Sei sulla pagina 1di 8

63

A avaliação dos sistemas de


comunicação interna:
um método para a compreensão da comunicação
nas organizações

David Hernández García


Doutor em Psicologia pela Universidade de Barcelona
Diretor da Faculdade de Comunicações, professor e
pesquisador da Universidade de Antioquia
E-mail: david.hernandez@udea.edu.co

Resumo: O presente artigo faz uma revisão da conceptualização


da comunicação nas organizações e propõe bases para uma vi-
são compreensiva dos sistemas de comunicação interna de uma A comunicação organizacional, seja
organização a partir de bases diagnósticas. Propomos, como
base para a compreensão, que o sistema de comunicação interna como estrutura funcional ou como fenô-
é constituído pelo conjunto de práticas e procedimentos estabe- meno psicológico, desempenha um papel de
lecidos pela organização para intercambiar informação, estabe-
lecer consultas e transmitir ordens aos funcionários sobre distin- transcendental importância pela capacidade
tos objetivos de diferentes níveis, por distintos canais e sentidos. que possui de permear todos os âmbitos das
Palavras-chave: Comunicação organizacional, comunicação
interna, compreensão da comunicação interna, sistemas de atividades organizacionais e pela possibili-
comunicação, teoria e epistemologia da compreensão. dade de intervir na gestão com estratégias
La evaluación de los sistemas de comunicación interna: un méto-
de influência. Apesar de ainda se questionar
do para la comprensión de la comunicación en las organizaciones sua configuração como disciplina, as diversas
Resumen: En el presente artículo se hace una revisión de la
conceptualización de la comunicación en las organizaciones y
vertentes e perspectivas conceituais para seu
se plantean las bases para la comprensión de los “sistemas de co- estudo deixam claro que, para compreender
municación interna” de una organización, partiendo de las bases o fenômeno comunicacional nas organiza-
diagnósticas. Nuestra propuesta, en base de comprensión, es que
el sistema de comunicación interna lo constituye el conjunto de ções, devem ser abordadas perspectivas tanto
prácticas y procedimientos establecidos por la organización para de tipo macro – ao dar valor à comunicação
intercambiar información, establecer consultas y/o transmitir
órdenes a los empleados en relación con distintos objetivos de organizacional como um subsistema dentro
diferente nivel, por distintos canales y sentidos. do sistema global da organização – quanto
Palabras clave: Comunicación organizacional, comunicación
interna, comprensión de la comunicación interna, sistemas de micro – no estudo de fenômenos psicológi-
comunicación, teoría y epistemología de la comprensión. cos individuais.
The evaluation of internal communication systems: a method for Segundo Kreps (1995, p. 165), a comunica-
the comprehension of communication in organizations ção organizacional é “o processo por meio do
Abstract: This paper reviews the conceptualization of commu-
nication in organizations and proposes bases for a comprehen- qual os membros da organização recolhem in-
sive understanding of internal communication systems in an formação pertinente sobre a sua organização
organization from a diagnosys basis. As a basis for comprehen-
sion we propose that the internal communication system is e as mudanças que se produzem nela”, cum-
composed by the set of practices and proceedings established prindo uma função crucial de fornecimento
by the organization to exchange information, make consulta-
tions and transmit orders to employees regarding objectives of de informação com sentido. Esse valor dado
different leves, through different channels and directions. aos fenômenos comunicacionais no contex-
Keywords: Organizational communication, internal commu-
nication, comprehension of internal communication, commu-
to empresarial tem gerado um amplo campo
nication systems, theory and epistemology of comprehension. de estudos no mundo do comportamento

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
64

organizacional, que é abordado não só pelos Por outro lado, a perspectiva interpreta-
teóricos da comunicação, mas também por tivista vê as organizações como “culturas”
múltiplas escolas das ciências sociais. (Pacanowsky e O’Donnell-Trujillo, 1983). As
A pesquisa desse conjunto de fenômenos, organizações, como as culturas, possuem um
vinculada nos seus inícios de forma quase conjunto de crenças e valores e uma lingua-
exclusiva ao campo administrativo, é, além gem que se reflete nos símbolos, nos ritos,
disso, muito jovem – tanto que, apesar dos es- nas metáforas, no sistema de relações e no
forços e avanços alcançados nos últimos qua- conteúdo das conversações. Nessa perspecti-
renta anos, ainda é insuficientemente reco- va, a organização é um fenômeno mais sub-
nhecida como objeto independente de estudo jetivo do que objetivo, por ser uma realidade
e alguma vezes tem sido considerada como socialmente construída mediante a comuni-
campo da psicologia, das relações públicas ou cação. Os pesquisadores se centram no signi-
da administração (Saladrigas, 2005). ficado das ações e produções comunicacio-
nais de uma organização e na forma como
se originam e desenvolvem essas produções
As organizações, como as comunicacionais (Putnam, 1982).
culturas, possuem um Pelo ponto de vista de uma concep-
conjunto de crenças e ção mais psicológica, a comunicação or-
valores e uma lingua- ganizacional resume os influxos da Teoria
Humanística das Organizações (Mayo;
gem que se reflete nos
McGregor e Likert), da Teoria Funcionalista
símbolos, nos ritos, (Radcliffe-Brown; Malinowski; Lazarsfeld;
nas metáforas Robert Merton) e da Psicologia Cognitiva. A
partir dessa perspectiva, as intenções e os as-
pectos humanos da comunicação presumem
a existência de uma correlação linear entre as
Diferentes perspectivas de estudo cognições e o comportamento; por esse mo-
Apesar dessa condição, alguns autores, tivo, a atenção é centrada na influência das
como Varona (1993), propõem que é possí- características dos indivíduos nos processos
vel considerar a comunicação organizacional de comunicação.
como uma disciplina e que, de fato, esta tem Isso imprime um papel ativo ao receptor,
sido concebida e pesquisada pelo prisma de que seleciona a mensagem e ativa sua inter-
diferentes perspectivas conceituais. Como pretação de acordo como as singularidades da
evidência disso, na perspectiva funcionalis- sua personalidade. A isso denominamos fil-
ta tradicional, que concebe as organizações tros conceituais, o conjunto de conhecimen-
como “objetos” que podem ser estudados tos, atitudes e percepções que os sujeitos pos-
com os conceitos e métodos tradicionais suem (Jablin e Putnam, 2001). Nessa linha,
das ciências sociais (Daniels e Spiker, 1991), a ênfase investigativa, a partir da perspectiva
a comunicação organizacional é uma ativi- psicológica, tem estado sobre as característi-
dade objetiva e observável que pode, por- cas dos indivíduos que afetam a comunicação
tanto, ser medida, classificada e relacionada entre si (Jablin e Putnam, 2001).
com outros processos organizacionais. Ela se Neste ponto, é necessário indicar que nos
orienta a examinar principalmente as estru- últimos anos tem aparecido uma série de tra-
turas e práticas formais e informais da co- balhos relativos às características da comu-
municação que têm a ver com a produção, nicação organizacional e seus efeitos sobre
a satisfação dos funcionários, a manutenção determinados fenômenos das organizações.
da organização e a inovação (Varona, 1993). Nesta linha, podemos referenciar trabalhos

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
65

como o de Bordia, Hunt, Paulsen, Tourish relações entre comunicação e outros fenô-
e DiFonzo (2004), os quais relacionaram os menos psicossociais (Kreps, 1995).
conteúdos e a frequência das mensagens ins- Noskik (1991) propõe, assim, que explicar
titucionais com os processos de adaptação e a comunicação organizacional como um sis-
mudança organizacional. tema permite estudá-la como dinâmica for-
Outro trabalho a referenciar nesta área é madora de estruturas organizacionais (por
o desenvolvido por Hinds & Kiesler (1995), exemplo as redes de comunicação), ao mesmo
no qual os autores compararam o tipo de tempo em que facilita examiná-la sob diferen-
relações de comunicação entre grupos de tes modalidades (intra e interpessoal, organi-
trabalho com tecnologias informáticas e en- zacional ou grupal). Isso corresponde a qua-
tre grupos tradicionais. Do mesmo modo se tro níveis de análise: fisiológico, psicológico,
deve mencionar a investigação de Horsley & sociológico e tecnológico. Aqui as organiza-
Barker (2002), na qual eles exploram diferen- ções se veem, sob uma perspectiva dinâmica,
tes enfoques de comunicação em situações como sistemas abertos às influências do meio
de crise, valorando os esforços, nesse contex- ambiente e em permanente transformação.
to específico, das agências estatais quanto ao Nesse caso, a comunicação é um dos
desenho de planos de comunicação, às fontes subsistemas organizacionais, cujo funcio-
de informação institucional e à relação com namento se dá a partir de um conjunto de
meios externos. práticas e procedimentos estabelecidos na
organização para intercambiar informação,
estabelecer consultas e transmitir ordens
Níveis macro e micro
aos funcionários – e entre eles – sobre dis-
Como foi indicado por Jones, Watson, tintos objetivos, de caráter formal ou infor-
Gardner e Gallois (2004), é necessário, então, mal, e através de fluxos com distintos senti-
avançar nas duas vias, tanto no nível micro dos (Quijano et al, 1997).
(em que os estudos desdobram e avaliam ca- Essa definição, que constitui a base teó-
racterísticas individuais dos processos comu- rica para se descrever e avaliar o Sistema de
nicativos) quanto no macro (onde os estudos Comunicação Interna, corresponde ao enfo-
valoram as direções, conteúdos e objetivos que proposto sob o nome de ASH (Auditoria
dos fluxos de comunicação organizacional). do Sistema Humano), modelo conceitual so-
Com base nessa premissa, este artigo, com- bre o funcionamento das organizações que
preensivamente, insere-se na linha que aborda descreve e relaciona suas diversas dimensões
o fenômeno comunicacional numa perspecti- e que será detalhado a seguir.
va tanto macro – ao dar valor à comunicação
organizacional como um subsistema dentro  compreensão dos Sistemas de
A
do sistema global da organização – como mi- Comunicação Interna
cro – no estudo de fenômenos psicológicos
individuais como o clima de comunicação e a O estudo dos Sistemas de Comunicação
identificação organizacional (Postmes, Tanis e Interna tem sido defendido como um proces-
Wit, 2001; Smidts et al., 2001). so de diagnóstico cujo propósito é examinar
Para isso, é necessário contextualizar o e melhorar os sistemas e práticas da comuni-
conceito de sistema de comunicação inter- cação interna de uma organização em todos
na, ressaltando que essa perspectiva siste- seus níveis (Downs, 1988; Hamilton, 1987).
mática e sua consideração da comunicação Nesse sentido, considera-se que a primei-
como um processo, mais que um fenôme- ra dimensão de uma auditoria é a avaliação
no linear, é que tem permitido ampliar as do sistema e das práticas de comunicação
possibilidades conceituais no estudo das de uma organização tanto em nível macro

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
66

quanto micro. Em um nível macro, a audi- pessoas e grupos para a organização e para a
toria avalia a estrutura formal e informal da sociedade (resultados econômicos, financei-
comunicação e da comunicação interdepar- ros, produtivos e comerciais, ecológicos e so-
tamental. Em nível micro, avalia as práticas ciais), considerados também como resultados
de comunicação interpessoal e grupal nos consistentes ou de efetividade organizacional.
seus diferentes níveis (Varona, 1993). A partir desse esquema, o entorno in-
Do mesmo modo, uma avaliação da co- flui sobre a organização, mas ela não só se
municação interna também pode examinar adapta a ele de forma reativa, como ainda lhe
as produções comunicacionais de uma or- dá forma ativamente, influindo sobre ele e
ganização, tais como historietas, metáforas, o configurando de um determinado modo.
símbolos, artefatos e os comentários que as Logicamente, as mudanças que geram uma
pessoas da organização fazem nas suas con- organização no seu entorno com a efetivi-
versas diárias, assim como as formas de dis- dade organizacional são objeto de uma nova
torção sistemática da comunicação geradas análise para a redefinição de sua estratégia
pelas estruturas de poder de uma organiza- em um processo circular sempre inacabado.
ção (Varona, 1993). Essa estratégia configurará novamente os sis-
Antes de apresentar de uma forma espe- temas, que por sua vez irão gerar novos pro-
cífica o enfoque de compreensão da comu- cessos psicológicos e psicossociais, os quais
nicação organizacional utilizado, é preciso provocarão novos resultados nas pessoas
contextualizar o modelo global de compor- (configurando sua qualidade como profis-
tamento organizativo que dá suporte ao sionais e trabalhadores), que com seu com-
ASH. Esse modelo parte de um primeiro portamento produzirão resultados para a or-
pressuposto: toda organização é um sistema ganização constituintes, novamente, de sua
aberto em relação constante com um entor- efetividade organizacional (Quijano, 2006).
no multifacetado e cambiante, com o qual Com relação ao estudo da comunicação,
intercambia inputs e outputs, pelo qual é in- o ASH configura a avaliação do elemento
fluenciada e ao qual de alguma maneira dá anterior, a comunicação, ao avaliá-la como
forma e contribui em sua construção. Nessa um dos Sistema de Gestão dos Recursos
linha, as organizações não só se adaptam ao Humanos em uma categoria onde convive e
entorno e reagem frente a ele, mas também se interrelaciona com outros sistemas como
atuam sobre ele e contribuem a dar-lhe for- os de seleção, formação, retribuição e com-
ma de um ou outro modo (Quijano, 2006). pensações, avaliação de rendimento, identifi-
Nesse entorno, reagindo frente a ele, adap- cação de potenciais e planos de carreira, pla-
tando-se e fazendo-lhe uma configuração nificação de recursos humanos, prevenção
proativa ao mesmo tempo, a organização se de riscos e saúde laboral.
constrói a si mesma e atua. E, ainda quando Nesse caso, o sistema formal de comuni-
se comporta como um sistema complexo de cação interna é constituído pelo conjunto de
partes e elementos inter-relacionados, para práticas e procedimentos estabelecidos pela
poder realizar uma aproximação conceitual organização para intercambiar informação,
do entorno, podem-se distinguir analitica- estabelecer, consultar e transmitir ordens
mente várias dimensões, dentre elas a estraté- aos funcionários sobre distintos objetivos
gia, o desenho (tecnologias, estrutura e siste- de diferentes níveis (estratégicos, operativos
ma), os processos psicológicos e psicossociais. e sociais). Tal intercâmbio pode ser estrutu-
Os resultados desse processo incluem duas rado a partir de diferentes canais formais e
dimensões: os que resultam nas pessoas ou informais. Dentro dos primeiros, o sistema
na qualidade de seus recursos humanos (re- inclui fluxos que vão em distintos sentidos
sultados inconsistentes) e os que resultam das (ascendente, descendente e horizontal).

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
67

Dentro do ASH, a avaliação do sistema Entre os objetivos de caráter operativo


formal de comunicação explora e pontua mencionamos, entre outros:
nove áreas de comunicação especificas, re- • Comunicação da estrutura organizativa;
sultantes do cruzamento dos três tipos de • Comunicação dos papéis e funções dos
objetivos pelos três fluxos de comunicação. cargos de trabalho;
A análise dessas nove áreas leva em conta os • Transmissão de ordens e instruções
canais de comunicação usados, assim como para a realização do trabalho;
sua adequação a objetivos e público específi-
cos. Também inclui a consideração dos ato-
res e responsáveis da comunicação em cada
uma delas e analisa se existe algum mecanis- O entorno influi sobre a
mo de avaliação do processo comunicativo. organização, mas ela
Explora, também, a eficácia do sistema em não só se adapta a ele
cada uma das áreas analisadas, contrastando de forma reativa, como
sua pontuação com as pontuações obtidas em ainda lhe dá forma
diferentes aspectos dos “resultados nas pesso- ativamente, influindo
as” medidos no ASH. Para lograr uma com-
preensão global de caráter qualitativo e quan-
sobre ele
titativo, a avaliação da Qualidade do Sistema
Formal de comunicação interna se realiza em • Comunicação de ideias para melhorar
duas fases, como descritas na sequência. o trabalho e seus processos;
• Comunicação de resultados de divisões
Fase 1: entrevistas em profundidade e unidades;
Neste sentido se desenvolveu um Guia de • Comunicação para a coordenação e a
Avaliação e de Treinamento dos Avaliadores resolução de problemas;
Expertos, o qual procurava fazer com que • Comunicação do conhecimento das
os avaliadores recolhessem, de forma cla- melhores práticas.
ra, suficiente e objetiva, toda informação • Entre os objetivos de caráter social
necessária sobre os objetivos da comunica- mencionamos, entre outros:
ção e sobre cada área do Sistema Formal de • Comunicação aos funcionários dos re-
Comunicação Interna. sultados obtidos e posicionamento;
A primeira tarefa do processo avaliativo • Comunicação de queixas e de desaven-
centrou-se em identificar os objetivos perse- ças dos funcionários;
guidos pelo Sistema Formal de Comunicação • Comunicação à direção do ambiente e
Interna de cada uma das organizações. Neste
resultados nas pessoas;
ponto, os avaliadores identificaram se os ob-
• Criação de condições para o desenvol-
jetivos explicitados eram de caráter estratégi-
vimento de comunicações informais e
co, operativo ou social, para o qual contavam
de relações interpessoais positivas entre
com a lista básica de objetivos de comunica-
ção proposto pelo ASH. servidores.
Entre os objetivos de caráter estratégico
mencionamos, entre outros: Uma vez analisados os objetivos de co-
• Comunicação de metas, estratégias e municação, o segundo passo da avaliação
objetivos para a organização; centrou-se na exploração das nove áreas da
• Comunicação de políticas e procedi- comunicação, que surgem do cruzamen-
mentos de seus sistemas de gestão; to entre dois objetivos perseguidos e da
• Transmissão da cultura da organização. direção do fluxo de comunicação, assim:

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
68

descendente estratégica (DE), ascendente es- dos informantes e sua valoração das ações de
tratégica (AE), horizontal estratégica (HE), comunicação relativas a cada objetivo e fluxo
descendente operativa (DO), ascendente de comunicação, mas ainda solicitar evidên-
operativa (AO), horizontal operativa (HO), cias (meios, atas, canais etc.) como informa-
descendente social (DS), ascendente social ção fundamental antes de dar uma pontua-
(AS) e horizontal social (HS). ção definitiva a cada área de comunicação.
Deve-se ressaltar que, como parte do trei- Do cruzamento dos dois critérios (sen-
namento dos avaliadores para o desenvolvi- tido de fluxo comunicativo e tipos de obje-
mento da entrevista, foi dada a indicação de tivos) surge o esquema que se apresenta na
que era necessário não só ouvir as opiniões Tabela 1.

Tabela 1 – Esquema-resumo da Avaliação da Qualidade do Sistema Formal de Comunicação Interna do Modelo de Auditoria do
Sistema Humano (ASH).

Fluxos
Fluxo descendente Fluxo ascendente Fluxo ascendente
Objetivos

DE AE HE

• Metas, estratégias e • Mecanismos para • Socialização, construção


objetivos. identificar em que e transmissão de cultura
• Políticas, medida os funcionários entre colegas.
Objetivos conhecem a visão, os
procedimentos e
Estratégicos valores e os critérios de
sistemas de gestão. sucesso da organização.
• Transmissão
de cultura,
comportamentos e
valores.
DO AO HO

• Natureza dos cargos: • Comunicação aos • Coordenação intra-


tarefas e funções. chefes dos problemas departamental.
Objetivos • Ordens e instruções e das exceções no • Coordenação
Operativos para o trabalho. trabalho. interdepartamental.
• Conhecimento da • Informação aos chefes • Comunicação linha-
estrutura organizativa e sobre resultados de staff.
seu funcionamento. pessoas, grupos e • Melhores práticas
unidades. e gestão do
• Ideias para a melhora. conhecimento.

DS AS HS

• Informação sobre o • Mecanismos para • Condiciones para o


Objetivos andamento da empresa: queixas e desavenças. surgimento de relações
Sociais resultados e projetos. • Estudos ou auditorias interpessoais e vínculo
• Informação de para avaliar motivação, com a organização.
vantagens e serviços satisfação, etc.
sociais.

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
69

Desse modo, além de obter uma pontuação


 ase 2: pontuação da qualidade do
F
global da qualidade do sistema formal de
sistema formal de comunicação
comunicação da empresa, se pôde identifi-
interna
car com maior precisão os pontos fortes e os
Com base na informação coletada na Fase pontos de melhoria de cada sistema.
1 e nos critérios de avaliação citados ante- Para obter a pontuação da avaliação glo-
riormente, os avaliadores procederam à atri- bal do sistema de comunicação realizou-se
buição das pontuações. A avaliação global uma somatória das pontuações obtidas nos
de cada sistema se obteve como resultado da três fluxos de comunicação (descendente,
avaliação parcial das nove áreas de comuni- ascendente e horizontal), mais as obtidas
cação descritas na tabela anterior, cada uma nos três tipos de objetivos (estratégicos,
das quais recebeu uma pontuação de 0 a 10. operativos e sociais). A somatória dividiu-
Da avaliação das nove áreas obteve-se, -se por seis, e o resultado final é a pontua-
como passo intermediário, uma avaliação ção da qualidade do sistema formal de co-
de fluxos (descendente, ascendente e hori- municação interna da empresa. A estrutura
zontal) e uma avaliação de objetivos comu- global do sistema avaliativo está representa-
nicativos (estratégicos, operativos e sociais). da na Tabela 2.

Tabela 2 – Estrutura global de pontuação da Qualidade do Sistema Formal de Comunicação Interna do Modelo de Auditoria do
Sistema Humano (ASH).

Total
Descendente Ascendente Horizontal Ponderação
Objetivos
(DE x 0.7) +
Total
(AE x 0.1) +
Estratégicos DE = (0-10) AE = (0-10) HE = (0-10) estratégicos
(HE x 0.2) =
(0-10)
TE (0-10)
(DO x 0.3) +
Total
(AO x 0.3) +
Operativos DO = (0-10) AO = (0-10) HO = (0-10) Operativos
(HO x 0.4) =
(0-10)
TO (0-10)
(DS x 0.1) +
(AS x 0.7) + Total sociais
Sociais DS = (0-10) AS = (0-10) HS = (0-10)
(HS x 0.2) = (0-10)
TS (0-10)
DE x 0.4,5) + (AE x 0.1) + (HE x 0.1) +
(DO x 0.4,5) + (AO x 0.6) + (HO x 0.8) +
Ponderação (TE + TO +
(DS x 0.1) = (AS x 0.3) = (HS x 0.1) = TOTAL
TD (0-10) TA (0-10) TH (0-10) TS + TD +
GLOBAL
TA + TH) /6=
Total Total (0-10)
Total Total descendente TG (0-10)
ascendente horizontal
Fluxos (0-10)
(0-10) (0-10)

Os critérios de ponderação recolhidos incluem maior número de objetivos, seja


na Tabela 2 seguem o princípio de atribuir porque o caráter desses objetivos se liga
um valor mais alto àquelas áreas teori- mais à sua finalidade que à instrumentali-
camente mais importantes no funciona- dade, seja porque têm maior influência na
mento global da organização, seja porque obtenção dos objetivos finais.
(artigo recebido jun.2016/aprovado set.2016)

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...
70

Referências

BORDIA, P.; HUNT, E.; PAULSEN, N.; TOURISH, D.; Disponível em: <http://doi.org/10.1080/03637758309390158>.
DIFONZO, N. Uncertainty during organizational change: is it all Acesso em: 31 mar. 2016.
about control? European Journal of Work and Organizational POSTMES, T.; TANIS, M.; WIT, B. DE. Communication and
Psychology, v. 13, n. 3, p. 345–365, 2004. Disponível em: commitment in organizations: a social identity approach.
<http://doi.org/10.1080/13594320444000128>. Acesso em: 31 Group Processes & Intergroup Relations, v. 4, n. 3, p. 227–
mar. 2016. 246, jul. 2001. Disponível em: <http://doi.org/10.1177/136843
DANIELS, T. D.; SPIKER, B. K. Perspectives on organizational 0201004003004>. Acesso em: 31 mar. 2016.
communication. 2. ed. Dubuque: Wm. C. Brown, 1991. PUTNAM, L. Paradigms for organizational communication re-
DOWNS, C. W. Communication audits. Glenview: Scott search: an overview and synthesis. Western Journal of Speech
Foresman, 1988. Communication, v. 46, n. 2, p. 192–206, jun. 1982. Disponível
HAMILTON, S. A communication audit handbook: helping em: <http://doi.org/10.1080/10570318209374077>. Acesso
organizations communicate. New York: Longman, 1987. em: 31 mar. 2016.
HINDS, P.; KIESLER, S. Communication across boundaries: QUIJANO, S. et al. Hacia una gestión estratégica de los
work, structure, and use of communication technologies in Recursos Humanos. Barcelona: Unión Patronal Metalúrgica,
a large organization. Organization Science, v. 6, n. 4, p. 373–
1997.
393, jul./ago. 1995. Disponível em: <http://doi.org/10.1287/
QUIJANO, S. Dirección de recursos humanos y consultoría
orsc.6.4.373>. Acesso em: 31 mar. 2016.
en las organizaciones. 1. ed. Barcelona: Icaria, 2006, p. 383–
HORSLEY, J. S.; BARKER, R. T. Toward a synthesis model for
435.
crisis communication in the public sector: an initial investi-
SALADRIGAS, H. Comunicación organizacional: matri-
gation. Journal of Business and Technical Communication,
ces teóricas y enfoques comunicativos. Revista Latina de
v. 16, n. 4, p. 406–440, 2002. Disponível em: <http://doi.
org/10.1177/105065102236525>. Acesso em: 31 mar. 2016. Comunicación Social, v. 8, n. 60, p. 1–7, jan. 2005. Disponível
JABLIN, F. M.; PUTNAM, L. (orgs.). The new handbook of em: <http://www.ull.es/publicaciones/latina/200540saladrigas.
organizational communication: advances in theory, research, htm>. Acesso em: 31 mar. 2016.
and methods. Thousand Oaks: Sage Publications, 2001. SMIDTS, A.; PRUYN, A. T. H; VAN RIEL, C. B. M. The impact
JONES, E.; WATSON, B.; GARDNER, J.; GALLOIS, C. of employee communication and perceived external prestige
Organizational communication: challenges for the new cen- on organizational identification. Academy of Management
tury. Journal of Communication, v. 54, n. 4, p. 722–750, dez. Journal, v. 44, n. 5, p. 1051–1062, out. 2001. Disponível em:
2004. Disponível em: <http://doi.org/10.1093/joc/54.4.722>. <http://doi.org/10.2307/3069448>. Acesso em: 31 mar. 2016.
Acesso em: 31 mar. 2016. VARONA, F. Conceptualización y supervisión de la comu-
KREPS, G. L. La comunicación en las organizaciones. 2. ed. nicación en el compromiso organizacional. Diálogos de La
Buenos Aires: Addison-Wesley Iberoamericana, 1995. Comunicación, n. 35, p. 68–77, mar. 1993. Disponível em:
PACANOWSKY, M. E.; O’DONNELL-TRUJILLO, N. <http://dialogosfelafacs.net/wp-content/uploads/2015/35/35-
Organizational communication as cultural performance. -revista-dialogos-conceptualizacion-y-supervision-de-la-co-
Communication Monographs, v. 50, n. 2, p. 126–147, jun. 1983. municacion.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2016.

Líbero – São Paulo – v. 19, n. 37-A, p. 63-70, jul./dez. de 2016


David Hernández García – A avaliação dos sistemas de comunicação interna: um método para a compreensão...

Potrebbero piacerti anche