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FALA, DISCURSO E FACULDADE DA LINGUAGEM NA REFLEXÃO DE SAUSSURE

(EM BUSCA DE FERDINAND DE SAUSSURE – MICHEL ARRIVÉ)

 Serão abordados o discurso e a faculdade da linguagem; (p. 115)


 Jogo da linguagem no indivíduo – na reflexão saussuriana; (p. 115)
 O discurso é, em si mesmo, fundamental; e capital também, pela importância que adquiriu recentemente em alguns desenvolvimentos da linguística atual e por suas
relações com outras disciplinas, especialmente a psicanálise; (p. 115)
 Saussure distingue o que é essencial (a língua) e o que é contingente (a fala). A partir disso, o que constitui o objeto da linguística é a língua e não a fala; (p. 116)
 Bergounioux  A língua definida sem referência às pessoas ou ao concreto das realizações [...] é constituída como o produto de uma análise inteiramente fundada na
união do significante e do significado que não supõem nada quanto ao pensamento (o significado não é o conceito) ou à articulação orgânica (o significante é psíquico); (p.
116)
 Se Saussure não parou de refletir sobre a gramática e pôde favorecer a ideia de que ele deveria ser filiado ao campo lógico-gramatical, hoje, ao contrário, os trabalhos de
S. Bouquet e de F. Rastier esforçam-se por demonstrar que a mais importante contribuição do mestre de Genebra deve ser situada no campo retórico-hermenêutico.
Atualmente, o conceito de fala inventado por Saussure foi substituído pelo discurso; (p. 118)
 André Green: caracteriza-se por uma hostilidade acerba a Lacan. Não há dúvida de que é um traço indireto dessa hostilidade o que descobrimos ao vê-lo , desajeitadamente,
tentando ocultar o que ele chama de campo lógico- gramatical na reflexão de Saussure: porque é exatamente essa parte do ensino de Saussure que é, no essencial,
considerada por Lacan; (p. 118)
 Bouquet: Acreditou-se, na esteira da última frase do Curso, claramente apócrifa, que Saussure via a linguística como “a ciência da língua considerada em si mesma e por si
mesma” – em outros termos, como uma gramática desencarnada – ao passo que é exatamente o contrário: toda a dimensão social e intersubjetiva (isto é, o campo do
discurso, termo essencial para Saussure e censurada pelos autoproclamados editores) é, segundo ele, indissociável de uma “linguística da língua”. Programa vasto,
perturbador da opinião admitida por muitos linguistas contemporâneos de uma língua isolada em sua torre de marfim gramatical! (p. 118)
 Estatuto dos três termos na edição padrão (CLG):
 A fala é reconhecidamente o objeto parcial do 4º capítulo da “Introdução”, ao qual ela dá a segunda parte do título: “Linguística da língua e linguística da fala”. O CLG
acaba de definir a linguística de maneira bastante aproximada do explícito absoluto, como ciência da língua. A fórmula não está literalmente presente nessa passagem,
mas basta confrontar as diferentes proposições do texto para fazê-la aparecer; (p. 119)
 O sintagma “linguística da língua” é tautológico, porque reafirma inutilmente o objeto que acaba de ser explicitamente atribuído à linguística.
 O sintagma “linguística da fala” é oximoro: ele confere à linguística um objeto que acaba de ser classificado como impossível.
 CGL: Há interdependência entre a língua e a fala; a língua é, ao mesmo tempo, instrumento e produto da fala.
 O termo discurso não é como Bouquet cita “censurado” no CLG. No próprio texto, o termo discurso está presente, tanto quanto nos Escritos, e mais que em “Da dupla
essência da linguagem”, de onde ele, salvo erro ou esquecimento, está completamente ausente. (p. 120)
 A outra ocorrência: no momento de estabelecer, em comparação com as relações sintagmáticas, as relações associativas, o texto do CGL marca que as relações
associativas se situam forma do discurso. Nesse emprego, discurso toma o sentido de produto do ato de fala.
 O terceiro termo, a faculdade da linguagem, é menos favorecido no CGL. Mas mesmo assim, aparece em uma entrada do índice, guarnecida por duas referências.
 O texto avança que “a língua é um produto social da faculdade da linguagem”. No aparato conceitual saussuriano, isso não é de todo falso.
 Saussure tinha em mente  Komatsu: “A língua será para nós o produto social cuja existência permite ao indivíduo exercer a faculdade da linguagem”.
 Estatuto dos três termos nos Escritos e nas SM:
 O termo fala é alternadamente utilizado em 3 acepções diferentes:
 É frequentemente empregado com o sentido de fonação; (p. 121)
 O termo fala também é utilizado com o sentido de “ato consciente e intencional de encadeamento de unidades em uma sequência efetivamente realizada”.
 Sintagmação: ainda a ser criado por Benveniste, observa-se em um fragmento: aquele que estabelece a oposição sintagma/paralelia, que prefigura a oposição das
relações sintagmáticas com as relações associativas;
 A fala acumula em alguns casos os dois valores que acabamos de distinguir. Mudança fonética e mudança analógica – Saussure – podemos opor sob muitos pontos
de vista diferentes esses dois grandes fatores de renovação linguística, dizendo, por exemplo, que o primeiro representa o lado psicológico e físico da fala, enquanto
o segundo responde ao lado psicológico e mental do mesmo ato – que o primeiro é inconsciente e o segundo, consciente; (p. 122)
 Fala: “força ativa e origem verdadeira de fenômenos que se percebem em seguida pouco a pouco na outra metade da linguagem”;
 O discurso, nos Écrits e nas SM, também é atravessado pela polissemia. Mas de modo menos abundante que a fala;
 O discurso é utilizado em dois sentidos metonimicamente próximos: Não há diferença entre o sentido próprio e o sentido figurado das palavras (as palavras não têm
mais sentido figurado do que o sentido próprio) porque seu sentido é eminentemente negativo;
 A língua só é criada em vista do discurso, mas o que é que separa o discurso da língua, ou o que é que, em certo momento, permite dizer que a língua entra em ação
como discurso?; (p. 123)
 Terceiro termo: a faculdade da linguagem: Constantin (Saussure): Quando se separou a língua da faculdade da linguagem, separou-se: 1. O que é social do que é
individual; 2. O que é essencial do que é mais ou menos acidental. (todos os ouvintes anotaram faculdade da linguagem, exceto Francis Joseph, que, menos atento,
ouviu linguagem). Mas até mesmo a falta de atenção é suficiente para mostrar que a palavra fala não foi pronunciada;
 Quando subtraímos da linguagem tudo o que não é fala, o restante pode ser chamado propriamente de língua, e vemos que ela não compreende apenas termos
psíquicos, o nó psíquico entre ideia e signo, o que não seria válido para a fala; (p. 124)
 Ato de fala  enunciação; (p. 125)
 A faculdade da linguagem é apenas outro nome para a fala? A faculdade da linguagem é mais extensiva que a fala. Ela claramente engloba os atos de fala para os
quais a língua, estabelecida como instituição social, abre caminho;
 Vemos que a reciprocidade permanente e que no ato de linguagem a língua tem, ao mesmo tempo, sua aplicação e sua fonte única e contínua, e que a linguagem
é, ao mesmo tempo, a aplicação e o gerador contínuo da língua; (p. 126)
 A metáfora da fonte é estabelecida por Saussure apenas para ser imediatamente contestada;
 Semiolologia = morfologia, gramática, sintaxe, sinonímia, retórica, estilística, lexicologia etc., o todo sendo inseparável; (p. 128)
 Há um setor especial da língua que abre espaço, por parte de Saussure, a um esforço de reflexão específica sobre o modo em que se dividem os fatos linguísticos entre
língua e fala: a sintaxe;
 Saussure – sintagma: A noção de sintagma pode ser aplicada a unidades de qualquer grandeza, de qualquer espécie. Poderíamos tomar também termos simples e frases
<assim como termos compostos como hippotrophos>. Desse modo, no caso do termo simples, aquilo que se chama a formação da palavra tem relação com o grupa<mento>
sintagmático: posso experimentar – talvez não no mesmo grau – unidades sucessivas que são: dese-joso;
 A sintaxe toma por objetos os sintagmas: essa questão da ordem das subunidades na palavra está diretamente relacionada à do lugar das palavras na frase: cabe à sintaxe,
mesmo quando se trata de sufixos; trata-se de outra espécie de sintaxe, que, mesmo assim, é sintaxe; (p. 129)
 Dificuldade: Os sintagmas, embora constatados em combinações que não são frases, têm como tipos muito evidentes as próprias frases. Toda frase será um sintagma. Ora,
a frase pertence à fala e não à língua. Então, uma objeção: será que o sintagma não pertence à fala e não estamos misturando as duas esferas língua-fala para distinguir as
duas esferas sintagma-associação? (Engler – Constantin); (p. 129)
 Resolução da dificuldade:
 1ª resolução: Mas podemos separar a esse ponto os fatos de fala dos fatos de língua? Desse modo, uma série gramatical está na língua, mas cabe ao indivíduo a
combinação, deixada ao arbítrio de cada um, para exprimir seu pensamento em uma frase. Essa combinação está na fala, não na língua. Em suma, é apenas na sintaxe
que se apresenta incerteza entre o que está fixado pela língua e o que é deixado à liberdade individual;
 2ª resolução: Consiste em elevar a linguística da fala ao mesmo nível da linguística da língua. Essas duas primeiras soluções que situam no nível da metalinguagem
teórica alcançam o estatuto de noções de língua e de fala; (p. 130)
 3ª resolução: Consiste em reintegrar à língua os fenômenos sintagmáticos previamente situados na fala. Essa delicada operação – justamente aquela de que Chomsky
não se deu conta – abre espaço para o estabelecimento da noção de “entidade sintagmática abstrata”, no quadro da oposição – apagada no CGL, onde encontra como
substituto aproximativo a oposição das relações sintagmáticas às relações associativas – das relações discursivas com as relações intuitivas;
 Toda sintaxe remonta a um princípio tão elementar que parece até pueril evocá-lo: trata-se do caráter linear da língua, isto é, a impossibilidade de pronunciar
simultaneamente dois elementos da língua. É isso que faz com que, em toda forma, haja um antes e um depois. Esse princípio é dado pela própria natureza das coisas: só
posso representar para mim mesmo a palavra por uma linha única formada de partes sucessivas: -/-/-/-/-/, tanto no interior (no cérebro) quanto na esfera da fala.

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