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O LIVRO DE ATOS
Curso de MINTS
(Miami International Seminary)
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
BIBLIOGRAFIA
MANUAL DE INSTRUÇÕES
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INTRODUÇÃO
CONTEÚDO DO CURSO
O curso é dividido em oito lições. Ele traça a história dos Atos desde o início da Igreja
até a primeira prisão em Roma de Paulo. A primeira metade concentra-se na expansão do
evangelho de Jerusalém a Samaria, principalmente através de Pedro. A segunda metade
concentra-se na propagação do evangelho para os Gentios, principalmente através de Paulo.
MATERIAL DO CURSO
OBJETIVOS DO CURSO
- Estudar os Atos com os colegas de sala;
- Adquirir conhecimento detalhado da história e das lições dos Atos;
- Desenvolver um entendimento profundo do trabalho de Deus nesse mundo;
- Aumentar o conhecimento de como Deus lida com seus filhos;
- Dominar o livro de Atos para ser capaz de usá-lo na pregação, ensino, e
aconselhamento pastoral;
- Dominar o livro de Atos para compreender os antecedentes históricos das epístolas
de Paulo.
ESTRUTURA DO CURSO
Este curso foi organizado em oito aulas consecutivas. As aulas seguem o livro de Atos,
e por isso devem ser estudadas em ordem.
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REQUISITOS DO CURSO
AVALIAÇÃO DO CURSO
1. Participação (15%): um ponto será dado pela presença do aluno em cada hora de
aula.
2. Dever de casa (40%): cinco pontos serão dados para a conclusão das questões ao
final de cada lição.
3. Leitura (10%): os alunos ganharão créditos por completarem os exercícios de
leitura.
4. Tese (15%): os alunos irão preparar notas exegéticas para um sermão / ensino.
5. Exame (20%): os alunos serão examinados através de duas provas extraídas das
perguntas do final de cada lição.
BENEFÍCIOS DO CURSO
1
O nome "Witness to the Gospels" - Testemunho dos Evangelhos será abreviado para WttG a partir deste ponto.
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Lucas não era somente um historiador preciso, mas também um teólogo que escrevia
dentro de um propósito teológico. Ele escreveu seus relatos de forma a desenvolver três temas
2
7
teológicos principais. Em primeiro lugar, Lucas salientou que Deus tem um plano para
estabelecer o Reino de Cristo até às extremidades da terra. Os Atos nos mostram Deus
trabalhando no seu plano na história da humanidade. O segundo tema principal é a oposição.
Como o Evangelho segue adiante pelo mundo, a palavra de Deus, a Igreja, e os mensageiros
enfrentam oposição. Em terceiro lugar, enquanto o livro de Atos não minimizava a oposição,
os Atos salientavam que o Reino de Deus prevaleceria. Essa oposição não comprometeria o
plano de Deus, mas sim, podemos ver que Deus usou a oposição para espalhar sua palavra até
os confins da terra. No final, vemos que o plano de Deus foi cumprido enquanto que o
Evangelho estava sendo espalhado pelo mundo. Por fim, Lucas escreveu os Atos como uma
defesa, uma apologética, contra judeus que acusavam o Evangelho de ser apenas uma heresia
judaica e uma ameaça para o domínio romano.
Vamos considerar cada um desses temas teológicos de forma mais detalhada.
3
Para mais detalhes de como esses temas se repetem em cada seção, consultar Squires WttG p. 17-37.
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Para a importância do Reino de Deus, em Atos lição 2 e Atos 1:3, 8:12, 14:22, 19:8, 20:25, 28:23, 31.
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14:27: "E quando eles chegaram e reuniram a Igreja, eles relataram sobre tudo que Deus
fizera por eles, e como abrira a porta da fé aos gentios". O plano de Deus é descrito como
sendo um cumprimento das Escrituras. Em Atos 1:16, Pedro afirma: "Irmãos, a Escritura
tinha que ser cumprida, conforme o que o Espírito Santo previamente falara pela boca de
David acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus." Também em Atos
26:22 ele afirma: "Até hoje eu tive a ajuda de Deus, e ainda permaneço aqui testemunhando
tanto a pequenos e a grandes, não dizendo nada mais do que os profetas e Moisés disseram
que devia acontecer". As coisas profetizadas na escritura deveriam ser cumpridas como uma
necessidade divina. Em Atos 3:21, nos dizem que Jesus "deveria" permanecer no céu até o
tempo da restauração. Como os eventos do Novo Testamento seguiam o plano de Deus, era
uma necessidade divina que estas coisas ocorressem.
O foco principal da obra de Deus é seu filho Jesus Cristo, o Messias, que Deus
ressuscitou dentre os mortos. Em Atos 2:22 Lucas registrou: "Homens de Israel, escutai estas
palavras: A Jesus de Nazaré, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios
e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; este Jesus, que
vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e
matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois
não era possível que fosse retido por ela".
Atos 1:4-8 indica que Cristo trabalhou através do Espírito Santo. Em Atos 1:8 Jesus
prometeu que "Vós recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e sereis
minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra".
O espírito é o principal agente através das regras de Cristo.
O trabalho do Espírito Santo teve a assistência do trabalho dos anjos. Em Atos 1:10
lemos: "E estando como os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que dois homens
vestidos de branco se puseram entre eles". Anjos soltaram João e Pedro da prisão (Atos 5:19,
20). Anjos soltaram Pedro da prisão em Atos 12:11. Em Atos 10:3, um anjo disse a Pedro para
ir a casa de Cornélio: "Na nona hora do dia, ele viu claramente numa visão um anjo de Deus,
que se dirigia para ele e dizia: Cornélio...". Anjos desempenharam um papel importante
ajudando a Igreja em seus testemunhos.
Finalmente, Deus testemunha seu trabalho através de milagres. Em Atos 14:3 nos
dizem: "E assim eles permaneceram por muito tempo, falando ousadamente acerca do
Senhor, o qual deu testemunho à palavra de sua graça, permitindo que por suas mãos se
fizessem sinais e prodígios". Deus realizou milagres para estabelecer seu novo trabalho.
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Estes temas chave no livro de Atos salientam que a obra de Deus estava trazendo o
Evangelho até os confins da terra. Ao ler o livro de Atos, você verá que Deus usou estes meios
para trabalhar no seu plano em cada seção do livro de Atos.
Gentios tementes a Deus. Isso criou uma oposição por parte dos Judeus que acreditavam na
circuncisão. Lucas registrou essa oposição em Atos 11:1, "Agora os apóstolos e os irmãos
que estavam na Judéia e também os Gentios tinham recebido a palavra de Deus. Assim
quando Pedro subiu a Jerusalém, foi criticado pelos que estavam na festa da circuncisão,
dizendo: Entrastes em casa de homens incircuncisos, e comestes com eles".
Não existe muita clareza nas informações relativas à festa da circuncisão, se ela era
uma seita dentro do cristianismo ou se ela fazia referencia a toda a comunidade dos cristãos
judeus. Em todo caso, isso mostra que havia uma oposição real dentro da Igreja em relação à
evangelização dos Gentios, já que eles não se tornaram judeus. Pedro foi forçado a defender
suas ações antes da reunião da Igreja, e também mais tarde, antes do Conselho Judeu. Embora
a Igreja em Jerusalém não tenha feito objeções, eles se reuniram e louvaram a Deus, 11:18. E
isto não quer dizer que todos na Igreja os apoiavam. É importante notar que a Igreja de
Jerusalém não se envolveu realmente com a missão dos Gentios.
Da mesma forma, os Fariseus cristãos fizeram oposição ao trabalho de Paulo dentro
da Igreja. Após a primeira viagem missionária de Paulo, os Judeus, os fariseus e os cristãos
foram de Jerusalém para Antioquia. Eles argumentavam que uma pessoa não poderia ser salva
sem a circuncisão (15:1). Em Atos 15:5, os cristãos fariseus defenderam esta mesma posição
no Conselho de Jerusalém. Embora o problema tenha sido resolvido, Paulo continuou a
enfrentar oposição de dentro da Igreja de Jerusalém. Em Atos 21:21 (um evento que ocorreu
no fim da carreira missionária de Paulo), Lucas registrou o aviso de Tiago a Paulo: "Eles têm
dito sobre vós que estais a ensinar todos os judeus que estão entre os gentios à abandonarem
Moises, dizendo-lhes para não circuncidar seus filhos, nem andar segundo o costume da lei."
Isto revela que mesmo nesta fase final, os judeus cristãos estavam desconfiados e
declaradamente hostis (244).
A oposição dos cristãos judeus resultou de mal entendidos e receios de que os
padrões morais dos judeus estivessem sendo deixados de lado e de que a igreja seria
reformada pela cultura dos Gentios.
e preocupados com a Nação (Atos 3, Atos 5:17:5). Os judeus não gostavam de perder seus
costumes e tradições, ou o seu sentimento de privilégio diante de Deus (Atos 7-Estevão, 14-
Antioquia, da Pisídia, 17-Tessalónica). Paulo, antes de sua conversão, ficou horrorizado que a
Lei e Moisés estavam sendo rejeitados na suposta vinda do Messias. Os gentios estavam
preocupados que seus ídolos seriam destruídos (Atos 19:23ss). Os romanos se preocupavam
que o Evangelho seria a rejeição final da lealdade a Roma e da adoração ao imperador. Com a
propagação do evangelho, a pecaminosidade do homem ficou exposta e como consequência,
provocou a oposição.
O terceiro tema era de que a Igreja continuava a testemunhar. Como uma apologética
para os Judeus, Lucas citou o próprio teste da verdade do fariseu líder, Gamaliel em Atos 4,
argumentando que as coisas que Deus prometeu iriam acontecer; isto provou, de acordo com
Gamaliel, que se tratava de uma nova obra de Deus em Israel. Quem rejeitasse ou lutasse
contra os relatos do livro de Atos, estaria rejeitando Deus também.
A oposição ao evangelho ocasionou ainda mais oportunidade para se testemunhar.
Quando Paulo perseguiu a Igreja, isso se espalhou e forneceu testemunhos, não apenas em
Jerusalém, mas em toda a Judéia e Samaria. Quando Paulo foi colocado na prisão em Filipos,
ele testemunhou para o carcereiro de Filipos e, além disso, a sua detenção e prisão em
Cesaréia em Atos 21, o levou a testemunhar para as autoridades judaicas e romanas. A
oposição não impediu o testemunho do evangelho, em vez disso, a oposição, a detenção e o
julgamento trouxeram ainda mais oportunidades para se testemunhar. Paulo resumiu este
princípio em Filipenses 1:12: "E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me
aconteceram contribuíram para o avanço do Evangelho, e que minhas prisões por Cristo se
tornaram conhecidas em toda a guarda imperial e por todos os lugares". Deus usou a
oposição dos inimigos para proclamar ainda mais o seu testemunho.
As promessas de Deus estavam cumpridas. Em Atos 1:8 Jesus prometeu aos
apóstolos que eles seriam testemunhas de Jerusalém em Roma. Em Atos 28 apareceu que as
promessas haviam sido cumpridas. Da mesma forma, o Senhor prometeu a Paulo que ele iría
testemunhar em Roma dizendo: "Mas na noite seguinte o Senhor permaneceu diante dele e
disse", tem bom ânimo, Paulo; porque como testemunhastes por mim em Jerusalém, assim tu
testemunharas também em Roma "(Atos 23:11). Apesar da chegada de Paulo em Roma ter
sido inesperada e complicada, ele realmente conseguir chegar. Através de muitas labutas,
12
Um quarto tema em Atos é uma apologia, uma defesa dos cristãos contra a idéia dos
judeus e romanos que alegavam que o cristianismo era uma ameaça. Aproximadamente 25%
do livro de Atos aborda este tema e 50 % de todos os discursos registrados de Paulo em Atos
são aqueles feitos em sua própria defesa. Para os Judeus, Lucas salientou que a ressurreição
era uma doutrina judaica; e que a esperança judaica que era consistente com o ensinamento
dos Fariseus (23: 6-9). Para os Romanos, Lucas mostrou que Paulo não era um revolucionário
que desejava derrubar o governo da época . Lucas dedicou um quarto do livro de Atos a este
propósito (18:14, 23:29, 28:17).
Existem várias maneiras de dividir o livro de Atos. Uma estrutura clara e simples é
apresentada em Atos 1:8 acima, no qual o Evangelho vai de Jerusalém, (capítulo 1-8), a
Judéia e Samaria (capítulos 9-12) e até os confins da Terra (13-28). O livro de Atos também
podem ser divididos em duas partes. A primeira parte fala de Pedro em Jerusalém, Judéia e
Samaria (Atos 1-12) e a segunda parte fala de Paulo levando o evangelho de Jerusalém para
Roma (Carson 13-28). Carson também observa que Lucas usou uma série de marcadores
chaves. Em cada seção Lucas leva o leitor através de ambientações geográficas e culturais
distintas e termina cada seção com um breve resumo sobre o crescimento da Igreja (Atos 6.7,
9:31, 12, 24, 16:5, 19:20) e (Carson 286). Esses recursos fornecem interrupções naturais na
narrativa do livro de Atos. Incluí também um esboço padrão para o livro de Atos feito por
Hendricksen.
(1-7) A - Em Jerusalém
1. A ascensão de Cristo. Escolha de Matias para substituir Judas. O derramamento do
Espírito Santo. Resultados: (1,2)
2. Prodígios e sinais; particularmente a cura do mendigo coxo (3:1-4:31).
3. Testemunhos e partilha voluntária; também a perversão no caso de Ananias e Safira
(4:32-5:11).
4. Conquista de almas; o rápido crescimento da Igreja, o que resultou em perseguição,
prisão dos doze e o martírio de Estevão, o que provocou um maior crescimento do
evangelho (5:12-7:60).
CONCLUSÃO
O livro de Atos descreve como Deus estabeleceu sua Igreja no mundo. Isso deveria
ser um encorajamento para nós tendo em vista que os propósitos de Deus irão acontecer. Isso
mostra ainda que a obra de Deus acontece de maneiras inesperadas. Por exemplo, a oposição e
o sofrimento de Paulo e o da Igreja são parte do plano divino de crescimento da Igreja de
14
Deus. A oposição não impediu o testemunho da Igreja; Deus usou a oposição para promover a
sua causa.
RESUMO
LIÇÃO 1. Questões:
1. Por que Atos são chamados Atos dos Apóstolos? Trata-se de um bom nome?
2. Explique o que queremos dizer com o plano de Deus em Atos. Cite um versículo chave.
3. Qual é o papel Espírito no plano de Deus?
4. Explique o surgimento e a natureza da oposição judaica ao evangelho.
5. Todos os Judeus cristãos eram favoráveis à missão de Paulo e dos Gentios?
6. Por que Roma ameaçava o Cristianismo?
7. Como a Igreja primitiva em Jerusalém reagiu à perseguição?
8. Qual é a estrutura de tópicos do Hendrickson para capítulos 1-7 dos Atos?
9. Qual é a estrutura de tópicos do Hendrickson para capítulos 8-12 dos Atos?
10. Qual é a estrutura de tópicos do Hendrickson para capítulos 13-28 dos Atos?
16
O livro de Atos começa falando sobre o Cristo Rei ressuscitado delegando aos seus
discípulos uma missão.
"No primeiro livro, Ó Teófilo, fiz o primeiro tratado sobre tudo que Jesus começou a
fazer e a ensinar, até o dia em que foi recebido em cima, depois de ter ordenado aos
Apóstolos através do Espírito Santo, quem ele escolhera. Ele apresentou-se vivo para eles,
depois do seu padecimento, por várias provas, durante quarenta dias, lhes falando sobre o
reino de Deus. E, estando com eles, determinou-lhes que não se afastassem de Jerusalém,
mas para esperar a promessa do Pai, que ele disse: Ouvistes falar de mim? Porque João
batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes
dias. Portanto quando eles se reuniram, perguntaram-lhe: Senhor, restaurarás tu neste tempo
o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e sereis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até
aos confins da terra. E, enquanto dizia isto, e eles o vendo, foi elevado às alturas, e uma
nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto
ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes
disseram: Homens Galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós
foi retirado de ti para o céu, há de vir do mesmo modo como o vistes ir para o céu".
Jesus permaneceu com seus discípulos os quarenta dias depois da ressurreição. Ele
lhes ensinou sobre o Reino de Deus. Seu Ministério inaugurou o Reino e os discípulos foram
instruídos à continuar dando o testemunho desse reino até os confins da terra. O conjunto do
livro de Atos refere-se à expansão do Reino de Deus. Os Atos começam com uma discussão
sobre a vinda do Reino e termina com Paulo em Roma, falando sobre o Reino de Deus. Isso
está declarado em Atos 28:30: "Aí viveu dois anos inteiros na sua própria habitação que
alugara, e congratulou-se com todos os que vieram a ele, pregando o Reino de Deus e
ensinando com toda a confiança as coisas que dizem respeito ao Senhor Jesus Cristo, sem
nenhum impedimento". O Reino é explicitamente mencionado em Atos 1:3, 8:12, 14:22, 19:8,
20:25, 28:23, 31 e o Reino é implicitamente mencionado quando se diz que Jesus era
chamado o Cristo, o Rei Messias.
17
Bruce comenta sobre a relação entre o reino e pregação em Atos afirmando: "O
Reino ou a pregação dele é concebida segundo os acontecimentos da vida, morte e
ressurreição de Jesus e para proclamar estes fatos de modo adequado, é pregar o Reino de
Deus. O Reino já está aqui, porque Cristo veio e os discípulos irão proclamá-lo... esta
pregação deve incluir o juízo final e o retorno de Cristo" (Atos 10:42, 17:31, 11; Mateus
6:10).
Em resumo, o livro de Atos é o livro do testemunho e da expansão do Reino de Deus
(Bruce, Atos 32, 33).
Jesus ordenou os discípulos a esperar até que o Espírito Santo se manifestasse, até
que eles fossem "vestidos com o poder do alto". O comando de espera do Espírito é um
exemplo de um outro tema fundamental em Atos. Em primeiro lugar, os discípulos estavam
agindo sob a orientação de Jesus e de Deus. Em segundo lugar, apenas pelo poder do Espírito
é que eles poderiam realizar seu trabalho. Eles não poderiam e não deveriam tentar realizar o
trabalho por conta própria. E foi Deus quem lhes enviou e lhes preparou para atingirem o
sucesso.
O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes faz um paralelo com o
próprio batismo de Jesus e a capacitação dada pelo Espírito para o cumprimento do ministério
de Cristo. Assim como Jesus tinha sido ungido com o poder do Espírito Santo, também seus
seguidores deveriam ser ungidos da mesma forma e habilitados a prosseguir o trabalho de
Cristo (Bruce Atos 36). A Igreja hoje deve sempre lembrar que ela somente terá sucesso, se
ela for conduzida e orientada por Cristo.
Cristo então, ascendeu nas nuvens do céu. E não podemos pensar que são nuvens de
chuva; mas sim, devemos considerá-las como nuvens de glória, uma manifestação do
"Shekhinah" (presença de Deus) do Velho Testamento. No Antigo Testamento, Deus se
revelou a Israel através das nuvens (ex. 28:2). No êxodo, os Israelitas foram liderados por
uma coluna de nuvens e fogo e uma "nuvem de glória" desceu sobre o tabernáculo, indicando
para Moisés e para Israel que Deus estava presente. Mais tarde a glória do "Shekhinah"
desceu sobre o Templo de Salomão. As nuvens são mencionadas por três vezes na vida de
Cristo. Primeiro, a presença do pai foi manifestada por uma nuvem brilhante na
Transfiguração (Mateus 17:2, 5). Segundo, na ascensão, Jesus subiu às nuvens (Atos 1:9). E
em terceiro, como é dito no verso seguinte, há referências frequentes de que Cristo apareceria
pelas nuvens junto com os santos anjos: "Eis que ele está chegando com as nuvens e todo
olho irá vê-lo, mesmo aqueles que o perfuraram e todas as tribos da terra se lamentarão por
causa dele. Assim sendo. Amém" (Rev. 1:7).
18
pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem".
A festa de Pentecostes se deu no quinquagésimo dia após a colheita. Na prática o
período de 50 dias começou no primeiro domingo depois da Páscoa. O Dia de Pentecostes é
também chamado de Festa das Semanas (ex.34: 22a, Deuteronômio 16:10) e também de Dia
dos Primeiros Frutos (Nm 28:2).5 O espírito veio como um vento que "encheu a casa". No
Antigo Testamento, vento e fogo indicavam uma Teofania, a revelação de Deus no Antigo
Testamento. O fato de Lucas ter dito que o Espírito veio desta forma mostra a sua divindade
(2 Samuel 22:16; Ezequiel 13:13; Ex. 3:2-5, 19:18; Lucas 3:16). O Espírito veio e habitou
entre o povo; a Igreja começou um novo período na vida de Deus com seu povo. Em Gênesis
2, Deus soprou em Adão, e ele estava vivo. Deus prometeu que faria o mesmo com Ezequiel
37. Em Atos 2 mostra o cumprimento dessa promessa. Deus soprou em seu povo através do
Espírito. A partir deste momento, o povo de Deus, o Espírito Santo, o Templo de Deus e a
nova criação estavam unidos.
Línguas de fogo caíram sobre os discípulos (2:3). Elas anunciaram a presença de
Deus, assim como os relâmpagos e o fogo sobre a montanha no Sinai e também sobre a tenda
de reunião durante as viagens dos Israelitas (ex.19: 16, 40:34, 48). Agora cada fiel tinha uma
língua de fogo indicando que cada um era um templo, e que cada um possuía o Espírito da
glória e de Deus (Johnson 59).
E assim, a partir desse momento o Espírito Santo passou a ser o motor principal no
livro de Atos. Como já se pode observar, a linguagem e o lugar de batismo, citado em Lucas e
nos Atos revelavam uma ligação clara entre o batismo de Jesus na realização do seu trabalho e
o batismo dos discípulos na realização do deles. Além disso, existia uma ligação entre o
derramamento do Espírito em Pentecostes com o derramamento do Espírito ocorrido com
Moisés e com os anciãos de Israel, citado em Números 11:26. Em "Números", nos é dito que
o Espírito Santo descansou sobre Moisés como um mediador da Antiga Aliança. Em seguida,
para ajudá-lo em seu trabalho, o Espírito Santo que já havia repousado sobre ele foi colocado
sobre 70 anciãos (Nm. 11:17). Dessa maneira, esses anciãos profetizaram e dois deles, Eldad e
Medad que não estavam com Moises, também profetizaram (Nm.11: 26). Moisés disse que
desejava que o Espírito Santo repousasse sobre todo o povo (Nm. 11:29), e não apenas nos
anciãos. Esse evento foi tipológico, e como uma previsão, ele foi cumprido no dia de
Pentecostes. O Espírito estava sobre Cristo, o mediador da Nova Aliança (Lucas 3:22 4:1, 18).
O Espírito, então foi derramado sobre os seus discípulos. E uma vez que Cristo possuía o
5
Sugestão: faça uma leitura das festas e interprete-as à luz do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes.
20
Espírito sem medida, este foi derramado com mais vigor sobre os discípulos e diante de toda a
Igreja (2:17, 18). O "Profeta maior do que Moisés" havia chegado (Deuteronômio 18:15).
E eles ficaram surpresos e admirados, dizendo: "Não são Galileus todos estes que
estão falando? E como é possível ouvir, a cada um, na nossa própria língua materna? Partos
e medos, elamitas e os que habitavam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia,
Frigia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus
como prosélitos, Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar
das grandezas de Deus".
Embora os eventos tenham ocorrido em Jerusalém, as pessoas presentes viam de cada
parte do mundo romano. A ação de Deus no dia de Pentecostes significava que os apóstolos
haviam testemunhado para os judeus de Jerusalém e para cada parte do Império Romano. O
dia de Pentecostes e a pregação de Pedro significavam que o testemunho do Evangelho se
tornara internacional. 7
7
Lucas menciona a existência de pessoas vindas de Roma e Lucas salienta isso dizendo que todo o conjunto do
livro de Atos fala da viagem e da propagação da Igreja de Jerusalém até Roma.
22
Paulo em "Pisídia" - Antioquia (Atos 13) e a defesa de Paulo em Atenas (Atos 17). Os
sermões de Pedro, Paulo e Estevão aos judeus seguiram um padrão semelhante. Quando
falavam aos judeus, cada um deles usava a mesma estrutura, mas a ordem exata usada por eles
para falar de cada assunto provavelmente foram diferentes. Esse estilo semelhante mostra que
existia um método comum usado na evangelização judaica no livro de Atos (Bruce, Atos 63).8
A estrutura básica era:
1. Eles alegavam que a "Idade do cumprimento" havia chegado.
2. Falavam da proclamação do Ministério, Morte e Triunfo de Cristo.
3. Eles alegavam o apoio das Escrituras do Velho Testamento.
4. Eles terminavam com um chamado à fé e ao arrependimento.
filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões e os vossos velhos terão sonhos. E também
do meu espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias, e
profetizarão; E mostrarei prodígios nos céus e sinais na terra, sangue e fogo e colunas de
fumaça. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes de chegar o grande e
glorioso dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo".
Pedro citou a Septuaginta (LXX). Ele modificou a frase-chave "naqueles dias" para
"nos últimos dias" para salientar que a profecia de Deus fora cumprida e que o trabalho do
espírito por meio de sinais e prodígios havia testemunhado que os últimos dias haviam
chegado. Joel disse: "meu Espírito", no singular, ele será derramado, indicando que se referia
ao Espírito Santo, o qual fora derramado sobre toda carne. O Espírito havia chegado e feito da
Igreja a sua residência.
Não fica claro, porém, a quais sinais cósmicos Pedro estava se referindo (o mesmo
palavreado utilizado em Rev. 6:12). A morte de Jesus foi um sinal assim como o sinal da
escuridão que cobriu a terra, mas em outra parte das Escrituras, esses sinais estão
particularmente relacionados com o período do fim dos últimos dias (Marshall 74).
De acordo com a profecia de Joel, a vinda dos últimos dias significa que o Dia do
Juízo Final havia chegado. O dia do Senhor no Antigo Testamento foi o dia no qual Deus
chegaria para julgar a terra. A profecia de Joel indicava que, embora o julgamento havia sido
anunciado, ainda havia uma oportunidade para o arrependimento e misericórdia. "Todos os
que invocarem seu nome (Deus) serão salvos". E ainda que os últimos dias estejam próximos,
este será um dia de graça até que Cristo venha novamente uma segunda vez.
Jesus faziam parte do plano de Deus. Deus provou que Jesus era o Messias através da
reivindicação e da ressurreição do próprio Jesus.10
10
A afirmação de que a morte e ressurreição do Messias estava de acordo com o plano de Deus se tornaria um
pensamento padrão apologético para os judeus que afirmavam que Jesus não poderia ser o Messias porque ele foi
vergonhosamente crucificado. Paulo se valeu desse mesmo pensamento em seu sacerdócio aos judeus.
11
Neste sermão Pedro relata a relação entre Cristo e o Espírito de três formas: Primeiro introduziu o trabalho do
Espírito, segundo, ele falou de Cristo, e terceiro, ele vincula a obra do espírito com a de Cristo afirmando que foi
Jesus quem derramou o espírito.
12
Para uma discussão mais completa sobre o uso de Lucas dessas passagens do servo. Ver Johnson, "The Espirit
and the Servant", pág. 32-52.
25
E. Aquele que "Todos os profetas predisseram". É uma descrição geral de que todos os
profetas aguardavam ansiosos por Cristo.
F. O SENHOR (ver Bruce, Paulo 76). A palavra Senhor é uma referência ampla e geral para
alguém em autoridade; no entanto, na Septuaginta, a palavra Senhor é usada em nome de
Deus. Neste caso, Pedro usou o título de Senhor, para atribuir divindade à Cristo.
13
Em Atos 3:17, Pedro disse aos governantes que fizessem isso na ignorância, já que é difícil entender o
verdadeiro significado da afirmação. Pecados cometidos na ignorância poderiam ser perdoados no Velho
Testamento, porém os pecados cometidos intencionalmente não poderiam ser perdoados.
26
vendiam seus bens e pertences e distribuíam os proventos para todos, pois todos tinham
necessidade. E dia a dia, frequentando o templo juntos e repartindo o pão em suas casas, eles
receberam a comida com prazer e de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o
povo. E o senhor acrescentou à Igreja, dia a dia, aqueles que haveriam de se salvar (2:42-
47)".
Lucas identificou quatro elementos principais. No primeiro deles, a Igreja era
dedicada à doutrina dos Apóstolos. O ensinamento de Jesus como Messias estruturava e
protegia a comunidade. A Igreja estava fundamentada na teologia.
O segundo elemento é a irmandade da comunidade. Essa irmandade se manifestava
em atividades conjuntas, em reuniões, na comunhão à mesa e na divisão dos bens. A
fraternidade entre eles era um compromisso do grupo. E estava vinculada aos ensinamentos,
às refeições conjuntas, às orações e ainda às doações em comum. Lucas aborda sobre isso em
Atos 2, mencionado acima e ainda faz um extenso relato em Atos 5. Em Atos 2, nos dizem
que os discípulos tinham tudo em comum. E Lucas explica melhor sobre isso em Atos 5. Aqui
se fala que aqueles que tinham posses deveriam doar aos discípulos para que fossem
distribuídos para aqueles que tinham necessidade (Atos 5). Não havia nenhuma exigência no
sentido de que todos os bens dos fiéis fossem reunidos a fim de ser tornar membro da Igreja;
pelo contrário, como Pedro disse a Ananias: "Cada pessoa continua a possuir seus próprios
bens e as doações serão feitas de acordo com a necessidade". Marshall declara: "Cada pessoa
mantém seus bens à disposição dos outros para serem usados conforme a necessidade" (84).17
Não havia necessidade de uma reunião das mercadorias para fazerem parte da comunidade
(Atos 5:4). Barnabé é um bom exemplo desta prática (4:36, 37) e Ananias demonstra como
este princípio foi corrompido (5:1-11).
O terceiro elemento é a divisão do pão (Santa Ceia), que passou a fazer parte da
refeição normal (1 Coríntios 11:17ss).
A característica final salientada por Lucas era a de que fiéis se reuniam diariamente
para as orações. E isso acontecia numa casa ou no templo. Nesta fase os cristãos ainda eram
aceitos pelas autoridades e tinham acesso ao templo. E provavelmente, eles ainda não tinham
percebido qual era a implicação de Jesus cumprindo os preceitos do Velho Testamento. Eles se
encontravam em público, no templo e nas casas uns dos outros. Eles faziam a adoração com
ação de graças e evangelização. Neste momento eles desfrutavam o favor de todos, incluindo
17
Em oposição a Bruce (Atos 74), que argumenta que Jesus tinha dinheiro em comum e isso era um exemplo
dessa maneira de viver. Essa idéia comum também é encontrada em Atos 4:32, um segundo resumo da vida da
Igreja nos Atos.
28
os sacerdotes (Atos 6:7) e os Fariseus (Atos 15:5), muitos dos quais acabaram por se
converter. Esta situação pacífica continuou até o início da perseguição judaica.
CONCLUSÃO
Antes da ascensão, Jesus passou 40 dias com os discípulos e lhes ensinou sobre o
Reino de Deus. Então, o espírito foi derramado sobre eles no dia de Pentecostes. No mesmo
dia, o Espírito habilitou Pedro para uma poderosa pregação. E através da pregação de Cristo e
do espírito, uma nova comunidade se formou.
RESUMO
Lucas começou a delegar autoridade aos discípulos em Jesus. Ele lhes ordenou que
aguardassem o Espírito. O Espírito chegou e veio acompanhado por poderosos sinais e
prodígios. Pedro pregou, explicando para o povo em Jerusalém que os milagres eram um sinal
de que os últimos dias haviam chegado. Ele pregava que Jesus era o Messias, provando isso
através dos textos do Velho Testamento. Em seguida, ordenou aos judeus a se arrepender e a
29
LIÇÃO 2. Questões:
1. O que Jesus ensinou aos seus discípulos nos 40 dias antes de sua ascensão?
2. O que eram as línguas e por quem foram ouvidas?
3. De acordo com Joel, o que representava "falar em outras línguas".
4. O que significa a expressão: ser "cheio de Espírito"?
5. De acordo com Pedro, qual era a culpa de Israel?
6. Quais foram as duas coisas que Pedro ordenou a Israel?
7. De acordo com Pedro, o que comprovou a messianidade de Jesus?
8. O que significa o título "Senhor" de Jesus?
9. Como a pregação de Pedro foi eficiente em Jerusalém? Dê alguns exemplos.
10. Cite quatro pontos principais da Igreja primitiva.
31
18
O Sinédrio era o Conselho Supremo dos Judeus e era composto por três grupos: os anciãos, que eram os chefes
leigos da comunidade, os escribas, que eram advogados, provenientes dos fariseus (c.f. Gamaliel) e os
governantes, que eram provenientes dos sacerdotes. Os governantes foram: Ananias sumo sacerdote de 6-14 d.C.
que, embora deposto pelos romanos, ainda manteve o seu título e seu poder (Lucas 3:2); Caifás, seu genro, sumo
sacerdote de 18-36 d.C.; e a família do sumo sacerdote que ocupou outros cargos importantes no Templo.
Marshall (99) comenta que o poder estava concentrado nas mãos de poucas famílias.
19
Os Fariseus tinham uma crença geral na ressurreição (ver Atos 21). Vários comentaristas observam que eles
teriam sido afetados pelo milagre dos homens sendo retirados da prisão. Eles também observam que Saulo, seu
discípulo, não teria reagido da mesma maneira.
33
2.1 A situação
Lucas escreveu o seguinte:
"E Estevão, cheio de fé e sabedoria, fazia grandes maravilhas e sinais entre o povo.
E então, levantaram alguns que eram da Sinagoga chamada Sinagoga dos Homens Livres
(Cireneus, Alexandrinos e da Cilícia e da Ásia), e disputaram com Estevão. E não foram
capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito do qual falava. Então eles secretamente
induziram os homens a dizer: Ouvimos ele proferir palavras blasfemas contra Moisés e
contra Deus. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e investindo contra ele, o
tomaram e o levaram ao Conselho. E apresentaram falsas testemunhas que disseram: Este
homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este lugar sagrado e a lei; porque
nós o ouvimos dizer que esse Jesus de Nazaré há de destruir este lugar e mudar os costumes
que Moisés nos deu. Então, todos aqueles que estavam sentados no Conselho, fixaram os
olhos nele, e viram o seu rosto como o rosto de um anjo (Atos 6:1-8)".
Estevão foi um poderoso orador, um pensador incisivo e claro cuja pregação
desafiava à posição tradicional judaica do momento, a qual não poderia ser rejeitada. 20 Depois
da sua pregação ter sido rejeitada na Sinagoga, homens foram induzidos a afirmar que ele
havia proferido blasfêmias. Alguns homens da Sinagoga dos Homens Livres incitaram as
20
Notas de Taylor (11), na qual Estevão parece ter compreendido as implicações do Evangelho de uma forma
mais profunda do que os outros discípulos.
34
2.2 As acusações
Embora as acusações fossem falsas, elas sintetizavam a essência da pregação de
Estevão. O sermão de Estevão falava sobre a questão teológica fundamental daquele tempo e
particularmente sobre o papel da lei, sobre o templo, sobre Moises e sobre a posição de Israel
no plano de Deus. Nas leis de Moisés, Taylor (9) afirma que a posição de Estevão era de que
"a Lei de Moisés era para ser absorvida e substituída por um sistema espiritual duradouro e
que um estrangeiro, deveria entender essa leis melhor do que aqueles que eram de Jerusalém".
Conybeare (57) também observa que o sermão de Estevão atacou as duas partes mais sagradas
da tradição judaica: a lei e o templo.
2.3 O sermão
O sermão de Estevão é o mais antigo registrado no livro de Atos. E ele é importante,
pois ajuda a compreender o pensamento judaico (e mais tarde até o do cristão judaico em
Gálatas e Atos 15) contra a propagação do cristianismo aos gentios.
O sermão apresentava quatro argumentos principais. O primeiro se concentrou na
idéia de que a graça de Deus não estava limitada a um lugar determinado. E Estevão
salientou que, no passado, Deus viajou com seu povo e os guiou. A obra de Deus jamais
permaneceu limitada a uma só localidade. E isso significava que esse novo trabalho de Deus,
o levaria para fora de Israel. O segundo, baseado no primeiro argumento, afirmava que o
plano de Deus para Israel era sempre temporário. Mas que o plano maior de Deus era
abençoar toda a terra. O terceiro argumentava que o plano tinha sido cumprido em Cristo e
que, portanto uma nova era havia começado. O quarto argumento mostra que no passado, toda
a Israel havia resistido à vontade de Deus. Eles estavam mais uma vez rejeitando a sua
cristandade.21
Em seu sermão Estevão escolheu figuras históricas e momentos importantes da
história de Israel. Começou falando sobre José desenvolvendo o argumento de que Israel
havia sempre rejeitado os profetas de Deus, "E os patriarcas, tomados pela inveja, venderam
José para o Egito. Mas Deus estava com ele e o livrou de todos os seus problemas". Depois
ele salientou que Israel também rejeitou Moises (7:23-29, 7:35): "Este Moisés, o qual haviam
rejeitado, dizendo: Quem te fez um governante e juiz? Este foi quem Deus enviou para ser um
21
Para mais detalhes ver (WTTG 288).
35
governante e um libertador pela mão do anjo que lhe aparecera no bosque". E disse, ainda,
ao rejeitarem Moisés, eles também rejeitaram o Cristo (7:9)".
Estevão concluiu o seu sermão em Atos 7:51declarando: "Homens de dura cerviz e
incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois
como vossos pais. A qual dos profetas vossos pais não perseguiram? E mataram aqueles que
anunciaram a vinda do Justo, e de quem agora vós fostes traidores e assassinos, vós que
recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes".
O argumento de que Israel havia sempre rejeitado seus líderes é importante para se
combater o argumento de que Jesus não poderia ser o Messias. Cada um dos grandes
discursos em Atos argumentava que a verdadeira razão do Messias ter sido rejeitado e
pendurado na Cruz foi porque os judeus o rejeitaram. Jesus era o Messias, mas os judeus
cometeram um pecado quando o rejeitaram e o crucificaram (2:36, 4:10, 5:30 e 10:39).
Em segundo lugar, Estevão salientou que Deus não estava vinculado a um só lugar
(7:44-50). Nos versículos 33 e 34, ele já havia afirmado que a terra sobre a qual estava Moises
era sagrada, e a terra de Israel não era. Ele declara que primeiros padres adoraram a Deus no
Tabernáculo no deserto, e não no Templo de Jerusalém. Mesmo quando Salomão construiu
um Templo, Deus não viveu em templos construídos com as mãos (47). Estevão citou Isaías
66:1, 2 e 1 Crônicas 16:39 para lembrá-los de que o céu é o verdadeiro trono de Deus, não o
trono terrestre em Jerusalém.
Falando assim, Estevão estava atacando a idolatria do templo judeu, ou seja, a idéia
de que, enquanto tivermos o templo, Deus estará conosco, não importando se obedecermos a
ele ou não. Esse tipo de pensamento já havia ocorrido anteriormente na história de Israel. Em
1 Samuel 3 e Jeremias 7:4, os profetas alertaram as pessoas sobre como não confiar em
palavras idolátricas. "Não confie em palavras mentirosas dizendo: Templo do Senhor, Templo
do Senhor, Templo do Senhor é este" (Jeremias 7:4).
A morte de Estevão representou o primeiro modelo de mártir que havia nascido para
testemunhar a fé em Deus, na primitiva Igreja. Nos dizem que seu rosto resplandecia, o que
seria uma referencia à glória de “Shekhinah” (presença de Deus) do seu povo. Se isso era
verdade, então, pode-se afirmar que a glória do templo, não estava mais no templo, mas sim
no verdadeiro povo de Deus, ou seja, na Igreja. A glória havia saído do templo, e agora estava
no povo de Deus, seu novo templo.
Lucas declara que Jesus estava de pé e pronto para receber Estevão. E essa posição
(em pé) foi considerada importante, já que existia a referencia de um Cristo sentado no céu,
em seu trono, e vendo o seu trabalho ser feito. Neste caso, porém, quando Cristo viu que seu
servo estava sendo martirizado por sua causa, ele já estaria pronto para recebê-lo.
"E enquanto Estevão era apedrejado, ele clamava por Deus, dizendo: Senhor Jesus
recebe o meu espírito. E pondo-se de joelhos, clamou em voz alta: Senhor não lhes impute
esse pecado e depois de dizer isso, adormeceu. (Atos 7: 59-60)".
E Estevão orou, primeiro para si mesmo e depois orou pelo seu povo. Embora ele
tenha dito palavras duras para seus opositores, ele com ternura e sinceridade desejou a
salvação deles. As orações de Estevão foram respondidas. Cristo lhe recebeu e Estevão
adormeceu com Cristo. Quanto aos seus inimigos, Paulo se converteu. E muitos comentaristas
dizem que a conversão de Paulo se deu através do testemunho fiel de Estevão e às suas
orações. Mais tarde, a própria pregação de Paulo seguia o método de Estevão: uma revisão
histórica (método) e como conteúdo (a lei e a idéia de que o templo não salva). Alguns
comentaristas especulavam ainda que Paulo usou, os relatos de Lucas como fonte para a sua
pregação. E em Atos 7:60, Lucas usou o termo “adormecer” no lugar de “morte” em 1
Tessalonicense 4:13.
discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. E lhe pediu cartas para as sinagogas em
Damasco, a fim de que, se encontrasse algum daquela seita, quer homens quer mulheres, os
conduzisse presos a Jerusalém". E Damasco ficava a 170 km de distancia e a viagem levaria
12 dias. Apesar de Damasco estar em uma área separada, o Sinédrio Judeu possuía acordos
com Damasco, o qual lhes permitiam exercer o poder de extradição (Bruce, Paulo 71). A fúria
de Paulo foi tão grande que até Ananias e outros crentes em Damasco sabiam sobre ele (9:21).
persegui a Igreja de Deus". E da mesma forma, em Efésios 3:8 (tradução literal): "A mim, o
mínimo de todos os Santos". Esta é uma figura de linguagem, mas mostra o próprio
entendimento de Paulo sobre o que acontecia. Eadie observa que no idioma grego o "Eu sou"
é realçado, para se enfatizar a posição de Paulo. Mas Eadie ainda observa que para o grego
isso seria gramaticalmente impossível. Paulo usou então, um comparativo, baseado no
superlativo "menos do que o mínimo"; como uma forma de expressar uma profunda
humilhação de si mesmo.22
Donnelly observa que um dos motivos pelo qual Paulo estava tão preocupado com os
pobres e viúvas se deve ao fato dele se sentir responsável por ter causado pobreza e viuvez
para esses fiéis. Também podemos notar uma comparação entre o arrependimento de Paulo e
a vergonha e o arrependimento de Pedro por ter negado Cristo.
morte de Jesus do modo como ocorreu foi um escândalo. Ele afirmou em 1Coríntios 1:23:
"Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é um escândalo para os judeus e loucura para
os Gentios". Somente mais tarde, Paulo percebeu que a glória do Messias era tirar os pecados
de seu povo.
CONCLUSÃO
RESUMO
CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS
-Gênero literário: (evangelho, história, leis, parábola, poesia, profecia, provérbio, etc).
42
LIÇÃO 3. Questões:
Lucas disse que eles acreditaram e foram batizados, mas ainda não tinham recebido o
Espírito Santo. O Espírito seria concedido somente quando os apóstolos fossem investigar o
trabalho da Igreja.23
Não está claro, porque Lucas disse isso. Marshall sugere que "Deus reteve o
derramamento do Espírito, até o momento da vinda de Pedro e João, a fim de que os
samaritanos pudessem ser vistos no momento da completa incorporação deles no círculo dos
cristãos de Jerusalém, que já haviam recebido o Espírito Santo no dia de Pentecostes" (88,
citando Lampe 70-72). Lucas menciona que Pedro e João não adicionaram nenhum
ensinamento novo e nem pregaram para eles; em vez disso, eles oraram para que o Espírito
Santo fosse concedido a eles. Marshall argumenta que Cornélio teve a mesma experiência
quando o Espírito Santo caiu sobre ele em Atos 10. O caso de Cornélio mostra que Deus o
havia aceitado, um Gentio, e consequentemente mostram a aceitação de Deus. Lucas incluiu
este evento para salientar que os Samaritanos já não eram hereges ou ovelhas perdidas; eles
agora eram membros da Igreja.
órgão masculino é cortado entra na Assembléia do Senhor". O Espírito guiou Felipe, naquele
momento, no verdadeiro Templo de Deus para que se juntasse a ele (6:3, 8:29). O espírito
passou a residir no eunuco de uma nova maneira. E devido a isso, ele era um novo templo.
Isso era um cumprimento de Isaías 56: 3-8.24 Estes versículos são cumpridos na vinda de
Cristo. Ao invés de ser impedido de entrar do templo, e pela obra de Deus nele, ele tornou-se
sacerdote na casa do Senhor (1 Pedro 2:9). Uma nova ordem da salvação, concedida pelo
espírito para todos, os novos judeus, os gentios, o manco e os deformados havia chegado.
Finalmente, Marshall observa que este versículo faz um paralelo com o evento dos
dois homens na estrada de Emaús (Lucas 24). Nesse caso, Jesus abriu os olhos dos discípulos
para o entendimento das Escrituras. E Felipe ajudou o Etíope a compreender. O ponto chave é
que as Escrituras do Velho Testamento não podem ser entendidas sem uma chave para
destravá-las. Felipe, como um evangelista, ajudou o eunuco a compreender as Escrituras,
dirigindo-o para Cristo.
luz do céu que piscava em torno dele. E caindo no chão ele ouviu uma voz dizendo-lhe:"
Saulo, Saulo, por que me persegues?" E ele disse: "quem és tu, Senhor?" E ele respondeu:
"Sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levante-se e entre na cidade, e você saberá o que fazer.
Os homens que viajavam com ele ficaram sem palavras, ouviram a voz sem ver ninguém
(9:3-7)".
Saulo ouviu uma voz e viu uma grande luz, dois pontos marcantes da revelação
divina no Antigo Testamento (2 Coríntios 4:6). Cristo lhe falou em aramaico, sua linguagem
religiosa judaica, e lhe chamou pelo nome, duas vezes: "Saul, Saul" (26:12). Nas Escrituras é
comum repetir o nome para dar ênfase. Deus chamou Moisés na sarça incendiada, repetindo
seu nome. Donnelly nota que na verdade, isso seria um termo de ternura como Martha,
Martha. E concluindo, Deus chamava carinhosamente seus discípulos.
Saulo respondeu chamando-lhe de SENHOR. Como vimos na Lição 1, o nome não
implica em divindade, mas certamente aponta para ela.
Jesus, então, lhe disse: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues". Embora não tenha
havido nenhuma referência direta à divindade, está claro que se trata de uma declaração de
que: 1- Jesus foi ressuscitado por Deus (e assim o Messias) e 2- O "eu sou", aponta para a
divindade. E isto se nota também quando Deus usou Moisés na sarça incendiada. Nesse
exemplo, havia uma luz, uma voz e o clamor do "eu sou", assim como a reputação do nome
de Moisés dado por Deus.
Paulo interpretou este evento como a visão do Senhor ressuscitado. Em 1Coríntios
9:1 ele pergunta: "Não sou livre? Não sou um apóstolo? Não vi eu a Jesus, nosso Senhor?" E
em 1Coríntios 15:8, ele alegou que Cristo lhe apareceu: "E por último de todos, como a um
prematuro, ele apareceu também a mim".
O evento ocorrido foi muito importante na vida de Paulo. Ele já não podia mais negar
a realidade de que Jesus não era amaldiçoado, mas sim, que esse Jesus que havia sido
crucificado era também o Messias ressuscitado (26:14). E ele percebeu que em seu zelo ele se
enganou, e que ao invés de defender a Deus, ele estava, na realidade, atacando o Messias de
Deus e a Igreja de Deus. A ressurreição mostrou que Jesus foi reivindicado. E está no céu. Ele
é o Messias, não é anátema. Ele é o Abençoado.
Jesus também fez uma ligação entre ele e a Igreja. E ambos tiveram a sua
importância prática e teológica. Saulo nunca tinha visto o Cristo, mas mesmo assim, ele
estava perseguindo sua Igreja. Teologicamente isso demonstrou para Paulo a ligação existente
entre Cristo e sua Igreja. Praticamente ele mostrou que a perseguir a Igreja de Cristo para
47
persegui-lo. E na prática isso demonstrou a ele que perseguir a Igreja de Cristo era o mesmo
que perseguir a si mesmo.
Grande parte da teologia de Paulo pode ser direcionada para este evento: o amor de
Deus por si próprio, enquanto os homens forem pecadores; o chamado soberano e a vontade
de Deus para trazer os homens à fé (Gálatas 1:12-16); a união entre Cristo e sua Igreja e a
centralização de Cristo em Paulo, tudo isso parecia estar direcionado para este evento. A
conversão de Paulo foi um modelo para toda a sua teologia. E ele sabia que tudo isso estava
ligado às leis das Escrituras do Velho Testamento, e, portanto, tanto as Escrituras, como suas
experiências guiariam a sua Teologia.
A conversão de Paulo envolveu uma grande reorientação do seu pensamento e
teologia. Bruce comenta que a mudança no pensamento de Paulo, observando-se o
acontecimento na "Estrada de Damasco" centralizou a teologia de Paulo. Anteriormente, tudo
na vida de Paulo havia sido centrado na lei, mas agora tudo passou a ser centrado ao redor de
Cristo. Bruce continua a afirmar que, embora essas alterações tenham ocorrido rapidamente,
Paulo teria que trabalhar através das implicações delas ao longo do tempo. Bruce afirma:
"Essa centralização da sua teologia não alcançou sua plenitude de uma só vez e como Paulo
viu, tudo estava implícito na revelação que ocorreu na estrada de Damasco. De modo formal,
todos os elementos da sua vida e os pensamentos foram organizados em torno do foco central
da lei. A revelação de Jesus Cristo mostrou-lhe em um lampejo a falência da lei e que ela não
poderia ser salva. Inevitavelmente isso levou um tempo para que Paulo concluísse que tudo
estava envolvido nessa reorganização... e que isso tomaria todo o tempo de sua vida. Era
como um ímã que atraia todos esses elementos juntos a um padrão bem definido... a lei havia
sido substituída pela do Senhor ressuscitado, em torno da qual a vida e o pensamento de Paulo
foram reorganizados para formar um novo padrão" (Bruce, Paulo 80).
Enquanto a conversão de Paulo foi única e espetacular, a mesma coisa estava
acontecendo com todos os crentes. Todos pecaram. Todos abafaram a verdade, até que Cristo
veio até eles mostrando poder e lhes revelando ser o Messias e Deus. Isso conscientizou os
fiéis da sua humildade, levando-os a uma reorganização de suas vidas ao redor de Deus em
uma nova obediência.
Paulo estava cego e assim ele foi guiado até Damasco e lá esperou por três dias. 26 O
Senhor chamou o discípulo Ananias para ajudá-lo.27 Ananias estava relutante em ir por causa
da reputação de Paulo, mas decidiu ir (9:13).28 A visão de Paulo voltou ao normal e ele
imediatamente começou a pregar o Evangelho.
26
Sua própria viagem da morte à vida, ver Jonah Mints.
27
Sabe-se que já existia uma comunidade de crentes, embora não se sabe muito sobre ela.
28
Donnelly vê a comparação entre a relutância de Pedro em ir com Cornélio em Atos 10 como um paralelo. Deus
envia, mas a Igreja está relutante em ir.
49
2.3.3 Arábia
Nos dizem que Paulo passou três anos na Arábia. Em Gálatas 1:17, 18, Paulo disse:
"Nem retornei a Jerusalém para encontrar aqueles que foram Apóstolos antes de mim, mas
fui para a Arábia e voltei novamente a Damasco. Em seguida, depois de três anos eu fui até a
Jerusalém para visitar" Cefas "(nome dado a Pedro por Cristo) e permaneci com ele quinze
dias". Arábia ficava perto de Damasco e era parte do Reino dos Nabateus, governado pelo Rei
Aretas.
Ao se falar desse episódio, é comum dizer que esses três anos de Paulo foram de
treinamento, mas há evidencias sugerindo que esses três anos não foram de reclusão. Sabemos
que Paulo já estava pregando e os seus próprios discípulos, considerados frutos da sua
pregação e ensinamento, o colocaram dentro de um cesto e o desceram por uma janela da
muralha até Jerusalém (Atos 9:25).30 Esse evento aliado ao fato de que suas ações suscitaram
a ira do rei contra Paulo, parecem indicar que ele estava ativo na missão e na evangelização
durante esse tempo.
29
Donnelly observa que esta é uma única frase Paulina encontrada em sua carta, mas não uma frase que Lucas
tende a usar. Isso mostra o detalhe e a autenticidade do livro de Atos.
30
Paulo refere-se a este evento em 2 Corintios 11:33, dizendo que ele foi contrabandeado para fora de uma janela
para evitar ser capturado.
50
primeira investigação histórica feita por alguém antes de se escrever um livro. Isso indica que
Paulo estava buscando informações históricas adicionais sobre a vida e o Ministério de Jesus.
Paulo pregava com audácia em Jerusalém. Quando os judeus helenistas tentaram
matá-lo, os discípulos o levaram para Cesaréia e depois para Tarso (9:30). E aí o relato de
Lucas sobre Paulo termina, até quando Barnabé vai novamente procurar Paulo para lhe pedir
ajuda com o trabalho em Antioquia (11:22ss). Bruce sugere que esse período durou dez anos,
e Paulo faz referencias a isso em Gálatas 1:22, 23.
31
Esta seção em Lucas também inclui a fundação da Igreja em Antioquia, mas veremos sobre isso na próxima
lição.
51
em constante ameaça e perseguida. Por alguma razão, Tiago, o irmão de Jesus, parecia ser
uma exceção a esse fato.
Lucas escreveu que, quando Pedro ficou fora da prisão, ele enviou uma mensagem
para Tiago. Existem duas mensagens importantes para Tiago em Atos. Havia dois discípulos:
Tiago, o irmão de João, e Tiago, o irmão de Jesus. Tiago, irmão de João, foi morto em Atos
12:2. Em Atos 12:17, Tiago, o irmão de Jesus é mencionado.
Tiago era o irmão do Senhor Jesus. Ele viu Jesus depois da ressurreição (1 Coríntio
15:7). Paulo se encontrou com ele em sua primeira viagem a Jerusalém (Gálatas 1:19) e
chamou-lhe de um dos pilares da Igreja (Gálatas 2:9). Curiosamente, foi Tiago, e não Pedro,
que se tornou o líder da Igreja em Jerusalém. No Concílio de Jerusalém era Tiago quem
apresentava mais argumentos e sabia concluir as discussões (15:13ss). Quando Paulo voltou
para Jerusalém após a sua terceira viagem missionária, ele foi ver Tiago (21:18). Tiago
parecia ter mantido um bom relacionamento com os judeus em Jerusalém. Nas notas de Bruce
(239), vemos que ele continuou no templo e orou pela cidade regularmente. E acabou sendo
morto, apedrejado pelo sumo sacerdote Ananias II em 62 d.C.
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que a perseguição da Igreja provocou uma poderosa expansão da
Igreja de Jerusalém para a Judéia e Samaria. Os sinais e os prodígios acontecidos em
Jerusalém deram testemunho do evangelho, e assim estes mesmos sinais e maravilhas
acompanharam o Evangelho pelas viagens para Judéia e Samaria, através do Ministério de
Filipe, e principalmente pelo de Pedro.
RESUMO
evangelho trouxe o surgimento de uma nova ordem. Outro passo importante ocorrido foi a
conversão de Paulo e a sua incumbência para ser um apóstolo para os Gentios. Pedro
continuou o testemunho da Igreja, expandindo o evangelho para Cesaréia. A conversão de
Cornélio representou o primeiro temente a Deus a ser convertido. Ele não precisou se tornar
um judeu antes, mas foi salvo somente pela fé.
LIÇÃO 4. Questões:
1. Por que o Apóstolo teve que colocar as mãos sobre os samaritanos para que eles
recebessem o espírito?
2. Cite duas lições da história da conversão do Eunuco Etíope.
3. Quais foram as palavras ditas por Jesus a Paulo na estrada de Damasco?
4. O que Bruce quis dizer quando mencionou que a teologia de Paulo foi reorganizada?
5. Como a experiência de Paulo está relacionada com seu desenvolvimento teológico?
6. O que Donnelly disse que Paulo estava fazendo por 15 dias em Jerusalém?
55
Nesta lição vamos ver a segunda metade do livro de Atos. A idéia principal dessas
seções será abordar as viagens missionárias de Paulo, iniciadas primeiramente a partir da
poderosa missão cosmopolita da Igreja em Antioquia. Paulo e Barnabé foram escolhidos e
encarregados pela Igreja. Eles viajaram através de Chipre e Galácia, fundando Igrejas e, em
seguida, voltaram para Antioquia. Logo após seu retorno, os judeus cristãos (da seita dos
fariseus) vieram de Jerusalém e disseram que nas novas igrejas, os fiéis teriam que ser
circuncidados. Paulo e a Igreja em Antioquia contestaram a idéia e, assim, Barnabé e Paulo
foram enviados ao Conselho de Jerusalém. O Conselho rejeitou os judaizantes e declarou,
claramente que os gentios somente deveriam ser aceitos e totalmente integrados à Igreja
através da fé.
A lição possui três partes: em primeiro lugar, vamos falar sobre a Igreja em
Antioquia, em segundo lugar, vamos considerar a viagem missionária para Galácia, e em
terceiro lugar, vamos falar sobre o desafio dos judeus e do Conselho de Jerusalém.
1. A Igreja em Antioquia
os judeus que cultuavam a Deus usando a língua grega e os costumes, ao invés de lerem as
Escrituras Hebraicas e falarem Aramaico (6:1-7). A Igreja então, se preocupou em aumentar a
conversão dos gentios (Bruce 227). A Igreja em Jerusalém ouviu falar desse trabalho e enviou
Barnabé como seu representante (11:22).
A nova Igreja, então, tornou-se cosmopolita. Havia uma mistura de Hebraístas,
Helenistas, homens de Jerusalém, Barnabé, Ágabo, o profeta e outros de Chipre e Cirene. Pela
segunda vez, Barnabé, que era de Chipre procurou por Paulo, o encontrou em Tarso, e trouxe-
o para Antioquia. Eles ministraram em Antioquia por um ano (11:26) e foram nomeados pela
Igreja como representantes para socorrer os fiéis da grande fome que haveria em Jerusalém
(11:26-30, 12:25).
32
Ver Conybeare 334 para uma ampla discussão sobre dons espirituais no Novo Testamento.
33
Pollock, página 64, argumenta que Simão (Simeão), era o Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo, o mesmo
que um dos romanos selecionou para carregar a Cruz de Jesus. Seu filho foi para Roma e Paulo menciona a sua
mãe e ele. Isso nos dá alguma indicação sobre a vida próxima da família em Antioquia.
59
2.1. Chipre
em regra, os tementes a Deus eram tolerados, mas, na verdade, não eram reconhecidos.
Qualquer rabino (Paulo era um rabino) tinha o direito de falar nessas reuniões. Paulo usava
esse direito como um ponto de contato em suas missões.
No norte, eles encontraram oposição através de Elimas Bar-Jesus, que tentou
bloquear a conversão de Sergio Paulo, um importante aristocrata romano e procunsul.35 Esta é
primeira vez que vemos Paulo usando seu poder apostólico e também é o primeiro exemplo
do evangelho penetrando no coração do mundo romano.
A conversão de Paulo mostrou o poder de Deus e o sucesso imediato do evangelho
nas mais altas esferas da sociedade romana. Isso foi um grande incentivo para eles. Se Deus
conseguiu converter um homem como Paulo, ele pode converter qualquer um.36
35
Pollock observa que Sergio Paulo foi curador do Rio Tibre. Foi um procônsul e se reportava ao Senado. Foi
um cientista notável. Fontes seculares nos dizem que ele publicou livros importantes sobre a natureza. Ele é
citado pelo famoso escritor clássico, Plínio, o velho, na História Natural.
36
Conybeare observa que a cegueira milagrosa, assim como as ações de Pedro com Ananias e Safira, são
exceções entre os milagres usuais no Novo Testamento. No Antigo Testamento, os milagres eram muitas vezes
sinais de julgamento, mas no Novo Testamento eram geralmente obras de misericórdia. Em ambos esses casos
excepcionais, o Evangelho foi ameaçado por mentirosos, hipócritas e impostores, que tentaram perverter,
distorcer e enganar. Deus ordenou estes eventos (20).
61
para aceitar ou rejeitar a Mensagem. O principal ponto da mensagem de Paulo era entender
que Deus (a partir da família de Davi) levantou o "Salvador Messiânico", e que seu nome era
Jesus. Quando pregou para os judeus, Paulo terminou o sermão com uma aplicação direta. Ele
ofereceu o perdão de Cristo, o qual não estava disponível por meio da Lei de Moisés (38, 39).
Salientou também que este evangelho, agora, estava sendo mostrado para as nações como
havia sido profetizado. O período de exclusivismo judaico estava para acabar. E ele conclui
avisando aos ouvintes que eles não deveriam rejeitar o evangelho (13:40, 41).
2.3 Icônio
Paulo viajou 90 milhas pelo caminho Agostiniano, uma famosa estrada romana, até
Icônio. A cidade foi construída em cima de um cruzamento rodoviário estratégico. Embora
sua pregação tivesse tido melhores resultados na região, mais uma vez os judeus promoveram
uma oposição a Paulo. Lucas resumiu seu ministério assim:
"E aconteceu em Icônio, que eles foram juntos para a sinagoga dos Judeus e
falaram de tal modo que uma grande multidão acreditou, não só de judeus, mas de gregos.
Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram os gentios, envenenando suas mentes contra
os irmãos. E, eles ficaram lá muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual
dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e
prodígios. Mas a multidão da cidade ficou dividida: uns eram pelos judeus e outros pelos
Apóstolos. E havendo uma tentativa violenta tanto dos judeus como dos gentios, com os seus
governantes, para os insultarem e apedrejarem" (Atos 14:1-7).
Os eventos de Antioquia foram repetidos em Icônio (Atos 14:1-3) e o evangelho foi
pregado em quase todos os outros lugares. "Judeus locais, quase sempre, como uma
associação recusava o evangelho, mas em contrapartida, o evangelho era proclamado de
comum acordo pelos gentios" (Bruce 266). Paulo compreendeu que este era o padrão que
Deus havia imposto a Israel e ao seu ministério. Em Atos 14:3 mostra a resposta de Paulo à
rejeição judaica e à hostilidade. E Lucas relata:
"E, eles ficaram lá muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava
testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e
prodígio". 38
38
Pollock, pág. 91, assinala que os milagres de Paulo era a continuação da obra de Cristo quando Ele estava na
terra. Para mais detalhes de como o Senhor estava dando testemunho através de Paulo e do uso dos milagres em
Atos. (ver lição 6,2.5).
64
Em Atos 14:5 Lucas indica que os gregos e os judeus fizeram uma tentativa em suas
vidas; e por isso o Apóstolo continuou em frente.
2.4. Listra
39
Pollock afirma que Timóteo acompanhou Paulo de volta, de Antioquia até a sua cidade natal, Listra. Ele se
baseia na ordem das cidades como foi registrado em 2 Timóteo 3:11, que diz: "Tu, porém, tens seguido minha
doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, perseguições e aflições que me
aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou".
65
Antes do surgimento da oposição à Igreja Paulo não havia retornado durante um bom
tempo. Um grupo chamado de "Judaizantes" foi até Jerusalém. Eles ficaram horrorizados com
a frouxidão da igreja de Antioquia, os judeus comiam com fariseus. E Pedro estaria aí
incluído, Gálatas 2. O problema teria começado com a Irmandade, mas era mais profundo.
Eles ensinavam também que se você não fosse circuncidado e não mantivesse a Lei de
Moisés, você não poderia ser salvo (Atos 15:1).
Provavelmente, o argumento era de que Paulo teria falado a eles sobre o evangelho e
da fé em Cristo, porém eles não estavam seguindo a Deus completamente. E para seguir
40
Pollock, pág. 89, observa que os magistrados teriam mudado com a chegada do Ano Novo.
66
totalmente a Deus, eles precisariam ser circuncidados e seguir a lei. (General 3:1-5, 5:1-6).
Não está claro o que motivou estes homens. Mas, está claro que eles ficaram confusos quanto
à real natureza do evangelho.41
Os Judaizantes eram, provavelmente, do grupo dos fariseus que lemos em Atos 15:5
(Nota-se também que tendo chegado a Antioquia, eles também foram para Galácia). Paulo foi
obrigado a corrigir os ensinamentos deles em Antioquia (Gal. 2) e assim, escreveu a Epístola
aos Gálatas.42
O problema teológico pode ser colocado da seguinte forma: A fé foi suficiente para a
conversão dos gentios ou eles também precisariam ser circuncidados e manter a lei de
Moisés?
4. O Concílio de Jerusalém
deveriam fazer o mesmo. Pedro então, desenvolveu um segundo argumento: ele salientou que
os judeus tinham estado sob o jugo da lei por um longo tempo e que isso não trouxe santidade.
Todos sabiam que a maioria dos israelitas havia rejeitado Cristo. E Pedro então, enfatizou que
a lei não conseguiu trazer benção.
Barnabé e Paulo passaram a falar. Donnelly observa o discernimento deles utilizado
neste momento. Barnabé era conhecido e tinha um lugar dominante na Igreja de Jerusalém,
enquanto que Paulo estava ainda sob suspeita. Eles falaram principalmente dos sinais e dos
prodígios de Deus para validar suas alegações.
Tiago, o irmão de Jesus, mais velho, falou por último e o seu argumento foi decisivo.
Tiago argumentou a partir do livro de Amós que a propagação do cristianismo e a inclusão
dos gentios representavam o cumprimento do judaísmo. Em Amós, Deus havia prometido
restaurar a quebrada Israel (como tinha feito no dia de Pentecostes) e que a partir de Israel o
evangelho se espalharia para toda a humanidade (15: 16,17). Tiago afirmou que a aceitação
dos gentios pela fé era o cumprimento da palavra de Deus para Davi, que lhe prometera
reconstruir sua casa que estava caída. Ele continuou a dizer que, à luz do que tinha acontecido
com Simão (usando o nome judeu de Pedro), não haveria necessidade de impor a lei para os
gentios que retornavam.
4.1 A decisão
O Conselho rejeitou a necessidade da circuncisão e do seguimento da lei para os
novos convertidos. Ficou decidido que os gentios poderiam ser incluídos na Igreja sem a
necessidade de se obedecer às leis e aos costumes judaicos. Para facilitar a irmandade, o
Concílio solicitou aos Gentios de se absterem das coisas que eram particularmente ofensivas
aos judeus e das questões que eram particulares dos gentios, tais como pecados, idolatria,
imortalidade, das carnes sufocadas (animais mortos por estrangulamento) e do sangue. A
decisão do Conselho de Jerusalém foi um grande passo à frente na missão da Igreja. A Igreja
estava agora livre para entrar em todo o mundo sem a interferência das exigências culturais
dos judeus. E assim, tanto os gentios como os judeus seriam vistos como iguais em Cristo na
Igreja.
Paulo e Barnabé, juntamente com os profetas Judas e Silas voltaram para Antioquia
para informar sobre as conclusões do Conselho.
CONCLUSÃO
68
RESUMO
-O texto, explícita ou implicitamente, diz alguma coisa sobre Deus e sobre a salvação?
-Método de tradução utilizado:
-Há diferenças entre as versões da Bíblia? Quais são elas?
-Autoria humana. Como podemos saber?
-Em que ocasião o homem foi solicitado a escrever?
-Público original para leitura. Por que eles leriam o texto?
-Contexto geográfico:
-Contexto social e cultural:
-Contexto histórico:
-Contexto religioso:
-Em suas próprias palavras, o que o texto diz e qual o significado?
Comentários:
CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS
-Gênero literário: (evangelho, história, leis, parábola, poesia, profecia, provérbio, etc).
-Como o texto está relacionado aos outros textos vizinhos?
-Como o texto se relaciona ao tema do capítulo e de qual livro provem?
LIÇÃO 5. Questões:
Esta lição aborda a segunda viagem missionária de Paulo de 49-52 a.D. Nesta missão
Paulo viajou mais além do que qualquer outra missão. Viajou pela Galácia, entrou na
Macedónia e na Grécia, na atual Europa. Ele evangelizou três províncias romanas. Como
veremos, a missão na Macedônia foi particularmente difícil. Ele somente conseguiu
permanecer por um curto período nas cidades por causa da perseguição, e assim foi forçado a
deixar a sua obra ainda incipiente na nova cidade. Lucas também nos relata de maneira
extensiva o Ministério de Paulo em Atenas e em seguida, fala sobre o de Corinto, cidade onde
Paulo escreveu a primeira e a segunda epistola aos Tessalonicenses.
A missão tem três partes. Vamos começar analisando alguns pontos distintivos da
missão de Paulo. Em seguida, enfatizaremos a evangelização na Macedônia e por último,
vamos considerar suas estadias prolongadas em Atenas e Corinto.
deixar de trabalhar?" (1Cor. 9:6). Paulo acabou se reconciliando com Marcos. Ele o
mencionou em suas cartas durante sua primeira prisão romana, Colossenses 4:10, e depois em
uma de suas últimas cartas. Em 2 Timóteo 4:11 ele declarou: "Somente Lucas está comigo.
Pegue Marcos e traga-o consigo, pois ele é muito útil para mim no Ministério". Se a relação
entre Marcos e Paulo fosse rompida, eles mais tarde se reconciliariam. Marcos ainda foi útil a
Paulo no seu último Ministério. Os dois grupos se dividiram. Barnabé levou Marcos para
Chipre enquanto Paulo levou Silas para Galácia.
sinceramente cuide do seu bem-estar. Porque, todos buscam seus próprios interesses, e não o
que é de Jesus Cristo. Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no
evangelho, como filho ao pai".
Timóteo estava se preparando para sua missão, porém nos dizem que a Igreja o
colocou de lado. E Paulo lhe disse em 1Timóteo 4:14: "Não negligencies o dom que há em ti,
o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério". Isso parece se
referir ao chamado original dele, mas mesmo que tenha acontecido mais tarde, isso nos
mostra a alta consideração que Paulo e Lucas tinham diante do poder da Igreja. Mas Paulo,
não se limitou a simplesmente transformar Timóteo em um ministro de Deus (2 Tim. 1:6). A
validação do chamado não veio de Paulo como apóstolo, mas a sua autoridade e o seu
chamado vieram da Igreja através das mãos do presbitério.
Paulo realiza a circuncisão de Timóteo. Precisamos entender que isso foi feito dentro
do propósito da missão. Paulo não acreditava que a circuncisão fosse necessária para a
salvação de Timoteo. E escreveu em Gálatas 1:8, dizendo que, se alguém for circuncidado, ele
será um anátema e Cristo não lhe proverá nada. Paulo considerava que era pecado se exigir
que alguém fosse circuncidado para ser salvo. Ele se recusou a ter Tito, um grego convertido,
circuncidado por este motivo (Gálatas 2:3). Por outro lado, se estivermos junto a Cristo, o que
fizermos ao nosso corpo não fará a menor diferença. Mas desde que isso ajudaria na missão,
Timoteo foi circuncidado para que isso não se tornasse um empecilho para os judeus.
Dependendo da circunstância, Paulo pôde se dar ao luxo de ser flexível (aceitação de Timóteo
como um missionário). Contudo, Paulo era inflexível nas questões que pudessem por em risco
os princípios da missão (a circuncisão não era requisito necessário para que Deus aceitasse os
gentios). Isso demonstra a grande sabedoria de Paulo.
responderam a este "chamado" indo pregar o evangelho nessa região. Isto demonstra que o
ponto principal do trabalho do missionário e da Igreja era pregar a palavra.
Nesta seção, Paulo e seus companheiros viajaram da Ásia para a Grécia. Embora o
evangelho já tivesse sido pregado na Grécia e até mesmo em Roma (ver 2:7-11), esta foi a
primeira vez Paulo e seus companheiros chegaram a Grécia.
clamando: "Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus
altíssimo". No final, Paulo agiu, comandando ao demônio em nome de Jesus Cristo que saísse
dela.
Donnelly sugere que Paulo não queria que ela falasse a palavra de Deus, não era esse
o caso, o que ele queria, era que ela não propagasse a palavra sobre o caminho da salvação de
maneira incorreta. A língua grega era dita no tempo indefinido e devia ser lida, "um" (não
exclusivo) caminho da salvação. Paulo não estava pronunciando "um" caminho da salvação,
como muitas traduções dizem. Paulo estava falando sobre "O" caminho, o caminho exclusivo
e o único caminho para a salvação. Se a jovem escrava falasse sobre "um" caminho de
salvação, então, ela estaria deturpando a verdade. Paulo precisava corrigir esse engano. Os
proprietários incitaram a multidão e falsas acusações foram lançadas contra Paulo e seus
companheiros diante dos magistrados. Eles foram espancados sem julgamento e colocados na
cadeia de noite.
Deus. Na história do carcereiro filipino, o lado divino pode ser observado na cura da jovem
escrava e no terremoto. Lucas salientou também a parte do missionário: O louvor e a ação de
graças de Paulo quando estava na prisão, seu amor pelo carcereiro e quando ele o chama:
"Não te faças nenhum mal."
Esse trabalho foi pequeno e Paulo teve que seguir em frente. As seções de "nós"
acabam e Lucas sentia que tinha ficado para trás com o seu novo trabalho da Igreja em
Filipos, enquanto que Paulo, Silas e Timoteo continuaram. Paulo mantinha um bom
relacionamento com a Igreja. Ela era a sua parceira no Evangelho, enviando-lhe ajuda
financeira. Em Filipenses 1:5 ele fala de "sua parceria no evangelho desde o primeiro dia até
agora". Provavelmente, a riqueza de Lídia e de outros lhes deram liberdade para fazer isso.
4.2. Tessalônica
Tessalônica era uma cidade que ficava a 90 km ao sul de Filipos na grande estrada
chamada Via Egnatia, ou Caminho Egnatia. Era uma cidade próspera e com muito comércio.
Paulo pregou em Tessalônica por três sábados e teve grande sucesso. Em Atos 17:4 nos é dito:
"E alguns deles acreditaram e se ajuntaram com Paulo e Silas, assim como uma grande
multidão de gregos religiosos e não poucas mulheres líderes". A casa de Jáson tornou-se um
centro para a Igreja. A Igreja primitiva se reunia muitas vezes nas casas dos moradores, já que
não havia nenhum outro lugar para se reunirem. E em Tessalônica a igreja era também a casa
de um judeu chamado Aristarco, que mais tarde viajou com Paulo (ver 19:29, 20:4, 27:2,
Colossenses 4:10 e Filemon 24).
Mas os judeus, movidos pelo ciúme (Atos 17:5), recrutaram alguns homens
perversos no mercado para atacar os missionários junto a uma multidão na casa de Jáson. E
eles foram inteligentes, pois quando não puderam mais lidar com Paulo, incitando a multidão
contra ele, eles se dirigiram até os governantes da cidade e fizeram uma acusação habilmente
redigida. Os ataques desses judeus foram bem feitos e implacáveis (Veremos isso mais tarde,
de como eles perseguiram Paulo até Beréia, cidade para onde Paulo fugiu). Os governantes
rejeitaram a acusação, mas chegaram a um meio termo, colocando Jáson em liberdade sob
fiança.
Esses ataques foram severos, e ameaças foram feitas a Paulo, à sua missão e à nova
Igreja. Paulo foi forçado a deixar esse novo trabalho, ficando preocupado com a jovem Igreja,
e assim, resolveu viajar apenas até Beréia, uma cidade vizinha. Ficando implícito que Paulo
parou lá, aguardando uma chance de voltar a Tessalônica, assim que pudesse. A ameaça
79
permanente contra a Igreja continuou a afetar Paulo pelo resto da sua missão grega. Paulo
permaneceu bem preocupado até que recebeu boas notícias em Corinto.
4.3 Beréia
Os discípulos fugiram para a vizinha cidade de Beréia, uma pequena cidade de férias
ao lado das montanhas. Provavelmente Paulo queria voltar para Tessalônica e, portanto,
resolveu ficar em Beréia. A sinagoga os aceitou e lhes deu um julgamento justo. Muitos foram
salvos. Paulo poderia ter permanecido em Beréia por um tempo, mas os judeus de Tessalónica
souberam que estava lá e o perseguiram. Deixando Timóteo e Silas para trás, Paulo foi levado
pelos irmãos a Atenas por segurança.
profundas. A teologia de Deus de Paulo era a mesma de Romanos 1-3. Em Atenas, ele usou
um tom mais conciliatório. E a razão para essa mudança de tom foi que no livro de Romanos,
ele estava escrevendo para a Igreja para explicar o verdadeiro estado do homem, enquanto que
em Atenas ele estava pregando essa verdade para incrédulos.
5. Houve um chamado ao arrependimento na pregação tanto para os judeus como para
os gentios, porque todos haviam pecado e caíram na glória de Deus.
6. Paulo mencionou a ressurreição de Cristo entre os mortos. Este foi um novo conceito para o
mundo dos gentios, pois eles acreditavam que a alma continuava após a morte de alguma
forma por um certo tempo, mas eles não acreditavam que havia uma ressurreição física.43
43
Para mais informações a respeito do entendimento grego sobre a ressurreição (Ver Wright 33-84)
82
Paulo chegou em Corinto, uma importante cidade, era comercial e militar, mas era ao
mesmo tempo rica e decadente. Paulo ministrou lá por um ano e seis meses (18:11) e escreveu
duas importantes cartas à Igreja de Corinto, 1 e 2 Tessalonicenses e mais tarde escreveu ainda
mais duas cartas à essa Igreja.
voltou para casa, os deixou em Éfeso. Mais tarde ele os encontrou lá na sua terceira viagem
missionária.
contra a lei. E, querendo Paulo abrir a boca, disse Gálio aos judeus: Se houvesse, ó judeus,
algum agravo ou crime enorme, com razão aceitaria vossa queixa Mas, se a questão é de
palavras, e de nomes, e da lei que entre vós há, vede-o vós mesmos; porque eu não quero ser
juiz dessas coisas. E expulsou-os do tribunal. Então todos os gregos agarraram Sóstenes, o
governante da sinagoga, e o feriram diante do tribunal; e a Gálio nada destas coisas o
incomodava".
Fontes seculares nos dizem que Gálio assumiu como proconsul em julho de 51 d.C.
Os judeus devem ter feito uma acusação contra Paulo alguns dias depois. E a partir dessa data
podemos trabalhar para frente e para trás até a data do livro de Atos.
O julgamento foi considerado por Lucas um fato importante e apologético. Os judeus
acusaram Paulo e os cristãos de serem adoradores de Deus e contrários à lei. Gálio percebeu
que essa acusação não estava relacionada com questões da lei romana e nem com o governo,
mas que era uma questão judaica interna. A palavra "juiz" usada por Gálio teve um
significado formal e jurídico, indicando que ela tinha um peso igual ao de um oficial romano
quando governa onde nenhum estatuto romano tinha sido infringido. E assim ele resolveu não
interferir nesta questão. Esta atitude do procônsul teria criado um precedente romano de que o
Cristianismo não era ilegal e, portanto, que nenhuma lei romana estava sendo descumprida.
Isso significou naquele momento, que Roma estava, oficialmente, agindo como uma protetora
do Cristianismo contra os judeus. O julgamento permitiu, então, que Paulo permanecesse em
Corinto até o momento de sua partida.
CONCLUSÃO
Corinto e em julho de 51 a.D., Gálio o defendeu e pronunciou que o cristianismo não infringia
as leis Romanas.
RESUMO
A terceira missão de Paulo durou mais tempo e foi mais longe do que a segunda
missão. Começou com a separação de Paulo e Barnabé a respeito de João Marcos. Paulo
viajou com Silas. Viajaram através da Galácia até que foram bloqueados ao adentrarem na
Ásia. Eles entraram na Macedônia, levando o Evangelho para a Grécia. Evangelizaram em
Filipos, em Tessalônica e em Beréia. Paulo foi forçado a fugir. E, então, entraram e
evangelizaram as duas principais cidades gregas de Atenas e Corinto. Depois de voltar a
Jerusalém para pagar uma promessa, Paulo voltou para Antioquia.
CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS
-Gênero literário: (evangelho, história, leis, parábola, poesia, profecia, provérbio, etc).
-Como o texto está relacionado aos outros textos vizinhos?
-Como o texto se relaciona ao tema do capítulo e de qual livro provem?
LIÇÃO 6. Questões:
Paulo tinha três objetivos. Ele queria retornar para fortalecer as igrejas; passar um
tempo em Éfeso (onde estivera por pouco tempo no final da segunda viagem missionária) e,
desejava fazer uma coleta nas igrejas dos Gentios para a igreja Judaica em Jerusalém.
Ao contrário das outras viagens, Lucas não menciona quem eram os companheiros de
Paulo. Se observarmos as epístolas escritas na época, 1 e 2 Coríntios e Romanos podemos ver
que Timóteo estava com ele. E em Coríntios 2 notamos que Tito estava com ele em Éfeso e
em Corinto. Barnabé não é mencionado e Silas parece ter permanecido em Jerusalém no final
da segunda viagem.
2. Éfeso
Paulo viajou através da Galácia para Éfeso. Na segunda viagem, Deus não o permitiu
de ir a Éfeso e lhe revelou pelo seu Espírito que deveria ir para Macedônia. Mas, nesse
momento, a vontade de Deus dentro dele o conduziu para Éfeso. Paulo teve um longo e
poderoso ministério lá.
2.2. A Cidade
Éfeso era a capital da província Romana. Era uma cidade livre, a qual foi dada aos
Efésios pelos Romanos, a fim de que governassem seus próprios assuntos, enquanto
estivessem ligados a Roma. Era o maior centro comercial, com um importante turismo
religioso. A estátua de Diana dos Efésios (este era o nome Grego, o nome Romano era
Ártemis; ver Atos 19:24) foi encontrada aqui. A princípio se supunha que Diana viera do céu,
porém, posteriores exames mostraram que a estátua era um meteorito brilhante que fora
89
lançado naquela área com a forma de mulher. A importância do turismo religioso pode ser
visto através de Demétrio, um ourives, que fazia prata nichos de Diana. Os santuários
proporcionavam não pouco lucro aos artífices (19:23). Éfeso era, também, uma cidade muito
supersticiosa onde a magia era praticada (19:11-20), bem como, um ponto central, ligado a
outras cidades através do comércio e religião.
O ministério de Paulo também se irradiava para fora de Éfeso. Ele iniciou seus
ensinamentos na sinagoga durante três meses. Então, ministrou aos gentios na Escola de
Tirano. O seu trabalho afetava toda a cidade. O evangelho se espalhou de Éfeso para as
regiões vizinhas. Éfeso era o centro das cartas às sete igrejas em Apocalipse 2 e 3.
2.3.3. Apolo
Em Éfeso, Lucas nos apresenta a um importante judeu de Alexandria, Apolo. Ele
chegou a Éfeso depois que Paulo partira, no final da segunda viagem missionária e, partiu
90
para Corinto antes do retorno de Paulo, no início da terceira viagem. Paulo o teria encontrado
em Corinto em sua curta passagem pela cidade quando ele permaneceu por dois anos em
Éfeso. Paulo se referiu a ele em Coríntios 1.
Alexandria, um importante centro de aprendizagem, sofreu influencia dos judeus e do
pensamento oriental (Taylor 301). Apolo era um homem culto, um bom orador e poderoso nas
Escrituras. Dizem que ele ensinou o caminho de Deus com precisão, no entanto, quando ele
chegou a Éfeso, conhecia apenas o batismo de João. Ele parecia estar na mesma posição que
os outros 12 discípulos que só conheciam o batismo de João, mas que não havia se cumprido
em nome de Jesus Cristo. Apolo encontrou Áquila e Priscila, que sabiamente o convidou para
sua casa (19:26) (Taylor 301). Ele era humilde e recebeu os ensinamentos por eles. Taylor
aponta: “Aqueles que caminhando para a luz estão prontos para receber muito mais quando
ele aparecer” (302). Apolo continuou a ensinar em Éfeso e, então, desejou ir para Corinto
ajudar nos trabalhos. Nos dizem: “os irmãos escreveram exortando aos discípulos para
recebê-lo”. Ele foi para Corinto e teve grande influência (1 Cor. 3:6).
Pentencostes havia ocorrido na Asia.44 O Espírito Santo veio para confirmar as obras de Cristo
quando o evangelho foi anunciado a todas as nações.45
44 Lucas aponta quarto importantes derramamentos do Espírito Santo. Um foi em Jerusalém para os Judeus, seguida por outro na Sumária para as ovelhas
perdidas da casa de Israel. O terceiro evento ocorreu em Cesárea com Cornélio, um gentio temente a Deus, e, finalmente, na Ásia quando o evangelho é
estabelecido no coração dos gentios.
45 Ver Apêndice 2 para uma descrição mais completa do fenômeno.
4
92
alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do
evangelho da graça de Deus”.
Em terceiro lugar, Paulo focalizou o ensino bíblico. Ele ensinou na sinagoga por três
meses e, em seguida, lecionou na Escola de Tirano. Ele pregou o reino de Deus, o nome de
Jesus e tudo o que seria útil para os fiéis. Isto foi mais do que uma doutrina básica. Eles
adquiriram pleno entendimento de toda a doutrina das Escrituras, pois Paulo lhes ensinou
além do que temas básicos. Como resultado, quando ele partiu, certamente podemos dizer
que ele lhes havia anunciado todo o conselho de Deus (20:27).
Em quarto lugar, Paulo os ministrou de uma maneira prática e pessoal, dizendo:
“Não me esquivei de ensinar tudo o que lhes é útil, ensinando em publico e de casa em
casa”. Não contente em ministrar publicamente, Paulo os visitava para assegurar que a
doutrina ensinada era aplicada em casa. Isto requeria coragem. Ele disse: “Eu não deixei de ir
de casa em casa”. Paulo desejava que a doutrina ensinada fosse aplicada na vida diária.
Em quinto lugar, ele fez isso com amor. Falou de sua advertência e lágrimas. O amor
entre eles ficou evidente em seu discurso final: eles choraram com Paulo em sua despedida.
Em sexto lugar, Paulo estava sob uma grande dose de estresse e pressão. No
versículo 19 ele escreveu sobre as lágrimas, as tentações e as ciladas dos Judeus que lhe
sobrevieram. Suas lágrimas foram reais e ele sofreu severas provações. Os Judeus armaram
ciladas contra ele, querendo fazer-lhe mal. Se ele escreveu Gálatas a partir desse período, ele
tinha estudos sobre a fidelidade das igrejas. Veremos que ele, também, tinha estudos sobre a
igreja em Corinto. O custo do ministério de Paulo não foi fácil.
Finalmente, Paulo treinou outros para tomar seu lugar quando partisse. Seu último
discurso aos anciãos foi um exemplo disso. Ele sabia que não era indispensável para igreja e
que deveria partir. E quando partiu, deixou para trás um grupo de anciãos, treinados e fieis,
para supervisionar os trabalhos. E também, ordenou a Timóteo: “e o que de mim, entre muitas
testemunhas, ouvistes, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os
outros” (2 Tim. 2:2).
Supervisão pastoral é vital para um ministério. Em Atos 20:28, Paulo diz: “Olhai,
pois por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”. A igreja é
preciosa para Deus e os mais velhos tinham a posição de administrar sua casa. Eles teriam que
prestar contas.
46 Taylor, pg. 100 afirma: “O poder sobrenatural do Salvador estava em sua própria vontade. Ele realizava seus milagres quando, onde e
como quisesse. Sua capacidade de fazer tal obra não era uma coisa delegada, mas inerente em sua própria personalidade divina; mas era
bem diferente com seus representantes oficiais. Eles são operados apenas através de sua sugestão, por isso, a operação de milagres por eles
era subserviente não ao se próprio prazer, mas à sua sabedoria. Paulo podia executar sinais sobrenaturais apenas quando especialmente
ordenado pelo Espírito Santo para fazê-lo. Ele não tinha o privilégio de fazer essas coisas quando assim o desejasse”.
94
quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só lhes agradeço, mas também
todas as igrejas dos gentios”.
O ministério de Paulo fora extraordinariamente bem sucedido e muito difícil. Paulo
mostrou a razão para isso em 2 Coríntios 1:8-11:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia,
pois que formos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que
até da vida desesperamos. Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que
não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos. O qual nos livrou de tão
grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda. Ajudando-nos
também vós com orações por nós, para que pela mercê, que por muitas pessoas nos foi feita,
por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito”.
Um dos objetivos de Paulo, nesta viagem missionária, era fazer uma coleta para os
santos em Jerusalém. Em Atos e nas Epístolas lemos que Paulo reuniu representantes de todas
as igrejas dos Gentios, a fim de que eles pudessem fazer uma coleta para a igreja de
Jerusalém. Isto os abençoaria e consolidaria os Judeus e os Gentios Cristãos.
A base original para o alívio dos pobres em Jerusalém foi estabelecida na primeira
visita de Paulo a Jerusalém. Em Gálatas 2:9, 10, ele escreveu: “… para que nos fôssemos aos
gentios, e eles à circuncisão. Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres:
o que também procurei fazer com diligência”.
Paulo e a igreja de Antioquia fizeram uma viagem com fundos: “Agora, nestes dias
profetas desceram de Jerusalém a Antioquia. E um deles, chamado Ágabo, levantou-se e
profetizou pelo Espírito que haveria uma grande fome em todo o mundo (isso aconteceu nos
dias de Cláudio). Então os discípulos determinaram que cada um, segundo sua capacidade,
enviasse socorro aos irmãos que viviam na Judéia. E assim fizeram, enviando-o para os
anciãos por mão de Barnabé e Saulo” (Atos 11:27-30).
Havia uma série de razões para a viagem. Fome, seca e perseguição dos Judeus na
Judéia significavam que a igreja de Jerusalém estava sofrendo. Paulo parecia estar usando isso
para fechar a evidente brecha que ainda existia entre os Judeus e os Gentios Cristãos. Os
gentios, beneficiados com a propagação do evangelho, poderiam demonstrar sua gratidão ao
ajudar financeiramente os necessitados da igreja judaica.
Taylor observa que a lista de nomes mostra que Paulo previu que os representantes
trariam uma oferta geral feita por de todos os Gentios. A lista incluía Filipos, Beria,
Tessalônica, Corinto, Éfeso e as igrejas da Galácia (1 Cor. 16:1).
97
CONCLUSÃO
RESUMO
Paulo viajou através de Galácia para Éfeso. Em Éfeso, teve um longo e poderoso
ministério. Deus o abençoou com muitos sinais e prodígios. A igreja prosperou e o evangelho
afetou toda a cidade e as regiões vizinhas. Muitas igrejas foram fundadas em Éfeso. Foi a
permanencia mais longa de Paulo e nos mostrou seu método pastoral para com o rebanho.
Então, Paulo foi para Macedônia e Corinto, fazendo a coleta antes de retornar para Jerusalém.
98
CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS
-Gênero literário: (evangelho, história, leis, parábola, poesia, profecia, provérbio, etc).
-como o texto está relacionado aos outros textos vizinhos?
-como o texto se relaciona ao tema do capítulo e de qual livro provem?
Lição 7. Questões
Esta lição tem três partes principais. Na primeira parte Lucas enfatiza a defesa de
Paulo, "apologia", perante os judeus e os gentios. Paul foi a figura representativa para cristãos
judeus e Lucas mostra que Paulo não era um judeu herege, ele ainda estava totalmente dentro
da religião judaica, nem era culpado de qualquer crime sob a autoridade romana. Os discursos
de defesa, total de 50% de todos os sermões e ensinamentos de Paulo em Atos.
A segunda seção destaca viagem de Paulo a Roma. Deus lhe prometeu que pregaria
em Roma e ele pregou realmente, mas de uma forma inesperada.
A terceira seção concentra-se sobre a natureza da missão de Paulo em Roma.
Roma – a lição termina com duas seções curtas para ligar as epístolas da prisão de
Paulo e, também, levanta a questão sobre o que aconteceu depois que a prisão de dois anos
acabou.
Nos capítulos anteriores, Lucas traçou as três missões de Paulo. Lucas completa o
seu trabalho, centrando-se sobre a história da prisão de Paulo e na defesa de sua missão
perante os Judeus e os Gentios. O relato mostra que as ações de Paulo eram perfeitamente
consistente com a religião judaica e não eram uma ameaça para os romanos. Estes dois
objetivos foram importantes para Lucas quando ele escrevia a Teófilo, um romano, e queria
salientar que Paulo era tanto um Judeu Ortodoxo, um Fariseu, bem como, um cidadão
Romano fiel.
Ao considerarmos a defesa de Paulo, é importante salientar que não havia apenas
uma única vertente do judaísmo. Os judeus reconheceram diferentes vertentes dentro do
Judaísmo. Inicialmente, os cristãos judeus eram apenas outra vertente que foi aceita na
sociedade judaica. Em Jerusalém, os judeus, viam o cristianismo como uma seita dentro do
judaísmo. Isto continuou até depois da destruição do templo em (d.C. 70). Foi nessa fase que
as muitas vertentes foram reduzidas a um teste para a ortodoxia e os judeus rejeitaram
formalmente o cristianismo.
A defesa de Paulo consistiu em uma série de discursos diante dos judeus e das
autoridades romanas (ou seja, diante de Felix, Festo, e Festo e Herodes Agripa). Uma vez que
Paulo era a pessoa chave para levar o evangelho Cristão aos Gentios, Lucas quis que
101
compreendessemos claramente a história por trás da prisão de Paulo, bem como, a defesa que
ele fez para suas ações perante aos Judeus e aos Gentios.
Começamos por considerar se Paulo deveria ter retornado a Jerusalém. Depois de um
breve resumo das circunstâncias históricas da prisão e detenção de Paulo, vamos olhar para
defesa de Paulo diante dos judeus e, finalmente, para suas três defesas perante as autoridades
romanas. Como existe uma sobreposição significativa nessas defesas não vamos olhar para
uma de cada vez, mas sim, vamos extrair os principais temas de todas as três.
apóstolo, também, inclinou seu coração para ir a Jerusalém, apesar de os irmãos tentarem
desencorajá-lo. O que aconteceu com Paulo em Jerusalém fora o mesmo que lhe acontecera
em cada cidade. Se combinarmos essas três considerações, vemos que Paulo não estava errado
em ir a Jerusalém.
segunda vez e decidiu que ele deveria voltar a Jerusalém para ser julgado. Paulo, sabendo que
ele seria morto, se ofereceu para voltar a ser julgado formalmente.
Uma vez que Paulo sabia que seria assassinado se fosse enviado de volta, fez um
apelo formal a César. Então, Paulo foi perante Festus, Herodes Agripa e Berenice para ser
examinado pela terceira vez. Eles queriam esclarecer a questão antes de o enviar a César.
Embora todos eles o declararam inocente, Paulo não pode ser liberado pois havia apelado para
Cesar.
Esta seção enfatiza a viagem de Paulo a Roma. Paulo e outros presos foram enviados
a Roma escoltados e submetidos a autoridade de Júlio, um centurião da coorte augusta. Júlio
era mesageiro com especiais deveres de escolta e, que também teria cuidado dos prisioneiros
(Donnely, Ramsey) ou ele estaria envolvido na organização para o transporte de grãos para
Roma, vindos de Alexandria, no Egito, uma parte vital da linha de fornecimento (Bruce 368).
De qualquer maneira, ele era um centurião com amplos poderes.
2.1. Naufrágio
No outono, final de Outubro, eles partiram para Roma. Primeiro em um navio
adramitino que ia para Mirra, na Lícia, onde embarcaram em um outro navio que transportava
milho e passageiros de Alexandria para Roma. Era um grande navio de 500 toneladas e 276
pessoas.
Eles partiram e imediatamente foram impedidos de continuar. Então, seguiram para o
sul de Creta, parando em Bons Portos. O inverno começou e navegar naquele momento era
inseguro. Eles discutiam sobre a possibilidade de continuar. Paulo estava envolvido na
discussão e sugeriu que parassem em Bons Portos. Mas o capitão e o Centurion optaram para
que se partisse dali. Quase imediatamente depois de partirem, foram surpreendidos por um
vento forte que ameaçava o navio. As nuvens tornaram a navegação impossível. Todos no
navio, incluindo Paulo, se desesperaram por suas vidas. Lucas registra "E não aparecendo,
havia já muitos dias, nem sol nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade
fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos" (27:20).
A fim de dar forças a todos a bordo do navio, Deus apareceu a Paulo e revelou-lhe
que, embora fossem naufragados, não iriam se afogar.
Mas, depois de longa abstinência de comida, então Paulo, pondo-se em pé no meio
deles, disse: "Fora, na verdade, razoável, ó varões, ter-me ouvido a mim, e não partir de
Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perdição. Mas agora vos admoesto a que
tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio .
Por esta mesma noite o anjo de Deus de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo dizendo:
Paulo não temas, importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos
navegam contigo. Portanto, o varões, tende bom ânimo: porque creio em Deus, que há de
acontecer assim como a mim me foi dito. É contudo necessário irmos da numa ilha” (27:21).
106
Como tinha sido revelado, eles encalharam em Malta. Primeiro Paulo impidiu que
vários marinheiros saissem do barco pois, se tivessem saido, a vida de todos eles teria sido
ameaçada: "Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e tendo já deitado o batel ao
mar, como que querendo lançar as âncoras pela prôa, disse Paulo ao centurião e aos
soldados: se estes não ficarem no navio, não podereis ser salvar-vos. Então os soldados
cortaram os cabos do batel e deixaram cai” (27: 30).
E depois, quando já estavam encalhados, segundo Atos 27:42-44: "Então a idéia dos
soldados foi que matassem os presos para que nenhum fugisse, escapando a nado. Mas o
centurião, querendo salvar a Paulo, lhes estorvou este intento; e mandou que os que
pudessem nadar se lançassem primeiro ao mar, e se salvassem em terra. E os demais, uns em
tábuas e outros em coisas do navio. E assim aconteceu que todos chegaram à terra, a salvo”.
Ambos os exemplos mostram que a palavra de Deus se cumpriu. Ninguém se perdeu.
Mostra como Deus usou Paulo para cumprir seus designos. As lições desta seção do livro de
Atos espelham aquelas de outras seções, sendo particularmente intensa. Lucas destacou a
providência de Deus, a forma como foi elaborada, e a sabedoria de Deus na maneira como ele
ordenou cada acontecimento. A visão mostra que Deus ainda estava com eles, que a
tempestade não poderia parar os seus designos, e a necessidade para a responsabilidade
humana. Paulo teve de tomar medidas para impedir que os homens saíssem para que se
cumprisse a vontade de Deus. Finalmente, os propósitos de Deus foram concretizados. Toda a
narrativa mostra-nos como Deus os trouxe a Roma através de seus tortuosos caminhos.
2.2. Melita
Os náufragos foram orientados a nadar até chegarem em terra, uma ilha chamada
Malita. Paulo foi picado por uma víbora, levando os moradores a acreditar que ele fosse um
homicida e, portanto, tinha que morrer. Como Paulo não morreu, eles mudaram seu parecer,
dizendo que ele era um Deus (28:6). Mais tarde, através de Paulo, houve um milagre com um
cidadão líder da ilha. Lucas afirma: " E ali, próximo daquele mesmo lugar, havia umas
herdades que pertenciam ao principal da ilha, por nome de Públio, o qual nos recebeu e
hospedou benignamente por três dias. E aconteceu estar de cama enfemo de febres e
disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele, e o
curou. Feito pois isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham
enfermidades, e sararam. Os quais nos distinguiram também com muitas honras: e havendo
de navegar, nos proveram das coisas necessárias" (28:7-10).
107
A viagem romana destaca a natureza da vida de Paulo. Ele era um homem prático,
um viajante, bem informado sobre os acontecimentos no mundo. Ele tinha uma personalidade
forte e habilidades naturais de liderança, e com isso, ele emergiu rapidamente como o líder.
Essas habilidades foram fotalecidas e assistidas pelo poder do Espírito Santo.
Eles permaneceram em Malita por três meses, em seguida, tomaram um navio para a
Itália.
menciona que ele foi encontrado por dois delegados da igreja romana no caminho de Roma.
108
"E havendo-lhe eles designado um dia, muitos foram ter com ele à pousada. Desde
manhã até a tarde ele expôs a eles, testificando o reino de Deus e tentando persoadí-los a fé
de Jesus, tanto pela Lei de Moisés como pelos profetas. E alguns criam no que se dizia; mas
outros não criam".
Nestes dois versículos, Paulo reafirmou observações iniciais de Cristo em Atos 1:3-8.
Ele explicou o reino de Deus e convenceu-os a respeito de Jesus, de Moisés e dos Profetas.
Lucas enfetizou sobre o reino de Deus no início do trabalho e aqui no final mostrou,
novamente, que este é o tema mais importante.
A seção termina com a advertência de Paulo aos judeus. Em Atos 28:26-28, lemos:
"Bem falou o Espírito Santo estava certo em dizer a nossos pais pelo profeta Isaías:" Vai a
este povo, e dize: "De ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e vendo, vereis, e
de maneira nenhuma percebereis. Porquanto o coração deste povo está endurecido, e com os
ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos, para que nunca com os olhos vejam,
nem com os ouvidos ouçam, nem com o coração entendam, e se convertam e eu os cure. Seja-
vos pois notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão”.
Paulo citou um versículo de Isaías, que era o mais frequentemente citado no Novo
Testamento.48 Ele argumentou que assim como os judeus responderam nos dias de Isaías, e
que eles continuaram a responder (Isaías 6:9). Eles foram orientados a ouvir e ver, mas não
compreenderam ou perceberam porque tinham endurecido seus corações para a verdade. Eles
recusaram a palavra e agora eles não eram capazes de ouvi-la. As ações de Paulo indicam que
ele terminou sua evangelização junto aos judeus e que agora voltaria para os gentios (Ver
Romanos 11:25-32). Se a mensagem tinha sido um fracasso para os judeus, a missão
continuou a ser um sucesso para os gentios.
48 Este verso também é citado em Lucas 8:10, 13:13-15 Mt (inteiramente citado), 4:12 Marcos, João 12:39ss
109
converteu muitos. Em Filemon 1:10 ele afirma: "Rogo-vos por meu filho, Onésimo, cujo pai
tornei-me na minha prisão." Onésimo era um exemplo do fruto da pregação de Paulo. Muitos
dos colaboradores de Paulo o visitaram em Roma, recebendo instruções e mensagens para as
igrejas.
O cooperação de Timóteo a Paulo foi um exemplo de como ele continuou seu
ministério para as igrejas enquanto estava em Roma. "Espero no Senhor Jesus que em breve
vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo de vossos
negócios. Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso
estado. Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus. Mas bem sabeis qual
a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai. De sorte que espero
enviar-lo assim que tenha provido a meus negócios. Mas confio no Senhor, que também eu
mesmo em breve irei ter convosco”. (Filipenses 2:19-24).49
Não é certo, mas é provável que Paulo escreveu, em Roma, as chamadas Epístolas da
Prisão, ou seja, Efésios, Filipenses, Filemom e Colossenses.
Atos 28:30,31: "Então Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que
alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo. Pregando o reino de Deus, e ensinando com
toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum”.
Lucas concluiu seu livro observando que Paul passou dois anos preso em sua casa.
Paul ficou esperando que seus acusadores viessem e fizessem acusações formais. Lucas não
nos diz o que aconteceu em defesa de Paulo ou, até mesmo, se os judeus vieram e o acursaram
formalmente. Se ele ofereceu alguma defesa, esta teria sido a mesma que fez em Cesareia.
É mais provável, que Paulo tenha sido libertado antes de Julho de 64 d.C., quando
Nero falsamente prendeu e acusou os Cristão de atearem fogo a Roma. Paulo teria, então,
viajado por mais dois anos antes de sua última prisão e martírio.
Os últimos versículos resumem o tema principal do livro. Paulo estava na prisão. Ele
estava sofrendo por causa do evangelho, mas a palavra de Deus continuou a se propagar. Atos
termina com a palavra "sem impedimento algum".
49
110
CONCLUSÃO
RESUMO
Embora advertido que sofreria se voltasse a Jerusalém, Paulo retornou com a coleta
das igrejas dos Gentios. Paulo foi preso no templo e manifestou sua defesa perante o Sinédrio.
Eles estão divididos. Paulo, então, fez a sua defesa perante Félix, Festo e Herodes Agripa e,
em todo momento, eles concordaram que ele não infrigiu nenhuma lei Romana. Paulo não
era um herege ou um agitador romano. Paulo, então, viajou para Roma. Ao chegar a Roma,
evangelizou os judeus e depois de ser rejeitado, voltou-se para os Gentios. O livro de Atos
termina com Paulo na prisão em Roma.
111
CONSIDERAÇÕES LITERÁRIAS
-Gênero literário: (evangelho, história, leis, parábola, poesia, profecia, provérbio, etc).
-Como o texto está relacionado aos outros textos vizinhos?
-Como o texto se relaciona ao tema do capítulo e de qual livro provem?
Lição 8. Questões
BIBLIOGRAFIA:
- Beasley Murray, G.K., Baptism in the New Testament, Eugine, Wipford & Stuck, 2006
- Bruce, F.F., The Book of Acts, Grand Rapids, Michigan, Eerdmans, 1988.
- Bruce, F.F., Paul, Grand Rapids, Michigan, Eerdmans, 2000.
- Blomberg, Craig L., Jesus and the Gospels, Nashville, Tennessee, Broadman and Holmes,
1997.
- Carson, D.A. and Moo, Douglas, An Introduction to the New Testament, Grand
- Rapids, Michigan, Zondervan, 2005.
- Conybeare, W.J. and Howson, J.S., The Life and Epistles of Saint Paul, Grand Rapids,
Michigan, Eerdmans 1949.
- Donnelley, Edward, Unpublished Lectures, The Life of Paul, Trinity Pulpit, Montville, New
Jersey, No publishing date.
- Eadie, John, Galatians, Electronic Copy, Accordance Bible Software.
- Ferguson, E, Evangelical Dictionary of Theology, Edited by Walter A Elwell, Grand Rapids,
Michigan, Baker Books, 14th printing 1999.
- Green, Michael, Thirty Years that Changed the World, Grand Rapids, Michigan, Eerdmans,
2004.
- Hendrickson, William, Survey of the Bible, Grand Rapids, Michigan, Evangelical Press,
1977.
- Jervell, J., Luke and the People of God, Minneapolis, Augsburg Publishing House,1972.
- Johnson, Dennis E. The Message of Acts, Phillipsburg, New Jersey, Presbyterian and
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- Marshall, I Howard, Editor, Witness to the Gospel, David Peterson, Grand Rapids, Michigan,
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- Marshall, I Howard, Acts, Tyndale New Testament Commentaries, Grand Rapids, Michigan,
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- O’Brien, P.T., Gospel and Mission in the Writing of Paul, Grand Rapids, Baker Books, 2001.
- Pollock, John, The Apostle, A Life of Paul, Colorado Springs, Colorado, David C. Cook,
1985.
- Ridderbos, St. Paul’s Epistle to the Galatians, Grand Rapids, Michigan, Eerdmans, 1953.
- Stalker, James, Life of Paul, Uhrichsville, Barbour and Company Inc., 1994.
- Squires, Witness to the Gospel, nota de rodapé a ser inserida.
- Taylor, William M, Paul the Missionary, New York and London, Harper and Brothers, 1881.
114
- Whyte, Alexander, The Apostle Paul, Cincinnati, Jennings and Graham, sem data de
publicação.
115
Paulo é a figura central no livro de Atos e sua vida nos ajuda a datar o livro. O que
será mostrado a seguir foi retirado de um artigo muito útil: "A Vida e as Epístolas de Paulo"
de John A. Battle Ph.d. pelo " Western Reformed Seminary" (www.wrs.edu). O artigo é
apresentado na íntegra, mas eu mudei a formatação.
Para se entender e apreciar a vida de Paulo devemos nos familiarizar com o contexto
geral dos tópicos e com as datas dos eventos importantes. A descrição mostrada a seguir foi
retirada de Frank J. Goodwin, A Harmony of the Life of St. Paul (A Harmonia da vida de
Paulo). Datas foram alteradas com base nas evidencias que seguiremos e a data da escrita de
Gálatas foi ajustada. Os alunos devem estar familiarizados com essa descrição.
Eventos da cronologia de Paulo:
-Gálatas foi escrito em Éfeso, em algum momento em 51-53 d.C. [ultima data; tradicional].
- I Coríntios escritas em Éfeso, 53 d.C.
- 2 Coríntios escritas em Macedónia, 53 d.C. -outono.
(Talvez Gálatas foi escrito em Corinto, do inverno/primavera de 54 d.C. [data mais recente]).
- Romanos foi escrito em Corinto, 54 d.C. -inverno/primavera.
10. Entre a primeira e a segundo prisão romana, aprox. 59 d.C. - aprox. 64 ou 67 d.C.
- I Timóteo escritas em Macedónia
- Tito escritas em Éfeso
tópicos. Esses três sincronismos fornecem a estrutura pela qual a cronologia da vida de Paulo
pode ser trabalhada. Mesmo assim, algumas das datas são aproximadas, e outras são incertas.
Imperadores Romanos: Augusto 30 a.C. – d.C. 14, Tibério 14-37 d.C., Calígula 37-41d.C.,
Cláudio 41-54 d.C. e Nero 54-68 d.C.
Seu poderoso irmão, Palas, o ajudou temporariamente (ver Josefo, Antiguidades dos Judeus
20:08:09).
- Um pouco mais tarde Nero o removeu do cargo e o substituiu por Festo (ver Eusébio,
Historia Eclesiástica 2:22:1).
- Para obter um resumo sobre a carreira de Felix e Festo, (ver, F.F.Bruce, História do Novo
Testamento, pág. 343-47).
- Evidências recém-descobertas mencionam uma data mais antiga nessas inscrições. Uma
moeda do quinto ano de Nero apresenta a gravação dos nomes dos cônsules para o ano de 58
d.C., com uma inscrição dizendo que era o terceiro ano de Festo.
Portanto, o primeiro ano de Festo teria sido 56 d.C. Paulo estava preso em Cesareia por dois
anos naquela época (Atos 24:27).
- 1.5 Ver Jack Finegan, Cronologia do NT, New ISBE, 1:691a. Ele menciona esta moeda
como uma "nova evidência micrográfica, descoberta por J. Vardaman". Observe que F.F.
Bruce (Historia do NT, 345-346) menciona a moeda a partir de 59 d.C., mas diz que isso
marcou a mudança da cunhagem da moeda, com Festo ainda começando em 59 d.C.
119