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wêmmau êMMüil.

^^

VOL. I.
T7 15 DE DEZEMBRO DE 1943

Ptlllf I:4Mi%
-^*9<y,4&>o>>w~-

aggregodo
"lu
cismo, na cathedral de Colonha , foi o.
ld\lVERSIWA»I>. de l.Uerutu
universidade como professor
«tor MK*
O (.,|ebre orientalista llammor , buns dos
u ***** d* ***** ***** Iktomano , he lio|0
Notkia clironologicii
no Al!.,.,»..!.., (I)
foria do império
,,1,1,.. «rtiialinento cxi.U-nte» seus luzeiros.
brilha m» de liadi).
mm muito tempo a Allemanha HKl.üEMlEUC (. dVi-u-ducui/o
numero e grande/a a 800 **][££>
-=9Je Bwncio da Europa pelo oss.m como pela lem 30 pro.cssore, , 730
universidades , os cursos de direi»,
HM Os ei- dos quaes 2..0 o 300 seguem e de Chi
merecida celebridade de seus proíeaores. . BOQ a 230 os cursos de medicina
consogu.ntemente.om
ES (,a Minerva nao veruo o mais nota
interesse Q seguinte resumo sobre llor.ns Io. ahi
a de huma dotação de 74,000 ahi encon-
vcl de cada huma dellas.
L JSm ***> PulTcndorf;;
PRAGA (Império dAustria ). sy;luniuio i. mc. *?*£££. toda I 1¦¦ • A
wbroj tor .Io litteratura grega em
Fundada pelo imperador Carlos IV, boje 07
de Paris, conta
modelo du universitlude
alumnos EsU 0W»J»d«ie,
professores, e 2,000
Sua representou hum tuo brilhante papel nu meu
em mann , num __ai„ Th hanld . <|uo pri-
iiltulf. tinha cabido em completa decadência Ilus- temporancos; o lunscomiuUo
TIM ,
conseqüência das desordens causadas pelos
sitas. Maria Theresa deu-lhe huma
nova ; José II. Francisco 1, e o imperador
organisação

Possuo
reinante,
huma
uimVS^^S^
a enriqueceram consideravelmente.
130,000 volumes e de
bibliotlicca composta do
são
9,000 manuscriptos; suas collecções acientiGcas
e seu obser- com grande d,.-
admiradas cm toda a Allemanha, nessa universidade
ile »er ^temente
vntorio , recentemente restaurado , acaba
A universi- tincç.o.
dotado do magníficos instrumentos,
dada de Praga distingue-se por seus cursos
de me- LEIPSIG (ilw'«o da Saxòniá).
tlicinu c de theologia catholica. e 1,000 .1,200
Conto hoje o\ professores dc 100 000
alumnos ; possuo huma b.bl.otheca
Y1ENNA [Capital d'Áustria). e magntfco a-
o umes íum jardim botantoo.
Contém 94 professores, 1,900 discípulos; pos- dehoratorios Foi nesta universidade que ãs^a. -
Lulii-ro.
suo huma riquíssima bibliotheca, e collecções sustentou
anatomia importantíssimas. Frederico von fecn e-SSado de Melanchton ra o
sus dissertações publicas con P
solemne ao cattioii- ^
gol, depois de sua conversão tock, Lessing, Goethe, Ie£> Pauto
os «bo P
fran- abi. Distinguem-se, hog
(1) Ealn noticia ho cxt.aliida de lüvoruas publioaç-os
ci".!is sobro a Allomanha, o da revista ingleza o —Bntish
scienlifíc fícposiiory.
«Ir

SCIENCIAS
Dti
addido a «Ia
desta mi*maia> antigos da Gtrmania , otba-se
dl. '|i„guas hebraica I choldoica lente de historia; oei.tomolo-
de toleronc.. universidade como
,|„ pnmciro aclo , em Snxonia, ensina hum dos ramos da me-
gista \\ iedemonn
.ui favor dos Israelitas. dicina, I l»a(T as sciencias naturaes.
dtBaie).
HIEYBIRG (Ürüo-ducado IIAUE (Rdno da Pruuia).
a sua bibliothc-
15 nrofessorc*, Í100 alumnos*
esta un.vcrstda o Distingue-se por seus cursos de sefencias pbi-
,-a «Ka 100 «H» volume, A ou ts- losonhicas: o numero
dos l*?^™
Vi°i
,.»tã annexa bum seminar.o pb.lolog.co, destinam o o dos oluu.nos de 900 a 1.000. O philologo
sei
cia normal, par. » moços quo Ebcrbard , o naturalista Spriii-
Bus», que l»ott, o pbilosopbo
ao ensino das bcllas-lctros. O doul-r uhi ««cl' Wolf, o continuado» do systema do Leib-
wreveu varias obras «le economia político diwjudoa, da meia idade,
A esta un.vcrs lodo nitti Leo, historiador O governo prus-
pU-sso os .-iencias políticos. professam nesta universidade. ensino
os celebres protetores I u - 'iano o da pb.loso-
pertenciam, lia pouco, acaba dc probibir ahi
do
Lr ! rUhtk , da cornara dns representantes phia do llcgcl.
l.ode, c chefes da opposição IM j-V««
,.xiRio como medido dc estado a suu expulsão, BUESLAl («fino àa Pruttià)*
do seu; retratos cm to- Ho as-
,. «ti.- prt.bil.io o venda 49 professores, 800 a 900 discípulos.
dn confedcraçco. de direito o medicina ;
dus os paiies iicnalado por seus cursos o
do 170.000 volumes
TIBINGEN [Reino de Wurtemberg). Sm huma bil.liotl.oca
llaln-
estudantes. NVachter pre- hum grande observatório. O orientalista foram
W professores , 800 J0..0 Scbocn
dc NN ur- dai, o sábio jurisconsulto Runge, o descobridor
si.l.-nte da segunda câmara dos estudos esta universidade.
dc direto pubhco nddidos a nrofesso chimica , c Uri Hescn-
tsTmW, bc8boic professor o osab.o da eafiina,
O Lblan.l do huma tia-
Mt, universidade. poeta konz , discipuio de llegel , aurlor
Mkhaelis, cuja consulta tamanha. ulleman , rege a cadeira de btle-
jurisconsulto abi oecupam ca- toria da poesia
?as excitam no rei de Hanover el-O,00ü tatura.
deiras Ella tem huma bibl.otheca2,000 —-
umes , 10,000 dissertações . . GOTT1NGEN [Reino de Hanover).
annual bc do ÍOO.OÜÜ 11 , rei
crintos: a sua dotação
autor da lltsto- Esta universidade , fundada por Jorge e
no in . O mui celebre Strauss, e que acaba de ser violcntaua
Jesus Christo . era repet.tor no seminar.o de Inglaterra , e inepto rei Ernesto,
ria dc dispersado pelo arbitrário
universidade.
evangélico o theologico anncio I contava 89 lentes o 1,000 a 1,200
estudantes.
hnm museo
KOEN1GSBERG [Reino da
Prússia). A esta instituição estao anncxus:
de historia natural , bum jardim botânico , hum
23 professores, 300 a 400 BlomBOtójg«e mui rico cm instrumentos. Os seus
numerosa b.bl.otbe- observatório mais afumailos boje sao Blumenbacb,
hum jardim botânico , huma e «cos ga- profisso.es
ea bum observatório astronômico , o morrei. os dous riank . Hugo
e Conradi.
SnaS WuA abi nasceu , professou,
e Boblen professam boje BERLIM ( Reino da Prússia ).
(172Í-.80V )• Jaoobi seus
eom immcnsa superioridade. Esta universidade, que distingue-se por
direito, de , dc medicina
1ENA [Grrto-ducado de Saxonia-Weimar). cursos dc pl.ilost.phia
etheoloRia.compoe-sodo 127 professores, l.iOO
Esta universidade , fundada em commum pelos seja huma das mais
n.a-Gõtha a 2,000 alumnos. Bem que
duques do Si.xonia-Wei.nar e bax< indl- modernas du Allemanha, cila so ufana, graças
Coírorgo e Meissiogen , bo a_propr.cih.dobo)e oi à solicitude do governo, dc encerrarem sou soo
conta
vidi.ladest.ts tres príncipes. Ella eminentes de toda a confedera-
430 a 000 alumnos, o d.stmgue-so os homens mais impnmio a le-
professores,
seus cursos de phihwophia. O gron- çiio ; o jurisperilo Sovigny , que o encyclope-
sobretudo por
o natura- aiilocfiO huma direcçRo histórica ,
de Scbilleí ensinou alli hullas-lctros ; Bopp, traduetorde
soicnl.í.cos dicollumboldt, o oricntalislo
listo Oken , fundador dos congressos seu dtsci- Damayanli , Marknccho, que tem formulas pa-
0
na Allemanha, e n.ctiipl.ysico Fiohte un.vcrs.- ra todas ns sciencias, e para
todas as historias,
também neslu
LiMing, professaram reconstituio todo osys-
pulo he hojq o ur. o phijologo Bockb , que
dade , cujo primeiro ornamento tenta administrativo í econômico das republicas
Wolf. do Grécia antiga, o sábio econscicncioso Ritter;
KIEL [Ducadotk Ilolstein). Ranlie, o historiador imparcial do pontificado,
O dou- I Sluhr, o analysta philosopho dos estados pnmi-
20 professores , 200 a 300 estudantes. tivos.
tor Werts-, autor da Historia dos monwmctfftw
SCIENCIAS. U7

p,u,iia)• nha dei a dote mil alumnos cada anno. .Mas,


BONN (W«'»° * quando a reforma
chamou o úi»cu».ao a liutii
terreno mais racional, os profoison-t de Bolonha
seu
v4ta universidade, que deve gaM* caliiroiu tun descrédito , «MM il lembrança do
Ja Mi aai Wl, . bj
JSS à onstituiçio duas mulheres celebres, Magdalena »• naigiton o
a tem de 900 o l .000 rapa o o
SS por 50 professores,
ahi direito I ph.losoph.o llolti/zia (íouaiii. que .iü veitiram «
ZSaX, «**«¦ doutorai, exemplo fo. seguido .mm
ma.s vasta. ; ab-m barri-lo que
íh bliotheca hehumada, de medicino .
botânico, possue huma coll.açoo larde por Laura Bawi, prole»'.ora de anatomia e l
Io I.um jardim ieitora
da antigüidade. Mia Madona Manzolino,
Ji i lotuas mais celebres tignont Clotilde Tamborini, pri.lcs.ora adjiincta I
Niebuhr, o r-rofessao bojo Urond. com o padre Hanah-- . quu
professou sobre ****** cadeira de grego
Io profundo nos conhecimento, a escola do blto fechou nestes últimos annos a luta das mulhc-
íaaa seus commcntorios sobro
nella bri- res justamente celebres. domínio ,
. Kibre as doutrinas de Xenophonle; Napolefto lirmou o de suas
o historiador das cidades muni- Quando oco-
Iham llulmann, it., Itália, foi Bolonha
mi- águias triiuiiphantes
is da meia idade; Noggerolh . primeiro War- ihi.1.1 para ser a sede de huma das Ml uni-
o junsconsulto dislnicrjo hon-
ncralogiste da Allemanlia;
"cr col- versidades que se conservaram ,
tr.ductor do Shakespeare. universal...!.) gramlo
Brfagal. dado a aquello
do Scl.iller, amigo e conselhe.ro d- rosa que teria ,eioul.f.co da I o-
moviiuenlo
orador
do Pugga , quo pod« ser colloe ascendência sobre o 1815 nau v.esse.n
S Stoel | ninsula, so os suocessos de
cado entro Savigny e Schclling. A Au-.-
iestah-'lcce-la sob a inüuencia do pap. vou
lUli-nos
MIMCÜ (Reino de Bavitra\ tfk veda lu.je que seus subditos
o o den.iltei M profes-
outro tem- ixtudar a Bolonha , popa
bsta universitlode , cuja sede era em sores em que sujeita tendência ao liberalismo;
1.W sem-
mmLamUhut, tem boje 18 professores a „o entanto a palavra libertas conservo-se
compõe-se de l.iO.UUU dt- Bolonha, cruel
Lluinnos. A sua bibliotheca ca- pro inscripto na bandeira
volumes e 2000 manuscriptos. .V theolog.a,depois MMfM0 na situação polilica em que esse pa./.
,
tholica Horcsce ahi; o Prussiano Ga-rres num so acha! . .,„_„
achou
de ter sido condemnado em Berlim ,
a Nao foliaremos nem da Sapienza de .torna,
rei
asvlo nesta universidade , c foi BOStO pelo nem da imiversidade de Nápoles
o do roscaria.
noturul.std
testa do ensino do Bavicra. O sábio numero de estudantes freqüenta .
cx-redoctor do Isis, c professor e.n lona, | «uo grande incompleta e qua-
Okon, ei- aproveitando-se da instrucçao liberalmente of-
sendo forçado a deixor os estados de Saxon,a-\\ si toda theologica que lhes he
libcracs, foi adm.i-
mar por causo de suas opiniões forcei J*..
tido nesta universidade. sem porvir
No Bélgica, paiz manufactureiro, media-
obscura
Õ ensino universitário nas outras partrs
da político, condemnado a buma necessom
Europa. E, nova orde... do cousas julgou
instituir universidades. A antiga uni,u-
inlluen- quatro
A universidade do Pavia, quo sob a as do GantlI, Lugo
dos .idade de Louvain ajunlou-se
cia dos Spallanzani, dos Volta, dos T.ssot, este estado, quo huma s„
alta ce o- o do Bruxollas; e
Frank , dos Scarpa tinha chegado ô mais Obra notável oinda não produz.o
obfaas MM,
bridado , acha-so hoje agachada debaixo do sccptro 4,000 profes-
a religião ou as sciencias, possue
de ferro do Áustria. Ho subordinada em tudo *
universidade de Vionna, sendo mesmo obrigada «res universidades do llollonda
Leyde
T
i lubmettor-lhe a nomeação do seus professo- Ltrocbt e Groninguo sò recebem 1,000 B 1,4W
res o seus projectos de estudos. A universidade alumnos, numero ainda assim nim.amente con-
deie Padua
rauua tombem vive »ujt"«
latiiucui sujeita Ȉ policia r- inqui-
¦ . deste paiz.
. > ¦ „• . _ a« occupaclo
.......,.,,,...1,1 do suas cadet
iii. suas catlet- siderovel para as necessidades
silorial tle Yicnno j e universitário da França, sendo mu.-
O ensino
ras por grande numero de professores allemaes si* sllsjofo m-
to conhecido, nós o passamos da
derrama entro os estudantes desanimo profundo, das un.vcrs.dades
lembrança do sua nacionalidade menos- to artigo, para oecupar-nos
ja pela nenbu.no Wjmjgmmt
entendem as Grâo-Bretonha , que
prezada, jà porque nem sempre as univerdades do cont.nente Bit» ***£
explicações que lhes dá o professor. ou ao menos *&:&"gfifâ
mentos,
Até o fim do ultimo século, os frades proles- versidodes de Inglaterra , Oxford Ca.nl ridge
sores da universidade de Bolonha não tinham en- ajwaoja
todos os abusos, todçM?
sinado senão huma theologil rancorosa e sopbis- resumem No cont.nente vemos a portas
tico, o as subtis argucias de huma jurisprudco- séculos passados. abertas a todo. o mtf* , aqw.
cia chicaneira, sciencias muito saboreadas nos das acaüemias estão trancadas a todos
os que
•teulos X1Y e XV, o quo attrahiram a Bolo- pelo contrario,
98 SCIENCIAS.

se apresentam sem altas recommcndoçoes, e que Universily Collegt, cujo ensino he ao mesmo
uu" pertencem à igreja estabelecida; alli vemos tempo litterario o profissional. KHe divide-se em
os professores reduzidos a hum salário in»ulli- dous ramos prin.ipucs: hum que abrange a pin-
t tente, e obrigados a distinguirem-i-e muito para losopbia, a historia, a economiu política, o
gozar de alguma consideração; i-iu Oxford e (iam- direito inglez, as malhematicas, o estudo das
bridge os achamos enormenit-iite retribuídos, in- línguas do oriente o do occidente, mortas e
ile|ieiideutes dos impondo-
podêres do estado, o vivas; e outro quo comprehendo a medicina o
lhes leis em vez do receber ns suas. Km fran- sciencias accessorius. Hum niuseo de historia na-
ça o na Allemauba os estudantes pobres estão iiii.il, jardim botannico, huma hihliothvca aaa..
sempre em maioria nas universidades; em In- siderai ei, laboratórios e amnliitlieiitros, foram
.il.iii-ii.i os lilhos dos baronnets, dos condes o creados no interior do estabelecimento. O Lon-
duques, em virtude da influencia tle seus pais, dun Universily Colltge nao tem oindo o direito
sao isentos da maior parte das condições impôs- do conferir grãos; os possuidores tle 100 libras
Ias im iillin do plebeo, o predominam nas uni- e os doadores grottiitos do b0 librus gozom tio
versidadcs. Aqui a censura nao pôde recahir sobre direito du fa/er odmittir cada anno hum pen-
a extrema facilidade do accesso destas institui- sionista gratuilomente. O seu presidente he o
çoes, como cm outras nações, mas sim sobre famoso orador da câmara alta, lord Urougham.
o abuso contrario das demasiadas restricçoes, Hum anno depois da creação tio Lonthn Uut-
SOM as sonim.is excessivas prodigalisadas os prin- rersily Cullege, huma nova sociedade, para neu-
cipacs universidades, e enilim sobro o systema Iralisar sua influencia anti-religiosa , fundou o
•.idoso de ensino, Londun King's College sob o patrocínio dos
que, em troco de (ao extra- gron-
ordinárias dotações, nao fornecem senão huma des dignitarios da Igreja e dos membros mais
iiistriict-.ii. imperfeita. (Kitird e Cumhridgo ab- urlbodoxos da aristocracia.
surtem só ellas duas a somma espantosa de hum Acima destas duas instituições, levanta-se , ain-
milhão de libras esterlinas cada anno; ao passo da que do huma data mais recente, o London Ctn-
<|ue as -Jl iiiincrsidadcs da Allemauba mio despem trai Universily , que Climas pessoas confun-
tlem todas reunidas mais do dein com aquellas.
que 200,000 librai
esterlinas, e
que o budget geral da instrucçao Esla instituição foi areada por cartas
paten-
publica eni França eleva-se , quando muito, a les dfl Guilherme IV, em 183G; mas a rai-
700,000 libras esterlinas, somma em que se acha nha Vicloria as revogou, dando-lhe huma nova
comprehendida considerável parle das despezas carta em íi de novembro de 1837 , segundo a
do inslrucção primaria c secundaria.
qual a nova universidade ho dirigida por hum
A Grao-I.rehinlia conta bojo nas diversas cir- senado composto de cinco membros, do chancel-
cumscripçous de seu território dez universidades ler ; e o jiessoal dos professores be elevado a 36.
que conferem gráos, o são as seguintes, na O soberano da Grao-llretanha he o visitodor da
ordem de sua origem e importância: Oxford universidade.
,
Cumhridgo, Londres, Kdiuiburgo, Glasgow , Gol- Este grande estabelecimento foi
logio Real do Aberdcen, Marechal, S. André, provisoriamen-
tu installado no esplendido
Santa Maria, e em Irlanda a universidade de palácio Somerset House,
situado entre o Tâmisa o o Slrand. O iim dc
Dubliro, sua fundação foi regulai isar c inspeccionar os es-
Emquanto a mór parto das antigas úniver- tudos , que tem lugar fora das universidades de
sitiados inglezas dormem o somno da indolen- Oxford e Cambridge , nas diversas academias
• ia, eis Londres, ,
quo altiva do seu titulo de que su náo querem submelter a todas as exi-
metrópole politica , procura também tornar-se
gencias da igreja estabelecida : missão importante,
n centro do movimento scientiíico dos três reinos.
porque só em Londres nao so contam menos do
.Km 1827 hum sentimento hostil às universida- 10 escolas do medicina ,
des de O.xfonl o Cambridge, levou quo dão diariamente
grande nu- 150 cursos sobro ililTerenles ramos das sciencias
mero dc pessoas ricas o amigas do médicas. O London central universily confere
progresso a
ruuuirom-sc para crear hum estabelecimento do certificado do capacidade ás
pessoas desejão
instrucçao publica, em
que fossem admittidos, formar estabelecimentos de educação; quo e dirige ao
sem distineçáo alguma de fc religiosa, todos os secretario do estado do interior relatórios sobre a
moços que se quizerom dedicar aos estudos supe- situação das dilTercntcs escolas universitárias do
iiores. Este estabelecimento, fundado reino. Os homens
eionislas que esperavam tirar algum lucro por ca- quo na Inglaterra promovem a
de civibsoção de seu
seus capitães, e por doadores paiz fundam altas esperanças
gratuitos, fez cons- neste estabelecimento, o único
•ruir hum
palácio magiiilico no Grower Street acha isento dos que na verdade se
para receber os professores o discípulos da nova graves defeitos quo se podem
assignalar em todos os outros.
instituição. He abi
que se acha hoje o London S. T. II.

\
,1»»»«t»»t»»*«*»k>t»»1»,»,.

MtWYB KA W*ifcvík%

II IM.itAItIO Sro. marquesa do Maceió, dama de honor a


Exma. Sra. D- Elisa Leopomioa Carneiro Leão,
viscondesso de S. Salvador do Campos, voador
tia Ttatsm '|tio Im n Nápoles o conego Mnnoil Jtiu- o Exm. Sr. Braz Carneiro Bcllcns, uçafuta a
tiuiiii du Silveira, nu iptulidaile tle OBpeltO dn eu- lllina. Sra. D. Isabel de Beaorepeiire, medico
muro do Sun Mugi-aiadu u Imperatriz do Uruail • o Illm. Sr. Dr. Francisco Freire Allemao, capei-
u Sru. D. TliirrotMi Cliriatiiin Mtiria, u bonlu tlu lao o conego Manuel Joaquim du Silveira ,
fiugutu Co*t*.i.uíf«o. relreta a llínin. Sra. I). Seiihorinha Silveria
Alies, o muis pessoas do serviço da iiiesmu au-
Ajustado 0 casamento de S. M. o Imperador gusta Senhora.
Foram cruéis os primeiros sete dias de via-
do Brasil o Sr. I>. 1'edro II com a augustu experimenta-
princeza real do reino das Duas Sicilias,
a Sra. gem, por causa das cultnas que
Maria do Bourbon , mos com excessivo calor ; no oitavo porém , so-
I). Thercsa Cbristina pelo
navegámos o mar até o
Fxm. Sr. conselheiro Bento da Silva Lisboa, prando nordesto , para
a Europa em deeinto-nono, em que, mudando o vento, CO-
que para esse lim partira para ineçou a soprar benigno na latitude S. 27" 7'
missão especial, apromptou-so no porto do llio
de Janeiro huma divisão naval, cujo comutando o longitude 35ü W O Cw ; ao vigésimo primei-
foi dado ao chefe do esquadra gruduudo o Esm ro, 26 do março, passámos a sotavento da
Sr. Thcodoro de Beaurepoirc , composta de tres ilha da Trindade o mui peito delia com huma
vasos do guerra, a fragata Constituição , do Cl brisa regular. Com ventos mais ou menos be-
nignos continuámos nossa viagem, e passámos
peças, commandado pelo capitão de mar o gtier- a equinoxial no dia \ do abril, com 30 do
ra o Illm. Sr. José Ignacio Maio, e as cor-
vetos Dous de Julho o Euterpe, coniinundadas, viagem, na long. 27° 46' O Gw. Foi-nos esta
nao experimentamos
a primeira pelo copitão do mar o guerra o passagem propicia, porque
Illm. Sr. Pedro Ferreira do Oliveira, o a so- calmas, tao incommodas aos navegadores. No
dia 3o' do abril, com SC dias do viagem , pas-
gunda pelo capitão do fragata o Illm. Sr. João
Maria Vandenkolk. Deu a divisão à vela do sámos a sotavento das ilhas dos Açores sem as
referido porto no dia 5 do março do 1843, lo- ver. e a 7 de maio , antes do meio dia , vimos
vando ti fragata Constituição a sou bordo o as torras quo tanto desejávamos, e que iam pftr
embaixador extraordinário do S. M. o Impera- termo á longa viagem do oceano. Hum senti-
dor junto à corto do Nápoles, o Exm. Sr. monto do alegria so apoderou então de todos:
comniendador José Alexandre Carneiro Leão, o na verdade quo a appariçSo do terra para o
bojo visconde de S. Salvador do Campos, o lasso navegante, acostumado à vista monótona
secretario da embaixada o Exm. Sr. com- de mar o lirmamento, ho bum balsamo saúda-
mendador Braz Carneiro Bellons, e a comitiva vel quo o conforta o lhe faz esquecer as fadiga*.
du
tle S. M. a Imperatriz, composta do seu m6t- e os perigos por que passou. A's 3 horas
bem o cabo Esporlel e a
domo-mór o Exm. Sr. Ernosto Frederico do tardo distinguia-so
bahia de Jeremias, em cujas praias se quebra-
Vcrna Magalhães Coutinho, gentil-homem da horas jã a
câmara do S. M. o Impcrodor e grondo digni- vam as ondas com placidez. A's 7
tario da ordem da Bosa, camarcira-mór a Exma. divisão penetrava o estreito de Gibraltar, quo
100 LITTERATURA.

nos dava entrado a nova viagem do Meditem- visível, o como navegássemos por perto deliu,
neo. A vista das terras da culta Entupi quu fácil foi ili-.liu.tir o bello aspecto de suas p .
nos demoravam 4 esquerda, todas cheias de voaçoes. A's 2 horas vimos Procida em bou
vido , fazia hum contrasto singular com os du perspectiva. A's 3 1,2 percebeu-se terra put
África que demoravam a WMBI direita, inteira- i-itilmiilii, era a ilha Capri; mas. por «nlu-
mento ilo-slituid.s dos sigttaes de vitalidade. Ao in..d i, nao so
jn.de desfruetur a sua vista. As
amanhecer ainda víamos as terras africanas, e i i-.t.i\.i bom visível o monte de S. Paulo, uu
os meus olhos estai am pregados uellas, um- antes ilha, que coiiimunica com a de Iscbia
pur
quanto que o meu espirito revolvia as eamus huma soberba ponte, quo se diz ler 200 toezas
dn seu torpor e onniquilumento. Como, dizia du comprimento. Vs . 3/4 os cidades du Iscbiu
eu, como se ecli|isou a gloria da pátria dos <¦ Procida lizeram-sc bem patentes. O seu
pano-
Cvprianos e dos Agostinhost Abi sim, o Senhor ruinu era delicioso. A's 5 horas jà lobrigavamos
retirou delia o archote da fé, que foi substi- alguma cousa de Nápoles, levuntundo-se em am-
tuido pelas pbontnsias da escaldada cabeça do phitheatro entre o Pausilippo a O, e o Vesuvio
falso prophetn da Mecca. Então o meu espirito a E. Esto duva-so em espectaculo o seu novos
se abateu, e tornando a levantar-se, dirigi ao hospedes, inostrando-lho o grossa columna de
Todu Pudoroso o minha oração, o na amar- fumo quo se elevava de sua cratera; viam-se as
-.ura da minha alma lhe disse: a lllumiiiui, grimpus das torres, o mesmo j.í se divisavom
Senhor, a estes miseráveis que jazem nas trevas alguns cdiücios da beira-mar quando o vento
e na sombra do morte, e dirigi os seus passos quasi acalmou ; o nuvio seguia muito pouco, o
pelo caminho da paz». O navio seguia o seu sol declinava para ooccttso, o do alto das col-
mrso, os ventos e a corrente o impediam in- linas cohium sombras que nos oceultavam o ei-
sensivelmente; essos terrus cheios de recoidaçoes dude, quo se assenta nas suas declividudes.
se foram ulagondo, o bem de pressa estuvum Sobreveio a noito, a o espectaculo risonho
ellas mergulhadas nus aguos c fora do alcance quo
nos trazia enlevados perdeu-se nas trevos. Aos
da nosso vista; mas nem por isso o muu cora- 30 minutos du munhãu do dia 21 surgimos
ção deixava de estar apertado. No dia 0 mon- no ancoradouro e fundeámos. A ouroro doste
turnos o cubo da Gata, e no seguinte amanhe- dio foi bello; o estrondo do canhão o os sons
cemos defronte do do Paios cm calma. A 11 melodiosos du musica du frugatn, despcrlando-nos
com nordeste brando perdemos do vista pela mu- do somno , convidaram-nos u vir goza-la. Subi-
nhãu os costas da Hespanha, que tornámos a ver mos à tolda , o nossos olhos so fituram na ma-
pelas 3 horas da tarde com o mesmo vento no gostosa cidade, de cujas praios largavam hum
bordo da terra. Fizeram-se então visíveis a ceie- sem numero de boteis carregados de gente
brecutilada de Roldão, quo hc huma fenda nn quo
vinha, ou simplesmente como curiosa, ver os
penedia, c o cobo do S. Martinho. navios brasileiros, ou trazer fruclas, verduras e
Continuando a nossa viagem, pelas 3 horas flores para vender. Depois du visita da saudo
du tardo do dia 12 estávamos á vista das po- vieram u bordo vários officiaes da marinha napo-
quenas ilhas Bredas, a 35 milhas do distancia; lilana, a buma pessoa du corto, do mandado do
no seguinte dia ao amanhecer estávamos com príncipe dc Bergnano, mórdomo-mór de S. >I.
ellas; as 10 horas da manba.i com a Luiza, c siciliuna, ofiorecer oo embaixador,
ús 10 1/2 à vista da Fromentera. No dia 14, por parte du
seu augusto amo, hum palácio para sua resi-
pelas 3 1/2 horas da tardo, vimos a ilha Cobre- tlencia, que o ombaixador julgou dever não
ra , e por detraz delia a Mayorca , a maior dos aceitar, por não querer ser oneroso a S. Ma-
Baleares. Os dias 15 e 16 navegamos sem ver geslade. A fragata salvou a terra com 21 tiros,
torra; mos no dia 17, ás 0 horas da manhãa e a salva foi correspondida por igual numero de
,
divisavam-so bem o Touro, Vacca e Vitellos, tiros disparados do molhe.
Ilhotes quo circumdam a Sardonha,
que vimos Os Brasileiros residentes em Nápoles vieram
claramente às 8 horas. A' tardo
perdeu-se do neste dia jantar a bordo. Alguns olliciaes foram
esta magestoso ilha. Nos dous seguintes
yiító 'soprou a terra : o asseio de seus uniformes o o sou
dias o vento com impetuosidado, o mar garbo
militar despertaram a curiosidade do
irou-sc, foi necessário pAr ò capa povo , que
para não tei- em bandos os acompanhava em todas as direc-
mar com os elementos; mas, logo
que elles ções como que admirados. Esla admiração con-
cederam de sua cólera, continuamos a nossa tinuou por muitos dias. Não sei
pois
viagem, o no dia 20, pelas 10 1/2 da ma- se fazia em Nápoles de nós, mas ao que juizo
nhna , deu-se o brado de—-terra —; era a bella quo me
Ischia que nos saudava o nos apontava o ca- pareceu não nos era esse juizo muito favorável.
Bom foi que a velha Itália nos visse, nos exami-
minho para o golpho da formosa Parthenope. nasse, para acreditar
A 1 hora da tarde estava a ilha quo os Brasileiros não
perfeitamente erão como nos tem pintado alguns homens de
LITTEUATURA. 101

má fo que noi tem pago a hospitalidade com epitaphio que fez para si, quando se lhe aggra-
i mulediieiicia. Duranlo o dia esteio u fraga tu vou a enfermidade de quo morreu :
cercada dos baleis dos curiosos espectadores, 0
os que vieram a bordo achuruiu com que entre- Mantuti me genuit; Calabri rapuert; tentt num
ter a sua curiosidode. Na verdade quo o asseio Parthrnopt; cecini pascua , rara , duets.
cm quo vo ... ti..».i ii fi.iy.it.i ui-pois de l.tiu... lunga
uagom , nua altitude bellica , a disciplina de sua O dia 26 foi destinado por S. M. siciliunu
pare
guarniçlo, a grandeza com que estava prepa- huma apresentação porticulur do embaixador,
. .i.l.i a -im cumaru, o bom gosto artístico da corte e ollinuliilude brasileira. Trujavam todos
in.l.ili.t preparada no Itrasil , a rique/u pro- u segunda fuida. O mestre de ceremoiiius du corte
leiiientu da variedade du suas bellas madeiras, conduziu as pessoas apresentadas it sala do puçn
erum objectos dignos de ser cxamiirulos. Nesta destinutlu puru a apresentação. Nella appareceruu.
mobília li.tvi.i duas mesas de jucuruudu de figura SS. .MM. o rei o a rainha do reino dus Duas
elliptica etiiliotidas de espécies varias de madei- Sicilias em companhia dos grandes do reino e
ras brasileiras, tao elegantes, luo bem acabadas, dos conselheiros e ministros de estudo. Fez-se
dig- muito notável esto acto pela alTabilidado de SS. MM.
que Sua Mogestado a Imperatriz acreditou-as
nas de hum presente real, u as oITereceu, huma Na verdado nuo houve hum Urusileiro que se nao
u S. M. o rei , <• outra u sua tiugiistu mui ; sentisse tocado tlu hum nobre orgulho poi t.m
e inconlinente foram ellas collocadas nas salas distineto tratamento. Em seguida fórum todos os
dos respectivos aposentos de tao altas personagens. Hrnsileiros apresentados a SS. MM. rainha mui .
As duas corvetas certamente que nuo represei)- Imperatriz futura do Brasil o princezas reaes. A
tuvao p-ipel inferior á frugata , como vusos du heniguidadu com que estas altus personagens nus
guerra. Durante o tempo quo os navios brusi- trataram mio será condeiiinudii ao olvido; nau.
leiros estiveram surtos no golpho do Nápoles, não que os Brasileiros que tiveram tao distineta honra
cessaram du ser visitados; a gento mais grada recordar-se-hiio em toda a sua vida das emoções
.Io paiz, as pessoas entendidas, os estrangeiros quo sentiram nesses momentos deliciosos em qui
MMM iam com suas famílias observal-os: a allu- tiveram a fortuna tle receber daqueila que o oèo
viuo de pessoas quu a elles concorriam era huma destinòra paru fazer a felicidade de seu inclyto
prova nao equivoca de que esses navios tinham monarcha o da nação brasileira provas nuo equi-
que ver, e os objectos que nelles lhes merecia vocas dessa bondade d'ulmu que constituo bum
ittençao, e sobretudo o trato dos Hr.isileiros, dos mais bellos ornamentos do S. M. a Impe
davam hum bem patente testemunho de qui* o ratriz.
Krasil não esta tao atrazado como o querem sup- No dia 27 teve lugar a apresentação publica
pór os que nunca o viram , ou so o viram , que- do S. Ex. o Sr. embaixador. Esta ceremonia appa-
rem nelle, que nasceu hontem, achar para a ratosa fez-se com todo o esplendor e segundo ns
1'ivilisaçáo os monumentos que so encontram na etiquetas usuaes marcadas no progrninma. Nu pré-?
i idade eterna , em Londres, om Faris e nu prin— sença de S. M. o rei das Duas Sicilias fez S. Ex.
¦ipaes capitães da Europa cobertos com a o pedido solemne da mao da real princeza. sua
, poeira
dos séculos. augusta irn.ua , para esposa do segundo Imperador
No dia 22 ellectuou-so o desembarque de S. Ex. do Brasil. Nesta mesma audiência foi S. Ex. apre*
o Sr. embaixador e cCrlo brasileira em vestidos sentado a SS. MM. a rainha reinante , rainha
particulares; a fragata salvou a S. Ex. quundo mui, o imperatriz do Brasil, a quem teve a
o cscaler desatracou. No càes de S. Luzia jíi esta- honra do apresentar o retrato do seu futuro
viiiii postadas á espera carruagens do S. Mi sici- esposo. S. Ex. recitou em todos estei actos dis-
liana, nellas foram o Sr. embaixador e corto con- cursos análogos, o já nesta audiência publica
duzidos ao palácio Scaletta na Gbiaja , que S. Ex. recebeu provas dossa alta consideração com que
do antemão fizera alugar. O Exm. Sr. conselheiro foi tratado, e que bem mereceu pelo seu modo
Lisboa obsequiou-nos neste dia com hum magni- do proceder nobre c generoso.
lico jantar. Os dias 23, 24 o 25 foram destina- No dia 28 deu S. M. siciliana hum jantar uo
dos ao repouso; mas eu os aproveitei para per- embaixador brasileiro, para o qual foram cunvi-
correr a cidade o alguns do seus bellos arre- dados os membros du corte brasileira , o ehaffl
dores. A curiosidade mo levou logo ao chamado de esquadra commandante da divisão, o os Ires
túmulo do Virgílio. O pequeno edifício quo so commandantes dos navios. Este dia foi demais
mostra he certamente hum columbario do fa- assignalado com a renuncia quo foz S. Mi a Im-
milia; mas se nelle se depositaram as cinzas do peratriz aos direitos da coroa do reino das Duas
vate mantuano, he ponto controverso. A inscrip- Sicilias.
cao que se lê em huma lapido he obm moderna No seguinte, 29 do maio, foi S. Ex. o Sr.
quanto ao trabalho, mas a letra he a mesma do embaixador honrado por S. M. com hum esplen-
s^smw^^mfmfim^m^mm*'^ omma m^tmmF^ \iWt'<W¥''

102 LITTERATURA.

dido baile. honra de que lambem participaram tando-so primeiro para o Ihrono, e depois para
o corte e olliciaes da divisão brasileira. 0 con- •I tribuna , baixou a rabeca a S. M. o rei
• urso foi extraordinário e a funcção verdadeira- o a mu augusta mãi , pura implorar o
mente real. seu consentimento, e tendo-o recebido, res-
ü dia 30, memorável para os senhores napoli- — Quero. — O ministro do Sacra-
poi.ileu :
lunos, por ser o da festa do S. Fernando, nome incuto pronunciou então a fúrma sacramentai, .
de seu monarcha , d'ora em diante lambem o benzeu o ani.el uupcial. SS. AA. dirigiram-se a
será para os Brasileiros, porque nelle se atou tribuna, o celebrante entoou o Te Deum lauda-
esse nó indissolúvel quo ligou dou* príncipes de mus, que lui correspondido polo coro dos inusi-
alta progenie destinados a velar na »:ia guarda cos i*iii suaves harmonias. Os rastellus o vasos do
o a presidir aos seus destinos. Nelle se fez o guerra surtos no golphn salvaram nesta oceasiao.
casamento tle S. M. 0 Imperador tio Brasil o A .arte brasileira e todos os olliciaes da divisão
Senhor I) Pedro II com S. A. II. n princesa tiveram a honra de assistir na capella real ao acto
do reino das Duas Sicilias a Senhora 1). lhe- religioso nos lugares que previamente lhes tinham
resa Chrislina Maria. A's dez horas da manhao sido designados. I! quuiulo S. M. a Imperatriz no
deste dia S. A. II. a princesa D. Theicsa (Jhristi- p.iliuio real recebeu as felicitações de sua augus-
na .Maria, e S. A. II. o conde do Siracusa, I). tu familia , do corpo diplomático e dos grandes
Leopoldo de Bourbon , na qualidade de procura- do reino , também as recebeu da corto e olli-
tlor de S. M. o Imperador do Brasil, assignaram cialidude brasileira.
o acto civil do casamento em presença de SS. Kra esto dia 30 fastoso cm Nápoles, como lieo
MM. o rei, rainha reinante, e rainha nini. O ilu- dito , nelle recebeu também S. M. sicitiana a»
quo de Bugnole, syndico tle Nápoles, rédactor felicitações do embaixador, corte e ollicialidade
daata acto, teve a honra tle opresenlul-o u assi- brasileiro. A sala do paço reul, onde S. M. rece-
gnatura de SS. AA. l.i-ii estas felicitações, 6 grande, elegantee sump-
Seguio-se a mliiiiuislraçao do matrimônio na liiosumcutc decorada. A' hora aprazada o cama*
real capella palatiua com essa dignidade c mages- rista de semana annunciou us pessoas que anhe-
tade que acompanham os ritos sagrados da igreja levam a honra de comprimentar a S. M. ,t sua
cátholiea, que nao podem ser presenciados sem chegada e a da real familia. Collocarum-sc enlãn
profundo respeito. No presbyterio da capella es- todas as pessoas em seus competentes lugares se-
tuva levantado um throno ã direita para SS. MM., gundo a ordem tle suas hierarchias. O numero des-
e ,i esquerda huma tribuna para o resto da real tas pessoas era extraordinário, como se pódcajui-
familia. Foi ministro do sacramento o arcebispo zar, principalmente se se attenderque cllns eram
capellíO-mór, a testemunhas do casamento suas alli levadas por dous tao plausíveis motivos. Os
excellencia. o embaixador do Brasil, collocatlo ,t embaixadores, ministros e representantes das tli-
tlireila do throno , e os ministros da justiça e versas nações com suas senhoras, os estrangeiros
estrangeiros li direita do celebrante Feita a adora- apresentados á corte, u nobreza e altos fuiicciona-
çaõ ao santíssimo sacramento, leu em alia voz o rios do reino trajando seus uniformes grandes com-
conego presbytero assistente o bruve de Sua San- punham tão numerosa quão brilhante reunião.
lidado Gregorio XVI, dispensando os augustos es- S. M. appareceu em companhia do sua augusta con-
posos dos impedimentos de consnnguinitbido cm sorte , do sua augusta mui , o dos príncipes e
que estavam ligados; finda a leitura dirigio o princezas reaes, e encaminhando-se a cada uma das
celebrante ao príncipe reul a pergunta seguinte: — pessoas de per si, que nos seus lugares o espe-
Príncipe real das Duas Sicilias, l). «Leopoldo de ravani , lhes dirigia a palavra c recebia o com-
Bourbon, conde do Siracusa, como procurador de priniento. SS. MM. a rainha reinante e mãi , e
S. Mi o Imperador do Bratilj D. Pedro segundo SS. AA. BB. procederam da mesma maneira. E
de Bragança, quereis tomar por sua ligiliniu mu-
quando o cortejo eslava terminado, SS. MM. e
lher a prinoeta real dus Duas Sicilias, D. The- AA. Bit. se retiraram por huma outra porta, sau-
resa Chrislina Maria de Bourbon, aqui presente, dando a companhia com prasenteira venia. A' noi-
segundo o rito da sanüi miidre igreja?—S. A. te a cidado esteve illuminada.
].. respondeu: — Quero. —Da mesma maneira per- Terminarei aqui esle artigo ; no seguinte oc-
gunlou o celebrante ú real esposa: — Princesa real cup.ir-me-hei com a viagem quo fiz a Boina, re-
tlns Duas Sicilias, D. Theresa Chiistin.i Maria de seriando para outros os objectos memoráveis de
Bourbon, quereis tomar por vosso legitimo esposo Nápoles e seus contornos.
S. M. o Imperador do Brasil, D. Pedro segundo
do Bragança , por si mesmo ausente; mas pro- O conego Manoel Joaquim da Silveira.
sente na pessoa do seu procurador, o principo
real D. Leopoldo , conde de Siracusa , segundo --©¦-
o rito da santa madre igreja ? —S. A. II. , vol- ¦ii)
L1TTKUATURA. lü;J

ENEIDA PORTUGUEZA Da antiga Tróia (se bas noticia delia I


De mar em mar corridos, rciitussou-nu*
Soe» borrasca sobre as LwfM costa».
Encas sou , que livres dj hostil garra
Pio trago os penotes embarcados,
giaimi c^wü-ji smss?iDisâ Famoso utè na espheru. A pátrio ausonia'¦
Procuro, | a geração do MMM 9tHt
Oü J.OVA TRAUIXÇ.lO DA EPOPlU Por guia a deosa mui, submisso aos fados,
Em vinte náos commetto o phrygio pego:
.'¦• Bolas com temporãos mu restam sele.
Pobre, ignoto, vagueio os libyos ermos,
t iiuàii.iu ri ni.io vi tao. D'Asia o d*Europa excluso. » Nem mais Nenus
L1VI10 I. SolTrc queixuiiie* taes, na dòr o atalho :
« Quem sejas, creio, não du céo mulquisto.
Gozas d'auru vital, que a Tvro aportas.
(Continuação do n° aniecedanta.)
Vui-te, uos pórticos regios to encaminha.
a Nao mereço honras taes, replica Vcnus: Sem risco os sócios abrigada n frota,
Usam de aljuva, e acima os virgens tyrias Com o virar dos uquilos, te agouro,
Atar ás pernas borzeguins purpureos. ' Se em arte vou meus pais nao mu instruíram.
l»unicos reinos, tyrios e ogenorios Attenta cisnes doze em bando alegres!
Muros vos, nos confins da gente I.ibvo, No espaço , o etltur fendendt», os perseguia
Guerreiro c brava, ü império rego Dido, A ave de Jovc: 11'hum cordão agora ,
Ou tem no pouso u mira , ou já pousaram.
Que, por fugir do irmão, fugio do Tyro: Elles , batendo as estridentes azas ,
Ho longa a injuria , tem rodeios longos;
Mas troçarei seu curso em breve sunima. Brincam fingindo o polo, a salvo cantam;
Sicheo, Pbenicio, cm lavras opulento , Bem como us náos e os teus, ou fundearam ,
Foi da mísera esposo, e muito amado: Ou do vela ciifunuda a foz enibocam.
Com bom presogio o pai lh'a dera intacta: Eia , alli te dirige, u estrada he esta. »
Delia o irmáo, foçanlioso entre os malvados, Volta-se, a fulgo então curvi* rosada,
0 atroz Pygnuilion reinava em Tyro. Do ambrosia odor celeste a coma espiro;
Intervém o furor: com fome de ouro Larga o vestido aos pés ; no andar se oslenta
Cego , e insensível íi paixão fraterna , Vera deosa. Elle atraz du mui ftiginte,
Pérfido , impio , a Sicheo nus aras mata ; Beconhccendo-a , brada ; « Porque o lilho
E o facto encobro, o a crédula esperança Com taes ficçoes, cruel, enganas tanto?
Da amante alllicta longamente illude Juntar dextra com destra, ouvir-to ás claras,
Com mil simulações. Mas do inhumado Besponder-tc em pessoa, nuo UM he dado .'
Consorto , com esgares espantosos, E em queixas, para Tyro o passo aviva.
Pallida, em sonho lhe oppareco a imagem: Mas Venus do ar escuro os viandatilcs
Da casa o trama o criii*/' dcsenleia, Tapa e os embuça em nevoo, que enxergul-os
A ora homicida, os retalhados peitos, Ou tocar ninguém possa , nem delel-os
Desnuda; c íi pátria intima-lhe que fuja: Ou da vinda informar-se. A deosa a Paphos
Para o oxilio, enterrados velhos cofres Remonta , a espairecer no sitio ameno ,
De ouro o prata lho indica. Ella assombrada Onde o Sabéo perfume ardo em cem aras,
Apressa a fuga, e attraho os descontentes, E recentes festócs seu templo aromam.
Quo ou rancor do tyranno ou medo instiga; Eis da azinhaga pela trilha cortam.
Acaso prestes nãos, manda assaltal-as ; E hum leso galgam já, que olha imiiiinenlü
Dos thesouros do avoro carregadas, A fronteira turrigera cidade.
Empegam-so: a mulher conduz a empresai Palhaes d'antes, a mole admira Enòas,
Chegam da nova Tyro ondo as muralhas Admira o estrondo, e as portas o as calçadas.
Verás ingentes o o medrado alcaçor: Tyro afervora-so, a lançar os muros,
Compram solo (do feito o alcunham Byrsa ) A avultar o cnstello , o a rolar pedras:
Quanto hum coiro taurino abranja em tiras. Parte com sulcos marca o chão do alvergue ;
cúria
Mas vós outros quem sois? donde ho que vindes? Parto ao senado santo, ao foro, á
Que regiões buscais?» Elle as perguntas Assento escolho; aqui se escavam portos ;
Esta resposta, soluçando, arranca:» Fundam-se alli magníficos theutros;
O' déa , se recorro à prima origem , Do marmor colossacs talham columnas,
E annaos de angustias não te pejam, Vésper Pompa o decoro das futuras scenas.
No Olympo encerra o dia antes que cu cesse. Qual abelhas ao sol por florcos prados
14
mmmr™^ WJíffJPfra"" i.W^,'wWff!fesl
Pip*^P!|

101 LITTERATURA.

I.I.J.HII ua primavera, quando ensaiam E o cadáver cediu a peso do ouro :


(I .1 luli i enxame ; ou ilocu lluido espessam , D .tinta hum longo gemido Enéas solta
|)n i..-. i'i il i ' retesondo as ct-llas j Au ver o espolio, o cuchu, o amigo examine,
Ou quando o carga das que vem recebem; E Pii.i.n.i estendendo as mãos inermes
Ou, cm batalha, expulsam da colmòa No mor coullicto a si se reconhece,
I )s zangues , gente ignava. A obra fervo, Do negro rei do Eoo u turma o as armas.
E a toi.iillio recende o mel fragrante. A' testa du milhares de Amazonas
Fclii povo, a quem ja seus muros surgem ! Com luiii.il.i-. I.roqueis, Pcnthosiléa
Exclama o beroe, e os cotutlièos contempla. Se .-.lu.:-..! em fui ia, bellicosa atando
Entre | cinismo, ennubbitlo [ oh maravilha I ) Sob n despida mama hum cinto du ouro,
Invisível so mescla. Hum bosque em meio E virgem com varões brigur so atreve.
Teve a cidade, a cujo amiga sombra Quando extaticu o lieríio se cnlcia o prende,
Náufragos l'enus ancorando, a fronte Gentil bellissima a rainha ao templo
<..ii.ii.mi dc bum cursei, de Juno regin Marcha, de jovens com luurúo cortejo.
Mostra u penhor que o gente, asada à gloria, Qual mis ribas do Lorotas ou do Gyntbo
Dura na guerra, aitrontaria os nos. Pelos cerros Dinna exerce os coros ,
Lá Dido .i Juno erguia insigno templo, E , de ii.liinl.il Orçadas seguida,
Quo ricos dous o o nume realçavam : Carcaz ao hombro, em garbu os sobrelcva:
No bronzeo limiar dú bronzeo escada, Rega-se em gozo tácito Lalona.
Gravcju o lironze as traves, e a couceira Tal era Dido, nirosa e prazenteira ,
liangt* cm portões do bronze. Hum novo objecto De seu reino a grandeza apressurundu.
Neste luco a lenir entra os receios; No tdyto sacro , em meio do zimborio,
Aqui primeiro ousou liar-se Enéas, De armas cercada, em solio ningt-stoso
E pionieller-se ullivio em seus pezares. Senta-se. Os pleitos julga c leis prescreve,
Pois quando , á espera da rainha, o templo Regra ou sortea os públicos trabalhos.
Nota peça por peça, quando o enleva Subito Enéas no tropcl divisa
Du Garlhago a fortuna, o lino gosto, A Clounlho brioso , Anlheo , Scrgcsto ,
0 artificio , o primor, nchu em pintura E os mais, que atra borrasca a longcs costas
A fio as guerras de llion, pelo orbe Arrojara dispersos. Elle o Achates
Jú sooilas; o Alrida, o rei troiano, Varados pasmam do alegria a medo :
E terror de ambos sobresulie Achilles. Ávidos ardem por travar as dextras ;
Pára, e em lagrimas diz: « Quo terra , ou clima Força ignota os perturba. Dissimulam ;
Chato , Acliulcs, ndo hc dos nossos maies ? E a ventura dos seus do encerro espreitam
Eia Príamol o louvor tem cít seus premios, Nebuloso, c ondo as i.Aos deixaram surtas,
l)oe magoa nlhciu , e sobrevive o pronto. E a que vem ; quo dn frota os mais conspicuos.
Animo! cm nosso bem conspira a fuma.» Gritando, a pedir venia , ao templo açodem.
Disse , o om vuos quadros so opascenta , o as faces Introduzidos, quando a vez tiveram .
Gcmihundo humedeco em largo nrroio. Rompe o idoso llionco, facundo o grave :
Ve de 1'eigamo cm roda a hoste graia «Rainha, ó tu quo poB#favor supremo
Do pluygio ardor fugir, fugir a teucra Fundas nova cidade, o justa enfroias
Do instante carro do cmplumado Achilles. Soberbas gentes, os Troianos ouve ,
Ai! perto a Uheso por traição Tydides, Tristes ludihrios dc tufões B mares:
No primo somno, arrasa ns niveas tendas Livra do infando incêndio a pia armada ,
Da cariiagem cruento; e os acres brutos Poupa innocentes, nossa causa attende.
Noive n seu campo, sem gostado haverem Nem vimos nós mcltcr a ferro o fogo,
De Tróia os pastos, nem bebido o Xanlho. Nem saquear os lybicos penates;
Infeliz! desarmado, além, Trotlo , A vencidos mio cabe audácia tonta.
Que arrostou-se menino no rijo Achilles, Paiz antigo existe, cm grego Hesperiu,
He dos corseis tirado, c resupino, Armipotcnte o uberrimo ; colônia
Mas lendo os loros, do vazio carro Ja de cnotrios voróes: agora lio fama
Pendo; o a cerviz no pó, do rojo n coma, Que , de hum sou capitão, se diz Itália.
Virada a lança hostil na arca escrove. Esta era nossa rota: eis
Em caliello us Iliadas ulllictns quo em vãos cegos
Deu comnosco de salto Orion chuvoso,
Ao templo iam lambem da iniqua Pallas, I, cm sonha o pelago c os protervof. austros,
0 pepto humildes oITerlando, o os peitos Nos derramou por ondas e invias fragas:
Com punhadas ferindo: oversa a dôn Poucos ganhámos pé nas vossas
Olhos no cliao praias.
pregava. A Heitor Pclidcs Pátria o raça feroz! barbara usança I
Nozes tres arrastara em torno aos muros, Pisar cm terra mãos hostis nos vedam:
LITTERATURA. 10.

iirubibcin. De tanto horror, quu a nos du 1 roia restos,


Da arca o asvlo a naufrago»
a. as arma* desprezai* o n* leis humanas, Du Cret-iii esciirneu , em lerra a mor batidos ,
i) teo mede a* acçoes, prcmcia e pune. r.ilhus de tudo, exh.iu».oa, em teu reino,
ninguém cedo, Em am nu* recolhes <• ossociaa I
I',.j nosso Enéas he, que a
Justo ¦ pio • .alento o bcllicuso : Nem pugar-te u* lineia* dignamente
elherca o sustenta e o guarda o fado, Podoiiio*, Dido, liem da .-nli» Phrygia
So oura
Su ao* cruéis manes escapou, «ocega , Quantos pelo universo peregrinam.
o nao to pezos. Se para os bons ha uu , ha justiça ,
De pcnhorar primeiro
Cidades em Siciiia o campos temos, Pague-te o céo, o a próprio consciência.
É de sanguo Troiano o claro Acestes. Que século i.-lt/.! que pai* ditosos
Amarrar nos permitte os rotos vasos, Te houveram lilha! Emquanto o* ... *»s rio*
l"i.-in M- ao mar, emquanto em gyro a sombra
liemos tollior, cortar na selva outonos;
Com que alegres, so Itália nos aguortlu . Descer do monte oo vullo, emquanto o polo
üs sócios o o rei salvo, oo Lacio vamos : P.t-i-i-r os astros, onde quer que eu vivo,
Mos. te to ba consumido o mar da Lihya , Viverá com louvor teu nome a fuma. »
Oplimo poi dos Teucros, nem de lulo Disse , a o dextra oITereco oo velho amigo,
Ju nos reslo esperança, oo porto embora, A sinistra o Seresto, e uns após outros
Donde arribámos, o buscar tornemos A (íyas, a Cloantho, e oo* mais guerreiros.
A apercebida sicula hospedagem Du presença do hemo pasma a Sidonia,
E o regio nmparo. » O Dardano termina : Pasmo tio seu penur, o assim se exprime :
Loiro entre os seus apprmador sustirro. « Quo fodo te urge, ó filho du alma Venus,
Baixo o vulto, o so explica em breve Dido: A toes perigos e u bravias plugas?
«Sus, Teucros, esforçai. Ileccnto. o estado Es o Etiéus que o deusa ao nobro Anchises
Ao rigor me constrange, o o dofendor-me Gerou do S.inois ante os ondas jihrvgins?
Guarm-ccndo us fronteiras. Quem de Enéas Bem me lembra que Teucro, expatriado,
Desconheço o prosapia, o as guorrus do llio, Veio ú Sidonia, para hum novo império,
Seu valor , seus hert.es, seu vasto incêndio? Pedir auxilio a Belo: a npima Cbvpre
Num somos nós tao broncos, bem do Tyro Já vencedor mea pui vasluva o tiniia.
Tao desviado o sol jungc os cavallos. Do Tróia os casos desde enluo conheço ,
Quer a saturnia llesperiu , quer de Eryco Teu nome, o os reis pelusgos. Sempre ufano
Opleis as margens em que reina Acostes, Da teocra antiga estirpe , cllo olíenditlo ,
Contai com meu soccorro o salvaguarda. Com sublimo louvor gabava os Teucros.
FolgM de aqui ficar? esta cidade Eia, ;'i minha morada, 6 moços, vinde.
Por transes mil, correndo iguaes lormentãs.
Que erijo he vossa: as nãos que se ãpproximein :
Não farei dislincçoo do Phrygio ã Peno. Pude er.ilim repousar. Do mal provando ,
Fosse o rei vosso u Libya compellido A soceorrer os míseros aprendo. »
Do mesmo Noto ! 0 liltoral já mando Isto memora, a aos paços guia Enéas,
E os sertões perlustur, so be que o Mttfrogio E oecupa as aras com solenincs honras.
Em povoado ou brenha o. traz errante. Nem tlu enviar aos muitas se descuida
De ouvido alerta , o padre e o companheiro Vinte touros, co'us mais cem gordos anhos,
Ha muito almejam por quebrar a nuvem. Cem coi;>uleiitos soilcúdus porcos,
A Enéas se onlicipa o forlu Achates: » E 0 doce mimo do jocoso Bromio.
Nado do Venus, que lençuo resolves ? Luvo esplendo, real no interno ãlcaçar,
Tons a frota em seguro , os teus bemquislos; E opiperoa banquetes se adureçam;
fluiu só que falta, sossobrur o vimos: Primoroso o tapiz, de ostro soberbo,
Ao que a mli te esboçou quadra o mais tudo.» Nas mesas praiana, em ouro a historia
Mal acabava , quando n oircumlusa Pátria esculpida , suecessao tonguis.iina
Nuvem se rasga , e fundo-so nos ares. De huns a outros varões desde alta origem
Hum deos nn uspulda o rosto, á claridade Saudoso, impaciente, o pai do Aseanio
Resplentfe Enéas: quo n'hum sopro a deosa Todo cm sou filho está; para inteira-lo.
Ao filho o cabelleira em fulgor liauha, E o conduzir de bordo, expede Achates.
Km luz purpurea o juvenil semblante, Do troicò exioio as preservadas prendas
Era vivo terno agrado os olhos bcllos. Venham também ; de escamas de ouro hum ríianto
Qua) pela industria, com entalho? de ouro, Brocado, hum véo com ramos goároeeidò
l'ario mármore, ou prata , ou marfim brilha. De croceo ucantho, ornatos peregrinos.
Be improviso á rainha e a todos clama: Dons maternos de Leda á bella Argiva ,
•< Eis
quem busenis, líricas subtrabido Que a Pcrgamo os trouxera dc Mycenas,
A' fúria undosa. O' única em ter magoa A' incasta boda; o o scepl-ro que llione.
;? mF*mmfmm™mm:'

106 LITTERATURA.

Filha a maior de Piiumo, hasteava, E o croeco rico veo. Não farta a mente
i: engranzado collar de perlas linas, A mísera Phonissa, á mortal peste
K iiiiict coroa de engastadas gemmas. Votada, e mais e mais se abrusa, olhando
Executivo, as náos caminha Achates. O menino e seus dons. Do pai fingido
Nova traça urde a Cypria, alvitrcs novos; Elle entre os braços, do pescoço oppenio.
Que Amor, no meigo lulo trunsloriiiado, Mal saciu-lbe o amor, .uí-so .1 rainha.
Cos dons nos owos ., rainha inliltre Com olhos e .ilnn se lho apega Dido,
Insano fogo. A estância ambígua , os Tyrios No grêmio o assenta, sem saber (coitada I)
Bilingües teme; Juno atroz a inflaiiima; Oue Deos afaga. O nlumno do Acidaliu
Tresiiuitada a pensar emlim conjura Sicheo aos poucos icmover começa ,
1) aligero Cupido : „ (>' filho, esteio E intenso ardor insinuar procura
Inico e meu poder, lilho, que em pouco y hum coração já frio, o ha muito esquivo.
Tens as Ivpheas soberanas armas, A primeira coberta alçada, os vinhos
E's meu refugio, teu orrimo imploro. Bolhaiit coroados cm hojudas copas,
Item ves que a teu irmão, de praia em praia, ltetumba o teclo, o cslrepito por amplos
I lin-lit.igti arremessa a iníqua Juno, Atrios reboa: do áureas architraves
E doe-lo a nossa dór. Com mil çaricias Pendentes lustres , o brandões acesos,
Tem-no a sidonia Dido; e o paradeiro A noito vencem. Grave de ouro o gemmas,
Dos iuiionios hospícios mal enxergo; Pede-a logo a rainha, e do mais puro
He de tenta-la o ensejo. Eu receiosa Enche a taça, quo desde llelo usaram
Previno os dolos, acender medito Seus avós. Nos salões tudo è silencio:
A rainha ; que hum nume a nao traslornc , « Júpiter, so c que aos hospedes legislas,
Mas tiniu- seja ao meu querido Eneas. Tao fausto alegre dia aos meus e aos Phrygios,
Ouve o como ha de ser. O infante regio, Eaze aos vindouros memorável: Baccho
Desvelo meu, do genitor chamado , Portu-jubilo assista, c a boa Juno :
Levar a Byrsa as dádivas propoe-so, Vós o convite celebrai-me, ó Tyrios. »
Das vagas restos e das teucras chammas; Em honra então na meso o vaso entorna,
Supilo cm somno o esconderei no idalio Com seus lábios o toca, e o dá libado
Jardim sacro, ou nos bosques dc Cythcra ; A Bicias incitando: elle aguçoso
Por que os ardis não turbe inopinado. Einpina a espumea taça, em trasbordunle
Tu nelle te disfarça, huma só noite, Ouro se ensopa: toda a corte o imito.
Do menino as feições veste menino; Eis que entoa as lições do sábio Atlantc
E, entre o Ijé* licor e as reaes mesas, Em áurea cithara o crinito Iopas :
Quando em seu grêmio Dido, em cabo leda, Canta a solar fadiga o a lua instável,
Amplexos le imprimir * doces beijos, Donde homens c animaes, tufões e raios ;
Fogo lhe inspires e sublil veneno. Donde o chuvoso Arcturo , c os Trioes gêmeos.
A" voz da cara mui, depondo as azas, E as hyadas provém ; como apressados
Tinge contente amor de lulo o porte. Se tingem no oceano os soes hibernos,
Ella cm somno abebera o neto amado ; Ou que demora estorva as tardas noites.
No collo amima c o sobe ao luco Idalio, Penos e Tro** á porfia o applaudem.
Onde mollc c suave mangerona O serão entretida ia esticando
Entre llores o abraça e fresca sombra. A infeliz Dido, o longo o amor bebia,
E, obediente, os regios dons Cupido Muito de Priamo, inquirindo muilo
Leva aos Tyrios, folgando após Achates. De Heitor; quo armas do aurora o filho trouxe,
Já de áurea tela em sumptuoso leito Diomedes que frizoes, quejando Achilles.
Acha a Dido, bizarra entre os magnatas. « Do principio antes, hospede, as insidias
Com séquito luzido, o heroe concorre ; Graias, disse, nos conta, o o pátrio excidio,
Tomam teu posto em purpura excellente. E errores teus; que já septeno estio
Dá-se ugua ás mãos, em canislrcis vem Cores, De praia em praia lodo o inar volteas.
Toalhas servem do tosada felpa.
Cincoenta moças frutas o viondas
Arranjam dentro, os lares tburificam.
Cem outras, o iguaes moços, põem nus mesas
A baixella, a bebida c as iguarias.
Em mô nas salas foslivaes, os Tyrios
u-Q-ft-
De ordom recostam-se cm coxins lavrados.
O padre, o falso Ascanio, o vulto admiram
Flagrante, c a voz do deos; o manto, as jóias,
LITTERATURA. 107

O .HOSTE I>0 liISFO. Jà dos ares so despega


O trovão rouco a rugir.

Ba&fldbAVafe Mil.

O canhão retine e berra ,


F. iln primeiro ültintro quo a ventura Do perigo eis o signal!
Com fuma nl.a li/or locar o» ríu»,
Mün-l üterim o nora Hi-pitliuru
Dcsditoso de quem erra
lVr jiti/ui im-»' -. tio Deo*.. Em perigo sem igual!
Ca)i'e», Ou LumídiIub-.
IX.

I. Do canhão esse lomenti»


Quem poderá escutar?
Hugo , rugo , ruge o vento I
Vai, soberbo surca os mores
Mugc, ii.ir..-, muge o mar I
Oh formoso galeão!
Deixa solto pelo ares
Abrilbar teu pavilhão.

II. O bispo preces ordena ,


A Deus tudo orando vai,
« vento de bonança , Só quem tem alma pequena
Kra
estava o mar. Uo que em desespero cai.
De bonança
01. quo tao doco esperança
o pátrio lur! XI.
De ver cedo

III. E roto, cspnrso nos mares,


Vens ,i terra, oh galeão !
Pedaços vtla nos ares
Nelle so vai da Bahiu
O teu bcllo pavilhão!
O bispo que tanto a honrou ,
Leva em sua companhia
XII.
A muitos que convidou.
O bispo co'o peito ousado
IV.
Jà delle prestes saltou;
Sobro as ondas nado a nado
Nelle so vai demandando taboa so salvou.
NM.unia
As terras do Portugal,
Vai ligeiro proejando
XIII.
A Lisboa occidental.
Eis hum monto do vordura
V. repousar , ••
Quo convida a
Corre fonto de doçura
Mas o vento do bononça refrescar!
Que convida a
De todo so arrefeceu ;
Mas o raio de esperunça XIV.
De todo so esvaeceu.
Caminho já vai do monto
VI.
O bom bispo com os seus,
E não sabe como conte
O horizonte se escurece ,
Esse milagro do Deos.
Que de nuvens se toldou ;
Ò mar todo so ontumece, XV.
Que nelle o vento soprou.
Já ia o monte subindo ,
VIL
Ja ia o cume a ganhar,
Quando do bosquo sahindo,
.lã clarão, que a vista cega ,
Caethès vem a Mimai.
Sobre as trevas vem luzir;
tmmmm****~ * ,""r W"*mmimmi'
mim^m BaT^a^Hw^(^iwr i F* '-Wi->r ¦ __

lOG LITTERATURA.

XVI. xandro Dumas, e, forçoso ho dizel-o, se exeoptuar-


%».*tn
mos at Cartat Ptrsianat do Montesquieu, a .Vorn
Já o bando tao cruento Heloísa de J. J. Bousscau o a Ihlphina du ma-
Os seus arcos apontou; dama du Stael, o romanco como su entendo nos
Já, meu Duos, oh quo tormento! nossos dias nao existia ; este romã me amplo,., ¦,.
Seta hervada o traspassou! mostra a sociedade sob todas as suas fucus, ns
perseruta as dobras do coração e revela os
XVII. sentimentos que ellas guardam ; quo evoca os se-
culos históricos á luz porque
passaram, o que,
Quo sangue que vai correndo! quando bu huma obra du imaginação, toca todas
Quo de vivos a morrer 1 as incertezas, todas os displiuencias, todos os vi-
'
Que bárbaros os vao comendo cios da nossa epocha ; e d'ahi, estundundo os
Que crueza do prazer! sutis domínios ato a philosophia , vum plantar o
pó sobro as instituições sociaus. Porquanto, quem
XVIII. se recorda dos longos o insipidos romances de
Scudcry e du Ia Calprenéde ? Quem se lembra do
Sangue do tão dura guerra deinasiodo romanesco Prôvost, o qn.il todavia so-
O monto todo sorveu, brepttjou muitos romancistas modernos pelo que
Mas estéril lica a terra respeita ás combinações ? A* mulheres que osero-
Que o vigor cm si perdeu. veram antes tlu cpothu tle quu falíamos aqui, .
cxccpçao de madame de Stael , pintaram o amor
XIX. terno u respeitoso com bastante elegância por
certo o bastante graça, mas sem força e profun-
Verdura quo abi crescia deza.
Para sempre se seccou , Os romances históricos que apparcccm em pri-
Fonto que ahi corria nieira linha sao: Notre-Dame de Paris de Viclor
Pura sempre se estancou! Hugo, obra gigantesca, inesgotável em ricos epi-
sotlios e incidentes que assombram, cheia dos mais
XX. extraordinários contrastes nos caracteres, eescrip-
ta em um estylo sonoro repleto tle bellas ima-
Nunca mais os bravos mares gens, estylo novo e poético que lembra n cor das
Surrarás, oh galeão ! Orientais. A epocha quo o autor quiz restabe-
Nunca mais tambem nos ares lerer he a França do século Io; mas, cumpre
Brilhará teu pavilhão! confessa-lo, não foi o século lj quo ello pintou,
bo bum mondo tirado do seu cérebro, com parti-
J. Norbcrto de S. S. colaridades históricas c, uspecialmeule , sublimes
poi menores.
Cinq-Mars, de Alfredo do Vigny, he oro-
manco maia dramático da França, escripto cm hum
LITTI.KATUKA CONTEMPORÂNEA FRANCESA. estylo simples, poético, casto e do huma pureza
*• encantadora ; he btiiiia pintura verdadeira, cheia de
Artigo III. interesse e do vida, do reinado do Luiz XII, os
caracteres , desenhados a grandes traços, são de
novella, queoecupa tão grande lugar na Iit- Im ma justeza admirável, Citaremos tambem Slello
teratura moderna, apresentou-se a principio como possuindo igualmente algumas das •
quali
^_»v_: irCm França, naidado media, quasi sob huma dades da obra precedente. Seguem-se, em sogun-
fôrma épica, poi- ser cavalheiresca ; porôm bem do- da linha, os Dous Catlm-crcs tio Frederico Sotilié,
pressa tornou-so extravagante o ridícula. Lesago foi obra, como as do Waltor Scott, ondo a historia
o primeiro, após Cervantes, que na Europa compre- e a verdade constituem o
principal atlractivo;
hendeu o primeiro o romance do costumes; a In- mas onde lalloco esta suave frescura, hum dos mais
glaterra levo depois Fielding, Bichardson o Waltor bellos caracteres do poeta do Edimburgo. yts Me-
Scott ; a Allemanha , Coelho o Ticck ; a Itália, morias do Diabo , romanco extraordinário
, sem
Manzoni. Os espíritos graves do século 17 , ali- liamo; mas cheio do interesse e do movimento.
montados com esta immortal litteratura grega, A Chronica de Carlos IX, do Prosper Mérimco,
não se occupavani com hum gênero que lhes
pa- ho notável pelos caracteres bem desenhados o cia-
rocia desprezível. São hoje os maiores gênios da ros, tudo be abi brilhante, o
o estylo, do huma
epocha quo o representam : Chaleaubriand, Vic- concisão rara, be simples o
todavia amplo.
tor Hugo, Alfredo do Vigny, Gcorgcs Sand, Ale- Os romances de Alexandre Dumas tem o cunho
LITTERATURA 109

o dialogo ho vivo, a su bum alumno do século passado. Poderíamos


Ja originulida.lo do autor;
u «ô)\o caloroso; dente citar Peau de Chagrut, le PAe Goriot, Lt*
ilcscripcao dramática,
sem to.luvia serem Iranhoè, Notre-lhmt Contes Droltttitjue»', puicui, jà o di»sontit,, a
interesse,
Cinq-Mars. Traz â lembrança le* Sou- obr.i prima de Uulzau lie Eugénis Grandet.
de Paris,
l'auline, LeCapitaine /W; mas Vem depois I . .- Sue, o uutor du Saltimati-
renirs d'Anlonij,
! Ile vergonbu o desperdiçar «Vi, du Vigie de Koat-Ven , de Arthur o de.l/.i-
f,,rrieolo, Sglrandire
thilde. A ironia liu o caraeter principal rui toda»
a«im hum bcllo talento I
esta* obras, ironia amarga -¦ fulluz quu orrniuu
O maior dos roíi.nncislus de imaginação ho Cha-
folha por folha a bella flor da esnerunça , iiinou
leaiibriand. O quo »e nao ocha em llòiiô? Nao
deli- celeilu quo mantém a coragem uo homem. No
ho abi acuso quo so encontra u typo desse
dessa origiualidude, dessa phiiosophia meio desse pessimismo que prodigilisa por luda
rio sublimo,
mato e triste, desso estjlo poelico, apuixoiiudo a parte, encoiitrum-so menus de huma suatida-
i- abrusudor quo constituo o romnncu do imu- do encantadora; he pelo variedade, pelu origi-
Attala, les Slartijrs, les Sat- iiididado e vigor do estilo que elle se faz ad-
giuuçào deste gênero?
tmlus obras da mesma família ; a poe- miravel. 0 »eu ultime, romance, os Mystcrio de
chez, sao
sia nuo ir mais longo e fallar melhor M Paris, cheio do bellezas ctni.as, do grandes 0
pode
coração do que esta sublime prosa! En. seguida sublimes virtudes e lorpezus nojentas. ho Wlo
ora em hum im.Ij.Io de poeta o mais elevado,
vem Georgos Sand , autora do Valentina o de
Indiana, ondo so acbuo pleiteados os direitos e a ora no do ultimo miserável das esquinas de
emancipação da mulher, atacando as instituições Furis. Alphonse Kurr, quo conhece a arte das
e os preconceitos sociaes. Georgos Sand escreveu descripçoes vivas, nas quaes so ouve o triuadi»
a principio com aquella simplicidade sublimo do dos pássaros na relva, ve-se a naturezo novo o
hum coraçuo quo solTre e se dcsubafa, com bum reterdecida du priinaveru coberta de raios dou-
Mtjlo brilhante e caloroso. Os seus primeiros ro- rudos du aurora; nus quaes parece que se sen-
mancos, cuju fabuln lem sempre por fiindiiinen- te a fresca brisa brandamente passar pelos cabel-
to o nicsn.o thema , possuem conitudo buma los, nas quaes todas as flores dos can.p.x tem
variedade nos caracteres e na forma quo heudini- bum perfume para o alma melancólica; o seu ro-
ravel, sendo bum dos maiores mereciinentos a sua manco mais prezado, o que resumo estas qualida-
siinplicidudo na distribuição. Mais tarde quiz Geor- des em grào o mais elevado, he >'ouí Us Tillcuils.
do Slael ; Sainle-Bcuvo, cujo romance Voluptè, livro sue-
ges Sand tomar ns feições do inad.iuie
o seu romance tornou-se mais philoso|,hico, cn- culento , no (|uul a cada pagina se eiicoiilram peii-
t.rrou mais o dedo na chaga humana , cresceu sainentos verdadeiros; he |ior \enltiru bi.iiia das
o produzio Lelia ; obra extraordinária, original, obras mais originaes da nossa ópocba ; ha mail
a lança para longedos Michel Masson , Mortontal . Faulo e Alfredo de
que muitas vezes mesmo
domínios do natural o da verdade ! O seu ulti.no Musset, Augusto Luebet, Carlos Didipr, o en-
dn
romance, Consuelo, também be huma obra do ori- genboM Paulo de Kork, Sainliiu*, Culos
sem ser oscripla sob os mesmos da- lleriiard , Borlhoiiil , J. Jioin , Jacoli o biblio-
finalidade,
ai mulheres
dos «té agora seguidos. Cresce aqui o philoso- philo, Paulo e Júlio Lacroix. Entre
Georgos a duquezã d' A branles . mailame Cainilla Bodin ,
phismo , mas quasi sempre paradoxal.
Sand he a autora que mail estendeu o circulo tio Dclpl.inn Gay, o buma quantidade emfim de
romance moderno do imaginação, quo mais vida outros do ambos os sexos, para su inscrc.ercm
apaixonadas, cujos nomes seriam precisas as doze taboas tlellomu.
propagou nas suas obras, mais scenas
ás vezes suaves o simples; mas sempre revestidas O quo deveríamos ora fazer pari completarmos
ile unia poesia enibriaganto. esto artigo , no qual por certo ba já muitas omis-
Balzac ho bum bubil pintor dos costumes do soes, era faltarmos dos representantes da elo-
moderna ; tuas
salão, muitas vezes hum tanto exagerado; so quenoil sacra, do foro o política
desce na viila comnium, que sempre ridicularisn , não o faremos , sendo-nos impossível, por tal-
espoja-se na lama o torna-se cynico. Náo ho eiie lencia do iiiuUmia<s, o fallar com conhecimento
be e convicção. Nada ditemos também da critica mo-
por certo o rei dos romancistas modernos,
numa mulher que presentemente traz a conb ; mas derpi, menos analjlic i ; mas mais synthetica e
he o romancista quo por ventura tem mais espi- menos rcslricla e acanhada do que a do se-
rito , espirito quo despende o perde a esmo cm (¦ulo 18, visto quo e-to ramo de litteratura dem
obras sem plano c som fito. Eugénie Grandet ho a fazer o assumpto dl bum artigo especial no qual
sua obra prima, romance cheio dc encantos, do trabalho bttm dos nossos meu ilIuslrerTrrlIabo-
sem radores. Pelo quo respeita aos historiadores e ao
pinturas simples e cheias du verdades, o
ser einbaruçado por este continuo noologismo e espirito pliilosophico da épocha , só locaremos ra-
domínio da seien-
esto estylo escuro o empolado que deshonra a pidamcnío estas matérias, do
língua franceza, o do qual poderia envergonhai'- cia mais do que da litteratura.

:M
110 LITTERATrilV.

Muitos historiadores tem iMo a França desde Com relação h politica o t-clectismo unio-i«
'. ill. li .iti"tim
, Joiuvillo e 1'u.i viií : IMiilippu du depois do 1830, no novo sisienia; como
l.iuiiiiiines, quu faz lembrar Machiavel ; as pagi- pro-
grosso sò era o resultado do hum renas, imi-m,,
nas eloqüentes do !!•¦ --i.-: , o Yoltaire, t hcfe da geral, de huma necessidudo de renovação do i,)^,
«-"-'..i histórica
philusophiea do século 18. Com- nos espíritos ; e he agora que a França, alimenta.
ludo , iia-iino no começi. do século 19 , cxpro- ¦ I.i com o espirilualiamo da Allemanha
, m,|, „
bruva-so nimia a França o nau tcr{llumcs, Gib- influencia «lu Kant, du Fichte, do Schelling « dc
Imíih c Roberlsnns. Hoje porém tem ella Angus- llegel, recupera o céo quo lhe havia inusirodo
tino Thierry , quo Iho apresentou u Historia dn Descartes, e que o scepticismo o o moterialimiu
CunquistiA da Inglaterra pelos Norimtndot, incon- do século de Volloirc, c do começo do nosso, lhe
It-sluit-lmcnle a inellior ohra sobre historia «pie baviu tluniiite algum tempo encoberto.
ha pparccitlo nos tempo.» modernos; 1 < cartas sobre Uet-apittilcmos.
«t histuriti de frança e os Xarraçõet dos tempo» A litteratura moderna , cuja restauração «ó
"i -." i."/ia¦ .i ; Gui/ot,
qne escreveu a Holoria começou em 1819 a lançar os
primeiros ria-
'Ia civilttação fraticeza , u llisluria dn civilisação roes , | que cm 1828 jít havia derramado ex-
europea e o Ensaio tubre n historia de França, cuja tensa luz, nao hc lil ha nem do século 18, nem dn
reunião fôrma hum todo magestoso; Fauriel , VA, ella nasceu du coração do
primeiro christau.
que produto a ex.ellente olua Historia da Gal- O quo corai terisa a lilterutura contemporânea da
lia Meridional sol os conquistadores germânicos ; França he a poesia épica,
que se revelou a Gha-
Mullct, que a brindou con a tintaria dos Suittot, teoubriond, Alfredo tio Vigtiy, Alexandre Soumot
que nao bo inleriur a dc Mullcr; tleSismondi, 9 Edgar Quinei; a poesia íyrica, isto é, a ode,
que lhe deu o Htttornt das republicas Italianas, que se revelou o Victor Hugo ; a elegia, a La-
escripto com hum grande mérito j o dc Barante, uiaitiiie. O romance,
Ma se apresenta com a sua brilhante o simples que tomou novas feições;
qne toca boje cm todas as questões sociaes, c
Historia dos duques de fíorgvnha ; seguem-so o nuo se acha mais comprimido no estreito circulo
conde do Ségur, Lncrclellc , Thiers , c Alichelct,
que outr'orn nao pôde alargar. A philosophia, que,
«.•muni, historiador cheio de cloqi-cn.-ia o da fogo, sob a influencia do restabelecimento lilterario a
que, seguindo os passos de Yico o de Henler, do e-qiiiitiialistno allemflo, deu hum
passo para a
lam-ando-se , com Edgar Quinct, nesta nova scien- verdade. A historio, que ora entrou no domínio
«ia a que dão o nome do
philosophiu da his- da pbiloaopbia o ultrapassou os limites
quo pu-
tiria , emprakendeu oreai de novo os uhik.cs do abam travas a sua marcha. A lingüística,
untigo mundo. que, en-
trague ás subias mãos dos Ght-zi, dos Jaubert, dos
De algum tempo para cá a
pbiloaopbia cm Quatremérc, dos Saint-.NIartin, dos Abel Remusat,
França seguio hum novo caminho. L'ob o impa* dos Sylvestre de Sacy, dos Bulbi, dos Itnrnouf, subiu
rio, alimentada ainda com o espirito do se- ao ponto a que a elevaram em Allemanha os Bopp,
«ulo 18, desenvolvia em toda a sua amplidão os Eiclil.orn , os Ilainmcr, os Ticksen , os Va-
as idéas da t-scola sensualista do Locko o de ler, osjílaprolh , os Adelung , os EiscbofTe os
Conduta, Eram oa seus principaes icprescntantes Huuiboldt. Ha em todos os espirites hum des-
Dcslull de Tracy, Ciibanis, Degérando e Vohiey.
peitar geral, huma actividade incessante para o
Mas para logo vio-sc huma reacçao , a frente da mas lambem huma
programo-] inquietação so-
qual observa-se em primeira linha Bonald, e La bre o futuro, a incerteza sobro o
Mcimais, * sob a rc.-''auraçuo, íi presente, cm
que deu entrada tudo a duvida e biinia vontade fraca e vacillante.
escola tbeologiej espiritualista segundo n igreja. A litteratura nSo tem
llnycr-Gtillard havia atacado , com a sua viva ponto central para o qual
tudo convirja ; eis a causa destas apalpadclas
argumentar;.a , a escola ide. lógica
que procedia continuas, desle andar ao acaso, desta liberdade
do Coiidillac, preparando assim a re\ ilnçao
deviu operar-se quo qaa ao lona desordem: cada qual abra hum ca-
pela luta das duas escolas, sen- minho, cada qual forma bum systema.
Mi.il.sta « tbeologiça, Foi então
quo Cousin , in- Se, como nos séculos precedentes, houvesse uni-
lalligcnoia vasta c joven do bum dizer eloqüente dade.'da vistas ; que todas as inlelligencias
< oinp.u-.indo todos os sys.cmos , , tri-
philosophicos , no- Ibaado a mesma vereda, so convergissem se
nhutn achou quo nao apresentasse algumas reunirem em hum só para
«Inverdade. Desde enlao o eclcctisino, tiüto paráaíta ponto, por certo quo have-
do Iodos nu em pouco tempo huma litteratura dramática,
os sistemas, prinóipalmanto, neste tempo,
da sen- que nao existo no systenu. actual; entretanto a
sacio cila revc-loçiio, appareceu cm França mas,
; Fiança já possuo mais tio nação
traço durante algum tempo, só bum que
pouco antes da Europa moderna. Digamo-lo, qualquer
«i.« revolução tio
julho ha que tomou Ioda a sua posto que nao
nslensflo : a esta escola se ligao também Jouflroy querendo constituir-nos defensores do romantis-
mo, he huma injustiça
<• o harfio Massiaat que se faz á escola moder-
na o comparai-a á antiga.
Quanto a esta, os tem-

"Sm
^m>m*mm - "¦¦> *-*'-wK>.#w^m!*m7*WaW.y<

LITTERATURA Ul

começa o seu po- Sentindo que so conserve silencioso , não quere-


„os passaram; aquella apenas oru ha mos demorar por mais tempo a resposta devido
riodo. Aguardai , não comparei, por j
a nascer na sombra! ao seu orrazoado, bem como ao jui.u que a
quiçá hum genio próximo anuo em morri- StntuitlU emiltio acerca da Mimava ( n" Io )
Newton opparece no inesuiu que
Shakspeare só haviam quatro annos que em geral, o do nosso artigo cm cpecial. Km ou-
Galileo ,
tra oceasião res|Mindere.nos ao llm-il. \ Stnti-
tinha failecidti quando Molière veio ao mundo,
,. quando o uenio do Voltaire se ci.iii.guia, o ntllu Ira/ as observações do hum .correspondenlu
fogo celeste jà obrasuva a fronte do tiuut meni- quo se assigna ü Archivista , por l,,l maneira
vagas, iusipidas o descoradas, quo impossível e
no ignorado em huma ilha ! l»ora que oppureça o
dilli. ilim.i so toma sub.i.fllel-as u bum exame.
ourosa he forçoso o crepúsculo 1
Nado pois pronuncieis sobro o quo deve ou nao A critico nao pôde dar-lhes peso , porque a nosso
litteroturo. Consignai ora somente ver sao imponderáveis ( |ieriiiittu-se-iio.<i tal ex-
produzir eslo dar biiniii idéa
os seus revezes o as suas glorias: o piosetito per- pressão , pois nuo sabemos como
tence oo homem como O passado uo iiilinjto ; approxiuiadaineiitc ju«la do apagado , do insignili-
devo seguir. Só a cante do tal correspondência) com a differença
mus não deciduis da hora quo — quu os lluidos imponderáveis fuzem bum grau-
França agora possue huma grande litteratura, e
:
o século caminha paro o cumprimento da sua do papel no dynaiimmo o chimismo universal
obro; quem sabe se nao será o ourora de oinu- a lu* entre elles, por exemplo , ho a lilha pri-
a mai
nliiio eterna ? O futuro descansa no pensamento mogeiiila do céo na pbr.ise de Milton ;
do Deos 1 dos cores; o que ortigos desto laia fazem a li-
gura dos itilinitaiiienlo pequenos do inundo lit-
Emilc AdiH. terurio o parlem d<> obscurantismo delle.—O ou*
tor so mostra enjoado ou insensível o tudo quanto
se encontro na Minerva : u introducção lhe po-
reco diffuso e iiictaphvsica; o artigo sobro o
DA NACIONAI»lI)A.)R OA UTTBRATORA cometa pecca por lacônico, e be criticado ( mus
BUAS11.EIUA. tle quo formo ! ) pelo que diz e pelo que deixa
dl dizer. O trabalho do Sr. Dr. Maia sobro duas
Pincemi linver vontre qiicslinni iltlito, novas espécies do beija-llores, trabalho quo ha
Ma |.iò tempo UMgna n lutita litü. do otlruhir os vistos dos museographos , dos or-
1'ktiiarca.
nilbologislas, e em geral as de todos quantos so
Vcncz Pimlon et lloiinocorse, oecupam do historia natural , da lugar ao se-
Oaattaa érriviiiim tlü int-ino forco , minta reparo que muito pode acreditar o nosso
Dc vou tferíf. recovoir Io pri..
BoiUAD. critico no conceito dos sábios, o quo por isso
transcrevemos : « perder tempo c paciência cm
os lem-
no Io numero du Minerva tentamos cousas desta natureza! ! » Sr. Archivista ,
estão mudados: lá vao aquelles em que parle
reivindicar a gloria da litteroturo brasileira , pos já
avalia-
desto das riquezas naturaes do Brasil eram mui
esperavomos quo a critica se oecupasse
Europa sabia
w objecto importantíssimo, receiondo ao mes- das pelos seus próprios filhos. A
*iAKno
do sciencio a esto afortunado
mo tempo quo os nossos argumentos fossem rebati- monda os cultores dinheiro e pa-
afim de tempo ,
dos, não porque a nossa opinião nos pareça duvi- paiz, perderem
novas espécies de
ciência em descobrir algumas
dosa, mas porque não tínhamos tido o tempo ne-
Mataria para evidenciar a verdade que ella encerro. pássaros,
algumas ossodas de onimoes perdidos, t>
taes ninharias desprezíveis aos olhos
Até hoje , porém , nada temos visto que justifique outrus que Esses naturalistas
de certa estofa.
tal receio. O que sobre o nosso artigo so tem dos sabieboes
so extasiam com a des-
escriplo não enceta nem do leve as osserções nel Io são homens frivolos quo
avançadas , como facilmente mostraremos , exami- coberta de buma nova plante , do hum anima-
computam as espécies
nando huma correspondência inseria no Jornal Icjo , G que laboriosamente
do Commercio, quo deve estar na lembrança dos do pássaros quo o Brasil possue , c que, se-
Com gundo alguns, passam de 900 ( o numero dos
que por semelhante polemica se interessam. orço 300 o WO , mas he dc crer
cedo o deveflamoi ter feito, mas o tempo não quadrúpedes por
abaixo da verdadeira ).
sobra para que nos oecupemos com objecções desta quo esta cifra esteja muito
dizia que a historia
ordem. Accresce que o autor nos tinha promotlido Não sabemos quo philosopho
natural do hum rato valia mais do que a bis-
continual-as, e a vista disto desejávamos respon-
toria o civil do gênero humano. Quem
der-lhe n'hum únicoortigo e numero do Minerva. politica tao vasta
— tal- como o Sr. Archivista mostra erudição
Mos agora vemos que , volendo-se de hum huma idéi
vez — que limitava o sua promessa, nos priva não precisava que nos lho déssemos homens
cousas merecem aos
das suas illustnttivas c engraçados advertências. do apreço que estas
1 O
^asmw P»pp. JiMOTlIflIPJSP

112 LITTERATURA.

pi.iliai.iii.u-s; porém a sua injustiça nos obrigou de mais) nas suas ülBrtnaçóe». ||u ,mn -^
a lembrar-lhe o que talvez saiba muito melhor sua lógica nao seja menos achacada
que a J0
que nós. orador que o prtctdtu.
Ingratidão parece da nosso parte fallar assim Depois de estabelecer a questão segundo
de quom diz que o nosso artigo está bem lan- ,
nossa fmmula , principia por declarar
que a or-
fado; nitis sirva-nos tle desculpa o declarur quo dein do nosso enunciado nao ho a melhor
o t-i-iiiimiiiii-antt- nos pareço homem do mais ta- par.
elucidal-a, o proseguo estranhando que citassenitu
lento .. saber do quo na sua critica se mostra, 0 llotquejo Histórico , Politica e Litterario (/<,
e por l*M nao levamos a bem essa maneira va- Brasil, obra que na \-nU- lillcioriu lhe
parece
ga, encolhida e supcifirial por que falia de futil , desordenado, e sobremodo a falta da scim-
huma publicação quu tlü muita matéria a inle- lia ,acti, » obra o ignorado fora do Biazil, e inei-
restantes reflexões. Esquecíamos o que sobro o modos próprios Brasileiros pouco conhecida
artigo do Sr. Porto-Alegro disso o critico. Este ter-se-bio p.n.i sempre no fundo do Lelhes so
«im quo lho arranca vozes mais enérgicas, o Sr. Nunes Bibeiro d alli u nao arruncosse. .
quei-
«umes e invectivas. (Juem diria que hum es- Ou.int t oo primeiro reparo, sentimos que o cri-
eriptor tão inimigo de beija-flores advogasse a tico se nao sirvo indicar-nos a vereda
causa das águias com que dete-
pes do quadrúpedes, e ramos tt il liar ; e quanto ao segundo, cumpre-nos
•Io outras que taes monstruosidades t.ix.il-ti de nimiamente injusto o temerário, o
quo o Sr.
Porto-Alegre metteu a ridículo no seu artigo'.' lastimar quu us nossas observações dessem lugar
Dizem quo as observações de nosso illustre col- o que o Sr. general Abreu o Lima fosso trata-
lega sao muito rigorosas; mas o meio do mos- do de ignorante por quem talvez tenha muito
irur quo elle foi injusto ou mui severo he o de quo
aprender pura chegar a possuir os conhecimentos
responder lhe em regra; confessamos
ello aiançou sobre a representação lheatral que o que desse illustre Brasileiro. Ouando a critica se faz
nos a homens do merecimento, cumpre apontar-lhes
aflligio, pelo grandíssimo apreço
quo fazemos do nomeadamente os erros o determinar-lhes a na-
urtista brasileiro quo em tureza, antes de attribuil-os á ignorância com a
grande parto dirigio
essa funeçao ; mas
queríamos que o desculpas- sem ceremonia que usa o nosso critico. Nós com-
sem com razoes, c nao com declamaçoos vagas, batemos a opinião do Sr. Abreu e Lima, porque
o que nos pareço fácil estamos convencidos do quo Portugal tem huma
para quem souber do
que se passou nos preparitivos dessa funeção. lilteruturu nacional , bella e rica em certos gene-
Náo foi, segundo uílirmam, o Sr. João Caela- ros, quo o Brasil tem a sua ainda mais notável,
no culpado do muitos erros
quo devem ser attendendo I recente data do cyclo litterario deste
imputados aos inimigos mesmos deslo artista
benemciito. paiz. Mas no quo o Sr. Abreu e Lima diz sobru
este objecto nao enxergamos essa falta da scientia
;u|jTermina o Archivista alcunhando do futilida- facli que tão perspicazmente descobre o nosso
des os artigos do Io numero da Minerva ; as- critico. O que pôde notar-se nesta parto do Bos-
sim podo ser, mas nenhuma scrà tamanha como
a seguinte: ti A litteratura está de tal sorte li- quejo he huma generalisaçao defeituosa o orbi-
traria : o autor peccou por torna-la extensiva a
gada com a linguagem o a religião, que cm- certos fuctos quo cila não deveria comprehender
quanto esses objeclos não forem diversos, não deixando du parte aquelles que lhe pertenciam ,
so poderá bem distinguir huma do outra
(a porque eram realmente análogos. Muitas hvpothe-
portugueza da brazileira ). » E não sabo o autor ses tem huma origem semelhante ; mas nao
que a França, a Hespanha o Portugal tem a mes- pro-
vam necessariamente ignorância dos factos. Muitas
ma religião , o todavia
possuem litteraturas dií- heresias littorarios sao devidas à mesma causa.
ferentes,? No
que diz da linguagem, o -4re.il- Diziam os que lem a balda do nosso critico a
vista nem ao monos se dá ao trabalho do expri-
Perrault , Lnmothe, o oos outros detractores de
tnir-so com precisão e
propriedade, como o nos- Homero : Vós nao sabeis o grego j
por isso , len-
so caso o pede; linguagem não ho o mesmo do a Hindu em miseráveis traducções, nao
língua no sentido estriclo; ho desta ultima quo podeis
o autor quiz fullar; mas, ainda quo julgar do seu merecimento ( e esta proposição
que perdoado bem entendida, ho incontestável
seja desta culpa, não ). Nisto o ab-
pódc sô-lo da commetlida hade Terrasson se apresenta e se declara contra
no sophisma que empregou, e a
que os lógicos Homero. Ora esto sabia o
grego como madame
chamam petilio principii, dando
por admittido Dacier, c não podia ser combatido com a razão
aquillo mesmo quo se questiona,
Passaremos agora ao que nos loca do mais que mi fitava contra os outros. O Hardouin
sustentou quo as obras dos autorespadre latinos tinhão
perto, isto ho, ao correspondente do Jornal, que sido compostas
só com o nosso artigo so amoíina. Esto sim pelos monges; Floro, Tácito, no-
mes inventados, significam o estylo florido de huma
que ho mais positivo , diróefo , categórico ( e até e a concisão e
profunda politica da outra. So o
LITTERATUIIA 113

padre llardouin tisaeeea


isto ao noaao critico, se- que poderio oppõr-nos outras , furtificudas por
no b»go tuxudo de falho do seienlia fucli. Com hum sem numero do autoridade*., argumentos c
as selecla* esto quereria provar quo os outore* razoes, e nté mesmo a sua própria opinião, que
latinos nuoi-ruiii persunagen» fabulosas. nenhuma força | acereseenta modestamente; ènria
entretanto a accusação de ignorância nao se- a qualquer das a que se nppozesse , e que todu-
riu boa de fuzer-se o hum erudito como llardouin. via se contenta em examinar o justeza de iiusjus
I) doutíssimo Vernei estíi no inesmo caso. Quem raciocínios, o quo l.i* ilo seguinte modo: -Tlu-
nao sabo quo esso illustre subiu portuguez faz do o que elle ilu reduz-sc oo seguinte raciocínio -.
— A litteratura ho a expressão tlu índole , do ca-
huma idéa muito desfavorável de lilteruturu por-
tugiR-ia? do Camões diz cousa muito peior t|ue r.i.'ter, du intelligenciu social de hum povo, ou
ossu que o critico citou du certo Inglez. de huma epocha I ora o lirasil lem huma in-
A' visto destes fui tos erra o nosso adversário dole, hum caracter, huma intelligencia social
quando ullirmo que
o Sr. Abreu I Lima por min- ; logo tem huma lilterutura própria , isto
gon de conhecimentos julgn dt-sfavoraveluiento a [uopii.i
io , ba huma litteratura brasileira.—Conccdnmos
litteratura lusitana. Quanto a ser desconhecida (continua ) a maior: o menor também será sus-
fora do Brasil o obro do dito senhor, nada prova tenlavcl? O Brasil era colônia portugue/u for-
contra ella , porque ho sabido quo em Portugal muda de Purtuguezes que paru uqui transportaram
raro heo livro que nppurece impresso no Brasil: seus penotes, com a mesma religião, debaixo dos
lirtu dlO fé as seguintes palavras do Panorama : iiiosmus leis. »
a pela ruridude d..s obras brasiticas nn con- Mus que importa que existissem todus eísas
.incute... resultu duqui serem desconhecidos en- causas que tendiam a identificar us Iliteraturas dos
tre nós escriptos importantes e eslimaveis. » dous paizes, se o clima, as inspirações e os novos
No França a na Inglaterra tombem i.odu pro- hnbitos quo elle trazia deviam necessariamente in-
va que o critico visse ou não visse o livro de lluir nos Brasileiros ? Para mostrar que o menor
be insustentovcl preciso era que O critico des-
que trata. Nesses paizes raramente se ochão li-
vros portuguezes impressos em Lisboa ou no Imiaaa huma por humi as razoes quo demos em
Brasil. Deos nos livre, Sr. Critico , quo a suo lo- favor da nossa thesc, as dillcrenças quo notamos
gicu seja estudada por algum delractor de Por- nus duas lillcroluros, us nutoridudes que allega-
tu gal. De quantos livros poderia dizer: a Nuo os mos cm favor du influencia do clima. Pareceu-
\i fora de Portugal, logo não prestáo. » lhe quo , citando quatro ou seis linhas de fran-
Basta sobro este tópico. Acompanhemos o cen- tez o inglez, mal a propósito, e até mesmo con-
sor que passa a murmurar do que dissemos u tra si, abalava o nosso artigo em seus funda-
rercu do temível adversário Guina o Castro, es- inentos, e por iss.i não se deu oo trabalho de
tranhando-nos que nao tivéssemos presento hum discutir os pontos principaes. Vejamos se o nos-
escripto que nao obstante tratamos de refutar. sa opinião ho tao paradoxal quando entendemos
Para que este reparo fosso bem cabido cumpri.i que eata paiz devia inspirar huma nova poesia, 1
ser
que o censor nos mostrasse alguma incxoclidao que cllec.ivumcnto a inspirou. Vejamos so por
no expor a doutrina do doutor Cama; ou que ccluiiia portugueza , com ¦ mesma religião , cos-
ao menos podesse notar que Unhamos enfraque- lumes , etc, não devia sentir a influencia do cli-
cido as suas razoes. Como porém o não fizesse, ma , quo ludo modifica mais ou menos. Muito
consinto que lhe digamos que use do argumen- mal v.ii o nosso od.orsario negando que o Bra-
tos mais valentes se do oru em diante se empe- sil podesse em virludo dessa influencia ter huma
nliiir em contenda novo. liUciatiirii sua. Não só julga o Sr. üarret quo
Vejamos ugora quo partido tiro do exume do era possivel que o clima do Brasil inspirasse bumn
da portugueza no seu
hum raciucinio o quo reduz as nossas nssorçoes. poe-ia particular c diversa
Para maior clareza citemos as palavras em que colorido « feições, não só admitte esla possibili-
substanciamos a opinião do Dr. (lama: «São us ilude, como oté estranha muito, c nisto vai com
línguas, dissera elle , quo duo nome ás littera- o Sr. Ferdinand Diniz, que os poetas brosileiros
toras antigas o modernas: para que existisse lit- nao fossem mais nncionues, nao enriquecessem
teratura brasileira, preciso era que estivesse con- as suas producções com a poesia especial que esto
dignado cm outra lingua quo não na portugueza.» clima respira, por assim dizel-o.
E á cerca desta opinião seguida em todos os casos A discrepância quo se dà entre o nossa humil-
e admitlida. como regra absoluta observamos que de opinião e a mui valiosa do Sr. Garrei não ho
conlondor. E, per-
outra diiisao talvez mais
philosophica seria a que portanto fuvoravcl no nosso
attondesse ao espirito
que anima, a idéa quo pre- mitta-sc-nos dizòl-o, este representa muilo mal
sido aos trabalhos intellectuaes do hum povo. Que no Bio de Janeiro as opiniões dos seus mestres,
diz o criticoá cerca disto? quo a nossa opinião se desses homens illüstres que estão à frente do
em Portugal se
funda em algumas definições geralmente inexactas, grande movimento litterario que
111 LITTERATURA.

opera em nos.su.» tempos. Files anticipailamento so rflo do lliiiiib.ildt, be iiidubilavel que o clima, a cor,.
encarregaram du responder, de contentar essa figuração do terreno , physionomia dos vegetaes
õ
miserável idea de que o Brasil nada devia ..ll.-- aspecto da natureza, ou aprazível ou bravi», influê..,
recer do novo a imaginação do poeta, quo o no progresso das artes e no tslijla aue diurna,,,
homem nascido neste clima devia ser por muitos as protíueçüts destat. A litteratura do novo i.,unij0
séculos o homem da imitação uai artes, lama- devo apresentar pensamentos novos como etk
nha julga o Sr. Garret que devia ser a ittlluon- singubirits como a naturezu que tem
cia exercida pelo clima ims poetas brasileiros, pulente au»
olhos.... I.\|.iiiiiiiii!.ii., o Americano)
| por ventu.
que parece nao levar em conta u influencia que ro, nn. suas floresta» iiituclus, as mesmas impre»sow
devia exercer a relegiao, a educação, o as de-
que nos sentimos nos bosques de continuo desbaola.
mais causas que tendiam a ideiitiiical-os com o dos pelo ferro do leuhadur? A variedade de uni-
poesia portugue/a. Ora, nós quitemos deter- inaes , ele. ? •
minar exactamente a parto
que estos causas Ate aqui 8 Panorama. Diga-nos agora o bom de
deviam ter na produrçuo da arte brasileira. Fm criliiti so aqui uno devia upparecer nada de nucio.
vez de negar que ellas devessem influir na iii! nu poesia , isto be, so os costumes, a religião c
|mic-
sia, procuiumos piovar
que mio podiam ser us leis deviam irreinissivelmcnle fazer com
que a orle
inteiramente paralysadas ou nullilicadus no Brasil fosse inteiramente idêntica .1
pela in- portugueza?
Uuoncia contraria. Os que parecem entender Diga se a nossa opinião be singulur ; estranhe-a
que as inspirações do clima deviam ser tudo, quanto quizer , cointaiilo que so veja obrigado a
Mo o Sr. Garrei o alguns illu»tres Brasilei- confessar que ba mais alguém que opina de liiim
ros cujas opiniões combatemos no
jú citado or- modo muito fuvorovel ft nossa id6a , e
que a menor
ti-n , e que ii.crepavam aos
poetas seus patri- do nosso syllogismo não somente he sustentável,
cios por nao terem sacudido o
jugo da tradição. mas até nos parece desassombruda da» argucias c
Nós tentámos demonstrar
que lhes nuo era dudò duvidas com que o nosso critico atoldou. So nos li-
subtruhirein-se ao
poder do seu século, e com zessemos a apreciaç.10 melhodica de algumas
diversas considerações poe-
philosophicus procurámos sias brasileiros, poderíamos apontar os muitos to-
apreciar devidamente o
jogo dessas influencias quês nacionaes que a tleslinguem de envolta com
encontradas. Collocando-nos nbuin
juste tnilitu , os fôrmas cunimuns a todas as litleruturas, o os iiiíii-
feimm cclccticos, porque nao concedemos tudo' espcciites das europeas. No nosso artigo citámos ai-
ao império do clinio, nem tudo ao império
da guns versos do padre Caldas, c Durão, dos Srs. Por-
religião, costumes c tradições, o to-Alegre c Magalhães: os limites desse esboço nao
que
hrasilico recebera tle Portugal. O Sr. população Garret , í permitliram quu .aliássemos de outros, tanto ou
nós o repetimos, longe dc ser contrario ú 1 mais caracteriscos,
nossa que podiam dar í. nossa lhese
opinião, antes a favorece em demasia.
As se- hum apoio e hum interesse digno do seu objecto.
guintes asserçoes do Panorama sâo-nos igualmen- .•'aliamos' tia canlata á Primuicra do Ex™" Sr.
te propicias o depõem contra o nosso inconside-
marquez de Paranaguá . obra em que a inspira-
rado critico: ellas mostram
que o seu autor en- çao americana se confunde com a europea, mas com
lende que eram
precisos os estudos europeos, a aquella arte que a critica póde reprovar, masque
ausência por longo tempo e a tendência do
gos- o sentimento immortalisa : Ite a luta tia lira helle-
Io imitativo do épocha,
para quo os Brasileiros nica cila harpa que symbolisa a poesia das nuçócs
poelisitssem ô europea. « Os mancebos estúdio- modernas; as duas influencias alli se encontram e
sos, deixando cm annos ainda verdes
o solo na- contrabalançam : o poela descrevo , pinta a
lal. deslumbrados com o fausto prima-
dus córles para vera imniorlal dos trópicos; mas depois apresenla
onde se trasladavam, esqueciam-se
da natureza algumas bcllissimas imagens que pintam a dos nine-
espertai do dima onde abriam
os olhos ft luz nos climas temperados do hemisphcrio antigo.
do dia; já nao eram os habitantes
do novo A variedade de tons e metros perfeitamente adap-
mundo que freqüentavam as scenas e
objectos tados nos recitativos e árias tornam esla
tffrj diversos tios producçío
que vemos na Europa ; os pre- comparável, ou mesmo superior, á Cirei de
ceitos Literários J. B.
próprios da épocha os sopeavam Bousseau , obra prima da
e os vôos da sua imaginação restringiam-se , poesia franceza neste ge-
» nero. Os partidários do romantismo exagerudo o
O latiorama, continuando, diz « «pezar
que, systcmntico/soi-disant original dizem
de tudo isto , o padre Durão e José
Basilio tt res da mythologia estam marchai até nos
) que as Ho-
apartaram da geral tendência.... poemas
Nas modernas dos antigos. Desejariam
— Poesias do hum Buhiano — que Virgílio fallasso co-
dous tonunhos, ( prosegue ) cm mo Ossian, quereriam achar no Partbenon o
frontis-
já se encontrào alguns toques
-am»!™....
O Ex- Sr. Villcla Barbosa ca- picio c ornamentos du Notre-dame, ou o da catl.e-
sou as malhomaticas com as amenas dral de Rheims. Não trataremos desle
musas, e cantou exclusivis-
mo, e so diremos
a primavera do seu quo n mythologio aformosea
paiz.... ao dizer do illustré ba- muito a contata á Primavera
; dá-lhe mesmo
. . **

I •
Nflipil-l.1!--- ! im
'w^mm* ~

LITTERATURA. Ili

a clássica que rei itli* aos mais eminentes críticos, só desejaríamos


hum encanto indulinivel. Ho poesia
suas mais preciosis, com hum gráo mais de perfeição , tine a nosso ver o
se adorna com os jóias
os mais bellos atavios que o* deoses da culta Cru- poeta mio tocou neste particular. No //ymno <i tar-
doaram ; ullu a« embriaga com o ncctar, de do Sr. 1.1. Odorico .Mendes achamos o sentim en-
cia lhe
us fôrmas e, cm vésperas da sua morte, tu perfeitamente harmonisudo com a imaginação, a
divinisa
entoa hum do» teus mais melancolia turno o mio taciturna o desesperada , o a
que antever nao |iôde. eiicarnoçao da itlt>a philosophica na poesia. A riquu-
suaves cânticos: olumpada prestes a apagar-se , bri-
teqtleiidor uiois vivo c suai» intenso! za descriptiva prejudica nas obras sentimentaes. Ha
lha cotn
exame dos brasileiras cumpre nao ver huma especio do contrasto tiuo nos esfria enlre o ex-
No poesias
somente o exlerioridade da arte, que muitas vezes terno brilhantismo | gala do certos obras e a saúda-
apresenta o* formos gregas e romanas ; cumpre do , a mulancolia , a di.r quo procuram exprimir.
attender ao sentido occulto , 6 intimidade, ou pelo O Sr. Odorico ho buiii dos ruros poetas ijuo sabe
o segredo du fuzer versos admiráveis, ulíiando o
menos ao elemento dn poesia tradicional que nella
su acha combinada ao elemento americano. Por sentimento com as imagens, o colorido e melodia.
exemplo , na primoroso e brilhante metainornhose Bem mostra que he digno de lutar com Virgílio, o
incompara-
tlu Nictheroy , n fábula he fundada sobre os bellas quo no estudo dos obras deste poeta
vel na harmonia do estylo, adquiriu o lino gosto,
licçoes da Grecio; mas a novidade da scena descripto
a grondiosa idea du o todo delicadíssimo que mostra ler. Quem lou-
pelo Sr. Conego Januário ,
dor oo colossal inamebo niegntherios o niamouths geda pátria poderá ler o Hymnoà tarde sem quo
animaes domésticos, a agglomeroçao do com- derramo lagrimas ? Sentimos nao poder transcre-
por ver muitos versos desta composição , mas nao po-
bros e penhascos quo elle sotopoe huns aos outros;
a serra dos Orgtios, escada iuimensa que lhe deve demos resistir ao desejo de lembrar os seguintes aos
servir poro assaltar os ecos, tem bum nao sei que amadores da boa pooiia, tanto mais quanto offu-
do americano que mais fácil lie sentir do que ex- recém bum quadro que pertence ao viver ameri-
semelhante determino- cano :
plicar. Nem sc diga que
e que na
çao , por voga , ho menos admissível ,
o mesmo brilhantismo e gran - O' compassiva tarde ! Olha-tu o escravo
poesia curopea ha Sopea em si os agros pezadumes:
dioso. O verde tambem ho a cor dos vegetaes du
F.uropa ; mos os naturulistos admiram hum nõo sei Aos sons dos ferros o instrumento rude
tjtte de mais vivo, ou pelo menos de especial no ver- Tange, bem como cm África adorado ,
dor dos bosques e jardins americanos. Quando (tao livre 1 ) o lilho do deserto
Seda parte descriptiva passamos à sentimental, l.à te oguardava ; e o écho da floresta .
brasileiras üa avo o gorgeio , o trepido regalo ,
quem podo negar que algumas poesias Zunindo os ventos, murmurando as sombras,
respiram huma terna melancolia , bem distincla do
sombria tristeza de muitas bailadas, romances e ele- Tudo em cadência harmônica lhe rouba
re- A olma om mágico senho embevecida.
gias românticas ? A declamaçao , e hum certo
muita as Mire»
quinte na expressão , dáo quebra
do Young : o Cemitério de Gray he huma admirável Nada móis accrcscentaremos por agora ao que
composição, mas a philosophia ahi se mostra muito; contra os nossos críticos dissemos.
a idea philosophica nao se acha intimamente uni- San*. S. R.
da à idea poético. Advirto-se que nao queremos
contestar os elogios unanimes que Gray tem me-

.-Í.--.J

....
¦ i

: .

aajaaaaavaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiaaa

llíat. 1 *%.t -i|LMV«lt%


—<^O0o*»

EXPOSIÇÃO PUBLICA. confusão de classes de discipulos ordinários e ev-


traordiuarios, que nunca iiingucm soube o tm
1" Adtigo. era.
No meio de todo este conflicto dous homens
resistiram e representaram ao governo. Mr. Grand-
L jean obtovo quo os alumnos também freqüentas-
sem a architectura, o Mr. Debret o poder con-
1»W IM do darmos conta da exposição desle servar alguns discipulos antigos na sala em
afO^aniio, na academia dos bellas uiles , ere- que
fazia o quadro du sagração do Sr. D. Pedro 1.
^L^Lmos útil dar a nossos leitores hum rapi-
A desordem o as pequenas vinganças erum taes,
tio bosquejo da historia dessa solemnidado ar-
tistica. que .th- so prohibio aos discipulos de Mr. De-
bret o trabalharem olèin da hora ; esto golpe fa-
A colônia ortistica que aqui oportou em 181G, toi indignou de tal modooMr. Debret,
'ontraclada em França que elle
pelo marquez de Marial- requereu á ossembléa gerul providencies sobre tal
va, esperou dez onnos antes
que se fundasse a abuso.
academia das bellas artes. Em 1827 chegámos a esta cidade, c por huma
Em 1826 o Sr. visconde do S. Leopoldo, cujo ordem do governo podemos ir estudar com Mr.
ministério foi marcado por momentos do illus- Debret: a magoa que sentimos com a prohibiçat»
tração, teve o pensamento de aproveitar esses ho- do possar da ora do relógio o estudo , a
mens , que durante dez annos tinham vencido or- priva-
çao da chovo da nossa aula particular nos obri-
denudos, e fazer a abertura da academia, fran-
gou a irmos aos pés do throno implorar a Sua
queando suas portas á mocidade brasileira. A Magestade que nos mandasse dar a chave como
morte tinha ceifado alguns do seus membros , o outr'ora ; o o fundador do império , o Sr. D.
outros so tinham retirado
para a França, sendo Pedro I, foi em pessoa á academia e ordenou
muito do lamentar a perda do Mr. Taunay ao director quo nos entregasse essa chave.
pai,
a de Mr. Pradier, hábil gravador do buril , o Este passo do monarcha electrisou dc tal mo-
Mr. Newcom. do os poucos alumnos da aula de pintura,
Hum artigo dos estatutos, baseado em huma ap- que
no onno de 1829 Mr. Debret concebeu a idéa
parente verdade, obrigava a Ires annos de estudos de fazer uma exposição publicados trabalhos dos
de desenho a qualquer
joven que se dedicasse, seus discipulos; mas todas essas tentativas eram
não só à pintura, como lambom á
gravura, á es- annulladas pelos artigos dos estatuto*, verdadei-
eulptura , á mecânica , ;'i orchitecturu c ros inimigos do progresso e do enthusiasmo.
tendo, excepto a primeiro arte, todas paisagem
ellas o seu
,
Era então ministro o Ex.mo Sr. senador José
desenho próprio, o não necessitando algumas do
Clemente Pereira, o S. Ex.» depois de ouvir-
estudo da cabeça o partes do corpo humano.
nos que em nome do nosso mestre lhe
Durante essa èpocha , om
•o desenvolvimento intellectualquo o relógio marcava mos licença para fazer huma exposição dos pedia- nos-
, o ora prohibido sos trabalhos, mandou-nos á secretaria de estado
rigorosamente pelo director o estudante ti-
que fallar com o Sr. conselheiro Biancardi,
vesse inspiração depois ora
quo o ponteiro chegasse então official maior daquélla repartição. quo
a tantos minutos , a academia via todas as dc- O Sr.
biancardi como que
mais aulas cm hum perfeito silencio. parecesse duvidar da exis-
-encia de trabalhos, lhe licença para
Vicráo das provincias alguns moços cheios
hum nobro enthusiasmo , o foram obrigados
de apresentar os nossos, o foi pedimos
tal o prazer que S.
voltarem por terem o demasiado crimo do a S. mostrou , que não só informou bem a
desoito S. Ex.°,
como também nos
ou vmto unos, c não proinclteu sua protecção. O
poderem entrar em huma (lirecto^jroiado nos estatutos, fez o
que pôde

V
BELLAS ARTES. 117

esta exposição, masS. Ex.* cortou ilii/i.l.i*. a* outra* nulas, a ordem du governo
para impedir
todos o* embaraços e mandou um uviso ordenou- puru que a bibliotheca publica BMBdaaee para as
do que ella so li/.-*--. provincius as edições untigu* du mesmo .tutor .
||e portanto ao Ex."" Sr. José Clemente a quem uu as que tivesse em duplicata; a peneguiflo
ter mandado fazer a pri- ú musica com a dospcditli da todos ns iirli.trts
pertence a gloria de
meira exposição publica. du cupollu imperial, o nspecto terrível du dia IV
No anno de 1829 , segundo o catalogo que so de julho, u o saudo du M. Debret, o de-
imprimio, e que existe nn bibliolheca publica, a termimiram o deixar hum paiz que elle tanto
• lu-sc de piiiiui.i histórica expoz mais de íiO amava, <• que aindl boje forma o mui* grato
producções, e da arebitectura mais de lüü estu- objecto do todas o* sutis recordações.
do*, a de paisagem V do professor , l 4 bustos Do 1831 n 37 nada podemos dizer com.,
em gesso do Sr. Marco* IVrraz. testemunha oculur, porque acompanhamos nos-
No anno seguinte tinha subido no ministério so mestre ¦> Europu.
o Ex."" Sr. conselheiro de estado Maia, aetual Quando neste ultimo BODO forno* nomeado*
ministro, o nós no* dirigimo*, sempre cm nome para ensinar a pintara hisliTicn, a congregação
do no*so mestre, a rogar a S. Ex.1 se dignasse dos professores reconhecia ainda a imperfeição
conceder licença paru huma nova exposição, ao dos estatutos; e o Ex.""* Sr. Bernardo Pereira
* mui
que S. Ex graciosamente nniniio , c esta de Vasconcellos mandou que orgonisussemos uo-
exposição, que se fechou no dia li de dezembro vos, os quues nao firam postos em vigor por
tle 18:10, foi mais ampla c mais variada: a pin- S. Ev.a ncr motivo, quo nao entram cm nossa
¦iti.i expoz 52
producções, o arebitectura 82, a alçado.
paisagem 12, eaesculptura 11. O concurso do Nesses estatutos o congregação pedia, além da
publico quadruplicou, e o director lambem fez em exposição tios trabalhos da academia, a rei ep-
sua aula de desenho huma exposição, não só tios ç..o de Iodos os outros dos dilTcrciitc* artistas
-.eus trabalhos, como também de todos os seus que nao fossem membros ou discípulos da easn.
discípulos. O l_.x.mo Sr. Calvuo, recordando-se de oi-
Os Ex."'M Srs. ministros não faltaram em l.on- gomai conversações quo tivemos em Londres,
ror aquelles actos com sua presença, e não nos no tempo cm que elle era ministro plenipolen-
lembra se o fundador do império o foz. ciariOs e que se fazia huma cxposi.-to publica
Algumas obras foram mimoseados com coroas de trabalhos urtislicos, ou em Sonterset-Jlouse ,
1
e poesias, e os Dr. Bosilio o Evaristo Ferreira ou no bazar da rainha, logo qua aqui subiu au
da Veiga escreveram artigos sobre hum acto que ministério ensinuou para que a congregação pe-
mnunciava a liberdade das artes, c sua ci.lt.i- disso o faculdade de liuma exposição publica un-
ra no Brasil debaixo de hum ensino regular. nu.il, e S. Ex.1- mostrou neste oclo huma deli-
Mas todos esles actos externos, toda esta ap- cadeza que lhe be própria, fuzendo reverter so-
parencia eram paralisados por indisposições par- bre us urtes hum pensamento tão generoso e do
ticulares, por vis intrigas entre os professores o tantu utilidade para o seu desenvolvimento.
O director, quo cada passo que intentavam dar A academia, durante os primeiros onze annos
em abono da juventude, em proveito do paiz, do sua existência, teve a infelicidade de encon-
encontravam huma barreira terrível; os estatu- trar alguns ministros quo a encaravam como
tos tinham o vicio daquellas leis que so forjam huma despeza de luxo, e alguns du mais bou
eom intenções secundarias, tinham hum espiri— fé, como o Sr. José Ignacio Borges, dentro de
to acanhado quo predominava no seu todo; não suas próprias salas se manifestaram seus con-
oram leitos para as artes, mas sim para os trarios; mas nenhum levou a palma a este se-
homens; mio olhavam para o futuro, mus sim nhor, nenhum foi mais franco, mais bizarro
para o dia tle hoje. do quo elle.
No anno do 1831, depois da nova ordem de Com voz do estentor, cm face de alguns pro-
cousas, M. Dcbret pedio ao Dr. Cláudio Luiz fessores, S. Ex." procurou convcncel-os da inu-
da Costa que o apresentasse ao Sr. Lino Cou- tilidade de hum semelhante estabelecimento , di-
linho , enlão ministro , o lhe apresentando hum zendo que : — So isto serve para se fazerem pin-
plano du estatutos, baseado sobre o trabalho turas, eu não sei; porque não vejo nada quesir-
qua fizeram os professores em 182., e que M. va para ornar huma sala: quando a gente quer qua-
Debret mandou imprimir à sua custa no fim de dros , basta ir a rua do Ouvidor, quo lú os acha
1827, este senhor o recebeu com particular mui lindos e variados, sem quo a nação esteja
favor. despendendo tanto dinheiro.
A introducção da typographia nacional na aca- Parecerá huma calumnia atroz o pormos na
demia, a passagem que se fez para huma aula boca de hum ministro da coroa semelhantes idéas,
¦ mmido, o esp aço resumido a
que ficaram re- mas isto he hum facto, e hum fado que so deve
no BELLAS ARTES.

conservar. Hum grande moralista brasileiro disse ; centro de nos outros satyrise o escarneça do nói,
da e lonce os epithetos mais injuriosos sobre a terra
que os andaimes nas revoluções compoem-so
peior genle, como nos edificios da peior madeira. que o nutro , e que ho a pátria verdadeira de
Doe u alma de todas as inlelligencias quando seus lilhos; pouco importa quo essas v a.dosai
se vé t-ullocada no cimo da pviamido social buma mediocridades se empinem o crcam em seui
iiotobilidade que despreza tudo o que forma a sonhos dourados possuírem as virtudes o os (a-
sua ignorância !.... Vcli/mento para o Brasil rontos dos homoits illustrados da Europa !. .,.
parece ftiid..r a epocha de loes summidudes, e
com Nem todos sao máos; estrangeiros temos co»
desdouro de sua propagando sentarim-so na nteso nluinlo quo amam o Brasil sinceramente, e que
do conselho homens «Je pensamentos oppostos, se nao podem confundir com esses Assuerus
o de huma doutrina aniogonista a do Sr. José errantes, que do paiz em paiz vão traçondo a
ignacio Borges. esteira hedionda de sua rota com actos deshon-
Depois que a ocodomia obrio as portas aos ar- rosos, o quo cada pegada do seus passos he mar-
tistos todos, e (cm exposto suos obras, a arte rada por huma immoralidade.
tem progredido -, a escola nacional tem tomudo Nós nunca poderemos congratularmo-nos cum
bum grande incremento, c esperamos que ella aquelles que nos aviltaram injuriosamente, que
hum dia entoará o seu hvmno tle independência, nos columniarani, e por huma refolsoda hypo-
como nas outras nações da Europa, depois do crisia , baseada sobro o medo e a falta da in-
haver adquirido hum caracter próprio, o do pos- dependência , procuram mascarar seus actos por
suir todos os predicados quo constituem huma bum amor apparente; elles sao como os espe-
escola. l'ara chegarmos a esto desenvolvimento culaJores políticos quo se passam porá o partido
hc necessário que todos os elementos tle civili- contrario. O pássaro que nasce com azas, se nao
sação subam a bum nivel MM ulto ; que ., in- VÔO, he porque us tem tolhidas; dé-se-lhe a
dustria progrida; que opparcçam idealistas, que independência, todo o seu amor se acaba, e
sejamos t-mlim liutuu nação com caracter próprio. lá no centro do sua pátria irão ligar-se 6 ca-
O futuro daquelles que se dedicam ao estu- déa quo interromperam por necessidade, e se
do das artes nao he ainda certo ; a perspectiva tornarão ainda mais temíveis do que eram.
dc sua carreira nao apresenta hum resultado Pouco importa; vamos recebendo com os bra-
satisfuetorio; mas esta esperança he gorantida ços abertos, quo entre elles appareccm bons;
pur huma manifestação pratica do amor que u Europa abunda do homens do talento, e nc-
S. Mi o Sr. D. Pedro II mostra pelas artes: cessariamento bao dc emigrar; entre os homens
esta hc a única o bem fundada esperança quo quo fundaram a academia das bellos artes hou-
temos, porque nossas câmaras legislativas ainda vetam alguns dc hum mérito superior, o que
olham com pouco interesses para esto elemento só vieram ao Brasil pela gloria do fundar huma
de civilisação: não ha ainda convicção no ha- academia mais do quo por interesse pessoal.
liitante do sertão do sua utilidade ; o emquanto A escola brasileira principia a desenvolver-se;
ua tribuna do parlamento hum homem disser ella começa a renascer no reinado do Sr. D.
que o museo he huma casa que conserva qua- Pedro II, e nós esperamos firmemente que cm
tro passarinhos recheados do algodão, sem receber pouco tempo poderemos contar alguns artistas
buma severa manifestação do reprovação geral, do bum mérito roal.
as artes tem pouco quo esperar, e tem de ve- O Brasil jà conta com orgulho hum José de
gelar por algum tempo. Oliveira, hum Vclasqucs, hum Kaymundo , hum
A exhibição artística este anno ho huma das Valcnlim, hum José Leandro no seu passado, e
mais bellas que temos tido ; além das obras da na geração presente so preparam alguns moços
academia muito concorreu para o seu brilhan- quo hão de certo chegar a hum gráo superior
tismo o trabalho dos artistus estrangeiros que nas artes.
vieram residir em nossa pátria : sejam elles sem- Na Bahia, a Itália do Brazil, como lhe chi-
pre os bemvindos, venham elles, em troco da mon o Sr. doutor Magalhães, existo um Theo-
fortuna que procuram, illustrar este povo hospi- philo e um Capinon, e nesta capital so prepara
tulciro, e som prejuizos. huma juventude que talvez faça chamar o rei-
Pouco i.nportu a ingratidão do muitos foras- nado do Sr. D. Pedro II o reinado das artes:
loiros que , em despeito da verdade c de huma a espessa nuvem quo escureceu o nosso futuro
nação quo nasce , nos tenham ido representar como se ha de desvanecer; a creação do tantas sócio-
bárbaros civilisados pela corrupção, depois de dados «cientificas o litterarias manifestam hum
haverem recebido mil favores desses mesmos bar- pensamento reactor ao statu quo do progresso do
haros, e colherem delles a independência, os espirito humano: a aurora do desenvolvimento he
meios de vida que sua pátria lhes negara. chegada, as mentes se ogitõo, os corações
Pouco importa que hum ou outro ingrato no pai-
pitam, c ludo parece prognosticar a passagem de
•pr^RaaíaajaawiiPTr- -
f~':: i PPilB-stfP

BELLAS ARTFaS. 119

orgânica ; os seus filhos com um amor santo , justo o puro ,


huma épocha critica de huma épocha
eleiitentos todos se engrandecem na população , despido do compasso do calculo, e deoa inspira-
nao ba forças humanas que cubram a lui, quo ção dictada pela ompulheta das rtnumitancias.
impeçam suo claridade : e»ta reacçao he a mais Os homens do enthusiasmo de empreitada sao
nobre, a mais durável, porque ella he obra do como os reolejos quo só tocam as arios marcadas
tempo; o o tempo, como disse Eschylo, sores- no ctlindro: o desejo da própria gloria he dif-
obras em que elle entrou como íerento do amor da pátria : o egoísmo n.m tem
peito atjufllas nada do commum com os idéas generosa».
inoior material.
Nao foi Júlio II que creou hum Leonardo, hum Avante, que perto está o dia du conquista.
Miguel Ângelo ou hum Kapbael ; nao foi hum
Medicis que formou hum Ângelo Poliziano ou Gigante do porvir, oh mocidodo !
hum Machiavel, foi sim a épocha do renascimon- Erguei a fronte altiva
to foi esse retrocesso ás idéas archclypas dos Entre as brancas cabeça* da velhice ,
Gregos, o esse desejo insaciável do bullo quo Subi em sacro arrobo a mente vossa ,
apresentou o século décimo quinto na sua passa- Como huma labareda .
: Júlio 11, Leão X , Contemplai o passado ;
gem oo século décimo sexto Em silencio o futuro vos aguardo .
e Cosme do Medicis, nao foram mais quo os cul-
tores dessas plantas exóticas que apresentou a li o presente se curva oo vosso mando.
natureza do céo da Itália; elles franquearam-lhe
hum amplo estádio porá seu desenvolvimento. Fa- Em vosso eoraçáo palpita a vida .
np- O brio e a força os membros vos circulam,
ça-sc no Brasil hum monumento, quo logo
artistas : as circunistancios da França Igneas ozns vos dá o enthusiasmo ,
parecerão He volcanea vossa alma ,
fizeram opparecer hum Buonaparle , e este homem
extroordinorio creou outros que fizeram brilhar E d'aguia os olhos tendes,
os gênios de David, Cirard , Girodet, Perder e Com que medis o espaço, o réo c o globo.
Magalhães, susemos poéticos.
Fontoinc, o tontos outros homens illustres, que
formam o mais brilhante florao da coroa artística
H.
da França.
O rei de Bavicra com o sou amor o cultura das
artes declarou a sua independência artística , o A colheita artística este anno foi abundaate,
fez com que apporeccssem homens do abalisados além dos senhores Cicarelli , Petlricb e Flak, a
talentos. Cornelius, dc quem vimos o famoso academia opresentou mais dous pintores d'histo-
cartão que expoz cm Roma, representando o jui- ria ; o Sr. Mello e Mafra : o primeiro professor
zo universol, podo hoje em toda a Europa dizer de desenho, e o segundo discipulo da escola do
nacionaes sao
diante dos mais bellas pinturas dos mais nfama- pintura. Entro todas as producções
dos mestres, comoCorregio disse ante o quadro estas as que avultáo mais, assim como nas estra-
de Raphacl: Ancliio sono pitlore. nhas o quadro do Sr. Cicarelli c o grupo da can-
A Bussia conta hoje uni Brullof, cujas obras dado do Sr. Pcltrich.
o vigor não parecem de huma musa quo paira O quadro do Sr. Cicarelli, representando huma
sobre os gelos do norte : o seu quadro do ul- revista no campo do Marte em Nápoles, passa-
timo dia de Pompei he huma obra maravilhosa : da pelo rei e o orchiduque Carlos, he huma bella
a execução do huma
o cavalleiro Brullof he hoje o director da aca- pagina, c certamente pura
obra do grande machina ile cavullete, tão aca-
demia de S. Petersburgo , o hum dos homens formado por estu-
bada ho necessário hum talento
mais distinetos na arte de toda a Europa.
Nós lamentamos o termos já saltado além da dos severos, lilhos de huma boa escola.
meta dei mezzo dei carmin di nostra vila , e nao Os retrotos são semelhantes, segundo a voz
e o colorido tem
podermo-nos còllocar no seio da cohorte juvenil geral , a harmonia verdadeira natureza:
huma simplicidade que se approximadn
que virá sentar-se sobre o túmulo da geração he huma bella norma para a pintura
este colorido
presente ; mas em troca disto temos feito o que mes-
histórica; elle foge do toda essa utopia de
podemos, e continuaremos; porque hc nossa obri- do hum mosaico
cias variadas, como as pedras
gação , porque ho hum dever de cidadão e do Bra- agra-
sileiro. sem esbatido. e dá á vista uma impressão
as que a pliy-
He nossa firme convicção, e caia sobre nós a davcl e justa V physionoinios, pois
he huma eousa diversa das lórmas das
maldição dos homens se tal não acontecer, quo sionomia
e as figuras
cabeça, são muilo bem estudadas ,
quando a academia das bellas artes fôr huma duas altas personagens pro-
academia brasileira, a arte terá hum desenvolvi- que representam as relevo.
togonistas da scena tem hum bello
mento extraordinário ; a flamma sagrada do en- fortuna de ter S).
Nós tivemos muitas vezes a
tbusiasmo se abrasará sobre a pyra do peito de
¦ ~: nt^mwrmmrmmr^

m BELLAS ARTES.

V sc.liana no mesmo uniforme em que o re- Nápoles, quu máo grado as providencias cnergj.
tr»L*u o Sr. Cicarelli, quando passava revis- eis da policia nada se podia obter para a ordem.
U *s «uu tropa* um Capo di Monte , e ia con- O rei que tinha idéas muito mais claras rj*
tcmplarmo* a scena Majestosa da descida da epidemia , que so tinha informado delia na sua
tropa do alto da montanha com sua banda e mo- viagem do Vienna a Pariz, cortou todo esso appa-
vi mento. rato assustador, e cm pessoa sc apresentou nn
E*te quadro, quo representa bum grande rei o meio dn celeuma dos tumultos perguntando ao
hum grande guerreiro, tem. alem do mérito ar- povo o quo tinbu.
tistioo. hum nutro paru a historia. — Estamos envenenados, este lho respondeu; —
O rei actual du Nápoles, quu desempenhou a o o rei, inquirindo delles ondu, Ihu apontaram o
sua nação , quu tem dado num grande incre- paduiro o mais próximo cujo pão causava a morte.
mento á industria, ás artes e ás sciencias, que O rei entrou em casa do padeiro , pedio ta-
tem cuidado na prosperidade material do seu bel- rios pács, cortou-os e comeu huma
porção du
lo paiz, e concorrido para dar á nação napoli- cada hum , o depois do haver dado alguns pe-
lana bum rararter, quo de certo lho tinha anni- ti.it.os ás pessoas quo o acompanhavam, disse ao
ij;iil.ii|.i todas essas conquistas e vicissitudes desde povo: — Se este pao está envenenado, vós amanhaa
Cario* dAnjou até Mural, he bum dos sobem- nao tereis o vosso rei !
nos mais nobres por suas altas qualidades que D'olli pttrlio pura os hospitaes, u entrou nas en-
tem a Europa. Os actos praticados por esto prin- firmaria*, onde estavam os doentes , consolou-os
eipa cm 1836, na epocha cm que a epidemia da e animou-os, o continuou a visitar ato as casas
rbolera-unirbus invodio os seus estados , a ener- particulares!
gia e exemplo quu elle empregou em tao gron- Tudo serenou , e apezar que a epidemia m
de calamidade, fazem huma dos mais bellas pa- tornasse mais intensa , o povo nao su assustou
tginas da vido dos príncipes. tanto, o repetia com Camões: —V iva o nosso rei
So lio certo quo co' o rei so muda o povo, que nos liberta !
Esto mesmo rei deixou em todo o seu trajecto
como diz o Homero portuguez, todo esse de- de Nápoles a Vienna e de Vienna a Paris huma
scnvolvimento , esse volume quo apresenta o grata lembrança do sua passagem: as artes sobre-
reino do Nápoles na balança curopca mio bodo- tudo se resentiram da viagem de hum filho da
vido senão á energia c qualidades superiores do Itália , de hum príncipe que deu o verdadeira
hum príncipe incansável no gabinete , e de huma independência ao seu povo. Nápoles nao tem hoje
actividade corporal que espanta. duvida.
Enthusiastus como somos das acções nobres , O quadro do Sr. Cicarelli representa S. II
o principalmente quando ellas partem dos prin- convidando a S. A. I. o urchiduquo , seu sogru
ripes, nao podemos deixar do traçar aqui hum a commandar a parada, e o príncipe guerreiro,
exemplo dado pelo rei do Nápoles durante a 6po- quo mereceu tão grandes elogios a Napoleão, como
dia acima descripta. quo pára , examinando o bello porte , a riqueza
A apparição da cholcra-morbus assustou do tal dos uniformes da tropa napolitana: no fundo do
maneira as autoridades italianas, quo suas or- quadro se vè o Vesuvio, esso monumento torrivel
tlens o precauções para impedirem a entrada do quo indica Nápoles como Baccho Ilebon no re-
llagcllo não so serviam de embaraço u todas as verso das medalhas de Parlhcnopo; o nosso Pão
tratisacçòes , como tambem parolysavom muitas d'Assucar tambem o o monumento quo indica o
outras projectadaa, Os viajantes eram viclimas do Bio do Janeiro, como os pyrumides, Momphis, ou
quarentenas dispendiosas , o os empregados ai- S. Pedro a cidade do Boma.
gumas vozes abusavam das circumstancias. A estatua da caridado do Sr. Pettrich hc huma
Pela ampla o bella rua de Toledo se grupa- concepção magnífico ; reina nesto grupo huma
vain homens vociferando ; por toda a parte roi-
graça e huma simplicidade como nns mais bollas
novo huma grande agitação : malvados persuadi-
rnui ao povo que so envenenava o pão ; as mo- producções de Alberto Duro : os dous meninos
didas sanitárias, os médicos cobertos do oloado quo sustenta nos braços, hum que dormo no re-
com huma mascara do vidro, as asperções do gaço da paz, o o outro que vigia alegremente,
tem huma morbidez de formas, o huma
vinagre logo quo elles voltavam dosoecorrer oi- nomia graciosas: esto ultimo só lhe falta physio-a pa-
gum infeliz, a sua reclusão em bum local; a lavra.
coníiscaçáo dos moveis o roupa dos cholericos, A sua cabeça de Christo em mármore, além
as vestes do oleado c mascara de vidro dos do huma physionomia ascética, mostra hum
galés
que carregavam os cadáveres, o toque dos sinos, do habito de trabalho marmóreo : este reigran- dos
essa harmonia de agonia o do morte a todos os materiaes que empregam os esculptores tem huma
instantes tinha aterrado do tal modo o
povo de transparência, hum colorido táo cândido
que faz

Wr-
BELLAS AKTES. Itl
recuar qualquer outra matéria, como seja o bron- O busto do Sr. D. Pedro II, nosso augusto
te, o gesso ou barro. amo, he de muita semelhança , .- ha .ohretud»
Consla-nos quo o Ex.""* Sr. Josó Clemente na expressão physioiiomica hum nao sei que d»
Pereira, encoiuiiiendàra cinco estatuas do tama- plácido o de reflectivu, que parece quo o •¦._¦;¦
nho nalurul ao Sr. Pettrich para os estübole- to original, no momento em que o artista o
niin-iitos du r..ii.i...l.- quu eom tutitu gloria i.i/. copiava, medilu.u subie a futuru grandeza t|<«
levantar paru soecorro da humanidade desgraçada. seu império.
Os nossos talentosos jovens esculptores tento mais O homem pensador que bem calculur o ex-
huma oceasião de su aperfeiçoarem na sua arte, traordinario desenvolvimento das bossas frontae».
vendo U execução
a vavvnyi»' de
-«-- huma
..«.-.»• estatua
*»*«.« mim dc
—•»¦ murmuro
«-•>» •¦• — • -«* a
.» expressão
».^|-- * ™ — w meditativa
¦¦«¦¦¦ ¦¦ i-m*a ------ olhos,
do* -«»-——, a doçura
,_._dos
IL1IUU

o Pettrich vai
iu.' . -a.Sr. á-»_ n ¦».!_. ¦¦ _-.*?!_ fazer: esta estatua he a contornos inferiores da face, e sobretudo a ex-
' I! !_ '.!_.!.. .1.. —. *— *-M* *-
de S. M. I. o Sr. D. Pedro II, vestido como no traordinaria precocidado de huma inlelligenciu
acto de sua sagração. que desatou hum amor fervoroso pelo estudo,
Vários bustos em gesso, feitos pelo mesmo e hum eiithusiusmo para o bello, doto em seu
autor, nos duo a conhecer ao primeiro intuito peito sentir huma aurora de esperança , | hum
.is pessoas que representam; mas o busto de sonho du grandioso futuro.
maior valor, a obra onde a esculpturu parece Hu nossa crença, e ella se adia exarada em
ter petrilicado u natureza cm hum dos mais nossa alma por lium fuiiatisino religioso que cedo
bellos momentos da physionomia humana, hu o esse sceptro, que buma nação entregou a hiitii
busto do Ex.""' Sr. Paulo Barbosa da Silvu : braço juvenil, so comerterà n'huma vara magi-
esto busto he hum triumpho da esculptura sobre ca, o que esse braço juvenil o manejará como
os seus detractores. Hercules a sua clava.
O caracter grandioso a a harmonia do todas O leão da corrupção, a hydra da auarchia,
as formas, a expressão e fidelidade physiono- o javali da calumnia, os pássaros stvinplialidos
•nu .1*, denotam a qualquer discípulo du Lava- da ociosidade , a cerva da intriga , o touro dos
ter o dc Gull que aquelle busto representa partidos, a mangedoura dos empregos, os cavados
buma inlelligcncia superior , hum homem de das cabalas, os pomos da uma eleitoral, as ca-
espirito c de grande actividade. taradas do rio das Amazonas, o Gerion da impu-
O Sr. Paulo Barbosa, como mordomo da nidado c o Ccrbero du ignorância , todos serão es-
casa imperial, tem sido bum dos mais honrados magados pelo braço potente e creador daquelle
servidores de S. M., o com duplicado mérito os quo preside aos destinos da terra do Santa Cruz. I
serviços quo faz ao nosso augusto amo Iam- O seu sceptro será a vara de Moysés quo fende-
bem revertem sobre a civilisação do paiz. rà o oceano , e dará hum livro curso à emigra-
Os bustos dos Srs. Drs. Guido, Antonio çao curopca: elle esboroarà todos esses rochedos
Barbosa da Silva , Merollu o Samuel, estao muito dc granito e os transformará cm fontes e pala-
semelhantes, assim como dous outros quo náo cios, e riscará atravez do nossas montanhas hum
devemos nomear, por nos não pertencer o elo- crivo do estradas, que serão as linhas electricas da
gial-os. civilisação: o dragão, quo repousa sobro o seu
Findaremos esto artigo, quo jà so alonga bum cimo, desdobrará suas amplas azas, o irá colher
tanto, tratando tle huma producçào que mereço nas regiões longínquas outra coroa armillar, outro
hum lugar distineto, nflo só como obra da circulo do estrellas quo cngrandocorào as armas
arte, como lambem porque representa a maior do imporio do Brazil.
summidade da America; o busto de S. M. Im-

h- w
perial. Araújo Porto-Alegre.

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—«»'.^</9*-»

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O JORNALISMO. hum braço do incommensuruvel colosso terá de
pertencer á litteratura brasileira »ó por sua Im-
e orrogantc por seus espantosos sue- gtiagcm ? Sc d'est'arte, será com clTcito bem dif-
"'mii, vai o jornalismo ulargindo cada dia licil marcar a linha divisória entre as duas Iit-
touEniio mu império i de humilde noticiador que teroturas — brasileira t« portugueza — ; apezar de
nascera , tornou-se cm pouco senhor absoluto do que nau considero bum jornal litterano cnniu
poder, e boje impera. Seria difiiril acompanhal-o parte mui integrante da litteratura de qualquer
t-m suas transições rápidas, •» reconhecer no an- povo : scria-o, so elle fora o que eu queria que
tlrajoso jogrol , que no prostíbulo zomba iinpu- fosse.
ne do gênio, aquelle que hontem vos fatiava a Pagando as differentes nações da Europa o tri-
linguagem sublime da scicncia ; o no abjccloadu- buto de veneração e respeito que derem h me-
lador e panegyrista exaltado o critico e biogra- morio do seus varões illustrcs, com publicar sum
pbo justos : mistura extravagante e nojenta, nota obras c biograpbias, vem ainda a estrangeirada
t-araclcristica e vergonhosa do scculo que chamam litteratura no Brasil mostrar-nos como novidade
dc discussão , do exame. quanto publicam jornaes francezes , o inglezes :
Conquistador louco e imprudente, quiz obran- quem haverá por abi quo nflo tenha visto Pa-
ger o immenso ; sem conhecer sua missão , ou ris por dentro e por fora , Londres em minin-
desprezando-a , sorvendo para as largas entranhas tora , S. Pctorsburgo olhada das nuvens , o ate
quanto se lhe acerca, rebenta dc espaço cm es- os I.apues viajando oo clarim da auroro ho-
paço , como borlioll.au, trazendo no vértice lodo real ? E na verdade, quu seriam nossas monta-
e aréas d'ouro, que cm pouco se afundam, dei- nl.as sublimes, nossos vallcs risonhos a par des-
x.itidu na superfície o circulo barrento que se ses rançosos Alpes c Pyrencos coroados dc per-
t-stende ao largo. Usurpador atrevido , "falia da petuos crystaes ? que seriam nossos monumentos
litteratura de todos os novos, dos costumes c a par dos gothico-marmorcos da velha Europa, se
sciencios do universo : falta-lhe huma lingua uni- nflo lembram grandes crimes de fundadores ( il-
versai para ter por pátria o orbe : e digno coevo lustres 11), B se apenas tem a qualidade especial
do exagerado romantismo , coodjuva-o cm suas de serem nossos ? Vem-nos ás vezes oo pensa-
extravagâncias, anachronismos e immoralidadcs. mento indagar a causa deste dclcixo vergonhoso
Como os generoes do conquistador dn Asio, pro- e terrível, c recuamos sempre; que duas causas
tende o jornalismo ser hum Alexandre cm cada possíveis se nos apresentam , sem quo possamos
hum de seus braços ; porém , se a vontade de aíliimar com certeza qual dellas tem mais força
hum só homem confundio as pretenções daquelles, sobre nosso espirito: preguiça e mávontadosáo
n vontade de muitos decidio que o jornalismo náo eilas; porém , qual será a que mais nos ovas-
tivesse huma pátrio, como nâo tem hum nome snlla ? A preguiça ? — nflo : entúo devo do ser a
que revele sua essência intima ; nfto pertencesse á má vontade? — nflo ainda: o também noo lie
litteratura dc povo algum ;
porque, tirando-lhe a huma terceira e occulta causa, que nem
por ser
formo material, nao tem elle tintura dc nacio- ella a reunião destas duas forma huma e sódi-
nalidudc. Todos se encarregam do tecer-lhe elo- verso, nem por ser huma e só deixa de ser cada
gios; sua apologia lé-se na «rente dc quanto jor- qual dellas: preguiça cm curarmos do nossa
nal lilterario so publica ; e só a Miverva Bra-
grandeza; má vontade em mostrarmos aquollcs
S1UENÍE , ingrata o desnaturoda ,. se esqueceu que delia tem curado; assusta-nos o volume des-
¦le pagar ao déspota o devido tributo dc homo- ses corpos de doutrina , porque somos escrevi-
nagem. Será pois para
quebrar-lhe o ousadia, para nhadores de artigos; abafa-nos a sombra gigante
restringir sua louca omnipotoncia,
que cila vos dos que antes do nós foram,
porque somos anões
apresenta seus primeiros números ? ou será mais litterarios. Se ahi ha alguém tão ignorante
que
VARIEDADES. ItS

_ llrwt a diser que o Brasil nfto tem huma lil- 200JMDOO réis, a quem melhor desenvolver o
nossos escr.ptores seguinte ponto:—0"al o gráo de veracidade
eralura , nós temos a culpa | e a litteratura bra- em que se deta ter o fado maravilho**! de Um-
dormem sob o pó dos cartórios,
SZ com elles: be preciso que a Europa se go Altares Corrêa. e da celebro Paraguamú ,
as obros conforme refere Bocha Filia na sua imsrtM Por-
lembre do colligir, commentor e publicar Bro- lugueza , liv. 1", pag. 59 . n" 1-8 t W-de que,
e de outros
de hum Alexandre de Gusmão, deixando a nado os praia» da Boina de ludo» «
M|e.ro» distinetos. Santos, «colhidos em huma náo frnnceza, e It-
O professor S. r.
vodos à França, onde reinava Henrique II, alli
I OEOOBAPHICO ll«ASll.t.lllO. foi ella boptisada com O nome do rainha Cothn-
IftSTITlTO UISTOllICO ri na do Medicis, l unidos cm matrimônio, sen-
5 ho- do padrinho» os sobreditos moiurchoi.
Domingo, 10 do corrente mez, pelas
ras e meia do lorde. clTocluou-se do Instituto
no paço do
annual Premiai propostos por S. M. o Imperador.
cidode o 5' MMm publica
Histórico * fieogrophieo Brasileiro com o honrosa «uiatrroa naoa .»»* Touoa ei .s-noa.
e a Impe-
assistência de SS. MM. o Imperador e respeita-
ralrii e na presença de hum luzido digno |.« Medalha de ouro —Ao que sobre o Brasil,
seu
ral auditório. Na ausência do presi-
ou algumas provinrios suos, apresentar melhores
dente, o Exm. Sr. visconde de S. Leopoldo qee do trabalhos estatísticos.
Grande
|,a pouco linha partido para o Itio históricos tiver
oecupoda por hum 2.»—Ao que melhores trabalhos
Sul a cadeira presidencial foi nosso litteruto o ollerecido oo Instituto Histórico c Gfogropbico Bra-
dos' seus vice-presidentts , o Vianna, oc- sileiro no onno do 1HW
Exm Sr Cândido José do Araújoda mesa os so- 3.«—Ao que apresentar a melhor geogropuia
cupando os outros dous lugares
do Brasil.
cretarios perpétuos. Condiçôts:
Sr. vice-
Depois de aberta a sessão pelo Exm.
de hum pequeno
presidente, esle fez leitura no As pessoas que tomarem parte no concurso
mréni bem traçado discurso, qual, expondo atè
esta deverão enviar u_ suas respectivas memórias
alguns serviços já prestados á pátria por o os fins do mez do setembro do anno de 1HVV
sabia corporação, tornou do toda o evidencia ao Os nomes dos autores das memórias virão
cs-
muito quo ella dahi tem a esperar, quanto a mesma
, corogra- criptos em curtos fechadas, que trarão
perfeito conhecimento da sua historiadiscurso, o divisa dos memórias, afim tle se abrirem sómen-
este
phia e geographia. Concluído o te no caso de ser premiada a memória respectiva.
1- secretario, o decano da nossa litteratura , A memória premiado ficará sendo propriedade
o relatório
Sr. Januário da Cunha Barbosa, leu no do Instituto, que fará imprimir e publicar se
na
dos trabalhos e correspondências do Instituto ilaln
de collecção de suas memórias, posto que de totlas
decurso do anno findo. Esto poço, que hc não deva deduzir a npprovaçao implícita
muita importância, tonto pelo interesse dos foc-
as doutrinas do memória publicada.
tos referidos , como pela pureza da linguagem O autor receberá 50 exemplares.
e clareza do estylo, íoi ouvida com suiniiio at-
tençáo. A MiM-RVA dará delia ampla noticia.
Terminou a sessão com a publicação dos se- UTH. CONSI.I.H0 I1YGIEIUCO.
guintes prêmios:
Instituto o anno O ar móis puro c inois solulifero ho o da ma-
Pr.iiitos «opostos para
de pelo
18 U. nhau depois do sol nascido. He pois esto o que
devem respirar os valetudinarios e convalescentcs.
E nao será aconselhado a lodo o mun-
1 • Huma medalha de ouro, no valor de do porque ? Dcvc-o ser; mas bem poucos habitantes
das
me-
200ÍÍ.000 réis , o quem escrever a melhor do r-rnndes villas o cidades abraçarão hum tal con-
moria sobre a historia da legislação peculiar solho; porque, habituados a trocar os dias pelas
Brasil , durante o domínio da mãi pátria. a or-
de noites, e estas por aquellas, transtornandoda ma-
2.° Huma medalha do ouro, no valor dom da natureza, não podem ver a luz
200ít>000 réis , a quem apresentar o mais acer- (.riauos
lado plano de se escrever a historia antiga c nhãa , nem respirar o sou benéfico ar. .nvcn-
assim desde o berço, tem feito hum habito
moderna do Brasil, organisada com tal systema o não la-
nclla se comprchendam as suas partes po- eivei. Estejam porém certos de que transgr.de
que
litica , civil, ecclesiastica e litteraria. zem impunemente , porque ninguém ou cedo
tarde
as leis Ia sabia natureza, que
3 • Huma medalha de ouro, no valor dc
Ul VARIEDADKS.

deixe de ser castigado. Enlão recorrem A mo- corrente, que hum curioso levo a pachorra de on.
dirimi, de quo outr'ora zombavam, esperando dei- tar que o numero El este ligado de huma manei,
Ia prodígios, quando a constituição está inteira- ra bem singular á vida do rei dos Fraucezcs. As-
mente minada. La este 0 pobru medico quo car- sim Luiz 1'lnlippe nasceu cm 1773. Emigrou em
ruga com as rulpo* , mas asté li«*a vivo c sao ; 1703. Sua emigração terminou eu. 1813. II, 13
e elles pagam cum a vida as suas desordens, des- annos que ellu reina u governo. Daqui a M .,-
vsrios e indocilidade. nos o conde ile l*ans será maiur. O rui tum 13
castullos (chátuaux); du* Tuilurius, I.ouvru,
«MOI. IIVTKBUO Palais-lloyal , Elysòo-Bourbon , Nuuilly , Saint-
Cloud , Memlnii, Vursuillus , Compiègnu , Fun-
I). Branca de Castella, mulher du Luiz VIII, tuinebleau, Eu, 1'au, Baincy. A lista civil he
rei do França, alimentava com seu próprio leite do total do 13 milhões. O duque do Orleans fal-
a seu filho Sao Luii, e tinha muito prazer o leceti a 13 de julho do IS,.». O rui hu pai de
gloria um preencher este sagrado deter. O bis- 13 filhos u nulos. Sua vida tum ciado um p».
Cortador Joinville conta que D. Branca , oehun- rigo 13 vezos dusdo 1830. Emlim desdo quo ello
do-se hum dia em hum accesso de febre , huma existe tem visto cm França 13 governos diffe-
dama, quu, pelo seu exemplo, ao mesmo tem- rentes, so sueceder hunsaos outros, comprelioiidido
poainomentava hum filho , vendo o príncipe cito- o seu.
rar , deu-lhe do mamar. A rainha, tornando a ANECDOTA.
si pouco depois do accesso, pedo o filho e apro-
senta-lho o seio ; porém o menino, que estava Hum cura du Florcnça ornava com extremo o seu
farto, nao o quiz tomar. 1> Branca desdu logo cuo perdigueiro , e tanto quo , morrendo-lhe , o
suspeitou a causa , o perguntando quem tinha enterrou 110 cemitério. Accusodo por este crime, o
dado du mamar ao príncipe, a dama apresenta-se chamado a juízo , munin-sc do \i) doblus e opre-
muito contente. A rainha, em lugar do a louvar, sentou-se ao magistrado. Esto olhou para elle rom
introduz o dedo na boca do menino, e o faz o rosto carregado, e disse-lhe em tom mui desabri-
vomitar todo o leito quo tinha tomado. Como do. « V.n. be o padre quo temerariuiiieiito en-
estft violenta acçao enchesse de espanto nos assis- torrou o cio em sagrado? u—«Sim, senhor (respon-
tentes, D. Branca lhes diz as seguintes immor- de o cura com humildado ) ; n-.as ah ! que so V.
taes expressões: « Que ! deveria eu toffrer-que fos- S. o conhecesse me desculparia... basta dizer qua
se privada da qualidade de müi, que me tem dado esse animal tinha |u..si tanto juizo como antiquei
a tujturezal» de nós, o a prova hu que, próximo á morte, fez tes-
tamettto, e deixou a V. S. quarenta doidas. » O ma-
llISTOItlA DOS ANIMAKS. gistrado, desenrugondo a testa, lhe dirige estas pa-
lavras: « Compra o legado o vá-se na
k zoologia ou a historia dos animaes be o parto paz dt
Deos. 11
o mais extensa, a mais brilhante, o talvez a mais ERRATA DO 3o MMERO.
diflieil da historia natural. Immcnsa nos seus por-
menores, grande nos suas vistas, útil cm todos Piií. ool. 1 " lln. >H- Trniisea l.èii-se A tnin*-;".
os seus resultados e em todas as suas applit ações, 11 ii 11 11 "•* t'v(' ,1 lave
trata de todos os seres animados, desde o homem 11 ii ,. S* «1 viriii „ viria,
11 >i 1, 88 «'olia „ Eólia,
at6 os animaes infusorios e microscópicos; estu- ., 87 1* ,, :«> ítalas fadoa
da suas fôrmas , oslructuros , órgãos o funcções , „
11 i! ,, n iVÍ en Achatai ., f A.l.nti.s
os compara em todas as suas relações, o os sc- 11 11 „_ Tmvu „ Torvo
gue cm tudo que elles tem do executar , tanto ii 11 -s >i Bento „ n gente
na natureza eomo no sociedade1 humana ; não con- ii 11 11 11 _£ .i'1 j« ., . ja ja,
11 )- N >i 5» \outot „ lona
tento du descrever estes , que ainda boje vivem 1, 11 „ cttchopoi „ raoziQpotf,
om grande quantidade sobre todos os pontos do »- 88 ] 3 ,. liem „ bom
globo, vai mesmo alé proeurar nos restos de .1 i, ,, 1, iiticat.-i-n „ ntostora
ossos enterrados debaixo de camadas mincraes 11 D ,1 8j esfínnrdiiilo „ estmarilunda
aquelles quo viveram em epoebas remotíssimas , ,- i, 11 ,1 j8 stWMtaflèm „ tonreaaaei.1,
>. .. „ ,, finda „ fm,lus •
e quo por sua eslructura iiniiunciao terem exis- i* '• 11 11 11 jr*o „ gran
tido series do animaes mui differentes dos i| ara corto „ eôrte,
que boje II li ,1 11 sorrindo-»*" ,, r,-OITÍndo-lllO
povoBo a superíicio terrestre. '-'•'! -lui" ,, Inlu
11 » 11 4'i Jnlo M lui,,
BEI DOS FRÀNCBIBS, en »- *4 teriniitava „ termiiiArn,
»' 89 »• 1 - Meto „ Mettt
Diz o Coiirner. Français, •» 11 18 TfireiMia „ Threkala
do 2, de agosto '' i' 11 17 corecia „ corseis
BPHEMBIIIDBS
para o mez dc janeiro dcl&ÀÂ. #

MU». UVA. ImaUI*


' iHlIts.M
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| y..J j^g» 'lo""""'»"» o,„ .w ^gg h; Ilr,lu*\uu B
innpii. Urell.iHi.iiu. Irmi»..

II. M ||. .„. S üi. S.I. II M II M II -Ü U» ,M. II. V II. M. II M 1


'Cir.lt*.
Turtlo. Tartla. M u.l .¦ 1
6.10 . 3.38 23. 3s. 6.49 3.27 8.59 2I.58*. 2. 11.29 11.58 I
5.10 .4.7 22.58» 6.49 4.19 9.49 23.12» 2.31 29

8 o,19 .4.33 22 33» 0.49 5.10 10.40 23.13» 3.19 1.0 1.20
5.20 .5.2 22.47» 0.50 0. 1 11.33 22.4» 4.10 1.47 2.10
5.20 . 5.30 22.40» 0.50 0.49 6. 2.32 2.51
0 5.21 . 5.50 22.33» 0.50 7.32 .23 19.45» 0. 3.10 3.30
5.22 .0.23 22.20» 0.50 8.13 1.10 10.2» 7.0 3.59 4.7
5.23 .6.49 22.19a 0.50 8.54 2.5 11.41» 7.57 4.25 4.131
5.94 .7.14 22.11» 0.51 9.33 2.54 0.32» 8.55 5.1 5.20
10 5.25 .7.39 22.2» 0.51 10.12 3.42 1.0» 9.51 5.39 «. I
11 3.20 .8.3 21.53» 0.51 10.32 4.30 *.36s. 10.48 0.20 (UO
12 5.27 8 27 21.44» G.51 11.34 5.20 10.4» 11.43 7.2 7.25
Tar Ir.
13 5.28 .8.50 21.34» 0.51 0.12 15.0» .50 7.50 8.10
.Munha l
j
14 3.29 .9.12 21.24» 0.51 .21 7.7 19.2» 1.53 8.44 9.19
; 15 3.29 9.34 21.13» 0.51 1.13 8.5 -1.5*i 2.57 9.57 10.115
10 3.30 .9.35 21.1» G.51 2.11 9.3 23.14» 3.59 11.17 12.0
'
17 5.30 .10.10 20.50» 0.50 3.11 10. 5 22 38» 4.59 . Í0
18 3.31 .10.33 20.38» 6.50 4.14 B. 4 21. 7» 5.54 1.13 Mi
Tarde.
I 19 5.31 .10.54 20.26» 0.50 5.17 . 1 17.534» 6.45 2.12 2.39
20 3.32 .11.13 20.13» G.5C 6.17 .53 13.42» 7.29 3.4 3.25 I
! 21 3 33 .11.30 20.0» G.50 7.16 1.42 9.0» 8.8 3.48 4.8

\ 22 5.34 .11.47 19.47» 0.50 8.11 2.28 3.49» 8.45 4.38 4.40
23 5.33 .12.3 19.33» 6.50 9.3 3.12 1.18n. 9.21 5.5 5.23
24 5.36 .12.18 19.19» 6.50 9.52 3,54 6.15» 9.56 5.41 5.58
25 5.36 .12.33 19.4» 6,50 10.13 4,36 10.46» 10.29 . 0.14 6.32
26 5 37 12 46 18.50» 0.30 11.34 3.20 14.54» 11. G.49 7.10
Taiilo.
27 5.38 .12.59 18.34» G.49 .25 6.5 18.21» 11.45 7.25 7.4-J
5.39 .13 11 18.19» 6.49 1.17 6.51 21.0» 8.5 8.37 1
Mllllh :iH I
29 5.40 .13.22 18.3» 6.49 2.9 7.40 22.41» .25 8.57 9.30 1
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9] 6.41 I. .' J•>.->- '.«J» nwi ,|,, .,||.,|., entre a vaMinii- e n riii-hriii.i A
íí"!'4.*" »'•» «à » ti oa **• *S '"•• novtt acr* n Dl, ti da 7 pulmo* tio altura
»-20
, 31 5.52 11.51 15.11

VENUS.
I-IIIMIMI.M11 .H..-I lltll

vi mii 11. Tarde. Tarde. Na primeira metade do mei , o observador


1 6.59 21. (is.
1.40 8.21 que olhar para o poente, ao anoitecer, vt-r.i
11 7.1(i 1.51
17.52» 8.26 Mercúrio perto du horizonte, c junto a este,
i 21 7.94 13. ís»
2. 1 8.28 Soturno. Hum pouco mais alto estará Venus,
31 7.51 2.89. 8» 8.25 eainda mais alto, e hum pouco para a direita, i
ficará Júpiter. Acima dc Júpiter, o a alguma I
distancia para a direita , ficará Marte. Assim ji
MARTE. os 5 planetas principaes poderão ser visíveis
ao mesmo tempo , o que hc pouco freqüente.

Munliãa. Tarde. Tarde.


1 10. 9 4.22 6.46 s. 10.35
11 10. 1 4. 9 3.43» 10.17 As conjuneções mais importantes, visíveis
21 9.54 3.57 .39» 10.10 neste mez, sao: no dia 2 a de Mercúrio com
31 9.46 3.44 2.20 n. 9.42 Saturno: no dia 22 as de Mercúrio e de Ju-
I piter com a lua ; e no dia 24 as de Marto
com a lua , e de Venus com Júpiter.
JÚPITER.

Manhfta, Tardo. Tarde. \ terra se achará no ou na sua


1 8.49 3.15 13.31 s. 9.41 menor distancia do sol , perihclio,
no dia 2 hum pouco
11 8.19 2.44 12.47» 9.9 antes das 8 horas da manha a.
21 7.50 2.13 12. 0» 8.36
31 7.21 1.42 11.11» 8.

ADVKRTENCIAI
SATURNO.
tempo destas ephemerides hc o tempo
~ 0 medio,
f 1 isto he,o que devem marcar os re-
Manha.a Tardo. Tarde. logios bem regulados. O nascimento e oceaso
1 6.30 1,11 21. Ja. 7.52 da lua he calculado com menos opproxima-
Jl S.ob .J7 29.5b» 7.18 ção do que os outros números. "
21 5.21 . 2 20.43» 6.43
31 Manliilv
4.4-8 | 11.28 | 20.28» 6. 8
awaiiMMMMMMMMMaaiMMMBMB^MBaaaaM^Maiaaai^MMM^B^MM^iSM^^j,^^^^^^—^MB^^M>M||M^^^^Matll

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