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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


APLICADAS

JOCINEI GODÓI LIMA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO

CAMPINAS-SP

2018
JOCINEI GODÓI LIMA

ROTEIRO DE ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO

Trabalho de Jocinei Godói de Lima


apresentado na Pontifícia Universidade
Católica de Campinas, como requisito
parcial para a obtenção de média na
disciplina de AntropoIogia Teológica C.

Professor: José Donizeti de Souza

PUC-CAMPINAS

2018
Introdução

O presente trabalho tem por objetivo analisar o livro didático Todos os


jeitos de crer, de Dora Incontri e Alessandro Cesar Bigheto. O livro se propõe ao
ensino inter-religioso com vistas à prática da tolerância entre as religiões de modo
a não conferir valor de verdade apenas a religião A ou B. Também o livro não
possui o objetivo de descaracterizar a crença de alguém ou de tornar o seu leitor
ou estudante um cético em relação às religiões. Pontos de vista diferentes são
trazidos no livro acerca de vários temas de ordem existencial, como Deus, vida
após a morte, importância da religião, origem do universo, etc. Há provocações e
polêmicas incitadas em algumas questões e textos presentes no livro sem,
contudo, ofender a crença pessoal do estudante. Tais provocações e polêmicas
incitam o aluno a pensar melhor as questões das quais também são importantes
para a sua experiência no mundo.

1. Concepção e modelo de ensino religioso presente no livro.

1.1. Identificação do modelo.

Logo de inicio, em sua apresentação (página 3), o material didático se


propõe a não ser proselitista, demonstrando que há verdades em todas as
religiões e que este é um principio importante para a aceitação do outro e evitar
intolerâncias que levaram e levam a violências de todo o tipo. Por outro lado, há a
orientação para que cada um siga seu caminho de religiosidade a partir do
aperfeiçoamento pessoal e aprendizado a partir dos conteúdos trazidos no livro.
Na página 10 é dito que a verdade não é exclusiva a nenhuma religião. Na página
27 as perguntas são feitas de modo a não induzir ou constranger o leitor ou
estudante a tomar partido sobre uma religião ou outra. Este esquema de afirmar a
importância da religião sem indução ou constrangimentos faz parte de todo o livro.
Com isso, pode-se concluir que o modelo de ensino religioso é o de educação da
religiosidade.
1.2. A escola mais adequada para o material.

Conforme o exposto no item anterior o livro analisado pode ser utilizado


tanto em escola particular (não confessional) quanto em escola pública. Contudo,
se a escola particular for confessional aí muito provavelmente estre será um
obstáculo a confessionalidade requerida pela instituição, uma vez que para cada
tópico trabalhado no livro: verdade – página 10; o valor dos mitos – página 22;
perspectivas sobre o paraíso futuro – página 106, e assim por diante, é dado um
tratamento à luz de possibilidades interpretativas a partir de cada religião trazida
para o debate pelo livro.

2. Questões didático-pedagógicas e culturais.

2.1. Habilidades da faixa etária.

O livro é dirigido aos alunos do 6º ao 9º ano. Possui uma boa e acessível


linguagem, além de as atividades, questionários e pesquisas serem elaboradas
de modo a atender o nível exigido para a faixa etária. Geralmente pede-se para
comentar o texto de modo pessoal, assim como consta na página 124. Há
indicativo de filmes para serem assistidos, como o filme Cidade dos Meninos,
1938 (página 129). As reuniões em grupo e as pesquisas recomendadas também
são todas acessíveis em cada tópico do livro, pois em todas elas, assim como a
pesquisa da página 145, há o acompanhamento do professor/orientador. A única
objeção para o correto entendimento das propostas do livro é o nível educacional
baixo das escolas na atualidade, cujos alunos em sua maioria não possuem
domínio básico de gramática e de lógica para poder absorver melhor o conteúdo.

2.2. Tipos de exercícios

Os exercícios para fixação do conteúdo são bem ecléticos. Em todos os


tópicos são apresentados: o nó das questões – trata de questões relacionadas ao
texto dado; criando polêmica – apresenta um pequeno texto provocativo e convida
os alunos ao debate; comente o texto – para comentar outro texto dado relativo
ao tópico do livro; façam vocês – atividades diversas a serem realizadas em sala
de aula sob orientação do professor; pesquisa – pesquisa que pode ser feita fora
da sala de aula em grupo; ...e fazendo a ponte – reflexão sobre o tema com
resposta pessoal; o que isso tem a ver – desenvolver argumentos a partir de
perguntas feitas com vistas a trazer o aluno à reflexão; e para terminar –
perguntas feitas a partir de textos poéticos.

2.3. Estrutura de cada capítulo

O Livro é formado por 15 capítulos ou tópicos e a sua estrutura é bem


organizada de modo que o tema é inicialmente exposto na forma de texto para
explicação do professor com algumas imagens que auxiliam na dinâmica de
aprendizado. Chama a atenção do aluno para situações específicas de cada
religião e o faz comentar textos sobre o tema, mas com pontos de vistas
diferentes de acordo com a religião trabalhada em cada tópico. Depois do
conhecimento ser introduzido, através da exposição do professor, são lançadas
dinâmicas de trabalho em grupo, exercícios e esquemas de provocação para
levar o aluno à reflexão do tema proposto.

2.4. Relação entre sociedade, escola e cultura

Há uma boa proposta de unidade e interação entre sociedade, escola e


cultura no livro analisado. Por exemplo, na página 186 é dada a letra da canção
Procissão do compositor baiano Gilberto Gil, para a realização de uma atividade.
A recomendação para se assistir a produções de cinema diversas, assim como o
filme Germinal, 1993, constante na página 171, ou ainda, a busca através da
internet para a realização de pesquisas como a da página 145 (busca de
personagem-modelo da religião do aluno) são elementos indicadores desta
unidade.
2.5. Participação nas atividades

A própria noção de que não há verdades exclusivas a determinada religião,


além da possibilidade de alteridade e de tolerância para com todos expostas em
todo o livro é prova de que há uma preocupação com o desenvolvimento de
autonomia e participação como cidadão ativo em sua esfera de vivência.

2.6. Respeito à inclusão, à diversidade social, sexual e religiosa

A diversidade religiosa é notória no livro, conforme já exposto nos itens


anteriores. Quanto à diversidade sexual há um tópico que trata sobre sexualidade
e religião (página 148). Em especial é tratado o tema da homossexualidade a
partir da página 155 trazendo um pano de fundo até os dias atuais, de modo a
tentar diminuir preconceitos e paradigmas, bem como fomentar a diversidade e a
tolerância para com a sexualidade do outro. Há indicações sobre o cuidado com o
corpo na página 85, porém, não há qualquer conscientização direta acerca das
pessoas com deficiência. Sobre o cuidado com o outro, com os mais pobres e,
acerca do combate a violência é visto no tópico Para que vivemos (página 49). A
teologia da libertação é utilizada neste tópico para o tratamento e reflexão acerca
destas questões.

2.7. Interação família e escola

Como este livro é orientado à educação da religião e não um livro de


caráter confessional, as questões provocativas como a falta de sentido na vida
(página 58) proposta por alguns filósofos como Friedrich Nietzsche, certamente
levam o aluno a interagir e a indagar seus pais ou responsáveis sobre situações
que fogem da tradição familiar da qual o aluno está inserido.
3. Bibliografia

BIGHETO. C. A., INCONTRI. D. Todos os jeitos de crer. São Paulo: Editora


Ática: 4 ideias.

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