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AÇÕES DE UM COMITÊ REGIONAL SOBRE

CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA


INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UM INDUTOR
DE POLÍTICAS PÚBLICAS
DENISE DANTAS MUNIZ - denise0204@hotmail.com
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

MARIA DO SOCORRO MÁRCIA LOPES SOUTO - masouto@ct.ufpb.br


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

MARIA BERNADETE FERNANDES VIEIRA DE MELO - beta@ct.ufpb.br


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

LUCAS VITORINO ALVES - lucasalvesss@hotmail.com


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

ANA HELENA MOUSINHO CALDAS - ahmcbr@yahoo.com.br


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

Área: 4 - ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO


Sub-Área: 4.4 - PROJETO E GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Resumo: O COMITÊ PERMANENTE REGIONAL SOBRE CONDIÇÕES E MEIO


AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CPR) FOI CRIADO
EM 1996, ATRAVÉS DA REFORMULAÇÃO DA NORMA REGULAMENTADORA Nº 18
(NR-18). TEM-SE COMO OBJETIVO APRESENTAR A ATUAÇÃO DO CPR-PPB COMO
ÓRGÃO INDUTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE FAVORECEM A SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO (SST) DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DA
PARAÍBA, BRASIL. A METODOLOGIA ABRANGEU OBSERVAÇÃO IN LOCO DO
POTENCIAL DO FÓRUM COLETIVO, LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E ANALISE
DOCUMENTAL ATRAVÉS DAS ATAS REGISTRADAS NOS FÓRUNS REALIZADOS
MENSALMENTE PELO COMITÊ. DENTRE ALGUMAS AÇÕES REALIZADAS PELO
COMITÊ, DESTACAM-SE: APRESENTAÇÃO DE PALESTRAS SOBRE TEMAS
PERTINENTES À SST; PROMOÇÃO DE CURSOS DE QUALIFICAÇÃO E FORMAÇÃO
PARA TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO; ELABORAÇÃO DE
PROGRAMAS EDUCATIVOS PARA A ALTA ADMINISTRAÇÃO E GESTORES DE
EMPRESAS CONSTRUTORAS; REALIZAÇÃO DE ESTUDOS SOBRE UNIFORMES;
INSTITUIU A CAMPANHA ABRIL VERDE E A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE
REDUÇÃO DE ACIDENTES ELÉTRICOS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO,
DENOMINADO PRAE. CONCLUI-SE QUE O TRABALHO REALIZADO PELO COMITÊ
NOS SEUS 19 ANOS TEM SIDO COMPROMETIDO E RESPONSÁVEL POR
MELHORIAS VOLTADAS A SST, ONDE SUAS AÇÕES TÊM ALCANÇADO
RESULTADOS MUITO ALÉM DAS ATRIBUIÇÕES PRECONIZADAS NA NR-18 SENDO
SUA ATUAÇÃO EXPRESSIVAMENTE RECONHECIDA COMO INDUTOR DE
POLÍTICAS PÚBLICAS.
XXIII SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Gestão de Operações em Serviços e seus Impactos Sociais
Bauru, SP, Brasil, 9 a 11 de novembro de 2016

Palavras-chaves: SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO , POLITICAS PÚBLICAS,


INDUSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.

ACTIONS OF A REGIONAL COMMITTEE ABOUT


CONDITIONS AND THE WORKING
ENVIRONMENT IN OF INDUSTRY
CONSTRUCTION: A PUBLIC POLICY
INDUCTOR
Abstract: THE STANDING COMMITTEE ON REGIONAL CONDITIONS AND
ENVIRONMENT OF WORK IN THE CONSTRUCTION INDUSTRY (CPR) WAS
ESTABLISHED IN 1996, THROUGH THE RESHAPING OF THE REGULATORY NORM
18 (NR-18). HAS AS OBJECTIVE TO PRESENT THE WORK OF THE CPR-PB AAS AN
INDUCTOR OF PUBLIC POLICIES THAT PROMOTE OCCUPATIONAL SAFETY AND
HEALTH (OSH) OF THE CONSTRUCTION INDUSTRY IN THE STATE OF PARAÍBA,
BRAZIL. THE METHODOLOGY INCLUDED ON THE SPOT OBSERVATION OF THE
POTENTIAL OF THE COLLECTIVE FORUM, BIBLIOGRAPHICAL AND
DOCUMENTAL ANALYSIS THROUGH THE MINUTES RECORDED IN THE FORUMS
CONDUCTED MONTHLY BY THE COMMITTEE. AMONG SOME ACTIONS TAKEN BY
THE COMMITTEE INCLUDE: PRESENTATION OF LECTURES ON TOPICS
PERTAINING TO OSH; PROMOTION OF QUALIFICATION AND TRAINING
COURSES FOR WORKERS IN THE CONSTRUCTION INDUSTRY; DEVELOPMENT OF
EDUCATIONAL PROGRAMS FOR SENIOR MANAGEMENT AND MANAGERS OF
CONSTRUCTION COMPANIES; STUDIES ON UNIFORMS; INSTITUTED THE
CAMPAIGN APRIL GREEN AND THE PREPARATION OF THE PROGRAM OF
REDUCTION OF ELECTRICAL ACCIDENTS IN THE CONSTRUCTION INDUSTRY,
NAMED PRAE. IT’S CONCLUDED THAT THE WORK DONE BY THE COMMITTEE IN
ITS 19 YEARS HAS BEEN COMMITTED AND RESPONSIBLE FOR OSH FOCUSED
ENHANCEMENTS, WHERE YOUR ACTIONS HAVE ACHIEVED RESULTS FAR
BEYOND THE RESPONSIBILITIES ENVISAGED IN ITS ACTION NR-18 BEING
EXPRESSIVELY RECOGNIZED AS PUBLIC POLICIES INDUCING.

Keyword: SAFETY AND HEALTH AT WORK, PUBLIC POLICY, INDUSTRY


CONSTRUCTION.

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1. Introdução

A Indústria da Construção é um segmento importante da economia por gerar grande


volume de riquezas e empregos para todas as classes sociais. O Brasil vem vivendo,
recentemente, um momento singular da história desta indústria, com um crescimento em
relação as duas últimas décadas do século XX. Isto é, em grande parte, o reflexo do
desenvolvimento econômico e social recente, que, além do crescimento da produção, incluiu
no mercado consumidor grande parcela de brasileiros.
Apesar dos benefícios que essa indústria contribui para a movimentação da economia
e no desenvolvimento do país, ela também apresenta um quadro preocupante no que tange aos
assuntos relacionados as condições do ambiente de trabalho, com altos índices de acidente de
trabalho, ou seja, necessita de uma melhor atuação e performance na Segurança e Saúde no
Trabalho (SST).
De modo geral, os acidentes de trabalho são considerados, atualmente, um sério
problema de saúde pública, pois resultam em mortalidade e invalidez de trabalhadores. Na
Indústria da Construção os índices de acidentes de trabalho são muito elevados (ver quadro 1)
e na maioria das vezes esses acidentes ocorrem em decorrência de inexistência ou ineficiência
de sistemas de gestão em segurança e saúde no trabalho que não garantem um trabalho seguro
e saudável (ARAÚJO; BATISTA, 2004).

Todos os demais ramos Indústria da construção


de atividade econômica
ANO Nº de Nº de
Incidência RR
acidentes de anual acidentes de Incidência (IC/Outros Proporção
trabalho não x1000 trabalho não anual x1000 ramos) IC/Total %
fatais fatais
2000 82.502 4,8 6.579 6,6 1,37 8,0
2001 87.353 4,1 7.139 6,0 1,46 8,2
2002 117.224 5,3 9.531 8,2 1,54 8,2
2003 96.146 4,2 7.788 7,2 1,71 8,1
2004 103.997 4,3 7.948 7,0 1,63 7,6
2005 102.782 4,0 8.155 6,8 1,70 8,5
2006 88.220 3,3 7.698 6,2 1,88 8,7
2007 127.019 4,3 11.108 7,4 1,72 8,7

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Todos os demais ramos


Indústria da construção
de atividade econômica
Coeficiente
Coeficiente
ANO de
de
Nº de óbitos Nº de óbitos mortalidade
mortalidade Proporção IC / Total %
por AT por AT de AT x
de AT x
100.000
100.000
(homens)
2008 2.757 8,8 384 20,1 13,9
2009 2.845 7,4 395 18,6 13,9
QUADRO 1: Estatísticas de Acidentes de Trabalho. Fonte: MPS, Anuário Estatístico da Previdência Social,
AEPS (2011). Denominadores foram os números médios de vínculos por mês a cada ano de contribuintes
empregados excluindo-se os não cobertos pelo Seguro Acidentes de Trabalho, SAT, como empregados
domésticos, dentre outros.

Com este cenário onde a indústria da construção representa um elevado percentual em


relação aos acidentes de trabalho o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou a
Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18), que define diretrizes para prevenção de acidentes de
trabalho na construção civil. Nesta norma o item 18.34 estabelece a criação de Comitês
Permanentes Sobre as Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção: o
Comitê Permanente Nacional (CPN) e os Comitês Permanentes Regionais (CPR), esse último
têm origem na descentralização do CPN com previsão expressa na NR-18 (GONÇALVES,
2008). Esses comitês têm a finalidade de proporcionar um diálogo constante sobre as
condições e meio ambiente na indústria da construção.
Cada CPR tem seu regimento interno, grupos de trabalho, atividades, metas e
propostas que são definidas em plenárias ordinárias e extraordinárias. No caso do CPR do
Estado da Paraíba (CPR-PB), a missão é a melhoria contínua nos ambientes de trabalho na
Indústria da Construção, de forma a viabilizar ações voltadas ao aprimoramento da segurança
no setor. Esse CPR vem se sobressaindo no âmbito nacional por apresentar uma forma de
atuação diferenciada e, dentre suas atividades, destacam-se ações no sentido de fomentar
políticas públicas. Nesse sentido, esse artigo tem por objetivo apresentar a atuação do CPR-
PB como órgão indutor de políticas públicas.

2. Revisão Teórica

2.1 Indústria da Construção Civil

A Indústria da Construção Civil (ICC) é um setor industrial de alto impacto na


economia mundial e em particular na economia brasileira. Esta indústria tem grande

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participação na geração do Produto Interno Bruto (PIB), (ver figura 1). Esta grande
participação da indústria da construção civil na vida das pessoas e no desenvolvimento do
país, aumenta sua responsabilidade quanto à adoção de boas práticas de gestão à luz da
legislação vigente.

FIGURA 1: Evolução do PIB Brasil X PIB da Construção Civil: 2004-2013. Fonte: Portal FIEP > Boletim
Conjuntura da Construção > 15 de dezembro de 2014 .

Outro aspecto de grande importância é a questão da empregabilidade do setor, que é


evidenciado através do nível elevado de geração de empregos em relação ao total de
empregos formais do Brasil (ver figura 2). Verificando assim um grande impacto tanto
econômico como social.

FIGURA 2: Percentual de mão de obra ocupada da ICC em relação à mão de obra ocupada total do Brasil. Fonte:
Adaptado de PAIC (2014).

A ICC da região nordeste, segundo PAIC (2014), detém a segunda maior participação
em relação aos resultados nacionais, tanto em relação à variável de pessoal ocupado (19,4%)
quanto ao valor das incorporações (14,2%) ficando atrás apenas da região sudeste que detém

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respectivamente (55,1% e 62,0%).


Portanto, verifica-se o crescimento da ICC na região nordeste provocando maior
atenção dos órgãos regionais de segurança e saúde na ICC, necessitando de maior demanda de
fiscalização e controle das condições do ambiente de trabalho na construção civil. Como o
CPR-PB engloba membros das partes interessadas, empregados, empregadores e órgãos
públicos, pode-se dizer que é um órgão de fomento de melhorias nas questões referentes à
segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores da construção civil no Estado da Paraíba.

2.2 Comissão Permanente Nacional e Comissão Permanente Regional sobre Condições e


Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção

O CPN (Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho


na Indústria da Construção) e os CPRs (Comitês Permanentes Regionais sobre Condições e
Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção) foram criados em 1995 quando
ocorreu à reformulação da NR-18 e estes vêm atuando na maioria dos estados, destacando-se
dentre outras ações, estudos e debates para o permanente aperfeiçoamento das normas
regulamentadoras em SST (JÚNIOR; LÓPES-VALCÁRCEL; DIAS, 2005).
O CPN é composto de três a cinco representantes titulares do governo, dos
empregadores e dos empregados, podendo ocorrer a convocação de representantes de
entidades técnicas e científicas ou de profissionais especializados, sempre que seja necessário.
Cabe à coordenação do CPN, convocar pelo menos uma reunião por semestre, com o objetivo
de analisar o trabalho desenvolvido e estabelecer as diretrizes para o ano seguinte. Segundo a
Brasil (1995) as atribuições do CPN são:

a) Resolver a respeito das propostas apresentadas pelos CPRs;


b) Encaminhar ao Ministério do Trabalho as propostas aprovadas;
c) Apresentar a justificativa aos CPR pela não aprovação das propostas apresentadas;
d) Elaboração de propostas e encaminhando de cópias aos CPRs;
e) Aprovar os Regulamentos Técnicos de Procedimentos - RTP.
Quanto aos CPRs é composto de 3 (três) a 5 (cinco) representantes titulares e suplentes
do Governo, dos trabalhadores, dos empregadores e de 3 (três) a 5 (cinco) titulares e suplentes
de entidades de profissionais especializados em segurança e saúde do trabalho como apoio
técnico-científico (BRASIL, 1995).
As propostas resultantes dos trabalhos de cada CPR são encaminhadas ao CPN. Após
aprovadas são encaminhadas ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que assim, dará

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andamento às mudanças, por meio de dispositivos legais, no prazo máximo de 90 dias


(BRASIL, 1995).
Como um órgão regional de Segurança e Saúde da indústria da construção civil tem-se
definido o CPR-PB. Este é composto atualmente por 17 entidades, distribuídas em 4
bancadas, que são: O Poder Público representado pela a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo
(FUNDACENTRO), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Paraíba (SRTE
– PB), Ministério Público do Trabalho 13º Região e o Tribunal Regional do Trabalho 13º
Região; Os Trabalhadores representados do pelo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção
Civil de João Pessoa (SINTRICOM); Os Empresários representado pelo Sindicato da
Indústria da Construção Civil de João Pessoa (SINDUSCON) e a bancada Apoio Técnico
representada pela Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho da Paraíba (AEST-
PB), Associação dos Técnicos de Segurança do Trabalho da Paraíba (ASTEST-PB), Centro
de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (CEREST-PB), Centro de Referência
Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST-JP), Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia da Paraíba (CREA-PB), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Social da Indústria (SESI), Sindicato dos
Engenheiros do Estado da Paraíba (SENGE-PB), Sindicato dos Técnicos de Segurança do
Trabalho da Paraíba (SINTEST-PB) e Profissionais de empresas e interessados pela temática.
O CPR-PB se reúne em plenárias mensais ou através de comissões formadas para encaminhar
demandas especificas.
Como visão para o futuro o CPR-PB tem como meta ser um organismo responsável
pelo reconhecimento da Segurança e Saúde no Trabalho (SST) como elemento intrínseco ao
negócio das empresas construtoras. O quadro 2 apresenta as atribuições do CPR-PB
estabelecidas na NR-18:

Item Descrição
1. Estudar e propor medidas para controle e melhoria das condições e dos ambientes
de trabalho na indústria da Construção;

2. Implementar a coleta de dados sobre acidentes de trabalho e doenças


ocupacionais na Indústria da Construção, visando estimular iniciativas de
aperfeiçoamento técnico de processos construtivos, de máquinas, equipamentos,
ferramentas e procedimentos nas atividades da Indústria da Construção;

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3. Participar e propor campanhas de prevenção de acidentes para a Indústria da


Construção;

4. Incentivar estudos e debates visando o aperfeiçoamento permanente das normas


técnicas regulamentadoras e de procedimentos na Indústria da Construção;

5. Encaminhar os resultados de suas pesquisas ao Comitê Permanente Nacional


(CPN);

6. Apreciar propostas encaminhadas pelo CPN seja elas oriundas do próprio CPN
ou de outro CPR;

7. Negociar cronograma para gradativa implementação de itens da Norma que não


impliquem em grave e iminente risco, atendendo às peculiaridades e dificuldades
regionais, desde que sejam aprovadas por consenso e homologadas pelo o CPN.
QUADRO 2 – Atribuições do Comitê Permanente Regional da Paraíba, Brasil. Fonte: Autores, adaptado de
Brasil (1995).

2.3 Políticas Públicas

No âmbito acadêmico brasileiro o tema de políticas públicas é relativamente novo,


onde apenas nas últimas décadas tem estado mais presente em pesquisas científicas. De
acordo com Souza (2006) a política pública surgiu nos Estados Unidos como uma disciplina
acadêmica. O estudo era direcionado apenas sobre as ações dos governos, e não focava o
papel fundamentalista e teórico do Estado.
Segundo Souza (2006) a área de políticas públicas houve quatro grandes fundadores:
H.Laswell, H.Simon, C. Lindblom e D.Easton. Onde cada um trouxe conceitos e expressões
bastante comuns na área:

a) Laswell (1936) traz o conceito de como conciliar a parte científica acadêmica com a
produção dos governos, algo não visto até então, esse conceito é expresso como policy
analysis (análise de política pública).

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b) Simon (1957) diz que a limitação da racionalidade pode ser minimizada pelo conhecimento
racional, tal conceito é conhecido como racionalidade limitada dos decisores públicos ou
policy makers.
c) Linblom (1959;1979) ao contrário de Laswell e Simon não dá ênfase a racionalidade, diz
que para se formular as políticas públicas além da racionalidade, deve-se integrar outras
questões, como o seu papel nas eleições e a burocracia dos partidos, dando ênfase as relações
de poder.
d) Easton (1965), disse que as políticas públicas recebem “inputs” dos partidos, da mídia e
grupos de interesse o que acaba influenciando seus resultados.
Existem vários conceitos de políticas públicas na literatura, cada autor a define sob
uma perspectiva diferente, por isso não existe uma definição melhor que outra.

a) Mead (1995) diz que políticas públicas é uma área de estudo que analisa o governo de
acordo com grandes questões públicas.
b) Peters (1986) diz que políticas públicas é o conjunto das atividades dos governos que
influenciam na vida dos cidadãos.
c) Segundo (Gobert, Muller, 1987) citado por (HÖFLING, E. D, 2001) Políticas públicas
pode ser entendido como as ações que o Estado toma, implementando projetos, criando
programas sociais, tudo isso voltado para os diferentes setores da sociedade.
Tomando como base a definição de políticas públicas de Gobert e Muller pode-se
entender que as ações intervencionistas definidas no CPR-PB geraram políticas públicas, pois
colabora com o Estado em criar projetos e leis voltados para um setor da sociedade que é o
setor da ICC.

3. Materiais e Métodos

A pesquisa foi realizada no Comitê Permanente Regional da Paraíba (CPR-PB). Para o


arcabouço teórico foi utilizado um levantamento bibliográfico através de revisão de literatura
sistêmica e análise documental através de registro de Atas dos fóruns realizados mensalmente
referente às ações intervencionistas do CPR-PB. Foram feitas visitas técnicas com observação
in loco, entrevistas semiestruturadas com dois membros do CPR-PB, bem como uso dos
instrumentos de meios digitais e pesquisa em site institucional do Sindicato da Indústria da
Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon), onde o CPR- PB é vinculado, sendo também o
local onde acontecem as plenárias mensais do Comitê.

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4. Resultados e Discussões

As ações do CPR-PB são norteadas por um Regimento Interno e definidas por meio de
reuniões ordinárias e extraordinárias, bem como por grupos de trabalho (ARAÚJO;
BATISTA, 2004). São inúmeras as ações já realizadas pelo Comitê, sendo essas de bastante
relevância para a referida indústria e seus envolvidos. Entre estas ações merecem destaque
(CPR-PB, 2015):

a) Reuniões ordinárias com propostas de mudança da NR-18 no intuito de apresentar boas


práticas em Segurança e Saúde no Trabalho (SST);
b) Promoção de cursos de capacitação para mestres e encarregados de obra, qualificação de
guincheiros;
c) Realização de estudo sobre modelos de uniforme, devido à lacuna existente na legislação
brasileira e às frequentes queixas dos trabalhadores com relação à inadequação das
vestimentas fornecidas pelas construtoras, o CPR-PB desenvolveu esse estudo com o intuito
de definir um modelo de vestimenta adequada para cada ocupação;
d) Realização de estudo sobre exposição à poeira de sílica que resultou na produção de vídeo
informativo e cartilha educativa sobre o tema;
Iniciativas do CPR-PB que geraram políticas públicas no estado da Paraíba:

a) Programa de Redução de Acidentes Elétricos na Indústria da Construção (PRAE): tronou-


se política pública a partir do momento da criação de uma lei municipal para a
obrigatoriedade da implementação deste programa, que surgiu à partir do alto índice de
acidentes fatais por choque elétrico ocorridos em 2003 e 2004, (ver figura 3). O PRAE, que
determina que a ligação de energia da obra deva ser feita pela concessionária, somente,
mediante apresentação do projeto elétrico, contendo detalhamento do aterramento dos quadros
elétricos, localização dos quadros elétricos em planta baixa, diagrama unifilar dos cargos de
cargas, e Anotações do Responsável Técnico (ART).
Em João Pessoa só é feita a ligação de energia elétrica pela concessionária após a
apresentação dos documentos acima citados. O PRAE, passou a ser exigência também para a
emissão do alvará de construção neste município. A partir desta iniciativa do CPR-PB a
Prefeitura Municipal de João Pessoa instituiu a Lei municipal nº 1.798/2013 que estabelece
ações de prevenção de acidentes do trabalho em canteiros de obras no âmbito municipal. Esse
programa resultou na redução dos acidentes fatais por choque elétrico causado pela
improvisação das instalações elétricas temporárias das obras na construção, sendo incluído
como clausula da convenção coletiva da construção civil.

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FIGURA 3: Acidentes de trabalho fatais na Paraíba, Brasil. Fonte: SFIT/ SRTE – PB (2015).

b) Exigência da apresentação do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na


Indústria da Construção Civil (PCMAT): No município de Patos / PB através do Decreto nº
046/2011 que estabelece, quando da participação das empresas construtoras em licitações de
órgão público, a apresentação do PCMAT no momento da licitação, visando o combate a
precariedade e improviso que caracteriza o tratamento da segurança e saúde do trabalhador no
desenvolvimento das atividades da Indústria da Construção.
c) Campanha Abril Verde: o CPR-PB participou na articulação e divulgação desta campanha
e fomentou a criação pela prefeitura municipal de João Pessoa da Lei municipal de João
Pessoa nº 12.814/2014 que institui a campanha de prevenção aos acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais, denominada Abril verde, campanha pioneira e já replicada em vários
municípios brasileiros.

5. Conclusão

A partir desse estudo descritivo, conclui-se que a multiplicação de ações como essas
desenvolvidas pelo CPR-PB, e sua posterior propagação, devem ser implementadas e são
consideradas políticas públicas benéficas para a Indústria da Construção Civil (ICC), como
também os atores envolvidos como o poder público, entidades de classe, empresários,
trabalhadores, bem como a comunidade científica.
A ICC necessita de ações efetivas com propostas de ações que auxiliem na prevenção
de acidentes de trabalho nesse setor complexo e importante para economia e a sociedade.
Dessa forma, partindo do princípio de caráter prevencionista e não apenas legalista constata-
se que o CPR-PB tem contribuído com uma atuação positiva na abordagem e propagação do

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conhecimento voltado a questões relacionadas à qualidade de vida, bem-estar,


responsabilidade social e principalmente segurança nos canteiros de obra.
Por fim pode-se concluir que a participação dos vários atores envolvidos, possibilita a
geração de políticas públicas, com resultados excelentes para os índices de Segurança e Saúde
no Trabalho (SST) na indústria da construção civil. Segundo o ministério do trabalho o
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST) tem como objetivo: planejar e
coordenar as ações de fiscalização dos ambientes e condições de trabalho; prevenir acidentes
e doenças do trabalho; proteger a vida e a saúde dos trabalhadores. Este objetivo é alcançado
através da implementação de políticas públicas e ações de fiscalização, portanto podemos
ressalvar a importância de ações do CPR-PB em promover melhorias na área de segurança e
saúde no trabalho na indústria da construção civil, sendo reconhecido nacionalmente pela sua
expressiva atuação.

Referências
ARAÚJO, N. M. C.; Batista, J. H. L. CPR-PB: transformando ideias em ações concretas. I Conferência Latino
Americana de Construções Sustentável e X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. São
Paulo. Julho, 2004. ISBN 85-89478-08-4.
BRASIL. Norma regulamentadora18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
Brasília: Ministério do Trabalho, 1995.
BRASIL / Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Paraíba - SRTE. Sistema Federal de Inspeção
do Trabalho – SFIT. 2015.
CPR-PB. CPR-PB: 19 anos de história. João Pessoa: CPR-PB, 2015.
EASTONE, D. A Framework for Political Analysis. Englewood Cliffs: Prentice Hall. 1965.
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HÖFLING, ELOISA DE. "Estado e políticas (públicas) sociais." Cadernos Cedes 21.55 (2001): 30-41.
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília. Edição 20, fevereiro de 2014.
JÚNIOR, J. M. L.; LÓPES-VALCÁRCEL, A.; DIAS, L. A. Segurança e saúde no trabalho da construção:
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SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, 8 (16), 20-45, 2006.

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