores deverão retornar ao basal.
A experiência mostra-nos que olhando apenas para os valores de 120 min
perdemos imensos casos de intolerância aos hidratos de carbono e resistência
à insulina. Por exemplo:

Glicemia 0 min: 75 mg/dL


Insulina 0 min: 6 mcU/mL

Glicemia 30 min: 130 mg/dL


Insulina 30 min: 57 mcU/mL

Glicemia 60 min: 159 mg/dL


Insulina 60 min: 50 mcU/mL

Glicemia 120 min: 130 mg/dL


Insulina 120 min: 39 mcU/mL

Segundo os critérios da OMS, estamos perante um indivíduo com uma


homeostase glicemica normal (olhando apenas para os 0 e 120 min). No
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entanto, trata-se de um caso claro de insulino-resistência pelos motivos que


mencionámos anteriormente. A [Glicose]MAX é superior a 140, e a insulina
tende a baixar muito lentamente, mesmo não ultrapassando os 60 mcU/mL.

Existem ainda derivações dos testes dinâmicos, como o Índice de Stumvoll e


Matsuda que ficam apenas para vosso conhecimento.

Estes índices são pouco utilizados em clínica, e, de acordo com uma análise
sistemática recente, não apresentam uma correlação significativamente maior
do que o QUICKI ou HOMA-IR com o Gold Standard – clamp hiperinsulinémico
euglicémico.

Como vêem, não é simples e linear avaliar a sensibilidade à insulina de um


indivíduo. A medicina dispõe de ferramentas óptimas para dignóstico da doença
– diabetes – mas não tão boas e consensuais para os estádios precoces de
resistência à insulina. Considerando que esta disfunção está muito
provavelmente na base de todas as doenças cardiometabólicas como as
conhecemos hoje, é importante reconhecer e abordar o processo enquanto é
tempo. Atuar onde a medicina funcional se coloca – PREVENÇÃO.
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O que é hemoglobina glicada?


O exame de hemoglobina glicada analisa o nível de hemoglobinas que sofreram
glicação na corrente sanguínea, auxiliando no controle e diagnóstico
da diabetes. É um exame simples que pode estabelecer uma média da glicemia
do paciente nos últimos 3 meses.

Realizado de forma simples, o exame da hemoglobina glicada não possui


restrição de faixa etária e garante resultados rápidos de alta precisão. Sua
capacidade de criar um “histórico” da glicemia no paciente confere a
possibilidade de ser utilizado para verificar a adesão e eficácia do tratamento da
diabetes.

A elevação da hemoglobina glicada está diretamente relacionada ao aumento


de glicose na corrente sanguínea, pois a glicação ocorre mais frequentemente
quando há uma concentração maior de açúcar no sangue. Sendo assim,
qualquer alteração na glicemia pode ser refletida no exame de hemoglobina
glicada.

Este exame também é conhecido como hemoglobina glicosada, HbA1c ou


apenas A1c.

Hemoglobina glicada e glicemia


A hemoglobina (Hb) é uma proteína encontrada nas hemácias, popularmente
conhecidas como glóbulos vermelhos. Trata-se de um dos elementos presentes
em maior quantidade no sangue, que dá a coloração vermelha para ele.

A função da hemoglobina na corrente sanguínea é de realizar o transporte de


oxigênio por todo corpo através do sistema circulatório. Seu período de vida
dura por volta de 120 dias (4 meses) no organismo, mesmo tempo de vida do
glóbulo vermelho.

Já a hemoglobina glicada (HbA1c) é o produto da ligação da hemoglobina com


a glicose, chamada de glicação. Esta ligação é vitalícia, ou seja, quando
ocorre, não é mais possível desunir as duas partes, tornando-as uma só.

Simplificando, a hemoglobina sintetizada pelo organismo é pura, enquanto a


hemoglobina glicada passou pelo processo de glicação (ligação com a glicose).

Por fim, a quantidade de glicose (um dos principais carboidratos fontes de


energia para os organismos vivos) presente no sangue é denominada glicemia.
Ela possui ligação direta com a insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas
responsável pela redução da quantidade da glicose no sangue.

Quanto maiores os níveis de glicose no sangue, maior será a formação de


hemoglobina glicada. Assim sendo, um paciente portador de diabetes sem
controle apresenta uma elevação da HbA1c no sangue, enquanto um paciente
que está com a diabetes controlada apresenta níveis de hemoglobina glicada
também controlados.
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Diferença entre os exames hemoglobina glicada e glicose em jejum


Uma dúvida corriqueira é a diferença do exame de glicemia em jejum e da
hemoglobina glicada. O principal fator que os difere é que o exame da glicemia
em jejum não consegue realizar um “histórico” do paciente, indicando os níveis
de glicemia apenas no momento da coleta.

Para exemplificar de forma mais clara, observe o exemplo a seguir:

Se uma paciente portadora de diabetes não seguiu a dieta prescrita pelo médico
e não usou a medicação de forma correta no seu dia a dia, ela teve um aumento
na hemoglobina glicada.

Quando o médico desta paciente solicitou o exame de glicose em jejum, 5 dias


antes do exame, ela aderiu a dieta e tomou a medicação. Ao levar os resultados
para seu médico, seus níveis de glicose estavam dentro dos padrões de
referência.

Usando o mesmo exemplo citado anteriormente, porém com o exame de


hemoglobina glicada, os resultados apontariam a quantidade de hemoglobinas
que sofreram glicação durante os últimos meses, o que levaria o médico
identificar o não seguimento correto da dieta e a irregularidade da medicação.

Diferente do exame de glicemia em jejum, o exame de hemoglobina glicada não


analisa apenas o momento da coleta de sangue, mas consegue dosar a
concentração de hemoglobinas que estão ligadas à glicose em uma janela
média de 90 dias.

Vale lembrar que, no exame da hemoglobina glicada, também é possível


estabelecer a média da glicemia ao longo dos meses.

As unidades de medidas para o teste de glicemia em jejum é mg/dL(miligramas


por decilitro), já o de hemoglobina glicada é em porcentagem. Confira, abaixo, a tabela
de equivalência entre esses valores:

Valores

Glicemia em jejum Hemoglobina glicada

97mg/dl 5,00%

111mg/dl 5,50%

126mg/dl 6,00%

140mg/dl 6,50%

154mg/dl 7,00%

169mg/dl 7,50%
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183mg/dl 8,00%

197mg/dl 8,50%

212mg/dl 9,00%

226mg/dl 9,50%

240mg/dl 10,00%

255mg/dl 10,50%

269mg/dl 11,00%

283mg/dl 11,50%

298mg/dl 12,00%

O que é glicose média estimada e como é calculada?


A glicose média estimada é a resultante de um cálculo matemático que
quantifica a variação da glicose em um dado período de tempo e que tem por
finalidade determinar a variação da glicemia no sangue, além de indicar a
adesão ao tratamento para diabetes por parte do paciente.

Este cálculo é realizado em cima da seguinte fórmula:

Glicose média estimada = 28,7 × Hb A1c – 46,7

Exemplificando (para um exame de Hba1c com resultado de 5,5%):

Glicose média estimada= 28,7 x 5,5 – 46,7

Glicose média estimada = 111,28.

Pra que serve o exame de hemoglobina glicada?


O exame de HbA1c, assim como o cálculo da glicose média estimada, ajuda no
monitoramento em um prazo médio da diabetes do tipo 1 e diabetes do tipo 2,
assim como realiza o acompanhamento da eficácia do tratamento
medicamentoso.

Além disso, auxilia o diagnóstico de uma pessoa portadora de diabetes ou um


quadro de pré-diabetes, podendo também ser solicitado como parte de uma
rotina de exames (devido o fato da diabetes em alguns casos ser
assintomática), e em menor frequência com a finalidade de identificar anemia,
baixa concentração de hemoglobina e hipoglicemia.
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Para o diagnóstico da diabetes, são necessárias duas amostras de sangue


coletadas em dias diferentes. Caso as duas tenham valores da HbA1c acima de
6,5%, pode-se identificar a presença da doença.

Como é realizado o exame


O exame de HbA1c pode ser realizado de duas maneiras simples:

Se o exame for o único que o paciente vai realizar no dia, pode ser coletado o
sangue por meio de uma pequena perfuração no dedo, com o uso de uma
lanceta (semelhante ao teste de monitoramento da glicose). Esse método de
exame também é chamado de glicemia capilar.

Já se o paciente irá coletar sangue para outros exames por meio de punção,
parte desta amostra pode ser utilizada para a realização do teste de
hemoglobina glicada, dispensando mais de uma perfuração.

Quando deve ser feito


Seguindo orientações da Sociedade Brasileira de Diabetes, pacientes com
diabetes mellitus em tratamento devem realizar o exame a cada 6 meses. Se
estiverem com níveis de glicose no sangue controlados, precisam realizar o
exame novamente só depois de 6 meses. Caso os resultados sejam níveis
descontrolados de glicose, a repetição trimestral do exame se faz necessária.

Outros fatores podem ser indicativos para a solicitação do exame tais como:

 Histórico familiar de diabetes;


 Glicemia após desjejum acima de 200mg/dL;
 Elevação no resultado do exame de glicemia em jejum;
 Vontade de urinar constante;
 Sede ou fome intensas;
 Cicatrização lenta;
 Visão turva;
 Mal-estar;
 Desidratação;
 Alteração na dosagem do medicamento para o tratamento da
diabetes;
 Fadiga;
 Alteração do medicamento para o tratamento da diabetes;
 Náusea;
 Infecções;
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 Tontura;
 Perda de peso mesmo com alimentação normal;
 Ocorrência de desmaios ou coma.

Preparo pré-exame e riscos pós-exame


Este exame é simples e dispensa o jejum ou qualquer outro preparo pré-exame,
assim como o pós-exame não exige cuidados especiais.

Diferente do exame de glicose de jejum, o paciente pode alimentar-se antes do


exame. Assim, este teste não provoca o mal-estar que muitas vezes é causado
devido ao jejum.

Existem apenas alguns riscos durante ou posterior à execução do exame,


sendo eles:

 Hematomas;
 Hipotensão;
 Desmaio ou sensação de tontura;
 Sangramento excessivo;
 Infecção.

Resultados
Para compreender melhor e saber interpretar os resultados do exame, é
importante ter em mente os valores referência tanto em pessoas sadias quanto
em pessoas diabéticas. Entenda:

Valores de referência para diagnóstico da diabetes


Quando realizado a fim de diagnosticar a diabetes, o resultado do exame segue
os seguintes padrões:

 Entre 4,5% e 5,6%: hemoglobina glicada está dentro do normal, sem


alteração e indica a ausência de diabetes;
 Entre 5,7% e 6,4%: este valor indica um quadro de pré-diabetes,
alteração metabólica que pode vir a evoluir para diabetes
propriamente dita;
 Igual ou superior a 6,5%: possível presença de diabetes, o que
sugere a repetição do exame para confirmação do diagnóstico.

Valores de referência para controle da diabetes


Em portadores de diabetes, os valores de referência são um pouco acima do
padrão utilizado para o exame para diagnóstico, sendo os seguintes:
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 Entre 4% a 6%: diabetes está totalmente controlada, o paciente está


seguindo a prescrição médica e dieta indicada;
 Entre 6% a 7%: diabetes parcialmente controlada, a medicação está
conseguindo amenizar a diabetes e deve ser mantida;
 Maior que 7%: diabetes mal controlada, deve ser trocada a
medicação ou reformulado o sistema do tratamento, que inclui dieta e
hábitos do paciente.

Hemoglobina glicada alta: como baixar?


Pode-se adotar diversas medidas para baixar a HbA1c quando esta é acusada
em nível elevado. Tais medidas valem para a vida toda, uma vez que irão ajudar
a manter os níveis de glicose no sangue controlados e evitar possíveis
complicações no futuro.

São elas:

 Fazer uma dieta com baixo consumo de carboidratos;


 Manter um bom consumo de vegetais com coloração verde, como
brócolis, rúcula e couve-flor;
 Praticar atividades físicas regularmente;
 Ter uma boa adesão ao tratamento medicamentoso.

O que pode afetar os resultados?

Alguns fatores podem interferir diretamente no resultado do exame. Caso o


médico solicite este exame ao paciente, é importante informar a ocorrência das
seguintes condições:

 Hemorragia;
 Anemia causada pela deficiência de ferro;
 Insuficiência renal;
 Anemia hemolítica ou por falta de ácido fólico ou vitamina B12;
 Transfusão de sangue.

O exame de hemoglobina glicada HbA1c é bastante importante para análise da


variação da glicose no sangue, adesão ao tratamento e controle da diabetes,
além de poder identificar um quadro de pré-diabetes.

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